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SUMÁRIO

QUESTÕES

CLASSES DE PALAVRAS.................................................................................................................4

COLOCAÇÃO PRONOMINAL.........................................................................................................45

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL........................................................................................73

CRASE............................................................................................................................................100

INTERPRETAÇÃO.........................................................................................................................122

PONTUAÇÃO.................................................................................................................................252

REGÊNCIA.....................................................................................................................................291

SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS..................................................................318

SINGIFICAÇÃO CONTEXTUAL DE PALAVRAS E EXPRESSÕES........................................346

SINÔNIMOS E ANTÔNIMO.........................................................................................................373

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GABARITO

CLASSES DE PALAVRAS..............................................................................................................412

COLOCAÇÃO PRONOMINAL.......................................................................................................412

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL......................................................................................413

CRASE............................................................................................................................................413

INTERPRETAÇÃO.........................................................................................................................414

PONTUAÇÃO.................................................................................................................................415

REGÊNCIA.....................................................................................................................................415

SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS..................................................................416

SINGIFICAÇÃO CONTEXTUAL DE PALAVRAS E EXPRESSÕES........................................416

SINONIMOS E ANTÔNIMO.........................................................................................................417

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CLASSES DE PALAVRAS

QUESTÃO 1: VUNESP - ENFJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Substantivo

Saúde não é brinquedo político, diz diretor da OMS

“A saúde não é um brinquedo político, ela deve ser usada para promover o bem-estar e a qualidade
de vida. E isso só vai acontecer quando nos comprometermos a fazer da atenção primária à saúde
a base da assistência universal(B).”
A afirmação é do diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghe-
breyesus, durante a assinatura nesta quinta (25/10/2018) de um acordo internacional em Astana,
capital do Cazaquistão, em que 194 países membros da OMS, incluindo o Brasil, comprometeram-
-se a fortalecer a atenção primária.
Chamado de “Declaração de Astana”, o acordo também comemora o 40º aniversário da histórica
Declaração de Alma Alta, que exortou o mundo a fazer dos cuidados primários de saúde o pilar da
cobertura universal de saúde em 1978.
Ocorre que, embora nos últimos 40 anos a expectativa de vida tenha aumentado e a mortalidade
infantil, caído pela metade, por exemplo, o progresso em saúde tem sido desigual(C) e injusto
entre países e dentro dos países.
“Devemos reconhecer que não alcançamos esse objetivo [saúde para todos]. Em vez de saúde
para todos, conseguimos saúde para alguns. Temos ficado muito focados em combater doenças
específicas, muito focados no tratamento, em detrimento da prevenção de doenças”(D), disse Ghe-
breyesus.
Quase metade da população mundial não tem acesso(A) a serviços essenciais de saúde e, se-
gundo a OMS, 100 milhões de pessoas são empurradas para a pobreza a cada ano por causa de
gastos catastróficos em saúde. A atenção primária à saúde pode fornecer de 80% a 90% das ne-
cessidades de saúde de uma pessoa durante sua vida.
A Declaração de Astana aponta a necessidade de uma ação multissetorial que inclua tecnologia,
conhecimento científico e tradicional, juntamente com profissionais de saúde bem treinados e
remunerados, e participação das pessoas e da comunidade(E) para que seja alcançada a tão so-
nhada saúde para todos com qualidade.
(Cláudia Collucci, Saúde não é brinquedo político, diz diretor da OMS. Em: Folha de S.Paulo, 25.10.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa que traz, respectivamente, um substantivo cujo plural se faz a exemplo de
“bem-estar” (termo presente no 1º primeiro parágrafo); e outro substantivo, destacado em expres-
são do texto, com sentido de coletivo.

A) Alto-falante / “Quase metade da população mundial não tem acesso...”


B) Saca-rolha / “... a base da assistência universal.”
C) Bomba-relógio / “... o progresso em saúde tem sido desigual...”
D) Louva-a-deus / “... em detrimento da prevenção de doenças...”
E) Arco-íris / “... e participação das pessoas e da comunidade...”

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QUESTÃO 2: VUNESP - CONT (CM ORLÂNDIA)/CM ORLÂNDIA/2019
Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais

A(s) forma(s) verbal(is) destacada(s) na seguinte passagem do texto remete(m) à ideia de recorrên-
cia dos eventos relatados pelo narrador:
A)... os sons da máquina de escrever vindos do quarto ao lado.
B)... meu pai (...) trabalhava depois que todos haviam ido dormir.
C)... a sineta do carro tilintando ao ser devolvido à posição inicial.
D) ... mesmo em meio à confusão poderia haver harmonia.
E)... o mundo desaparecia, sem violência, depois voltava a existir.

QUESTÃO 3: VUNESP - ANA (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/AMBIENTAL/2019


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
Leia o texto para responder a questão.

“Tire suas próprias conclusões”

Essa é a frase que mais tenho ouvido recentemente. Passada a euforia de uma notícia qualificada
como “bomba”, logo os atores de uma das partes corriam a público para disponibilizar a íntegra
daquilo que antes foi veiculado em partes.
É preciso saber de tudo e entender de tudo. É preciso tirar as próprias conclusões para não depen-
der de ninguém, e é esse o grande e contraditório imperativo dos nossos tempos. É uma ordem a
uma experimentação libertária, e uma quase contradição do termo. O imperativo que liberta tam-
bém aprisiona: você só passa a ser, ou a pertencer, se tiver uma conclusão. Sobre qualquer coisa.
Nas últimas décadas psicanalistas se debruçaram sobre as mudanças nos arranjos produtivos e
sociais de cada período histórico para compreender e nomear as formas de sofrimento decorrentes
delas. A revolução industrial, a divisão social do trabalho, a urbanização desenfreada e as guerras,
por exemplo, fizeram explodir o número de sujeitos impacientes, irritadiços e perturbados com a
velocidade das transformações e suas consequentes perdas de referências simbólicas.
Pensando sobre o imperativo “Leia/Veja/Assista” e “Tire suas próprias conclusões”, começo a des-
confiar de que estamos diante de uma nova forma de sofrimento relacionado a um mal-estar ainda
não nomeado.
Afinal, que tipo de sujeito está surgindo de nossa nova organização social? O que a vida em rede
diz sobre as formas como nos relacionamos com o mundo? Que tipos de valores surgem dali? E,
finalmente, que tipo de sofrimento essa vida em rede tem causado?
Vou arriscar e sair correndo, já sob o risco de percorrer um campo que não é meu: estamos vendo
surgir o sujeito preso à ideia da obrigação de ter algo a dizer. Ao longo dos séculos essa angústia
era comum aos chamados formadores de opinião e artistas, responsáveis por reinterpretar o mun-
do. Hoje basta ter um celular com conexão 3G para ser chamado a opinar sobre qualquer coisa.
Pensamos estar pensando mesmo quando estamos apenas terceirizando convicções ao comparti-
lhar aquilo que não escrevemos.
É uma nova versão de um conflito descrito por Clarice Lispector a respeito da insuficiência da lin-
guagem. Algo como: “Não só não consigo dizer o que penso como o que penso passa a ser o que
digo”. Se vivesse nas redes que atribuem a ela frases que jamais disse, o “dizer” e o “pensar” teriam
a interlocução de um outro verbo: “compartilhar”.

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(Matheus Pichonelli, Carta Capital. 18.03.2016. www.cartacapital.com.br. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a segunda expressão destacada denota, no contexto, um evento


posterior ao designado pela primeira expressão destacada.
A) Passada a euforia de uma notícia qualificada como “bomba”, logo os atores de uma das par-
tes corriam a público para disponibilizar a íntegra daquilo que antes foi veiculado em partes. (1º
parágrafo)
B) É preciso saber de tudo e entender de tudo. (2º parágrafo)
C) O imperativo que liberta também aprisiona: você só passa a ser, ou a pertencer, se tiver uma
conclusão. (2º parágrafo)
D) Pensando sobre o imperativo “Leia/Veja/Assista” e “Tire suas próprias conclusões”, começo a
desconfiar de que estamos diante de uma nova forma de sofrimento relacionado a um mal-estar
ainda não nomeado. (4º parágrafo)
E) O que a vida em rede diz sobre as formas como nos relacionamos com o mundo? (5º pará-
grafo)

QUESTÃO 4: VUNESP - PAEPE (UNICAMP)/UNICAMP/BIBLIOTECÁRIO/2019


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais

LIVROS

Tropeçavas nos astros desastrada Quase não tínhamos livros em casa E a cidade não tinha livraria
Mas os livros que em nossa vida entraram São como a radiação de um corpo negro Apontando pra
expansão do Universo Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo.
(https://www.letras.mus.br/caetano-veloso, acessado em 09.11.2018)

Assinale a alternativa correta quanto à conjugação e/ou à correlação entre os tempos verbais.
A) Se Caetano dispusesse de livros é porque sua família adquire cultura.
B) Se a cidade tivesse livrarias, as pessoas obteriam mais conhecimento.
C) Como não entrassem livros nas casas, as pessoas não expandirão o conhecimento.
D) Quando as cidades dispuserem livros a todos, ninguém mais permaneceu na escuridão.
E) Por mais que se obtenham livros, as cidades não adquiririam cultura.

QUESTÃO 5: VUNESP - PAEPE (UNICAMP)/UNICAMP/PROFISSIONAL DA TECNO-


LOGIA, INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO/2019
Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais

O hacker é essencial ao sistema

Os incidentes planetários na internet não devem causar espanto. Todos sabem que quanto mais
avançada é uma tecnologia, melhor ela se presta ao atentado.
O automóvel que dirijo agora faz coisas que o velho carro com o qual obtive minha carteira nem
sequer sonhava, mas, se tivesse começado a dirigir então com meu carro de hoje, já teria me ar-
rebentado em alguma esquina. Por sorte, cresci com meu carro, adaptando-me pouco a pouco ao

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aumento de sua potência.
Com o computador, ao contrário, ainda nem tive tempo de aprender todas as possibilidades da má-
quina e do programa quando modelos mais complexos chegam ao mercado. Tampouco posso con-
tinuar com o velho computador, que talvez fosse suficiente para mim, porque algumas melhorias
indispensáveis só rodam nas novas máquinas. O mesmo acontece com os celulares, gravadores,
palm tops e com todo o digital em geral.
Esse drama não atinge apenas o usuário comum, mas também os que precisam controlar o fluxo
telemático, inclusive agentes do FBI, bancos e até o Pentágono.
Quem é que tem 24 horas por dia para entender as novas possibilidades do próprio meio? O ha-
cker, que é uma espécie de anacoreta, de eremita do deserto que dedica todas as horas de seu
dia à meditação (eletrônica). Sendo os únicos especialistas totais de uma inovação em ritmo insus-
tentável, eles têm tempo de entender tudo o que podem fazer com a máquina e a rede, mas não
de elaborar uma nova filosofia e de estudar suas aplicações positivas, de modo que se dedicam à
única ação imediata que sua desumana competência permite: desviar, bagunçar, desestabilizar o
sistema global.
Nesta ação, é possível que muitos deles pensem que atuam no “espírito de Seattle”*, ou seja, a
oposição ao novo Moloch**. Na verdade, acabam por ser os melhores colaboradores do sistema,
pois para neutralizá-los é preciso inovar mais ainda e com maior rapidez. É um círculo diabólico, no
qual o contestador potencializa aquilo que acredita estar destruindo.
(Umberto Eco, Pape Satàn Aleppe: crônicas de uma sociedade líquida. Adaptado)
* Referência a protestos contra a globalização e o capitalismo, ocorridas em Seattle em 1999.
** Moloch, divindade que exigia sacrifícios humanos.

Na passagem – O automóvel que dirijo agora faz coisas que o velho carro com o qual obtive minha
carteira nem sequer sonhava, mas, se tivesse começado a dirigir
então com meu carro de hoje, já teria me arrebentado em alguma esquina. – as expressões des-
tacadas exprimem, em relação ao momento da produção do texto,
A) tempo contemporâneo e ação que se perfez no passado.
B) conclusão e ação possível no futuro.
C) conclusão e fato hipotético no passado.
D) tempo anterior e fato hipotético no passado.
E) tempo presente e fato provável no presente.

QUESTÃO 6: VUNESP - COOR PEDA (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais

A cada governo que entra, o assunto educação deixa os holofotes provisórios da campanha
eleitoral, onde costuma desfilar na linha de frente das promessas dos candidatos, e volta à
triste prateleira dos problemas que se arrastam sem solução. Desta vez foi diferente: encerra-
da a votação, a educação prosseguiu na pauta de discussões acirradas. Infelizmente, o saldo da
agitação não gira em torno de nenhuma providência capaz de pôr o ensino do Brasil nos trilhos da
excelência – a real prioridade.
A questão da hora é o projeto que pretende legislar sobre o que o professor pode ou, principalmen-
te, não pode falar em sala de aula. Com o propósito de impedir a doutrinação, por professores, em
classe, o projeto ameaça alimentar o oposto do que propõe: censura, patrulhamento, atitudes re-

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trógradas e pensamento estreito. Segundo o especialista em educação Claudio de Moura Castro,
não há como definir o que é variedade de pensamento e o que é proselitismo.
Fruto do ambiente polarizado da sociedade brasileira, a discussão entrou pela porta da frente das
escolas. Nesse clima de paixões exaltadas, no entanto, é preciso um esforço adicional para separar
o joio do trigo. A doutrinação em sala de aula é condenável sob todos os aspectos – seja de es-
querda ou de direita, religiosa ou ateia, ou de qualquer outra natureza. A escola é um lugar para
o debate livre das ideias, e não para o proselitismo.
Todo conhecimento é socialmente construído e, portanto, a aventura humana, por definição, nunca
é neutra ou isenta de valores. A saída é discutir e chegar a um consenso sobre o que precisa ser
apresentado ao aluno, e não vigiar e punir.
Doutrinar é expor ideias e opiniões com o propósito de convencer o outro. A todo bom professor
cabe estimular o confronto de ideias e o livre pensar, inclusive expressando seu ponto de vista,
mas não catequizar – uma linha fina que exige discernimento constante.
O mundo é diverso em múltiplos aspectos, e a escola é o lugar adequado para que essa diversida-
de seja discutida livremente. A melhor escola ainda é a que faz pensar – sem proselitismo.
(Fernando Molica, Luisa Bustamante e Maria Clara Vieira, Meia-volta, volver. Veja, 14.11.2018. Adaptado)

Há, no texto, ocorrência do verbo “pôr” e dois de seus derivados – “propor” e “expor”. Tomando-os
por referência, assinale a alternativa em que derivados daquele verbo estão empregados de acordo
com a norma-padrão.
A) Eles se disporão a colaborar com a campanha, caso a gente se compõe com eles.
B) Se eu lhes propunha um acordo, por certo se predispuseram a analisá-lo.
C) Eu me predisporei a negociar com ele, mesmo se ele se indispuser comigo.
D) Insisto para que componham uma nova música, mesmo que ele se indisporem a isso.
E) Se ele a compor, será um sucesso, que o público certamente se disporá a cantar.

QUESTÃO 7: VUNESP - DIR ESC (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais

Leia um trecho do conto “Tangerine-Girl”, de Raquel de Queiroz

De princípio a interessou o nome da aeronave: não “zepelim” nem dirigível; o grande fuso de me-
tal brilhante chamava-se modernissimamente blimp. Pequeno como um brinquedo, independente,
amável. A algumas centenas de metros da sua casa ficava a base aérea dos soldados americanos
e o poste de amarração dos dirigíveis. E de vez em quando eles deixavam o poste e davam uma
volta, como pássaros mansos que abandonassem o poleiro num ensaio de voo. Assim, aos olhos
da menina, oblimp1 existia como um animal de vida própria; fascinava-a como prodígio mecânico
que era, e principalmente ela o achava lindo, todo feito de prata, librando − se2 majestosamente
pouco abaixo das nuvens. Não pensara nunca em entrar nele; não pensara sequer que
pudesse alguém andar dentro dele. Verdade que via lá dentro umas cabecinhas espiando,
mas tão minúsculas que não davam impressão de realidade.
O seu primeiro contato com a tripulação do dirigível começou de maneira puramente ocasional.
Acabara o café da manhã; a menina tirara a mesa e fora à porta que dá para o laranjal, sacudir da
toalha as migalhas de pão. Lá de cima um tripulante avistou aquele pano branco tremulando entre
as árvores espalhadas e a areia, e o seu coração solitário comoveu-se. Vivia naquela base como
um frade no seu convento – sozinho entre soldados e exortações patrióticas. E ali estava, juntinho
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ao oitão da casa, sacudindo um pano, uma mocinha de cabelo ruivo. O marinheiro agitou-se todo
com aquele adeus. Várias vezes já sobrevoara aquela casa, vira gente entrando e saindo; e pen-
sara quão distantes uns dos outros vivem os homens, quão indiferentes passam entre si, cada um
trancado na sua vida. Ele estava voando por cima das pessoas, vendo-as e, se algumas erguiam
os olhos, nenhuma pensava no navegador que ia dentro; queriam só ver a beleza prateada vogan-
do3 pelo céu.
Mas agora aquela menina tinha para ele um pensamento, agitava no ar um pano, como uma ban-
deira; decerto era bonita – o sol lhe tirava fulgurações de fogo do cabelo. Seu coração atirou-se
para a menina num grande impulso agradecido; debruçou-se à janela, agitou os braços, gritou:
“Amigo!, amigo!” – embora soubesse que o vento, a distância, o ruído do motor não deixariam ou-
vir-se nada. Gostaria de lhe atirar uma flor, um mimo. Mas que podia haver dentro de um dirigível
da Marinha que servisse para ser oferecido a uma pequena? O objeto mais delicado que encontrou
foi uma grande caneca de louça branca, pesada como uma bala de canhão. E foi aquela caneca
que o navegante atirou; atirou, não: deixou cair a uma distância prudente da figurinha iluminada,
num gesto delicado, procurando abrandar a força da gravidade, a fim de que o objeto não chegasse
sibilante como um projétil, mas suavemente, como uma dádiva.
(Os cem melhores contos brasileiros do século. Org. Italo Moriconi – Objetiva, 2001. Adaptado)

1. blimp: dirigível
2. librando-se: flutuando, equilibrando-se
3. vogando: flutuando

Considere a frase elaborada a partir de ideias do segundo parágrafo.

Lá de cima, depois que o tripulante aquele pano


branco tremulante, seu coração solitário comoveu- se, pois naquela base
militar recluso como um religioso em um convento.
Para que a frase mantenha o sentido do texto, as lacunas devem ser preenchidas, respectivamen-
te, pelas formas verbais:
A) tivesse avistado ... estava vivendo
B) tivesse avistado ... tinha vivido
C) avistava ... teria vivido
D) avistara ... teria vivido
E) avistara ... estava vivendo

QUESTÃO 8: VUNESP - ESC POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
As expressões verbais empregadas em tempo que exprime a ideia de hipótese são:

A) foi e seria.
B) foi e constatou.
C) ter sido e passou.
D) teria e ter sido.
E) seria e teria.

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QUESTÃO 9: VUNESP - DIR DF (CM JALES)/CM JALES/2018
Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais

Emoções são uma construção social. Essa é, numa frase, a tese central de Lisa Feldman Barrett
em “How Emotions Are Made” (“Como são feitas as emoções”). Não haveria nada de surpreen-
dente se Barrett fosse professora em algum departamento de estudos de gênero, mas ela é uma
neurocientista e afirma que suas conclusões estão amparadas em sólida evidência empírica.
O ponto forte do livro é justamente a parte em que Barrett mostra que há problemas nos modelos
tradicionais que fazem com que cada emoção corresponda à ativação de um circuito neural
específico. Por esse paradigma, emoções seriam universais e teriam uma assinatura biológica
inconfundível.
O problema, diz Barrett, é que ela passou anos num laboratório em busca dessas assinaturas e não
as encontrou. Não temos dificuldade para reconhecer a emoção medo num ator fazendo uma ca-
reta estereotipada, mas isso não passa de uma convenção cultural. Nem todos que sentem medo
apresentam as mesmas expressões faciais e nem sequer os mesmos sinais fisiológicos.
A partir daí — e essa é a parte em que o livro fica aquém do que promete —, Barrett conclui que o
modelo tradicional está errado e propõe outro no qual as emoções são construídas pelo cérebro no
instante em que ele classifica as sensações positivas ou negativas que experimenta. A cultura e a
própria linguagem seriam parte indispensável desse processo.
Minha impressão é de que Barrett foi com muita sede ao pote. Seus achados fragilizam as versões
mais fortes do modelo tradicional, mas não bastam para pôr abaixo um edifício construído com a
colaboração da maior parte dos filósofos ocidentais, do próprio Charles Darwin e de um número
ainda maior de neurocientistas contemporâneos. Até pode ser que Barrett tenha razão, mas ain-
da é cedo para decretá-lo.
(Hélio Schwartsman. “Como são feitas as emoções”. Folha de S.Paulo. 04.03.2018. Adaptado)

Considere a frase do texto:


“O problema, diz Barrett, é que ela passou anos num laboratório em busca dessas assinaturas e
não as encontrou.”

No que respeita à correspondência entre as formas verbais, de acordo com a norma-padrão, assi-
nale a alternativa que completa a seguinte reescrita dessa frase.
O problema, diz Barrett, foi ela
A) tendo passado anos num laboratório em busca dessas assinaturas sem que as encontraria.
B) passar anos num laboratório em busca dessas assinaturas sem que as teria encontrado.
C) haver passado anos num laboratório em busca dessas assinaturas sem que as encontrara.
D) ter passado anos num laboratório em busca dessas assinaturas sem que as encontrasse.
E) passar anos num laboratório em busca dessas assinaturas sem que as tinha encontrado.

QUESTÃO 10: VUNESP - AG CON (PREF SBC)/PREF SBC/2018


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
Leia o texto, para responder à questão.

A nossa democracia é laica, mas nossas decisões políticas são tomadas sob a premissa de que
Deus é – e sempre será – brasileiro. Queremos benefícios sem custos (e quem em sã consciência

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não quereria?).
Exigimos que seja assim. Os custos hão de ser empurrados para algum momento indeterminado
do futuro e cair sobre as costas de alguma entidade benévola não especificada, sem machucar
ninguém. Algum dia alguém dá algum jeito e fica tudo certo. Deus resolve.
A maioria dos brasileiros concorda com o controle de preço do diesel, e quer ainda o controle de
preço da gasolina e do gás natural. Só não aceita ter que pagar a conta. A Petrobras que tenha
um prejuízo. E quem vai cobri-lo? O Tesouro, essa entidade superior e fonte de riquezas.
Não é um caso isolado. Todos pedem por mais gasto para suas causas e setores de preferência,
sem nunca especificar quem vai ficar com a conta; essa fica para uma figura oculta, alguém com
um bolso vasto e generoso. Há quem diga, inclusive, que o aumento de gastos vai aumentar a
arrecadação; multiplicação milagrosa dos pães.
Essa é a lógica que governa o Brasil desde 1500, consagrada na Constituição de 1988, tão pródiga
em direitos para todo mundo. O direito é a manifestação do fiat* divino entre os homens: uma
obrigação incondicional que a realidade – alguém – terá de dar algum jeito de cumprir.
O problema é que acabou o “milagre econômico” – um crescimento acelerado e sem causas co-
nhecidas, que ocorre apesar de todas as deficiências e entraves, esses sim muito bem conhecidos.
Deus parece ter conseguido o green card** e nos abandonou.
O que fazer? Uma alternativa é seguir confiando na intervenção divina até o fim, deixando o ajuste
ao deus-dará. A corda estoura para o lado mais fraco, e voltamos ao caos primordial. A outra é ser
impiedoso e olhar para a realidade com olhos de descrença.
Para que alguns continuem ganhando, pessoas de carne e osso terão que pagar. E aí sim pode-
remos responder à pergunta que o Brasil é mestre em evitar: quem? O problema é que para as
escamas caírem de nossos olhos também será necessário um milagre...
(Joel Pinheiro da Fonseca, Folha de S.Paulo, 12.06.2018. Adaptado)

*fiat: do latim, faça-se, haja; referência à frase bíblica: “faça-se a luz”.


** green card: cartão de residência permanente nos EUA.

Assinale a alternativa que apresenta o verbo conjugado no modo subjuntivo, dando sequência cor-
reta à frase – Talvez ...
A) Deus resolvia.
B) algum dia alguém dava um jeito.
C) queiramos benefícios sem custos.
D) a maioria dos brasileiros concorda.
E) poderíamos responder à pergunta.

QUESTÃO 11: VUNESP - ADM (UFABC)/UFABC/2019


Assunto: Correlação verbal
Leia o texto, para responder a questão abaixo.

Organograma

Dizem que em matéria de organização aquele Ministério é de amargar. De vez em quando um


processo cai no vazio e desaparece para nunca mais. Por quê? Porque o único Ministro que se
lembrou de organizá-lo, segundo me contaram, tinha mania de organização.

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Mania oriunda de uma sensibilidade estética o seu tanto exacerbada, capaz de exteriorizar-se em
requintes de planejamento burocrático. Aparentemente, essa marca de sua personalidade condi-
zia com as altas funções que já lhe cabiam.
Mas só aparentemente: a primazia do fator estético, feito de equilíbrio, proporção e harmonia,
passou a ser a determinante principal de todos os seus atos – tudo mais no Ministério que se
danasse. Como no remédio para nascer cabelo: não nascia, mas dava brilho.
Dizem que, quando tomou posse do cargo, a primeira coisa que fez foi encomendar a confecção de
um artístico organograma. Quando lhe trouxeram o trabalho, encomendado no Departamento do
Pessoal, que por sua vez o encomendou a um desenhista particular, o Ministro não fez mais nada
a não ser estudar a galharia daquela árvore geométrica, em função da qual as atividades de sua
Pasta passariam a desenvolver-se.

– Este organograma está uma droga. Não posso dependurar uma coisa destas na parede de meu
gabinete.

Pôs-se imediatamente a inventar novas repartições, serviços disso e daquilo – tudo fictício, irreal,
imaginário – para estabelecer o equilíbrio organogramático com departamento disso, departamento
daquilo.

O certo é que o novo organograma foi executado, e todo aquele que tivesse a ventura de penetrar
em seu gabinete podia admirá-lo.

– Tudo isso sob seu controle, Ministro?

– Para você ver, meu filho: se não fosse eu, todo esse complexo administrativo já teria desabado
para um lado, como uma árvore desgalhada. Dizem, mesmo, que até hoje o magnífico organogra-
ma figura no tal Ministério, como uma das mais importantes realizações de sua gestão.
(Fernando Sabino, A mulher do vizinho. Adaptado)

Assinale a alternativa em que os verbos destacados nas passagens – Aparentemente, essa marca
de sua personalidade condizia com as altas funções que lhe cabiam. / se não fosse eu, todo
esse complexo administrativo já teria desabado para um lado... – estão em correlação adequada,
segundo a norma-padrão.
A) condisse ... couberam ... formos nós ... desabará
B) condiz ... couberem ... eram vocês ... desaba
C) condiria ... cabem ... era eu ... desabava
D) condirá ... coubessem ... fôramos nós ... desabou
E) condissera ... caberiam ... seriam eles ... desabaria

QUESTÃO 12: VUNESP - CI (CM INDAIATUBA)/CM INDAIATUBA/2018


Assunto: Correlação verbal
Leia o texto, para responder à questão.

Há 28 anos um grupo de pessoas se reúne semanalmente na sede da ONG (organização não go-
vernamental) Anjos da Noite, em um sobrado no bairro de Artur Alvim, na Zona Leste de São Paulo.

