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ORDEM DOS ENFERMEIROS DE ANGOLA

DIRECÇÃO EXECUTIVA NACIONAL

Estatuto da ORDENGFA;
Deliberações da ORDENFA;
Código de Ética e Deontologia.
Conselho Fiscal Nacional / Fiscal de Enfermagem;
Decreto Presidencial n.º179/10, de 18 de Agosto
Estatuto da ORDENFA
Conceito geral
• Entende-se como Estatuto, a lei ou regulamento, em que se fixam os
princípios institucionais ou orgânicos de uma colectividade ou corporação,
entidade pública ou privada.
• Conjunto de normas jurídicas cuja característica comum, é estabelecer regras
de organização e funcionamento; disciplinando direitos e deveres que pode
ser de uma sociedade, instituição, órgão, empresas pública e privada ou classe
profissional.
• O Estatuto da ORDENFA estabelece as regras de organização e
funcionamento da Ordem dos Enfermeiros de Angola, disciplinando os
direitos e deveres dos profissionais de enfermagem em exercício no país.
ORDEM DOS ENFERMEIROS DE ANGOLA

Conceito

• Reza o artigo 8.º da lei n.º 3/12, de 13 de Janeiro, Lei de base das
associações públicas, que as associação pública, é designada “Ordem”,
quando corresponde à profissões cujo exercício é condicionado à obtenção
prévia de uma habilidade académica de licenciatura ou superior.

• As associações profissionais, fazem parte da administração pública


autónomas. Vide Diogo F. do Amaral in livro curso de direito
Administrativo vol. II
• Dispõe o artigo 199.º da Lei n.º18/21, de 16 de Agosto- Lei de Revisão
Constitucional, que Administração pública integra a Administração
Directa e Indirecta do Estado, Administração autónoma, entre outras.

• Nos termos do artigo 3.º do Estatuto da ORDENFA, a Ordem dos


Enfermeiros é uma instituição de utilidade pública e órgão de auto
regulação dos assuntos que dizem respeito à classe e à actividade de
enfermagem de Angola.

• Sendo, a ORDENFA, uma instituição de utilidade pública, o exercício


das suas actividades devem estar viradas à prossecução de interesses
públicos e rege-se pelos princípios que norteiam a Administração
pública, n.º 2 e 3 artigo 198.º do supracitado diploma.
OBRIGATORIEDADE DE INSCRIÇÃO
• A Ordem dos Enfermeiros é uma organização profissional de inscrição
obrigatória para os licenciados e bacharéis, nos termos do n.º 1 do artigo 2.º do
Estatuto.

• Nos termos da al a) do n.º 2 do artigo 2.º, conjugado n.º 2 do artigo.º 60.º e


com o n.º 1 do artigo 62.º todos do Estatuto da ORDENFA, inscrevem-se na
ORDENFA, os licenciados e bacharéis em enfermagem.

• E inscrevem-se, no Conselho Geral de Enfermagem (COGENFA), os Técnicos


médios e básicos em Enfermagem, na al a) do n.º 2 do artigo 2.º, in fine,
conjugado com o n.º 3 do artigo 60.º e com o n.º 2 do artigo 62.º todos
Estatuto.
A ORDENFA COMO ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
• Administração pública é um poder público que se manifesta no puder
regulamentar, ou seja, poder de fazer regulamentos, criando normas gerais e
abstractas, decidindo nos casos individuais e concretos.

• Nos termos do n.º 1 do artigo 198.º da Lei n.º18/21, de 16 de Agosto- Lei de


Revisão Constitucional, a Administração pública é estruturada com base nos
princípios da simplificação administrativa, da aproximação dos serviços às
populações e na desconcentração e descentralização administrativa.

• No entanto, a Ordem, no exercício das suas actividades, prossegue interesses


colectivos, visando o bem comum.
• A Ordem dos Enfermeiros, dentro dos poderes que lhe são conferidos, cria
normas regulamentares, que visam reger o exercício da enfermagem.
• Os regulamentos na hierarquia das fontes de direito estão abaixo das leis e
são fontes de direito autónomo.

