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Jeremias Manuel
Nataniela Victor da Silva Machirica
Rodolfo Rodrigues Magalhães1
1
Estudantes no terceiro ano do curso de biblioteconomia e documentação, na Escola Superior
de Jornalismo-Manica
RESUMO
ABSTRACT
The article presents a study on the reference service in which the objective is to understand its
role in the current context. The reference service is one of the activities of the library that has
been using the facilities offered by technology, mainly with the development of the internet
and the numerous tools it offers, favoring, above all, the retrieval of information. Digital
reference services can be considered as an evolution of library services via the Internet. the
reference service, whose purpose is to provide assistance to the user and favor access to
information sources, is inscribed in the virtual world, seeking to optimize access to
information and meet repressed demands. The reference service is one of the library services
that most needs to adapt to user behavior, as it performs its functions not to offer a final
product, but to develop the service together with the user, so the communication established
regardless of the medium must be able to to reach an understanding so that the search for
information is successful. Therefore, the impact of the use of technologies in the practice of
the reference service is highlighted.
KEYWORDS: Reference Services; Information; Paper; topicality
INTRODUÇÃO
A biblioteca deve garantir o acesso destes últimos, uma vez que, de acordo com Guinchat e
Menou (1994, p. 347), “a difusão da informação é a razão de ser das unidades de informação
e deve ser sua preocupação principal”. Com o advento da internet, novas demandas surgiram,
portanto as bibliotecas devem acompanhá-las e estar prontas para atendê-las. As novas
tecnologias trouxeram também novos desafios; as fontes se expandiram e a informação não é
mais somente impressa. Houve aumento da produção bibliográfica e os meios de
comunicação estão, cada vez mais, aproximando o usuário remoto da informação de que
necessita.
Serviço de referência
Para isso, há o Serviço de Referência Educativo (SRE), com ações que devem incorporar o
conceito da competência em informação em suas práticas e contribuir ativamente para
facilitar o desenvolvimento ou a melhoria das habilidades, conhecimentos e atitudes de seus
usuários em relação à informação, tornando-os aprendizes ao longo da vida (FELÍCIO, 2014).
Os serviços de referência, nesse novo contexto de uso de tecnologias aplicadas aos mesmos,
ampliaram o leque de ofertas que podem ser feitas aos usuários. O SRI, com seu papel
fundamental dentro das bibliotecas tradicionais, agora tem uma interação maior com o
ambiente on-line – essa modalidade de serviço passa a se chamar Serviço de Referência
Virtual (SRV). De acordo com Pessoa e Cunha (2007) “com a utilização da internet, as
bibliotecas passaram a oferecer serviços de referência digital, prestando um melhor
atendimento tanto aos usuários presenciais, como aos usuários remotos”.
De acordo com Grogan (2001), o Processo de Referência vai além da assistência efetivamente
prestada ao usuário que tem um problema informacional – representa a totalidade. À atividade
que envolve o consulente, e durante a qual se executa o Serviço de Referência, o autor reúne
duas fases: as ações que o bibliotecário executa para localizar as respostas às questões que são
demandas e a etapa considerada crucial no processo, que é quando o usuário e o bibliotecário
analisam juntos a natureza do problema apresentado.
Porém, o processo normal é constituído de oito etapas, quais seja o problema, a necessidade
de informação, a questão inicial, a questão negociada, a estratégia de busca, o processo de
busca, a resposta e a solução. De acordo com Figueiredo (1991), o Serviço de Referência
pode se diferenciar de acordo com o tipo de biblioteca e de seus usuários, mas o processo de
demandas informacionais desses últimos possivelmente permanece o mesmo, seja para um
aluno de biblioteca escolar ou para um cientista; nesse caso, o processo a ser realizado é
análogo.
A autora afirma ainda, que o Processo de Referência é dividido em seis etapas: seleção da
mensagem; negociação; seleção da resposta; renegociação; desenvolvimento das estratégias
de busca; busca da informação. Ali, o usuário e o bibliotecário estão envolvidos, juntos, em
quatro fases: na seleção da mensagem, na negociação, na seleção da resposta e na
renegociação. As fases de desenvolvimento das estratégias de busca da informação são
realizadas somente pelo bibliotecário.
De acordo com Rostirolla (2006), o Processo de Referência Virtual (PRV) caracteriza-se pela
interação on-line do usuário com o bibliotecário em todas as etapas do processo, onde se faz
uso de recursos tecnológicos como chats, teleconferências e outros, que possibilitam a
interação em tempo real, que se dá na elaboração de perguntas e nas respostas dadas pela
referência. Outro recurso que faz parte desse processo é o e-mail, considerado pela autora o
mais utilizado, embora o tempo de respostas pela parte dos bibliotecários possa variar de uma
biblioteca para outra.
