Você está na página 1de 17

1

FINANÇAS PESSOAIS: O PERFIL FINANCEIRO DOS ACADÊMICOS


DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DO INSTITUTO DE ESTUDOS
E PESQUISAS DO VALE DO ACARAÚ UNIDADE DE EXTENSÃO
TIANGUÁ-CE
KAIO CÉSAR MOURA RIBEIRO1
ZILAH MARIA DE OLIVEIRA BARROS RIBEIRO2

Resumo: Este trabalho tem como objetivo geral verificar e analisar o perfil financeiro dos acadêmicos do curso
de Ciências Contábeis do Instituto de Estudos e Pesquisas do Vale do Acaraú Unidade de Extensão Tianguá, no
que diz respeito às suas finanças pessoais. Tal tema tem sido pouco comentado no Brasil, com isso a bibliografia
direcionada para a gestão das finanças ainda encontra-se bastante restrita, assim como a educação direcionada para
este assunto ainda na infância ainda não é disseminada, pois disciplinas relacionadas ao tema em cursos regulares
nas escolas, universidades e pós-graduações praticamente não existe.

Palavras-chave: Finanças Pessoais. Educação Financeira. Planejamento Financeiro.

INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo geral verificar e analisar o perfil financeiro dos

ANAIS do IX Encontro de Pesquisa e Extensão da Faculdade Luciano Feijão.


ISSN 2318.4329
acadêmicos do curso de Ciências Contábeis do Instituto de Estudos e Pesquisas do Vale do
Acaraú Unidade de Extensão Tianguá, no que diz respeito às suas finanças pessoais. Educar-se
financeiramente vem sendo ultimamente uma crescente preocupação, fato que se deve aos altos
índices de endividamento populacional. Tal tema tem sido pouco comentado no Brasil, com
isso a bibliografia direcionada para a gestão das finanças ainda encontra-se bastante restrita,
assim como a educação direcionada para este assunto ainda na infância ainda não é
disseminada, pois disciplinas relacionadas ao tema em cursos regulares nas escolas,
universidades e pós-graduações praticamente não existe. Como consequência, devido
disseminação praticamente nula do tema, é de grande relevância que se tenha pesquisas
Sobral-CE, novembro de 2016.

1
Graduado em Ciências Contábeis. E-mail:kaiocesarmoura@gmail.com
2
Mestre em Economia pelo CAEN/UFC; Professora da Faculdade Luciano Feijão (FLF). E-mail:
zilah_ribeiro@yahoo.com.br
2

relacionadas, para que haja constantes desenvolvimentos de novas pesquisas inerentes à área
de educação financeira.

FINANÇAS PESSOAIS

A conceituação de finanças pessoais abrange todos os fatores relacionados à gestão do


próprio dinheiro. O fato de algumas pessoas ter um equilíbrio financeiro perfeito, ou seja, tudo
que se ganha é gasto. Educando-se financeiramente, tem-se um melhor controle do orçamento
doméstico, cortando itens desnecessários, além de ter um melhor controle dos investimentos. Como
consequência, faz o dinheiro render mais, tendo em vista os planos de vida. A combinação de
maximização de renda com minimização de despesas faz com que sobre mais dinheiro, ampliando o
orçamento para compras. É verdade, o poder de compra será maior e melhor. A saúde psicológica está
intimamente ligada ao fator financeiro levando em conta que cuidando da saúde financeira ao mesmo
tempo se está cuidando da parte relativa à saúde emocional e social. Pode-se inferir que, ser
financeiramente educado é ter pensamentos adequados e saudáveis em relação ao seu próprio
dinheiro, e é justamente firmado nessa convicção que está o problema enfrentado por inúmeras
pessoas.
Viana Filho (2003) explica que quando o dinheiro é bem gerenciado, proporciona
satisfação, realiza e transforma sonhos em realidade, sendo necessário entender qual seu
significado, seu uso, e relevância, para garantir sua própria sobrevivência.

