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Sumário
Apresentação do Seminário Integrador I...........................................06
Objerivos Pedagógicos........................................................................09
Referências Bibliográficas.........................................................................................35
Apresentação do Seminário Integrador 1
06 Bem-vindo ao módulo Seminário Integrador 1!
Por se tratar de uma ação de educação permanente em saúde para profissio-
nais de nível superior com interesse em Saúde da Família, o Trabalho de Conclusão
de Curso (TCC) corresponderá a um Plano de Intervenção elaborado a partir da aná-
lise de uma situação de território sanitário escolhido pelo pós-graduando. O território • - “Estabelecer planos de ação coerentes, conforme critérios epidemiológi-
em questão poderá ser o próprio em que o estudante está inserido, ou o especializan- cos, éticos, econômicos e sociais, de modo a atender à responsabilidade
do poderá partir de uma situação real criada a partir de indicadores e dados dispo- 07 08 sanitária da ESF”
níveis ou outro dado obtido do DATASUS, como as Informações de Saúde (Tabnet
- http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?a- rea=02). A metodologia de planejamento em saúde será apresentada nos Seminários
Integradores 1, 2 e 3, de modo que o trabalho final possa ser realizado ao longo do
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curso, aproveitando todo o conteúdo trabalhado pelos diversos módulos de suas três
Explore os dados do seu município: Unidades.
TABNET
Entre as competências esperadas para reflexão durante as atividades de Se- • compreender a evolução do quadro epidemiológico e identificar seus
minário Integrador 1 estão: determinantes;
• - “Identificar as principais patologias e agravos que acometem a população • estabelecer uma hierarquia de fatores de risco e vulnerabilidades aos
adscrita e sua distribuição no território por subgrupos populacionais: etários, agravos mais relevantes; e
territoriais, étnicos, econômicos e\ou por outros determinantes sociais”;
• identificar os grupos/famílias mais vulneráveis.
• - “Identificar as cadeias causais das principais patologias e agravos
atuantes no território, desde os determinantes fisiopatológicos imediatos
até aqueles distais, de caráter social”; Afinal, por que a população adoece e morre por determinadas doenças/agravos?
Concretamente, as populações adoecem e morrem por razões bem determinadas.
• - “Conhecer e ser capaz de utilizar sistemas de informação e outros
instrumentos de suporte para a realização desse conjunto de competências Perceba que não se trata de um fenômeno aleatório, ao acaso, mas, ao contrário,
de caráter social e epidemiológico” estruturado, com determinações que podem ser razoavelmente bem identificadas
porque já integram o diagnóstico familiar e comunitário realizado pelas ESF.
Entre as competências esperadas para reflexão durante as atividades de Se-
minário Integradores 1 e 2 estão: A compreensão da situação sanitária, portanto, demanda a análise dos de-
terminantes socioeconômicos e ambientais, que ajudam a explicar a ocorrência dos
• - “Identificar as prioridades para a recuperação, proteção e promoção da agravos e óbitos.
saúde da população adscrita”;
A estrutura e desempenho da ESF e do sistema de saúde como um todo tam-
• - “Identificar as redes sociais e as forças políticas que atuam no território bém são fatores-chave. Esta análise está subdividida em Análise de Ambiente
de cobertura da ESF e que podem influenciar na atuação da ESF e no Interno e de Ambiente Externo.
cumprimento de sua responsabilidade sanitária”;
Em síntese, o que se pensou inicialmente foi o mapeamento dos principais
E, finalmente, entre as competências esperadas para reflexão durante as ativi- problemas de saúde e seus determinantes a partir das fichas vigentes do e-SUS APS,
dades de Seminário Integrador 3 citamos: baseando-se na Classificação Internacional de Atenção Primária (CIAP).
