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UNIVERSIDADE ÒSCAR RIBAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS


DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE E FINANÇAS

FINANÇAS PESSOAIS

LUANDA
2023
TRABALHO DE ANALISE FINANCEIRA

FINANÇAS PESSOAIS

Trabalho de investigação Científica apresentado na cadeira de Analise Financeira, no


curso de contabilidade e finanças, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas.
Universidade Óscar Ribas, como requisito parcial para obtenção de notas

Docente

Edgar Ventura

LUANDA
2023
FICHA TÈCNICA

Armindo Simões Kimuanga – 20210362


Edmar Júnior Bravo José– 20210499
Bissenga Inês Manuel Ferreira - 20211509
Caridade de Louvor Prata Kalussémico -20210193
Priscila Isabel de Carvalho António – 20211005
Ruth Vanessa da Silva Deia - 20211541
Salutete Luís Fragoso – 20210676
Sandro Félix Torres António – 20210358
Tamara Josefina João – 20210967
Teresa André Menga – 20210713
Vicente de Assunção Januário Gaspar – 20210082
William Barros Nunes – 20210407

Ano: 3ª
SALA: 409
TURMA: A

TURNO: Tarde
Curso: Contabilidade e Finanças
RESUMO

O planejamento financeiro está se tornando um assunto de grande importância e interesse pela


população brasileira, pois possui relação com a criação do patrimônio pessoal de cada um. Em
períodos de grande instabilidade e oscilação econômica, saber realizar um planejamento financeiro
pode gerar uma qualidade de vida melhor, uma vez que a educação financeira proporciona a segurança
monetária fundamental para alcançar os objetivos de vida, assim como a obter um resguardo para
eventuais imprevistos. Com isso, este estudo visa demonstrar ao leitor o poder da elaboração do
planejamento financeiro a partir da demonstração dos conceitos, elaboração do planejamento e formas
de controle de gastos. Para tal, foi realizado um planejamento financeiro de um indivíduo selecionado
e posteriormente suas análises, gerando assim, ao indivíduo, conhecimentos sob melhores ferramentas
para entender o que ocorre com o seu rendimento mensal e consequentemente a planejar melhor suas
finanças, culminando em uma maior propensão na realização dos seus objetivos pessoais.

Palavras-chave: Finanças; Objetivos Pessoais; Planejamento Financeiro; Rendimento Mensal.


ABSTRACT

Financial planning is becoming a matter of great importance and interest for the Brazilian
population, as it is related to the creation of each one's personal assets. In periods of great instability
and economic fluctuation, knowing how to carry out financial planning can generate a better quality
of life, since financial education provides the fundamental monetary security to achieve life goals, as
well as to obtain protection for any unforeseen events. With that, this study aims to demonstrate to
the reader the power of the elaboration of the financial planning from the demonstration of the
concepts, elaboration of the planning and forms of control of expenses. To this end, a financial
planning of a selected individual was carried out and later its analyzes were carried out, thus
generating, to the individual, knowledge under better tools to understand what happens with their
monthly income and consequently to better plan their finances, culminating in a greater propensity to
in achieving your personal goals.

Keywords: Finance; Personal Goals; Financial planning; Monthly income.


INTRODUÇÃO

Todo ser humano nasce com dons e habilidades, no entanto, alguns desenvolvem e tornam-se
muito bons, enquanto outros não usufruem dessas qualidades. Uma ferramenta essencial para o
desenvolvimento humano é a educação. A educação é a base para um indivíduo, para uma família e
para uma nação. Ela é fundamental para o desenvolvimento da capacidade cognitiva, do trabalho em
grupo, e para o início da convivência em sociedade, assim auxiliando na formação do ser humano

Sabemos que é muito importante saber gerir o nosso dinheiro, em um pensamento que diz “mais
importante que saber ganhar é saber gastar”. Sempre costumo lembrar que numa economia de
mercado a “liberdade custa caro’, isto é, se você tem sonhos e quer realiza-los com certeza sempre
precisará mobilizar alguma quantia em dinheiro para tal.