• Segundo “Carlos Feijó” in livro de apontamentos de direito


Administrativo. Administração pública é aquela que prossegue interesses
públicos próprios das pessoas que à constituem e, por isso, se dirige a si
mesma, definindo com independência a orientação das suas actividades,
sem sujeições hierárquicas ou à superintendência do governo.
• Assim, com base no poder de decisão unilateral da Administração
pública perante a uma situação concreta, a Ordem tem o poder de
decidir unilateralmente o direito a aplicar, sem precisar recorrer à
outras entidades ou o consentimento do interessado.

• Mas, é-lhe incumbida a responsabilidade de, no exercício das suas


actividades, deve prosseguir o interesse público no respeito pelos
direitos e interesse legalmente protegido, n.º 3 do artigo 198.º da Lei
n.º18/21, de 16 de Agosto- Lei da Revisão Constitucional
• As actividades Administrativa são exercidas por meio de actos,
designados por actos administrativos.

• Nos termos do 63.º do Decreto-Lei n.º16-A/95, de 15 de Dezembro –


Lei dos Procedimentos e das Actividades da Administração Pública,
são actos, as decisões dos órgãos da Administração pública que ao
abrigo de normas de direito público visem produzir efeitos jurídicos
imediatos numa situação individual e concreta.
ACTOS:
PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS

Actos primário permissivos Acto secundários- integrativos


• São àqueles que possibilitam alguém a • São àqueles que versam
adoção de uma conduta ou omissão de directamente sobre o acto primário
um comportamento que de outro anterior e, portanto, indirectamente,
modo lhe estariam vedados. sobre a situação real subjacente ao
• A Autorização é um acto pelo qual um acto primário.
órgão da Administração pública • E são actos integrativos, porque
permite a alguém o exercício de um visam completar actos
direito ou uma competência administrativo anteriores.
preexistente, entre outros.
• Ex.: alguém é titular de um direito • a aprovação é o acto pelo qual
subjectivo, mas a lei estabelece um órgão da administração
que este direito só pode ser exprime um acto anterior
exercido mediante autorização. praticado por outro órgão
administrativo e lhe confere
eficácia.
• A licença é um acto permissivo,
pelo qual um órgão da • Ex.: os actos que dependam da
Administração atribui a alguém o aprovação da Assembleia ou do
direito de exercer uma actividade Conselho
que é por lei relativamente
proibida.
ATRIBUIÇÕES E FINALIDADES DA ORDENFA
•Disciplinar, fiscalizar e regular o exercício da enfermagem no país, em prol das populações, da profissão e da
classe; nos termos do n.º 1 do artigo 7.º do Estatuto Conjugado com a al a) do n.º 1 do artigo 7.º da Lei n.º
3/12, de 13 de Janeiro –Lei de Base das Associações Públicas.

•Defender a ética, deontologia e a qualificação profissional, a fim de assegurar e fazer respeitar o direito dos
utentes a uma enfermagem de qualidade reconhecida; n.º 3 do artigo 7.º do Estatuto Conjugado com o a al b)
do n.º 1 do artigo 7.º da Lei n.º 3/12, de 13 de Janeiro –Lei de base das Associações Públicas.
•Velar pelo cumprimento do Estatuto, regulamentos, nomeadamente no que se refere aos títulos e à profissão de
Enfermagem, Promovendo procedimento judicial contra quem os use ou exerça ilegalmente, nos termos das al.
c) e d) do artigo 7.º da Lei n.º 3/12, de 13 de Janeiro –Lei de base das Associações Públicas conjugados com os
n.º 7 do artigo 7.º do Estatuto, entre outros.


