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Durante toda a sua existência, o ser humano passa por momentos positivos e momentos
negativos. Aqui denomino "momentos positivos" no sentido de prosperidade, ou seja, quando adquirimos
coisas à mais do que o necessário. Do mesmo modo, denomino "momentos negativos" no sentido de
falta, ou seja, quando temos a necessidade de suprir algo que não possuímos no momento. Entre
momentos positivos e momentos negativos temos o que conhecemos como processo de aprendizagem,
ou seja, a forma pela qual aprendemos a lidar com as coisas que surgem em nosso dia-a-dia. Tais coisas
não, necessariamente, se apresentam como "problemas no sentido literal da palavra", mas como a forma
pela qual construímos e conduzimos nosso processo de aprendizagem.
Vou parar por aqui, pois este tema é extremamente complexo. Entretanto, fiz esta breve
introdução para ligar o processo de aprendizagem com outro processo pelo qual entendo ser de extrema
importância para o social, para o profissional e para o organizacional: a contingência. De forma geral, a
contingência pode ser conceituada como a possibilidade de ocorrência de outros eventos diretos e
indiretos que impactam sobre comportamentos e/ou atividades de um evento determinado. Ou seja, são
questões conhecidas como "se", por exemplo, "se" amanhã eu ficar desempregado, como vou suster
minha família pelos próximos 6 ou 8 meses até que me reempregue? Ou, "se" a demanda pelo meu
produto aumentar amanhã, terei estoque suficiente para satisfazê-la?
Veja que estas questões soam bem alinhadas com o cenário atual em que vivemos, com pessoas
que não se preocupam com o futuro e com empresas que não se planejam adequadamente. Já discutimos
em artigos anteriores sobre a importância da educação e do planejamento financeiro desde os primeiros
anos de escola. E a contingência vai ao encontro de uma educação e de um planejamento financeiro
focados no amanhã e que devem ser exercitados continuamente. Talvez não haja verdade mais absoluta
do que àquela que consta no rodapé das páginas das instituições de investimentos da seguinte forma:
"retornos passados não são garantia de retornos futuros". Essa frase simples explica de forma clara e
objetiva que o presente (passado) não é garantia de futuro.
Nesse sentido, apesar de ouvirmos que a maioria das pessoas e das empresas se preocupam com
o futuro, na prática, isto está muito distante da realidade em expectativa. Pouco se faz para colocar em
prática um planejamento responsável, flexível, contínuo e duradouro. "Empurra-se com a barriga", como
dizem os praticantes do senso comum ou "vivem sempre como se fosse o último dia", como fazem os
praticantes do consumismo desenfreado. Em ambos os casos, não há responsabilidade com o futuro,
embora sempre hajam algumas preocupações envolvidas. E quando a "cobrança" chega, embora
anunciada, sempre causa certo grau de perplexidade, em geral, infundado racionalmente. Se houvesse um
planejamento e uma contingência adequados, os impactos seriam menos desgastantes.
Portanto, contingenciar é pensar no futuro. Contingenciar faz parte de um planejamento
responsável. E pensar no futuro é pensar e agir no presente com o pensamento a longo-prazo, pois
sabemos que podemos e devemos medir nossos riscos, mas não podemos fazer o mesmo com as
incertezas. E a vida está cheia de incertezas, principalmente, se conseguiremos manter ou melhorar nosso
padrão de vida no amanhã, e isso não é preocupação exclusiva do indivíduo. Vai além. É nesse sentido que
a contingência é vital para nos proporcionar uma alternativa em situações de revés.
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