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Recife
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2016
CALCIONE BORGES DE LIMA
Recife
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2016
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AGRADECIMENTOS
23
RESUMO
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ABSTRACT
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................8
1.1 Objetivos....................................................................................................................................... 10
2 REVISÃO TEORICA................................................................................................11
3 METODOLOGIA......................................................................................................18
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................19
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................25
REFERÊNCIAS...........................................................................................................26
APÊNDICE A..............................................................................................................29
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1 INTRODUÇÃO
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pessoas endividadas sofrem de ansiedade aguda e 23% passaram por momentos
de depressão profunda, contra 4% das pessoas com orçamento equilibrado.
Portanto, diante da relevância de tal tema e da pequena quantidade de
discussões no âmbito do nosso país sobre o assunto, justifica-se o trabalho devido a
necessidade de se avaliar a influência da falta de planejamento financeiro pessoal
na queda da qualidade de vida. Visto que em muitos estudos, sobretudo, realizados
em outros países, conclui-se que há sim essa relação. Desta forma, se faz
necessário investigar se tal realidade se aplica também ao ambiente que servirá de
base para nossa pesquisa.
Com base no exposto foi definido o seguinte problema de pesquisar: De que
forma a desordem financeira pessoal influência na qualidade devida. O trabalho tem
como objetivo apresenta uma pesquisa sobre a importância e influência do
planejamento financeiro como instrumento capaz de favorecer uma melhor
qualidade de vida.
A partir do objetivo geral foram definidos os seguintes objetivos específicos:
Analisar planejamento financeiro conceitualmente;
Identificar relação entre acesso a educação financeira e desiquilíbrio das
contas;
Verificar as consequências da falta de planejamento financeiro;
Estabelecer a partir dos resultados, relação entre falta de planejamento
financeiro e baixa qualidade de vida;
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2 GESTÃO FINANCEIRA
2.1 FINANÇAS PESSOAIS
O conceito de finança foi criado nos anos de 1950 através de um artigo
escrito por Harry Markwitz, alguns autores a definem como o estudo de como as
pessoas aplicam seus recursos ao longo do tempo, outros explicam que finanças
além de uma ciência é uma profissão da gestão do dinheiro, sua área de estudo são
as instituições e mercados financeiros, o funcionamento dos sistemas financeiros,
além do mercado financeiro local ou domiciliar (BODIE E MERTON, 2002).
Pires (2007, p. 13) define desta forma finanças pessoais:
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2.2 FINANÇAS COMPORTAMENTAIS
O Brasil durante muitos anos de sua curta história, impossibilitou que seus
moradores pudessem realizar qualquer tipo de planejamento financeiro, devido aos
sucessivos planos econômicos e descontrolada inflação. A década de 1980 à 1990 é
a mais emblemática, entre os anos marcados por essas características, anos
inclusive apelidados de década perdida (GREMAUD, 1696).
Por causa da inflação galopante, em que o preço dos produtos eram
remarcados duas, três ou mais vezes por dia, além do perigo dos investimentos
serem aprisionados por decretos governamentais, as pessoas não se sentiam
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estimuladas a terem seus parcos recursos em qualquer outro lugar que não seja
embaixo do colchão (ACCIOLY, 2011).
Esse cenário sofre uma alteração profunda, a partir do plano real em meados
da década de 1990, onde o cenário macroeconômico passa a ser bem mais
previsível, os agentes econômicos (as empresas, a indústria, o comércio e os
indivíduos) passam a realizar planejamento financeiro, indicando o quanto vão
investir, os gastos com maior precisão. O governo por sua vez, cria metas de
inflação, controle de gastos públicos e planos de investimento, essas condições
criaram o ambiente necessário para o crescimento econômico, o aumento do poder
aquisitivo da população e consequentemente, a diminuição das incertezas das
pessoas, quanto ao quadro macroeconômico. O que por sua vez influencia
diretamente o quadro microeconômico, ou seja, as finanças pessoais e o
planejamento financeiro pessoal (BRESSER – PEREIRA, 2002).