De acordo com Pinto (2017, p. 245), a principal diferença entre o Processo de Referência
tradicional e o virtual está no espaço digital on-line, que possibilita novas “formas de
comunicação, mais interativas e colaborativas, além do tempo/espaço entre
usuários/bibliotecários, facilitadas por recursos de informação digitais e ferramentas
tecnológicas de comunicação síncronas e assíncronas”.
Para o Rostirolla (2006, grifo nosso) o PRV envolve 5 etapas: Problema ou questão de
referência: identificação das necessidades de informação do usuário virtual através da questão
inicial recebida por email; Negociação da questão: reformulação da questão inicial enviado
pelo usuário, se necessário; Estratégia de busca: elaboração do roteiro com a seleção das
fontes de informação que serão pesquisadas, seleção de palavras-chave ou expressões de
busca; a própria busca em si (recuperação da informação); Resposta: Preparação da resposta;
transmissão e comunicação dos resultados obtidos (referências e/ou links de acesso
pertinentes; Avaliação: confirmação e feedback do usuário sobre resposta enviada por email.
O processo de referência
De acordo com Grogan (1995, p. 51), é conveniente “[...] traçar toda a sequência lógica das
etapas decisórias encadeadas que constituem o processo normal de referência.”. Estas etapas
são: o problema; a necessidade de informação; a questão inicial; a questão negociada; a
estratégia de busca; o processo de busca; a resposta; a solução. No Anexo A, consta o
fluxograma do processo de referência. O processo de referência inicia com o problema
identificado pelo próprio usuário, algo que lhe desperte atenção, interesse, curiosidade e pode
ser de origem interna ou externa.
Conforme Grogan (1995, p. 51), “um problema externo decorre do contexto social ou pelo
menos situacional do indivíduo; um problema interno é de origem psicológica ou cognitiva,
surgindo na mente da pessoa.”. A partir deste problema, independente de sua origem, surge a
necessidade de informação, o momento em que o usuário apresenta seus interesses ao
bibliotecário, formulando a questão inicial, terceiro passo do processo de referência.
Do momento em que surge a dúvida acerca de determinada questão, até a decisão de buscar
ajuda de um profissional da informação, todo o processo disse respeito exclusivamente à
pessoa que está às voltas com o problema. É neste momento, quando apresenta a questão
inicial ao bibliotecário, que se inicia o processo de referência. A partir da questão inicial, é
necessário que o bibliotecário avance para o quarto passo: a questão negociada, onde o
profissional solicita esclarecimentos acerca da questão exposta, para que possa adequá-la à
real necessidade do usuário e ajustá-la à linguagem utilizada na biblioteca:
A maneira como o usuário formula a questão, o modo como se comunica e a linguagem que
utiliza pode facilitar ou não a recuperação da informação. Assim, o bibliotecário precisa
interpretar e transpor esta linguagem e aplicá-la à terminologia adequada do sistema. A
segunda decisão da estratégia de busca é identificar qual o roteiro mais adequado e quais
fontes ideais para realizar a pesquisa.
De acordo com Grogan (1995, p. 53) “[...] trata-se geralmente de uma escolha que passa por
três etapas: primeiro, seleciona-se a categoria da fonte, depois a fonte específica dentro desta
categoria, e finalmente os pontos de acesso específicos dentro desta fonte.”. Estas fases da
segunda decisão podem ser alternadas ou repetidas, isto depende se a resposta encontrada
satisfará ou não a necessidade informacional do usuário.
O sexto passo, o processo de busca, é a aplicação da estratégia de busca que mais se adequa à
situação, previamente determinada pelo bibliotecário. Em relação a esta etapa Grogan (1995,
p. 53) afirma que
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O usuário ao procurar pelo serviço de referência busca por orientação sobre como conduzir
suas buscas, resolver um problema, sanar uma carência informacional e selecionar a
informação relevante de que necessita. Ao se tratar de um atendimento virtual, por exemplo,
este usuário carece de atenção especial e uma efetiva orientação quanto à utilização das
ferramentas e serviços, tais como mecanismos de busca, catálogos e bases de dados online,
sites de pesquisa, entre outros. Cabe ao bibliotecário responsável pelo serviço de referência
desempenhar esse papel fundamental na orientação dos usuários.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FELÍCIO, Joana Carla de Souza Matta. Serviço de referência educativo (SRE) em bibliotecas
universitárias: análise das práticas voltadas ao desenvolvimento da competência em
informação de seus usuários. 2014. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) –
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2014.
LANKES, R. David. The atlas of new librarianship. Cambridge, Mass.: MIT Press, c2011. xv,
408 p.
MACEDO, Neusa Dias de. Princípios e reflexões sobre o serviço de referência e informação.
Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, n.1, v.23, p. 9-37,
jan./dez, 1990.
ROCHA, Janicy Aparecida P.; SIRIHAL DUARTE, Adriana Bogliolo; PAULA, Claudio
Paixão Anastácio de. Modelos de práticas informacionais. Em Questão, n. 1, v.23, jan.-
abr./2017, p. 36- 61.