Cada um de nós acumula ao longo da vida, experiências financeiras. Ainda quando crianças
observamos a forma como nossos pais organizam as despesas da casa, a forma como atendem aos
nossos pedidos de compras, e também a forma como nos ensinam de maneira direta “não tenho
dinheiro” ou indireta “dinheiro não dá em árvore”. Importante é que de uma maneira ou de outra, já
acumulamos alguma experiência no trato com o dinheiro, quando chegamos a nossa vida adulta.
Quando começamos a obter nosso dinheiro através do trabalho, já teremos uma certa noção de como
gastá-lo.

Por outro lado, em nossa vida adulta poderemos desenvolver muitas necessidades para a qual
de uma maneira ou de outra nos depararemos com decisões que envolvem pensar em finanças. Manter
o equilíbrio financeiro, isto é, gastar apenas o que ganha é um bom começo, mas isto também não é
algo fácil de fazer e, se avançarmos um pouco para uma situação que a pessoa tenha uma reserva
financeira, veremos que apenas uma pequena parte da população faz isto. Se tiver dúvida pergunte a
seus amigos você tem uma reserva de dinheiro para emergência? Creio que você ficará assustado pois
muitos irão dizer que não ou então apostar em alguma forma de endividamento caso necessário (cartão
de crédito, financiamento, empréstimo, etc.).

De maneira objetiva se você tem uma meta e para atingi-la precisa de dinheiro é necessário agir
com inteligência para evitar dívidas, ter sobre de dinheiro e investir para atingir sua meta. Quanto
tempo você precisará para isto? Depende da organização do ganho, gasto, investimento e o montante
de dinheiro necessário. Sendo assim, objetivo do curso é te munir de conhecimentos e instrumentos
que lhe ajudem na tomada de decisões e na organização de sua vida financeira. Desejo a todos um
bom curso.
Finanças Pessoais
Para Garman e Forgue (2017), as finanças pessoais podem ser consideradas como o estudo de
recursos pessoais e familiares, que são relevantes para o alcance do sucesso financeiro. Este tema
implica ainda o modo como os indivíduos gastam, poupam, protegem e investem os seus recursos
financeiros. Uma boa compreensão da temática permite ao cidadão um maior desempenho para
enfrentar os desafios financeiros, as responsabilidades e as oportunidades que possam vir a surgir ao
longo do tempo.

O objeto de estudo das finanças pessoais passa pela análise da capacidade de financiamento, que os
indivíduos dispõem, aquando da aquisição de bens e serviços necessários à satisfação das suas
necessidades e desejos individuais. Posto isto, é necessário tratar esta temática como uma área de
conhecimento sistemático e transmissível, no âmbito da ciência económica (Pires, 2007). Numa
sociedade em que as trocas comerciais são essenciais, as finanças pessoais vêm ajudar o agregado
familiar a compreender melhor como gerir as suas economias, de modo a obterem o acesso a bens e
serviços com a finalidade de alcançarem a poupança.

O contexto individual é importante, dentro da temática das finanças pessoais, uma vez que há muitas
decisões que uma pessoa assume inteiramente para benefício próprio ou gratificação pessoal e muitas
dessas responsabilidades devem ser suportadas pelos próprios indivíduos. Estas decisões abrangem
necessidades pessoais essenciais, bem como de lazer. Ainda que, estas decisões, tomadas pelo
indivíduo, possam ser influenciadas pela família e pela sociedade, quando se trata de abrir uma conta
bancária ou obter um empréstimo, é o indivíduo que tem a responsabilidade legal para tais decisões
(OCDE, 2012).

Para Pires (2007), o objetivo das finanças pessoais é assegurar que:

• as despesas do indivíduo, ou família, sejam sustentadas por recursos obtidos de fontes sobre
as quais tenham controle, de modo a garantir a independência de recursos de terceiros, que
têm custo e às vezes estão indisponíveis quando mais se precisa deles;
• as despesas sejam distribuídas proporcionalmente às receitas ao longo do tempo, ou seja, que
haja um equilíbrio entre o consumo e a poupança;
• sendo inevitável a utilização de recursos de terceiros, que sejam tomados ao menor custo e
pelo menor tempo possíveis;
• as metas pessoais possam ser atingidas mediante a compatibilização entre o querer
(necessidades, principalmente desejos) e o poder (capacidade de compra), ou aumenta-se o
poder ou reduz-se o querer, o que requer decisões e ações planeadas;
• o património pessoal cresça ao máximo, ampliando a independência financeira e a necessidade
de trabalhar para terceiros ou tomar recursos emprestados para finalidades de consumo.
Neste contexto, a gestão das finanças pessoais é essencial para os membros do agregado familiar
poderem gerir, de uma forma mais acertada, os seus rendimentos e controlar melhor as suas despesas
permitindo, ainda, poupar para prevenir imprevistos e possibilitar novos investimentos. Segundo o
Banco de Portugal (2016, p.17) “a gestão apropriada das finanças pessoais tem benefícios diretos para
os indivíduos, mas a escolha criteriosa de produtos financeiros contribui também para a estabilidade
do sistema financeiro”