As famílias dependem do ambiente macroeconômico o mais previsível
possível, pois dele dependem para saberem o quanto terão de ganhos e quanto
poderão gastar, investir ou poupar. Como bem afirma Meurer e Samohyl (2001) o
cenário macroeconômico é de vital importância e influencia diretamente as decisões
tomadas pelos indivíduos.
Meurer e Samohyl (2001, p. 07) afirmam o seguinte:
A tomada de decisões econômicas por empresas e indivíduos é parte
inerente à vida, embora isto nem sempre seja percebido porque pode ser
um processo intuitivo. Estas decisões microeconômicas são fortemente
influenciadas por aquilo que está acontecendo ou virá a acontecer no
ambiente macroeconômico. Em decorrência disso, o conhecimento sobre o
que está acontecendo no ambiente mais amplo da economia do país e do
mundo pode ter efeitos benéficos sobre as tomadas de decisão, tanto por
reduzir as chances de erro como pela avaliação das consequências
possíveis em diferentes situações.
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Segundo Halles (2007), o orçamento doméstico pode ser definido como uma
planilha, na qual são anotados todos os gastos e despesas familiares, com o
objetivo de proporcionar um panorama geral da vida econômica e dos hábitos
familiares.
Conforme Macedo (2007), o planejamento financeiro deve funcionar como um
mapa de navegação para a vida financeira. Mostra onde está, onde quer chegar, e
quais caminhos percorrer para ser bem-sucedido.
Orçamento familiar é o planejamento que se faz com o dinheiro para evitar o
endividamento e os gastos desnecessários. Ele é relativo ao cálculo de previsões
das receitas e despesas durante determinado período. É uma ferramenta
valiosíssima que ajuda a administrar os recursos, quanto se ganha, quanto se gasta
o que se têm condições de comprar e quanto se pode pagar pelos artigos que se
deseja comprar (CHEROBIM, 2011).
Macedo (2007) também coloca que é por meio do planejamento que se
conhece em detalhes o ganho, aprende-se a poupar, a gastar adequadamente e a
controlar as finanças para atingir os objetivos desejados. O autor afirma que, “assim
como ocorre em vários aspectos da vida, ter certa medida de autoconhecimento
também pode ser ferramenta útil na administração das finanças pessoais”.
Seguindo esse contexto, para Rassier (2010) o planejamento financeiro visa o
sucesso pessoal e profissional e não somente o sucesso material, porque uma
pessoa organizada com as suas finanças poderá trabalhar por prazer e não por
obrigação. Nesse sentido Rassier (2010, p. 15) afirma: “planejamento financeiro é o
processo de gerenciar os recursos com o objetivo de atingir satisfação pessoal,
obter independência financeira e conquistar sonhos”.
A chave para o sucesso e a possibilidade de atingir uma vida financeira mais
equilibrada depende da educação (HALFELD, 2001). Frankenberg (2002) aponta
que o endividamento do brasileiro relaciona-se diretamente à ausência de uma
educação financeira. Cada vez mais estimulados ao consumo pelos incisivos
programas de publicidade e cada vez menos preparados para refletir sobre os seus
rendimentos, investimentos, necessidades e gastos, os indivíduos acabam por
assumir dívidas que, muitas vezes, estão aquém do seu poder de pagamento.
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De acordo com Accioly (2007), ainda não existe de fato no Brasil a prática da
educação financeira; não se aprende a lidar com o dinheiro na escola, muito menos
em casa.
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Frankenberg (1999) afirma que é preciso haver uma conscientização por
parte das pessoas para que as mesmas saibam o que é necessário para a vida, em
comparação com os objetivos, e planos de curto, médio e longo prazo. Na maioria
das vezes, aquele dinheiro gasto com coisas supérfluas poderia ser poupado para
investir numa capacitação profissional, o que poderia significar uma melhoria na
condição financeira, contribuindo para o bem-estar pessoal.