A Análise de Ambiente Interno corresponde a um esforço de diagnóstico
Mas a função Planejamento é inerente à toda ação
do trabalho da equipe de SF e do SUS ao qual se conecta, buscando construir uma
social que se destina a um fim, que tem uma finalidade
visão integrada das suas características internas. O objetivo é identificar pontos fortes 09 10
(ação teleológica, ação estratégica). Nesse sentido, o
e fracos.
universo do Planejamento não é impenetrável para os
não iniciados, pois planejamento, tanto quanto avaliação,
O ambiente externo de uma organização inclui todos os fatores externos
Lição 5 Analisar o processo de trabalho da Equipe de Saúde da Família e O planejamento serve exatamente para isto: determinar aonde queremos che-
a rede de serviços do Sistema Único de Saúde. gar (para que direção queremos conduzir nossa ação) e tomar as decisões pertinen-
tes que, acreditamos, nos levarão à Situação Objetivo (So). Na Saúde, o planejamen-
Vamos começar? to é a função que permite melhorar o desempenho, isto é, a eficiência e a eficácia dos
serviços no desenvolvimento das suas funções finalísticas de proteção, promoção,
Lição 1: A função do planejamento no processo de trabalho da ESF recuperação e reabilitação da saúde.
O que é Planejamento?
Além de poder contribuir para uma compreensão
mais ampla da “problemática” e para a construção das
melhores “ações” para o seu enfrentamento, trata-se de
O que você entende por Planejamento? Como pode
excelente ferramenta para a construção de consensos,
ser o planejamento aplicado no processo de trabalho da
compatibilizando as exigências de distintas visões de
ESF?
mundo e interesses dos atores.
Na esteira das políticas nacionais de descentralização administrativa e de res- Lição 2: Metodologia de Planejamento Local em Saúde
gate do poder local, há uma expectativa de que a Atenção Básica (AB) assuma a
responsabilidade pela definição de uma direcionalidade para suas práticas que seja, 11 12 Existem dezenas de metodologias diferentes de Planejamento em Saúde; todo
simultaneamente, coerente com os princípios doutrinários e organizativos do livro-texto sobre o assunto possui a sua. Para fins deste curso, optamos por selecionar
SUS, mas também com a realidade sócio-sanitária do território sob responsabilidade das uma que fosse adequada às necessidades da ESF no seu cotidiano, considerando-se
equipes multiprofissionais. a variável, crítica, “tempo” e a formação dos profissionais de saúde que a compõem.
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Optamos por eleger uma abordagem que oferecesse um instrumental prático, de fácil
operacionalização no nível local e que fosse coerente com os princípios doutrinários
Para saber mais sobre os Princípios doutrinários e e organizativos do SUS.
Organizativos do SUS e Atenção Básica, vá para o
material do módulo 3 da Unidade 1. Por todas as suas qualidades, o Método Altadir de Planificação Popular
(MAPP), de Carlos Matus, adaptado à realidade da ESF no Brasil, mas fundamentado
nos mesmos princípios do Planejamento Estratégico Situacional (PES), constituiu-
se no método eleito para este planejamento no nível local. É simples e criativo,
elaborado com o objetivo de viabilizar a planificação a partir de uma base popular,
Para se ter uma ideia de como a função Planejamento é central ao trabalho realizado mas suficientemente embasado teoricamente e testado empiricamente em centenas
pelas equipes de Saúde da Família, de 13 competências consideradas pelo Ministério da de experiências em toda a América Latina.
Saúde (MS) comuns a todos os profissionais da ESF, 5 se relacionam diretamente com
esta função:
Que tal conhecer algumas experiências usando o
1. Participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação MAPP?
da equipe, identificando grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos e
vulnerabilidades; Vá até o conteúdo do módulo 2 e utilize a mesma
estratégia de pesquisa em bases de dados (lição 4)
2. Manter atualizado o cadastramento das famílias e dos indivíduos no sistema e procure por outras experiências usando MAPP, por
de informação indicado pelo gestor municipal e utilizar, de forma sistemática, exemplo.
os dados para a análise da situação de saúde, considerando as características
sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do território,
priorizando as situações a serem acompanhadas no planejamento local; O planejamento deve resolver, na opinião de Matus, quatro questões cujo
enfrentamento corresponde a quatro “momentos” de um “processo contínuo”,
3. Realizar reuniões de equipes a fim de discutir em conjunto o planejamento apresentados no Quadro 1:
e avaliação das ações da equipe, a partir da utilização dos dados disponíveis;
Quadro 1 – Momentos do Planejamento Estratégico Situacional (PES)
4. Garantir a qualidade do registro das atividades nos sistemas nacionais de
informação da Atenção Básica; Questões a serem enfrentadas Momentos do PES
1º) Qual é a nossa “situação” (“a
5. Planejar e realizar outras ações e atividades de acordo com as prioridades
realidade a partir de várias perspectivas
locais. Momento Explicativo: como foi, é, tende
situacionais”, “explicações situacionais
a ser?
