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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CURSO DE FINANÇAS

BEATRIZ CAVALCANTE ALVES

FINANÇAS PESSOAIS: ESTUDO SOBRE O PLANEJAMENTO INDIVIDUAL E


FAMILIAR.

SOBRAL/CE
2022
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BEATRIZ CAVALCANTE ALVES

FINANÇAS PESSOAIS: ESTUDO SOBRE O PLANEJAMENTO INDIVIDUAL E


FAMILIAR.

Projeto de Pesquisa apresentado ao


curso de Finanças da Universidade
Federal do Ceará, Campus de Sobral.
Orientador: Prof. Dr. Daniel Tomaz de
Sousa

SOBRAL/CE
2022
3

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..............................................................................................................3

1 TEMA E PROBLEMA.............................................................................................4

2 HIPÓTESE..............................................................................................................6

3 OBJETIVOS...........................................................................................................8

3.1 OBJETIVO GERAL..........................................................................................8

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................8

4 JUSTIFICATIVA.....................................................................................................9

5 REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................11

6 METODOLOGIA...................................................................................................15

7 RECURSOS NECESSÁRIOS..............................................................................16

8 REFERÊNCIAS....................................................................................................17
4

INTRODUÇÃO

A conjuntura atual, reflexo da sociedade globalizada e da integração das


economias, vem gerando uma série de incertezas decorrentes das transformações
sociais, políticas e econômicas pelas quais vem passando o mercado. E, para
sobreviver às tamanhas mudanças, e se adequar às inúmeras exigências do
mercado, assim como as organizações, o indivíduo e sua família devem se aderir a
essas regras.
A esse cenário some-se o fato de que, ao longo das últimas duas décadas,
houve o fortalecimento e a estabilidade da econômica, que embora esteja muito
longe do ideal, é um fenômeno com poucos antecedentes em nossa história.
Logo, devem os indivíduos se adequar a tais mudanças, uma vez que são de
suma importância para sua subsistência, e em uma visão mais longa, para o
desenvolvimento da economia do país, vez que, representam grande parte dos
recursos, devendo romper barreiras e se adequar, repita-se, às mudanças
socioeconômicas, como estratégia voltada a sua perpetuidade como indivíduo ativo
economicamente.
É nesse cenário que se situa o presente estudo, voltado à compreensão da
importância do planejamento individual e familiar, como estratégia de sobrevivência
e perpetuidade do núcleo, haja vista que, a economia cada vez mais acelerada e
oscilante. Neste contexto, não há como se ignorar a importância do planejamento
familiar para a economia brasileira.
Assim sendo, o objetivo do presente estudo é identificar as principais
características do planejamento no campo das finanças pessoais, ressaltando os
diversos problemas enfrentados pelos indivíduos, a exemplo a falta de instrução
quanto a essa ferramenta, com o intuito de estabelecer a importância do
planejamento individual ou familiar paras a sociedade e para a economia do país
como um todo.
5

1 TEMA E PROBLEMA

As inúmeras pesquisas cientificas disponibilizadas por diversos doutrinadores,


dão conta de que, o comportamento motivacional não está tão somente
condicionado ao fato de que as pessoas tem objetivos diferentes, eles evidenciam
que, as fontes de energia que fomentam seu comportamento, tendem a ser
extremamente variáveis.
Neste contexto, o estudo da motivação humana, como fator que influencia seu
comportamento consumerista, é essencial para explicar a necessidade da existência
do planejamento individual e familiar, visando os motivos pelos quais os indivíduos
apresentam tal comportamento, encaminhando-se em direção aos objetivos, que por
sua vez, estão dispostos em ordem de escolhas, interior ou intrínsecas à
personalidade de cada um (BERGAMINI, 2013).
Assim sendo, falar sobre o mercado e o apelo existente pelo consumo, é
primordial para compreendermos a importância do planejamento individual e familiar,
uma vez que, a motivação e os fatores que influenciam a opção do indivíduo pela
compra, são avaliados dentro desse planejamento, tendo em vista a necessidade do
mesmo, por meio da teoria motivacional da Hierarquia das Necessidades, bem
apresentada por Maslow (1954, p.35).
Acerca disso, Vergara (1999, p. 42), leciona que a motivação consiste em
“uma força, uma energia, que nos impulsiona na direção de alguma coisa”. Isto
posto, o comportamento de compra desenfreado do indivíduo, atrelado a
inexistência de um planejamento financeiro, tende a fomentar ainda mais as taxas
de endividamento individual ou familiar.
Em suma, a necessidade de compra, é algo intrínseco ao ser humano, no
entanto, verificada que a motivação nasce de necessidades interiores expressadas
pelo ser humano, tem-se um problema, objeto do presente estudo, haja vista que, a
motivação desacompanhada de um planejamento financeiro, individual ou familiar,
em um país onde a maioria dos trabalhadores percebem um salário mínimo tende a
levar a indivíduo ao endividamento e falência 1.

