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Resumo: Este trabalho tem como objetivo geral verificar e analisar o perfil financeiro dos acadêmicos do curso
de Ciências Contábeis do Instituto de Estudos e Pesquisas do Vale do Acaraú Unidade de Extensão Tianguá, no
que diz respeito às suas finanças pessoais. Tal tema tem sido pouco comentado no Brasil, com isso a bibliografia
direcionada para a gestão das finanças ainda encontra-se bastante restrita, assim como a educação direcionada para
este assunto ainda na infância ainda não é disseminada, pois disciplinas relacionadas ao tema em cursos regulares
nas escolas, universidades e pós-graduações praticamente não existe.
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo geral verificar e analisar o perfil financeiro dos
1
Graduado em Ciências Contábeis. E-mail:kaiocesarmoura@gmail.com
2
Mestre em Economia pelo CAEN/UFC; Professora da Faculdade Luciano Feijão (FLF). E-mail:
zilah_ribeiro@yahoo.com.br
2
relacionadas, para que haja constantes desenvolvimentos de novas pesquisas inerentes à área
de educação financeira.
FINANÇAS PESSOAIS
Para ter o equilíbrio financeiro pessoal é preciso ter as contas em dia, sem débitos em
atraso e com investimentos feitos no curto ou longo prazo. O equilíbrio desse tipo de
circunstância é de muita delicadeza e pode se desfazer facilmente na ocorrência de qualquer
evento imprevisível (CERBASI, 2009).
METODOLOGIA
período entre abril e maio do ano de 2016, entregues pessoalmente pelo autor, nas salas de aula
tendo a permissão da coordenadora da unidade de extensão. Houve a distribuição de 180
questionários para a composição da amostra em questão, a distribuição foi maior do que a
calculada inicialmente para garantir uma melhor precisão na análise dos dados.
No que diz respeito ao diagnóstico do gênero presente na pesquisa com base nas
amostras, nota-se que o feminino se sobrepõe sobre o masculino, onde 61,67% são do sexo
feminino e 38,33% masculino. Os dados colhidos estão de acordo com o Censo da Educação
Superior feito em 2009. De acordo com informações disponibilizadas pelo Brasil (2010), o
ensino superior brasileiro é, preponderantemente, composto por indivíduos do gênero feminino,
tanto no modo de ensino presencial como na modalidade à distância.
Percebe-se, consoante gráfico a seguir, que 80,56% tem idade entre 19 a 28 anos, isto é,
grande parte dos respondentes é bastante jovem. Nota-se também que com o acesso ao ensino
superior privado facilitado, os mais jovens, mesmo tendo uma renda um tanto quanto
inadequada para arcar com o pagamento das mensalidades, se utilizam dos vários programas de
bolsas institucionais ou financiamentos públicos ou não para ingressarem no ensino superior.
100,00 %
80,00 %
60,00 %
40,00 %
20,00 %
0,00 %
Em relação ao estado civil (Gráfico 2), é observado que a maior parte dos indivíduos
participantes da pesquisa são solteiros, correspondendo a cerca de 76% do total. A questão foi
formulada para verificar se as receitas dos entrevistados em questão fazem parte do orçamento
familiar, ou melhor, se a renda é destinada unicamente para as necessidades pessoais ou se é
usada apenas para uso alheio.
100,00 %
80,00 %
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0,00 %
Solteiro 75,56% União estável 2,78% Casado 19,44% Separado 2,22% Viúvo 0,00%
Fonte:
Dados da pesquisa, 2016
Ao interpelar se os acadêmicos entrevistados possuem ou não filhos, percebe-se que
maior parte, 86,11%, não os possuem e, dos restantes 13,89% que possuem filhos, 9,44% tem
apenas um; 1,67% possuem dois; e o restante 2,78% tem três ou mais filhos.
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0 filho (a) 86,11% 1 filho (a) 9,44% 2 filhos (as) 1,67% 3 filhos ou mais 2,78%
60,00 %
50,00 %
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30,00 %
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10,00 %
0,00 %
Identificou-se, também, que a renda bruta mensal familiar dos estudantes concentra-se
em grande parte na faixa de até um salário mínimo R$ 880,00 que corresponde 47,22%, outra
grande parcela destes entrevistados possuem renda de R$ 881,00 a R$1.760,00 que representa
40,56%, e de R$ 1.761,00 a R$ 2.640,00 com um percentual de 9,44%. Os demais detêm, no
que diz respeito às receitas, R$ 2.640,00 ou mais, 2,78%.