por problemas” e “explicação situacional
Coloque-se na situação de membro de uma equipe de síntese”)?
de Saúde da Família que tem, entre outras atribuições, 2º) Para onde queremos ir? Quais as me-
a de planejar e avaliar as ações que realiza. Mas, Momento Normativo: como deve ser?
tas a atingir? O que devo fazer?
considerando-se o tempo, sempre escasso, você 3º) Qual é a viabilidade do nosso Plano
concorda que planejar é, de fato, uma ação a ser (considerando-se os desafios representa-
priorizada pela equipe? Momento Estratégico: o que pode ser?
dos pelas restrições de recursos, sempre
escassos, e pelos obstáculos colocados)?
Reflita sobre uma uma intervenção que foi planejada,
4º) O que devo e posso fazer hoje, e
comparando-a, em termos de resultados, com outra que
todos os dias quando forem hoje, para Momento Tático-Operacional: o que fazer?
não foi.
que avancemos em direção à nossa
situaçãoobjetivo (So)?
Quer ajuda? Reveja o material do módulo 2 da Unidade 1
– Sobre comunicação.
Para Matus, todo processo de planejamento tem a pretensão de ampliar a
“capacidade de governo” (conjunto de destrezas, experiências, habilidades, teorias poderia ser útil para a transformação do atraso e da
e métodos de direção que uma equipe de trabalho dispõe), dar-lhe “direcionalidade” 13 14
pobre- za. “Entretanto, há uma coerência lógica entre
e, por esta via, ampliar a “governabilidade” (relação entre as variáveis que controla a história da Rússia, o processo revolucionário do
e que não controla), visando ao cumprimento de algum “projeto/propósito de governo”, início do século passado, a criação do Estado soviético
o que corresponde ao “triângulo de governo” matusiano (Figura 1). e o Planejamento Normativo no traçado dofuturo.
Jogo dos 13 Erros: um Decálogo lhe dá um grande sentido prático: “não ção tradicional da estratégica. Releia a Quanto aos prognósticos sobre
e três Advertências de Carlos deixa tempo para escrever 18 volumes”. Primeira Consideração. Invertendo ainda a evolução do ambiente externo,
Se não estiver ligada à ação no mais os termos de muitas das boas teorias relevantes para planos de longo prazo,
Matus 15 16
presente, pode ser futurologia, história, da Administração, Matus compreende costumam ser realizados pela adoção
não planificação. a Gestão como um momento (tático- de técnicas de cenários.
Os erros cometidos ao longo das
operacional) do processo, mais amplo, de
últimas décadas precisam ter servido como
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acordos.
requer um método particular dentro
do método geral estabelecido”.
Terceira Advertência
Nesse trabalho de construção, vocês
enfrentarão muitos problemas de Cientes de que não dispomos de
adaptação ou de criação metodológica uma ciência social suficientemente só-
que vocês mesmos terão de resolver, lida para acertar na análise causal das
caso a caso. conseqüências das decisões que to-
mamos, “devemos entender a pla- OS CEGOS E O ELEFANTE
Segunda Advertência nificação como um processo de John Godfrey Saxe (1816-1887)
aprendizagem-correção-aprendi-
“Devemos entender a Foram seis homens do Hindustão, inclinados para aprender muito, ver o Elefante.
zagem”.
planificação como uma dinâmica Embora todos fossem cegos,cada um, por observação, poderia satisfazer a sua mente.
de cálculo que precede e preside Temos de corrigir a trajetória a
a ação, que não cessa nunca, cada tempo, pois não somos capazes O Primeiro aproximou-se do Elefante e aconteceu de chocar-se contra seu am-
sendo processo contínuo, que de fazer um cálculo único de toda a plo e forte lado. imediatamente começou a gritar: “Deus me abençoe, mas o Elefante
acompanha a realidade mutável”. trajetória para atingir o objetivo. é semelhante a um muro”.
