Você está na página 1de 2

IHS

Santo do Dia (Auditório da Santa Sabedoria) — 12/2/1964 — 4ª feira [SD 006]

Nome anterior do arquivo: 645006948.doc

A íntima relação entre a virtude da fé e o rosário * O


Rosário é a arma da ortodoxia, do ultramontano * Suprir
pela insistência e quantidade o que falta de qualidade

* A íntima relação entre a virtude da fé e o rosário


Hoje é dia dos sete santos fundadores da ordem dos Servos de Maria,
confessores, a respeito dos quais fizemos o comentário ontem. Vamos ter no dia 14,
São Nostriano, bispo e confessor.
Então, não há santo no dia hoje e eu pergunto se não há algum tema curto que
querem que eu trate. Será a devoção ao rosário.
Como sabemos, o grande mérito da devoção ao Rosário, é que ela foi revelada
por Nossa Senhora a São Domingos e revelada como um meio para reavivar a fé nas
regiões muito devastadas pela heresia dos albigenses. E realmente, a generalização da
prática do rosário obteve um reavivamento da fé. Com isto, o Rosário começou a se
generalizar e passou a ser, nas épocas em que houve fé verdadeiramente no mundo,
uma das devoções clássicas católicas. A tal ponto que não só inúmeras imagens de
Nossa Senhora do Rosário se generalizaram por toda a terra, mas a prática do Rosário
se tornou comum entre os fiéis e em muitas ordens religiosas o uso do rosário
pendente da cintura era um elemento oficial do hábito da ordem.
Dentre as mil coisas que se poderia dizer a respeito do Rosário, uma eu
gostaria de acentuar, que é exatamente esta ligação de origem entre o Rosário e a
virtude da fé, entre o Rosário e a derrota dos hereges.
O Rosário foi sempre considerado uma arma potentíssima da fé. E para nós
que consideramos exatamente que a virtude da fé é a raiz de todas as outras virtudes, e
que, portanto, não adianta a gente estar cultivando as outras virtudes e negligenciando
a fé, porque todas as outras virtudes têm que brotar de uma fé viva, ou elas não são
autenticamente virtudes, para nós exatamente que levamos uma vida de luta em favor
da ortodoxia e que consideramos a vitória da ortodoxia e da Contra-Revolução do
mundo, como o ideal de nossa vida, esta devoção diz muito, porque ela precisamente
estabelece o nexo entre nossa vida e a devoção a Nossa Senhora.

* O Rosário é a arma da ortodoxia, do ultramontano


Nossa Senhora aparece claramente aqui como sendo Aquela da qual diz a
liturgia que, sozinha, esmagou as heresias no mundo inteiro e esmagou, em grande
parte, pelo Rosário. O rosário é, então, a arma da ortodoxia, é a arma do

Auditório da Santa Sabedoria


Santo do Dia (Auditório da Santa Sabedoria) – 12/2/1964 – 4ª feira [SD 006] – p. 2 de 2

ultramontanismo e é a devoção pela qual nós esmagamos em nós as raízes de mau


espírito e heresia que em nós possa haver, e derrotamos a heresia e o mau espírito na
luta que essas movem contra nós.
De maneira que a prática do Rosário é uma prática típica para nós e é por esta
razão que nós tanto insistimos sobre ela, de tal maneira que se deve considerar que a
vida de um membro do Grupo só é normal e só está em regra, quando este membro do
Grupo, entre outras coisas, reza diariamente os três terços do Rosário.

* Suprir pela insistência e quantidade o que falta de


qualidade
Não adianta vir dizer o seguinte, como alguns vieram dizer: “Eu prefiro rezar
uma dezena bem rezada (fora do Grupo isto, porque graças a Deus no Grupo ninguém
diz isto) do que um Rosário inteiro simplesmente papagaiado”.
Eu ouvi contar o caso de um santo a quem uma pessoa disse isto e ele disse:
“Está bom. Reze com todo recolhimento uma Ave Maria”. A pessoa foi rezar e não
conseguiu. Por quê? O tal recolhimento ideal, pesar cada palavra, etc., isto é o Dr.
Manuel Vítor de Azevedo na Rádio Água com Açúcar.
(Sr. –: Santa Teresinha declara em sua vida que jamais conseguiu rezar uma
Ave Maria sequer sem distração.)
A verdade é o seguinte: rezar sem distração uma Ave Maria é uma obra-prima.
E uma vez que a gente não consegue rezar uma Ave Maria sequer sem uma certa
distração, vale a pena a gente compensar a falta de qualidade pela quantidade. Se eu só
sou capaz de rezar Ave Marias com distração, é melhor rezar cinqüenta Ave Marias
com distração, do que uma Ave Maria com distração. É evidente.
De maneira que esta oração feita assim, vale e vale muito: é uma oração que não
é presunçosa, é uma oração humilde que não tem essa mania protestante de excesso de
prestar atenção nas coisas, mas, pelo contrário, compreende a fragilidade humana e
toca as coisas para a frente. Por isto, esta repetição do Rosário está longe — e até
muito longe — de ser estéril. Ela é realmente uma coisa que tem o mérito enorme da
insistência.
O próprio Nosso Senhor recomendou, como uma das qualidades da oração, o
fato de ela ser insistente. A oração insistente consegue as coisas. A gente insiste,
insiste, ainda que verbalmente, e obtém a graça.
De maneira que recomendar a oração do Rosário como a arma do contra-
revolucionário para perseverar, para se santificar e para derrotar as heresias, é uma
coisa incomparável.

*_*_*_*_*

Você também pode gostar