Planejamento estratégico é o processo contínuo de, sistematicamente e com


maior conhecimento possível do futuro contido, tomar decisões atuais que
envolvem riscos; organizar sistematicamente as atividades necessárias à
execução dessas. (DRUKER, 1997, p. 714)
Planejar e administrar o próprio dinheiro nem sempre é tarefa fácil para os iniciantes e
até mesmo para os veteranos do mercado de trabalho. Assim sendo, como resposta a um cenário
de déficit na previdência e economia em recessão, de necessidades crescentes e recursos cada
vez mais escassos, o cidadão que trabalha deve estar consciente dessas mudanças e buscar fazer
a sua parte, para responder, prontamente, as alterações que ocorrem no contexto ambiental, de
maneira que se permita criar condições para encarar o problema da formação de poupança
individual visando a aposentadoria e o bem estar financeiro, através das ferramentas de controle
3

de gastos e bom investimento, objetivando a manutenção das condições mínimas de


sobrevivência no porvir, com renda extra, sob pena de ser tarde demais para agir.

O planejamento estratégico é uma atividade administrativa que tem como


objetivo direcionar os rumos da instituição e dar a ela sustentabilidade, mesmo
sob condições de incerteza. O planejamento estratégico deve produzir as
respostas consistentes a três questões fundamentais:
a) Onde estamos?
b) Aonde queremos chegar?
c) Como vamos chegar lá? (BRAGA E MONTEIRO 2005, p.19)

O conceito de planejamento auxilia na análise do comportamento do estudante


universitário em sua relação com o dinheiro e com isso demonstrar a viabilidade do
planejamento financeiro pessoal e com isso poder ajudar as pessoas a terem uma qualidade de
vida melhor sem preocupações financeiras mesmo que essas não possam ser extintas, mas pelo
menos amenizadas.

Segundo Navarro, Massaro (2013, p. 15):

Nas finanças, é frequente o uso do cheque especial como complemento da


renda, das compras no cartão de crédito quando o dinheiro do mês já acabou
e do abuso das formas de crédito (consignado, empréstimo pessoal) e das
compras parceladas como modo de “aliviar” o orçamento.

Uma grande parcela da população contrai dívidas e comprometem uma parcela


significativa de suas rendas, acabam assim tornando-se inadimplentes por não cumprirem com
seus compromissos financeiros ou vivem no aperto financeiro sem condições de usufruir de
reservas para imprevistos, mostrando a ineficiência da utilização do conceito do orçamento de
caixa, com seus demonstrativos que podem auxiliar o planejamento.

O orçamento de caixa é um demonstrativo dos fluxos das entradas e saídas


projetadas de caixa da empresa, usado para estimar suas necessidades de caixa
a curto prazo. A empresa dedica particular atenção ao planejamento de
excedente se faltas de caixa, pois poderá planejar investimentos a curto prazo
(títulos negociáveis) se esperar sobra de recursos, ao passo que poderá se
preparar com antecedência para obter financiamento em caso de falta de caixa.
(GITMAN 1997, p. 590)
4

Para ter o equilíbrio financeiro pessoal é preciso ter as contas em dia, sem débitos em
atraso e com investimentos feitos no curto ou longo prazo. O equilíbrio desse tipo de
circunstância é de muita delicadeza e pode se desfazer facilmente na ocorrência de qualquer
evento imprevisível (CERBASI, 2009).

A sobrevivência é o objetivo mínimo de cada pessoa, porém, a qualidade de


vida depende de uma série de outros fatores e do suprimento de diversas outras
necessidades subjetivas. O fato é que para o suprimento dessas necessidades
humanas atuais é necessário o uso do dinheiro como forma de pagamento.
Para obter alimentos, para locomover-se, para ter vestimentas, um lugar onde
morar ou onde se abrigar, para ter lazer e diversão, acesso à saúde, segurança,
higiene e para superar quaisquer outras condições para ser socialmente incluso
é preciso ter dinheiro, pagar por isso ou para ter acesso a isso tudo (...). Quem
não tem condições de pagar por isso tudo ou não tem o privilégio de ter sua
vida patrocinada, fica excluído da sociedade moderna. (GAVA, 2004, p. 13)