Um dos fatos que caracterizam o Planejar amplia a possibilidade O Segundo, pegando na presa, gritou: “Oh ! O que poderia ser assim tão re-
mundo atual é a velocidade e a intensidade de influir nos resultados futuros sem, dondo, liso e pontiagudo? Para mim está muito claro: esta maravillha de elefante é
das mudanças que ocorrem nos mais entretanto, garantir que se tenha muito semelhante a uma lança!”
variados campos da realidade. Isso nos controle total sobre eles.
coloca um sério problema de velocidade O Terceiro aproximou-se do animal e aconteceu de pegar a sinuosa tromba
de cálculo que devemos solucionar Planejamento Participativo em com suas mãos. Assim, falou em voz alta: “Vejo”, disse ele,”o Elefante é muito pare-
para não sermos historiadores. Além Saúde cido com uma cobra!”
disso, inviabiliza qualquer expectativa de
“controle total” ou de “predição”. O “planejador”, hoje em dia, é O Quarto esticou a mão, ansioso,e apalpou em torno do joelho. “Com que este
visto como facilitador do processo. Não animal se parece é muito fácil”, disse elle. Está muito claro que o Elefante é muito
Em verdade, o Plano deve que seu trabalho seja prescindível (e as semelhante a uma árvore!”
ser encarado como uma peça organizações tenham se dado conta de
O Quinto, por acaso, tocou a orelha e disse,: “Até um cego pode dizer com o que ele
de vida efêmera – o processo de que é perfeitamente possível apropriar-
se dos conceitos e ferramentas do se parece: negue quem puder. Esta maravilha de Elefante é muito parecido com um leque!’
planejamento, em si, é que deve ser
permanente – porque rapidamente planejamento e, desta forma, economizar
com consultores especializados), mas O Sexto, mal havia começado a apalpar o animal,pegou na cauda que balançava
vai perdendo sua atualidade face ao
por que este Planejamento deve ser e veio ao seu alcance. “Vejo”, disse ele, “”o Elefante é muito semelhante a uma corda!”
desenrolar da realidade, razão pela qual
precisa ser permanentemente revisado Participativo, o que alterou o papel
desempenhado pelo planejador! E assim esses homens do Hisdunstão discutiram por muito tempo, cada um
para se manter atual. A riqueza do
com a sua opinião, excessivamente rígida e forte. Embora cada um estivesse, em
planejamento está no processo em si
parte, certo, todos estavam errados!
Figura 3 – Modelo explicativo das condições de saúde da população ções. Na saúde, as informações necessárias dizem respeito tanto à caracterização
dos serviços de saúde como das pessoas que os utilizam (usuários).Antes disso, po-
23 24 rém, é preciso caracterizar o Território Sanitário onde as pessoas vivem e a equipe
multiprofissional trabalha.
O conceito de “território sanitário” que está sendo adotado neste curso é coeren-
te com o método de planejamento sugerido. Sendo assim, não é compreendido apenas
como um espaço geográfico, mas, sim, como o local em que se dá o processo de
vida da comunidade, a interação de distintos atores sociais com qualificações sociais,
econômicas, culturais, políticas, epidemiológicas e históricas distintas. Chama-se
de territorialização ao processo de reconhecimento e apropriação do território pelos
atores sociais.
Vimos no Quadro 1 que o planejamento deve resolver, na opinião de Matus, Mas atenção: este processo de territorialização não deve
quatro macro-questões cujo enfrentamento corresponde a quatro “momentos” de um se constituir em procedimentos rígidos pois a rigidez
processo contínuo de planejamento. No nível local, o primeiro momento, de Análise normativa é o caminho certo para o fracasso!
de Situação, também pode ser realizado por meio de quatro passos que, igualmente,
se retroalimentam:
1. Reconhecimento/apropriação do território sanitário (territorialização); Como os dados epidemiológicos coletados pelo IBGE e pela Secretaria de
Saúde não são suficientemente desagregados para construir o perfil demográfico e
2. Análise das condições de saúde da população adscrita e de seus epidemiológico da população residente na área de abrangência de cada equipe, o
determinantes sociodemográficos, ambientais e culturais; método de Estimativa Rápida Participativa (ERP) poderá ser adotado para
realizar esse processo de territorialização na micro-área.
