Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Agnaldo Jacinto
Assucena Sábado Elias
Eugenia Oliveira 1
RESUMO
ABSTACT
The research analyzes the role of the university librarian in the normalization of academic works at
Higher School of Journalism- Manica. The research is exploratory, qualitative in nature and was
supported by bibliographic research. Documents were used as data collection techniques, in such a
way that content analysis was used for their analysis. With the accomplishment of the research, it was
concluded that the university went from a passive institution to an active institution, where its
student’s study and practice science through research carried out during the course and at the end of it.
The librarian's work space comprises the reference sector and the technical processing sector. Among
some attributions, it is also the role of the librarian, to know how to overcome the difficulties created
by the user, as well as to know how to control the other factors involved in the service process to
achieve the accomplishment of his task, which is to provide the information requested by the user
within the smallest possible time. possible term. Thus, fulfilling one of the five laws of librarianship -
saving the user's time.
Keywords – Key: librarian - university - standardization - academic works
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A competência informacional é um processo que permeia o trajeto da pesquisa desde a
identificação da necessidade informacional à aplicação e comunicação do conhecimento
adquirido, gerando com isso novos questionamentos e estratégias, além de contribuir na
formação de indivíduos que saibam aprender a aprender ao longo da vida. Para tanto, a
1
Alunos do 3o ano do curso de Biblioteconomia e Documentação
sociedade da informação tem requisitado habilidades, necessidades e competências que
possibilitem o desempenho eficaz e eficiente das pesquisas no contexto acadêmico. Assim, o
professor, sendo um agente formador e multiplicador, pode colaborar para que a prática do
ensino e da pesquisa esteja pautada numa educação contínua, mediada pela sua atuação frente
às tecnologias da informação e comunicação (TIC’s)
A Escola Superior de Jornalismo (ESJ) é uma instituição pública de ensino superior, que
lecciona cursos de Licenciatura em Ciências da comunicação e Ciências Documentais em
Moçambique. Criada em 2008, a Escola Superior de Jornalismo (ESJ) tem como vocação
realizar actividades de formação, pesquisa e extensão na área de comunicação.
A ESJ iniciou as suas actividades académicas no ano de 2009, com cerca de 75 estudantes em
três cursos de licenciatura em ciências da comunicação nas especialidades de Jornalismo,
Publicidade e Marketing e Relações Públicas, em 2010 introduziu o curso de Biblioteconomia e
Documentação. Actualmente conta com cerca de 400 estudantes, 60 docentes e 39 funcionários
do corpo técnico administrativo, a ESJ é a segunda instituição pública de nível superior a
leccionar cursos de Ciências da Comunicação e a primeira do género a formar profissionais nas
áreas de Relações Públicas, Publicidade e Marketing, e Ciências Documentais, prevendo-se
para os próximos anos, a introdução de novos cursos nas áreas de comunicação e informação.
Nos termos dos seus estatutos, a ESJ tem como principais objectivos a realização de
actividades nos domínios do ensino, da formação profissional, da investigação e da prestação
de serviços à comunidade, regendo-se por padrões de qualidade que assegurem uma resposta
adequada às necessidades do país.
Assim, esta pesquisa tem como ponto de partida o seguinte questionamento: qual o papel do
bibliotecário universitário na normalização dos trabalhos acadêmicos? Pelo exposto,
estabeleceu-se os seguintes objetivos: identificar o papel do bibliotecário universitário na
normalização dos trabalhos acadêmicos; delinear o nível de conhecimento dos bibliotecários na
normalização dos trabalhos acadêmicos; e, mapear quais as habilidades inerentes a competência
informacional destes bibliotecários.
2. ASPECTOS METODOLOGICOS
Para cumprir com os objectivos almejados, delineou-se uma pesquisa de cunho qualitativo
combinando-se a Pesquisa Bibliográfica. Segundo os autores CHUEKE e LIMA (2012, p. 03):
A pesquisa bibliográfica, considerada uma fonte de coleta de dados secundária, pode ser
definida como: contribuições culturais ou científicas realizadas no passado sobre um
determinado assunto, tema ou problema que possa ser estudado (LAKATOS & MARCONI,
2001; CERVO & BERVIAN, 2002).