1
Com base na cesta mais cara, que, em abril, foi a de São Paulo, e levando em consideração a
determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as
despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário,
higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo
necessário. Em abril de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de
quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.754,33, ou 5,57 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. Em março,
6

No que consiste o planejamento, em uma apertada síntese, verifica-se como


sendo uma ferramenta de grande importância, haja vista que, no campo das
finanças pessoais, esta tem a capacidade de antecipar situações do cotidiano, onde
o indivíduo, já se encontra preparado. Em suma, o planejamento permite que o
indivíduo, de maneira prévia, se organize financeiramente para situações
inesperadas, anteriormente detectadas, não comprometendo seu orçamento, muito
menos sua saúde financeira.
Deste modo, no âmbito da finanças, o objetivo do presente estudo é,
promover a importância do controle do comportamento motivacional do indivíduo,
por meio do planejamento individual e familiar, a fim de promover a resolução
antecipada de determinada situação, ou até mesmo de se traçar um plano para a
concretização da compra do objetivo que desencadeou seu comportamento
motivacional, prevenindo a ocorrência do comprometimento financeiro, e
consequentemente a perda de seu poder de compra.
Neste contexto, pergunta-se: No campo das finanças pessoais, qual a
importância do planejamento individual e familiar para os indivíduos?

o valor necessário era de R$ 6.394,76, ou 5,28 vezes o piso mínimo. Em abril de 2021, o valor do
mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.330,69, ou 4,85 vezes o mínimo vigente na época, de R$
1.100,00 (DIEESE, 2022).
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2 HIPÓTESE

Com o passar do tempo a sociedade sofreu diversas formas de organização


social e financeira. Em cada época existiu um elemento central para o seu
desenvolvimento que estabeleceu o seu respectivo marco histórico. A exemplo,
durante a sociedade agrícola, a fonte de riqueza era a terra, na sociedade industrial
a criação da máquina a vapor e da eletricidade detiveram o papel central, na fase
pós-segunda guerra mundial, chamada de sociedade pós-industrial a prestação de
serviços passa a ser a mola propulsora.
Diante de toda essa modernização, o ser humano, cada dia mais, vê
intrínseco ao seu ser, o comportamento motivacional, seja em virtude dos sonhos,
seja em virtude do status. Isto é, o sociedade pós-industrial, acima mencionada,
inseriu no individuo, um pensamento consumerista, notadamente com o advento da
internet, que fomentou ainda mais esse pensamento. O que se verifica é que, a
teoria apresentada por Maslow, deve ser estudada pelo ponto de vista das
interferências que a sociedade tem no comportamento motivacional do indivíduo. É
comum ver o consumo desacelerado de determinado produto ou serviço,
simplesmente pelo fato de ter sido indicado por algum influenciador digital, ou até
mesmo por “estar na moda”.
Neste contexto, o comportamento motivacional deve ser controlado, por meio
do planejamento individual e familiar, a fim de, demonstrar de forma clara e objetiva,
a todos os membros inseridos nele, qual o controle financeiro deve ser exercido,
como também, promover o ato de se pensar quanto a necessidade daquela compra,
e caso seja afirmativo, promovê-la de forma planejada, não comprometendo as
finanças.
Destarte, o estudo basear-se-á na extrema necessidade do ser humano em
se educar financeiramente, por meio de planejamentos, sejam individuais ou
familiares, a fim de se organizarem economicamente, com vistas no comportamento
motivacional de cada um.
Para tanto, sua hipótese é baseada na afirmação de Gunther (2008), que
apresenta seu posicionamento acerca da necessidade acima mencionada, com o
intuito da promoção do bem estar pessoal, das empresas e da sociedade, haja vista
que, um indivíduo economicamente equilibrado, tende a trazer inúmeros benefícios
para o meio em que se encontra inserido.
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Educar-se financeiramente e organizar-se economicamente através de um