Conforme Moreira (2002), a significação para dinheiro inclui os elementos: poder,


conflito, prazer, progresso, cultura, desapego, desigualdade e estabilidade. Cada elemento pode
ser explicado a seguir, relacionando as crenças e comportamentos coletivos relacionados a
questão financeira:
 PODER: o dinheiro traz sensação de autoridade, garantindo uma situação privilegiada
para quem o tem.
 CONFLITO: o dinheiro acarreta desconfiança, conflitos, desavenças, falsidade, neurose
e oportunismo.
 PRAZER: efeitos positivos que o dinheiro produz, como felicidade, bem-estar,
autoestima, esperança e entendimento nas relações entre pessoas.
 PROGRESSO: promove progresso para as sociedades e a humanidade, resolve impasses
e ajuda na construção de um mundo melhor.
 CULTURA: pode haver investimento e desenvolvimento das ciências, artes, cultura e
tecnologia.
 DESAPEGO: tem-se uma forte oposição entre dinheiro e espiritualidade, uma carência
de considerar mais importante os valores de solidariedade e bondade que o patrimônio
material.
5

 DESIGUALDADE: o dinheiro é uma das origens de desigualdade social, segregação


racial e preconceito. Ele cria uma divisão no espaço social, impondo dificuldade ao
acesso de quem não o possui acesso a lugares e pessoas.
 ESTABILIDADE: o dinheiro traz segurança e estabilidade financeira. É indispensável
para ter as necessidades essenciais garantidas.

METODOLOGIA

O universo amostral desta pesquisa é composto pelos estudantes do curso de


contabilidade mais precisamente homens e mulheres com faixa etária sugerida entre 20 e 40
anos com a ressalva de que poderá ser mudada conforme a distribuição dos questionários. Com
isso o totalizador universo amostral de 400 indivíduos, que é o parâmetro para 10 salas do curso
de ciências contábeis, cada uma contendo 40 alunos. Considerando que o universo da pesquisa
é findo, para calcular amostra foi considerada uma margem de erro de 8%. O nível de confiança
utilizado foi de 95,5% - 2 e a porcentagem pelo qual o fenômeno se verifica (p. q; onde q= 100-
p), a possibilidade e chance de resposta foi de 50% (50.50), pois para realização de pesquisas
de mercado é utilizada esta porcentagem. Segundo Luchesa e Chaves Neto (2011, p. 12)
utilizando-se destes elementos foi usada a seguinte fórmula para determinar a quantidade de
questionários a serem distribuídos.
n = ∂².p.q .N/e².(N-1)+ ∂².p.q. Onde:
N= universo;
n=amostra que será calculada;
∂=nível de confiança;
e= erro amostral;
p.q = porcentagem pelo qual o fenômeno ocorre.
Resolvendo-a o seguinte resultado é encontrado:
n= (2)².50.50.400 / (8)².(399)+(2)².50.50 = 4.000.000 / 35536 = 112
Nessa etapa do trabalho foi desenvolvido um questionário com 18 questões objetivas e
em algumas partes constando a respectiva descrição com intuito de dar qualidade as respostas.
Tratando-se da coleta de dados, pode-se destacar que os questionários foram aplicados no
6

período entre abril e maio do ano de 2016, entregues pessoalmente pelo autor, nas salas de aula
tendo a permissão da coordenadora da unidade de extensão. Houve a distribuição de 180
questionários para a composição da amostra em questão, a distribuição foi maior do que a
calculada inicialmente para garantir uma melhor precisão na análise dos dados.