3. Avaliação da estrutura e desempenho da Unidade de Saúde da
Família e do SUS em que se insere a Equipe; A estimativa rápida trabalha, fundamentalmente, com três fontes de dados:
registros dos SIS (fichas do e-SUS APS, registros do e-SUS.); entrevistas com
4. Identificação, descrição, seleção e análise dos problemas prioritários. informantes chave; e observação de campo. Para garantir o sucesso da pesquisa é
preciso realizar, minimamente, uma análise dos dados produzidos pela própria equipe,
De qualquer forma, só é possível planejar a partir do conhecimento do sistema a seleção dos informantes-chave e coordenar o trabalho de campo:
de saúde e do contexto em que ele se insere. O sucesso do planejamento, ou seja,
a efetividade dos resultados mantém relação direta com a qualidade dessas informa- a) Quanto às fontes dos dados, recomenda-se ecletismo, aproveitando-
se de todas as fontes que mereçam confiança, o que inclui:
• Os dados censitários e dos sistemas de informação em saúde (SIS) Figura 4 – Exemplo de Mapa utilizado pelo PSF/PACS
utilizados pelas equipes de saúde (fichas do e-SUS APS, registros do
e-SUS, certamente); 25 26
Podemos ter mapas confeccionados manualmente com auxílio da comunida- Lição 4: Análise das condições de saúde da população adscrita
de, mas também fotos de territórios utilizando recursos de informática ou internet. O
conjunto dos mapas feitos formará um grande mapa da área de atuação da equipe de 27 28 De uma maneira geral, a análise das condições de saúde da população visa:
Saúde da Família. Esse mapa, feito com todas as informações sobre a área, pode dar
origem a outros mais específicos em que podem ser destacadas informações das ruas, a) Compreender a evolução do quadro epidemiológico e identificar seus
caminhos e as linhas de ônibus de uma comunidade. Em uma região que chove muito, determinantes demográficos e socioambientais;
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Fichas vigentes em
Vamos construir um mapa?
https://sisaps.saude.gov.br/esus/
Você conhece o projeto WIKIMAPIA –Vamos descrever
o mundo todo! : https://pt.wikipedia.org/wiki/WikiMapia
O objetivo é conhecer as famílias residentes nas áreas de responsabilidade
Explore essa ferramenta. Será que já descreveram os das equipes de saúde, relacionando os seus integrantes, a situação de moradia e
centros de saúde mais próximos de você? Existe um outras informações necessárias para a programação das ações de saúde. A meta:
mapa da sua área de atuação (escolha para o TCC)? identificar e cadastrar 100% das famílias residentes na área de responsabilidade.
Contempla os logradouros (ruas, praças, caminhos), as
unidades residenciais sob responsabilidade da atenção
básica? http://wikimapia.org/
o indicador não traduz “risco” de adoecer nem de morrer. Exemplo: Mortalidade
Observe-se que o foco desta análise é dependente da Proporcional (n° de óbitos por uma causa ou grupo de causas dividido pelo total de
definição da Clientela adscrita. 29 30 óbitos ocorridos no mesmo período Δt). Neste caso, fala-se que “representam a fração
de contribuição de cada categoria com relação ao todo”, mas não um “risco” de
adoecer ou morrer.
Igualmente, os Indicadores de
65 a 69 0
Diferente é o caso da fração,
Saúde são medidas, quantitativas ou
70 ou mais 0
quando todas as unidades do numerador
qualitativas, utilizadas para dimensionar estão contidas no denominador, mas *Excluídos os Ignorados/Sem Informação.
Total 0 0 0 0
as condições de saúde de uma população
INDICADORES DE MORBIMORTALIDADE
Problemas relevantes para Crianças e Adolescentes:
A análise dos dados demográficos nos permite antecipar informações 31 32
importantes a respeito da população adscrita, prever necessidades em saúde maiores a) Puericultura (DNPM, rastreamento, h) Regurgitação e vômitos;
ou menores em tal sexo ou faixa etária, bem como permite antecipar a demanda prevenção de acidentes);
aos serviços de assistência pré-natal a partir da estimativa de gestantes residentes b) Aleitamento Materno e Alimentação i) Pé torto, Pé Chato;
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na micro-área. Mas estas informações terão outra função importantíssima: permitir Infantil;
a construção dos indicadores de morbimortalidade, servindo como denominadores c) Cólicas do lactente; j) Enurese;
para o cálculo dos coeficientes de incidência e prevalência. A incidência refere-se à d) Icterícia do RN; k) Puberdade precoce ou tardia;
ocorrência de casos novos de algum agravo ou doença em um intervalo de tempo e) Dermatite de Fraldas e Seborrêica; l) Acne e Seborréia;
Δt, enquanto a prevalência corresponde ao estoque de suscetíveis com o agravo ou
f) Problemas cirúrgicos (hérnia, fimose, m) Transtornos de aprendizagem e déficit
doença em um certo instante t.