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Os voluntários dedicam-se a aplacar as carências dos moradores de rua. Além de entregar cober-
tores e roupas, o grupo tem como principal incumbência a distribuição de refeições. Aos sábados,
os colaboradores se organizam para preparar 200 quilos de comida. A distribuição de 800 marmitas
tem início ao cair da noite. Anteriormente, os voluntários rodavam quatro horas pelas ruas da região
central até entregar a última quentinha. Hoje, o trabalho é feito em menos de uma hora. Basta
estacionar o carro, e um grupo de pessoas carentes faz fila para ganhar o alimento.
A experiência dos Anjos da Noite confirma a percepção que tem qualquer cidadão dos maiores cen-
tros urbanos brasileiros: o número de pessoas que vivem nas ruas elevou-se, e muito, nos últimos
anos. As estatísticas são esporádicas e, por isso, não é fácil saber com exatidão a proporção desse
crescimento.
(Giovanni Magliano. A rua como único refúgio. Veja, 6.12.2017. Adaptado)

Assinale a alternativa que substitui as expressões destacadas no trecho seguinte, em conformida-


de com a norma-padrão.
Basta estacionar o carro, e um grupo de pessoas carentes faz fila para ganhar o alimento.
A) Bastava ... fez ... que ganhasse
B) Bastou ... faria ... que ganha
C) Bastará ... faça... que ganhará
D) Bastaria ... faria ... que ganhasse
E) Bastasse ... fazia ... que ganhava

QUESTÃO 13: VUNESP - DELEG (PC BA)/PC BA/2018


Assunto: Correlação verbal

Há emprego correto das formas verbais e correlação adequada entre tempos e modos, conforme
a norma -padrão, em:
A) Talvez seja válido considerar que o que nos desagradasse na adaptação de determinado livro
seja a ausência de nossa própria leitura, pois sempre esperarmos ver nossas expectativas cor-
respondidas na tela.
B) Por mais que uma adaptação se proposse a ser fiel à obra em que se baseou, sempre haveria
aspectos de divergência, uma vez que o filme tivera uma linguagem própria e traduzira uma leitura
particular.
C) Considerando que os leitores tenham modos peculiares de pensar e sentir, a apreensão de um
texto literário não será a mesma para todos, ainda que determinadas interpretações possam ser
partilhadas.
D) Se as pessoas manterem o hábito de ler textos literários,teriam muito a ganhar, pois a literatura
não apenas é fundamental para que desenvolvêssemos nosso intelecto mas também é importante
para expandirmos a imaginação.
E) Quando as pessoas passassem a dedicar mais tempo à leitura e à introspecção, será possível
ampliar suas potencialidades intelectuais e emocionais, de modo que isso alterará a maneira como
elas executariam todas as suas atividades cotidianas

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QUESTÃO 14: VUNESP - ESC POL (PC SP)/PC SP/2018
Assunto: Correlação verbal
Debaixo da ponte

Moravam debaixo da ponte. Oficialmente, não é lugar onde se more, porém eles moravam. Nin-
guém lhes cobrava aluguel, imposto predial, taxa de condomínio: a ponte é de todos, na parte de
cima; de ninguém, na parte de baixo. Não pagavam conta de luz e gás porque luz e gás não con-
sumiam. Não reclamavam da falta d’água, raramente observada por baixo de pontes. Problema
de lixo não tinham; podia ser atirado em qualquer parte, embora não conviesse atirá-lo em parte
alguma, se dele vinham muitas vezes o vestuário, o alimento, objetos de casa. Viviam debaixo da
ponte, podiam dar esse endereço a amigos, receber amigos, fazer os amigos desfrutarem como-
didades internas da ponte.
À tarde surgiu precisamente um amigo que morava nem ele mesmo sabia onde, mas certamente
morava: nem só a ponte é lugar de moradia para quem não dispõe de outro rancho. Há bancos
confortáveis nos jardins, muito disputados; a calçada, um pouco menos propícia; a cavidade na
pedra, o mato. Até o ar é uma casa, se soubermos habitá-lo, principalmente o ar da rua. O que
morava não se sabe onde vinha visitar os de debaixo da ponte e trazer-lhes uma grande posta de
carne.
(Carlos Drummond de Andrade. A bolsa e a vida. Adaptado)

Assinale a alternativa que reescreve os trechos destacados nas passagens – ... embora não con-
viesse atirá-lo em parte alguma... / ... a ponte é lugar de moradia para quem não dispõe de outro
rancho. –, conjugando correta e respectivamente seus verbos.
A) embora não convenha / caso eles não disporem
B) porque não convinha / quando ninguém dispor
C) se não convir / se alguém não dispor
D) se não convier / se alguém não dispuser
E) quando não convir / porque eles não dispunham

QUESTÃO 15: VUNESP - CONT (PREF N ODESSA)/PREF NOVA ODESSA/2018


Assunto: Correlação verbal

Cotas têm prós e contras

Levantamento feito pela Folha de São Paulo ao final de 2017 mostrou que, em boa parte dos cur-
sos universitários, alunos que ingressam por meio de cotas se formam com notas próximas dos
demais. O estudo usou os resultados de mais de 250 mil estudantes nas três últimas edições do
Enade e constatou que alunos cotistas chegam a ter notas melhores que os outros, por exemplo,
em odontologia.
É refrescante dispormos de dados objetivos sobre um assunto tantas vezes poluído por ideologias.
É inegável que ações afirmativas, como as cotas, são importantes mecanismos de justiça social em
um país tão profundamente injusto como o nosso. E as conclusões do levantamento indicam que
tais ferramentas são válidas também no plano acadêmico: não se confirmam os prognósticos de
que o ingresso de alunos cotistas resultaria em degradação da qualidade dos cursos.
O perigo é alguém acreditar que cotas resolvem alguma coisa no médio prazo. Nosso sistema edu-
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cacional está doente, e cotas são como um antitérmico, que reduz o desconforto do paciente, mas
não ataca as causas da febre. O que precisamos é que a escola pública, democrática e gratuita,
ofereça formação de qualidade, para que as cotas se tornem desnecessárias. Não é uma utopia:
acontece em muitos outros países, inclusive mais pobres que o Brasil.
Ações afirmativas não podem servir de álibi para continuarmos oferecendo formação inferior aos
filhos das classes mais desfavorecidas. Até porque propiciar acesso à universidade a alguns des-
ses jovens deixa muita coisa por resolver. O mesmo levantamento mostra que as notas de cotistas
são sim inferiores à média nos cursos de exatas, possivelmente os mais críticos para o desenvol-
vimento do país.
Não é difícil aventar uma explicação. Em matemática, cada etapa prepara a seguinte, não é pos-
sível pular. Quem não aprendeu multiplicação, não vai nunca entender frações. Se a matemática
não é ensinada na escola, na faculdade é simplesmente tarde demais. E aí os benefícios da ação
afirmativa foram desperdiçados.
Na virada do ano, outra notícia alvissareira: a Unicamp, talvez a mais inovadora de nossas universi-
dades, aprovou a criação de até 10% de vagas extras em seus cursos para candidatos premiados
em competições escolares, como as Olimpíadas Brasileiras de Matemática e Física. Uma espécie
de “cotas por mérito”.
Como todas as ideias inteligentes e com potencial para fazer diferença, essa também desperta
oposição. Inclusive de setores que advogam as cotas sociais, o que talvez não seja surpreendente,
mas é certamente lamentável. Tomara que a inteligência prevaleça.
(Marcelo Viana. Folha de S.Paulo, 21.01.2018. Adaptado)

Alterando-se a frase – É refrescante dispormos de dados objetivos sobre um assunto tantas vezes
poluído por ideologias. –, ela permanece correta quanto ao emprego dos verbos, conforme a
norma-padrão da língua portuguesa, em:
A) Se dispuséssemos de dados objetivos sobre um assunto tantas vezes poluído por ideologias,
estaríamos aliviados.
B) Se dispuséssemos de dados objetivos sobre um assunto tantas vezes poluído por ideologias,
estaremos aliviados.
C) Se dispomos de dados objetivos sobre um assunto tantas vezes poluído por ideologias, estaría-
mos aliviados.
D) Se dispusermos de dados objetivos sobre um assunto tantas vezes poluído por ideologias, es-
távamos aliviados.
E) Se dispormos de dados objetivos sobre um assunto tantas vezes poluído por ideologias, esta-
ríamos aliviados.

QUESTÃO 16: VUNESP - IFR (PREF GRU)/PREF GRU/2019


Assunto: Locução verbal
Leia os quadrinhos para responder a questão.

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(Charles M. Schulz. Minduim. O Estado de S. Paulo, 29.03.2018. http://cultura.estadao.com.br)
O verbo ir está empregado com o mesmo sentido e a mesma função que o verificado na fala do
primeiro quadrinho na seguinte frase:
A) Vai-se mais um ano, e a obra ainda não foi concluída como o planejado.
B) A rodovia que vai de uma cidade a outra terá a instalação de um pedágio.
C) Ele vai ao evento de transporte público, porque não gosta de usar carro.
D) O museu permanecerá fechado no próximo mês, pois vai haver uma reforma.
E) A economia da região vai bem, apesar da crise global dos últimos anos.

QUESTÃO 17: VUNESP - ANATC MPE SP/MPE SP/ADMINISTRADOR/2019


Assunto: Questões Variadas de Verbo

Progresso, enfim

Em atraso nas grandes reformas da Previdência Social e do sistema de impostos, o Brasil tem ob-
tido avanços em uma agenda que(C, tomada em seu conjunto, mostra-se igualmente essencial – a
da melhora do ambiente de negócios.
Trata-se de objetivos tão diferentes quanto facilitar a criação de empresas, reduzir o custo de licen-
ças ou ampliar o acesso ao crédito. Grande parte dessas providências não depende de votações
no Congresso, mas sim do combate persistente a empecilhos burocráticos e ineficiências do setor
público.
A boa notícia é que o país subiu 16 posições no mais conhecido ranking dessa modalidade, di-
vulgado a cada ano pelo Banco Mundial. A má é que a 109a colocação, num total de 190 nações
consideradas, permanece vergonhosa.
O progresso ocorreu, basicamente, em quatro indicadores(D – fornecimento de energia elétrica,
prazo para abertura de empresa com registro eletrônico, acesso à informação de crédito e certifi-
cação eletrônica de origem para importações.
Pela primeira vez em 16 anos de publicação do relatório, o desempenho brasileiro se destacou na
América Latina. Os países mais bem posicionados da região, casos de México (54º lugar), Chile
(56o) e Colômbia (65o), apresentaram pouca ou nenhuma melhora.

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Numa perspectiva mais ampla, o ambiente de negócios vai se tornando mais amigável na maior
parte do mundo(A. A edição mais recente do ranking catalogou número recorde de 314 reformas
realizadas em 128 economias desenvolvidas e emergentes no período 2017/2018.
Fica claro, no documento, que o maior atraso relativo do Brasil se dá no pagamento de impostos,
dados a carga elevada e o emaranhado de regras dos tributos incidentes sobre o consumo.
Nesse quesito em particular, o país ocupa um trágico 184º lugar no ranking(E.
O caminho óbvio a seguir nesse caso é uma reforma ambiciosa(B, que racionalize essa modalidade
de taxação. Mesmo que não seja possível abrir mão de receitas, a simplificação já traria ganhos
substanciais em eficiência ao setor produtivo.
(Editorial, Folha de S.Paulo, 06.11.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa em que as formas destacadas expressam, correta e respectivamente, ideia


de progressão e de hipótese.
A) ... o ambiente de negócios vai se tornando mais amigável na maior parte do mundo. / ... a sim-
plificação já traria ganhos substanciais em eficiência ao setor produtivo.
B) O caminho óbvio a seguir nesse caso é uma reforma ambiciosa... / Os países mais bem posi-
cionados da região [...] apresentaram pouca ou nenhuma melhora.
C) ... o Brasil tem obtido avanços em uma agenda que... / Trata-se de objetivos tão diferentes
quanto facilitar a criação de empresas...
D) O progresso ocorreu, basicamente, em quatro indicadores... / ... o maior atraso relativo do
Brasil se dá no pagamento de impostos...
E) Nesse quesito em particular, o país ocupa um trágico 184º lugar no ranking. / Grande parte
dessas providências não depende de votações no Congresso...

QUESTÃO 18: VUNESP - ADM (UFABC)/UFABC/2019


Assunto: Questões Variadas de Verbo
Leia o texto, para responder a questão abaixo.

Redes pessoais e vulnerabilidade social

Redes sociais têm sido cada vez mais consideradas como elementos importantes na construção de
uma grande variedade de processos, desde a mobilização política em movimentos sociais ou par-
tidos políticos, até as ações e a estrutura de relações formais e informais entre as elites políticas e
econômicas ou na estruturação de áreas de políticas públicas, entre muitos outros temas. Número
significativo de estudos tem examinado as redes pessoais, aquelas que cercam os indivíduos em
particular. Essas análises visam a estudar os efeitos da sociabilidade de diversos grupos sociais,
para compreender como os laços sociais são construídos e transformados e suas consequências
para fenômenos como integração social, imigração e apoio social.
No caso específico da pobreza, a literatura tem estabelecido de forma cada vez mais eloquente
como tais redes medeiam o acesso a recursos materiais e imateriais e, ao fazê-lo, contribuem de
forma destacada para a reprodução das condições de privação e das desigualdades sociais. A
integração das redes ao estudo da pobreza pode permitir a construção de análises que escapem
dos polos analíticos da responsabilização individual dos pobres por sua pobreza (e seus atributos),
assim como de análises sistêmicas que foquem apenas os macroprocessos e constrangimentos
estruturais que cercam o fenômeno.

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A literatura brasileira sobre o tema tem sido marcada por uma oposição entre enfoques centrados
nesses dois campos, embora os últimos anos tenham assistido a uma clara hegemonia dos es-
tudos baseados em atributos e ações individuais para a explicação da pobreza. Parece-nos evi-
dente que tanto constrangimentos e processos supraindividuais (incluindo os econômicos) quanto
estratégias e credenciais dos indivíduos importam para a constituição e a reprodução de situações
de pobreza. Entretanto, essas devem ser analisadas no cotidiano dos indivíduos, de maneira que
compreendamos de que forma medeiam o seu acesso a mercados, ao Estado e às trocas sociais
que provêm bem-estar.
(Eduardo Marques, Gabriela Castello e Renata M. Bichir. Revista USP, no 92, 2011-2012. Adaptado)

Para responder a questão abaixo, considere esta passagem do texto:


I. A literatura brasileira sobre o tema tem sido marcada por uma oposição entre enfoques centrados
nesses dois campos,
II. embora os últimos anos tenham assistido
III. a uma clara hegemonia dos estudos baseados em atributos e ações individuais
IV. para a explicação da pobreza.

A expressão verbal “tem sido marcada” exprime a noção de ação


A) interrompida no tempo.
B) encerrada no presente.
C) inconclusa no tempo.
D) concluída em passado remoto.
E) contínua em passado recente.

QUESTÃO 19: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/I/2018


Assunto: Questões Variadas de Verbo
Leia o texto para responder à questão.

Black Friday? Levantamento feito pela Folha* mostrou que boa parte dos “descontos” oferecidos
nesta sexta-feira não passa de manipulações até meio infantis de preços, com o objetivo de iludir
o consumidor.
Antes, porém, de imprecar contra a ganância dos capitalistas, convém perguntar se os consumi-
dores não desejam ser enganados. E há motivos para acreditar que pelo menos uma parte deles
queira.
No recém-lançado Dollars and Sense (dinheiro e juízo), Dan Ariely e Jeff Kreisler relatam um expe-
rimento natural que mostra que pessoas podem optar por ser “ludibriadas” voluntariamente e que,
em algum recôndito do cérebro, isso faz sentido.
A JCPenney é uma centenária loja de departamentos dos EUA que se celebrizou por jogar seus
preços na lua para depois oferecer descontos “irresistíveis”. Ao fim e ao cabo, os preços efetiva-
mente praticados estavam em linha com os da concorrência, mas os truques utilizados proporcio-
navam aos consumidores a sensação, ainda que ilusória, de ter feito um bom negócio, o que lhes
dava prazer.
Em 2012, o então novo diretor executivo da empresa Ron Johnson, numa tentativa de moderni-
zação, resolveu acabar com a ginástica de remarcações e descontos e adotar uma política de
preços “justa e transparente”.

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Os clientes odiaram. Em um ano, a companhia perdera US$ 985 milhões e Johnson ficou sem
emprego. Logo em seguida, a JCPenney remarcou os preços de vários de seus itens em até 60%
para voltar a praticar os descontos irresistíveis. Como escrevem Ariely e Kreisler, “os clientes da
JCPenney votaram com suas carteiras e escolheram ser manipulados”.
Num mundo em que o cliente sempre tem razão, não é tão espantoso que empresas se dediquem
a vender-lhe as fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas com um clique
de computador.
* Jornal Folha de São Paulo
(‘Caveat emptor’. Hélio Schwartsman. http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/helioschwartsman/2017/11/1937658-caveat-emptor.shtml
24.11.2017. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a forma verbal em destaque no trecho expressa a ideia de possibili-
dade de que um fato ou evento se realize.
A) E há motivos para acreditar que pelo menos uma parte deles queira.
B) ... os preços efetivamente praticados estavam em linha com os da concorrência...
C) ... resolveu acabar com a ginástica de remarcações e descontos...
D) Em um ano, a companhia perdera US$ 985 milhões...
E) Num mundo em que o cliente sempre tem razão...

QUESTÃO 20: VUNESP - CI (CM INDAIATUBA)/CM INDAIATUBA/2018


Assunto: Questões Variadas de Verbo

Leia o texto, para responder à questão.

Marieta
Marieta fez 90 anos.
Não resisto à tentação de revelar a idade de Marieta.
Sei que é falta de educação (mas pouca gente sabe hoje o que quer dizer falta de educação, ou
mesmo educação) falar em idade de mulher.
São múltiplas as teorias sobre idade feminina. Eu envelheceria ainda mais, se fosse anotar aqui
todos os conceitos alusivos a essa matéria; enquanto isso, as mulheres ficariam cada vez mais jo-
vens. Depois, não estou interessado em compendiar a incerta sabedoria em torno do tema incerto.
Meu desejo é só este: contar a idade de Marieta, por estranho que pareça.
E não é nada estranho, afinal. Marieta fazer 90 anos é tão simples quanto ela fazer 15. No fundo,
está fazendo seis vezes 15 anos, esta é talvez sua verdadeira idade, por uma graça da natureza
que assim o determinou e assim o fez. Privilégio.
Ah, Marieta, que inveja eu sinto de você, menos pelos seus 90, perdão, 6 x 15 anos, do que pelo
sinal que iluminou seu nascimento, sinal de alegria serena, de firmeza e constância, de leve com-
preensão da vida, que manda chorar quando é hora de chorar, rir o riso certo, curtir uma forma de
amor com a seriedade e a naturalidade que todo amor exige.
Sei não, Marieta (de batismo e certidão, Maria Luísa), mas você é a mais agradável combinação de
gente com gente que eu conheço.
(Carlos Drummond de Andrade, Boca de Luar. Adaptado)

Na passagem “Eu envelheceria ainda mais, se fosse anotar aqui todos os conceitos alusivos a

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essa matéria; enquanto isso, as mulheres ficariam cada vez mais jovens.”, tal como estão flexio-
nados, os verbos
A) exprimem incerteza ou dúvida acerca de fatos ocorridos em tempo próximo.
B) expressam possibilidades, referindo-se a fatos não ocorridos.
C) indicam ação que se produzirá em certo momento do futuro.
D) asseveram que uma ação futura estará realizada antes de outra.
E) indicam, entre ações simultâneas, a que estava em processo quando a outra ocorreu.

QUESTÃO 21: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/II/ARTES/2018


Assunto: Questões Variadas de Verbo
Leia a tira para responder à questão.

(M. Schulz. “Minduim Charles”. http://cultura.estadao.com.br/quadrinhos, 14.11.2017)

Em – Você pode procurar na enciclopédia. –, a forma verbal em destaque

A) atribui às demais palavras sentido figurado.


B) imprime valor categórico ao verbo procurar.
C) indica polidez no discurso do sujeito falante.
D) evidencia o conteúdo sarcástico do comentário.
E) situa a ação no contexto de um futuro remoto.

QUESTÃO 22: VUNESP - ASR I (ARSESP)/ARSESP/RELAÇÕES INSTITUCIONAIS,


RECURSOS HUMANOS, PROTOCOLO E ADMINISTRATIVO/2018
Assunto: Questões Variadas de Verbo

A revolução digital fortalece as previsões de que as casas ou lares inteligentes oferecerão mais
conveniência e menos dispêndio de energia em um futuro.
A definição de conveniência para esses novos lares tecnológicos, com redução ou eliminação de
trabalhos domésticos. Portanto, para que as edificações inteligentes tenham sucesso, elas deve-

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rão se estruturar com base nessa visão de conveniência como solução para os que vivem em um
mundo acelerado e estar ancoradas em uma grande variedade de sistemas tecnológicos acessí-
veis e fáceis de operar, tornando a vida das pessoas mais simples.
Além da conveniência, outro relevante benéfico das casas inteligentes, para os consumidores é a
sua capacidade de incorporar aspectos relacionados à administração do gasto de energia, prin-
cipalmente com iluminação, condicionamento de ar eletrodomésticos. Um conjunto de sensores,
adequadamente configurados para gerenciar esses sistemas, pode gerar diminuição considerável
nos gastos com energia, com reflexos ambientais e econômicos importantes.
O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia de-
senvolveu um estudo para avaliar a economia no consumo de energia gerada com o uso de sen-
sores inteligentes, em um apartamento de um dormitório, cozinha, sala de estar, sala de jantar e
banheiro. O estudo concluiu que a economia pode chegara quase 40% do consumo médio mensal
de energia.
A tendência de crescimento desse mercado é clara. A empresa de pesquisa Zion Research prevê
que a tecnologia das casas inteligentes deve alcançar um faturamento de US$ 53 bilhões (R$170
bi) em 2022. O crescimento estará calcado, principalmente, na conexão da casa com os ambientes
digitais externos, como por exemplo, a conexão do refrigerador com os equipamentos dos fornece-
dores de alimentos.
Naturalmente, a tecnologia das casas inteligentes continuará a evoluir, tornando-se acessível e ba-
rata. Com isso, mais pessoas poderão utilizar-se dela, e novos padrões, modelos e estilos de vida
devem se consolidar, principalmente nas áreas urbanas.
( Claudio Bernades. Casas inteligentes trarão conveniência e reduzirão gasto de energia. Folha de S. Paulo. www.folha.uol.com.br. 22.01.18.
Adaptado)
Considere a frase:
A empresa de pesquisa Zion Research prevê que a tecnologia das casas inteligentes deve alcan-
çar, um faturamento de US$ 53 bilhões (R$ 170 bi) em 2002.

Nesse contexto, a forma verbal destacada exprime ideia de


A) recomendação
B) obrigatoriedade
C) refutação
D) probabilidade
E) comprovação

QUESTÃO 23: VUNESP - JE TJRS/TJ RS/2018


Assunto: Questões Variadas de Verbo

Nas escolas da Catalunha, a separação da Espanha tem apoio maciço. É uma situação que con-
trasta com outros lugares de Barcelona, uma cidade que vive hoje em duas dimensões. De um
lado, há a Barcelona dos turistas, que se cotovelam nos pontos turísticos da cidade, fazem fila para
entrar nos museus e buscam mesa nos restaurantes. Para a maioria deles, a capital da Catalunha
segue seu ritmo normal. Nos bairros afastados do centro turístico, onde se concentram os mora-
dores de Barcelona, todas as conversas tratam da tensa situação política – e há muita divisão em
relação à independência. Segundo a última pesquisa feita pelo jornal El Mundo, 33% dos catalães
são a favor da criação de um estado independente, enquanto 58% são contra. A divisão pode ser

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verificada pelas bandeiras penduradas nas sacadas e janelas. Chama a atenção ver as esteladas,
como são conhecidas as bandeiras independentistas, disputando o espaço com as bandeiras da
Espanha.
Nesse quadro de cisão, o separatismo tem nas escolas suas grandes aliadas para propagar as
ideias nacionalistas. Isso ocorre desde a redemocratização espanhola, no fim dos anos 1970.
Antes disso, durante a ditadura comandada pelo general Francisco Franco, que governou a Es-
panha entre 1938 e 1973, os colégios públicos eram proibidos de ensinar em catalão. Somente
os privados ofereciam aulas nessa língua. Em sua maioria, essas escolas tinham perfil inovador e
vanguardista, se comparadas às tradicionais escolas católicas da época. Com a queda do gene-
ral Franco, as escolas catalãs privadas foram incorporadas à rede pública e tornaram-se o modelo
principal do sistema educacional, que hoje abriga 1,5 milhão de alunos e 71 mil professores. Como
a educação pública na Espanha está a cargo dos governos regionais, os diretores dos centros
escolares são escolhidos a dedo pelo governo catalão – que toma o cuidado de selecionar somen-
te diretores separatistas. “A manipulação dos jovens é central para o independentismo catalão. É
assim com qualquer movimento supremacista na Europa”, diz a historiadora espanhola Maria Elvira
Roca. “É mais fácil convencer estudantes a apaixonarem-se por uma causa do que trabalhadores
que estão encerrados num escritório”.
(Época, 13.11.2017. Adaptado)

Leia as frases.
• Observe-se que, na ditadura do general Franco, o governo não para que as escolas
particulares deixassem de oferecer o catalão em seus currículos.
• Ainda que bandeiras independencistas espalhadas por Barcelona, é fato que muitos
catalães se à ideia de separação.
• Se a Catalunha a se tornar independente, como ficará sua relação com a Espanha?

Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas dos enunciados devem ser preenchidas, corre-
ta e respectivamente, com:
A) interveio … haja … opõem … vier
B) interviu … hajam … oporam … vim
C) intervinha … haja … opuseram … vir
D) interviu … haja … opõem … vier
E) interveio … hajam … opuseram … vir

QUESTÃO 24: VUNESP - AA (PREF N ODESSA)/PREF NOVA ODESSA/2018


Assunto: Questões Variadas de Verbo

Medo de injeção
Descartes disse que o bom senso é a coisa mais bem repartida do mundo. Descartes estava errado
também nisso. Visto que não faltam provas empíricas de que o bom senso não foi tão bem repartido
assim.
Um caso eloquente é o da vacinação contra a febre amarela em São Paulo. Assim que as notícias
sobre o recrudescimento do surto ganharam destaque, a porção mais ansiosa dos paulistas correu
aos postos de saúde, provocando megafilas e espalhando um pouco de caos no sistema.
Agora, esgotados os mais aflitos, autoridades sanitárias têm tido dificuldade para fazer com que o

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contingente mais desencanado da população se vacine. Pelos dados oficiais, apenas 50% do pú-
blico-alvo foram imunizados. Por que a resistência?
Minha hipótese é que ficamos mal-acostumados. Algumas décadas com um razoável arsenal de
vacinas à disposição nos fizeram esquecer quão letais e devastadoras podem ser as epidemias
que campanhas de imunização previnem. Hoje é preciso ir ao interior da África para ver uma crian-
ça com pólio e as mortes por sarampo se tornaram uma raridade, mas moléstias infecciosas foram,
desde o surgimento da agricultura, um dos maiores assassinos da humanidade, perdendo apenas
para a fome e superando em muito as guerras.
A ciência, ao desenvolver imunizantes, mudou essa história. Extinguimos a varíola e reduzimos
drasticamente os óbitos por doenças infecciosas em todo o mundo. A OMS estima que, hoje, va-
cinações previnam entre 2 milhões e 3 milhões de mortes por ano. Daria para acrescentar mais
1,5 milhão de vidas poupadas, desde que a taxa de cobertura, atualmente estacionada nos 86%,
melhorasse.
Por falta de bom senso, porém, grupos ideologicamente tão díspares quanto fundamentalistas islâ-
micos do interior da África e liberais da classe média alta dos países desenvolvidos uniram esforços
para fazer campanhas contra a vacinação. Pior, há quem os ouça.
(Helio Schwartsman. Medo de injeção. Disponível em: https:// www1.folha.uol.com.br/colunas/ Acesso em 10.03.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a forma verbal em destaque no trecho expressa a ideia de possibili-
dade de que um fato ou evento se realize.
A) Visto que não faltam provas empíricas de que o bom senso não foi tão bem repartido assim.
B)Pelos dados oficiais, apenas 50% do público-alvo foram imunizados.
C) Extinguimos a varíola e reduzimos drasticamente os óbitos por doenças infecciosas em todo
o mundo.
D) ... liberais da classe média alta dos países desenvolvidos uniram esforços para fazer campa-
nhas contra a vacinação.
E) Daria para acrescentar mais 1,5 milhão de vidas poupadas, desde que a taxa de cobertura,
atualmente estacionada nos 86%, melhorasse.