PERFIL, TRABALHO, PROVENTOS E SITUAÇÃO CREDITÍCIA

No que diz respeito ao diagnóstico do gênero presente na pesquisa com base nas
amostras, nota-se que o feminino se sobrepõe sobre o masculino, onde 61,67% são do sexo
feminino e 38,33% masculino. Os dados colhidos estão de acordo com o Censo da Educação
Superior feito em 2009. De acordo com informações disponibilizadas pelo Brasil (2010), o
ensino superior brasileiro é, preponderantemente, composto por indivíduos do gênero feminino,
tanto no modo de ensino presencial como na modalidade à distância.
Percebe-se, consoante gráfico a seguir, que 80,56% tem idade entre 19 a 28 anos, isto é,
grande parte dos respondentes é bastante jovem. Nota-se também que com o acesso ao ensino
superior privado facilitado, os mais jovens, mesmo tendo uma renda um tanto quanto
inadequada para arcar com o pagamento das mensalidades, se utilizam dos vários programas de
bolsas institucionais ou financiamentos públicos ou não para ingressarem no ensino superior.

Gráfico 1 - Perfil dos Entrevistados – Faixa etária

100,00 %
80,00 %
60,00 %
40,00 %
20,00 %
0,00 %

Até 18 anos Entre 19 e 28 anos De 29 a menos de 38 anos


De 39 a menos de 48 anos De 49 a menos de 58 anos Mais de 59 anos

Fonte: Dados da pesquisa, 2016


7

Em relação ao estado civil (Gráfico 2), é observado que a maior parte dos indivíduos
participantes da pesquisa são solteiros, correspondendo a cerca de 76% do total. A questão foi
formulada para verificar se as receitas dos entrevistados em questão fazem parte do orçamento
familiar, ou melhor, se a renda é destinada unicamente para as necessidades pessoais ou se é
usada apenas para uso alheio.

Gráfico 2 - Perfil dos Entrevistados – Estado Civil

100,00 %

80,00 %

60,00 %

40,00 %

20,00 %

0,00 %

Solteiro 75,56% União estável 2,78% Casado 19,44% Separado 2,22% Viúvo 0,00%
Fonte:
Dados da pesquisa, 2016
Ao interpelar se os acadêmicos entrevistados possuem ou não filhos, percebe-se que
maior parte, 86,11%, não os possuem e, dos restantes 13,89% que possuem filhos, 9,44% tem
apenas um; 1,67% possuem dois; e o restante 2,78% tem três ou mais filhos.

Gráfico 3 - Perfil dos Entrevistados – Número de filhos

100,00 %

80,00 %

60,00 %

40,00 %

20,00 %

0,00 %

0 filho (a) 86,11% 1 filho (a) 9,44% 2 filhos (as) 1,67% 3 filhos ou mais 2,78%

Fonte: Dados da pesquisa, 2016


8

A questão número 05 tem o intuito de detectar se a maior parcela dos entrevistados já


está ou não introduzido no mercado de trabalho. Segundo as informações constantes no
levantamento, a maioria dos alunos pesquisados já exerce atividade remunerada (81,67%), ou
seja, já se encontra trabalhando. No outro caso, o restante que é composto por 18,33% dos
entrevistados não trabalha, e, como tudo indica, recebe mesada da família para ter suas
necessidades saciadas.
O gráfico de número 4 demonstra que 53,89% dos entrevistados dispõem de renda fixa
e 14,44% detém renda fixa somada mais comissões. Com estes dados é possível detectar que
72,77% dos indivíduos pesquisados têm condições de executar o planejamento de suas finanças
tendo como base a renda adquirida no mês.

Gráfico 4 - Perfil dos Entrevistados – Tipo de Renda

60,00 %

50,00 %

40,00 %

30,00 %

20,00 %

10,00 %

0,00 %

Fixa 53,89% Fixa/mais comissão 14,44% Variável 15%


Temporária 3,89% Mesada da família 4,44% Não possuo renda 8,33%

Fonte: Dados da pesquisa, 2016

Identificou-se, também, que a renda bruta mensal familiar dos estudantes concentra-se
em grande parte na faixa de até um salário mínimo R$ 880,00 que corresponde 47,22%, outra
grande parcela destes entrevistados possuem renda de R$ 881,00 a R$1.760,00 que representa
40,56%, e de R$ 1.761,00 a R$ 2.640,00 com um percentual de 9,44%. Os demais detêm, no
que diz respeito às receitas, R$ 2.640,00 ou mais, 2,78%.
9

Já em relação à situação financeira atual dos participantes, o gráfico 5 mostra os


resultados encontrados nesta pesquisa. Pode-se notar que, 52,11% dos entrevistados se
identificaram como parcialmente independentes financeiramente, concluindo-se que estas
pessoas precisam de um recurso extra além de sua renda para manter a sobrevivência.