modelo de planilha financeira pessoal, mostra que lidar com dinheiro exige
habilidades, ou seja, precisa-se saber como ganhar, planejar, gastar, poupar
e investir, o suado dinheiro. E empreender também faz parte deste processo,
para o bem pessoal, das empresas e da sociedade. Assim, organizar-se
financeiramente é investir na vida, é despertar a importância de sonhar, de ter
objetivo, de se desafiar. Esses são fatores primordiais para o sucesso de um
planejamento financeiro pessoal que consequentemente garantirá uma boa
qualidade de vida (GÜNTHER, 2008, p. 45-46).

A hipótese para a elaboração do presente estudo, também pode ser


levantada a partir do objetivo geral, que se encontra formulado através da
problemática do tema, haja vista, a relevância do mesmo para a sociedade brasileira
como um todo, especial em virtude dos inúmeros benefícios do planejamento das
finanças pessoais.
Assim sendo, verifica-se a importância do estudo das finanças pessoais, com
ênfase no planejamento individual e familiar, a fim de estabelecer seus inúmeros
benefícios para a qualidade de vida do indivíduo.
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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Realizar um breve esboço dos principais aspectos acerca do planejamento


individual e familiar, como também sua importância para a subsistência da maioria
dos brasileiros, e ainda ressaltar a essencialidade da efetivação das finanças
pessoais.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Compreender os conceitos de planejamento individual e familiar, de modo a


identificar os elementos que os caracterizam;
 Analisar o princípio da dignidade da pessoa humana e sua matriz protetiva
hipossuficiente;
 Verificar os impactos que o planejamento familiar desempenha na qualidade
de vida das pessoas;
 Destacar as políticas públicas de incentivo ao planejamento individual e
familiar;
 Elencar os pacotes de intervenção de planejamento familiar;
 Fazer levantamento bibliográfico;
 Levantar legislações pertinentes.
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4 JUSTIFICATIVA

A Teoria da Hierarquia das Necessidades, de Maslow, sob a ótica de Kotler


(2000), refere-se a busca pela explicação de como se dá a motivação humana.
Para tanto, existe a necessidade de se ater a uma lógica intuitiva existente na
referida teoria, posto que, é a partir daí que se pode evidenciar, com facilidade, a
compreensão da importância do planejamento individual e familiar, no âmbito das
finanças pessoais, que se encontram diretamente ligadas ao comportamento
motivacional.
Aliás, no que diz respeito ao comportamento motivacional, a teoria acima
mencionada é uma das mais conhecidas, tendo em vista seu teor, que conta com
cinco níveis distintos de necessidade, advinda do comportamento motivacional que
são, a autoestima e a auto-realização, que se encontram no campo das
necessidades de ordem superior; as sociais, que encontram-se voltada para o bem
estar do indivíduo em sociedade; as de segurança e as fisiológicas, ambas tidas
como ordem inferior de necessidade (SCHERMERHORN JR.; HUNT; OSBORN,
1999).
Acerca da divisão em níveis, acima mencionada, Robbins (2002), dispõe que,
esta se faz necessária em detrimento da diferença existente entre a natureza dos
fatores de satisfação, posto que, existem níveis baixos que podem ser satisfeitos a
partir de fatores extrínsecos, a exemplo do emprego, que oferece remuneração,
local de trabalho adequado, como também a segurança necessária para a
realização do mesmo. Do mesmo modo, existem níveis altos que podem ser
satisfeitos partindo de fatores intrínsecos, haja vista a necessidade de
autorrealização, que por sua vez, representa a busca do ser humano por
individualização, com o intuito de atender a mais alta inspiração.
Neste contexto, o presente estudo tem sua justificativa, importância do
indivíduo em ter um planejamento financeiro individual e familiar, vez que, a busca
pela individualidade pode custar caro, pois, é inerente ao comportamento
motivacional a força interior, que encontra-se localizada no plano subjetivo do
indivíduo, podendo ser afetado diretamente pelo meio externo em que se encontra
inserido.
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Assim sendo, para compreendermos melhor o importante papel do