Assim, de modo a promover uma melhor gestão das finanças pessoais é de salientar a importância da
educação financeira, uma vez que esta é considerada, fundamental, para promover um melhor
controlo das finanças pessoais, bem como permitir evitar problemas financeiros futuros, que podem
não só prejudicar os cidadãos de uma forma isolada, mas também a sociedade em geral.

Gestão financeira das famílias

A gestão das finanças pessoais é essencial para os membros do agregado familiar poderem gerir,
de uma maneira mais acertada, os seus rendimentos e controlar melhor as suas despesas familiares
permitindo, desta forma, poupar de modo a prevenir imprevistos e possibilitar a realização de novos
investimentos. Uma boa gestão do orçamento familiar permite garantir aos particulares a segurança
necessária para obter bens necessários. Neste contexto, surge a noção de decisão financeira que se
refere às opções capazes de criar impacto a nível financeiro do consumidor. Assim, as grandes
decisões financeiras referem-se à “alocação de recursos em itens de valor elevado, como planos de
saúde, contratação de empréstimos, realização de investimentos e aquisição de produtos financeiros
complexos” (Marques, Takamatsu, & Avelino, 2018, p.824).

A recente crise financeira e o atual ambiente turbulento financeiro global vieram destacar a
importância da capacidade financeira, não apenas de uma perspetiva individual, mas também numa
perspetiva global e económica. Neste sentido, a literacia financeira não é apenas importante a nível
individual, influenciando as decisões das famílias sobre a sua gestão financeira, mas também a nível
global, com consequências para a estabilidade da economia geral (Lusardi, 2019).

Em consequência da pandemia associada à Covid-19, as famílias portuguesas vêm-se perante um


novo cenário de recessão económica à escala global que afetou, de forma e intensidade diferente,
famílias de todas as classes sociais. O grau de imprevisibilidade deste fenómeno fez com que muitos
dos particulares não conseguissem fazer face às despesas do dia-a-dia. Em contrapartida, o impacto
desta crise pandémica demonstrou que é possível viver com níveis de consumo mais baixos, ou seja,
evitar gastos com bens supérfluos.
A importância da educação financeira

No contexto de rápidas mudanças e desenvolvimentos constantes, quer no setor financeiro como


na economia em geral, é importante entender se as pessoas têm literacia financeira, para a tomada de
decisões financeiras, que enfrentam todos os dias e para que possam ter capacidade para realizar a
gestão financeira familiar.

A educação financeira refere-se ao conhecimento, ou à compreensão, sobre a importância do dinheiro


e o uso do mesmo. Consiste na capacidade de compreender questões de finanças. Mais
especificamente refere-se ao conjunto de habilidades e de conhecimentos que permitem, a um
indivíduo, tomar decisões informadas e eficazes através da sua compreensão ao nível das finanças
(Dias et al., 2019) .

Gamba, Martins, Oliveira e Silva (2017) realizaram um estudo quantitativo, de caráter descritivo e
exploratório, com uma amostra de 69 famílias, de um total de 692 famílias residentes no bairro
estudado (Bairro Porto Lacustre). A partir da perceção das famílias entrevistadas, os autores
verificaram que o planeamento financeiro é considerado uma ferramenta importante. Contudo, o
número de famílias que utiliza essa ferramenta é significativamente pequeno.

A educação financeira é cada vez mais importante e não apenas para os investidores. Está a tornar-se
essencial para as famílias tentarem decidir como equilibrar o seu orçamento, comprar uma casa,
financiar a educação dos seus filhos e garantir a reforma. Neste âmbito, surge a literacia financeira,
como a capacidade de compreender como fazer escolhas financeiras sólidas para que as pessoas
possam gerir as suas finanças com confiança (OCDE, 2005).