QUESTÃO 25: VUNESP - ADV (PREF REGISTRO)/PREF REGISTRO/2018


Assunto: Questões Variadas de Verbo

O caso do veículo autônomo que atropelou e matou uma pedestre em março, no Arizona, Estados
Unidos, ainda não acabou. Agora, um relatório da polícia diz que o acidente poderia ter sido evita-
do. Contudo, o motorista, no momento, assistia apresentação de um episódio de “The Voice”,
um show de talentos musical. Como os carros autônomos da companhia ainda estão em testes,
todos levam um motorista que pode intervir na direção, se necessidade. Um
vídeo, já divulgado pela polícia, mostra que o carro não fez a leitura da mulher como um potencial
alvo e seguiu o caminho sem tomar qualquer ação evasiva. Além disso, o motorista não
.
(https://jornaldocarro.estadao.com.br. Adaptado)
Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectiva-
mente, com:
A) à ... haver ... intervira
B) a ... haver ... interveio

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C) à ... há ... interviu
D) a ... houver ... interviu
E) à ... houver ... interveio

QUESTÃO 26: VUNESP - TEC ADM (PM SP)/PM SP/2018


Assunto: Questões Variadas de Verbo

Sinha Vitória tinha amanhecido nos seus azeites. Fora de propósito, dissera ao marido umas in-
conveniências a respeito da cama de varas. Fabiano, que não esperava semelhante desatino, ape-
nas grunhira: – “Hum! hum!” E amunhecara, porque realmente mulher é bicho difícil de entender,
deitaras-e na rede e pegara no sono. Sinha Vitória andara para cima e para baixo, procurando em
que desabafar. Como achasse tudo em ordem, queixara-se da vida. E agora vingava-se em Baleia,
dando-lhe um pontapé.
Avizinhou-se da janela baixa da cozinha, viu os meninos, entretidos no barreiro, sujos de lama,
fabricando bois de barro, que secavam ao sol, sob o pé de turco, e não encontrou motivo para re-
preendê-los. Pensou de novo na cama de varas e mentalmente xingou Fabiano. Dormiam naquilo,
tinham-se acostumado, mas seria mais agradável dormirem numa cama de lastro de couro, como
outras pessoas.
Fazia mais de um ano que falava nisso ao marido. Fabiano a princípio concordara com ela, masti-
gara cálculos, tudo errado. Tanto para o couro, tanto para a armação. Bem. Poderiam adquirir o
móvel necessário economizando na roupa e no querosene. Sinha Vitória respondera que isso era
impossível, porque eles vestiam mal, as crianças andavam nuas, e recolhiam-se todos ao anoi-
tecer. Para bem dizer, não se acendiam candeeiros na casa. Tinham discutido, procurando cortar
outras despesas. [...]
Um mormaço levantava-se da terra queimada. Estremeceu lembrando-se da seca, o rosto more-
no desbotou, os olhos pretos arregalaram-se. Diligenciou afastar a recordação, temendo que ela
virasse realidade. Rezou baixinho uma avemaria, já tranquila, a atenção desviada para um buraco
que havia na cerca do chiqueiro das cabras. Esfarelou a pele de fumo entre as palmas das mãos
grossas, encheu o cachimbo de barro, foi consertar a cerca.
(Graciliano Ramos. Vidas Secas. Adaptado)

Nas passagens “Fazia mais de um ano que falava nisso ao marido.” e “Estremeceu lembrando-se
da seca...”, os verbos em destaque diferenciam- se porque o primeiro expressa
A) ação contínua e o segundo expressa ação anterior a outra, ambas no passado.
B) ação contínua e o segundo expressa ação concluída, ambas no passado.
C) ação contínua no passado e o segundo expressa ação no presente.
D) ação concluída no passado e o segundo expressa ação no presente.
E) ação concluída e o segundo expressa ação anterior a outra no passado.

QUESTÃO 27: VUNESP - PEB I (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/PEB I/2019


Assunto: Pronomes
Leia a tira para responder

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De acordo com a norma-padrão, as duas respostas do rapaz às perguntas da menina podem ser
substituídas, respectivamente, por

A) Isso é um livro! / Me serve para ler!


B) Se trata de um livro! / Serve para mim ler!
C) Isto é um livro! / Serve para eu ler!
D) Trata-se de um livro! Serve para mim ler!
E) Isso aqui é um livro! / Serve-me para eu ler!

QUESTÃO 28: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/II/ARTES/2018


Assunto: Pronomes
Leia o texto para responder à questão.

Na Finlândia, alunos agora ensinam tecnologia para professores e idosos

No pouco ortodoxo modelo de ensino que levou a Finlândia ao topo dos rankings globais de edu-
cação, uma inovadora inversão de papéis começa a tomar corpo: alunos estão dando aulas aos
professores, para ensinar os mestres a otimizar o uso de tecnologias de informação e comunicação
nas escolas.
O projeto OppilasAgentti (“Agentes Escolares”, em tradução livre) está sendo conduzido em cerca
de cem escolas finlandesas, e a ideia é levar a nova experiência a um número cada vez maior do
universo de 3.450 instituições de ensino do país.
Trata-se de um modelo para desenvolver as competências tecnológicas não apenas dos profes-
sores, mas de toda a comunidade escolar — e também do seu entorno: os alunos da escola Hä-
meenkylä, por exemplo, também estão dando aulas aos idosos de um asilo local sobre como usar
redes sociais, iPads e outros dispositivos eletrônicos.
“Acreditamos que é importante ensinar nossas crianças a descobrir seus potenciais e a desenvol-
ver seus valores, e mostrar a elas o impacto positivo que cada indivíduo pode exercer na socieda-
de”, observa Pasi Majasaari, diretor da escola Hämeenkylä, na cidade de Vantaa, próxima à capital
Helsinki.
Os alunos do projeto têm entre 10 e 16 anos de idade. Pelo sistema, os estudantes interessados
em participar se apresentam como voluntários e relatam suas competências e habilidades em
determinadas áreas. As escolas também oferecem treinamento aos alunos, em aulas ministradas
por especialistas de diferentes empresas finlandesas que revendem soluções tecnológicas para o
sistema de ensino do país.
A partir daí, os estudantes produzem um mapeamento das necessidades digitais da escola, sob a
orientação de um professor. Eles fazem então um planejamento das atividades necessárias e pas-
25
sam a atuar em três frentes. Na sala dos professores, os alunos dão aulas ocasionais sobre como
usar diferentes dispositivos e aplicativos. Professores também podem contatar os estudantes para
pedir assistência individual, a fim de solucionar pequenos problemas. E os alunos-mestres também
atuam como professores assistentes nas salas de aula, para prestar ajuda tanto aos professores
quanto a outros colegas de classe quando determinada lição envolve o uso de tecnologia.
Inverter o papel tradicional dos alunos nas escolas é mais um pensamento fora da caixa do cele-
brado sistema finlandês, que conquistou resultados invejáveis nos
rankings mundiais de educação com um receituário que inclui menos horas de aulas, poucas lições
de casa, férias mais longas e uma baixa frequência de provas.
(Claudia Wallin. www.bbc.com. Adaptado)

O pronome que substitui a expressão destacada em conformidade com a regência padrão da lín-
gua está indicado entre colchetes em:
A) ... ensinar nossas crianças a descobrir seus potenciais... [lhes]
B) ... mostrar a elas o impacto positivo... [lhes]
C) As escolas também oferecem treinamento aos alunos... [lhe]
D) Professores também podem contatar os estudantes... [lhes]
E) ... quando determinada lição envolve o uso de tecnologia. [lhe]

QUESTÃO 29: VUNESP - JORN (SERTÃOZINHO)/PREF SERTÃOZINHO/2018


Assunto: Pronomes

No livro Vidas Secas, Graciliano Ramos descreve uma cena em que Fabiano, o sertanejo do ro-
mance, perde uma aposta para o Soldado Amarelo. Quando percebe, está só, sentado na sarjeta,
falido, bêbado e sem argumento para explicar em casa que o dinheiro para os mantimentos fora
gasto em finalidades menos nobres. É a chegada ao inferno sem escaladas: em silêncio, Fabiano
busca um resquício de bom pensamento para se acalmar. Em vão, conclui: a vida seria mais su-
portável se houvesse ao menos uma boa lembrança. Ele não tinha. Sua vida era seca. Infrutífera.
Vulnerável. Como ele.
Em tempos de secura do ar, de reservatórios, de ideias ou desculpas convincentes sobre nossas
faltas, eu deveria voltar a Graciliano Ramos, mas confesso que ando ocupado demais matando o
tempo que juro não ter. Todos os meus objetos pontiagudos estão empenhados em matar o tempo
na internet, mais especificamente no Facebook, espécie de redutor do muro que antes separava o
que sentíamos e o que pronunciávamos.
Com ele, não faz o menor sentido ter uma ideia e não compartilhá-la. As ideias trancafiadas nos
pesam: elas nos levam ao silêncio e às desconfianças, entre elas a de que não são originais,
não valem ser ditas. Tarde demais: quando pensamos em dizer, já dissemos. Em conjunto, essa
produção industrial de bobagens e reduções explícitas da realidade replicadas na rede nos dá a
sensação de preenchimento. De tempo encurtado. De tempo útil.
Vai ver é por isso que, em um estudo recente publicado na revista Science, as pessoas diziam pre-
ferir causar dor a si mesmas do que passar 15 minutos em um quarto sem nada para fazer além de
pensar. No experimento, os cientistas das Universidades da Virgínia e de Harvard confinaram cerca
de 200 pessoas em um quarto sem celular nem material para ler ou escrever e concluíram: mais
de 57% das pessoas acharam difícil se concentrar; 80% disseram que seus pensamentos vagaram;
metade achou a experiência desagradável. E, o mais estarrecedor: dois terços, sem ter o que fazer

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diante do silêncio, resolveram se entreter dando choques em si mesmos – um deles estraçalhou o
próprio tédio com 190 choques. Nada poderia ser mais revelador dos nossos dias.
Pois ontem passei uma hora e quarenta minutos parado num ponto de ônibus à espera de um
ônibus que não veio. Passaria uma hora e quarenta minutos me autoimolando se não fosse meu
celular. Foram quase cem minutos contatando meio mundo que me desse uma palha de conversa,
em aplicativos de mensagem instantânea, sobre a vida, sobre a seca, sobre o tempo que nos resta
e não concede tempo para
nada, nem para ler os livros e as revistas que apodreciam em conjunto na minha mochila.
(Matheus Pichonelli. “Vidas Secas”. www.cartacapital.com.br. 08.08.2014. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a forma entre colchetes substitui o trecho destacado obedecendo à
norma-padrão de emprego e colocação do pronome.
A) ... o tempo que nos resta e não concede tempo para nada... [concede-o]
B) ... um deles estraçalhou o próprio tédio... [lhe estraçalhou]
C) ... confinaram cerca de 200 pessoas... [confinaram- nas]
D) ... empenhados em matar o tempo... [matar-lhe]
E) Passaria uma hora e quarenta minutos me autoimolando... [Passaria-as]

QUESTÃO 30: VUNESP - ADM JUD (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Advérbio
Leia o texto e responda à questão.

Assassinos culturais

Sou um assassino cultural, e você também é. Sei que é romântico chorar quando uma livraria fe-
cha as portas. Mas convém não abusar do romantismo – e da hipocrisia. Fomos nós que matamos
aquela livraria e o crime não nos pesa muito na consciência.
Falo por mim. Os livros físicos que entram lá em casa são cada vez mais ofertas – de amigos ou
editoras.
Aos 20, quando viajava por territórios estranhos, entrava nas livrarias locais como um faminto na
capoeira. Comprava tanto e carregava tanto que desconfio que o meu problema de ciática é, na sua
essência, um problema livresco.
Hoje? Gosto da flânerie*. Mas depois, fotografo as capas com o meu celular antes de regressar
para o psicanalista – o famoso dr. Kindle. Culpado? Um pouco. E em minha defesa só posso
afirmar que pago pelos meus vícios.
E quem fala em livrarias, fala em todo o resto. Eu também ajudei a matar a Tower Records e a Virgin
Megastore. Havia lá dentro uma bizarria chamada CD – você se lembra?
Hoje, com alguns aplicativos, tenho uma espécie de discoteca de Alexandria onde, a meu bel-pra-
zer, escuto meus clássicos e descubro novos. Se juntarmos ao pacote o iTunes e a Netflix, você
percebe por que eu também tenho o sangue dos cinemas e dos blockbusters nas mãos.
Eis a realidade: vivemos a desmaterialização da cultura. Mas não é apenas a cultura que se des-
materializa e tem deixado as nossas salas e estantes mais vazias. É a nossa relação com ela.
Não somos mais proprietários de “coisas”; somos apenas consumidores e, palavra importante,
assinantes.
O livro “Subscribed”, de Tien Tzuo, analisa a situação. É uma reflexão sobre a “economia de as-

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sinaturas” que conquista a economia global. Conta o autor que mais de metade das empresas da
famosa lista da “Fortune” já não existiam em 2017. O que tinham em comum? O objetivo meritório
de vender “coisas” – muitas coisas, para muita gente, como sempre aconteceu desde os primór-
dios do capitalismo.
Já as empresas que sobreviveram e as novas que entraram na lista souberam se adaptar à econo-
mia digital, vendendo serviços (ou, de forma mais precisa, acessos).
Claro que na mudança algo se perde. O desaparecimento das livrarias não acredito que seja total
no futuro (e ainda bem). Além disso, ler no papel não é o mesmo que ler na tela.
Mas o interesse do livro de Tzuo não está apenas nos números; está no retrato de uma nova gera-
ção para quem a experiência cultural é mais importante do que a mera posse de objetos.
Há quem veja aqui um retrocesso, mas também é possível ver um avanço – ou, para sermos bem
filosóficos, o triunfo do espírito sobre a matéria. E não será essa, no fim das contas, a vocação mais
autêntica da cultura?
(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 28.08.2018. Adaptado)

• Flânerie: ato de passear, de caminhar sem compromisso.


• Considere os trechos do texto.
• Culpado? Um pouco. (4o parágrafo)
• ... discoteca de Alexandria onde, a meu bel-prazer, escuto meus clássicos e descubro novos.
(6o parágrafo)

As expressões destacadas apresentam, correta e respectivamente, as circunstâncias adverbiais


de:
A) Modo, como em: Viu-se muito requisitado pelos colegas. Lugar, como em: Esperou por ele na
entrada do restaurante.
B) Afirmação, como em: Evidentemente o governo cederá. Lugar, como em: Derrubou todos os
papéis no chão.
C) Intensidade, como em: Provavelmente ele concordará com a proposta. Afirmação, como em:
Disse que, de forma alguma, sairia daquela cidade.
D) Intensidade, como em: Ela se sentiu bastante envaidecida com o elogio. Modo, como em: Agiu
com astúcia ao expor seus planos.
E) Modo, como em: Saiu às pressas para ir ao banco. Intensidade: Percorreu a pé todo o calçadão
da praia.

QUESTÃO 31: VUNESP - BIBLIO (UNIFAI)/UNIFAI/2019


Assunto: Advérbio

Acabo de levantar-me; logo serão cinco horas da manhã; procuro não fazer barulho, vou até a co-
zinha e preparo uma xícara de chá enquanto tento resgatar fragmentos de meus entressonhos,
esses entressonhos que, aos 86 anos, aparecem- me atemporais, misturados com lembranças da
infância. Nunca tive boa memória, sempre sofri essa desvantagem; mas talvez seja um modo de
recordar apenas o que se deve, talvez a maior coisa que nos aconteceu na vida, a que tem algum
significado profundo, a que foi decisiva – para o bem e para o mal – nesta complexa, contraditória
e inexplicável viagem rumo à morte que é a vida de toda pessoa. Por isso minha cultura é tão ir-
regular, repleta de enormes lacunas, como que construída com restos de belíssimos templos cujos

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pedaços se encontram entre detritos e plantas selvagens. Os livros que li, as teorias que frequentei,
deveram-se a meus próprios tropeços com a realidade.
Quando me param na rua, numa praça ou no trem, para perguntar-me que livros é preciso ler, res-
pondo sempre: “Leiam o que os apaixone, apenas isso os ajudará a suportar a existência”.
(Ernesto Sabato. Antes do fim. Trad. Sérgio Molina. São Paulo: Companhia das Letras, 2000)

Na passagem “Nunca tive boa memória, sempre sofri essa desvantagem; mas talvez seja um
modo de recordar apenas o que se deve, talvez a maior coisa que nos aconteceu na vida, a que tem
algum significado profundo, a que foi decisiva...”, os termos destacados introduzem no contexto,
respectivamente, as ideias de
A) negação, afirmação e reciprocidade.
B) causa, consequência e conformidade.
C) dúvida, condição e condição.
D) intensidade, intensidade e concessão.
E) tempo, tempo e dúvida.

QUESTÃO 32: VUNESP - MJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Advérbio
Após avanços tecnológicos, medicina deve mirar empatia

Médicos sempre ocuparam uma posição de prestígio na sociedade. Afinal, cuidar do maior bem
do indivíduo – a vida – não é algo trivial. Embora a finalidade do ofício seja a mesma, o modus
operandi mudou drasticamente com o tempo.
O que se pode afirmar é que o foco da atuação médica deve ser cada vez menos o controle sobre
o destino do paciente e mais a mediação e a interpretação de tecnologias, incluindo a famigerada
inteligência artificial. Já o lado humanístico, que perdeu espaço para os exames e as máquinas,
tende a recuperar cada vez mais sua importância(A). De meados do século 20 até agora, concomi-
tantemente às novas especialidades, houve avanço tecnológico e a proliferação de modalidades de
exames. Cresceu o catálogo dos laboratórios e também a dependência do médico em relação a
exames. A impressão dos pacientes passou a ser a de que o cuidado é ruim, caso o médico não
os solicite. O tema é caro a Jayme Murahovschi, referência em pediatria no país. “Tem que haver
progressão tecnológica, claro, mas mais importante(D) que isso é a ligação emocional com o pa-
ciente. Hoje médicos pedem muitos exames(C) e os pacientes também.”
Murahovschi está entre os que acreditam que a profissão está sofrendo uma nova reviravolta, qua-
se que voltando às origens clássicas, hipocráticas: “Os médicos do futuro, os que sobrarem, vão
ter que conhecer o paciente a fundo, dar toda a atenção que ele precisa, usando muita tecnologia,
mas com foco no paciente.”
Alguns profissionais poderão migrar para uma medicina mais técnica, preveem analistas.
Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface entre o conhecimento biomédico
e a tecnologia por trás de plataformas de diagnóstico e reabilitação. Ou ainda atuariam alimen-
tando com dados uma plataforma de inteligência artificial, tornando-a mais esperta(E).
Outra tecnologia já presente é a telemedicina, que descentraliza a realização de consultas e exa-
mes. Clínicas e médicos generalistas podem, rapidamente e pela internet, contar com laudos de
especialistas situados em diferentes localidades; uma junta médica pode discutir casos(B) de
pacientes e seria possível até a realização, a distância, de consultas propriamente ditas, se não

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existissem restrições do CFM nesse sentido.
Até cirurgias podem ser feitas a distância, com o advento da robótica. O tema continua fascinando
médicos e pacientes, mas, por enquanto, nada de droides médicos à la Star Wars – quem controla
o robô ainda é o ser humano.
(Gabriela Alves. Folha de S.Paulo, 19.10.2018. Adaptado)

No trecho do último parágrafo – quem controla o robô ainda é o ser humano –, o termo destacado
apresenta circunstância adverbial de
A) afirmação, como em: “tende a recuperar cada vez mais sua importância”.
B) tempo, como em: “pode discutir, remotamente, diversos casos”.
C) tempo, como em: “Hoje médicos pedem muitos exames”.
D) afirmação, com em: “progressão tecnológica, claro, mas mais importante”.
E) intensidade, como em: “tornando-a mais esperta”.

QUESTÃO 33: VUNESP - PEBII (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/PEB II/EDUCAÇÃO


ESPECIAL/2019
Assunto: Advérbio
Considere o texto e a foto seguintes para responder a questão.

Almoço com as estrelas

Já houve muita discussão sobre a autenticidade de uma das fotos mais famosas de todos os tempos:
Lunch atop a skyscraper (algo como Almoço no topo de um arranha- céu). A teoria mais escandalosa
é que a foto seria uma montagem. Não é. Nos anos 30, quando foi tirada, não havia tecnologia para
forjar os personagens num fundo falso. O negativo é de vidro e encontra-se nos cofres da Agência
Corbis.
Outra teoria: os onze operários estariam ali protegidos por redes. Não. Estão correndo risco, ainda
que tenham topado posar para a foto. Ou seja, não apareceu um fotógrafo do nada ao meio-dia de
20 de setembro de 1932 e simplesmente flagrou o almoço da rapaziada. Até porque fotógrafos e
modelos estão a quase 250 m de altura, na estrutura de um edifício na Rua 48, em Nova York.
Naquele dia, três fotógrafos estiveram na construção, segundo Ken Johnston, diretor de fotos his-
tóricas da Corbis.
A foto, hoje atribuída a Charles C. Ebbets, foi publicada no dia 2 de outubro de 1932, no jornal The

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New York Herald Tribune, e trazia a legenda: “Enquanto milhares de nova-iorquinos se apressam
em restaurantes e lanchonetes fervilhantes de clientes, esses trabalhadores intrépidos obtêm todo
o ar e liberdade que querem almoçando sobre uma viga de aço”.
(Aventuras na História, dezembro de 2012. Adaptado)

Na frase “A teoria mais escandalosa é que a foto seria uma montagem.”, o termo mais expressa a
mesma circunstância adverbial presente na expressão destacada em:
A) Almoço realizado diariamente no topo de um arranha-céu.
B) Almoço, bastante inusitado, realizado no topo de um arranha-céu.
C) Almoço com os colegas de trabalho realizado no topo de um arranha-céu.
D) Almoço realizado irreverentemente no topo de um arranha-céu.
E) Almoço realizado, talvez uma única vez, no topo de um arranha-céu.

QUESTÃO 34: VUNESP - IFR (PREF GRU)/PREF GRU/2019


Assunto: Advérbio
Leia o texto para responder a questão.

A arte mostra-se presente na história da humanidade desde os tempos mais remotos. Sem dúvida,
ela pode ser considerada como sendo uma necessidade de expressão do ser humano, surgindo
como fruto da relação homem/mundo. Por meio da arte a humanidade expressa suas necessida-
des, crenças, desejos, sonhos. Todos têm uma história, que pode ser individual ou coletiva. As
representações artísticas nos oferecem elementos que facilitam a compreensão da história dos
povos em cada período.
(Rosane K. Biesdorf e Marli F. Wandscheer. Arte, uma necessidade humana: função social e educativa. Itinerarius re-
flectionis.)

A expressão Sem dúvida, em destaque no texto, pode ser substituída, sem prejuízo do sentido, por
A) Seguramente.
B) Eventualmente.
C) Porventura.
D) Sobretudo.
E) Usualmente.

QUESTÃO 35: VUNESP - PROF EF (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/2019


Assunto: Advérbio
Jogar-se à vida

Uma velha amiga minha de São Paulo – nem tão velha assim, e muito bonita – me diz que seu
filho, de 39 anos, mora com ela. Não é que “ainda” more com ela. Ele apenas mora, desde o dia
em que nasceu, e não há indícios de que esteja planejando se emancipar e morar sozinho. A mãe,
a essa altura, já desistiu de fazê-lo desconfiar de que ela, sim, gostaria de espaço e privacidade
para viver sua própria vida.
Ao ouvir isso, levei um susto. Aos 39 anos, eu já tinha saído não só da casa de meus pais como de
dois casamentos, e morado em dez endereços de quatro cidades em dois continentes. Era só no
que os garotos da minha geração pensavam – jogar-se à vida, longe da saia materna ou da mesada

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paterna. Supunha-se que, enquanto se morasse com a família, estava-se dispensado de ser adulto.
Um desses endereços, em 1967, foi o Solar da Fossa, um casarão colonial em Botafogo, perto do
túnel Novo. Nele tinham ido parar rapazes e moças de fora e de dentro do Rio, todos em busca
de liberdade para criar, trabalhar, namorar ou não fazer nada, enfim, viver. Ali, um dos moradores,
Caetano Veloso, compôs “Alegria, Alegria”; outro, Paulinho da Viola, “Sinal Fechado”. Grupos
como o Momento 4 e o Sá, Rodrix & Guarabyra se formaram em seus quartos.
Três de nossas lindas vizinhas estrelaram nas páginas de revistas: Betty Faria, Ítala Nandi e Tania
Scher. Paulo Leminsky escrevia seu romance “Catatau”. O pessoal do Teatro Jovem, que estava
revolucionando o teatro brasileiro, morava lá, assim como metade do elenco da peça “Roda Viva”,
em ensaio no outro lado do túnel. Os namoros eram a mil. Até o autor francês Jean Genet, de pas-
sagem pelo Solar, viveu ali uma aventura amorosa.
Se aquela turma morasse com a mãe, nada disso teria acontecido.
(Ruy Castro. Folha de S.Paulo. Adaptado)
Considere os trechos do texto.
• ... nem tão velha assim, e muito bonita...
• ... desistiu de fazê-lo desconfiar de que ela, sim, gostaria de espaço e privacidade...
• ... nossas lindas vizinhas estrelaram nas páginas de revistas...

As expressões destacadas apresentam, correta e respectivamente, as circunstâncias adverbiais de


A) intensidade; afirmação e lugar.
B) intensidade; intensidade e modo.
C) modo; afirmação e tempo.
D) modo; intensidade e tempo.
E) afirmação; modo e lugar.

QUESTÃO 36: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/I/2018


Assunto: Advérbio
Leia o texto para responder à questão.