9
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0,00 %
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20,00 %
0,00 %
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30,00 %
20,00 %
10,00 %
0,00 %
mensais. Esse fato pode ser observado no gráfico 8, onde 65% dos participantes afirma que sim,
isto é, que tem o hábito de provisionar os seus gastos mensalmente. Sob outra perspectiva,
10,56% dos participantes responderam não provisionar os seus gastos para cada mês e 24,44%
dos respondentes declararam que provisionam seus gastos esporadicamente.
70,00 %
60,00 %
50,00 %
40,00 %
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35,00 %
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25,00 %
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15,00 %
10,00 %
5,00 %
0,00 %
Sempre 34,44% Frequentemente 37,22% Raramente 23,89% Nunca 1,11% Outra razão 3,33%
Para concluir a verificação das informações, a questão 17 levanta uma das principais
realidades das pessoas, e apresenta uma afirmação bastante necessária para o começo de uma
atividade de educação financeira. O questionamento visa saber se o entrevistado encontra-se
com débitos. Surpreendentemente sobre essa questão, grande parte dos entrevistados, 93%,
disseram não se considerar endividados. A partir do momento que a pessoa tem consciência,
isto é, se assume como endividada ou com grande esforço sem resultados para gerenciar suas
contas, o método para se reeducar fica bem mais fácil e agradável.
Independentemente do estudo demonstrar que a maioria não se acha em situação de
endividamento e os outros 7% se consideraram relativamente endividados, existe a
possibilidade de se executar uma maneira de se trabalhar a orientação e educação financeira
com esses participantes da pesquisa e além de poder se trabalhar essa questão com os demais,
para com isso os “não endividados” não se coloquem nessa situação tão difícil.
Embora muitos não se considerem endividados, 77,78% dos estudantes possuem alguma
dívida em atraso e 22,22% estão com todas suas contas, até o momento, quitadas.
A causa principal de queixa dos acadêmicos para que sua dívida e/ou financiamento se
encontre atrasado, ocorreu em virtude de falta de planejamento 35%, 20% afirmam que é
consequência das altas taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras, que está empatado
com a má gestão orçamentária que corresponde ao mesmo percentual de 20% e 08 participantes.
Também pode-se considerar que 12,50% atribuíram o endividamento facilidade de se adquirir
crédito e por fim temos desemprego ou queda na renda 10% e investimento em um bem pessoal
2,5%.
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40,00 %
35,00 %
30,00 %
25,00 %
20,00 %
15,00 %
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5,00 %
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Com estes dados em mãos é válido dar importância ao fato de que, ultimamente até a
data da publicação, consoante Rolnik e Klink (2011), o Brasil teve um período de crescimento
econômico constante, tendo sido marcado também pela mudança na maneira de gerenciar a
matriz econômica do país.