Gráfico 5 - Situação Financeira com Relação à Independência

100,00 %

80,00 %

60,00 %

40,00 %

20,00 %

0,00 %

Totalmente Independente 38,89% Parcialmente Independente 52,11% Dependente 10%

Fonte: Dados da pesquisa, 2016

A pergunta seguinte interroga se o respondente possui conta em banco, e em quantas


instituições. Independente se o entrevistado recebe seus proventos através da conta ou não, este
questionamento tem o intuito de saber se estes têm contas pessoais e qual a quantidade das
mesmas.
Gráfico 6 - Possuir Conta em Banco

100,00 %

80,00 %

60,00 %

40,00 %

20,00 %

0,00 %

Não possuo 18,89% em 1 Banco 55,56% em 2 Banco 20%


em 3 Banco 4,44% em mais de 3 Bancos 1,11%

Fonte: Dados da pesquisa, 2016


10

A questão 10 aborda os entrevistados sobre a utilização ou não de algum tipo de crédito


disponibilizado por alguma intuição. Nota-se que a maior parcela dos alunos participantes
64,44% ainda não fez uso de nenhum crédito disponível pelo banco ou instituição financeira,
enquanto 33,56% já utilizou crédito de alguma instituição financeira.
O gráfico 7 mostra que cerca de que 36,67% dos entrevistados não possuem nenhum
tipo de investimento, qualquer que seja o tipo, o que é um fato preocupante a ser considerado.
A maior parte dos acadêmicos da pesquisa, 53,33%, poupam. A poupança é um dos tipos mais
populares de guardar algum rendimento, pois não incide cobrança de Imposto de Renda para
pessoas físicas. No entanto, o rendimento é inferior aos das aplicações de renda variável por
exemplo. Somente 1,67% dos entrevistados afirmaram investir em renda fixa,1,11% em ações,
1,11% em renda variável e 6% em formas diversas de investimento.

Gráfico 7 - Investimentos realizados pelo entrevistado

60,00 %
50,00 %
40,00 %
30,00 %
20,00 %
10,00 %
0,00 %

Poupança 53,33% Renda Fixa 1,67% Renda Variável 1,11%


Ações 1,11% Outros 6,11% Nenhum 36,67%

Fonte: Dados da pesquisa, 2016

A maioria dos estudantes (97,78%) tem consciência da aplicação da contabilidade no


âmbito pessoal, para controle financeiro efetivo e manutenção eficiente do patrimônio. Pode-se
citar a princípio, que contabilidade vem da palavra contar, em seu sentido mais simples é
mensurar alguma coisa em números, fazer revelação de alguma coisa para alguém e confiar
para outros. Em sua concepção mais básica, a contabilidade tem esse intuito.
A questão 13 faz uma indagação muito pertinente em relação à educação financeira dos
respondentes, buscando saber se os entrevistados tem o costume de provisionar seus gastos
11

mensais. Esse fato pode ser observado no gráfico 8, onde 65% dos participantes afirma que sim,
isto é, que tem o hábito de provisionar os seus gastos mensalmente. Sob outra perspectiva,
10,56% dos participantes responderam não provisionar os seus gastos para cada mês e 24,44%
dos respondentes declararam que provisionam seus gastos esporadicamente.