Planeamento financeiro sólido a longo prazo, estando atento às circunstâncias da vida e às mudanças
nas condições económicas. Uma definição diferente é apresentada pela OCDE (2012), no PISA 2012
Financial Literacy Assessment Framework, que define literacia financeira como o conhecimento e a
compreensão dos conceitos e riscos financeiros, as habilidades, a motivação e a confiança para aplicar
tal conhecimento e compreensão, a fim de se tomarem decisões eficazes numa variedade de contextos
financeiros, para melhorar o bem-estar financeiro dos indivíduos e da sociedade, bem como para
permitir a participação na vida económica. De acordo com essas definições, pode concluir-se que a
literacia financeira é mais do que uma medida simples de conhecimento, refletindo também um
conjunto de comportamentos e habilidades que permitem tomar decisões financeiras adequadas de
forma individual.

Por seu lado, Huston (2010) divide o conceito de literacia financeira em duas dimensões distintas: (i)
a dimensão do conhecimento, que inclui o stock de conhecimento financeiro adquirido através da
educação e/ou da experiência especificamente relacionada com o essencial dos conceitos e produtos
de finanças pessoais; (ii) a dimensão do aplicativo, que reflete a capacidade e a confiança para a
aplicação eficiente desse conhecimento. Portanto, o conhecimento financeiro faz parte da educação
financeira, mas vai muito para além desse conhecimento financeiro.
Finanças pessoais, educação financeira e conhecimento financeiro.

O tema finanças pessoais é atual se considerarmos que no Brasil os índices de inadimplência


cresceram. O tema aborda o comportamento das pessoas no trato com seu dinheiro no orçamento
doméstico, no gerenciamento de conta-corrente, como pensa sua aposentadoria, como acompanha seu
patrimônio. Enfim, a gestão de finanças pessoais envolve a forma como a pessoa ganha e utiliza seu
dinheiro.

A educação financeira por sua vez considera que o indivíduo compreenda o contexto econômico
que o cerca, e que tome decisões considerando as condições as condições econômicas do momento
(sua e do entorno). A expressão objetiva do grau de educação financeira surge da forma como o
indivíduo pensa e se organizar buscando, desde o saneamento de dívidas até um possível
enriquecimento, por meio do conhecimento da matemática e termos financeiros, que ele já possui e
que o auxiliam na tomada de decisões

Outro ponto importante é a alfabetização financeira, está sugere as pessoas tenham capacidade
de obter, compreender e avaliar as informações financeiras necessárias para a tomada de decisão
eficaz, visando à gestão adequada do seu futuro financeiro. O tema é tão importante que em 2013 a
OECD ao descrever a questão indicou que a alfabetização financeira resulta de uma combinação de
consciência, conhecimento, habilidade, atitude e comportamento necessários para tomar decisões
financeiras sólidas e, finalmente, alcançar o bem-estar financeiro individual (POTRICH;
VIEIRA;KIRCH, 2018).

O conhecimento financeiro ou educação financeira, forma indivíduos mais conscientes e


responsáveis quanto ao uso do dinheiro. No entanto, junto a ele, é necessário que haja uma mudança
no comportamento e atitudes financeiras para que se obtenha resultados efetivos. Isso demanda, além
de conhecimento sobre finanças, autoconhecimento em relação ao uso do dinheiro, planejamento,
organização e disciplina quanto ao seu orçamento financeiro pessoal.

A simples atitude de se inscrever num curso e buscar, refletir sobre suas finanças pessoais é o
primeiro passo, pois conhecimento financeiro não é algo que seja popularmente acessível, mas pode
ser aprendido e compreendido através de conteúdos organizados de maneira sistemática.
Planejamento Financeiro Pessoal

Criar um planejamento financeiro pessoal pode se tornar uma tarefa fácil e constante, quando
se torna um hábito. Através da propagação de livros como “Pai Rico, Pai Pobre”, percebe-se como
esse hábito de planejar os gastos está se tornando cada vez mais comum nos dias de hoje, de acordo
com um levantamento digital realizado pela 7waves.com, 16,1 mil brasileiros com idade entre 15 a
65, cerca de 53,58% responderam que têm como meta guardar dinheiro em 2022. Entretanto, esse
hábito necessita de disciplina, como cita Gitman (2001, p.434), “O processo de planejamento
financeiro começa com planos financeiros de longo prazo, ou estratégicos, que por sua vez guiam a
formulação de planos em curto prazo ou operacionais”.