Em suma, todo trabalho científico, toda pesquisa, deve ter o apoio e o embasamento na
pesquisa bibliográfica, para que não se desperdice tempo com um problema que já foi
solucionado e possa chegar a conclusões inovadoras (LAKATOS & MARCONI 2001).
Como técnica de análise de dados, usou-se a análise de conteúdo, na qual BARDIN (2011)
aponta que o termo análise de conteúdo designa:
um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando a
obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição
do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não)
que permitam a inferência de conhecimentos relativos às
condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas
mensagens (BARDIN, 2011, p. 47).
GODOY (1995b), afirma que a análise de conteúdo, segundo a perspectiva de Bardin, consiste
em uma técnica metodológica que se pode aplicar em discursos diversos e a todas as formas de
comunicação, seja qual for à natureza do seu suporte. Nessa análise, o pesquisador busca
compreender as características, estruturas ou modelos que estão por trás dos fragmentos de
mensagens tornados em consideração.
Segundo LAVILLE & DIONE (1999), por meio da análise de conteúdo, procura-se desmontar
a estrutura e os elementos do conteúdo, com vistas a esclarecer suas diferentes características e
significação. Contudo, eles alertam colocando que a análise de conteúdo não é, como se
poderia imaginar, um método rígido, no sentido de que, percorrendo uma sequência fixa de
etapas, fatalmente se obtêm os resultados desejados.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
A biblioteca universitária
A biblioteca é uma das instituições mais antigas do mundo. Embora tenha sido estruturada,
utilizada e gerida de forma diferente ao longo dos tempos, sua capacidade de adaptação em face
das transformações sociais torna-a um organismo mutante, o qual acompanha as mudanças e se
renova constantemente, garantindo sua perpetuação. Das páginas em argila às páginas da
internet, a biblioteca vem servindo o ser humano, principalmente quanto às atividades de
organização, tratamento, preservação e disseminação da informação produzida na sociedade.
As bibliotecas universitárias são instituições de ensino superior e estão voltadas para atender as
necessidades de todos os membros da comunidade acadêmica da qual fazem parte, mas num
processo dinâmico, onde cada uma de suas atividades não é desenvolvida de maneira estática e
mecânica, mas com o intuito de agir interativamente para ampliar o acesso à informação e
contribuir para a missão da universidade.
Há três tipos de usuários das bibliotecas universitárias: usuário direto, usuário autorizado e
usuário externo. Os usuários diretos são todas aquelas pessoas que estão inseridas na
comunidade acadêmica, ou seja, os alunos e professores. Os usuários autorizados são aqueles
usuários que, através de convênios (acordos), utilizam os serviços da biblioteca, sendo eles de
outra comunidade acadêmica. Os usuários externos são constituídos pela comunidade de fora
da academia. Há algumas bibliotecas que prestam serviços e produtos tanto para a comunidade
de educação básica quanto para a comunidade do ensino superior. (BATTLES, 2003).
Tais bibliotecas são chamadas de “bibliotecas escolares-universitárias”, que têm como funções
priorizar atividades para o desenvolvimento do ser humano. Isto significa que precisam
acompanhar as propostas do elenco das disciplinas, acompanhar as necessidades
informacionais da comunidade educacional. A finalidade da instituição educacional consiste
em preparar o educando para interagir na sociedade, contribuindo para o seu desenvolvimento
intelectual e pessoal. (MORAES, 2006, p. 9-10)
A automação das bibliotecas e, consequentemente, dos serviços prestados aos usuários, que
implicam o uso cada vez mais constante das tecnologias de informação e comunicação, fez com
que a sociabilidade entre as pessoas envolvidas se modificasse substancialmente. Tais
tecnologias permitem a manipulação de diferentes mídias que possibilitam o estabelecimento
de uma relação direta e interativa entre o sujeito e o conhecimento científico (troca de
informações). Isso tudo trouxe maior rapidez no acesso e transferência da informação e também
autonomia em relação aos serviços mediados pelos bibliotecários no processo da busca de
informação, em escala mundial.