Black Friday? Levantamento feito pela Folha* mostrou que boa parte dos “descontos” oferecidos
nesta sexta-feira não passa de manipulações até meio infantis de preços, com o objetivo de iludir
o consumidor.
Antes, porém, de imprecar contra a ganância dos capitalistas, convém perguntar se os consumi-
dores não desejam ser enganados. E há motivos para acreditar que pelo menos uma parte deles
queira.
No recém-lançado Dollars and Sense (dinheiro e juízo), Dan Ariely e Jeff Kreisler relatam um expe-
rimento natural que mostra que pessoas podem optar por ser “ludibriadas” voluntariamente e que,
em algum recôndito do cérebro, isso faz sentido.
A JCPenney é uma centenária loja de departamentos dos EUA que se celebrizou por jogar seus
preços na lua para depois oferecer descontos “irresistíveis”. Ao fim e ao cabo, os preços efetiva-
mente praticados estavam em linha com os da concorrência, mas os truques utilizados proporcio-
navam aos consumidores a sensação, ainda que ilusória, de ter feito um bom negócio, o que lhes
dava prazer.
Em 2012, o então novo diretor executivo da empresa Ron Johnson, numa tentativa de moderni-
zação, resolveu acabar com a ginástica de remarcações e descontos e adotar uma política de

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preços “justa e transparente”.
Os clientes odiaram. Em um ano, a companhia perdera US$ 985 milhões e Johnson ficou sem
emprego. Logo em seguida, a JCPenney remarcou os preços de vários de seus itens em até 60%
para voltar a praticar os descontos irresistíveis. Como escrevem Ariely e Kreisler, “os clientes da
JCPenney votaram com suas carteiras e escolheram ser manipulados”.
Num mundo em que o cliente sempre tem razão, não é tão espantoso que empresas se dediquem
a vender-lhe as fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas com um clique
de computador.
* Jornal Folha de São Paulo
(‘Caveat emptor’. Hélio Schwartsman. http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/helioschwartsman/2017/11/1937658-caveat-emptor.shtml
24.11.2017. Adaptado)

Na frase – ... um experimento natural que mostra que pessoas podem optar por ser “ludibriadas”
voluntariamente... –, o termo voluntariamente, em destaque, expressa circunstância de
A) modo, e pode ser corretamente substituído pela expressão “às pressas”.
B) afirmação, e pode ser corretamente substituído pela expressão “de fato”.
C) intensidade, e pode ser corretamente substituído pela expressão “de todo”.
D) afirmação, e pode ser corretamente substituído pela expressão “com certeza”.
E) modo, e pode ser corretamente substituído pela expressão “de maneira espontânea”.

QUESTÃO 37: VUNESP - INV POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Advérbio
Leia o texto para responder à questão.

Nos EUA, a psicanálise lembra um pouco certas seitas – as ideias do fundador são instituciona-
lizadas e defendidas por discípulos ferrenhos, mas suas instituições parecem não responder às
necessidades atuais da sociedade. Talvez porque o autor das ideias não esteja mais aqui para
atualizá-las.
Freud era um neurologista, e queria encontrar na Biologia as bases do comportamento. Como a
tecnologia de então não lhe permitia avançar, passou a elaborar uma teoria, criando a psicanálise.
Cientista que era, contudo, nunca se apaixonou por suas ideias, revisando sua obra ao longo da
vida. Ele chegou a afirmar: “A Biologia é realmente um campo de possibilidades ilimitadas do qual
podemos esperar as elucidações mais surpreendentes. Portanto, não podemos imaginar que res-
postas ela dará, em poucos decêndios, aos problemas que formulamos. Talvez essas respostas
venham a ser tais que farão o edifício de nossas hipóteses colapsar”. Provavelmente, é sua frase
menos citada. Por razões óbvias.
(Galileu, novembro de 2017. Adaptado)

Nos trechos – … Talvez porque o autor das ideias não esteja mais aqui… – ; – … nunca se apai-
xonou por suas ideias… – ; – A Biologia é realmente um campo de possibilidades ilimitadas… – e
– Provavelmente, é sua frase menos citada. –, os advérbios destacados expressam, correta e
respectivamente, circunstância de:
A) lugar; tempo; modo; afirmação.
B) lugar; tempo; afirmação; dúvida.
C) lugar; negação; modo; intensidade.

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D) afirmação; negação; afirmação; afirmação.
E) afirmação; negação; modo; dúvida.

QUESTÃO 38: VUNESP - INV POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Advérbio

Muitos adjetivos, permanecendo imóveis na sua flexão de gênero e número, podem passar a fun-
cionar como advérbio. O critério formal de diferenciação das duas classes de modificador é a va-
riabilidade do primeiro e a invariabilidade do segundo.
(Evanildo Bechara, Moderna Gramática Portuguesa. Adaptado)

A análise do autor, citando o contexto em que um adjetivo pode funcionar como advérbio, está
exemplificada com o termo destacado na seguinte passagem:
A) … mais do que o rigor ou o tamanho da pena, é o principal fator de dissuasão.
B) … levou o país a abrigar a terceira maior população carcerária do mundo…
C) Deve-se caminhar, ainda, no sentido da integração com a criação de bases de dados…
D) Tudo isso depende, claro, da superação da crise orçamentária…
E) Parte considerável das prisões resulta de casos de flagrante…

QUESTÃO 39: VUNESP - CI (CM CAMPO LIMPO)/CM CAMPO LIMPO PTA/2018


Assunto: Advérbio
Leia a tira para responder à questão.

O vocábulo assim, na fala do tigre, exprime em suas duas ocorrências, respectivamente, circuns-
tâncias de
A) tempo e efeito.
B) causa e efeito.
C) condição e causa.
D) condição e modo.
E) modo e tempo.

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QUESTÃO 40: VUNESP - Adv (Pref Registro)/Pref Registro/2018
Assunto: Advérbio

Eram dez da noite, estava escuro, e a americana Elaine Herzberg, de 49 anos, resolveu atravessar
uma avenida em Tempe, cidade de 160 mil habitantes no sul dos EUA. Ela estava fora da faixa,
o sinal estava aberto para os carros, e logo aconteceu o pior. Elaine foi atropelada por um veículo
utilitário esportivo de 2 000 quilos, a 61 km/h. Morreu no ato. Seria apenas mais uma vítima do
trânsito, não fosse por um motivo: um robô estava dirigindo o veículo. Elaine foi a primeira pedestre
morta por um carro autônomo. Eles provavelmente vão atropelar mais pessoas. E, toda vez que
isso acontecer, a opinião pública ficará assustada (a empresa dona do carro que matou Elaine
interrompeu seus testes após o acidente) Mas já existe uma tecnologia que promete erradicar os
acidentes com veículos autônomos e mudar outros aspectos da vida humana: a quinta geração da
telefonia celular, ou 5G.
Ela é tão importante que o governo dos EUA chegou a cogitar a construção de uma rede 5G estatal,
só para não ficar atrás dos chineses (que vão inaugurar a sua no final deste ano). As operadoras
americanas se mexeram, e agora prometem montar redes 5G em 30 cidades do país até dezembro
– antes mesmo dos celulares compatíveis com essa tecnologia, que só vão começar a chegar ao
mercado ano que vem.
A grande novidade das redes 5G é que elas trabalham em frequências mais altas, ou seja, nas
quais as ondas eletromagnéticas oscilam mais vezes por segundo. Graças a isso, o 5G promete
três vantagens: mais velocidade, maior número de conexões e menor latência.
Essa terceira novidade das redes 5G, a baixa latência, consiste no tempo que cada antena ou pon-
to de rede leva para processar – e, se for o caso, repassar – os dados. As ondas eletromagnéticas
usadas para transmitir informações (seja no 5G, no Wi-Fi, ou qualquer outra rede sem fio) viajam
sempre na mesma velocidade: a da luz. Porém, na prática, a transmissão de dados sempre é mais
lenta. Na tecnologia 5G, a latência é 50 vezes menor. A transmissão é praticamente instantânea – e
isso abre várias possibilidades.
Mas talvez o benefício mais imediato de todos seja o fim das franquias de dados. A capacidade da
rede 5G é tão enorme que as operadoras poderão oferecer planos sem limites de dados – e você
poderá usar seu celular à vontade, como hoje usa a internet da sua casa.
(Superinteressante, maio de 2018. Adaptado)

No último parágrafo do texto “Mas talvez o benefício mais imediato de todos seja o fim das fran-
quias de dados. A capacidade da rede 5G é tão enorme que as operadoras poderão oferecer pla-
nos sem limites de dados – e você poderá usar seu celular à vontade, como hoje usa a internet
da sua casa.”, as expressões destacadas reportam, correta e respectivamente, aos sentidos de:

A) modo; afirmação; lugar.


B) dúvida; modo; tempo.
C) afirmação; modo; afirmação.
D) dúvida; afirmação; tempo.
E) modo; modo; afirmação.

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QUESTÃO 41: VUNESP - PAEPE (UNICAMP)/UNICAMP/Bibliotecário/2019
Assunto: Preposição
Página infeliz

O mercado editorial no Brasil nunca pareceu tão próximo de uma catástrofe – com as duas prin-
cipais redes de livrarias do país, Saraiva e Cultura, em uma crise profunda, reduzindo o número
de lojas e com dívidas que parecem sem fim.
Líder do mercado, a Saraiva, que já acumula atrasos de pagamentos a editores nos últimos anos,
anunciou nesta semana o fechamento de 20 lojas. Em nota, a rede afirma que a medida tem a ver
com “desafios econômicos e operacionais”, além de uma mudança na “dinâmica do varejo”.
Na semana anterior, a Livraria Cultura entrou em recuperação judicial. No pedido à Justiça, a rede
afirma acumular prejuízos nos últimos quatro anos, ter custos que só crescem e vendas menores.
Mesmo assim, diz a petição enviada ao juiz, não teria aumentado seus preços.
O enrosco da Cultura está explicado aí. Diante da crise, a empresa passou a pegar dinheiro em-
prestado com os bancos – o tamanho da dívida é de R$ 63 milhões. Com os atrasos nos paga-
mentos das duas redes, editoras já promoveram uma série de demissões ao longo dos últimos dois
anos.
O cenário de derrocada, contudo, parece estar em descompasso com os números de vendas.
Desde o começo do ano, os dados compilados pela Nielsen, empresa de pesquisa de mercado,
levantados a pedido do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, mostravam que o meio livreiro
vinha dando sinais de melhoras pela primeira vez, desde o início da recessão econômica que abala
o país.
Simone Paulino, da Nós, editora independente de São Paulo, enxerga um descompasso entre as
vendas em alta e a crise. Nas palavras dela, “um paradoxo assustador.” A editora nunca vendeu
tanto na Cultura quanto nesses últimos seis meses”, diz. E é justamente nesse período que eles
não têm sido pagos.
“O modelo de produção do livro é muito complicado. Você investe desde a compra do direito autoral
ou tradução e vai investindo ao longo de todo o processo. Na hora que você deveria receber, esse
dinheiro não volta”, diz Paulino.
“Os grandes grupos têm uma estrutura de advogados que vão ter estratégia para tentar receber. E
para os pequenos? O que vai acontecer?”
Mas há uma esperança para os editores do país: o preço fixo do livro. Diante do cenário de crise, a
maior parte dos editores aposta em uma carta tirada da manga no apagar das luzes do atual gover-
no – a criação, no país, do preço fixo do livro – norma a ser implantada por medida provisória – nos
moldes de boa parte de países europeus, como França e Alemanha.
Os editores se inspiram no pujante mercado europeu. Por lá, o preço fixo existe desde 1837, quan-
do a Dinamarca criou a sua lei limitando descontos, abolida só em 2001. A crença é a de que a
crise atual é em parte causada pela guerra de preço. Unificar o valor de capa permitiria um flores-
cimento das livrarias independentes, uma vez que elas competiriam de forma mais justa com as
grandes redes.
(Folha de S. Paulo, 03.11.2018. Adaptado)

Quanto à preposição em nas frases:


O cenário de derrocada parece estar em descompasso com os números de vendas. Simone Pau-
lino, da Nós, enxerga um descompasso entre as vendas em alta e a crise é correto afirmar que

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A) nas duas ocorrências a preposição indica modo.
B) na primeira indica causa, na segunda, modo.
C) na primeira indica modo, na segunda, tempo.
D) nas duas ocorrências indica tempo.
E) na primeira indica modo, na segunda, causa.

QUESTÃO 42: VUNESP - DIR ESC (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019


Assunto: Preposição
Leia um trecho do conto “Tangerine-Girl”, de Raquel de Queiroz

De princípio a interessou o nome da aeronave: não “zepelim” nem dirigível; o grande fuso de me-
tal brilhante chamava-se modernissimamente blimp. Pequeno como um brinquedo, independente,
amável. A algumas centenas de metros da sua casa ficava a base aérea dos soldados americanos
e o poste de amarração dos dirigíveis. E de vez em quando eles deixavam o poste e davam uma
volta, como pássaros mansos que abandonassem o poleiro num ensaio de voo. Assim, aos olhos
da menina, o blimp1existia como um animal de vida própria; fascinava-a como prodígio mecânico
que era, e principalmente ela o achava lindo, todo feito de prata, librando − se2 majestosamente
pouco abaixo das nuvens. Não pensara nunca em entrar nele; não pensara sequer que
pudesse alguém andar dentro dele. Verdade que via lá dentro umas cabecinhas espiando,
mas tão minúsculas que não davam impressão de realidade.
O seu primeiro contato com a tripulação do dirigível começou de maneira puramente ocasional.
Acabara o café da manhã; a menina tirara a mesa e fora à porta que dá para o laranjal, sacudir da
toalha as migalhas de pão. Lá de cima um tripulante avistou aquele pano branco tremulando entre
as árvores espalhadas e a areia, e o seu coração solitário comoveu-se. Vivia naquela base como
um frade no seu convento – sozinho entre soldados e exortações patrióticas. E ali estava, juntinho
ao oitão da casa, sacudindo um pano, uma mocinha de cabelo ruivo. O marinheiro agitou-se
todo com aquele adeus. Várias vezes já sobrevoara aquela casa, vira gente entrando e saindo; e
pensara quão distantes uns dos outros vivem os homens, quão indiferentes passam entre si, cada
um trancado na sua vida. Ele estava voando por cima das pessoas, vendo-as e, se algumas er-
guiam os olhos, nenhuma pensava no navegador que ia dentro; queriam só ver a beleza prateada
vogando3 pelo céu.
Mas agora aquela menina tinha para ele um pensamento, agitava no ar um pano, como uma ban-
deira; decerto era bonita – o sol lhe tirava fulgurações de fogo do cabelo. Seu coração atirou-se
para a menina num grande impulso agradecido; debruçou-se à janela, agitou os braços, gritou:
“Amigo!, amigo!” – embora soubesse que o vento, a distância, o ruído do motor não deixariam ou-
vir-se nada. Gostaria de lhe atirar uma flor, um mimo. Mas que podia haver dentro de um dirigível
da Marinha que servisse para ser oferecido a uma pequena? O objeto mais delicado que encontrou
foi uma grande caneca de louça branca, pesada como uma bala de canhão. E foi aquela caneca
que o navegante atirou; atirou, não: deixou cair a uma distância prudente da figurinha iluminada,
num gesto delicado, procurando abrandar a força da gravidade, a fim de que o objeto não chegasse
sibilante como um projétil, mas suavemente, como uma dádiva.
(Os cem melhores contos brasileiros do século. Org. Italo Moriconi – Objetiva, 2001. Adaptado)
1. blimp: dirigível
2. librando-se: flutuando, equilibrando-se
3. vogando: flutuando

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Na frase a seguir, as preposições destacadas contribuem para formar locuções adjetivas.
O objeto mais delicado que encontrou foi uma grande caneca de louça branca, pesada como uma
bala de canhão. (3º parágrafo)

As preposições destacadas foram empregadas com essa mesma função nos trechos da alternativa:
A) todo feito de prata, igual a uma joia; Mas que podia haver dentro de um dirigível.
B) o grande fuso de metal brilhante; o poste de amarração dos dirigíveis.
C) o grande fuso de metal brilhante; começou de maneira puramente ocasional.
D) estava voando por cima das pessoas; distância prudente da figurinha iluminada.
E) estava voando por cima das pessoas; uma mocinha de cabelo ruivo.

QUESTÃO 43: VUNESP - DIR (CM 2 CÓRREGOS)/CM 2 CÓRREGOS/CONTÁBIL LE-


GISLATIVO/2018
Assunto: Preposição

Destruindo Riqueza

A economia cresce encontrando soluções, em geral tecnológicas, para reduzir ineficiências e, nes-
se processo, libera mão de obra.
Um exemplo esclarecedor é o do emprego agrícola nos EUA. Até 1800, a produção de alimentos
exigia o trabalho de 95% da população do país. Em 1900, a geração de comida para uma população
já bem maior mobilizava 40% da força de trabalho e, hoje, essa proporção mal chega a 3%. Quem
abandonou a roça foi para cidades, integrando a força de trabalho da indústria e dos serviços.
Esse processo pode ser cruel para com indivíduos que ficam sem emprego e não conseguem se
reciclar, mas é dele que a sociedade extrai sua prosperidade. É o velho fazer mais com menos.
A internet, com sua incrível capacidade de conectar pessoas, abriu novos veios de ineficiências a
eliminar. Se você tem um carro e não é chofer de praça nem caixeiro viajante, ele passa a maior
parte do dia parado, o que é uma ineficiência. Se você tem um imóvel vago ou mesmo um dormitó-
rio que ninguém usa, está sendo improdutivo. O mesmo vale para outros apetrechos que você pos-
sa ter, mas são subutilizados. Os aplicativos de compartilhamento, ao ligar de forma instantânea
demandantes a ofertantes, permitem à sociedade fazer muito mais com aquilo que já foi produzido
(carros, prédios, tempo disponível etc.), que é outro jeito de dizer que ela fica mais rica.
É claro que isso só dá certo se não forem criadas regulações desnecessárias que embaracem os
acertos voluntários entre as partes. A burocratização da oferta de serviços de aplicativos torna-os
indistinguíveis. Dá para descrever isso como a destruição de riqueza.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 31.10.2017. Adaptado)

Assinale a alternativa cujo termo para, em destaque, expressa ideia de finalidade.


A) A economia cresce encontrando soluções, em geral tecnológicas, para reduzir ineficiências...
B) Quem abandonou a roça foi para cidades, integrando a força de trabalho da indústria e dos
serviços.
C) Esse processo pode ser cruel para com indivíduos que ficam sem emprego...
D) O mesmo vale para outros apetrechos que você possa ter, mas são subutilizados.
E) Dá para descrever isso como a destruição de riqueza.

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QUESTÃO 44: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/I/2018
Assunto: Preposição
Leia o texto para responder à questão.

Black Friday? Levantamento feito pela Folha* mostrou que boa parte dos “descontos” oferecidos
nesta sexta-feira não passa de manipulações até meio infantis de preços, com o objetivo de iludir
o consumidor.
Antes, porém, de imprecar contra a ganância dos capitalistas, convém perguntar se os consumi-
dores não desejam ser enganados. E há motivos para acreditar que pelo menos uma parte deles
queira.
No recém-lançado Dollars and Sense (dinheiro e juízo), Dan Ariely e Jeff Kreisler relatam um expe-
rimento natural que mostra que pessoas podem optar por ser “ludibriadas” voluntariamente e que,
em algum recôndito do cérebro, isso faz sentido.
A JCPenney é uma centenária loja de departamentos dos EUA que se celebrizou por jogar seus
preços na lua para depois oferecer descontos “irresistíveis”. Ao fim e ao cabo, os preços efetiva-
mente praticados estavam em linha com os da concorrência, mas os truques utilizados proporcio-
navam aos consumidores a sensação, ainda que ilusória, de ter feito um bom negócio, o que lhes
dava prazer.
Em 2012, o então novo diretor executivo da empresa Ron Johnson, numa tentativa de moderni-
zação, resolveu acabar com a ginástica de remarcações e descontos e adotar uma política de
preços “justa e transparente”.
Os clientes odiaram. Em um ano, a companhia perdera US$ 985 milhões e Johnson ficou sem
emprego. Logo em seguida, a JCPenney remarcou os preços de vários de seus itens em até 60%
para voltar a praticar os descontos irresistíveis. Como escrevem Ariely e Kreisler, “os clientes da
JCPenney votaram com suas carteiras e escolheram ser manipulados”.
Num mundo em que o cliente sempre tem razão, não é tão espantoso que empresas se dediquem
a vender-lhe as fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas com um clique
de computador.
* Jornal Folha de São Paulo
(‘Caveat emptor’. Hélio Schwartsman. http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/helioschwartsman/2017/11/1937658-caveat-emptor.shtml
24.11.2017. Adaptado)

O termo destacado na frase – ... é uma centenária loja de departamentos dos EUA que se celebri-
zou por jogar seus preços na lua... – forma uma expressão com sentido de
A) modo.
B) causa.
C) origem.
D) oposição.
E) finalidade.

QUESTÃO 45: VUNESP - DIR DF (CM JALES)/CM JALES/2018


Assunto: Preposição

Alguém ainda se lembra do telefone de todas as tias, dos tios, dos primos, dos avós ou dos vizi-
nhos? Na minha casa era assim. Minha mãe, por exemplo, sabia o telefone de todo mundo. Pare-

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cia até que o Catálogo Telefônico era o seu livro de cabeceira.
— Mãe, qual é o telefone de tia Lili?
— 2-4036.
Sim, os números eram mais curtos, mas, mesmo assim, eu ficava impressionado ao ver como ela
sabia de cor, como ela tinha na cabeça o telefone de todos os parentes e também do açougue,
do armazém, da farmácia, do Colégio Marista e do Colégio Sion.
Hoje, todos nós ficamos preguiçosos. Quando roubaram o meu smartphone, só fui contar o ocorrido
em casa, porque não sabia o telefone de ninguém, da mulher, dos filhos, nem mesmo o fixo que
fica no meu escritório.
Mas lembrar número de telefone não é nada. Ficamos preguiçosos pra tudo. Pra subir escada, pra
rodar a manivela do vidro do carro, pra levantar e mudar o canal da TV.
Ficamos preguiçosos pra ir de um lugar pra outro sem usar o Waze*. Já reparou que não se vê mais
ninguém abrindo o vidro do carro e perguntando pro pedestre:

— Por favor, onde fica a rua Apinagés?

Para você ir do início da Avenida Paulista até o final dela, é só seguir reto, mas você coloca no
Waze. E o pior é que às vezes ao invés de ele dizer “siga em frente toda vida”, como um bom mi-
neiro, ele informa:

— A 100 metros, vire à esquerda.

Foi o que aconteceu comigo dentro de um taxi. O motorista argumentou que era pra evitar o trân-
sito. Passamos por Pinheiros, pela Vila Madalena, por Perdizes pra ir do início ao fim da Avenida
Paulista.
(Alberto Villas. “Você chegou ao seu destino!”. www.cartacapital.com.br. 02.03.2018. Adaptado)

* Waze: aplicativo de navegação por GPS que informa as condições do trânsito.


Considere o sentido do vocábulo destacado nos trechos:
• “Parecia até que o Catálogo Telefônico era o seu livro de cabeceira.”
• “Para você ir do início da Avenida Paulista até o final dela, é só seguir reto (...)”

Nesses contextos, o vocábulo até exprime, respectivamente, circunstâncias de


A) tempo e intensidade.
B) intensidade e tempo.
C) modo e inclusão.
D) lugar e modo.
E) inclusão e lugar.

QUESTÃO 46: VUNESP - CI (CM CAMPO LIMPO)/CM CAMPO LIMPO PTA/2018


Assunto: Preposição
Leia o texto para responder à questão.

O gosto na era do algoritmo

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Às segundas-feiras pela manhã, os usuários do Spotify (serviço de transferência de dados via in-
ternet que dá acesso a músicas e outros conteúdos de artistas) recebem uma lista personalizada
de músicas que lhes permite descobrir novidades. O sistema se baseia em um algoritmo cuja evo-
lução e usos aplicados ao consumo cultural são infinitos. De fato, plataformas de transmissão de
dados cinematográficos, como a Netflix, começam a desenhar suas séries de sucesso rastreando
os dados gerados por todos os movimentos dos usuários para analisar o que os satisfaz. O algorit-
mo constrói assim um universo cultural adequado e complacente com o gosto do consumidor, que
pode avançar até chegar sempre a lugares reconhecíveis.
O algoritmo, sustentam seus críticos, nos torna chatos, previsíveis, e empobrece nossa curiosidade
por explorar o acervo cultural. Ramón Sangüesa, coordenador do Data Transparency Lab (Labora-
tório de Transparência de Dados), consegue ver vantagens, mas também riscos. “Esses sistemas
se baseiam no passado para predizer o futuro. A primeira dificuldade é conseguir a massa crítica
para que tenhamos mais dados e as projeções sejam melhores. Mas sempre se corre o risco de
ficar em uma mesma área de recomendação. No consumo cultural, o perigo está na uniformiza-
ção do gosto, o que chamamos de filtro bolha. E assim vão sendo criados comportamentos
padronizados”, afirma.
A questão, no entanto, é se os limites impostos na aprendizagem pelos sistemas fechados de com-
putação são equiparáveis aos erros e possíveis idiotices que cometemos durante anos formando
nosso próprio gosto. O escritor Eloy Fernández Porta não vê grande diferença. Segundo ele, antes
do Spotify e fora dele o gosto já vinha determinado por critérios de acesso, aceitação, atualidade e
distinção. “Sempre vivemos a música em um algoritmo, o que acontece é que em vez de chamá-lo
de matemática o chamamos de espontaneidade. O algoritmo do Spotify não me parece menos con-
fiável do que a fórmula caótica que cada ouvinte inventou. Nem menos humano: quando fazemos
analogias erradas ou nos empenhamos em recomendar o primeiro disco de Vincent Gallo, nossas
sinapses estão dando os mesmos maus passos”, afirma.
(Daniel Verdú. https://brasil.elpais.com/brasil/. 09.07.2016. Adaptado)

Considere a seguinte passagem do primeiro parágrafo:


O algoritmo constrói assim um universo cultural adequado e complacente com o gosto do consumi-
dor, que pode avançar até chegar sempre a lugares reconhecíveis.
O vocábulo destacado expressa noção de
A) causa.
B) companhia.
C) intensidade.
D) origem.
E) limite.

QUESTÃO 47: VUNESP - AA (PREF N ODESSA)/PREF NOVA ODESSA/2018


Assunto: Preposição

Emprego sem futuro

A relação entre tecnologia e emprego sempre foi conflituosa. Se, do ponto de vista do observador
imparcial, a tecnologia enriquece a sociedade e apenas transforma o emprego, do ponto de vista
do sujeito que recebia todo mês um contracheque e foi demitido porque suas funções passaram a

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ser executadas por um robô, ela mata mesmo.
Os primeiros prejudicados foram os trabalhadores menos qualificados, que desempenhavam tare-
fas pouco criativas, pesadas e repetitivas. Mas a coisa não parou por aí e máquinas, robôs e com-
putadores continuaram a transformar a produção, tirando o emprego de muita gente.
Do alto de sua soberba, trabalhadores do topo da pirâmide social, que exerciam funções criativas
e que exigiam o domínio de grande volume de conhecimento específico, achavam que estavam
protegidos. “Minha profissão jamais poderá ser exercida por uma máquina que soma zeros e uns”,
pensavam. Mas aí vieram a inteligência artificial e o “big data”.
Hoje, até a medicina está perdendo atribuições para algoritmos inteligentes. Computadores já diag-
nosticam cânceres melhor do que médicos de carne e osso. Também podem superá-los na prescri-
ção do tratamento, como é o caso do braço oncológico do supercomputador Watson da IBM, que
faz análises genéticas comparativas dos tumores como nenhum humano é capaz de fazer.
Algo parecido começa a ocorrer na cardiologia, na oftalmologia e até na psiquiatria, com o desen-
volvimento de algoritmos que facilitam diagnósticos e dispositivos que alteram profundamente as
práticas correntes.
Parece exagero afirmar que os médicos vão ficar sem emprego, porém eles decerto terão cada vez
mais de dividir tarefas com os computadores.
(Hélio Schwartsman. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ Acesso em: 11.03.2018.)

Considere as frases do texto para responder à questão.


A relação entre tecnologia e emprego sempre foi conflituosa. Parece exagero afirmar que os médi-
cos vão ficar sem emprego.
... porém eles decerto terão cada vez mais de dividir tarefas com os computadores.

As preposições destacadas estabelecem entre as palavras, correta e respectivamente, as relações


de:
A) meio, concessão, modo.
B) lugar, falta, posse.
C) especificidade, concessão, companhia.
D) reciprocidade, ausência, instrumento.
E) direção, falta, companhia.