CONCLUSÃO
Nos dias atuais, o tema estabilidade no trabalho há tempos decaiu, e com tantas tarefas
do cotidiano, as pessoas que ficam atentas para suas finanças, ou da forma mais simples pensam
a respeito do planejamento financeiro, assim como procuram usar alguma ferramenta para
controle dos gastos, para com isso ter uma gestão adequada de suas finanças pessoais. Porém,
com uma gama de alternativas para o consumo imediato, é de grande importância que cada
indivíduo busque a organização de suas finanças, vale ressaltar que tal organização não é restrita
apenas às empresas, como uma boa parte da população ainda pensa, no que diz respeito ao
controle das receitas e despesas. É de grande valia aderir a um planejamento financeiro,
individualmente ou que englobe toda a família, tendo sua contribuição para formar poupança e
com isso realizar investimentos futuramente, assim como estar precavido para algum tipo de
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imprevisto. O tema educação financeira tem sido pouco explorado no Brasil, e com a literatura
relacionada à gestão financeira ainda bastante limitada, pois a oferta de disciplinas que tenham
relação como tema em cursos regulares do ensino fundamental, médio e de cursos de ensino
superior, praticamente não existem. Com isso, levando em conta a baixa exploração relacionada
ao tema, é preciso aprofundar os estudos sobre o mesmo para com isso ajudar na multiplicação,
do mesmo modo que, para que dê prosseguimento de novos estudos relacionados à área de
educação financeira. Espera-se que os estudos e pesquisas que foram concretizadas neste
trabalho serão capazes de colaborar para que se aprofundem as análises e observações que são
relacionadas aos problemas nos planejamentos financeiros pessoais, da mesma maneira que,
expandir o tema e cooperar no seu conhecimento para futuras pesquisas na área de finanças e
contabilidade pessoal. O referido trabalho tem como objetivo a verificação do perfil dos alunos,
é esperado com base nessa verificação a sugestão de modelos de controle para planejamento
das finanças pessoais, assim como recomendações de medidas de prevenção para educação
financeira dos acadêmicos assim como obter a definição sobre contabilidade pessoal e
planejamento financeiro pessoal. O estudo a respeito de finanças pessoais é fator decisivo, que
independe dos gostos ou costume de cada indivíduo. Perante o consumo excessivo, muitas
pessoas adquirem dívidas, acabam por comprometer uma fatia significativa de suas receitas, e,
em diversas ocasiões, tornam-se inadimplentes, isto é, terminam por não honrarem com seus
compromissos financeiros. Contribuindo para corroborar tal afirmação os endividados
trabalham apenas para o pagamento de suas dívidas devido a terem pouca ou nenhuma
habilidade de gerir suas finanças, devido à falta de preocupação em se planejar financeiramente
ou por razões que se encontram implícitas as questões sociais ou de cunho psicológico. Diante
do exposto atestou-se que o planejamento financeiro e o controle de gastos são fatores
primordiais para o alcance da independência financeira. Importante ressaltar que o
planejamento deve ser eficiente, isto é, deve ser passar por avaliações periódicas, analisando se
o mesmo está correspondendo às expectativas e aos objetivos definidos inicialmente. Dessa
forma, levando em conta que este estudo é limitado a pesquisar apenas acadêmicos do Curso
de Ciências Contábeis de uma Instituição Privada de Ensino, é sugerido, como novas pesquisas,
o envolvimento de outros cursos da área de Ciências Sociais Aplicadas, como os Cursos de
Administração e Finanças, com o propósito de a possibilidade de realização de um comparativo
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entre tais cursos. De outro modo, averiguar como alunos de áreas afins, porém, cursando
graduações diferentes, gerencia suas finanças e contabilidade pessoais. Os resultados
apresentados no referido trabalho são preliminares e, é preciso que sejam realizados novos
trabalhos e pesquisas sobre o tema, cujo foco principal seja a busca por fundamentos referentes
aos fatores que tem influência nas decisões financeiras dos acadêmicos.
Abstract: This paper has as general objective to verify and to analyze the financial profile of the academics of the
course of Accounting Sciences of the Institute of Studies and Research of Vale do Acaraú Extension Unit Tianguá,
with respect to their personal finances. This subject has been little discussed in Brazil, so the bibliography directed
to the management of finance is still very restricted, just as the education directed to this subject in childhood is
not yet widespread, since subjects related to the subject in regular courses in schools, universities and post-
graduations practically does not exist.
REFERÊNCIAS
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Hoper, 2005.
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<http://download.inep.gov.br/download/superior/censo/2009/resumo_tecnico2009.pdf>. Acesso em: 10/05/2016.
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<http://download.inep.gov.br/educacao_superior/censo_superior/documentos/2015/notas_sobre_o_censo_da_educ
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CERBASI, G. Casais Inteligentes enriquecem juntos. 20. ed. São Paulo: Gente, 2004.
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CERBASI, G. Dinheiro: os segredos de quem tem. 7. ed. São Paulo: Gente, 2008.
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HOJI, M. Finanças de família: o caminho para a independência financeira. 2. ed. São Paulo: Cia. dos Livros,
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KOBORI, J. Análise fundamentalista: como obter uma performance superior e consistente no mercado de
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LUCHESA, C. J.; CHAVES NETO, A. Cálculo do tamanho das amostras nas pesquisas em Administração.
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