planejamento individual e familiar, parte-se da premissa de que o comportamento do
consumidor deve ser estudado, para que assim, possa se traçar o comportamento
motivacional como fator a ser controlado pelo planejamento. Juntamente com as
inovações tecnológicas, o comportamento do consumidor modificou completamente,
se antes este se preocupava em saber se realmente necessitava daquele produto,
hoje ele tem certeza que precisa, haja vista atender perfeitamente seus desejos,
sejam eles culturais, sociais, pessoais ou até mesmo psicológicos.
Nesta linha, tem-se o posicionamento de Melo (2009, apud FLORENTINO,
2009), que apresenta a teoria de Maslow como meio para explicar o comportamento
motivacional do indivíduo que resolve adquirir determinado produto ou serviço, por
seu objeto de seu desejo, que vem a suprir uma determinada necessidade antes
apresentada pelo consumidor.
No entanto, no estudo a ser desenvolvido, estabelecer-se-á a importância do
controle das finanças pessoais, por meio de um planejamento individual /ou familiar,
a fim de, quando evidenciado o desejo na aquisição de um determinado produto ou
serviço, a compra não aconteça única e exclusivamente pela necessidade
substancial, mas sim por uma série de fatores, já considerados no planejamento
traçado.
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5 REFERENCIAL TEÓRICO

Considerando o ambiente organizacional de uma empresa, sabe-se que a


atuação da gestão financeira e orçamentária na administração do capital de giro tem
sua importância fundada no melhoramento dos resultados apresentados por elas,
fomentando aumento significativo no valor do patrimônio por meio da geração de
lucro líquido proveniente das atividades operacionais. Deste modo, uma correta
administração financeira permite que os gestores visualizem a atual situação
da empresa.
Ademais, a boa gestão financeira e orçamentária permite que a empresa
alcance bons resultados, mantendo o controle detalhado de todos os setores para
que os administradores possam estabelecer o planejamento estratégico empresarial.
Neste contexto, é possível verificar que, assim como no âmbito empresarial,
no âmbito individual, para a promoção de uma boa saúde financeira, é importante
que volte-se os olhares para a questão da gestão financeira e orçamentária, sob
pena de nos encontrarmos em endividamento, o que proporciona a falência de
empresa, bem como, a negativa de crédito aos indivíduos.
Nos anos 70, no auge dos ideais libertários da inovação motivados com os
altos investimentos militares em busca de desenvolvimento, surge um novo
paradigma tecnológico de grandes inovações, culminando na realidade pós-moderna
da sociedade da informação e do consumo desenfreado (CASTELLS, 2011, p. 43).
Deste modo, a sociedade no seu estágio atual encara uma nova forma de
organização e de consumo, em que a informação é o elemento nuclear para o
desenvolvimento da economia (CASTELLS, 2011, p. 43). Essa nova forma de
organização social criou mecanismos capazes de processar e transmitir informações
em uma quantidade e velocidade jamais imaginável. (BIONI, 2018, p. 5). Contudo,
na mesma velocidade em que as informações são compartilhadas, uma enxurrada
de anúncios indicando o consumo de determinado produto ou serviço é colocada à
disposição do consumidor, que sem as devidas providências, acaba por adquiri-los,
agindo por impulso, e consequentemente, prejudicando sua saúde financeira.
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O comportamento motivacional do consumidor, tem sido estudado por