criptoquirdia, hidrocele); de atenção;
De que adoece/morre a população? g) Problemas no umbigo do recém- n) Fluorose dentária;
nascido;
A pergunta a ser respondida aqui é: de que adoece/morre a população? o) Ortodontia preventiva e interceptativa p) Má Oclusão.
na APS;
Queixas mais frequentes em Atenção Primária em Saúde (APS) Problemas relevantes para as Mulheres:
a) Anemias; n) Transtorno Mental leve (ansiedade e a) Assistências Pré-Natal e ao Puerpério; d) Dor pélvica;
depressão); b) Intercorrências comuns (Emese, e) Doenças da mama;
b) Desnutrição energético-protéica; m) Dor torácica; DHEG, ITU, DM);
c) Gastrenterites; o) Tabagismo; c) Saúde Bucal no Pré Natal e Puerpério; f) Sangramento uterino anormal.
d) Cefaléias; r) Dor Abdominal;
Problemas relevantes para os Homens:
e) Doenças Respiratórias Agudas; s) Sintomas do Climatério;
f) Rinite, Asma e DPOC; t) Vaginites, vulvites e vaginoses; a) Dor escrotal;
g) Cárie Dentária e Gengivites; u) Infecções do Trato Urinário; b) Disfunção erétil;
h) Obesidade; v) Dermatites de Contato e diagnósticos c) Hiperplasia prostática benigna.
diferenciais;
i) Distúrbios do Metabolismo dos Lipídios w) Amenorréia; Problemas relevantes para os Idosos:
j) Hipertensão Arterial (infância e adulto); x) Dispepsias;
k) Diabetes - Tipo 1 e 2; y) Pediculoses; a) Perda da Acuidade Auditiva e Visual; e) Doença de Parkinson e tremores;
l) Síndrome Metabólica; z) Parasitoses b) Avaliação Cognitiva e Funcional: f) Osteoporose e Prevenção de quedas
autonomia, dependência e riscos; e fraturas;
Problemas relevantes comuns a todas as Idades: c) Demências; g) Envelhecimento saudável.
d) Incontinência Urinária;
a) Urgências e Emergências em APS h) Distúrbios do Sono;
(urticária, intoxicações, abdome agudo,
epistaxe, mordedura, queimadura, olho
vermelho, AVC);
b) Traumatismo dentário, doença perio- i) Convulsão/ Epilepsia;
dontal e gengivites;
c) Somatização e sintomas físicos inex- j) Perda de peso involuntária;
plicáveis;
d) Diagnóstico dermatológico; k) Desidratação;
e) Mancha e nevos; l) Dismenorréia;
f) Otite externa; m) Halitose;
g) Constipação; n) Hérnias da parede abdominal.
Porque a população adoece e Lição 5: Análise do processo de Análise do Ambiente Externo e potencial para contribuir ou prejudicar
morre por essas causas? trabalho da equipe e do Sistema Mapeamento dos Atores Sociais o trabalho da equipe, isto é, para as
condições de saúde da população sob
Local de Saúde
33 34
Mas porque a população adoece O ambiente externo de responsabilidade da ESF.
e morre por essas causas? Obviamente, a estrutura e uma organização inclui todos os
fatores externos que podem afetar o Oportunidades “são situações,
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Concretamente, as populações desempenho organizacional e até a sua tendências ou fenômenos externos à
de saúde como um todo também são
adoecem e morrem por razões bem sobrevivência. organização, atuais ou potenciais, que
fatores-chave para o êxito das ações de
determinadas. Perceba que não se podem contribuir em grau relevante e
saúde. Esta análise pode ser subdividida
trata de um fenômeno aleatório, ao Na busca de informações, a por longo tempo para a realização de
em Análise de Ambiente Interno e
acaso, mas, ao contrário, estruturado, organização precisa observar grande sua missão ou objetivos permanentes e
de Ambiente Externo. para o alcance de um bom desempenho”
com determinações que podem ser quantidade de sinais, bem como
razoavelmente bem identificadas porque diagnosticar as suas causas, para, enquanto as ameaças “podem
Análise do Ambiente Interno prejudicar o cumprimento de sua missão
já integram o diagnóstico familiar e seletivamente, analisá-los, visando
comunitário realizado comumente pelas compreendê-lo, pois a “organização que e o alcance de um bom desempenho”
A Análise de Ambiente Interno (PORTO, 1998).
