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EL442

Instrumentação Industrial
Aula Síncrona 11 – Aspectos de Segurança em Instrumentação

Prof. Douglas C P Barbosa


Objetivos

▪ Apresentar os principais aspectos relacionados


à segurança em projetos de sistemas de
instrumentação industrial

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Sumário

▪ Introdução
▪ Grau de Proteção IP
▪ Uso em atmosfera explosiva (Ex)
▪ Sistema Instrumentado de Segurança (SIS)

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Introdução

▪ Os equipamentos de instrumentação
industrial estão sujeitos à operação
em condição adversas a seus
sistemas eletrônicos:
▪ Operação contínua

▪ Temperaturas extremas

▪ Vibração

▪ Umidade

▪ Poeiras

▪ Corrosão

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Introdução

▪ Equipamentos de instrumentação industrial possuem características especiais


que permitem sua operação com confiabilidade, disponibilidade e segurança,
mesmo quando aplicados em condições extremas

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Aspectos de Segurança

▪ Graus de Proteção IP (Index of Protection):


▪ Composto por dois dígitos (ex. IP-65) refere-se ao grau de proteção
oferecido pelo invólucro quanto a:
▪ Contato de pessoas com suas partes energizadas;
▪ Contato de objetos com suas partes móveis;
▪ Entrada de corpos sólidos, água e poeira no seu interior.
▪ Regulamentados por duas normas brasileiras:
▪ NBR-6146: Invólucros de Equipamentos Elétricos – Proteção;
▪ NBR-9884: Máquinas Elétricas Girantes – Graus de Proteção Proporcionados
pelos Invólucros.

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Aspectos de Segurança

▪ Graus de Proteção IP (Index of Protection)

Condensação
Chuva
Inclinação de 60°

Ondas do mar
Temporária
Contínua

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Aspectos de Segurança

▪ Atmosfera explosiva:
▪ Mistura com ar, sob condições atmosféricas, de substâncias
inflamáveis na forma de gás, vapor, poeira, fibra ou partícula
suspensa, na qual, após a ignição, permite auto sustentação
e propagação de uma explosão.

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Aspectos de Segurança

▪ Grupo:
▪ O Grupo define qual o tipo de aplicação do equipamento
conforme substância que estará presente na atmosfera.
▪ Grupo I: Equipamentos para mineração subterrânea;
▪ Grupo II: Equipamentos para indústrias de superfície expostos a
gases inflamáveis. Subdividido em 03 subgrupos IIA, IIB e IIC.
▪ Grupo III: Equipamentos para indústrias de superfície expostos a
poeiras combustíveis. Subdividido em 03 subgrupos IIIA, IIIB e IIIC.

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Aspectos de Segurança

▪ Grupo:

Fonte: https://naville.com.br/pt/home/atmosferas-explosivas/

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Aspectos de Segurança

▪ Grupo:

Fonte: https://naville.com.br/pt/home/atmosferas-explosivas/

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Aspectos de Segurança

Fonte: https://naville.com.br/pt/home/atmosferas-explosivas/

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Aspectos de Segurança

▪ Classificação de área:
▪ As áreas que apresentam probabilidade da formação de
uma atmosfera explosiva são classificadas em seis tipos de
ZONAS, conforme o tipo de combustível presente e risco de
ocorrência de uma atmosfera explosiva.

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Aspectos de Segurança

▪ ZONAS para Gases:


▪ Zona 0 – Área onde uma mistura explosiva de gás, vapor ou névoa está
presente continuamente ou durante longos períodos de tempo. Ex:
Interior de reservatórios.
▪ Zona 1 – Área onde uma mistura explosiva de gás, vapor ou névoa é
esperada que ocorra eventualmente em condições normais de
operação. Ex: Áreas de manipulação de produtos inflamáveis; cabines de
pintura; áreas próximas à Zonas 0.
▪ Zona 2 – Área onde uma mistura explosiva de gás, vapor ou névoa é
improvável de acontecer, mas se ocorrer, será por curtos períodos de
tempo. Ex: Áreas de armazenagem de produtos inflamáveis; áreas
próximas à Zonas 1.