A variável educação tem fator importantíssimo na formação de indivíduos
mais conscientes de suas finanças, como afirma Nakata (2010) ao pontuar que:
“com a educação financeira, as pessoas passaram a conhecer melhor os produtos
financeiros disponíveis no mercado, a fazer escolhas inteligentes com aquilo que
ganham”. O autor defende que a busca pelo conhecimento sobre planejamento
financeiro pode proporcionar ao indivíduo o alívio de “anos e anos de sacrifício e
trabalho duro”.
3 QUALIDADE DE VIDA
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Segundo Forattini (1991, p. 76), a definição de QV pode ser entendida de
acordo com as seguintes áreas da vida cotidiana:
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4 METODOLOGIA
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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 PLANEJAMENTO E ENDIVIDAMENTO
SEXO
36% M
F
64%
Fonte: Autor
Gráfico - 2
IDADE
27% Entre 20 - 25
36% Entre 26 - 30
Entre 31 - 35
< 36
23%
14%
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As pessoas entrevistadas, 68% se declararam solteiras ou divorciadas, já
41% responderam que possuíam uma renda mensal entre R$ 880,00 e 1.600,00,
enquanto que 27% recebiam até R$ 880,00, vide gráfico 3 e 4. Muito embora a
renda seja um fator fundamental para com amaneira que o indivíduo lida com
investimento, gastos e poupança, pois como afirma Accioly (2011), quanto maior o
nível de renda, maior é a relação com investimentos e gastos.
Contudo, o endividamento não necessariamente acontece mais com as
famílias que estão num patamar mais baixo de renda, como afirma Bodie e Merton
(2002), o descontrole dos gastos acontece mais por falta de uma educação
financeira e uma consequente falta de planejamento, atingindo quase igualmente
famílias com rendas distintas, o que muda é o tamanho e o tipo das dívidas.
Cerbasi (2003) afirma, que o conhecimento teórico sobre planejamento
financeiro, mais presente nas familias idependentemente de nivel escolar ou de
renda, e até daqueles que nunca tiveram contato com conhecimento sobre finanças
pessoais é a relação entre gastos x despesas. Os entrevistados respoderam ser
prejudicial ter um orçamento marcado por gastos maiores que os ganhos, porém foi
observado que 46% das pessoas entrevistadas estão com suas contas no vermelho.
Gráfico – 3
ESTADO CIVIL
32%
CASADO(A)
SOLTEIRO (A)
68%
Fonte: autor
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Gráfico – 4
RENDA MENSAL
9%
ATÉ 880,00
27% ENTRE 880,00 E
1.600,00
23% ENTRE 1601,00 E
4.000,00
MAIS DE 4.001,00
41%
Fonte: autor
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Gráfico - 5
27%
DEFICIT
SUPERAVIT
45% SALDO ZERO
27%
Fonte: autor
Gráfico - 6
20%
15%
Fonte: autor
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Forattini (1991) explica que se o ato de poupar fosse comum entre as familias
a qualidade de vida dos individuos seria bem melhor avaliada, pois em países onde
tal prática é observada, as preocupações e ansiedades com o sustento e
manunteção são pequenas ou inexistente. A realidade entre os entrevistados com
relação ao hábito de guardar algum dinheiro para momento de emergência foi de
59% não faziam, apesar de reconhecerem a importância. Com relação a anotação
das despesas, 57% responderam que fazem uso, porém, 70% reconhecem que não
seguem estritamente os débitos e suas datas de vencimento.
Gremaud (1996) explica que entre os brasileiros, uma das grandes causas do
endividamento é não realizar o pagamento dos débitos antes do seu vencimento, o
que acarreta em juros e descontrole, pois os juros no Brasil são muito altos.