QUESTÃO 48: VUNESP - ANA LEG (CM SERRANA)/CM SERRANA/2019


Assunto: Conjunção

Por que temos filhos?

A pergunta do título comporta vários níveis de resposta. No plano biológico, a reprodução é um


imperativo, fazendo parte de várias das definições de vida. Mas a biologia
é só parte da história. A paternidade também encerra dimensões culturais, econômicas e emocio-
nais. Inspirado em “Anti-Pluralism”, de William Galston, arrisco algumas reflexões sobre a matéria.
Até o começo do século 19, filhos eram um ativo econômico. Ajudavam desde cedo com o traba-
lho doméstico, colaborando para o bem-estar da família, e ainda faziam as vezes de plano de
aposentadoria para os pais.
Hoje, contudo, crianças ficaram caras. E, para piorar, elas demoram muito até começar a trazer

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contribuições econômicas. Como observa Galston, no espaço de dois séculos, a criação de filhos
deixou de ser um bem privado para tornar -se um bem público.
Embora a paternidade possa trazer recompensas emocionais, do ponto de vista estritamente eco-
nômico, ela favorece a sociedade como um todo, enquanto a maior parte dos custos recai sobre
os genitores.
E por que crianças beneficiam a sociedade? A crer na análise de economistas como Julian Simon,
riqueza são pessoas. Quanto mais gente, melhor, já que são indivíduos que têm ideias (além de
consumir produtos) e são as novas ideias que vêm assegurando o brutal aumento de produtividade
a que assistimos nos últimos 200 anos.
E isso nos coloca diante de um dos grandes dilemas dos tempos modernos. Para assegurar a sus-
tentabilidade da exploração dos recursos naturais do planeta, precisaríamos estabilizar ou até
reduzir a população. Só que fazê-lo é uma espécie de suicídio econômico, já que ficaria muito
difícil manter taxas positivas de crescimento, sem as quais instituições como previdência e até
democracia representativa podem entrar em colapso.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 18.11.2018. Adaptado)
A frase do quarto parágrafo “Hoje, contudo, crianças ficaram caras.” estabelece, em relação ao que
é enunciado no parágrafo anterior, relação com sentido de
A) causa.
B) condição.
C) contraste.
D) finalidade.
E) proporção.

QUESTÃO 49: VUNESP - MJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Conjunção

Após avanços tecnológicos, medicina deve mirar empatia

Médicos sempre ocuparam uma posição de prestígio na sociedade. Afinal, cuidar do maior bem do
indivíduo – a vida – não é algo trivial. Embora a finalidade do ofício seja a mesma, o modus ope-
randi mudou drasticamente com o tempo.
O que se pode afirmar é que o foco da atuação médica deve ser cada vez menos o controle sobre
o destino do paciente e mais a mediação e a interpretação de tecnologias, incluindo a famigerada
inteligência artificial. Já o lado humanístico, que perdeu espaço para os exames e as máquinas,
tende a recuperar cada vez mais sua importância.
De meados do século 20 até agora, concomitantemente às novas especialidades, houve avanço
tecnológico e a proliferação de modalidades de exames. Cresceu o catálogo dos laboratórios e
também a dependência do médico em relação a exames. A impressão dos pacientes passou a ser
a de que o cuidado é ruim, caso o médico não os solicite.
O tema é caro a Jayme Murahovschi, referência em pediatria no país. “Tem que haver progressão
tecnológica, claro, mas mais importante que isso é a ligação emocional com o paciente. Hoje mé-
dicos pedem muitos exames e os pacientes também.”
Murahovschi está entre os que acreditam que a profissão está sofrendo uma nova reviravolta, qua-
se que voltando às origens clássicas, hipocráticas: “Os médicos do futuro, os que sobrarem, vão
ter que conhecer o paciente a fundo, dar toda a atenção que ele precisa, usando muita tecnologia,

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mas com foco no paciente.”
Alguns profissionais poderão migrar para uma medicina mais técnica, preveem analistas.
Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface entre o conhecimento biomédico
e a tecnologia por trás de plataformas de diagnóstico e reabilitação. Ou ainda atuariam alimentando
com dados uma plataforma de inteligência artificial, tornando-a mais esperta.
Outra tecnologia já presente é a telemedicina, que descentraliza a realização de consultas e exa-
mes. Clínicas e médicos generalistas podem, rapidamente e pela internet, contar com laudos de es-
pecialistas situados em diferentes localidades; uma junta médica pode discutir casos de pacientes
e seria possível até a realização, a distância, de consultas propriamente ditas, se não existissem
restrições do CFM nesse sentido.
Até cirurgias podem ser feitas a distância, com o advento da robótica. O tema continua fascinando
médicos e pacientes, mas, por enquanto, nada de droides médicos à la Star Wars – quem controla
o robô ainda é o ser humano.
(Gabriela Alves. Folha de S.Paulo, 19.10.2018. Adaptado)

Observe os trechos destacados nas frases do texto.


• A impressão dos pacientes passou a ser a de que o cuidado é ruim, caso o médico não os
solicite.
• Até cirurgias podem ser feitas a distância, com o advento da robótica.

Nesses trechos, notam-se, correta e respectivamente, as ideias de


A) advertência e causa.
B) conclusão e concessão.
C) finalidade e oposição.
D) reiteração e simultaneidade.
E) condição e consequência.

QUESTÃO 50: VUNESP - MJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Conjunção

A alternativa em que a expressão destacada estabelece relação de causa entre as ideias é:


A) No difícil processo de reintegração, a literatura pode ser um meio eficaz visto que devolve à
sociedade uma pessoa disposta a reescrever sua história.
B) No difícil processo de reintegração, a literatura pode ser, portanto, um meio eficaz de devolver
à sociedade uma pessoa disposta a reescrever sua história.
C) Caso haja um difícil processo de reintegração, a literatura pode ser um meio eficaz de devolver
à sociedade uma pessoa disposta a reescrever sua história.
D) À medida que ocorra um difícil processo de reintegração, a literatura pode ser um meio eficaz de
devolver à sociedade uma pessoa disposta a reescrever sua história.
E) A literatura pode ser, no difícil processo de reintegração, um meio eficaz para que se devolva à
sociedade uma pessoa disposta a reescrever sua história.

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COLOCAÇÃO PRONOMINAL

QUESTÃO 1: VUNESP - ANATC MPE SP/MPE SP/ADMINISTRADOR/2019


Assunto: Colocação pronominal

Progresso, enfim

Em atraso nas grandes reformas da Previdência Social e do sistema de impostos, o Brasil tem ob-
tido avanços em uma agenda que, tomada em seu conjunto, mostra-se igualmente essencial – a
da melhora do ambiente de negócios.
Trata-se de objetivos tão diferentes quanto facilitar a criação de empresas, reduzir o custo de
licenças ou ampliar o acesso ao crédito. Grande parte dessas providências não depende de vo-
tações no Congresso, mas sim do combate persistente a empecilhos burocráticos e ineficiências
do setor público.
A boa notícia é que o país subiu 16 posições no mais conhecido ranking dessa modalidade, di-
vulgado a cada ano pelo Banco Mundial. A má é que a 109ª colocação, num total de 190 nações
consideradas, permanece vergonhosa.
O progresso ocorreu, basicamente, em quatro indicadores – fornecimento de energia elétrica,
prazo para abertura de empresa com registro eletrônico, acesso à informação de crédito e certi-
ficação eletrônica de origem para importações.
Pela primeira vez em 16 anos de publicação do relatório, o desempenho brasileiro se destacou na
América Latina. Os países mais bem posicionados da região, casos de México (54º lugar), Chile
(56o) e Colômbia (65o), apresentaram pouca ou nenhuma melhora.
Numa perspectiva mais ampla, o ambiente de negócios vai se tornando mais amigável na maior
parte do mundo. A edição mais recente do ranking catalogou número recorde de 314 reformas
realizadas em 128 economias desenvolvidas e emergentes no período 2017/2018.
Fica claro, no documento, que o maior atraso relativo do Brasil se dá no pagamento de impostos,
dados a carga elevada e o emaranhado de regras dos tributos incidentes sobre o consumo. Nes-
se quesito em particular, o país ocupa um trágico 184º lugar no ranking.
O caminho óbvio a seguir nesse caso é uma reforma ambiciosa, que racionalize essa modalidade
de taxação. Mesmo que não seja possível abrir mão de receitas, a simplificação já traria ganhos
substanciais em eficiência ao setor produtivo.
(Editorial, Folha de S.Paulo, 06.11.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa correta quanto à colocação pronominal, de acordo com a norma-padrão.

A) Se vê, pelos dados do ranking do Banco Mundial, que o Brasil destacou-se basicamente em
quatro indicadores.
B) O ambiente de negócios atualmente tem tornado -se mais amigável, o que vê-se pelas reformas
realizadas.
C) Ainda que se tenha destacado o desempenho do Brasil no relatório do Banco Mundial, sabe-se
que o país precisa avançar nos negócios.
D) Deve racionalizar-se quanto aos pagamentos de impostos para que não condenem-se os países
a um retrocesso econômico.
E) Quando analisa-se o ranking do Banco Mundial, se constata que alguns países da América La-

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tina apresentaram pouca ou nenhuma melhora

QUESTÃO 2: VUNESP - ADM JUD (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Colocação pronominal
Leia o texto e responda à questão.

Assassinos culturais

Sou um assassino cultural, e você também é. Sei que é romântico chorar quando uma livraria fe-
cha as portas. Mas convém não abusar do romantismo – e da hipocrisia. Fomos nós que matamos
aquela livraria e o crime não nos pesa muito na consciência.
Falo por mim. Os livros físicos que entram lá em casa são cada vez mais ofertas – de amigos ou
editoras.
Aos 20, quando viajava por territórios estranhos, entrava nas livrarias locais como um faminto na
capoeira. Comprava tanto e carregava tanto que desconfio que o meu problema de ciática é, na sua
essência, um problema livresco.
Hoje? Gosto da flânerie*. Mas depois, fotografo as capas com o meu celular antes de regressar
para o psicanalista – o famoso dr. Kindle. Culpado? Um pouco. E em minha defesa só posso
afirmar que pago pelos meus vícios.
E quem fala em livrarias, fala em todo o resto. Eu também ajudei a matar a Tower Records e a Virgin
Megastore. Havia lá dentro uma bizarria chamada CD – você se lembra?
Hoje, com alguns aplicativos, tenho uma espécie de discoteca de Alexandria onde, a meu bel-pra-
zer, escuto meus clássicos e descubro novos. Se juntarmos ao pacote o iTunes e a Netflix, você
percebe por que eu também tenho o sangue dos cinemas e dos blockbusters nas mãos.
Eis a realidade: vivemos a desmaterialização da cultura. Mas não é apenas a cultura que se des-
materializa e tem deixado as nossas salas e estantes mais vazias. É a nossa relação com ela.
Não somos mais proprietários de “coisas”; somos apenas consumidores e, palavra importante,
assinantes.
O livro “Subscribed”, de Tien Tzuo, analisa a situação. É uma reflexão sobre a “economia de as-
sinaturas” que conquista a economia global. Conta o autor que mais de metade das empresas da
famosa lista da “Fortune” já não existiam em 2017. O que tinham em comum? O objetivo meritório
de vender “coisas” – muitas coisas, para muita gente, como sempre aconteceu desde os primór-
dios do capitalismo.
Já as empresas que sobreviveram e as novas que entraram na lista souberam se adaptar à econo-
mia digital, vendendo serviços (ou, de forma mais precisa, acessos).
Claro que na mudança algo se perde. O desaparecimento das livrarias não acredito que seja total
no futuro (e ainda bem). Além disso, ler no papel não é o mesmo que ler na tela.
Mas o interesse do livro de Tzuo não está apenas nos números; está no retrato de uma nova gera-
ção para quem a experiência cultural é mais importante do que a mera posse de objetos. Há quem
veja aqui um retrocesso, mas também é possível ver um avanço – ou, para sermos bem filosóficos,
o triunfo do espírito sobre a matéria. E não será essa, no fim das contas, a vocação mais autêntica
da cultura?
(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 28.08.2018. Adaptado)
* Flânerie: ato de passear, de caminhar sem compromisso.

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De acordo com a norma-padrão, a expressão destacada no trecho do texto está corretamente
substituída pela expressão entre parênteses na alternativa:
A) O objetivo meritório de vender “coisas” – muitas coisas... (vender-lhes)
B) E em minha defesa só posso afirmar que pago pelos meus vícios. (pago-os)
C) É uma reflexão sobre a “economia de assinaturas” que conquista a economia global. (a con-
quista)
D) ... que se desmaterializa e tem deixado as nossas salas e estantes mais vazias. (tem deixa-
do-as)
E) Mas depois, fotografo as capas com o meu celular antes de regressar para o psicanalista...
(lhes fotografo)

QUESTÃO 3: VUNESP - CONTJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Colocação pronominal
Leia o texto para responder à questão.

Mundo arriscado

O próximo governo não encontrará um ambiente econômico internacional sereno. Dúvidas


sobre a continuidade do crescimento do Produto Interno Bruto global, juros em alta nos EUA,
riscos de conflitos comerciais e de queda do fluxo de capitais para países emergentes são apenas
alguns dos itens de um cardápio de problemas potenciais.
Tudo indica, assim, que o governo brasileiro terá de lidar de pronto com as fragilidades domésticas,
em especial o rombo das contas públicas. Não tardará até que investidores hoje aparentemente
otimistas comecem a cobrar resultados concretos.
As projeções para o avanço do PIB mundial têm sido reduzidas nos últimos meses. O Fundo Mo-
netário Internacional cortou sua previsão para 2018 e 2019 em 0,2 ponto percentual – 3,7% em
ambos os anos – e apontou um cenário de menor sincronia entre os principais motores regionais.
Se até o início deste ano EUA, Europa e China davam sinais de vigor, agora acumulam-se
decepções nos dois últimos casos.
Mesmo com juros ainda perto de zero, a zona do euro não deverá crescer mais que 1,5% neste ano.
Há crescente insegurança no âmbito político, neste momento centrada na Itália e seu governo de
direita populista, que propõe expansão do déficit de um setor público já endividado em excesso.
Não é animador que a Comissão Europeia tenha tomado a decisão inédita de rejeitar a proposta
orçamentária da administração italiana. Embora o país ainda conserve o selo de bom pagador, os
juros cobrados no mercado para financiar sua dívida dispararam.
Quanto à China, sua economia mostra menos vigor, e as autoridades precisam tomar decisões
difíceis entre conter as dívidas já exageradas e estimular o crescimento.
O risco de escalada nos conflitos comerciais também é concreto, dado que o governo americano
ameaça impor uma terceira rodada de tarifas, desta vez sobre os US$ 270 bilhões em vendas
anuais chinesas que ainda não foram taxadas.
Nos EUA, a alta dos juros, num contexto de emprego elevado e inflação perto da meta, já leva parte
do mercado a temer uma desaceleração abrupta do PIB em 2019. A vantagem do Brasil, hoje,
é que há ampla ociosidade nas empresas, baixa inflação e, portanto, espaço para uma retomada
mais forte.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 01.11.2018. Adaptado)

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Assinale a alternativa correta quanto à colocação pronominal, de acordo com a norma-padrão.
A) Na China, agora tomam-se decisões difíceis entre conter as dívidas já existentes e estimular o
crescimento do país.
B) A Comissão Europeia, tendo decidido-se pela rejeição da proposta orçamentária italiana, mostra
um cenário econômico europeu pouco animador.
C) Caso se imponha uma terceira rodada de tarifas à China, provavelmente se aumentará o risco
de escalada nos conflitos mundiais.
D) Não tardará até que investidores hoje aparentemente otimistas movimentarão-se e cobrarão
resultados concretos.
E) Não espera-se que a zona do euro cresça mais que 1,5% neste ano, ainda que tenham-se os
juros perto de zero.

QUESTÃO 4: VUNESP - ANA LEG (CM SERRANA)/CM SERRANA/2019


Assunto: Colocação pronominal

Por que temos filhos?

A pergunta do título comporta vários níveis de resposta(A. No plano biológico, a reprodução é um


imperativo, fazendo parte de várias das definições de vida. Mas a biologia é só parte da história.
A paternidade também encerra dimensões culturais(B, econômicas e emocionais.
Inspirado em “Anti-Pluralism”, de William Galston, arrisco algumas reflexões sobre a matéria.
Até o começo do século 19, filhos eram um ativo econômico. Ajudavam desde cedo com o traba-
lho doméstico, colaborando para o bem-estar da família, e ainda faziam as vezes de plano de
aposentadoria para os pais.
Hoje, contudo, crianças ficaram caras. E, para piorar, elas demoram muito até começar a trazer
contribuições econômicas(C. Como observa Galston, no espaço de dois séculos, a criação de filhos
deixou de ser um bem privado para tornar -se um bem público.
Embora a paternidade possa trazer recompensas emocionais, do ponto de vista estritamente eco-
nômico, ela favorece a sociedade como um todo, enquanto a maior parte dos custos recai sobre
os genitores.
E por que crianças beneficiam a sociedade? A crer na análise de economistas como Julian Simon,
riqueza são pessoas. Quanto mais gente, melhor, já que são indivíduos que têm ideias (além de
consumir produtos) e são as novas ideias que vêm assegurando o brutal aumento de produtividade
a que assistimos nos últimos 200 anos.
E isso nos coloca diante de um dos grandes dilemas dos tempos modernos. Para assegurar a
sustentabilidade da exploração dos recursos naturais do planeta, precisaríamos estabilizar ou até
reduzir a população. Só que fazê-lo é uma espécie de suicídio econômico, já que ficaria muito difícil
manter taxas positivas de crescimento(E, sem as quais instituições como previdência e até demo-
cracia representativa podem entrar em colapso.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 18.11.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o pronome que substitui a expressão destacada está em conformida-
de com a norma- padrão de uso e de colocação dos pronomes.
A) A pergunta do título comporta vários níveis de resposta. / A pergunta do título lhes comporta.
B) A paternidade também encerra dimensões culturais... / A paternidade também encerra-lhes...
C) ... demoram muito até começar a trazer contribuições econômicas. / ... demoram muito até
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começar a trazer-nas.
D) Para assegurar a sustentabilidade... / Para lhe assegurar...
E) ... ficaria muito difícil manter taxas positivas de crescimento... / ... ficaria muito difícil mantê-
-las...

QUESTÃO 5: VUNESP - ADM (UFABC)/UFABC/2019


Assunto: Colocação pronominal
Leia o texto, para responder a questão abaixo.

Redes pessoais e vulnerabilidade social

Redes sociais têm sido cada vez mais consideradas como elementos importantes na construção de
uma grande variedade de processos, desde a mobilização política em movimentos sociais ou par-
tidos políticos, até as ações e a estrutura de relações formais e informais entre as elites políticas e
econômicas ou na estruturação de áreas de políticas públicas, entre muitos outros temas. Número
significativo de estudos tem examinado as redes pessoais, aquelas que cercam os indivíduos em
particular. Essas análises visam a estudar os efeitos da sociabilidade de diversos grupos sociais,
para compreender como os laços sociais são construídos e transformados e suas consequências
para fenômenos como integração social, imigração e apoio social.
No caso específico da pobreza, a literatura tem estabelecido de forma cada vez mais eloquente
como tais redes medeiam o acesso a recursos materiais e imateriais e, ao fazê-lo, contribuem de
forma destacada para a reprodução das condições de privação e das desigualdades sociais. A
integração das redes ao estudo da pobreza pode permitir a construção de análises que escapem
dos polos analíticos da responsabilização individual dos pobres por sua pobreza (e seus atributos),
assim como de análises sistêmicas que foquem apenas os macroprocessos e constrangimentos
estruturais que cercam o fenômeno.
A literatura brasileira sobre o tema tem sido marcada por uma oposição entre enfoques centrados
nesses dois campos, embora os últimos anos tenham assistido a uma clara hegemonia dos es-
tudos baseados em atributos e ações individuais para a explicação da pobreza. Parece-nos evi-
dente que tanto constrangimentos e processos supraindividuais (incluindo os econômicos) quanto
estratégias e credenciais dos indivíduos importam para a constituição e a reprodução de situações
de pobreza. Entretanto, essas devem ser analisadas no cotidiano dos indivíduos, de maneira que
compreendamos de que forma medeiam o seu acesso a mercados, ao Estado e às trocas sociais
que provêm bem-estar.
(Eduardo Marques, Gabriela Castello e Renata M. Bichir. Revista USP, no 92, 2011-2012. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o trecho destacado está reescrito de acordo com a norma-padrão de
emprego de pronomes.
A) ... constrangimentos estruturais que cercam o fenômeno [cercam-lo].
B) ... como tais redes medeiam o acesso [medeiam-no].
C) Número significativo de estudos tem examinado as redes pessoais [tem examinado elas].
D) ... trocas sociais que provêm bem-estar [provêm-lhe].
E) Essas análises visam a estudar os efeitos da sociabilidade [estudar eles].

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QUESTÃO 6: VUNESP - Adm (UFABC)/UFABC/2019
Assunto: Colocação pronominal
Leia o texto, para responder a questão abaixo.

Organograma

Dizem que em matéria de organização aquele Ministério é de amargar. De vez em quando um


processo cai no vazio e desaparece para nunca mais. Por quê? Porque o único Ministro que se
lembrou de organizá-lo, segundo me contaram, tinha mania de organização.
Mania oriunda de uma sensibilidade estética o seu tanto exacerbada, capaz de exteriorizar-se em
requintes de planejamento burocrático. Aparentemente, essa marca de sua personalidade condi-
zia com as altas funções que já lhe cabiam.
Mas só aparentemente: a primazia do fator estético, feito de equilíbrio, proporção e harmonia, pas-
sou a ser a determinante principal de todos os seus atos – tudo mais no Ministério que se danasse.
Como no remédio para nascer cabelo: não nascia, mas dava brilho.
Dizem que, quando tomou posse do cargo, a primeira coisa que fez foi encomendar a confecção de
um artístico organograma. Quando lhe trouxeram o trabalho, encomendado no Departamento do
Pessoal, que por sua vez o encomendou a um desenhista particular, o Ministro não fez mais nada
a não ser estudar a galharia daquela árvore geométrica, em função da qual as atividades de sua
Pasta passariam a desenvolver-se.
– Este organograma está uma droga. Não posso dependurar uma coisa destas na parede de meu

gabinete.
Pôs-se imediatamente a inventar novas repartições, serviços disso e daquilo – tudo fictício, irreal,
imaginário – para estabelecer o equilíbrio organogramático com departamento disso, departamento
daquilo.
O certo é que o novo organograma foi executado, e todo aquele que tivesse a ventura de penetrar
em seu gabinete podia admirá-lo.
– Tudo isso sob seu controle, Ministro?

– Para você ver, meu filho: se não fosse eu, todo esse complexo administrativo já teria desabado

para um lado, como uma árvore desgalhada. Dizem, mesmo, que até hoje o magnífico organogra-
ma figura no tal Ministério, como uma das mais importantes realizações de sua gestão.
(Fernando Sabino, A mulher do vizinho. Adaptado)

A passagem do texto em que, de acordo com a norma-padrão, o pronome destacado pode ser co-
locado antes ou depois do verbo a que se vincula é:
A) ... capaz de exteriorizar-se em requintes de planejamento...
B) ... essa marca de sua personalidade condizia com as altas funções que já lhe cabiam.
C) Quando lhe trouxeram o trabalho, encomendado no Departamento do Pessoal...
D) Pôs-se imediatamente a inventar novas repartições...
E) ... tudo mais no Ministério que se danasse...

QUESTÃO 7: VUNESP - CONT (CM ORLÂNDIA)/CM ORLÂNDIA/2019


Assunto: Colocação pronominal

Nada me deixava mais tranquilo do que os sons da máquina de escrever vindos do quarto ao lado.

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Era meu pai, escritor, que trabalhava depois que todos haviam ido dormir. O batuque no teclado,
o ronco grave do rolo girando com o papel e a sineta do carro tilintando ao ser devolvido à posição
inicial – plim! – me garantiam a presença de um adulto, ali ao lado: se não ao alcance das mãos,
ao menos dos ouvidos. O ritmo caótico, mas contínuo – como chuva no telhado –, era ainda melhor
do que a música de ninar, cadenciada, pois sugeria que mesmo em meio à confusão poderia haver
harmonia. Sob esse cafuné auditivo, o mundo desaparecia, sem violência, depois voltava a existir,
quando eu menos esperasse, iluminado: plim!
Prata, Antonio. Nu, de botas p.15 – 1ª ed. – São Paulo: Companhia das Letras, 2013. (Excerto adaptado)

A seguinte redação está em conformidade com a norma -padrão de uso e de colocação de prono-
me:
A) Para que se sentisse mais tranquilo, ficava atento aos sons da máquina de escrever.
B) Quando sentia-o por perto, tinha a garantia de que o mundo não desapareceria para sempre.
C) Acreditava, na infância, que tudo traria-lhe tranquilidade, desde que viesse de um adulto.
D) Os barulhos do teclado, do rolo e da sineta, escutava -lhes, do quarto ao lado.
E) Ninguém sugeria-o que os sons da máquina de escrever não fossem a harmonia produzida pelo
pai.

QUESTÃO 8: VUNESP - BIBLIO (UNIFAI)/UNIFAI/2019


Assunto: Colocação pronominal

Acabo de levantar-me; logo serão cinco horas da manhã; procuro não fazer barulho, vou até a co-
zinha e preparo uma xícara de chá enquanto tento resgatar fragmentos de meus entressonhos,
esses entressonhos que, aos 86 anos, aparecem- me atemporais, misturados com lembranças da
infância. Nunca tive boa memória, sempre sofri essa desvantagem; mas talvez seja um modo de
recordar apenas o que se deve, talvez a maior coisa que nos aconteceu na vida, a que tem algum
significado profundo, a que foi decisiva – para o bem e para o mal – nesta complexa, contraditória
e inexplicável viagem rumo à morte que é a vida de toda pessoa. Por isso minha cultura é tão ir-
regular, repleta de enormes lacunas, como que construída com restos de belíssimos templos cujos
pedaços se encontram entre detritos e plantas selvagens. Os livros que li, as teorias que frequentei,
deveram-se a meus próprios tropeços com a realidade.
Quando me param na rua, numa praça ou no trem, para perguntar-me que livros é preciso ler, res-
pondo sempre: “Leiam o que os apaixone, apenas isso os ajudará a suportar a existência”.
(Ernesto Sabato. Antes do fim. Trad. Sérgio Molina. São Paulo: Companhia das Letras, 2000)

Assinale a alternativa que apresenta reescrita de um trecho do texto de acordo com a norma-pa-
drão de emprego e de colocação de pronome.
A) Embora fizesse-o, evitava o barulho assim que levantava-se.
B) Tratava-se de uma cultura irregular, descrevia-na com enormes lacunas.
C) Se ruma para a morte a vida de toda pessoa, nesta complexa viagem.
D) Os livros que lera deviam-se a seus próprios tropeços com a realidade.
E) Dizia que lessem o que apaixonasse-os, apenas aquilo ajudar-lhes-ia a suportar.

