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cada país. O autor esclarece que, para superar a marca do subdesenvolvimento faz-se necessária
a combinação de três variáveis complementares entre si: a descentralização de decisões que são
amparadas por políticas de coordenação (p. 35), o Estado orientador e mais propositivo (p. 32)
Ademais, a autora (1985, p. 94) explica que com a presença específica do Estado
na economia, sob a coordenação de política, a reorganização do aparelho estatal inseriu
muitos instrumentos que pudessem fomentar tanto as atividades econômicas estatais
quanto as do setor privado, para aprimorar a produção nacional. Por essa razão, a forma
de atuação do Estado se constituiu numa estrutura de organização como sendo
articulador de recurso estratégico frente a outros Estados Nacionais para a economia
interna e a guerra (IDEM).
Por essa razão, ela esclarece que o padrão dual de formação econômica brasileira
fez surgir um poder unificado e, que por essa análise, não é possível entender de forma
separada esse momento histórico, mas como parte da estrutura social. Sobre autoridade
estatal descreve a autora (1985, p. 94-95),
Pode-se dizer que a efetivação da autoridade pública central, sobre recursos
considerados essenciais ou estratégicos, constituiu um dos mecanismos
típicos de formação dos Estados nacionais. Nesse particular, o processo de
formação do Estado brasileiro pare ter constituído exceção: as embrionárias
formulações legais anteriores a 1930 atingiram, após a Revolução, um grau
consistente de codificação, explicitando a demarcação das competências,
direitos, etc (DRAIBE, 1985, p. 94-95).
Então, segundo o autor (IDEM, 2003), nos anos de 1930 a 1939, os mecanismos
de política externa do governo central brasileiro favoreceram significativamente o
mercado interno, que se apresentava em meio à crise internacional, porque conseguiu
articular um duplo mecanismo que funcionava em sincronia, o interno e o externo, e
nessa direção, se instalou o incipiente processo de industrialização brasileira.
Diante do exposto, entre os anos de 1930-1945, na teoria do desenvolvimento
econômico, de acordo com Prebisch (1949), o Estado nacional brasileiro atuou de forma
coordenada e planejada para fomentar a indústria, e por essa razão, conferiram nisso
uma relativa intenção, já que partiram as decisões estratégicas do próprio Estado.
Já em Tavares (1963), ainda que o desenvolvimento econômico não acontecesse
de forma “real ou efetiva”, à luz das estratégias políticas econômicas, para fomentar a
indústria nos moldes de Prebisch (1949), também não eliminou o caráter intencional,
pois promoveu de alguma forma a melhora do setor externo e do mercado interno, tal
como ocorre nas economias mais desenvolvidas.
Depois, em Furtado (2003), ao analisar o lapso temporal, do período da colônia
aos anos iniciais do século 20, o desenvolvimento econômico foi visivelmente mais
acelerado entre os anos 1893 a 1930, em meio ao processo de urbanização e promoção
da indústria brasileira, e dessa forma, não pôde ser excluído o projeto intencional.
E, por fim, Draibe (1985), sobre a acumulação industrial, trouxe elementos
significativamente importantes da história da formação econômica brasileira, por trazer
também análises sobre as estratégias de coordenação e planejamento das políticas
administrativa e econômica no período entre 1930-1945, pondo em destaque as
motivações em meio às crises, também de caráter intencional.
Referências