interesses profissionais ou quando • Informar aos órgãos competentes
haja ofensas dos seus direito e sobre os indivíduos que violem
garantias, enquanto enfermeiro, al as disposições das referidas
e) do artigo 66.º do Estatuto legislações, o cumprimento das
decisões da Ordem, al g) do
artigo 66.º do Estatuto entre
• reclamar das deliberações e dos outros.
órgãos contrárias ao disposto no
Estatuto; al g) do artigo 66.º do
Estatuto entre outros.
DIREITOS E DEVERES DOS MEMBROS DA ORDENFA
Direitos Deveres
• Recusar-se a exercer actividades que • Cumprir e fazer cumprir os
não é de sua competência; nos termos preceituados éticos da profissão;
da al a) do artigo 7.º do referenciado nos termos da al a) do artigo 9º do
código; citado código conjugado com a al
c) e h) do artigo 67.º do Estatuto;
• Recorrer ao Conselho Provincial de • Comunicar ao Conselho Provincial
Enfermagem, quando impedido de de Enfermagem, factos que
cumprir com o Código de Ética e infrinjam os preceitos do referido
Deontologia profissional, al c) do Código de Ética e Deontologia,
artigo 7.º do citado diploma nos termos da al t) do artigo 10.º
conjugado com a al e) do artigo 66.º conjugado com a al e) do Estatuto,
do Estatuto; entre outros. entre outros.
RESPONSABILIDADES E PROIBIÇÕES DOS MEMBROS

Responsabilidades Proibições
• Negar assistência em caso de urgência,
• Assegurar ao paciente uma assistência emergência ou calamidade; al a) do artigo
de enfermagem livre de danos 10.º do citado diploma;
decorrentes de imperícia negligente • Abandonar o paciente no meio do
ou imprudente; al a) do artigo 8.º do tratamento sem garantia de continuidade
Código de Ética e Deontologia. de assistência, salvo em caso de absoluta
• Responsabilizar-se por falta cometida força maior; al b) do mesmo artigo e
em suas actividades profissionais, diploma;
independentemente de ter sido • Cumpliciar-se com pessoas ou instituições
praticado individualmente ou em que exerçam ilegalmente as actividades de
equipa, al f) do supracitado artigo e enfermagem, al s) do referenciado artigo e
diploma, entre outros. diploma, entre outros, conjugado com o
artigo 15.º do Código de Ética,
CONSEQUÊNCIAS DO INCUMPRIMENTO DOS
DISPOSITIVOS LEGAIS DA ORDENFA

•O incumprimento dos dispositivos do Estatuto, do Código de Ética e demais legislações que regem o
exercício da profissão, constitui infracção disciplinar, nos termos do artigo 96.º do Estatuto.

•Nos termos do artigo 13.º do Código de Ética, considera-se infração ética a acção, omissão ou
conivência que implique desobediência e/ou inobservância das disposições do Código de Ética dos
profissionais de Enfermagem em Angola.

•Nos termos do artigo 14.º do mesmo diploma, considera-se infracção disciplinar a inobservância das
normas da Ordem e dos Conselhos.
São consequências das infracções:
• A perda dos direitos que cabem aos membros da Ordem, aplicada na
proporção da infracção;
• A multas correspondentes;
• A suspensão do exercício da profissão nos termos da lei;
• A anulação do direito de exercer a profissão ou cassação da carteira
profissional;
Sem prejuízo da acção civil ou penal que caber; artigo 97.º do estatuto.
REGULAMENTO N.º 1/17, DE 6 DE NOVEMBRO
REGULAMENTO DAS MULTAS

• O Estatuto da Ordem estabelece que as infracções do Código de Ética e


Deontologia, do Estatuto, dos regulamentos e demais legislações da
enfermagem, são puníveis com multas correspondentes a cada infracção,
artigo 96.º e 97.º do Estatuto conjugado com o artigo 1.º do Regulamento n.º
1/17, de 6 de Novembro, das multas a serem aplicadas aos profissionais de
enfermagem e às instituições de saúde em Angola

• O presente regulamento estabelece as multas correspondentes a cada


infracção cometida, tendo em atenção, as circunstâncias atenuantes e
agravante da infracção, participação do infractor, artigo 14.º à 17.ºDo
Código de Ética e Deontologia Profissional.
• O referido diploma é aplicável subsidiariamente, às entidades singulares
ou colectivas, públicas ou privadas, que ofereçam de forma gratuita ou
onerosa serviços de enfermagem, bem como às instituições de ensino que
formam profissionais de enfermagem e àqueles que não sendo
profissionais de enfermagem ou instituições de saúde praticam actos de
enfermagem, artigo 8.º e n.º 2 do artigo 1.º ambos do supracitado diploma.