A maior parte desses débitos são oriundos do cartão de crédito,
financiamentos diversos e cheque especial. O descontrole desses débitos é
característico das pessoas que não planejam o impacto que um financiamento ou
compras de superfúlos têm no orçamento, o que acaba criando uma bola de neve e
cada dia fica maior. Gitmam (2001) aponta que educação financeira não é apenas
um mero conhecimento, mais algo que pode determinar entre a apenas sonhar ou
sonhar e realizar.
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Gráfico - 7
32%
CONSTANTE
NENHUMA
MAIS OU MENOS
68%
Fonte: autor
Gráfico - 8
18%
BASTANTE
POUCO
NENHUM
EXTREMAMENTE
14%
68%
Fonte: autor
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Em contraste com as respostas que deram origem aos dois gráficos acima,
está a avaliação pessoal quanto a qualidade de vida, 73% responderam ser boa,
enquanto que 14% responderam ser ruim, vide gráfico 9. Uma explicação para esse
fato, pode ser a observação de Gremaud (1996), que segundo ele se aplica apenas
aos brasileiros, seria a avaliação positiva da vida mesmo apontado todos os
aspectos desagradáveis que a cercam. Segundo o autor, essa característica é boa
como forma de encarar a vida com otismo, porém ruim quando não se reconhece a
situação por completo o que provoca um acomodamento.
Gráfico - 9
73%
Fonte: autor
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
BODIE, Zvi e MERTON, Robert C; trad. James Sunderland Cook. Finanças. Porto
Alegre: Bookman, 2002.
CHEROBIM, Ana Paula Mussi Szabo et al. Finanças pessoais: conhecer para
enriquecer. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2011.
EID JÚNIOR, Willian ; e GARCIA, Fábio Gallo. Como fazer o orçamento familiar. 3
ed. – São Paulo: Publifolha, 2001.
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FRANKENBERG, Louis. Seu futuro financeiro: você é o maior responsável. 16ª
Ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
__________. Guia prático para cuidar do seu orçamento: viva melhor sem
dívidas. Rio de Janeiro: Campus, 2002.
MACEDO JUNIOR, Jurandir Sell. A árvore do dinheiro: guia para cultivar a sua
independência financeira. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
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NAHAS, M.V. Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida: conceitos e sugestões
para um estilo de vida ativo. 4.ed. Londrina: Midiograf, 2006.
The WHOQOL Group: In J Orley and W Kuyken (Eds), The development of the
World Health Organisation quality of life assessment instrument (the WHOQOL).
Quality of Life Assessment: International perspectives, 41-60, 1994.
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APÊNDICE A
INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Planejamento financeiro e qualidade de vida:
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( )extremamente ( )bastante ( )muito pouco ( )nada
B – PLANEJAMENTO FINANCEIRO
B.1 - Renda mensal:
( ) Até R$ 880,00. ( ) De R$ 880,00 a R$ 1.600,00 ( ) De R$1601,00 a R$ 4.000,00
( ) Mais de R$ 4.001,00
B.3 – A principal razão para a sua dívida você diria que foi:
( ) Falta de Planejamento ( ) Desemprego ou queda na renda
( ) Má gestão orçamentária ( ) Acesso ao crédito
( ) Outro. Qual?
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B.7 Sobre registro de compras, anotação de gastos e despesas:
( ) Sim, anoto todas as despesas e sei dizer para onde está indo meu dinheiro.
( ) Gostaria de ter, mas não sei exatamente como fazer.
( ) Já tentei, mas acabo esquecendo de anotar as despesas.
( ) Nunca tentei fazer qualquer tipo de anotação dessa natureza.
B.8 Formas de utilização do registro de compras, gastos e despesas.
( ) Analisa o orçamento para saber onde está sendo gasto o dinheiro e para controlar
e planejar melhor despesas futuras.
( ) Analisa o orçamento para saber onde está sendo gasto o dinheiro e para controlar
as despesas, mas não faz planejamento de despesas futuras.
( ) Anota no início do mês quais serão as despesas, mas não realiza nenhum
controle ao longo do mês
( ) Não costuma fazer nenhum tipo de controle dos gastos.
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