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QUESTÃO 9: VUNESP - MJ (TJ SP)/TJ SP/2019
Assunto: Colocação pronominal

Após avanços tecnológicos, medicina deve mirar empatia

Médicos sempre ocuparam uma posição de prestígio na sociedade. Afinal, cuidar do maior bem
do indivíduo – a vida – não é algo trivial. Embora a finalidade do ofício seja a mesma, o modus
operandi mudou drasticamente com o tempo.
O que se pode afirmar é que o foco da atuação médica deve ser cada vez menos o controle sobre
o destino do paciente e mais a mediação e a interpretação de tecnologias, incluindo a famigerada
inteligência artificial. Já o lado humanístico, que perdeu espaço para os exames e as máquinas,
tende a recuperar cada vez mais sua importância.
De meados do século 20 até agora, concomitantemente às novas especialidades, houve avanço
tecnológico e a proliferação de modalidades de exames. Cresceu o catálogo dos laboratórios e
também a dependência do médico em relação a exames. A impressão dos pacientes passou a ser
a de que o cuidado é ruim, caso o médico não os solicite.
O tema é caro a Jayme Murahovschi, referência em pediatria no país. “Tem que haver progressão
tecnológica, claro, mas mais importante que isso é a ligação emocional com o paciente. Hoje mé-
dicos pedem muitos exames e os pacientes também.”
Murahovschi está entre os que acreditam que a profissão está sofrendo uma nova reviravolta, qua-
se que voltando às origens clássicas, hipocráticas: “Os médicos do futuro, os que sobrarem, vão
ter que conhecer o paciente a fundo, dar toda a atenção que ele precisa, usando muita tecnologia,
mas com foco no paciente.”
Alguns profissionais poderão migrar para uma medicina mais técnica, preveem analistas.
Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface entre o conhecimento biomédico
e a tecnologia por trás de plataformas de diagnóstico e reabilitação. Ou ainda atuariam alimentando
com dados uma plataforma de inteligência artificial, tornando-a mais esperta.
Outra tecnologia já presente é a telemedicina, que descentraliza a realização de consultas e exa-
mes. Clínicas e médicos generalistas podem, rapidamente e pela internet, contar com laudos de es-
pecialistas situados em diferentes localidades; uma junta médica pode discutir casos de pacientes
e seria possível até a realização, a distância, de consultas propriamente ditas, se não existissem
restrições do CFM nesse sentido.
Até cirurgias podem ser feitas a distância, com o advento da robótica. O tema continua fascinando
médicos e pacientes, mas, por enquanto, nada de droides médicos à la Star Wars – quem controla
o robô ainda é o ser humano.
(Gabriela Alves. Folha de S.Paulo, 19.10.2018. Adaptado)

Considere os trechos do texto.


• Médicos sempre ocuparam uma posição de prestígio na sociedade.
• Já o lado humanístico, que perdeu espaço para os exames e as máquinas...
• Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface...

De acordo com a norma-padrão de emprego e colocação de pronomes, as expressões destacadas


podem ser substituídas por:
A) a ocuparam; o perdeu; a teriam.

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B) ocuparam-na; perdeu-o; teriam-na.
C) ocuparam-lhe; o perdeu; a teriam.
D) a ocuparam; o perdeu; teriam-na.
E) ocuparam-na; perdeu-lhe; a teriam.

QUESTÃO 10: VUNESP - ENFJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Colocação pronominal

Tempo incerto

Os homens têm complicado tanto o mecanismo da vida que já ninguém tem certeza de nada: para
se fazer alguma coisa é preciso aliar a um impulso de aventura grandes sombras de dúvida. Não
se acredita mais na existência de gente honesta; e os bons têm medo de exercitarem sua bondade,
para não serem tratados de hipócritas ou de ingênuos.
Vivemos um momento em que a virtude é ridícula e os mais vis sentimentos se mascaram de gran-
diosidade, simpatia, benevolência. A observação do presente leva-nos até a descer dos exemplos
do passado: os varões ilustres de outras eras terão sido realmente ilustres? Ou a História nos está
contando as coisas ao contrário, pagando com dinheiros dos testemunhos a opinião dos escribas?
Se prestarmos atenção ao que nos dizem sobre as coisas que nós mesmos presenciamos – ou
temos que aceitar a mentira como a arte mais desenvolvida do nosso tempo, ou desconfiamos do
nosso próprio testemunho, e acabamos no hospício!
Pois assim, é, meus senhores! Prestai atenção às coisas que vos contam, em família, na rua, nos
cafés, em várias letras de forma, e dizei-me se não estão incertos os tempos e se não devemos
todos andar de pulga atrás da orelha!
Agora, pensam os patrões, os empregados, os amigos e inimigos de uns e de outros e todo o resto
da massa humana. E não só pensam, como também pensam que pensam! E além de pensarem
que pensam, pensam que têm razão! E cada um é o detentor exclusivo da razão!
Pois de tal abundância de razão é que se faz a loucura. E a vocação das pessoas, hoje em dia, não
é para o diálogo com ou sem palavras, mas para balas de diversos calibres. Perto disso, a carestia
da vida é um ramo de flores. O que anda mesmo caro é alma. E o Demônio passeia pelo mundo,
glorioso e imune.
(Cecília Meireles, Tempo incerto. Em: Escolha o seu Sonho. Adaptado)

Assinale a alternativa cuja frase atende à norma-padrão de colocação pronominal.


A) Vivemos um momento em que os mais vis sentimentos têm mascarado-se de grandiosidade.
B) Nos acostumamos ao medo de exercitar a bondade, pois não se acredita mais na existência de
gente honesta.
C) As pessoas certamente comunicam-se entre si não mais por meio do diálogo, com ou sem pa-
lavras.
D) Ofenderíamos- nos porque questionam se os varões ilustres de outras eras teriam sido mesmo
ilustres?
E) O que agora se vê é uma situação na qual o que se mostra mesmo caro é a alma, já que não se
dialoga mais.

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QUESTÃO 11: VUNESP - PAEPE (UNICAMP)/UNICAMP/BIBLIOTECÁRIO/2019
Assunto: Colocação pronominal
Página infeliz

O mercado editorial no Brasil nunca pareceu tão próximo de uma catástrofe – com as duas prin-
cipais redes de livrarias do país, Saraiva e Cultura, em uma crise profunda, reduzindo o número
de lojas e com dívidas que parecem sem fim.
Líder do mercado, a Saraiva, que já acumula atrasos de pagamentos a editores nos últimos anos,
anunciou nesta semana o fechamento de 20 lojas. Em nota, a rede afirma que a medida tem a ver
com “desafios econômicos e operacionais”, além de uma mudança na “dinâmica do varejo”.
Na semana anterior, a Livraria Cultura entrou em recuperação judicial. No pedido à Justiça, a rede
afirma acumular prejuízos nos últimos quatro anos, ter custos que só crescem e vendas menores.
Mesmo assim, diz a petição enviada ao juiz, não teria aumentado seus preços.
O enrosco da Cultura está explicado aí. Diante da crise, a empresa passou a pegar dinheiro em-
prestado com os bancos – o tamanho da dívida é de R$ 63 milhões. Com os atrasos nos paga-
mentos das duas redes, editoras já promoveram uma série de demissões ao longo dos últimos dois
anos.
O cenário de derrocada, contudo, parece estar em descompasso com os números de vendas.
Desde o começo do ano, os dados compilados pela Nielsen, empresa de pesquisa de mercado,
levantados a pedido do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, mostravam que o meio livreiro
vinha dando sinais de melhoras pela primeira vez, desde o início da recessão econômica que abala
o país.
Simone Paulino, da Nós, editora independente de São Paulo, enxerga um descompasso entre as
vendas em alta e a crise. Nas palavras dela, “um paradoxo assustador.” A editora nunca vendeu
tanto na Cultura quanto nesses últimos seis meses”, diz. E é justamente nesse período que eles
não têm sido pagos.
“O modelo de produção do livro é muito complicado. Você investe desde a compra do direito autoral
ou tradução e vai investindo ao longo de todo o processo. Na hora que você deveria receber, esse
dinheiro não volta”, diz Paulino.
“Os grandes grupos têm uma estrutura de advogados que vão ter estratégia para tentar receber. E
para os pequenos? O que vai acontecer?”
Mas há uma esperança para os editores do país: o pre-
ço fixo do livro. Diante do cenário de crise, a maior parte dos editores aposta em uma carta tirada da
manga no apagar das luzes do atual governo – a criação, no país, do preço fixo do livro – norma a
ser implantada por medida provisória – nos moldes de boa parte de países europeus, como França
e Alemanha.
Os editores se inspiram no pujante mercado europeu. Por lá, o preço fixo existe desde 1837, quan-
do a Dinamarca criou a sua lei limitando descontos, abolida só em 2001. A crença é a de que a
crise atual é em parte causada pela guerra de preço. Unificar o valor de capa permitiria um flores-
cimento das livrarias independentes, uma vez que elas competiriam de forma mais justa com as
grandes redes.
(Folha de S. Paulo, 03.11.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a segunda frase substitui, corretamente, por um pronome pessoal,
com sua devida colocação, a expressão em destaque na primeira.
A) No pedido à Justiça, a rede afirma acumular prejuízos./ No pedido à Justiça, a rede afirma lhes

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acumular.
B) Saraiva e Cultura reduziram o número de lojas./ Saraiva e Cultura lhe reduziram.
C) A Cultura não teria aumentado seus preços./ A Cultura não teria aumentado-nos.
D) Na hora em que você deveria receber o dinheiro, ele não volta./ Na hora em que você deveria
recebê-lo, ele não volta.
E) O que vai acontecer às pequenas editoras?/ O que vai acontecê-las?

QUESTÃO 12: VUNESP - PEB I (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/PEB I/2019


Assunto: Colocação pronominal
Leia o texto para responder a questão.

As palavras e as coisas

Confesso que, de início, não acreditava que Moana, aos 9 anos, pudesse se interessar pela leitura
da versão integral do clássico de J.R.R. Tolkien, O Hobbit. É verdade que se trata de uma aventura
povoada por magos e repleta de objetos encantados. Mas é um romance longo, com descrições
densas e vocabulário sofisticado. Para minha surpresa, no entanto, seu envolvimento com a obra
crescia a cada noite que a líamos juntos.
Ao terminarmos a leitura do décimo capítulo, Moana não me desejou boa-noite. Com olhos ainda
despertos, me perguntou se não podíamos comentar aquilo que mais havia agradado até então.
Pensei que o pedido não passasse de mais uma de suas estratégias para adiar a hora de dormir.
Recusei, mas ela argumentou: “Não é assim que vocês fazem, você e a mamãe, quando leem
Arendt e Paul Ricoeur em seus grupos de estudos?”. Jamais imaginara que, quando a levamos a
esses encontros – premidos por alguma necessidade – ela pudesse prestar qualquer atenção ao
que se passava. Sempre a via absorta em suas tarefas, desenhos e leituras. Mas, em seu silêncio,
ela se dava conta do sentido de uma leitura partilhada.
Falamos, então, das transformações que ocorreram no personagem central, que abandonara sua
vida confortável e pacata de hobbit, para se tornar um aventureiro épico. Mas foi só no dia seguinte
que percebi a profundidade contida em seu pedido para que partilhássemos as impressões de nos-
sas leituras. Lembrei-me de uma bela passagem de Homens em tempos sombrios, na qual Hannah
Arendt afirma que o “mundo não é humano simplesmente por ter sido feito por mãos humanas, nem
se torna humano meramente porque a voz humana nele ressoa. Por mais afetados que sejamos
pelas coisas do mundo [como um livro], por mais profundamente que elas possam nos instigar e
estimular, essas coisas só se tornam humanas para nós quando podemos discuti-las com nossos
companheiros”.
É porque a fala humaniza as obras que gostamos tanto de comentar um filme, de compartilhar a
interpretação de um livro ou fazer uma refeição com nossos amigos. São as expressões do discur-
so humano que transformam uma coisa – como um livro – em objeto de um legado simbólico que
nos humaniza.
Na escola, é por meio das trocas discursivas entre professores e alunos que um romance ou um
programa computacional deixam de ser coisas inertes para se transformarem em objetos que de-
sempenham uma função educativa e, assim, adquirem seu sentido humanizador. São as palavras
– e não as coisas – que conferem sentido às experiências humanas.
(José Sérgio Fonseca de Camargo, “As palavras e as coisas”. Em: http://www.revistaeducacao.com.br. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a frase, reescrita a partir das informações textuais, está correta quan-
55
to à colocação pronominal, segundo a norma-padrão.
A) Moana pediu para comentarmos o livro, e eu recusei-me a atender o pedido, pensando ser uma
de suas estratégias.
B) Para minha surpresa, o envolvimento de Moana com a obra crescia quando reuníamo-nos para
ler juntos.
C) Meu pai acreditava que eu não interessaria-me pela leitura da versão integral de O Hobbit, disse
Moana.
D) Tínhamos nossas impressões de leitura, e evidentemente partilhamos-as ao falar das transfor-
mações do personagem central.
E) Me dei conta, no dia seguinte, da profundidade contida no pedido de Moana e do sentido que
ela via na leitura.

QUESTÃO 13: VUNESP - COOR PEDA (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019
Assunto: Colocação pronominal
Leia o texto de Rubem Alves

A arte de educar

Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu. O educador diz: “Veja!” e, ao falar, aponta. O
aluno olha na direção apontada e vê o que nunca viu. Seu mundo se expande. Ele fica mais rico
interiormente… E ficando mais rico interiormente ele pode sentir mais alegria – que é a razão pela
qual vivemos.
Já li muitos livros sobre Psicologia da Educação, Sociologia da Educação, Filosofia da Educação…
Mas, por mais que me esforce, não consigo me lembrar de qualquer referência à Educação do
Olhar. Ou à importância do olhar na educação, em qualquer um deles.
A primeira tarefa da Educação é ensinar a ver… É através dos olhos que as crianças tomam con-
tato com a beleza e o fascínio do mundo… Os olhos têm de ser educados para que nossa alegria
aumente.
A educação se divide em duas partes: Educação das Habilidades e Educação das Sensibilidades.
Sem a Educação das Sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido. Os conheci-
mentos nos dão meios para viver. A sabedoria nos dá razões para viver.
Quero ensinar às crianças. Elas ainda têm olhos encantados. Seus olhos são dotados daquela
qualidade que, para os gregos, era o início do pensamento: a capacidade de se assombrar diante
do banal.
Para as crianças tudo é espantoso: um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o voo
dos urubus, os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu, um pião na terra. Coisas que os eru-
ditos não veem.
Na escola eu aprendi complicadas classificações botânicas, taxonomias, nomes latinos – mas es-
queci. E nenhum professor jamais chamou a minha atenção para a beleza de uma árvore… Ou
para o curioso das simetrias das folhas. Parece que naquele tempo as escolas estavam mais preo-
cupadas em fazer com que os alunos decorassem palavras que com a realidade para a qual elas
apontam.
As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para me-
lhorar os olhos. Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem… O ato de ver não é coisa
natural. Precisa ser aprendido. Quando a gente abre os olhos, abrem-se as janelas do corpo e o

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mundo aparece refletido dentro da gente. São as crianças que, sem falar, nos ensinam as razões
para viver. Elas não têm saberes a transmitir. No entanto, elas sabem o essencial da vida. Quem
não muda sua maneira adulta de ver e sentir e não se torna como criança, jamais será sábio.
(Disponível em:< https://psicologiaacessivel.net>.Acesso em: 18.11.2018)

Assinale a alternativa que reescreve livremente passagem do texto, de acordo com a norma-padrão
de emprego e colocação dos pronomes.
A) E nenhum professor jamais me chamou a atenção para a beleza de uma árvore.
B) As palavras teriam sentido e ajudariam-nos a ver o mundo melhor.
C) E nenhum professor tinha chamado-me a atenção para a beleza de uma árvore.
D) Se abrem as janelas do corpo, quando se abrem os olhos.
E) Quando abrimos nossos olhos sempre abrem-se as janelas do corpo.

QUESTÃO 14: VUNESP - DIR ESC (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019
Assunto: Colocação pronominal

Uma garotinha sobe em uma árvore. De galho em galho, ela se diverte, até que pede ajuda, não
consegue descer. “Se subiu, desce”, diz o homem. Ela tenta, tenta e por fim consegue. Em poucos
segundos, está no alto novamente: aprendeu a descer. Em torno dela, dezenas de crianças brin-
cam com pedaços de madeira velha e canos, escalam grades, andam de patinete e dão cambalho-
tas – os adultos não reprimem. Essa grande bagunça é o recreio das crianças da Swanson Primary
School, em Auckland, Nova Zelândia, e o homem é Bruce McLachlan, diretor que implementou na
escola a política de zero regras.
“Nós queremos que as crianças estejam seguras e queremos cuidar delas, mas acabamos embru-
lhando-as em algodão enquanto elas deveriam poder cair“, diz Mclachlan ao criticar a forma com
que tratamos as crianças.
A iniciativa do intervalo sem regras partiu de um experimento feito por duas universidades locais.
A ideia é que ao dar às crianças a responsabilidade de cuidar de si mesmas, dá-se também a
oportunidade de aprenderem com seus próprios erros. “Quando você olha para o nosso parquinho,
parece um caos. De uma perspectiva adulta, parece que as crianças vão se machucar, mas elas
não se machucam”, afirma.
Ao manter as crianças livres para se divertir, foram registrados menos acidentes, casos de bullying
e vandalismo, enquanto que a concentração das crianças nas aulas e a vontade de ir à escola au-
mentaram.
O experimento deu tão certo que se tornou uma política permanente da escola.
(Bruna Rasmussen. https://www.hypeness.com.br/2015/01/conheca-aescola- sem-regras-e-seu-impacto-na-vida-dos-
-estudantes/ Adaptado)

Considere as frases elaboradas a partir das ideias do texto.


• De galho em galho, a garotinha se diverte, até que pede ajuda, pois não consegue descer.
• Bruce McLachlan é o diretor que implementou a política de zero regras.

De acordo com a norma-padrão de emprego e colocação dos pronomes, os trechos destacados


podem ser substituídos, respectivamente, por:
A) lhe pede; a implementou.

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B) lhe pede; lhe implementou.
C) pede-a; lhe implementou.
D) a pede; implementou-a.
E) a pede; a implementou.

QUESTÃO 15: VUNESP - CDEM (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/2019


Assunto: Colocação pronominal
Leia a tira para responder à questão.

(Fernando Gonsales, Níquel Náusea. Em: Folha de S.Paulo, 03.01.2019. Adaptado)


De acordo com a norma-padrão, a lacuna do segundo quadrinho deve ser preenchida com:
A) destroçar-no
B) lhe destroçar
C) destroçar ele
D) destroçá-lo
E) destroçar-lhe

QUESTÃO 16: VUNESP - PEBI (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/INFANTIL/2019


Assunto: Colocação pronominal

Creio que muito de nossa insistência, enquanto professoras e professores, em que os estudantes
“leiam”, num semestre, um sem-número de capítulos de livros, reside na compreensão errônea que
às vezes temos do ato de ler. Em minha andarilhagem pelo mundo, não foram poucas as vezes
em que jovens estudantes me falaram de sua luta às voltas com extensas bibliografias a serem
muito mais “devoradas” do que realmente lidas ou estudadas. Verdadeiras “lições de leitura” no
sentido mais tradicional desta expressão, a que se achavam submetidos em nome de sua forma-
ção científica e de que deviam prestar contas através do famoso controle de leitura. Em algumas
vezes cheguei mesmo a ler, em relações bibliográficas, indicações em torno de que páginas deste
ou daquele capítulo de tal ou qual livro deveriam ser lidas: “Da página 15 à 37”.
A insistência na quantidade de leituras sem o devido adentramento nos textos a serem compreen-
didos, e não mecanicamente memorizados, revela uma visão mágica da palavra escrita. Visão
que urge ser superada. A mesma, ainda que encarnada desde outro ângulo, que se encontra, por
exemplo, em quem escreve, quando identifica a possível qualidade de seu trabalho, ou não, com
a quantidade de páginas escritas. No entanto, um dos documentos filosóficos mais importantes de
que dispomos, As teses sobre Feuerbach, de Marx, tem apenas duas páginas e meia...
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Parece importante, contudo, para evitar uma compreensão errônea do que estou afirmando, subli-
nhar que a minha crítica à magicização da palavra não significa, de maneira alguma, uma posição
pouco responsável de minha parte com relação à necessidade que temos, educadores e educan-
dos, de ler, sempre e seriamente, os clássicos neste ou naquele campo do saber, de nos aden-
trarmos nos textos, de criar uma disciplina intelectual, sem a qual inviabilizamos a nossa prática
enquanto professores e estudantes.
(Paulo Freire. A importância do ato de ler)

Assinale a alternativa que atende à norma-padrão de colocação pronominal.


A) Na minha andarilhagem pelo mundo, encontrei jovens estudantes, muitas vezes. Me falaram de
sua luta às voltas com extensas bibliografias.
B) Basta-nos devorar extensas bibliografias e termos nossas leituras controladas para que nos
tornemos bons leitores?
C) Paulo Freire tinha colocado-se criticamente em relação à magicização da palavra, o que, res-
salva, não era uma posição pouco responsável de sua parte.
D) Os alunos que encontrava normalmente viam-se às voltas com extensas bibliografias, o que
mostrava o quanto os professores queriam-nos lendo.
E) Não mede-se a qualidade de um trabalho pela quantidade de páginas escritas, mas sim pela
qualidade do pensamento ali exposto pelo autor.

QUESTÃO 17: VUNESP - PROF EF (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/2019


Assunto: Colocação pronominal
Leia um trecho do romance Anatomia do Paraíso, para responder à questão.

Os bens dos tataravós libaneses: tecidos e aviamentos. Linho, algodão, chita. Botões de todos os
tipos, linhas, alfinetes, agulhas e o metro dobrável. Montado em seu jegue, o tataravô ia sozinho
comerciar de casa em casa, sítio em sítio, fazenda em fazenda, onde recebia pouso, contava e ou-
via histórias. Com o nascimento dos filhos brasileiros, passou a levar consigo o mais velho, bisavô
de Félix, quando ele tinha sete anos.
De noite, na sua casa em Belo Horizonte, o pai de Félix lhe contava a história dos antepassados
enquanto consertava joias das clientes da sua loja de antiguidades. Durante as tardes solitárias,
a bisavó lhe mostrava o bauzinho de veludo bordô e contava a história de cada joia que ele já tinha
guardado e a situação em que havia sido vendida para o estabelecimento da família no Brasil. Um
anel de brilhante se foi na compra do jegue e da primeira leva de mercadoria; um bracelete, na
reforma da casa antes do nascimento do terceiro filho.
Depois dos acidentes vasculares, ela não conseguia falar mais do que poucas palavras, e estas
serviam de evocação para as histórias que Félix conhecia de cor. Ele era pequeno, carregava o
baú pela casa, cheio de vidros coloridos, e o exibia dizendo: “meu tesouro”. Era um bauzinho feito
de cedro, com tiras de latão, e o estofamento interno, de veludo bordô, era o que mais encantava
Félix. Protegido da luz ao longo dos anos, ele continuava brilhante e macio.
As joias foram o bilhete de entrada do casal no Brasil. O que veio depois foi trabalho, trabalho e
trabalho; e filhos. Mas então já tinham um jegue e a primeira leva de mercadorias.
E aconteceu de Félix ter puxado a voz aveludada do outro ramo da família, de portugueses para
quem aquela terra já era antiga quando os libaneses chegaram: já tinham tirado dela pau, pedra e
ouro, criado gado e plantado cana e café. Já tinham sido donos de escravos, matado e sido mortos

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por eles. Abriram fazendas, ergueram escolas, construíram ferrovias e cemitérios. Terra de homens
brutos, domados, esfalfados, trabalho, trabalho e trabalho; e filhos.
(Beatriz Bracher. Anatomia do Paraíso. Editora 34. Adaptado)

Considere a frase reescrita a partir de ideias do texto.


O tataravô visitava casas e fazendas, onde recebia pouso, contava aos fregueses suas histórias
e sempre ouvia as histórias dos moradores da região. De acordo com a norma-padrão de empre-
go e colocação de pronomes, os trechos destacados podem ser substituídos
por:
A) recebia-o; contava-as; as ouvia
B) recebia-o; contava-as; lhes ouvia.
C) lhe recebia; contava-as; lhes ouvia.
D) o recebia; lhes contava; ouvia-as.
E) o recebia; contava-lhes; as ouvia.

QUESTÃO 18: VUNESP - PROC (PREF. POÁ)/PREF POÁ/2019


Assunto: Colocação pronominal
Ameaças globais

A mudança climática continua sendo percebida como a maior ameaça global, diz o Pew Research
Center. Realizado no ano passado com mais de 27 mil pessoas em 26 países, o estudo indicou um
fortalecimento dessa percepção.
Em 2013, 56% viam o aquecimento global como uma grande ameaça. Em 2017, eram 63%. No
ano passado, o porcentual foi de 67%. No Brasil, 72% apontaram a mudança climática como uma
relevante ameaça global.
Confirma-se, assim, que o mundo está cada vez mais preocupado com a sustentabilidade do pla-
neta, o que tem muitas consequências sociais, políticas e econômicas. Por exemplo, os governos
que se mostrarem alheios ou contrários a essa preocupação estarão contrariando os sentimentos
de sua própria população, além de se colocarem na contramão da história. Outro inegável efeito
é que, com populações cada vez mais atentas a questões ambientais, ampliar o acesso a novos
mercados exige o compromisso de melhorar as práticas ambientais. Ser indiferente ao meio am-
biente é um meio de um país se isolar na esfera internacional.
Além do aquecimento global, o terrorismo foi outra grande preocupação constatada na pesquisa.
Em oito países, entre eles, Rússia, França, Indonésia e Nigéria, o Estado Islâmico foi visto como o
maior risco global. Também cresceu a preocupação com os ataques cibernéticos.Em quatro países,
incluindo Estados Unidos e Japão, o risco cibernético foi a preocupação internacional mais citada.
No mundo inteiro, cresceu a preocupação com o poder e a influência dos Estados Unidos. Em dez
países, metade ou mais das pessoas entrevistadas afirmou que o poder americano é uma grande
ameaça ao seu país. Foi a maior mudança de sentimento entre as ameaças globais avaliadas. Na
Alemanha, o crescimento foi de 30%; na França, de 29%; no Brasil e no México, de 26%.
O estudo revelou um dado interessante a respeito da percepção sobre o risco envolvendo a situa-
ção da economia global. Embora seja citado em muitos lugares como uma ameaça significativa,
tal perigo não é visto em nenhum país como a principal ameaça. O Pew Research Center destacou
que isso ocorreu mesmo naqueles países em que as economias nacionais tiveram avaliações es-
pecialmente negativas, como a Grécia e o Brasil.

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Tem-se, assim, que a avaliação que a população de um país faz sobre as ameaças globais pode
não ser muito objetiva. Às vezes, há perigos que as pessoas não querem ver. Tal fato mostra a im-
portância de os governos atuarem de forma responsável, com base em dados empíricos e estudos
consistentes. Nesta situação, ideologias não são um bom parâmetro para a análise de riscos.
(O Estado de S. Paulo. 17.02.2019. Adaptado)

Considere as frases elaboradas a partir das ideias do texto.


• Um estudo sobre as ameaças globais sempre foi imprescindível e, em 2013, o Pew Research
Center já havia realizado um estudo dessa natureza.
• Há um crescente temor manifestado pela população mundial, e os resultados referentes às al-
terações climáticas comprovaram esse crescente temor dos cidadãos.
• O descaso com a sustentabilidade do planeta é uma irresponsabilidade, e os governos que de-
monstram esse descaso são uma ameaça ao futuro da humanidade.