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Aspectos de Segurança

▪ Área Classificada para Gases:


ZONA 2

ZONA 1 ZONA 1
ZONA 2
ZONA 2
ZONA 0
ZONA 1
ZONA 1

LÍQUIDO INFLAMÁVEL ZONA 0


ZONA 0
ZONA 1
ZONA 2

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Aspectos de Segurança

▪ ZONAS para Poeiras:


▪ Zona 20 – Área onde uma mistura explosiva de poeira combustível em forma de
nuvem está presente continuamente ou durante longos períodos de tempo. Ex:
Funis; silos; agitadores; moinhos.
▪ Zona 21 – Área onde uma mistura explosiva de poeira combustível em forma de
nuvem é esperada que ocorra eventualmente em condições normais de operação.
Ex: Áreas externas aos sistemas de contenção de poeiras; proximidade de pontos de
carregamento e descarga; áreas de processamentos de poeiras combustíveis.
▪ Zona 22– Área onde uma mistura explosiva de poeira combustível em forma de
nuvem é improvável de acontecer, mas se ocorrer, será por curtos períodos de
tempo. Ex: Áreas de armazenamento de sacos contendo poeira combustível; áreas
próximas a equipamentos que são abertos eventualmente.

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Aspectos de Segurança
ZONA 22 ZONA 21 ZONA 20

▪ Área Classificada para Poeiras:

ZONA 21 ZONA 22
ZONA 22
ZONA 22

ZONA 21 ZONA 21
ZONA 21

ZONA
ZONA ZONA 20
20 20

ZONA 21

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Aspectos de Segurança

▪ Exemplo de Planta de
Classificação de Área
para Poeiras:

ZONA 20
ZONA 21
ZONA 22

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Aspectos de Segurança

Tanque com dique Tanque com drenagem remota


▪ Exemplo de Planta de
Classificação de Área Vent
Vent
para Gases: Escotilha

Zona 0
Zona 1
Zona 2
Superfície Sentido de
do líquido drenagem

Dique Tanque de
Solo armazenamento

Valetas, fossas,
drenagem

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Aspectos de Segurança

▪ Uso em atmosfera explosiva:


▪ Características técnicas e construtivas
do equipamento que reduzem o risco
de explosão ou incêndio provocado
pela sua operação em ambientes com
atmosferas potencialmente explosivas.

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Aspectos de Segurança

▪ Uso em atmosfera explosiva:


▪ Visa eliminar um dos fatores necessários para que haja um incêndio ou
explosão:
▪ Comburente (Ar, Oxigênio);

▪ Combustível (Produto inflamável);

▪ Calor (fonte de ignição, centelha).

▪ A Terminologia utilizada é definida na NBR-8370 – Instalações e


Equipamentos para Atmosferas Explosivas – Terminologia.

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Aspectos de Segurança

▪ Segurança Intrínseca - Principais tipos:


▪ Ex d: Equipamento à prova de explosão1;
▪ Ex e: Equipamento de segurança aumentada2;
▪ Ex h: Equipamento hermético;
▪ Ex i: Equipamento de segurança intrínseca3;
▪ Ex m: Equipamento imerso em resina;
▪ Ex n: Equipamento não acendível4;
▪ Ex o: Equipamento imerso em óleo; 1 Invólucro suporta pressão interna.
▪ Ex p: Equipamento pressurizado; 2 Não produz centelha ou alta temperatura.
3 Baixa potência elétrica.
▪ Ex q: Equipamento imerso em areia. 4 Não capaz de causar a ignição da

atmosfera explosiva.
Fonte: https://naville.com.br/pt/home/atmosferas-explosivas/

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Aspectos de Segurança

Fonte: https://naville.com.br/pt/home/atmosferas-explosivas/

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Aspectos de Segurança

Fonte: https://naville.com.br/pt/home/atmosferas-explosivas/

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Aspectos de Segurança

Fonte: https://naville.com.br/pt/home/atmosferas-explosivas/

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Aspectos de Segurança

▪ Classes de Temperatura:
▪ A Classe de Temperatura define qual
a mais alta temperatura atingida em
serviço severo por parte ou superfície
do equipamento.
▪ ABNT/IEC: Define 06 Classes indo
de T1 a T6

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Aspectos de Segurança

▪ Classes de Temperatura:

Fonte: https://naville.com.br/pt/home/atmosferas-explosivas/

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Aspectos de Segurança

▪ Marcações de segurança na plaqueta de identificação do equipamento

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Sistema Instrumentado de Segurança - SIS