Para que seja realizado um planejamento financeiro pessoal, primeiramente é necessário que
seja realizado um mapeamento de todos os gastos e ganhos, ou seja, consistem em salários e qualquer
renda extra, todas as despesas, até a famosa “balinha” ou o conhecido “cafezinho”, devem ser
contabilizados, pois um dos problemas primordiais das despesas é o fato de erroneamente pensar que
por possuir um valor monetário pequeno não irá gerar uma grande diferença no fluxo de caixa final.
Não obstante, além das despesas fixas, deve se considerar possíveis despesas extraordinárias ou
emergenciais.

É preciso ser rígido no controle dos gastos adicionais, que são aqueles extras como lazer e
vestuário, por exemplo. É possível economizar bastante fazendo um corte nesses itens, porque eles
fazem pouca diferença na rotina. Quando o orçamento estiver controlado, é possível voltar a colocá-
los aos poucos entre os seus gastos. (BULGARIM et al., 2012, p. 21)

Após o mapeamento inicial, é necessário que se coloque quais são os seus sonhos e objetivos
futuros, assim como quanto tempo será necessário para realizá-los. Obtendo assim, um ciclo do
planejamento financeiro pessoal, conforme podemos observar abaixo:

Fonte: Mobills website. Ano 2023

Como podemos analisar no Ciclo do planejamento Financeiro exposto acima, um dos pontos citados
é o “Cortar/ Reduzir”. Com isso no próximo capítulo iremos mostrar os pontos importantes sobre
como conseguir realizar esses cortes no planejamento, assim como os maiores empecilhos.
Controle de Gastos

Tiago Dantas (s.d), explica que “gasto é todo dispêndio financeiro, todo sacrifício que uma
entidade arca para a aquisição de um bem ou serviço. O conceito de gasto é bastante amplo. Um gasto
pode se transformar num investimento que, sucessivamente, se torna um custo e uma despesa.”

Um fator de extrema relevância quando falamos sobre o controle de gastos é o comportamental, visto
que, muitas vezes gastamos a renda mensal com itens supérfluos e que poderiam ser evitados. Um
grande obstáculo é o fácil acesso de crédito e os exemplos ditados pelo marketing, no qual o consumo
se tornou algo realizado de forma diligente, provocando assim o distanciamento da criação do
patrimônio pessoal e consequentemente os seus sonhos, conforme Cerbasi (2014, p. 63) “boa parte
dos motivos para o fato de não sobrarem recursos para poupar não está nos grandes gastos do
orçamento. Está nos pequenos, aqueles que fogem ao controle”.

Com isso, torna-se indispensável o controle desses gastos, através da análise dessas despesas,
verificando e descriminando todo o consumo diário, podendo assim ter um mapeamento de onde está
sendo utilizado a maior parte da sua renda e como minimizar esses gastos e ter uma maior economia,
como aponta Cerbasi (2014, p. 26),

Com isso, abaixo será exemplificado um passo a passo para a otimização mensal do controle dos
gastos.

➢ Registre todas as suas despesas: Anotar todos os gastos realizados diariamente,


independentemente do valor monetário, pode ser em um aplicativo no celular, em uma
planilha de planejamento financeiro ou outro meio, contando que não “deixe para depois” e
assim esqueça de contabilizar a despesa

➢ Alinhar os gastos por categoria: A ideia nesse passo, é visualizar em qual categoria está sendo
direcionado o seu dinheiro, conforme exemplo no gráfico abaixo:

Fonte: Toro Investimentos, 2023


➢ Verificar o destino do dinheiro e ter uma maior atenção nos gastos:

Após um certo período realizando os passos 1 (um) e 2 (dois) conseguirá visualizar quais são
as categorias de gastos que possuem um peso maior nos gastos e consequentemente estudar
uma forma para diminui-los. Por fim, seguir os passos acima podem otimizar o controle de
gastos do planejamento financeiro pessoal criado.

Gestão Contábil

A contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões. Na


verdade, ela coleta todos os dados econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-
os e sumarizando-os em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem sobremaneira
para a tomada de decisão (MARION, 1998).