diversas agências publicitárias, a fim de conhece-lo tão profundamente, de maneira
a produzirem comerciais que gerem em seus propensos clientes, a certeza da
necessidade daquele produto, seja por uma necessidade aparentemente pessoal,
social, cultural ou até mesmo psicológica, mas que poderia ser evitada, caso o
indivíduo tivesse conhecimento de suas finanças por meio de um planejamento
financeiro individual e/ou familiar.
É neste contexto, que a educação financeira deve ser compreendida, como
necessária para que os indivíduos possam conhecer profundamente sua capacidade
de compra, bem como, possa tomar suas decisões de compra com segurança, sem
comprometer sua saúde financeira.
A Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE
(2005), estabeleceu que a Educação Financeira se trata de um processo em que os
indivíduos melhoram a sua compreensão sobre os produtos financeiros, seus
conceitos e riscos, de maneira que, com informação e recomendações claras,
possam desenvolver as habilidades e a confiança necessárias para tomar decisões
fundamentadas e seguras, melhorando o seu bem-estar.
Na visão de Manson e Wilson (2000), esse processo estimula o
desenvolvimento de conhecimento, aptidões e habilidades, formando indivíduos
críticos, informados sobre os serviços financeiros disponíveis e preparados para
administrar as suas finanças pessoais com êxito, haja vista que, o planejamento
financeiro é uma ferramenta por eles utilizada. Assim, a educação financeira deve
estimular a capacidade de planejar a disponibilidade destes, para a realização de
projetos pessoais e familiares.
A capacidade e a habilidade requeridas na administração das finanças do
indivíduo podem afetar o bem-estar material do conjunto da sociedade. Isso inclui a
aptidão para discernir opções, discutir assuntos relacionados a dinheiro, e o preparo
para enfrentar os eventos da vida que afetam as decisões diárias, incluindo eventos
na economia geral (PINHEIRO, 2008).
A educação financeira é um processo de transmissão de conhecimento que
permite o aprimoramento da capacidade financeira dos indivíduos, buscando tomar
decisões fundamentadas e seguras, tornando-se mais integrados à sociedade,
aliado a uma postura pró-ativa na busca de seu bem-estar. Essas decisões,
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conforme Manson e Wilson (2000) envolvem a compreensão correta das atividades