Gráfico 8 - Provisionar os Gastos Mensais

70,00 %
60,00 %
50,00 %
40,00 %
30,00 %
20,00 %
10,00 %
0,00 %

Sim 65% Não 10,56% As vezes 24,44%

Fonte: Dados da pesquisa, 2016

A questão de número 14 perguntou se o participante observa o mercado financeiro e


dependendo da resposta, qual o meio usado para esse acompanhamento. Importante ressaltar
que somente 3,92% dos respondentes falaram não observar o mercado financeiro. A maior parte
59,44% dos acadêmicos entrevistados no questionário afirmou acompanhar o mercado
financeiro por intermédio da internet. 6,67% dos entrevistados relataram utilização de jornais e
outra parte que compõe 29,44% indicaram televisão como instrumento para ficar atualizado
sobre o mercado financeiro. Outrossim, nenhum dos entrevistados afirmou fazer uso de revistas
como forma para manter-se informado a respeito do mercado financeiro, pois com a presença
da internet cada vez mais popularizada, o uso de materiais impressos tende a ser raro
atualmente, a velocidade de transmissão das informações está a cada dia mais rápida.
12

Gráfico 9 - Acompanhamento do Mercado Financeiro

80,00 %

60,00 %

40,00 %

20,00 %

0,00 %

Televisão 34,31% Internet 53,92% Revistas 0,00%


Jornais 0,00% Outros 0,98% Não acompanha 3,92%

Fonte: Dados da pesquisa, 2016


Com relação ao planejamento dos gastos pessoais verifica-se, no gráfico 10, que 34,44%
dos alunos dizem que sempre costumam planejar os mesmos; já 37,22% apontam que
frequentemente o fazem. Portanto, constata-se que tais dados, somados, atingem o percentual
de 71,67%, esse percentual indica um fator positivo dessa questão, pois a maioria planeja seus
gastos com frequência.

Gráfico 10 - Planejamento Financeiro

40,00 %
35,00 %
30,00 %
25,00 %
20,00 %
15,00 %
10,00 %
5,00 %
0,00 %

Sempre 34,44% Frequentemente 37,22% Raramente 23,89% Nunca 1,11% Outra razão 3,33%

Fonte: Dados da pesquisa, 2016

Conforme as respostas, é notável que, a existência de um equilíbrio no resultado,


55,56% dos alunos dizem que não tem como hábito fazer o controle dos seus gastos pessoais
em uma planilha. Em contrapartida, 44,44% responderam que tem o hábito de adotar uma
planilha eletrônica tendo em vista o controle melhor de suas despesas e receitas.
13

Para concluir a verificação das informações, a questão 17 levanta uma das principais
realidades das pessoas, e apresenta uma afirmação bastante necessária para o começo de uma
atividade de educação financeira. O questionamento visa saber se o entrevistado encontra-se
com débitos. Surpreendentemente sobre essa questão, grande parte dos entrevistados, 93%,
disseram não se considerar endividados. A partir do momento que a pessoa tem consciência,
isto é, se assume como endividada ou com grande esforço sem resultados para gerenciar suas
contas, o método para se reeducar fica bem mais fácil e agradável.
Independentemente do estudo demonstrar que a maioria não se acha em situação de
endividamento e os outros 7% se consideraram relativamente endividados, existe a
possibilidade de se executar uma maneira de se trabalhar a orientação e educação financeira
com esses participantes da pesquisa e além de poder se trabalhar essa questão com os demais,
para com isso os “não endividados” não se coloquem nessa situação tão difícil.
Embora muitos não se considerem endividados, 77,78% dos estudantes possuem alguma
dívida em atraso e 22,22% estão com todas suas contas, até o momento, quitadas.
A causa principal de queixa dos acadêmicos para que sua dívida e/ou financiamento se
encontre atrasado, ocorreu em virtude de falta de planejamento 35%, 20% afirmam que é
consequência das altas taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras, que está empatado
com a má gestão orçamentária que corresponde ao mesmo percentual de 20% e 08 participantes.
Também pode-se considerar que 12,50% atribuíram o endividamento facilidade de se adquirir
crédito e por fim temos desemprego ou queda na renda 10% e investimento em um bem pessoal
2,5%.
14