De acordo com o emprego e a colocação dos pronomes estabelecidos pela norma-padrão, os tre-
chos destacados podem ser substituídos, correta e respectivamente, por:
A) havia realizado-o … comprovaram-no … lhe demonstram
B) havia realizado-o … lhe comprovaram … o demonstram
C) o havia realizado … comprovaram-no … o demonstram
D) o havia realizado … comprovaram-lhe … demonstram- no
E) o havia realizado … o comprovaram … demonstram-lhe

QUESTÃO 19: VUNESP - ATI (PREF VALINHOS)/PREF VALINHOS/SAI/2019


Assunto: Colocação pronominal
Leia o texto, para responder a questão:

Os millennials – pessoas que têm, hoje, entre 18 e 35 anos –, também conhecidos por Geração
Y, têm impactado a forma de a sociedade consumir. Esse grupo, cuja maioria trabalha ou estuda,
além de ser engajada em causas sociais e ambientais, segundo levantamento da startup de pes-
quisas MindMiners, deve atingir seu auge em 2020.
Os objetos de desejo desses indivíduos variam de acordo com a classe social. Segundo a sociólo-
ga e pesquisadora da Antenna Consultoria e Pesquisa, Marilene Pottes, enquanto as mais baixas
priorizam bens duráveis e conforto, as mais altas – que contam com maior suporte financeiro dos
pais – valorizam vivências.
Embora os especialistas concordem que esse público é exigente e autêntico, há divergências sobre
o recorte exato das idades. Uma pesquisa do Statista, portal alemão líder de estatísticas inter-
nacionais na internet, por exemplo, considera consumidores que eram adolescentes na virada
do milênio. Já a empresa de pesquisas Kantar Worldpanel abrange pessoas nascidas de 1979 a
1996. Outro contorno engloba nascidos no início dos anos 80 até meados de 90: nesse caso, te-
riam recebido a denominação de millennials por atingirem idade de discernimento a partir dos anos
2000, ou se tornarem consumidores na época. Esses jovens se reconhecem como trabalhadores
e ambiciosos. Apesar disso, uma grande parte ainda mora com os pais ou outros parentes, depen-
dendo financeiramente da família.
– É uma geração que pôde estudar mais e ingressar no mercado de trabalho mais tarde. Alguns os

consideram mimados, mas, na verdade, eles apenas não querem aceitar qualquer tipo de traba-
lho – explica a gerente de marketing da MindMiners, Danielle Almeida.
61
A Bridge Research também fez um estudo sobre os hábitos desses jovens adultos:
– Essas pessoas são multitarefas, conseguem trabalhar olhando para o celular, por exemplo. Tam-

bém são menos leais a marcas do que pessoas de outras idades – destaca Renato Trindade,
diretor da empresa de pesquisa. Para o professor da FGV, Roberto Kanter, a principal razão de
agradar à geração Y é seu inédito poder de influência:
– Devido às mídias sociais, os consumidores, e não mais os meios de comunicação, têm sido a

principal fonte de informação sobre produtos e serviços.


(Disponível em:<https://oglobo.globo.com/economia>.Acesso em 01.05.2019. Adaptado)

Para estar de acordo com a norma-padrão de regência e de emprego de pronome, a passagem – ...
enquanto as [classes] mais baixas priorizam bens duráveis e conforto, as mais altas – que con-
tam com maior suporte financeiro dos pais – valorizam vivências ... – deverá ter como sequência:
A) e as dão importância.
B) e atribuem-nas prestígio.
C) e priorizam-lhes.
D) e prestigiam-nas.
E) e fazem elas serem prioritárias.

QUESTÃO 20: VUNESP - DIR (CM 2 CÓRREGOS)/CM 2 CÓRREGOS/CONTÁBIL LE-


GISLATIVO/2018
Assunto: Colocação pronominal

Destruindo Riqueza

A economia cresce encontrando soluções, em geral tecnológicas, para reduzir ineficiências e, nes-
se processo, libera mão de obra.
Um exemplo esclarecedor é o do emprego agrícola nos EUA. Até 1800, a produção de alimentos
exigia o trabalho de 95% da população do país. Em 1900, a geração de comida para uma população
já bem maior mobilizava 40% da força de trabalho e, hoje, essa proporção mal chega a 3%. Quem
abandonou a roça foi para cidades, integrando a força de trabalho da indústria e dos serviços.
Esse processo pode ser cruel para com indivíduos que ficam sem emprego e não conseguem se
reciclar, mas é dele que a sociedade extrai sua prosperidade. É o velho fazer mais com menos.
A internet, com sua incrível capacidade de conectar pessoas, abriu novos veios de ineficiências a
eliminar. Se você tem um carro e não é chofer de praça nem caixeiro viajante, ele passa a maior
parte do dia parado, o que é uma ineficiência. Se você tem um imóvel vago ou mesmo um dormitó-
rio que ninguém usa, está sendo improdutivo. O mesmo vale para outros apetrechos que você pos-
sa ter, mas são subutilizados. Os aplicativos de compartilhamento, ao ligar de forma instantânea
demandantes a ofertantes, permitem à sociedade fazer muito mais com aquilo que já foi produzido
(carros, prédios, tempo disponível etc.), que é outro jeito de dizer que ela fica mais rica.
É claro que isso só dá certo se não forem criadas regulações desnecessárias que embaracem os
acertos voluntários entre as partes. A burocratização da oferta de serviços de aplicativos torna-os
indistinguíveis. Dá para descrever isso como a destruição de riqueza.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 31.10.2017. Adaptado)
Considere a seguinte passagem do texto:
• É claro que isso só dá certo se não forem criadas regulações desnecessárias que embaracem os

acertos voluntários entre as partes.


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Substituindo-se a expressão em destaque por um pronome, a redação estará correta quanto ao
pronome e sua colocação, de acordo com a norma-padrão da língua, em:

A)É claro que isso só dá certo se não forem criadas regulações desnecessárias que embaracem-
-lhes.
B) É claro que isso só dá certo se não forem criadas regulações desnecessárias que lhes emba-
racem.
C) É claro que isso só dá certo se não forem criadas regulações desnecessárias que os embara-
cem.
D) É claro que isso só dá certo se não forem criadas regulações desnecessárias que embaracem-
-os.
E) É claro que isso só dá certo se não forem criadas regulações desnecessárias que embaracem-
-nos.

QUESTÃO 21: VUNESP - PEB I (PREF GARÇA)/PREF GARÇA/2018


Assunto: Colocação pronominal
Leia a tira para responder à questão.

(Folha de S.Paulo, 20.12.2017. Adaptado)

De acordo com a norma-padrão, as lacunas da tira devem ser preenchidas, respectivamente, com:
A) me interessa ... O que me importa ... têm
B) interessa a mim ... Me importa ... tem
C) interessa-me ... O que importa à mim ... têm
D) me interessa ... O que mim importa ... tem
E) interessa à mim ... O que importa-me ... têm

QUESTÃO 22: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/II/ARTES/2018


Assunto: Colocação pronominal

Assinale a alternativa em que o pronome em destaque está colocado em conformidade com a nor-
ma-padrão da língua.
A) Meus amigos disseram que surpreenderam-se com a sujeira.
B) Os estudantes tinham manifestado-se em massa contra o governo.
C) Em Paris, as ruas e calçadas encontravam-se cheias de lixo.
D) Meu amigo não mostrou-se nada informado sobre o que houve.
E) Quando encontraram-se, João Gilberto e meu amigo falaram de música.

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QUESTÃO 23: VUNESP - DIR (PREF GARÇA)/PREF GARÇA/2018
Assunto: Colocação pronominal
Leia um trecho da entrevista com Haroldo Rocha, secretário estadual de Educação do Espírito
Santo.

Apesar dos bons resultados, o Estado avançou menos nos anos finais do ensino fundamental.
Quais as barreiras?
De fato, isso é um fenômeno nacional. Do 1º ao 5º ano, há uma melhoria mais acelerada, e do 6º
ao 9º, com menos potência.
Há dois fenômenos. Um é interno: do 6º ao 9º ano muita coisa muda para a criança. Está passando
para a adolescência e deixa de ter uma professora para ter dez. E a escola não tem uma metodo-
logia bem articulada para que todos os conhecimentos ali passados façam sentido.
Há também uma questão externa. Adultos e crianças hoje são muito afetados por tecnologia, re-
des sociais, trocas de informação. O mundo está muito dispersivo, e a aprendizagem exige foco e
concentração.
É um desafio adicional para a escola. Além do desenvolvimento acadêmico e cognitivo – ler, escre-
ver, fazer contas, interpretar história –, a escola terá que se preocupar com o desenvolvimento de
competências socioemocionais: metodologia para que as crianças aprendam a administrar suas
emoções, trabalhar em equipe, ter foco, persistência, resiliência.
O governo capixaba coordenou pesquisa para descobrir por que jovens de 14 a 29 anos deixaram a
escola. Que política esse diagnóstico inspirou?
Esses jovens foram alunos de nossas escolas públicas e as abandonaram porque precisavam tra-
balhar, engravidaram, não gostavam de estudar ou achavam a escola chata.
O que mais temos discutido é como envolver o jovem com a escola. Recentemente introduzimos o
líder de turma, escolhido pelos colegas para discutir soluções pela ótica dos alunos.
Por que projetos-piloto nem sempre dão os mesmos resultados na sala de aula?
Falta de treinamento é um motivo. O professor é absolutamente estratégico. É fundamental capaci-
tar de um ponto de vista bem operacional como ele trabalha com o aluno. O mundo mudou muito,
as exigências são outras.
O trabalho do professor hoje é totalmente diferente, e as instituições formadoras ainda trabalham
de forma tradicional. Fazemos pesquisa e estamos gastando muita energia para definir a formação
do professor do século 21.
Não nos cabe achar que hoje está pior ou melhor que no passado, mas nos programarmos para
atender a criança no mundo de hoje, diverso, em que tudo é muito rápido, em que nada se sus-
tenta, com profissões que nem existem mais e outras que a gente nem imagina.
Como motivar se falamos de coisas de antigamente? É um desafio diferente. Os professores preci-
sam ser capazes de ler o mundo desses alunos.
(Ana Estela de Sousa Pinto e Érica Fraga. Folha de S.Paulo, 09.12.2017. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o pronome, indicado entre parênteses, substitui corretamente a ex-
pressão destacada e está adequadamente colocado na frase.
A) As escolas normalmente não praticam uma metodologia bem articulada. (praticam-na.)
B) É imprescindível pensar como envolver o jovem com a escola. (envolver-lhe.)
C) Muitos alunos desistem dos estudos, visto que consideram a escola monótona. (consideram-
-na.)

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D) Recentemente as escolas introduziram o líder de turma. (lhe introduziram)
E) A aprendizagem eficiente exige foco e concentração. (exige-os)

QUESTÃO 24: VUNESP - INV POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Colocação pronominal

Assinale a alternativa em que a colocação pronominal atende à norma-padrão.


A) Há que investir-se em redução da evasão escolar sem que esqueçam-se das políticas voltadas
para a juventude.
B) Se tem afirmado que o cárcere deva ser reservado aos autores de crimes violentos, que se mos-
tram uma ameaça à sociedade.
C) Sabe-se que parte considerável das prisões vem de casos de flagrantes os quais se reportam a
delitos menores.
D) Tendo integrado-se as bases de dados e os canais de comunicação, as polícias e outras institui-
ções articularão-se melhor.
E) Não pode-se dizer que a correção de rumos agradará a todos os segmentos, mas é preciso que
repense-se a questão.

QUESTÃO 25: VUNESP - ESC POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Colocação pronominal

As crianças e os adolescentes estão vivendo boa parte de seu tempo no mundo virtual, principal-
mente por meio de seus aparelhos celulares. Em relatório divulgado em dezembro de 2017, o UNI-
CEF usou a expressão “cultura do quarto” para indicar um dos efeitos desse fenômeno. Os mais
novos têm escolhido o isolamento do espaço privado em detrimento do uso do espaço público para
se dedicarem à imersão nas redes.
Você certamente já viu agrupamentos de adolescentes que interagiam mais com seu celular do
que uns com os outros, não é? Pois bem: esse comportamento gera consequências, sendo que
algumas delas não colaboram para o bom desenvolvimento dos mais novos. Como eles aprendem
a se relacionar, por exemplo? Relacionando- se com seus pares! Acontece que o relacionamento
no mundo virtual é radicalmente diferente daquele que ocorre na vida real, o que nos faz levantar a
hipótese de que eles têm se desenvolvido com deficit no processo de socialização.
E como se aprenderia a ter – e a proteger – privacidade? Primeiramente sabendo a diferença entre
intimidade e convívio social. Explorar o mundo social simultaneamente ao real cria uma grande difi-
culdade nessa diferenciação. Não é à toa que já se expôs na rede a privacidade de tantas crianças
e jovens, com grande prejuízo pessoal!
(Rosely Sayão, As crianças e as tecnologias. Veja, 28-02-2018. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a mudança na posição do pronome destacado, como consta nos
colchetes, está de acordo com a norma-padrão de colocação pronominal.
A) Eles têm se desenvolvido... [Eles têm desenvolvido- -se...]
B) E como se aprenderia a ter – e a proteger – a privacidade? [E como aprenderia-se a ter – e a
proteger – a privacidade?]
C) ... não é à toa que já se expôs na rede a privacidade de tantas crianças e jovens... [não é à toa
que já expôs-se na rede a privacidade de tantas crianças e jovens...]
D) Como eles aprendem a se relacionar, por exemplo? [Como eles aprendem a relacionar-se, por
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exemplo?]
E) Relacionando-se com seus pares! [Se relacionando com seus pares!]

QUESTÃO 26: VUNESP - ESC POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Colocação pronominal
Debaixo da ponte

Moravam debaixo da ponte. Oficialmente, não é lugar onde se more, porém eles moravam. Nin-
guém lhes cobrava aluguel, imposto predial, taxa de condomínio: a ponte é de todos, na parte de
cima; de ninguém, na parte de baixo. Não pagavam conta de luz e gás porque luz e gás não con-
sumiam. Não reclamavam da falta d’água, raramente observada por baixo de pontes. Problema
de lixo não tinham; podia ser atirado em qualquer parte, embora não conviesse atirá-lo em parte
alguma, se dele vinham muitas vezes o vestuário, o alimento, objetos de casa. Viviam debaixo da
ponte, podiam dar esse endereço a amigos, receber amigos, fazer os amigos desfrutarem como-
didades internas da ponte.
À tarde surgiu precisamente um amigo que morava nem ele mesmo sabia onde, mas certamente
morava: nem só a ponte é lugar de moradia para quem não dispõe de outro rancho. Há bancos
confortáveis nos jardins, muito disputados; a calçada, um pouco menos propícia; a cavidade na
pedra, o mato. Até o ar é uma casa, se soubermos habitá-lo, principalmente o ar da rua. O que
morava não se sabe onde vinha visitar os de debaixo da ponte e trazer-lhes uma grande posta de
carne.
(Carlos Drummond de Andrade. A bolsa e a vida. Adaptado)

Assinale a alternativa que substitui por pronomes, correta e respectivamente, as expressões des-
tacadas na passagem – ... podiam dar esse endereço a amigos, receber
amigos, fazer os amigos desfrutarem comodidades internas da ponte.
A) dar-lhes ... recebê-los ... fazê-los
B) dar-lhes ... receber-lhes ... fazer eles
C) dá-los ... recebê-los ... fazer eles
D) dar-lhes ... receber-lhes ... fazê-los
E) dá-los ... recebê-los ... fazer-lhes

QUESTÃO 27: VUNESP - CI (CM CAMPO LIMPO)/CM CAMPO LIMPO PTA/2018


Assunto: Colocação pronominal
Leia o texto para responder à questão.

O gosto na era do algoritmo

Às segundas-feiras pela manhã, os usuários do Spotify (serviço de transferência de dados via in-
ternet que dá acesso a músicas e outros conteúdos de artistas) recebem uma lista personalizada
de músicas que lhes permite descobrir novidades. O sistema se baseia em um algoritmo cuja evo-
lução e usos aplicados ao consumo cultural são infinitos. De fato, plataformas de transmissão de
dados cinematográficos, como a Netflix, começam a desenhar suas séries de sucesso rastreando
os dados gerados por todos os movimentos dos usuários para analisar o que os satisfaz. O algorit-
mo constrói assim um universo cultural adequado e complacente com o gosto do consumidor, que

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pode avançar até chegar sempre a lugares reconhecíveis.
O algoritmo, sustentam seus críticos, nos torna chatos, previsíveis, e empobrece nossa curiosidade
por explorar o acervo cultural. Ramón Sangüesa, coordenador do Data Transparency Lab (Labora-
tório de Transparência de Dados), consegue ver vantagens, mas também riscos. “Esses sistemas
se baseiam no passado para predizer o futuro. A primeira dificuldade é conseguir a massa crítica
para que tenhamos mais dados e as projeções sejam melhores. Mas sempre se corre o risco de
ficar em uma mesma área de recomendação. No consumo cultural, o perigo está na uniformiza-
ção do gosto, o que chamamos de filtro bolha. E assim vão sendo criados comportamentos
padronizados”, afirma.
A questão, no entanto, é se os limites impostos na aprendizagem pelos sistemas fechados de com-
putação são equiparáveis aos erros e possíveis idiotices que cometemos durante anos formando
nosso próprio gosto. O escritor Eloy Fernández Porta não vê grande diferença. Segundo ele, antes
do Spotify e fora dele o gosto já vinha determinado por critérios de acesso, aceitação, atualidade e
distinção. “Sempre vivemos a música em um algoritmo, o que acontece é que em vez de chamá-lo
de matemática o chamamos de espontaneidade. O algoritmo do Spotify não me parece menos con-
fiável do que a fórmula caótica que cada ouvinte inventou. Nem menos humano: quando fazemos
analogias erradas ou nos empenhamos em recomendar o primeiro disco de Vincent Gallo, nossas
sinapses estão dando os mesmos maus passos”, afirma.
(Daniel Verdú. https://brasil.elpais.com/brasil/. 09.07.2016. Adaptado)

Em “uma lista personalizada de músicas que lhes permite descobrir novidades”, a expressão des-
tacada pode ser substituída, conforme a norma-padrão, por:
A) os concede.
B) lhes induz a.
C) os possibilita.
D) lhes estimula a.
E) os leva a.

QUESTÃO 28: VUNESP - CI (CM CAMPO LIMPO)/CM CAMPO LIMPO PTA/2018


Assunto: Colocação pronominal
Leia o texto para responder à questão.

O gosto na era do algoritmo

Às segundas-feiras pela manhã, os usuários do Spotify (serviço de transferência de dados via in-
ternet que dá acesso a músicas e outros conteúdos de artistas) recebem uma lista personalizada
de músicas que lhes permite descobrir novidades. O sistema se baseia em um algoritmo cuja evo-
lução e usos aplicados ao consumo cultural são infinitos. De fato, plataformas de transmissão de
dados cinematográficos, como a Netflix, começam a desenhar suas séries de sucesso rastreando
os dados gerados por todos os movimentos dos usuários para analisar o que os satisfaz. O algorit-
mo constrói assim um universo cultural adequado e complacente com o gosto do consumidor, que
pode avançar até chegar sempre a lugares reconhecíveis.
O algoritmo, sustentam seus críticos, nos torna chatos, previsíveis, e empobrece nossa curiosidade
por explorar o acervo cultural. Ramón Sangüesa, coordenador do Data Transparency Lab (Labora-
tório de Transparência de Dados), consegue ver vantagens, mas também riscos. “Esses sistemas
se baseiam no passado para predizer o futuro. A primeira dificuldade é conseguir a massa crítica
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para que tenhamos mais dados e as projeções sejam melhores. Mas sempre se corre o risco de
ficar em uma mesma área de recomendação. No consumo cultural, o perigo está na uniformiza-
ção do gosto, o que chamamos de filtro bolha. E assim vão sendo criados comportamentos
padronizados”, afirma.
A questão, no entanto, é se os limites impostos na aprendizagem pelos sistemas fechados de com-
putação são equiparáveis aos erros e possíveis idiotices que cometemos durante anos formando
nosso próprio gosto. O escritor Eloy Fernández Porta não vê grande diferença. Segundo ele, antes
do Spotify e fora dele o gosto já vinha determinado por critérios de acesso, aceitação, atualidade e
distinção. “Sempre vivemos a música em um algoritmo, o que acontece é que em vez de chamá-lo
de matemática o chamamos de espontaneidade. O algoritmo do Spotify não me parece menos con-
fiável do que a fórmula caótica que cada ouvinte inventou. Nem menos humano: quando fazemos
analogias erradas ou nos empenhamos em recomendar o primeiro disco de Vincent Gallo, nossas
sinapses estão dando os mesmos maus passos”, afirma.
(Daniel Verdú. https://brasil.elpais.com/brasil/. 09.07.2016. Adaptado)

Considere a colocação pronominal nos trechos que seguem:


I. … uma lista personalizada de músicas que lhes permite descobrir novidades.
II. O algoritmo, sustentam seus críticos, nos torna chatos, previsíveis…
III. O algoritmo do Spotify não me parece menos confiável do que a fórmula caótica… A norma-pa-
drão permite que seja colocado após o verbo o pronome destacado apenas em:
A) I.
B) I e II.
C) II.
D) III.
E) II e III.

QUESTÃO 29: VUNESP - CI (CM CAMPO LIMPO)/CM CAMPO LIMPO PTA/2018


Assunto: Colocação pronominal
Leia o texto para responder à questão.

Em busca do outro

Não é à toa que entendo os que buscam caminho. Como busquei arduamente o meu! E como hoje
busco com sofreguidão e aspereza o meu melhor modo de ser, o meu atalho, já que não ouso mais
falar em caminho. Eu que tinha querido. O Caminho, com letra maiúscula, hoje me agarro ferozmen-
te à procura de um modo de andar, de um passo certo. Mas o atalho com sombras refrescantes
e reflexo de luz entre as árvores, o atalho onde eu seja finalmente eu, isso não encontrei. Mas sei
de uma coisa: meu caminho não sou eu, é outro, é os outros. Quando eu puder sentir plenamente
o outro estarei salva e pensarei: eis o meu porto de chegada.
(LISPECTOR, Clarice. Aprendendo a viver. Rio de Janeiro, Rocco Digital, 2013, p. 48.)

Assinale a alternativa que apresenta, correta e respectivamente, considerando apenas a regência


da norma-padrão, os pronomes que podem substituir as expressões destacadas nos seguintes
trechos do texto:
• Não é à toa que entendo os que buscam caminho. Como busquei arduamente o meu!

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A) os … o
B) lhes … o
C) os … lhe
D) lhes … lhe
E) nos … lhe

QUESTÃO 30: VUNESP - JORN (SERTÃOZINHO)/PREF SERTÃOZINHO/2018


Assunto: Colocação pronominal
Quanto à colocação pronominal, de acordo com a norma-padrão, a frase correta é:

A) Tem observado-se uma relação entre a depressão e o uso excessivo das redes sociais.
B) A internet nunca mostrou-se um problema para quem sabe organizar bem o seu tempo.
C) As pessoas que viciam-se nas redes sociais devem consultar um profissional da saúde.
D) Encontros presenciais são adiados enquanto dedicamo- nos à interação via internet.
E) Com atrativos infindáveis, a internet encanta-nos e toma grande parte do nosso tempo.

QUESTÃO 31: VUNESP - AA (PREF N ODESSA)/PREF NOVA ODESSA/2018


Assunto: Colocação pronominal
Emprego sem futuro

A relação entre tecnologia e emprego sempre foi conflituosa. Se, do ponto de vista do observador
imparcial, a tecnologia enriquece a sociedade e apenas transforma o emprego, do ponto de vista
do sujeito que recebia todo mês um contracheque e foi demitido porque suas funções passaram a
ser executadas por um robô, ela mata mesmo.
Os primeiros prejudicados foram os trabalhadores menos qualificados, que desempenhavam tare-
fas pouco criativas, pesadas e repetitivas. Mas a coisa não parou por aí e máquinas, robôs e com-
putadores continuaram a transformar a produção, tirando o emprego de muita gente.
Do alto de sua soberba, trabalhadores do topo da pirâmide social, que exerciam funções criativas
e que exigiam o domínio de grande volume de conhecimento específico, achavam que estavam
protegidos. “Minha profissão jamais poderá ser exercida por uma máquina que soma zeros e uns”,
pensavam. Mas aí vieram a inteligência artificial e o “big data”.
Hoje, até a medicina está perdendo atribuições para algoritmos inteligentes. Computadores já diag-
nosticam cânceres melhor do que médicos de carne e osso. Também podem superá-los na prescri-
ção do tratamento, como é o caso do braço oncológico do supercomputador Watson da IBM, que
faz análises genéticas comparativas dos tumores como nenhum humano é capaz de fazer.
Algo parecido começa a ocorrer na cardiologia, na oftalmologia e até na psiquiatria, com o desen-
volvimento de algoritmos que facilitam diagnósticos e dispositivos que alteram profundamente as
práticas correntes.
Parece exagero afirmar que os médicos vão ficar sem emprego, porém eles decerto terão cada vez
mais de dividir tarefas com os computadores.
(Hélio Schwartsman. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ Acesso em: 11.03.2018.)

Considere a seguinte frase escrita a partir do texto:


... os trabalhadores menos qualificados, que desempenhavam tarefas pouco criativas, pesadas e
repetitivas, foram os primeiros prejudicados.
Substituindo-se a expressão “tarefas pouco criativas, pesadas e repetivas”, fica em conformidade
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com a norma-padrão da língua portuguesa, quanto ao uso e à colocação do pronome, a seguinte
redação:
A) ... os trabalhadores menos qualificados, que as desempenhavam, foram os primeiros prejudica-
dos.
B) ... os trabalhadores menos qualificados, que desempenhavam- as, foram os primeiros prejudi-
cados.
C) ... os trabalhadores menos qualificados, que lhes desempenhavam, foram os primeiros preju-
dicados.
D) ... os trabalhadores menos qualificados, que desempenhavam- lhes, foram os primeiros preju-
dicados.
E) ... os trabalhadores menos qualificados, que desempenhavam- nas, foram os primeiros prejudi-
cados.

QUESTÃO 32: VUNESP - ADV (PREF REGISTRO)/PREF REGISTRO/2018


Assunto: Colocação pronominal

Eram dez da noite, estava escuro, e a americana Elaine Herzberg, de 49 anos, resolveu atravessar
uma avenida em Tempe, cidade de 160 mil habitantes no sul dos EUA. Ela estava fora da faixa,
o sinal estava aberto para os carros, e logo aconteceu o pior. Elaine foi atropelada por um veículo
utilitário esportivo de 2 000 quilos, a 61 km/h. Morreu no ato. Seria apenas mais uma vítima do
trânsito, não fosse por um motivo: um robô estava dirigindo o veículo. Elaine foi a primeira pedestre
morta por um carro autônomo. Eles provavelmente vão atropelar mais pessoas. E, toda vez que
isso acontecer, a opinião pública ficará assustada (a empresa dona do carro que matou Elaine
interrompeu seus testes após o acidente) Mas já existe uma tecnologia que promete erradicar os
acidentes com veículos autônomos e mudar outros aspectos da vida humana: a quinta geração da
telefonia celular, ou 5G.
Ela é tão importante que o governo dos EUA chegou a cogitar a construção de uma rede 5G estatal,
só para não ficar atrás dos chineses (que vão inaugurar a sua no final deste ano). As operadoras
americanas se mexeram, e agora prometem montar redes 5G em 30 cidades do país até dezembro
– antes mesmo dos celulares compatíveis com essa tecnologia, que só vão começar a chegar ao
mercado ano que vem.
A grande novidade das redes 5G é que elas trabalham em frequências mais altas, ou seja, nas
quais as ondas eletromagnéticas oscilam mais vezes por segundo. Graças a isso, o 5G promete
três vantagens: mais velocidade, maior número de conexões e menor latência.
Essa terceira novidade das redes 5G, a baixa latência, consiste no tempo que cada antena ou pon-
to de rede leva para processar – e, se for o caso, repassar – os dados. As ondas eletromagnéticas
usadas para transmitir informações (seja no 5G, no Wi-Fi, ou qualquer outra rede sem fio) viajam
sempre na mesma velocidade: a da luz. Porém, na prática, a transmissão de dados sempre é mais
lenta. Na tecnologia 5G, a latência é 50 vezes menor. A transmissão é praticamente instantânea – e
isso abre várias possibilidades.
Mas talvez o benefício mais imediato de todos seja o fim das franquias de dados. A capacidade da
rede 5G é tão enorme que as operadoras poderão oferecer planos sem limites de dados – e você
poderá usar seu celular à vontade, como hoje usa a internet da sua casa.
(Superinteressante, maio de 2018. Adaptado)

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Assinale a alternativa que atende à norma-padrão de colocação pronominal e de regência.
A) Hoje se usa a internet à vontade em casa, e as pessoas anseiam por usá-la assim em seus
celulares.
B) É provável de que atropelarão-se ainda muitas pessoas nos testes com os carros autônomos.
C) Acredita-se de que as redes 5G sejam capazes para erradicar os acidentes com veículos autô-
nomos.
D) Cabe lembrar de que têm repassado-se os dados sempre com a mesma velocidade: a da luz.
E) Nos surpreendeu a notícia que um carro autônomo tenha atropelado uma mulher nos EUA

QUESTÃO 33: VUNESP - PROC (CM M CRUZES)/CM MOGI CRUZES/2017


Assunto: Colocação pronominal

Leia o texto “Star Trek” para responder à questão.