Segundo Freitag (2009), os profissionais de ciências contábeis, acabam esquecendo-se de


priorizar o motivo do surgimento da contabilidade, que é o controle de patrimônio, e acabam
por aplicar o conhecimento contábil apenas no âmbito empresarial, pois há realmente
possibilidade de aplicação dos conceitos e técnicas contábeis às pessoas jurídicas e físicas

A contabilidade pessoal pode ser definida como a organização financeira do patrimônio de


pessoas físicas. É o registro de todas as operações financeiras realizadas por uma pessoa. Estas
informações são usadas para controlar e gerir as finanças pessoais (SILVA, 2007). Essas operações
envolvem os registros das aquisições de bens e direitos, obrigações contraídas, como todas as
transações financeiras e econômicas de uma pessoa. A necessidade da contabilidade para pessoas
físicas se deve ao fato, de que a mesma visa fornecer informações sobre a situação financeira com
base nos fatos ocorridos no patrimônio, coletando dados e proporcionando a oportunidade da
administração da sua própria vida financeira, observando possibilidades de economias extras de
recursos, para futuros investimentos (SILVA, 2007).

Assuntos como Contabilidade e investimentos são importantes para a vida das pessoas, mas
essas sabem muito pouco sobre o assunto, pois as escolas se concentram nas habilidades acadêmicas
e profissionais, mas não nas habilidades financeiras (Kyiosaki e Lechter, 2002)

Dentre a gestão contábil familiar, os conceitos e nomenclaturas deveriam ser conhecidos, pois
dessa forma, a sua organização seria facilitada, como por exemplo, o entendimento sobre a
nomenclatura.
Gestão Financeira

A Gestão Financeira está presente nas situações rotineiras de planejamento pessoal, seja na
economia de recursos ou planos de aposentadoria (poupança) como na educação dos filhos
(investimento para obtenção de retorno) (GITMAN, 2001).

A necessidade de educação financeira aumenta à medida que o setor financeiro se desenvolve,


pois o aumento dos serviços e produtos financeiros e da tecnologia faz com que o mercado necessite
de consumidores com mais conhecimentos a fim de tomarem decisões mais eficientes (SAITO, 2008).

O sistema capitalista, que se caracteriza pela oferta de produtos e serviços e consumos pelos
demandantes desses bens, figura-se como fator elementar o gerenciamento dos recursos pessoais.
Assim como a empresa, que necessita controlar seus gastos, as pessoas, dado à escassez dos recursos
e necessidades ilimitadas também precisam adotar de ferramentas que as auxiliem neste controle de
suas receitas financeiras (SILVA e PASSOS, 2015).

A Matemática Financeira é uma ferramenta para a tomada de decisões financeiras, tanto de


caráter pessoal quanto empresarial. Ela aborda o valor do dinheiro no decorrer do tempo, cujo objetivo
é analisar operações financeiras que envolvam entradas e saídas de dinheiro ocorridas em momentos
distintos (LAPPONI, 2006).

O Quadro apresenta um exemplo de fluxo de caixa em cinco períodos com sua representação
gráfica na Figura.

Fonte: Lapponi (2006:18)


Figura 2: Gráfico de um Fluxo de Caixa

Fonte: Lapponi (2006:18)

Onde:
• Valor Presente → É apresentado como PV (present value). É o montante inicial de uma
operação financeira. Quando apresentado como PVn, indica que é o montante inicial de um
período específico.
• Valor Futuro → É apresentado como FV (future value). É o montante final de uma operação
financeira. Quando apresentado como FVn indica que é o montante final de um período
específico.
• Juros → É apresentado como J (interest). É o valor absoluto obtido de juros numa operação
financeira. Quando apresentado como Jn indica que é o montange obtido com juros em um
período específico.
• Taxa de Juros → É apresentado como i e indica a razão do valor obtido de juros sobre o PV.
• Períodos → É apresentado como n e indica a quantidade de períodos de uma operação
financeira.
• A taxa de juros é o custo do dinheiro. Em geral, é a quantia gerada pela aplicação de um
valor por determinado tempo a um percentual fixo. Quanto menos dinheiro disponível para
empréstimos, maior será a taxa de juros.
A taxa Selic é a taxa básica da economia, sendo usada como referência para a determinação
das demais taxas no mercado, tanto as de empréstimos como de remuneração das aplicações em
renda fixa.