ESF, no mínimo em termos de normas não conhece o ambiente externo onde
corresponde a um esforço de
antecedentes. está inserida e a sua potencialidade está
diagnóstico do trabalho da equipe Evidentemente, a relevância
fadada ao insucesso por despen- der
de SF e do SUS ao qual se conecta, desta exploração do ambiente externo
Indicadores Socioeconômicos buscando construir uma visão integrada
esforços redundantes e, muitas vezes,
de baixa eficácia” (MORESI, 2001). é bastante variável a depender
e Ambientais das suas características internas. Muito da organização que estivermos
comumente, o objetivo desta ativi- dade planejando e do território em que a
A compreensão da situação A elaboração do Plano exige,
é o de identificar pontos fortes e fracos. organização estiver situada. No caso
sanitária, portanto, demanda a análise, além disso, a necessidade de explicar a
realidade não apenas a partir de nosso de uma USF, pode se tratar de uma
também, dos indicadores e determinantes As “forças” são situações, micro-área “pobre” em termos de
socioeconômicos e ambientais, que lugar situacional, mas também a partir
tendências ou fenômenos internos organizações comunitárias, mas “rica”
ajudam a explicar a ocorrência dos da “visão dos outros”.
à organização que podem contribuir de organizações governamentais, por
agravos, doenças e óbitos na população. em grau relevante e por longo tempo exemplo; ou o contrário. De qualquer
O que é problema para mim pode
para o seu desempenho, enquanto forma, as oportunidades e ameaças,
Quanto aos determinantes ambien- ser, inclusive, oportunidade para outros
as “fraquezas” podem prejudicar este algumas vezes, serão definidas pelo
tais, o que se propõe é a análise do tipo de ato- res sociais. Portanto, não existe
desempenho. ambiente externo local; outras vezes,
habitação e abastecimento de água, desti- uma verdade única para os distintos
atores sociais. A explicação do “outro” pelo ambiente externo municipal/
no dos dejetos e do lixo, acesso à energia De uma maneira geral, a análise estadual/distrital/nacional/ internacional.
elétrica e situação da moradia; quanto aos é parte da realidade que devo explicar,
do ambiente interno visa:
determinantes socioeconômicos, o acesso faz parte da “situação”. Sugere-se
aos equipamentos urbanos, renda familiar, consolidar essa discussão em quadros Conclusão
1. Avaliar a estrutura e o
inserção no mercado de trabalho e ocupa- que sumarizem os “consensos”.
desempenho da organização Chegamos ao fim do material
ção do chefe de família e escolaridade da em relação ao cumprimento
Recomenda-se fortemente o teórico que o ajudará na construção do
mãe. da sua Missão institucional;
levantamento dos atores relevantes, seu trabalho de conclusão de curso.
É nossa expectativa de que “Oportunidades” e “Ameaças” no nível
2. Identificar e estabelecer Aguarde a disponibilização das
estes indicadores relativos à micro- da USF mas também da região de
uma hierarquia de forças e tarefas avaliativas e o do campo para
área adscrita, quando comparados saúde, da UF e do país nesta etapa do
fraquezas que determinam incluir o produto 1 do seu TCC.
com as médias nacionais, estaduais planejamento.
as potencialidades da
ou municipais, permitirão avaliar/julgar organização;
Observe que os atores sociais Até lá, continue explorando o
situações sanitárias problemáticas
podem ser pessoas (lideranças conteúdo disponibilizado e acompanhe
e priorizar problemas geradores de 3. Identificar as principais
comunitárias, por exemplo), mas a liberação das tarefas no ambiente
problemas que, se corretamente causas dessas forças e
também instituições governamentais virtual.
enfrentados, permitirão melhorar as fraquezas.
condições de saúde e a qualidade de e não-governamentais que têm
Boa reflexão!
vida da população.
SO E DA QUALIDADE DA ATENÇÃO BÁSICA / Manual de Instruções. – Brasília : UFPEL. CADERNOS DA UBS in Especialização em Saúde da Família– EAD. Pelotas,
Ministério da Saúde, agosto de 2011. UFPEL/UNASUS, 2011.
CAMPOS, GWS. O ANTI-TAYLOR: SOBRE A INVENÇÃO DE UM MÉTODO PARA VIACAVA, F et al. UMA METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO
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