Gráfico 18 - Motivos do Endividamento

40,00 %
35,00 %
30,00 %
25,00 %
20,00 %
15,00 %
10,00 %
5,00 %
0,00 %

Falta de planejamento 35,00% Desemprego ou queda na renda 10,00%


Alta taxa de juros 20,00% Alta propensão ao consumo 0,00%
Má gestão orçamentária Fácil acesso ao crédito
Investimento pessoal em um bem Outra razão

Fonte: Dados da pesquisa, 2016

Com estes dados em mãos é válido dar importância ao fato de que, ultimamente até a
data da publicação, consoante Rolnik e Klink (2011), o Brasil teve um período de crescimento
econômico constante, tendo sido marcado também pela mudança na maneira de gerenciar a
matriz econômica do país.

CONCLUSÃO

Nos dias atuais, o tema estabilidade no trabalho há tempos decaiu, e com tantas tarefas
do cotidiano, as pessoas que ficam atentas para suas finanças, ou da forma mais simples pensam
a respeito do planejamento financeiro, assim como procuram usar alguma ferramenta para
controle dos gastos, para com isso ter uma gestão adequada de suas finanças pessoais. Porém,
com uma gama de alternativas para o consumo imediato, é de grande importância que cada
indivíduo busque a organização de suas finanças, vale ressaltar que tal organização não é restrita
apenas às empresas, como uma boa parte da população ainda pensa, no que diz respeito ao
controle das receitas e despesas. É de grande valia aderir a um planejamento financeiro,
individualmente ou que englobe toda a família, tendo sua contribuição para formar poupança e
com isso realizar investimentos futuramente, assim como estar precavido para algum tipo de
15

imprevisto. O tema educação financeira tem sido pouco explorado no Brasil, e com a literatura
relacionada à gestão financeira ainda bastante limitada, pois a oferta de disciplinas que tenham
relação como tema em cursos regulares do ensino fundamental, médio e de cursos de ensino
superior, praticamente não existem. Com isso, levando em conta a baixa exploração relacionada
ao tema, é preciso aprofundar os estudos sobre o mesmo para com isso ajudar na multiplicação,
do mesmo modo que, para que dê prosseguimento de novos estudos relacionados à área de
educação financeira. Espera-se que os estudos e pesquisas que foram concretizadas neste
trabalho serão capazes de colaborar para que se aprofundem as análises e observações que são
relacionadas aos problemas nos planejamentos financeiros pessoais, da mesma maneira que,
expandir o tema e cooperar no seu conhecimento para futuras pesquisas na área de finanças e
contabilidade pessoal. O referido trabalho tem como objetivo a verificação do perfil dos alunos,
é esperado com base nessa verificação a sugestão de modelos de controle para planejamento
das finanças pessoais, assim como recomendações de medidas de prevenção para educação
financeira dos acadêmicos assim como obter a definição sobre contabilidade pessoal e
planejamento financeiro pessoal. O estudo a respeito de finanças pessoais é fator decisivo, que
independe dos gostos ou costume de cada indivíduo. Perante o consumo excessivo, muitas
pessoas adquirem dívidas, acabam por comprometer uma fatia significativa de suas receitas, e,
em diversas ocasiões, tornam-se inadimplentes, isto é, terminam por não honrarem com seus
compromissos financeiros. Contribuindo para corroborar tal afirmação os endividados
trabalham apenas para o pagamento de suas dívidas devido a terem pouca ou nenhuma
habilidade de gerir suas finanças, devido à falta de preocupação em se planejar financeiramente
ou por razões que se encontram implícitas as questões sociais ou de cunho psicológico. Diante
do exposto atestou-se que o planejamento financeiro e o controle de gastos são fatores
primordiais para o alcance da independência financeira. Importante ressaltar que o
planejamento deve ser eficiente, isto é, deve ser passar por avaliações periódicas, analisando se
o mesmo está correspondendo às expectativas e aos objetivos definidos inicialmente. Dessa
forma, levando em conta que este estudo é limitado a pesquisar apenas acadêmicos do Curso
de Ciências Contábeis de uma Instituição Privada de Ensino, é sugerido, como novas pesquisas,
o envolvimento de outros cursos da área de Ciências Sociais Aplicadas, como os Cursos de
Administração e Finanças, com o propósito de a possibilidade de realização de um comparativo
16

