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IHS

Santo do Dia — 29/1/64 — 4ª feira

Nome anterior do arquivo: 645006949.doc

SÃO FRANCISCO DE SALES E SÃO JOÃO BOSCO

[Observação do datilógrafo: pareceu-me que quiseram transformar o texto


supra em artigo, comprimindo-o e ‘penteando-o’. Copiei tudo que está datilografado,
aproveitando apenas o indispensável do manuscrito]
[São Francisco de Sales] pertencia ele a uma família pequena de média nobreza,
mas nobre.
Embora fosse bispo de Genebra, nunca esteve em sua diocese, dominada pelos
protestantes. Exercia suas funções em territórios da diocese [que] continuavam
católicos.
Tomou o título de Príncipe do Sacro-Império e tinha as honras e regalias de
príncipe.

* São Francisco de Sales via o protestantismo como inimigo


da monarquia e partidário da república
O mais interessante é que escreveu uma carta ao duque de Sabóia exatamente
para conseguir que este o protegesse — o duque era suserano de Genebra, naquele
tempo — [com] a expedição militar que ele queria levar avante para reconquistar sua
cidade diocesana. O argumento: era natural ao protestantismo derrubar todas as
monarquias e proclamar a república em toda a Europa; portanto, todos os monarcas
eram interessados na extinção disso. E ele toca nessa questão para despertar o interesse
pessoal do duque de Sabóia; mostra como ele tinha visto aquilo que dizemos. Esse
documento tenho num livro de Saint-Beuve.

* Em suas obras, São Francisco de Sales visava o apostolado


com a aristocracia
São Francisco de Sales freqüentou as cortes daquela época, o que se nota até em
sua literatura, essencialmente aristocrática. Considerando suas obras, vê-se que ele
tinha em mente a formação de um fidalgo daquele tempo, dentro das condições de vida
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de corte daquele tempo. A Filotéia era uma senhora da nobreza e era para essa senhora
que se dirigia. E era para a santificação da nobreza daquele tempo.
Nesta nossa época, em que há a mania de só se fazer apostolado com operários e
de se achincalhar a nobreza o quanto se pode, essa posição de São Francisco de Sales é
muito digna de nota.
Sua relíquia está em nossa capela porque é um dos santos invocados em nossa
ladainha, porque é padroeiro principal da imprensa católica e, portanto, também do
“Catolicismo”.

* Dom Bosco, verdadeiro profeta da Bagarre, previu o


colapso da atual ordem de coisas e o advento do Reino de
Maria
São João Bosco.
É curioso que no dia seguinte [a São Francisco de Sales] vem outro santo que
também se inclui em nossa ladainha. É o padroeiro secundário da imprensa católica:
São João Bosco, confessor, apóstolo da devoção a Nossa Senhora Auxiliadora. Previu
o colapso da atual ordem de coisas e o advento do Reino de Maria. Com seus sonhos
proféticos, que são publicados oficialmente pela Congregação Salesiana, Dom Bosco
pode ser considerado o verdadeiro profeta da Bagarre. Ele e Catarina Emmerich são as
duas melhores fontes que há para se saber como vai ser a Bagarre. A esse título, Dom
Bosco encarece muito a devoção de todos aqueles que esperam esses acontecimentos
para terem oportunidade de manifestarem aí a sua inteira fidelidade a Nossa Senhora e
à Causa Católica e a morrer no campo de batalha, se for necessário.

* Apóstolo da devoção a Nossa Senhora Auxiliadora, cujo


auxílio protege especialmente os fiéis na luta contra os
inimigos da Fé
Dom Bosco, como apóstolo da devoção a Nossa Senhora Auxiliadora, também
diz muito respeito a nós. Porque Nossa Senhora Auxiliadora é Nossa Senhora. Nossa
Senhora, Mãe de todos os homens, Ela o é mais especialmente dos fiéis. E se é
verdade que Ela auxilia a todos, auxilia especialmente aos fiéis. Ela é a “Auxilium
Christianorum”, isto é, auxílio dos cristãos e não de qualquer um. Isto diz respeito à
famosa batalha de Lepanto, em que Ela apareceu auxiliando a esquadra hispano-
italiano-pontifícia a vencer os turcos. Mas onde Ela mostrou especialmente Seu auxílio
é para os fiéis na luta contra os inimigos da Fé; porque Lepanto, em primeira linha, foi
uma batalha da Cruz contra o Islã, e uma grandiosa vitória da Cruz.
Quando estivermos em nossas dificuldades, devemos pedir a Nossa Senhora
Auxiliadora que nos ajude, que nos dê as forças e os meios, e os recursos para
fazermos aquilo que queremos para nosso apostolado.
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* A devoção a Nossa Senhora Auxiliadora é bem exatamente


o contrário da auto-suficiência de quem quer vencer por si
mesmo
A devoção a Ela é bem exatamente o contrário daquela atitude que D. Chautard
condena. D. Chautard condena a atitude de apóstolos que dizem: “Meu Deus, eu sou
tão inteligente, tão competente, tão rico, tão poderoso, tão tudo, que vou fazer vencer a
Vossa causa sem Vós; de Vós espero apenas que não atrapalheis, que afasteis de meu
caminho o azar muito grande, as dificuldades muito grandes, porque o resto faço eu; é
até um pouco sem graça se Vós fizerdes, porque o bonito é vencer por mim mesmo”.
Exatamente o contrário está insinuado nessa devoção. O homem, na ordem
sobrenatural, é totalmente impotente, e na ordem natural mesmo, ele precisa
constantemente do auxílio de Deus. E quer para a ordem natural, quer para a
sobrenatural, ele deve estar constantemente pedindo o auxílio dAquela que é a
Medianeira de todas as graças, e que é Nossa Senhora Auxiliadora. Portanto, em todas
as dificuldades difíceis ou fáceis de nosso apostolado, [devemos fazer] jaculatórias
contínuas a Nossa Senhora Auxiliadora.
É extraordinário ver como na vida de São João Bosco vê-se a todo momento
Nossa Senhora intervindo para consertar as coisas, para arranjar, para tocar uma obra
para a frente que teria ruído cem vezes se não fosse o auxílio dEla. Ela é aí um
estímulo para nós.

* A imagem que está em nossa capela vem acompanhando o


Sr. Dr. Plínio em suas aflições e angústias
Devemos nos lembrar que em nossa capela, a imagem que figura é a de Nossa
Senhora Auxiliadora, com todos as características e atributos dessa invocação. Desde
os primórdios de nosso apostolado, aquela imagem vem-nos acompanhando. Foi a
imagem da sala da Ação Católica, das lutas épicas que tivemos naquele tempo e era
nossa propriedade particular. Essa imagem vem sendo nosso ponto de mira em todas
as nossas aflições e angústias. Foi diante dessa imagem que realizamos, se não me
engano, 24 horas de orações contínuas por ocasião daquela manifestação coletiva do
episcopado paulista contra nós. E pode-se dizer que eles foram mais derrotados ainda
do que os turcos em Lepanto, porque fizeram hara-kiri. Os turcos fugiram diante das
armas dos cristãos. Nós não fizemos careta nenhuma, mas foram eles que a fizeram, e
se liquidaram a si próprios. De maneira que o fato parece memorável, entre muitos
outros, para estimular nossa devoção a Nossa Senhora Auxiliadora.

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