▪ SIS (Safety Instrumented System)


▪ Sistema que tem por objetivo trazer a planta de volta a um estado
seguro após o processo atingir uma condição limite considerada
potencialmente perigosa

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Relacionamento BPCS / SIS

Automação
Controle de Processos Supervisão

Sistema Instrumentado
Sistema Básico de

Alarme

de Segurança
Monitoração

Controle
Intertravamento
Dados de Ações de Dados de Ações de
processo Controle processo Proteção

Instrumentação Industrial
Medição Atuação Medição Atuação

Processo

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Relacionamento Sistema de Controle / SIS

▪ Equipamentos específicos

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Camadas de Proteção
Plano de resposta
à emergências da CAMADA DE RESPOSTA
planta À EMERGÊNCIA

Contenção:
CAMADA DE PROTEÇÃO
MITIGAÇÃO diques e
PASSIVA
vasos

SIG – Sistema
CAMADA DE PROTEÇÃO
de Incêndio e
ATIVA
Gás SISTEMA
Incidente INSTRUMENTADO DE
SIF - Função SEGURANÇA (SIS)
CAMADA DE
Instrumentada Alarmes de Desligamento SEGURANÇA
de Segurança TRIP de emergência
PREVENÇÃO
Intervenção CAMADA DE ALARMES
do operador Alarmes de Intervenção DE PROCESSO
processo do operador
SISTEMA DE CONTROLE
SUPERVISÓRIO
Variável de
processo CAMADA DE CONTROLE
Comportamento
DE PROCESSO
normal

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Sistema Instrumentado de Segurança - SIS

▪ O SIS é um sistema instrumentado composto de qualquer combinação


de sensores, executores de lógica e atuadores usado para implementar
uma ou mais Funções Instrumentadas de Segurança (SIF – Safety
Instrumented Function)

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Função Instrumentada de Segurança - SIF

▪ Uma Função Instrumentada de Segurança (SIF) é um conjunto de


ações simples com o objetivo de atingir ou manter um estado
seguro de um processo ou equipamento através de ação
automática específica frente a um evento perigoso específico
▪ Exs:
▪ SIF1: Fechar a válvula LV-001 quando um nível maior que 15 m for detectado
pelo sensor LIT-001;
▪ SIF2: Abrir a válvula PV-002 quando uma pressão maior que 20 kgf/m2 for
detectada pelo sensor PIT-002;
▪ SIF3: Desligar o motor M-003 quando uma temperatura maior que 500°C for
detectada pelo sensor TIT-003.

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Função Instrumentada de Segurança - SIF

SIS
▪ Cada SIF agrega um SIF 1
conjunto específico de Sensor 1

iniciadores (instrumentos), Sensor 2


Atuador 1

executores da lógica Executor da


(controladores) e elementos Sensor 3 Lógica (CP de Atuador 2

Segurança) SIF 2
finais do SIS (válvulas) Sensor 4
Atuador 3

Sensor 5

SIF 3

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Objetivos do SIS

▪ Reduzir o risco associado ao processo produtivo;


▪ Conduzir automaticamente o processo ou o equipamento a um
estado seguro quando certas condições são violadas (ex. TRIP);
▪ Somente permitir que um processo mude de um estado a outro
se for de maneira segura e quando certas condições são
satisfeitas (ex. Partida);
▪ Mitigar as consequências de um evento industrial perigoso.

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Risco

▪ Incerteza relativa a ocorrência de um evento indesejável


Risco = (probabilidade de ocorrência) x (impacto ou consequência)
Camadas de
Ameaças proteção Perdas e incidentes
prevenidos

Falhas latentes
do sistema

Falhas ativas do
sistema Perda ou incidente
ocorrido

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Redução do Risco

Risco

Risco inerente ao processo


(Antes de qualquer medida mitigatória)

Redução de risco total


Risco parcial coberto por
todas as camadas de proteção

Redução de risco
Redução de risco obtida por

outras camadas de proteção

necessária
atingida
Risco parcial coberto pelo SIS

Risco parcial coberto pelas Risco tolerável


camadas de prevenção e (OBJETIVO)
mitigação diferentes do SIS
(controles, alarmes,
dispositivos mecânicos) Risco residual
(Após medidas mitigatórias)