entre tais cursos. De outro modo, averiguar como alunos de áreas afins, porém, cursando
graduações diferentes, gerencia suas finanças e contabilidade pessoais. Os resultados
apresentados no referido trabalho são preliminares e, é preciso que sejam realizados novos
trabalhos e pesquisas sobre o tema, cujo foco principal seja a busca por fundamentos referentes
aos fatores que tem influência nas decisões financeiras dos acadêmicos.

PERSONAL FINANCE: THE FINANCIAL PROFILE OF THE


ACCOUNTING SCIENCES COURSE OF THE INSTITUTE OF STUDIES
AND RESEARCH OF THE VALE DO ACARAÚ EXTENSION TIANGUÁ-
CE

Abstract: This paper has as general objective to verify and to analyze the financial profile of the academics of the
course of Accounting Sciences of the Institute of Studies and Research of Vale do Acaraú Extension Unit Tianguá,
with respect to their personal finances. This subject has been little discussed in Brazil, so the bibliography directed
to the management of finance is still very restricted, just as the education directed to this subject in childhood is
not yet widespread, since subjects related to the subject in regular courses in schools, universities and post-
graduations practically does not exist.

Keywords: Personal Finance. Financial Education. Financial Planning.

REFERÊNCIAS

ANUÁRIO UQBAR. Securitização e financiamento imobiliário - 2012. Disponível em:


<http://www.uqbar.com.br/download/Uqbar_Anuario_Imobiliario_2012.pdf >. Acesso em: Acesso em :
22/04/2016.

BRAGA, R; MONTEIRO, C. A. Planejamento Estratégico Sistêmico para Instituições de Ensino. São Paulo:
Hoper, 2005.

BRASIL. MEC. Resumo técnico: censo da educação superior de 2009. 2010. Disponível em:
<http://download.inep.gov.br/download/superior/censo/2009/resumo_tecnico2009.pdf>. Acesso em: 10/05/2016.

BRASIL. MEC. Resumo técnico: censo da educação superior de 2014. 2015. Disponível em:
<http://download.inep.gov.br/educacao_superior/censo_superior/documentos/2015/notas_sobre_o_censo_da_educ
acao_superior_2014.pdf>. Acesso em: 22/05/2016.

CERBASI, G. Casais Inteligentes enriquecem juntos. 20. ed. São Paulo: Gente, 2004.
17

CERBASI, G. Dinheiro: os segredos de quem tem. 7. ed. São Paulo: Gente, 2008.

CERBASI, G. Como organizar sua Vida Financeira. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

COSTA, C. M. e MIRANDA C. Educação financeira e a determinação da taxa de poupança. VII


Congresso ANPCONT, 2 a 5 de Junho, 2013, Fortaleza.

DRUCKER, P. Admirável mundo do conhecimento. Barueri: HSM Management, 1997.

GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. São Paulo: Harbra, 1997.

HOJI, M. Finanças de família: o caminho para a independência financeira. 2. ed. São Paulo: Cia. dos Livros,
2010.

KOBORI, J. Análise fundamentalista: como obter uma performance superior e consistente no mercado de
ações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

LUCHESA, C. J.; CHAVES NETO, A. Cálculo do tamanho das amostras nas pesquisas em Administração.
Edição do autor. Curitiba: CIP, 2011.

MOREIRA, A. S. Dinheiro no Brasil: um estudo comparativo do significado do dinheiro entre as regiões


geográficas brasileiras. Estudos em Psicologia. Vol 2. Pará, 2002.

ROLNIK, R.; KLINK, J. Crescimento econômico e desenvolvimento urbano: por que nossas cidades
continuam tão precárias? Novos estudos - CEBRAP. São Paulo, n. 89, p. 89-109, 2011.

Você também pode gostar