Precisa ser um profissional atencioso e respeitar as dificuldades do seu público que, na maioria
das vezes, tem grande dificuldade em explicitar suas dúvidas, o que o torna retraído em buscar
ajuda. Os usuários precisam de alguém que os auxilie a traduzir a linguagem naturalmente
usada no cotidiano para a linguagem controlada de uma unidade de informação. Esta linguagem
documentária construída com a finalidade de organizar a informação de maneira representativa
possui terminologia e estrutura diferentes e peculiares, uma vez que é representada por
catálogos, índices e números de classificação.
De acordo com FIGUEIREDO (1999b, p. 101), a observação do fator humano é fundamental,
não adianta disponibilizar uma coleção perfeita se o bibliotecário não souber adaptar os seus
recursos ao comportamento humano, lembrando que os usuários também são imperfeitos ao
buscar informações. A formação do bibliotecário como profissional da informação deve
objetivar a mudança de condição de um profissional organizador e armazenador de informação
para a condição de um profissional criativo, capaz de gerir e compreender as necessidades
informacionais de seu público, agregando valor e funcionalidade às informações.
Já para FIGUEIREDO (1992) no setor de referência se faz necessário que o bibliotecário sinta
o usuário como ser humano em busca de uma ajuda para resolver o seu problema de
informação como um alguém que pode ser totalmente estranho e às vezes até adverso ao
ambiente da biblioteca. Dentre algumas atribuições também é papel do bibliotecário, saber
como vencer as dificuldades criadas pelo usuário, bem como saber controlar os outros fatores
envolvidos no processo de atendimento para atingir a concretização da sua tarefa, que é a
prestação da informação solicitada pelo usuário dentro do menor prazo possível. Cumprindo
assim, uma das cinco leis da biblioteconomia -poupar o tempo do usuário.
De acordo com FIGUEIREDO (1992, p. 60), para que esta tarefa se realize se faz necessário
que o bibliotecário seja: conscientizado, alertado e treinado nas Escolas de Biblioteconomia a:
É sabido que as atribuições do bibliotecário de referência vão além do fato de esse profissional
ser um facilitador da informação. Cabe a esse profissional, assistir ao aluno/pesquisador com
programas de treinamento que os ensinem a normalizar seus trabalhos. Para isso, esse
profissional tem como incumbência criar um manual com conjunto de normas da ABNT
referentes à normalização documentaria: os famosos Guias para Elaboração de Trabalhos
Acadêmicos. Esses guias fornecerão apoio à normalização das monografias, dissertações e
teses. Vale lembrar que é dever de cada bibliotecário fazer com que o corpo docente e o corpo
discente universitário percebam a relevância de sua atuação, tão bem definida por MILANESI
(1993, p. 107):
Nesse sentido, cabe aos bibliotecários refletir no tocante às novas práticas, mudanças e
exigências dos usuários, avaliando as atividades e os serviços informacionais que virão suprir
as necessidades destes, ficando a par do elo estabelecido no universo bibliográfico,
relacionando-se com outras bibliotecas, instituições e ou organizações. O bibliotecário precisa
conhecer os diferentes recursos digitais e necessita assumir novos perfis, principalmente
perceber a importância do uso e da recuperação de informações para a geração e a transmissão
de novos conhecimentos.
De acordo com CABRAL (1999), o papel do bibliotecário, diante da força e do status adquirido
por essa nova ordem social na sociedade pós-moderna, deve colocá-lo numa posição
politicamente coerente e crítica, a fim de que possa atuar os novos serviços que advêm das
novas tecnologias e que englobam nos produtos e serviços tradicionais uma nova configuração
e outras possibilidades, como é o caso das redes sociais. Além desses aspectos, Andrade et al.
(2000) ressaltam que, com o crescente uso de fontes de informação on-line, a biblioteca
universitária necessita, também, migrar para a Era digital, prestando serviços que possam dar
suporte às atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Por outro lado, NATHANSOHN (2003) afirma que aqueles que lidam com a informação como
atividade final, se encontram mais que nunca, desafiados: as inovações tecnológicas vêm
encurtando o tempo e o acesso às informações de forma impossível de prever a poucos anos
atrás. Antes, as pessoas se deslocavam espacialmente em busca do saber, mas, hoje em dia,
“com o advento das redes, pela alta velocidade da transferência interativa, o saber virtualmente
se move em direção às pessoas.” (NATHANSOHN, 2003, p. 24).