Há duas formas de capitalização: regime por juros simples e por juros compostos.

O regime de juros simples segue um padrão linear. Nesse regime, o cálculo dos juros em cada
período é constante e obtido através da multiplicação da taxa de juros pelo valor do capital inicial.
Ou seja, o valor do montante de juros é obtido através da Equação 1:

FV = PV x (1 + i x n)

A Tabela 1 apresenta um exemplo de aplicação de juros simples, inclusive apresentando a


linearidade desse regime, conforme Figura 3.

Tabela 1: Exemplo de Aplicação de Juros Simples

Fonte: Autoria própria.


Figura 4: Gráfico de uma Aplicação de Juros Simples

O regime de juros simples segue um movimento linear. O regime de juros compostos é mais
comum nas realizações de aplicações financeiras. Nesse regime os juros são obtidos através da
multiplicação da taxa de juros pelo montante acumulado ao fim de cada período. Por conseguinte, o
valor de juros cresce exponencialmente com o passar dos períodos. A Equação 2 representa o regime
de juros compostos:

Fn = PV x (1 + i)n.

Na Tabela 2 é apresentado um exemplo de aplicação de juros compostos. A Figura 4 representa


esse com um período maior, a fim de deixar claro o crescimento exponencial dos juros.

Tabela 2: Exemplo de Aplicação de Juros Compostos


Aplicações Financeiras e Investimentos

De acordo com Miranda (2013), a educação financeira pode ser vista como um investimento
com ganhos tanto para o consumidor quanto para as entidades que oferecem esses serviços, pois
quando o consumidor passa a conhecer bons métodos e práticas de gestão de finanças, o mesmo
passa a administrar melhor suas finanças e melhora consideravelmente sua qualidade de vida e suas
decisões financeiras.

Educação financeira pode qualificar os consumidores a serem melhores compradores,


permitindo-os obter bens e serviços a custos menores. Este processo efetivamente aumenta o poder
de compra real do consumidor e provê maiores oportunidades para consumir mais, poupar ou
investir. Além disso, a educação financeira pode auxiliar as pessoas a obter ganhos de conhecimentos
necessários para criar orçamentos familiares, iniciar planos de poupança, gerenciamento de débitos
e formular decisões estratégicas de investimento de débitos e formular decisões estratégicos de
investimento para a sua aposentadoria ou para a educação de seus filhos (GREENSPAN, 2005).

A educação financeira obtida em algum âmbito social contribui para situações do cotidiano,
sejam estas para aplicação eficiente de investimentos pessoais como para a melhoria da carreira
profissional (SILVA; PASSOS, 2015). Os investimentos são aplicações de recursos em ativos que
geram algum tipo de retorno financeiro para o investidor. No mercado financeiro, em geral, quanto
maior o risco do investimento, maior o retorno esperado. As duas variáveis (risco e retorno) são
diretamente correlacionadas.

O mercado financeiro costuma categorizar seus investimentos com base no perfil dos produtos
que compõe sua carteira de investimento por entender que isso reflete o grau de tolerância do
investidor ao risco financeiro aplicado:
Existem três tipos de perfis que refletem sua propensão a riscos:

✓ Conservador – privilegia a segurança para diminuir o risco a perdas, para isso aceitando até
uma rentabilidade menor;
✓ Moderado – procura um equilíbrio entre a segurança e a rentabilidade e está disposto a
correr certo risco para que seu dinheiro rentabilize um pouco mais do que as aplicações
mais seguras;
✓ Arrojado – privilegia a rentabilidade e é capaz de correr grandes riscos para que seu
investimento obtenha maiores retornos.
DICAS PARA SE PLANEJAR FINANCEIRAMENTE

São quatros os princípios fundamentais que tentamos difundir a respeito de um Planejamento


Financeiro Pessoal:

➢ QUEM GUARDA TEM


É imprescindível reservar sistematicamente uma parcela de sua renda para usar em momentos
de dificuldade

➢ COMECE ONTEM
A diversificação das fontes de renda deve ser feita enquanto a pessoa está plenamente apta ao
trabalho, física e intelectualmente. Dessa forma, viverá uma velhice mais segura.

➢ OLHE PARA DEPOIS DE AMANHÃ


Os investimentos devem contemplar o médio e longo prazos, pensando em um patrimônio para
a vida toda.

