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RESUMO:
O artigo analisa o papel do bibliotecário na sociedade da informação, partindo do pressuposto
de que o mundo globalizado exige profissionais cada vez mais qualificados, com habilidades
para tomar decisões e bem se relacionar. Os profissionais e as unidades de informação são
levados, cada vez mais, a participar ativamente do fluxo internacional de informações. Esta
participação se efetua através da prestação de serviços a usuários virtuais que podem estar
localizados em qualquer lugar do planeta. A atuação do profissional de biblioteconomia na
atual sociedade é um desafio, e deve ser enfrentado. Afinal temos os meios, as tecnologias,
nossas extensões, que como tal, devem ser manipuladas por nós. A participação de cursos,
atualização bibliográfica, enfim a educação continuada deve ser uma prática. A necessidade
de preparação para essa nova realidade, destarte, é imprescindível. Mas é importante que essa
não seja apenas técnica, mais também política, para que não sejamos manobrados, podendo
agir de forma consciente. Importa também que nosso papel como “facilitador”, como
“filtrador” do excesso informacional atual, não implique em censura, pois essa quebraria o
nosso compromisso profissional.
PALAVRAS-CHAVE: Bibliotecário-Sociedade-Informação
ABSTRACT
The article analyzes the role of the librarian in the information society, based on the
assumption that the globalized world requires increasingly qualified professionals with skills
to make decisions and relate well. Professionals and information units are increasingly led to
actively participate in the international flow of information. This participation takes place
through the provision of services to virtual users who can be located anywhere on the planet.
The role of the librarianship professional in today's society is a challenge, and must be faced.
After all, we have the means, the technologies, our extensions, which, as such, must be
manipulated by us. Participation in courses, bibliographic updating, in short, continuing
education must be a practice. The need to prepare for this new reality is therefore essential.
But it is important that this is not only technical, but also political, so that we are not
manipulated, being able to act consciously. It is also important that our role as a “facilitator”,
as a “filter” of the current informational excess, does not imply censorship, as this would
break our professional commitment.
KEYWORDS: Librarian-Society-Information
INTRODUÇÃO
1
Escola Superior de Jornalismo, curso de biblioteconomia e documentação, 3o ano
A sociedade tem passado por profundas transformações que atingem os mais variados
sectores de actividades. Dentre essas mudanças que ocorreram com mais intensidade, a partir
das últimas décadas do século XX, destaca-se aquela que diz respeito ao valor e poder da
informação. Seu efeito foi tão expressivo, que hoje em dia vive-se a chamada ‘’sociedade da
informação’’ (SI), onde o uso estratégico e eficaz da informação é factor de competitividade e
gerador de novos conhecimentos.
Essa explosão informacional (Saracevic, 1996) sobretudo, com forte recurso às tecnologias
favoreceu, por outro lado, o acesso ao uso da informação, fazendo com que, por exemplo, o
profissional da informação aprimorasse suas competências profissionais, com o intuito de
atender a essas necessidades. Corroborando com o exposto, Silva (2009, p.20) faz saber que o
bibliotecário “ […] foi impelido na busca de novas técnicas de comunicação com novos
propósitos de trabalho, actuando como um agente da informação na construção de um modelo
informacional adaptado às novas realidades impostas pela sociedade.”
Portanto, cabe ressaltar que o profissional da informação incorporou em seu trabalho, novas
técnicas de comunicação, desempenhando suas funções como agente da informação na
construção da sociedade. É nesta perspectiva que o profissional da informação deve-se
constituir em um agente apto a exercer esse relevante papel, na medida em que busca,
selecciona, organiza, divulga e dissemina informação.
Sua actividade está pautada no acompanhamento das mudanças sofridas pelas organizações e
pela sociedade, devendo estar preparado para executar com habilidade e competência as
actividades sob sua responsabilidade. Como essa preparação inclui actualização profissional e
direccionado da conduta profissional, seu perfil tem evoluído de acordo com as exigências do
mercado do trabalho e, também, de acordo com os desafios que lhe são colocados.
A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
A Sociedade da Informação surgiu no século XX no momento em que a tecnologia teve
grandes avanços e diz respeito a nossa sociedade atual, onde a informação se tornou uma
ferramenta de fácil acesso e essencial para o desenvolvimento pessoal e coletivo.
