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Como os americanos conduziram essa tragédia, sob os preceitos da gestão de

crises?

Pouco depois do incidente cerca de 60% dos americanos disseram que os ataques
mudaram permanentemente a maneira como o país vive, mais do que o número que se
sentia assim no décimo aniversário. Um país sempre preparado para a guerra, para o
confronto, aparelhado desde os tempos da Guerra Fria para reagir a qualquer ataque dos
inimigos do Oriente. Assim eram os Estados Unidos até 11 de setembro de 2001.

O planejamento

O atentado de 11 de setembro, começou a ser planejado em 1993, depois de uma


explosão no próprio World Trade Center. Então por que o serviço secreto americano
não levou a sério essa apuração? Toda fase de planejamento não foi detectada pelo
serviço secreto americano. Ninguém desconfiou, ninguém monitorou. Até hoje não foi
bem explicado, porque a CIA, no governo Bush, teria recebido alertas de que terroristas
haviam entrado no país, e não levou a sério esses avisos. Ou seja, era possível, com um
eficiente sistema de inteligência, ter prevenido e certamente evitado um possível
atentado terrorista, em 2001. A facilidade com que eles passaram pela triagem no
aeroporto de Nova York e entraram nos aviões, com armas, levou os EUA a rever todo
o esquema de triagem de trânsito nos aeroportos, rotina que foi disseminada para o
exterior. Antes de 11 de setembro, não apenas a Administração de Segurança do
Transporte não existia, mas a segurança do aeroporto era uma pálida sombra da
operação que vemos hoje.

A força aérea americana também foi colhida de surpresa. O treinamento dos pilotos era
para neutralizar sequestradores que pousam aviões e exigem resgate. Não para ataques
suicidas. Uma pergunta que todos fizeram: por que esse cenário nunca foi contemplado
nas simulações de crises das forças de defesa americanas? Teria havido aí uma falha
grave de gestão de riscos, portanto?..

No World Trade Center reinava o caos, com os dois prédios em chamas. Pessoas
corriam para todos os lados, sem saber de fato o que estava acontecendo. Em Nova
York, o chefe dos bombeiros, mesmo avaliando os riscos da operação, tomou outra
decisão certa: entrar no prédio. “Um prédio queimando é um prédio em demolição”,
disse o comandante. Mas a obrigação dos soldados do fogo era tentar salvar o maior
número de pessoas no incêndio, até porque havia dezenas, se não centenas, de pessoas
pedindo para serem resgatadas. Essa operação ousada de entrar nas torres em chamas
custaria a vida de 373 bombeiros, sepultados quando as duas torres caíram.

Quando destrui-se parte do Pentágono, os terroristas expuseram uma grave falha de


defesa do comando militar americano. O quartel general de defesa dos Estados Unidos
era um alvo fácil, assim? Atordoados pelo ataque, os comandantes militares não sabem
o que fazer. Incrível isso, num país que já participou de várias guerras. Segundo o
documentário “State of Emergency”, “anônimos assumem a defesa”. Mesmo com a
ordem do comandante militar de ninguém entrar no prédio, parcialmente destruído pelo
fogo, alguns heróis arriscam a vida e voltam ao edifício para salvar os colegas
sobreviventes. Em Washington, com o governo em crise e praticamente sem comando,
Condoleezza Rice resolve levar as autoridades para o abrigo antibombas, um bunker
construído para a eventualidade de um ataque nuclear, a 30 metros de profundidade.
“Não achávamos que o bunker fosse seguro naquela hora”, disse a ex-Secretária de
Estado. A pergunta é, como organizar uma reação se não se sabe onde está o inimigo e
qual o seu potencial? Nem a Força Aérea sabia quem defender e quem atacar.

Nesses momentos de crise e conturbação, em que a maioria das autoridades está atônita
ou em pânico, proliferam os boatos. Rumores de novos sequestros inundam as
comunicações e congestionam as linhas, tanto das autoridades, quanto dos controles de
tráfego aéreo. “Apesar de toda a hierarquia, a cadeia de comando, os equipamentos
sofisticados, nada funcionava.

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