Neste contexto, tudo é rápido e preciso como fecho de raio laser, “tempo é ouro” não podemos
desperdiçá-lo. A informação é o ponto chave para esse despertar de novidades tecnológicas.
Cabe às bibliotecas universitárias o papel de perceber e absorver esse fecho, sobretudo, pelo
fato dos docentes, objeto de estudo dessa proposta, estarem continuamente trabalhando na
realização de pesquisas e na publicação de artigos em periódicos científicos. Portanto, essas
bibliotecas têm o dever de diminuir a ansiedade pela informação de que estes usuários
necessitam, oferecendo serviços rápidos e precisos. Se conseguirem diminuir essa ansiedade,
estarão cumprindo seu papel.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70. 1995
BATTLES, M. A conturbada história das bibliotecas. Trad. João Vergílio Galerani Cuter.
São Paulo: Planeta do Brasil, 2003.
CABRAL, Ana Maria Rezende. Ação cultural: possibilidades de atuação do bibliotecário.
In: VIANNA, Márcia Milton; CAMPELLO, Bernadete; MOURA, Victor Hugo Vieira.
Biblioteca escolar: espaço de ação pedagógica. Belo Horizonte: EB/UFMG, 1999. p. 39-45
CURY. Maria Catarina; RIBEIRO, Maria Solange Pereira; OLIVEIRA, Nirlei Maria.
Bibliotecário universitário: representações sociais da profissão. Disponivel em:
http://www.brapci.ufpr.br/index.php?dd60=1&dd61=met%E1fora&acao=busca.
CRESWELL, Jackson W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto.
Tradução Luciana de Oliveira da Rocha. 2. ed. Porto Alegre: Artmed. 2007
DESHAIES, Bruno. Metodologia da investigação em ciências humanas; Lisboa: Instituto
Piaget.1992
DUDZIAK, Elisabeth Adriana; GABRIEL, Maria Aparecida; VILLELA, Maria Cristina Olaio.
A educação de usuários de bibliotecas universitárias frente à sociedade do conhecimento e
sua inserção nos novos paradigmas educacionais. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 11., 2000, Florianópolis. Anais... Florianópolis: UFSC,
2000.
ESTEVES, Marlen. (. Análise de Conteúdo. in Jorge Ávila de Lima & José Augusto Pacheco
(Orgs.). Fazer Investigação. Contributos para a elaboração de dissertações e teses. Portugal:
Porto Editora 2006.
FIGUEIREDO, Nice Menezes. Serviços, referências e informação. São Paulo: Polis, 1992.
FORTIN, M. O processo de Investigação: da concepção à realização. Lusociência: Loures.
1996
GIL, Antonio. Métodos e técnicas de pesquisa social. ed. São Paulo: Atlas. 1998
MORAES, R. B. Livros e bibliotecas no Brasil Colonial. 2. ed. Brasília, DF: Briquet de
Lemos, 2006.
NATHANSOHN, B. M. Estudo de usuário online: barreiras no processo de interatividade.
2003. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Programa de Pós-Graduação em
Ciência da Informação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto Brasileiro de Ciência
e Tecnologia, Rio de Janeiro, 2003.
OTLET, P. Traité de documentation. Le livre sur le livre. 2. ed. Liège: Centre de lecture
publique de la communauté française de Belgique, 1989.
SILVEIRA, Denise. & CÓRDOVA, Fernanda. A pesquisa científica. Métodos de pesquisa.
Porto Alegre: Editora UFRGS. 2009
SANTOS, Mônica Paiva; FREIRE, Gustavo Henrique de Araújo. Formas de aprendizagem
no desenvolvimento da competência informacional dos professores associados I do centro
de tecnologia da UFPB. Perspectivas em Gestão & Conhecimento, João Pessoa, v. 2, número
especial, p. 40-56, out. 2012.
VALA, J. Análise de Conteúdo. in Augusto Santos Silva & José Madureira Pinto (Orgs.).
Metodologia das ciências Sociais. Porto: Afrontamento, 1986.