Tendo como objetivo promover a inovação tecnológica, a sociedade da informação visa tornar
os processos de comunicação mais ágeis e eficientes para auxiliar no desenvolvimento das
organizações e instituições de ensino unindo pesquisa e informação.
Estas tecnologias não transformam a sociedade por si só, mas são utilizadas pelas pessoas em
seus contextos sociais, econômicos e políticos, criando uma nova comunidade local e global:
a Sociedade da Informação.” (GOUVEIA, 2004).
Alguns dos marcadores dessa mudança constante podem ser tecnológicos, econômicos,
ocupacionais, espaciais, culturais ou uma combinação de todos eles. A sociedade da
informação é vista como uma sucessora da sociedade industrial. Conceitos intimamente
relacionados são a sociedade pós-industrial (pós-fordismo), sociedade pós-moderna,
sociedade da computação e sociedade do conhecimento, sociedade telemática, sociedade do
espetáculo (pós-modernismo), Revolução da Informação e Era da Informação, sociedade em
rede (Manuel Castells) ou até a modernidade líquida.
PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO
Para Baptista e Mueller (2004) consideram que, Os profissionais da informação são aqueles
que estão vinculados profissional e intensivamente a qualquer etapa do ciclo de vida da
informação e, portanto devem ser capazes de operar efeciente e eficazmente tudo que se
relacciona com o maneio da informação em organizações de qualquer tipo ou em unidades
especializadas de informação (BAPTISTA e MUELLER, 2004, p.42)
Para Baptista (2000), o problema não se refere apenas a diversiddade de nomenclanturas, mas
ao reconhecimento social do profissional e à identificação de sua área de formação. A
classificação brasileira de ocupações, reconhece, nomeia e codifica os títulos e descreve as
características das ocupações do mercado do trabalho do profissional da informação no
contexto brasileiro. Estes profissionais, disponibilizam informação em qualquer suporte,
gerenciam unidades como bibliotecas, centros de documentação e informação, além de redes
e sistemas de informação. Tratam tecnicamente e desenvolvem recursos informacionais:
disseminam informação com o objectivo de facilitar o acesso e geração do conhecimento,
desenvolvem estudos e pesquisas; realizam difusão cultural; desenvolvem acções educativas e
podem prestar serviços de assessoria e consultoria.
Embora não haja consenso sobre todas as profissões que poderiam ser incluídas na designação
profissional da informação, podemos afirmar, de acordo com a literatura em Ciência da
Informação que bibliotecários, arquivistas, os mestres e doutores em Ciência da Informação
formam o núcleo do grupo dos profissionais da informação.
Para Teixeira Filho (1999, p.1), "já não se fazem autoridades no assunto como antigamente:
além de serem cada vez menos os que ousam se considerar autoridade sobre qualquer assunto,
as áreas de especialidade são cada vez mais estreitas". Baseados nisso, quando falamos em
nos atualizar constantemente, e em depender de estar providos de informação, não estamos
nos referindo somente à formação acadêmica, mas sim, a uma postura mais humilde
relacionada com o aprender.
Cada profissional, em sua área, tem necessidades e perfis diferentes; o que parece valer
realmente é a forma que ele utiliza e o fim que dá ao que agrega, em termos de conhecimento,
além da postura, é claro, com que lida com isto. Sem dúvida uma formação básica parece não
ser mais suficiente para que se atinja este objetivo, ela deve ser complementada ao longo de
uma carreira e hoje, mais do que nunca, em qualquer tipo de carreira. O complemento fica a
critério de cada um, afinal como profissionais da informação, que hoje "todos" somos,
devemos ter condições de discernir o que nos é necessário, e criatividade para obter, por em
prática e colher os "frutos que a tal informação pode nos proporcionar".
Nesse sentido, Varela (2006, p. 30) demonstrou que os bibliotecários devem participar do
processo educativo, pois são mediadores entre o usuário e a informação. No que concerne a
mediação do bibliotecário no processo educativo, Dudziak (2003, p. 33) afirmou que ‟a
verdadeira mediação educacional ocorre quando o bibliotecário convece o aprendiz da sua
própria competência, incutindo-lhe autoconfiança para continuar o aprendizado,
transformando-o em um aprendiz autonomo e independente”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA
CUNHA, M.; PEREIRA, M. Projeto de Pesquisa: o mercado de trabalho, via Internet, para
profissionais da informação. Florianópolis, UFSC, 2002.