relacionadas às finanças pessoais, como:
• identificação e empreendimento de projetos sociais vinculados à obtenção
de recursos financeiros;
• elaboração de estratégias para poupá-los; e
• concretização de ações que impliquem o correto uso de tais recursos, com
base em seu planejamento pessoal.
É muito comum, entre as famílias, saber quanto receberão de recursos por
mês, normalmente o salário, mas saber de que forma exatamente estes recursos
serão gastos já não acontece. Algumas despesas fixas são de fácil identificação,
mas há outras despesas dispersas que muitas vezes fogem do controle, ocorrendo
gastos acima de suas possibilidades.
De um modo geral, conforme lecionado por Gunther (2008), existem quatro
tipos de decisões financeiras familiares:
1) Decisões de consumo e economia: quanto deve ser gasto em consumo e
quanto deve ser economizado para o futuro.
2) Decisões de investimento: como deve ser investido o dinheiro
economizado.
3) Decisões de financiamento: quando e como deve ser usado o dinheiro de
terceiros para implementar os planos de consumo e investimento.
4) Decisões de administração de riscos: como e em quais termos deve-se
procurar reduzir as incertezas financeiras e quando deve-se aumentar os riscos.
Já no entendimento de Lang (1993), o planejamento financeiro, seja individual
e/ou familiar, envolve o desenvolvimento de uma estratégia sistemática para as
pessoas alcançarem os seus objetivos, de modo que haja recursos financeiros para
financiar as ações pretendidas pelos indivíduos, sendo que o planejamento requer
destes:
• a análise da disponibilidade dos recursos correntes e da renda esperada: o
indivíduo avalia o nível de recursos correntes e a renda futura esperada, de forma a
compreender o quanto dispõe financeiramente e o volume de recursos que irá dispor
para apoiar seus projetos futuros;
• a definição de metas e objetivos de curto, médio e longo prazo: é necessário
que a pessoa determine suas metas e objetivos de curto, médio e longo prazo,
avaliando o que e quando as atividades devem ser executadas, de modo a se
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verificar a disponibilidade condizente de fundos para tais. Por curto prazo, são
considerados os gastos com alimentação, vestuário e moradia, entre outros. No
médio prazo, já estariam incluídos dispêndios com educação e viagens e, no longo
prazo, a compra de uma casa, os investimentos e a poupança previdenciária;
• a elaboração de um plano que especifique as atividades para alcançar os
objetivos: é importante que os indivíduos planejem as ações e as atividades
requeridas para a obtenção de suas metas;
• a tomada de decisões fundamentadas em gastos e investimentos: é
relevante a avaliação correta das decisões financeiras para maximizar a riqueza,
possibilitando um maior nível de recursos para sustentar as ações desejadas; e
• a avaliação do progresso do plano e a implementação de medidas
corretivas: deve-se monitorar constantemente o progresso do plano e redefinir o
planejamento, caso necessário.
O que se verifica é que, pode ser conquistado por meio do planejamento
individual e familiar, levando em conta seu condão de, em um primeiro momento
controlar o comportamento motivacional, para em um segundo, com base nos
recursos disponíveis, verificar a possibilidade ou não da aquisição de um
determinado produto ou serviço.
Assim sendo, é possível compreender a importância do estudo da educação
financeira, dada aos dados alarmantes quanto ao endividamento. Acerca disso,
segundo o estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo – CNC (2022), 77,7% das famílias brasileiras declararam-se como
endividadas em abril de 2022.
Os brasileiros não possuem uma cultura para poupança, muito menos para
um planejamento financeiro. No entanto, o cenário econômico mundial favorável
trouxe consequências aos consumidores, em geral, através do aumento da oferta do
crédito. Os bancos cada vez mais vêm emprestando recursos tanto às pessoas
físicas como jurídicas.
A estabilidade econômica trouxe uma maior possibilidade de planejamento e
organização na vida financeira das famílias, mas a população em geral não tem tido
oportunidade de aprender e se acostumar com o planejamento pessoal financeiro.
Além disso, o advento de maiores facilidades para o crédito criou o risco da tomada
destes recursos emprestados sem o devido planejamento e organização de suas
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finanças, de forma que nem sempre havia conhecimento de como cumprir com
aqueles compromissos.
O comportamento imediatista das pessoas faz com que, durante o período
laborativo, parte da renda que deveria ser destinada a aposentadoria, seja destinada
a bens de consumo, muitas vezes não duráveis (LOUREIRO, 2009).
A esse respeito, Marina Luiza Gaspar Wisniewski (2011, p. 160) leciona que:

“Um fator que contribui para a elevação do consumo é a facilidade de acesso


ao crédito, salientando-se que o crédito é usado de modo consciente, é bom
para as economias, promove o desenvolvimento econômico, amplia a
produção e o acesso aos bens e serviços disponíveis no mercado, contudo,
usado indiscriminadamente, leva à inadimplência, ao endividamento e a
outros problemas dele decorrentes. A oferta de crédito no Brasil é
amplamente feita pelo sistema financeiro, através de múltiplos produtos,
contudo, segundo a pesquisa da CNC (2011), desses produtos, a liderança
no endividamento dos brasileiros se deve aos cartões de crédito, que
respondem por 71,8% das dívidas dos consumidores em maio de 2011. O
uso de cartões tem se tornado cada vez mais popular, pois de acordo com a
ABECS (2011) o número de cartões de crédito em circulação no Brasil atingiu
a marca de 158.127 milhões. Para se ter uma idéia, de acordo com o BACEN
(2009, p. 14) os empréstimos a pessoas físicas representaram em Bilhões de
Reais as cifras de 240,2 em 2007; 277,6 em 2008 e 323,80 em 2009,
evidenciando-se seu constante crescimento. O resultado do acesso fácil ao
crédito, está explícito na Pesquisa Nacional de Endividamento e
Inadimplência do Consumidor, cujos dados foram coletados em todas as
capitais dos Estados e no Distrito Federal junto a 17.800 consumidores.
Segundo a pesquisa, em maio de 2011, 64,2% das famílias brasileiras estão
endividadas. (CNC, 2011, p. 1).”