• O supracitado diploma estabelece também as multas aplicadas às


instituições públicas ou privadas que admitem profissionais de
enfermagem, sem, no entanto, estarem habilitados pela ORDENFA para o
exercício da profissão, artigo 9.º do citado diploma.
• A aplicação de multas e cobranças, faz-se mediante um processo que
condene o infractor e, pode ser promovido pelo Conselho Nacional de
Disciplina; pelos Órgãos Provinciais ou pelo Fiscal de Enfermagem,
emitindo para o fim um auto de ocorrência, n.º 1 do artigo 10.º do
supracitado diploma.

• O auto de ocorrência consiste num documento público, em que o autuante


identifica o autuado, a infração cometida, o correspondente artigo e
diploma e sua respectiva multa, artigo 11.º do mesmo diploma.

• O mesmo diploma estabelece, que se a infracção for denunciada por uma


instituição ou particular, deve ser promovido um processo próprio em que o
infractor é ouvido, para apresentar a sua defesa, n.ºs 3 e 4 do artigo e
diploma supracitados.
Do recurso da aplicação de multas
• Após a aplicação de multa, o infractor tem 8 dias a contar da data da
notificação da decisão da multa aplicada, para recorrer, n.º 1 do artigo 13.º
do regulamento das multas.

• Se o infractor, devidamente notificado, não recorrer da decisão, considera-


se aceite a decisão, valendo como título executivo, salvo se no mesmo
prazo recorrer judicialmente da decisão, n.º 3 do diploma supracitado.

• O órgão competente para decidir sobre o recurso é a DEN, que deve fazê-
la, no prazo de 30 dias, a contar da data de entrado do requerimento de
interposição do recurso, n.º 2 e 4 do mesmo artigo e diploma.
• Para interpor acção executiva para pagamento de quantia certa, a ORDENFA é
a entidade legítima para cobrança de multa, n.º 4 do citado artigo e diploma.

• O dever de pagar a multa prescreve no prazo de 5 anos, n-º 1 do artigo 15.º do


supracitado diploma.

• O recurso à acção executiva faz interromper o prazo de prescrição, n.º 2 do


mesmo artigo e diploma.

• Transitado em julgado, a decisão de aplicação de multa ao infractor, este será


notificado para no prazo de 10 dias proceder voluntariamente ao pagamento da
mesma, se mesmo assim, não o fazer, a Ordem recorrerá ao competente
processo de execução nos termos do processo civil, artigo 16.º do citado
diploma.
Finalidade dos valores arrecadados das
multas
• Nos termos do artigo 17.º do regulamento das multas, os valores
arrecadados das multas aplicadas pelo Conselho Nacional de
Disciplina devem ser depositados na conta da ORDENFA.

• E os valores arrecadados das multas aplicadas pelos órgãos


provinciais, são repartidos e depositados em 50%, para a conta da
ORDENFA e 50% para a conta do respectivo órgão provincial.
Autonomia financeira da ORDENFA
Receitas Despesas
• fonte de receitas da Ordem, artigo 99.º do • Execução do orçamento
Estatuto. anual;
• Quota de inscrição;
• Realização dos
• As quotizações dos Enfermeiros inscritos;
programas de actividades
• As taxas de aprendizagem;
• Valores das multas aplicadas;
• Fundo social dos
• Doações;
Enfermeiros;
• Subvenções oficiais de empresas e de • Despesas eventuais,
entidades singulares e colectivas; e artigo 100.º do Estatuto.
• Rendas eventuais.
Fim…

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