➢ DÊ SENTIDO PARA A SUA POUPANÇA


Faça o planejamento de suas aplicações e investimentos em função de algum ideal (sonhos,
ambições e objetivos).
O QUE FAZER COM O QUE SOBRA DO SEU DINHEIRO

➢ PASSO 1 Faça um minucioso levantamento, por no mínimo três meses, de todas as


despesas pessoais e familiares, bem como das receitas.
➢ PASSO 2 Identifique e corte as despesas de menor valor, que não afetam o padrão de
vida da família.
➢ PASSO 3 Analise e discuta em família a planilha de receitas e despesas com o objetivo
de definir outros cortes e os objetivos a serem atingidos, divididos em curto, médio e
longo prazos.
➢ PASSO 4 Inicie um programa de poupança e investimento, estabelecendo um valor
fixo ou um percentual da receita líquida do mês para essa finalidade. É recomendado
de 10% a 20% do orçamento mensal.
➢ PASSO 5 Decida como aplicar o dinheiro economizado, levando em conta o montante,
o perfil do investidor, a experiência etc. Para os iniciantes em planejamento financeiro
pessoal o mais indicado é a caderneta de poupança ou a renda fixa.
➢ PASSO 6 Antes de aplicar verifique com muito cuidado as instituições financeiras, sob
os aspectos de idoneidade, de tradição e, claro, de retorno
➢ PASSO 7 Trimestralmente, faça novos levantamentos da sua situação patrimonial para
avaliar os resultados alcançados.
CONCLUSÃO

Gostando ou não, vivemos em uma sociedade dependente do dinheiro. Utilizamos o dinheiro


não apenas para trocas e para reserva de valor – o dinheiro acaba sendo, muitas vezes, uma métrica.
Medimos o sucesso de empresas, organizações e até de pessoas pela quantidade de dinheiro que
possuem ou que geram. Sem dinheiro, a vida se torna precária e limitada.

A educação financeira, um tema que vem se tornando cada vez mais presente, é uma importante
ferramenta, que ajuda as pessoas a gerenciar melhor seus próprios recursos e a tomar melhores
decisões. Através da educação financeira, as pessoas podem desenvolver um grau de autonomia que
as permite viver de forma mais digna, com melhor qualidade e, enfim, serem mais livres.

Através deste trabalho observa-se a importância de ter um planejamento financeiro pessoal,


principalmente na realização de sonhos pessoais, já que é através deste que as pessoas se organizam
financeiramente, deixando assim ter gastos desnecessários e prejudiciais para a saúde financeira
pessoal.

Portanto, pode-se constatar que o planejamento financeiro e o controle de gastos são fatores
essenciais para se alcançar à independência financeira. Importante também lembrar que o
planejamento deve ser constantemente avaliado, verificando se o mesmo está atendendo os objetivos
dos indivíduos. Para isso, é sugerido a criação do então fluxo de caixa, assim como o balanço
patrimonial conforme exemplos no capítulo anterior, assim de acordo com Kiyosaki (2002, p. 171)
“quanto mais você examina as demonstrações financeiras, mais a sua inteligência ou visam
aumentam”.

A partir da pesquisa visualiza-se que um dos objetivos dos indivíduos é adquirir uma vida
financeiramente segura, após longos anos de trabalho. Com isso, pode se concluir como é importante
o ensino de Finanças pessoais para alcançar um melhor patrimônio, assim como a importância da
mudança comportamental, no qual deve-se ter a disciplina mensal, tanto em alimentar a sua planilha
de planejamento, como controlar os seus gastos, não ultrapassando a sua renda e conseguindo poupar

O trabalho apresenta uma contribuição para a literatura e vida prática das pessoas físicas, visto
a relevância em ter conhecimento de coordenar os recursos de maneira efetiva, contribuindo
academicamente para possíveis estudos futuros sobre a necessidade do ensino de educação financeira
em relação ao planejamento financeiro pessoal, da aversão aos investimentos e a da garantia de uma
qualidade de vida no presente e no futuro.

O trabalho pode ser aprofundado para estudos futuros, como sugestão, pesquisas sobre formas
de investimento como a aversão ao risco na aplicação de investimentos, sobre a mudança na forma
de aposentadoria, assim como maiores formas de controle de gastos e endividamento.
REFRÊNCIA BIBLIOGRÀFICA

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