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Nível de Integridade de Segurança (SIL)

▪ O Nível de Integridade de Segurança (SIL - Safety Integrity Level)


é um nível discreto (1, 2, 3 ou 4), atribuído a cada SIF para
especificar os requisitos de integridade de segurança a serem
alcançados pelo SIS;
▪ É uma propriedade de uma SIF, não uma propriedade de um
sistema, subsistema, elemento ou componente;
▪ Pode-se associar o SIL a um nível de Probabilidade de Falha na
Demanda (PFD)

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Definição do SIL

▪ Matriz de Risco
▪ Ferramentas: HAZOP, LOPA, etc.
Frequência

Risco
inaceitável

Risco
aceitável
Consequência

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Redução do Risco

▪ Risco = Probabilidade x Consequência x PFD


▪ RRF = Risk Reduction Factor (Fator de Redução do Risco)

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Tipos de falha

▪ Falha Espúria: Ação indevida de pelo menos um atuador,


sem que tenha ocorrido realmente um evento iniciador que o
demandasse;
▪ Falha na Demanda: Não ação ou ação incorreta de pelo
menos um atuador, quando da ocorrência de um evento
iniciador que demande essa ação;

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Esquemas de Votação

• Esquema de Votação 1..2

1oo2
SEGURANÇA Votação 1 de 2: Tolerância a Falha na
Demanda - SEGURANÇA

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Esquemas de Votação

• Esquema de Votação 2..2

2oo2
DISPONIBILIDADE Votação 2 de 2: Tolerância a Falha
Espúria - DISPONIBILIDADE

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Esquemas de Votação

• Esquema de Votação 2..3

2oo3 Votação 2 de 3: Tolerância a Falha na


SEGURANÇA Demanda e Espúria – SEGURANÇA e
E DISPONIBILIDADE DISPONIBILIDADE

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Projeto do SIS

▪ Diagrama / Matriz de Causa e Efeito

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Projeto do SIS

▪ Diagrama / Matriz de Causa e Efeito


CAUSA (Matriz de Causa e Efeito): CAUSA (P&ID):

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Projeto do SIS

▪ Diagrama / Matriz de Causa e Efeito


EFEITO (Matriz de Causa e Efeito): EFEITO (P&ID):

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Instrumentos do SIS

• Os instrumentos do SIS são aplicáveis


em SIF por serem compatíveis com os
níveis de integridade de segurança
(SIL) requeridos

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Instrumentos do SIS

• Os instrumentos do SIS podem


ser pintados em cores diferentes
das dos instrumentos do BPCS
para facilitar sua identificação na
área industrial

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Visão geral do SIS

▪ O SIS é o conjunto de todas as SIFs de um processo ou sistema


SIS
Implementa

SIF 1 (Arquitetura 1oo1) SIF 2 (Arquitetura 1oo2) SIF 3 (Arquitetura 1oo1)

Executor Executor Executor


de lógica de lógica de lógica

Sensor Atuador Sensores Atuadores Sensor Atuador

Para atingir: SIL 1 SIL 3 SIL 2


1 2 3 4
Menor Maior
Integridade SIL: Nível de Integridade de Integridade
Segurança

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SIS – Considerações finais

▪ O SIS é mais uma das camadas de proteção da planta que


devem ser consideradas desde a fase de projeto.

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SIS – Considerações finais Objetivo
Consequência da
falha na demanda

Plano de resposta à Impactos negativos na


emergências da comunidade Minimizar impactos às comunidade
pessoas, instalações e
Plano de resposta à Impactos negativos nos
meio ambiente empregados da planta
emergências da planta
Conter ou destinar de Impactos negativos no
Contenção forma segura a energia meio ambiente
ou substâncias Impactos negativos na
Alívio / SIG planta
liberadas
Condições para possíveis
SIS Conduzir o processo de consequências negativas
volta à condições
Impacto negativo na
Alarmes seguras operação
Controlar desvios do Operação fora dos
Controle
processo limites normais

Condições de
Projeto operação desviando
Prevenir ou reduzir a
do Setpoint
frequência ou a
Operações e controles
magnitude dos desvios
complexos, condições extremas
ou substâncias perigosas

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Suporte ao aluno
douglas.pbarbosa@ufpe.br

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