Neste contexto, é possível observar que a educação financeira tem o condão


de transformar a relação do indivíduo com o consumo, posto que, está dispõe de
meios para auxilia-lo nas tomadas de decisões, fazendo com que o mesmo possa se
adaptar às condições presentes em seu meio, uma vez que, a aproximação dos
conhecimentos obtidos na escola ao seu cotidiano, proporciona a construção e
formação de um cidadão mais consciente. Portanto, a socialização econômica do
indivíduo, através da educação financeira, apresenta incontáveis benefícios, sendo o
fato dos cidadãos passassem a figurar não apenas como coadjuvantes no
enunciado de problemas, o principal deles.
Em suma, o planejamento individual e familiar, tem a capacidade de, por meio
de uma educação financeira eficaz, fazer com que o indivíduo, que antes agira por
impulso, possa se fazer três perguntas: Eu posso? Eu devo? Eu preciso?, para
então decidir ou não pela compra de um determinado produto, promovendo assim,
decisões fundamentadas e seguras, não comprometendo sua saúde financeira.
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6 METODOLOGIA

A pesquisa, quanto ao método de abordagem, será qualitativa. Para Vergara


(2015), a pesquisa qualitativa está relacionada em compreender e interpretar
determinados comportamentos, a opiniões e as expectativas dos indivíduos de uma
população.
Quanto ao procedimento, será de natureza descritiva. Segundo Malhotra
(2012, p. 61), a pesquisa descritiva é aquela que se propõe a “[...] descrever alguma
coisa – normalmente, características ou funções de mercado”. Nesse tipo de
pesquisa “as informações necessárias estão claramente definidas. Em consequência
disso, a pesquisa descritiva é pré-planejada e estruturada e, normalmente, baseia-se
em amostras grandes e representativas” (MALHOTRA, 2012, p. 61).
Quanto a técnica de pesquisa, esta será bibliográfica. Ou seja, “[...] aquela
que se realiza a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em
documentos impressos, como livros, artigos, teses etc.” (SEVERINO, 2017, p. 213).
No que diz respeito à coleta de dados, a pesquisas será documental. Trata-se
de uma técnica que consiste em utilizar métodos não intrusivos e dados produzidos
com finalidades práticas no campo de estudo (SEVERINO, 2017).
Por fim, os dados serão analisados com base em análise de conteúdo que, de
acordo com Severino (2017, p. 200), é a metodologia adotada para o tratamento de
informações constantes em documentos, “sob forma de discursos pronunciados em
diferentes linguagens”, ou seja, “trata-se de se compreender criticamente o sentido
manifesto ou oculto das comunicações”, sem ignorar, claro, as informações
coletadas em campo, através de entrevistas e visitas em abrigos.
18

7 RECURSOS NECESSÁRIOS

Para elaboração do presente estudo, serão utilizados os recursos de


materiais bibliográficos, disponibilizados pela instituição, bem como, os dispostos na
internet e os de propriedade do autor; e material de trabalho, qual seja, a pesquisa
qualitativa que será realizada pelo autor, a fim de compreender e interpretar
determinados comportamentos, as opiniões e as expectativas dos indivíduos, acerca
do tema a ser estudado.
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REFERÊNCIAS

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20

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Finanças Pessoais: Uma Fase na Popularização do Mercado de Capitais. 2011.
Revista Intersaberes, Curitiba, a.6, n.12, p. 155-172.

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