Quando estreou, em 1966, a série “Jornada nas Estrelas” exibia um futuro que parecia realmente
improvável e distante. A série era ambientada no século 23 e acompanhava as aventuras dos
tripulantes da nave espacial Enterprise, com a missão de explorar o espaço e ir “aonde nenhum
homem jamais esteve”.
O teletransporte ainda não virou realidade, mas muitos gadgets* da série passaram a integrar o co-
tidiano. Sempre que o capitão Kirk estava em apuros, abria seu comunicador e entrava em contato
com a equipe. Trinta anos depois, a Motorola lançou o StarTAC, popularizando o uso da telefonia
móvel. Os acertos não pararam por aí: da impressora 3D à televisão de tela plana, dos disquetes
aos dispositivos USB, a série previu com surpreendente exatidão a relação do homem com a tec-
nologia.
“Jornada nas Estrelas” era transgressora em sua diversidade: a equipe tinha homens e mulheres
de diferentes etnias trabalhando em igualdade. Hoje, ainda não existem habitantes de Vulcano
morando entre nós, mas a ideia de que pessoas de gêneros e etnias diferentes possam cumprir as
mesmas funções não é mais algo utópico.
(Aventuras na História, outubro de 2014. Adaptado)

*gadgets: dispositivos, aparelhos

Observe as expressões destacadas nas frases reescritas do texto.


Ambientada no século 23, a série sempre retratava as aventuras dos tripulantes da Enterprise,
e a missão era explorar o espaço enfrentando o desconhecido.
Trinta anos depois, a Motorola lançou o StarTAC, que popularizou o uso da telefonia móvel.

Assinale a alternativa em que os pronomes substituem, corretamente, as expressões destacadas e


estão colocados adequadamente nas frases de acordo com a norma- padrão da língua portuguesa.
A) … sempre retratava-as… / … era explorá-lo… / … que lhe popularizou…
B) … sempre retratava-as… / … era o explorar… / … que o popularizou…
C) … sempre lhes retratava… / … era explorá-lo… / … que popularizou-lhe…
D) … sempre as retratava… / … era o explorar… / … que popularizou-o…
E) … sempre as retratava… / … era explorá-lo… / … que o popularizou…

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QUESTÃO 34: VUNESP - ASJ (TJ SP)/TJ SP/2017
Assunto: Colocação pronominal
Leia a charge.

(Gazeta do Povo, 01.02.2017)

Assinale a alternativa em que a reescrita da frase da personagem expressa a ideia do texto original
e está de acordo com a norma-padrão.
A) Preocupo-me seriamente com a aposentadoria – alheia...
B) Me preocupa seriamente a aposentadoria... Alheia...
C) Seriamente preocupo-me com a aposentadoria alheia...
D) Me preocupa seriamente a aposentadoria? Nem a alheia...
E) Tenho preocupado-me seriamente com isso: a aposentadoria alheia.

QUESTÃO 35: VUNESP - ASJ (TJ SP)/TJ SP/2017


Assunto: Colocação pronominal
Leia o texto para responder à questão.

A moléstia conservou durante muitos dias – dias angustiosos e terríveis – um caráter de excessiva
gravidade; durante longo tempo, Fadinha, que estava com todo o corpo cruelmente invadido pela
medonha erupção, teve a existência por um fio.
Entretanto, os cuidados da ciência e a ciência dos cuidados triunfaram do mal, e Fadinha ficou boa,
completamente boa, depois de ter estado suspensa entre a vida e a morte.
Ficou boa, mas desfigurada: a moça mais bonita do Rio de Janeiro transformara-se num monstro.
Aquele rosto intumescido e esburacado não conservara nada, absolutamente nada da beleza cé-
lebre de outrora. Ela, porém, consolou-se vendo que o amor de Remígio, longe de enfraquecer,
crescera, fortificado pelo espetáculo do seu martírio.
A mãe, conquanto insensível às boas ações, não pôde disfarçar a admiração e o prazer que o moço
lhe causou no dia em que lhe pediu a filha em casamento, dizendo:
– Só havia um obstáculo à minha felicidade: era a formosura – de Fadinha. Agora que esse obs-

táculo desapareceu, espero que a senhora não se oponha a um enlace que era o desejo de seu
marido.
Realizou-se o casamento. D. Firmina, desprovida sempre de todo o senso moral, entendeu que
devia ser aproveitado o rico enxoval oferecido pelo primeiro noivo; Remígio, porém, teve o cui-
dado de fazer com que o restituíssem ao barão. A cerimônia efetuou-se com toda a simplicidade,
na matriz do Engenho Novo.
Um ano depois do casamento, Fadinha estava outra vez bonita, não da boniteza irradiante e espe-
taculosa de outrora, mas, enfim, com um semblante agradável, o quanto bastava para regalo
dos olhos enamorados do esposo. Remígio dizia, sinceramente, quem sabe? que a achava assim

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mais simpática, e os sinais das bexigas lhe davam até um “não sei quê”, que lhe faltava dantes.
– Não é bela que me inquiete, nem feia que me repugne. Era assim que eu a desejava.

O caso é que ambos foram muito felizes. Ainda vivem. Remígio é atualmente um alto funcionário,
pai de cinco filhos perfeitamente educados.
(Arthur Azevedo, “A moça mais bonita do Rio de Janeiro”. Em: Seleção de Contos, 2014. Adaptado)

Assinale a alternativa correta quanto à colocação pronominal, de acordo com a norma-padrão


A) A moça mais bonita do Rio de Janeiro ficou boa, mas desfigurada: tinha transformado-se num
monstro.
B) O semblante da esposa de Remígio não inquietava-o e nem repugnava-o, pois assim ele dese-
java-a.
C) Nada conservara-se da beleza anterior de Fadinha, que consolou-se vendo que o amor de Re-
mígio crescera.
D) Vendo o novo semblante de Fadinha, Remígio achava- a mais simpática, com algo que o en-
cantava.
E) Remígio incomodaria-se caso Fadinha aproveitasse o enxoval oferecido pelo primeiro noivo.

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL

QUESTÃO 1: VUNESP - ADM JUD (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Leia o texto e responda à questão.
Assassinos culturais

Sou um assassino cultural, e você também é. Sei que é romântico chorar quando uma livraria fe-
cha as portas. Mas convém não abusar do romantismo – e da hipocrisia. Fomos nós que matamos
aquela livraria e o crime não nos pesa muito na consciência.
Falo por mim. Os livros físicos que entram lá em casa são cada vez mais ofertas – de amigos ou
editoras.
Aos 20, quando viajava por territórios estranhos, entrava nas livrarias locais como um faminto na
capoeira. Comprava tanto e carregava tanto que desconfio que o meu problema de ciática é, na sua
essência, um problema livresco.
Hoje? Gosto da flânerie*. Mas depois, fotografo as capas com o meu celular antes de regressar
para o psicanalista – o famoso dr. Kindle. Culpado? Um pouco. E em minha defesa só posso
afirmar que pago pelos meus vícios.
E quem fala em livrarias, fala em todo o resto. Eu também ajudei a matar a Tower Records e a Virgin
Megastore. Havia lá dentro uma bizarria chamada CD – você se lembra?
Hoje, com alguns aplicativos, tenho uma espécie de discoteca de Alexandria onde, a meu bel-pra-
zer, escuto meus clássicos e descubro novos. Se juntarmos ao pacote o iTunes e a Netflix, você
percebe por que eu também tenho o sangue dos cinemas e dos blockbusters nas mãos.
Eis a realidade: vivemos a desmaterialização da cultura. Mas não é apenas a cultura que se des-
materializa e tem deixado as nossas salas e estantes mais vazias. É a nossa relação com ela. Não
somos mais proprietários de “coisas”; somos apenas consumidores e, palavra importante, assinan-
tes.
O livro “Subscribed”, de Tien Tzuo, analisa a situação. É uma reflexão sobre a “economia de as-

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sinaturas” que conquista a economia global. Conta o autor que mais de metade das empresas da
famosa lista da “Fortune” já não existiam em 2017. O que tinham em comum? O objetivo meritório
de vender “coisas” – muitas coisas, para muita gente, como sempre aconteceu desde os primór-
dios do capitalismo.
Já as empresas que sobreviveram e as novas que entraram na lista souberam se adaptar à econo-
mia digital, vendendo serviços (ou, de forma mais precisa, acessos).
Claro que na mudança algo se perde. O desaparecimento das livrarias não acredito que seja total
no futuro (e ainda bem). Além disso, ler no papel não é o mesmo que ler na tela.
Mas o interesse do livro de Tzuo não está apenas nos números; está no retrato de uma nova gera-
ção para quem a experiência cultural é mais importante do que a mera posse de objetos.
Há quem veja aqui um retrocesso, mas também é possível ver um avanço – ou, para sermos bem
filosóficos, o triunfo do espírito sobre a matéria. E não será essa, no fim das contas, a vocação mais
autêntica da cultura?
(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 28.08.2018. Adaptado)
* Flânerie: ato de passear, de caminhar sem compromisso.

Assinale a alternativa redigida em conformidade com a norma-padrão de concordância.


A) O autor tem registrada, em seu celular, capas de livros que lhe interessam, os quais prefere ler
em formato e-book.
B) O livro de Tien Tzuo, além dos dados numéricos, expõem reflexões a respeito do comportamen-
to das novas gerações.
C) As empresas que, hoje, em lugar de coisas vende serviços, moldaram-se à economia digital.
D) Presenteado, em sua maioria, são os livros que hoje fazem parte da biblioteca do escritor.
E) Não faz tantos anos que redes de lojas como Tower Records e Virgin Megastore eram referência
no mercado musical.

QUESTÃO 2: VUNESP - CONTJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Leia o texto para responder à questão.

Mundo arriscado

O próximo governo não encontrará um ambiente econômico internacional sereno. Dúvidas sobre
a continuidade do crescimento do Produto Interno Bruto global, juros em alta nos EUA, riscos de
conflitos comerciais e de queda do fluxo de capitais para países emergentes são apenas alguns
dos itens de um cardápio de problemas potenciais.
Tudo indica, assim, que o governo brasileiro terá de lidar de pronto com as fragilidades domésticas,
em especial o rombo das contas públicas. Não tardará até que investidores hoje aparentemente
otimistas comecem a cobrar resultados concretos.
As projeções para o avanço do PIB mundial têm sido reduzidas nos últimos meses. O Fundo Mo-
netário Internacional cortou sua previsão para 2018 e 2019 em 0,2 ponto percentual – 3,7% em
ambos os anos – e apontou um cenário de menor sincronia entre os principais motores regionais.
Se até o início deste ano EUA, Europa e China davam sinais de vigor, agora acumulam-se decep-
ções nos dois últimos casos.
Mesmo com juros ainda perto de zero, a zona do euro não deverá crescer mais que 1,5% neste ano.

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Há crescente insegurança no âmbito político, neste momento centrada na Itália e seu governo de
direita populista, que propõe expansão do déficit de um setor público já endividado em excesso.
Não é animador que a Comissão Europeia tenha tomado a decisão inédita de rejeitar a proposta
orçamentária da administração italiana. Embora o país ainda conserve o selo de bom pagador, os
juros cobrados no mercado para financiar sua dívida dispararam.
Quanto à China, sua economia mostra menos vigor, e as autoridades precisam tomar decisões
difíceis entre conter as dívidas já exageradas e estimular o crescimento.
O risco de escalada nos conflitos comerciais também é concreto, dado que o governo americano
ameaça impor uma terceira rodada de tarifas, desta vez sobre os US$ 270 bilhões em vendas
anuais chinesas que ainda não foram taxadas.
Nos EUA, a alta dos juros, num contexto de emprego elevado e inflação perto da meta, já leva parte
do mercado a temer uma desaceleração abrupta do PIB em 2019. A vantagem do Brasil, hoje,
é que há ampla ociosidade nas empresas, baixa inflação e, portanto, espaço para uma retomada
mais forte.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 01.11.2018. Adaptado)

dúvidas sobre a conti-


nuidade do crescimento do Produto Interno Bruto global. Como se as suas projeções nos
últimos meses, o FMI cortou a previsão para 2018 e 2019 em 0,2 ponto percentual. Em alguns
países, os juros cobrados para o financiamento de suas dívidas .

De acordo com a norma-padrão, as lacunas dos enunciados devem ser preenchidas, respectiva-
mente, com:
A) Surgem ... reduziram ... têm sido exagerados
B) Ocorre ... reduziram ... têm sido exagerados
C) Existem ... reduziu ... tem sido exagerado
D) Aparece ... reduziu ... tem sido exagerados
E) Há ... reduziram ... têm sido exagerado

QUESTÃO 3: VUNESP - ADM (UFABC)/UFABC/2019


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Leia o texto, para responder a questão abaixo.

Redes pessoais e vulnerabilidade social

Redes sociais têm sido cada vez mais consideradas como elementos importantes na construção
de uma grande variedade de processos, desde a mobilização política em movimentos sociais ou
partidos políticos, até as ações e a estrutura de relações formais e informais entre as elites polí-
ticas e econômicas ou na estruturação de áreas de políticas públicas, entre muitos outros te-
mas. Número significativo de estudos tem examinado as redes pessoais, aquelas que cercam os
indivíduos em particular. Essas análises visam a estudar os efeitos da sociabilidade de diversos
grupos sociais, para compreender como os laços sociais são construídos e transformados e suas
consequências para fenômenos como integração social, imigração e apoio social.
No caso específico da pobreza, a literatura tem estabelecido de forma cada vez mais eloquente
como tais redes medeiam o acesso a recursos materiais e imateriais e, ao fazê-lo, contribuem de

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forma destacada para a reprodução das condições de privação e das desigualdades sociais. A
integração das redes ao estudo da pobreza pode permitir a construção de análises que escapem
dos polos analíticos da responsabilização individual dos pobres por sua pobreza (e seus atributos),
assim como de análises sistêmicas que foquem apenas os macroprocessos e constrangimentos
estruturais que cercam o fenômeno.
A literatura brasileira sobre o tema tem sido marcada por uma oposição entre enfoques centrados
nesses dois campos, embora os últimos anos tenham assistido a uma clara hegemonia dos es-
tudos baseados em atributos e ações individuais para a explicação da pobreza. Parece-nos evi-
dente que tanto constrangimentos e processos supraindividuais (incluindo os econômicos) quanto
estratégias e credenciais dos indivíduos importam para a constituição e a reprodução de situações
de pobreza. Entretanto, essas devem ser analisadas no cotidiano dos indivíduos, de maneira que
compreendamos de que forma medeiam o seu acesso a mercados, ao Estado e às trocas sociais
que provêm bem-estar.
(Eduardo Marques, Gabriela Castello e Renata M. Bichir. Revista USP, no 92, 2011-2012. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a concordância, nominal e verbal, está de acordo com a norma-pa-
drão.
A) Foi observado, muito recentemente, a importância das redes sociais quando se tratam de vários
processos sociais.
B) Já houveram evidências de que as redes sociais são o meio melhor indicado para fornecer in-
formações sobre a pobreza.
C) Tanto as desigualdades sociais quanto a reprodução das condições de privação vem sendo as-
sociada à ação das redes sociais.
D) Graças aos estudos atuais, o fenômeno da pobreza têm sido o menos possível associados a
ações individuais.
E) Constataram-se cerca de 50% dos estudos atuais examinando as redes pessoais, mas não há
ainda conclusões bastantes sobre o tema.

QUESTÃO 4: VUNESP - CONT (CM ORLÂNDIA)/CM ORLÂNDIA/2019


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Agência da ONU insta países das Américas a livrar continente da malária

O Paraguai foi certificado por ter eliminado a malária de seu território em junho deste ano. A Argen-
tina está trilhando o caminho para obter sua certificação em 2019. Belize, Costa Rica, Equador, El
Salvador, México e Suriname têm o potencial de alcançar a eliminação até 2020. Outros países, no
entanto, registraram aumento no número de casos, o que põe em risco a consecução das metas de
redução e eliminação da doença na região até 2030.
No Dia de Luta contra a Malária nas Américas (6 de novembro), a Organização Pan-Americana
da Saúde (OPAS) insta os países da região a tomar medidas urgentes para conter o aumento de
casos, manter as conquistas e libertar o continente da doença que, durante o último século, foi a
principal causa de morte em quase todas as nações do mundo.
“A eliminação da malária está mais próxima do que nunca”, disse a diretora da OPAS, Carissa F.
Etienne. No entanto, ela também advertiu que “não podemos confiar nem relaxar nas ações já
tomadas”. “Os esforços devem ser intensificados onde a incidência da doença aumentou”, acres-
centou.

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Desde 2015, os casos de malária nas Américas aumentaram em 71%; 95% do número total destes
casos estão concentrados em cinco países, principalmente em áreas específicas onde os esforços
contra a doença estão enfraquecidos. Muitos dos afetados são populações indígenas, pessoas que
vivem em situação de vulnerabilidade, trabalhadores mineiros e migrantes.
“Se queremos eliminar a malária, precisamos melhorar o investimento e ampliar o acesso a preven-
ção, diagnóstico e tratamento oportunos da doença em comunidades onde a maioria dos casos
está concentrada”, afirmou Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis e
Determinantes Ambientais da Saúde na OPAS.
(Agência da ONU insta países das Américas a livrar continente da malária. ONU Brasil. https://nacoesunidas.org/agencia-da-o-
nu-insta-paises- -das-americas-a-livrar-continente-da-malaria/amp/. 06.11.18. Acesso em 07/11/2018)

Assinale a alternativa que, mantendo o sentido original do texto, reescreve passagem de acordo
com a norma -padrão de regência e de concordância.
A) A diretora da OPAS está otimista, mas advertiu serem necessário estarmos alerta em relação a
malária.
B) Nas Américas, os casos de malária circunscreve-se as áreas específicas de cinco países.
C) Mais vulnerável, indígenas, trabalhadores mineiros e migrantes integra a maior parte dos afeta-
dos.
D) No último século, foi atribuído a malária a principal causa de morte nas quase totalidade de na-
ções do mundo.
E) Com um aumento em 71%, a malária concentrou-se em áreas em que o combate à doença é
mais frágil.

QUESTÃO 5: VUNESP - MJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)

Literatura no cárcere

Desde 2013, quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) autorizou a remição da pena pela lei-
tura, 5.547 detentos foram beneficiados por esse projeto no Brasil. É um número baixo, se compa-
rado com as quase 700 mil pessoas privadas de liberdade em todo o país.
A recomendação do CNJ determina que, a cada livro lido, é possível reduzir quatro dias da pena.
Para isso, o leitor deve escrever um resumo da obra que deve ser aprovado por um parecerista.
Esses documentos seguem para o juiz responsável, que julga o pedido de remição.
Medir os benefícios dessa proposta tem feito florescer debates acalorados entre os que veem na
leitura ganhos efetivos para a reintegração do indivíduo à sociedade e os que a avaliam como um
privilégio concedido a pessoas que, de algum modo, causaram danos à população. Sem entrar no
mérito dessa discussão, é fato que, dentro ou fora da prisão, as benesses da leitura são muitas e
difíceis de mensurar.
Uma pesquisa feita em 2017 pela editora Companhia das Letras, que em parceria com a Fundação
Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel (Funap) subsidia um projeto de clubes de leitura e remição de
pena, indicou que os ganhos são mais concretos do que se pode imaginar.
Durante um ano, 177 detentos se reuniram mensalmente para discutir uma obra selecionada pela
curadoria do projeto.
Quando perguntados sobre as eventuais mudanças percebidas em si próprios, a resposta mais

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frequente foi que os envolvidos conseguiram perceber uma “ampliação de conhecimentos”. Em se-
gundo, que se sentiam mais motivados “para traçar planos para o futuro”. Na sequência, aparecem
motivações como “capacidade de reflexão” e de “expressar sentimentos”, possibilidade de “dizer
o que pensa”, “maior criatividade” e, por último, “maior criticidade”.
Por qualquer prisma que se procure observar, esses ganhos já seriam significativos, pois no am-
biente prisional revelam uma extraordinária mudança na chave da autoestima.
(Vanessa Ferrari, Rafaela Deiab e Pedro Schwarcz. Folha de S. Paulo, 25.06.18. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a concordância verbal e a grafia das palavras estão em conformidade
com a norma -padrão.
A) Desde 2013, o Conselho Nacional de Justiça mantêm projetos de remição de pena ligados à
iniciativa privada.
B) As considerações feitas pelo parecerista, que deve agir concienciosamente, segue para o de-
ferimento do juiz.
C) Após a escolha de uma obra pelos responsáveis pelo projeto, ocorreu reuniões em que os de-
tentos expontaneamente expuseram seu ponto de vista.
D) Os detentos que quizeram participar dos clubes de leitura relataram que se sentiram motivados
a traçar planos futuros.
E) A capacidade de reflexão bem como a de expressar os sentimentos figuram na lista das benes-
ses advindas da leitura.

QUESTÃO 6: VUNESP - AUL (CM SERTÃOZINHO)/CM SERTÃOZINHO/INFORMÁTI-


CA/2019
Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)

Pesquisa exclusiva mostra que brasileiros superestimam suas capacidades digitais

Os brasileiros estão otimistas com o impacto da transformação digital em suas carreiras, mas supe-
restimam as suas capacidades digitais, que serão chave no mercado de trabalho nos próximos
anos. A constatação está em pesquisa realizada por Tera, Scoop&Co e Época Negócios, apoiada
por Love Mondays. O estudo mostra que mais de 80% dos brasileiros se dizem empolgados com a
chegada das novas tecnologias no trabalho e 87% estão confiantes de que vão se adaptar à nova
realidade.
Essa percepção positiva da maioria, contudo, não condiz com a realidade do mercado. Quando
apresentados a uma lista de habilidades mais demandadas, 42% afirmaram não conhecer as 14
competências digitais desejadas por empregadores, de acordo com lista do LinkedIn para 2018. “A
lista traz funções não exigidas nas empresas há cinco anos. Esse cenário descrito pela pesquisa é
um retrato de que a renovação das competências aconteceu rápido demais. As pessoas não viram
isso acontecer”, diz Leandro Herrera, fundador da Tera.
(Barbara Bigarelli. Época Negócios. 14.11.2018. https://epocanegocios.globo.com. Adaptado)
O vocábulo chave, em destaque no primeiro parágrafo, tem substituto correto quanto à concordân-
cia e adequado ao significado, no contexto, em
A) “essenciais”, e está empregado com sentido figurado.
B) “importante”, e está empregado com sentido próprio.
C) “excessivo”, e está empregado com sentido figurado.

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D) “requeridos”, e está empregado com sentido próprio.
E) “novidade”, e está empregado com sentido próprio.

QUESTÃO 7: VUNESP - AUL (CM SERTÃOZINHO)/CM SERTÃOZINHO/INFORMÁTI-


CA/2019
Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)

Pesquisa exclusiva mostra que brasileiros superestimam suas capacidades digitais

Os brasileiros estão otimistas com o impacto da transformação digital em suas carreiras, mas supe-
restimam as suas capacidades digitais, que serão chave no mercado de trabalho nos próximos
anos. A constatação está em pesquisa realizada por Tera, Scoop&Co e Época Negócios, apoiada
por Love Mondays. O estudo mostra que mais de 80% dos brasileiros se dizem empolgados com a
chegada das novas tecnologias no trabalho e 87% estão confiantes de que vão se adaptar à nova
realidade. Essa percepção positiva da maioria, contudo, não condiz com a realidade do mercado.
Quando apresentados a uma lista de habilidades mais demandadas, 42% afirmaram não conhecer
as 14 competências digitais desejadas por empregadores, de acordo com lista do LinkedIn para
2018. “A lista traz funções não exigidas nas empresas há cinco anos. Esse cenário descrito pela
pesquisa é um retrato de que a renovação das competências aconteceu rápido demais. As pessoas
não viram isso acontecer”, diz Leandro Herrera, fundador da Tera.
(Barbara Bigarelli. Época Negócios. 14.11.2018. https://epocanegocios.globo.com. Adaptado)

A frase em que a forma verbal está empregada com sentido idêntico ao do verbo haver em – A lista
traz funções não exigidas nas empresas há cinco anos. (2o parágrafo) – é:
A) Há de tudo um pouco naquela feira de tecnologia que visitamos com o pessoal da empresa.
B) Há cerca de um mês, o documento foi encaminhado ao departamento responsável.
C) Há que se realizar uma série de ajustes para que as reformas sejam implementadas.
D) Há 50% dos trabalhadores que já fizeram cursos para ampliar suas capacidades digitais.
E) Há um prazo de dois meses para a construtora terminar a obra sem que seja multada.

QUESTÃO 8: VUNESP - AUL (CM SERTÃOZINHO)/CM SERTÃOZINHO/INFORMÁTI-


CA/2019
Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)

Quanto às regras de concordância da norma-padrão da língua, está redigida corretamente a frase:


A) Uma parceria entre Tera, Scoop&Co e Época Negócios obteve dados interessantes sobre como
as transformações digitais têm sido vistas pelos trabalhadores brasileiros.
B) A pesquisa sobre as capacidades digitais dos trabalhadores brasileiros, feita em parceria por
Tera, Scoop&Co e Época Negócios, receberam apoio de Love Mondays.
C) A chegada de novas tecnologias no mercado de trabalho vêm deixando empolgado uma quanti-
dade considerável dos brasileiros, conforme números divulgados pela Época Negócios.
D) Recentemente, surgiu novas tecnologias no mercado de trabalho, transformando a rotina de
muitos trabalhadores, obrigado a atualizar seus conhecimentos.
E) O trabalhador precisa estudar para atender às demandas do mercado de trabalho, os quais se
transformam constantemente com as novas tecnologias.

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QUESTÃO 9: VUNESP - ENFJ (TJ SP)/TJ SP/2019
Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)

Saúde não é brinquedo político, diz diretor da OMS

“A saúde não é um brinquedo político, ela deve ser usada para promover o bem-estar e a qualidade
de vida. E isso só vai acontecer quando nos comprometermos a fazer da atenção primária à saúde
a base da assistência universal.”
A afirmação é do diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghe-
breyesus, durante a assinatura nesta quinta (25/10/2018) de um acordo internacional em Astana,
capital do Cazaquistão, em que 194 países membros da OMS, incluindo o Brasil, comprometeram-
-se a fortalecer a atenção primária.
Chamado de “Declaração de Astana”, o acordo também comemora o 40º aniversário da histórica
Declaração de Alma Alta, que exortou o mundo a fazer dos cuidados primários de saúde o pilar da
cobertura universal de saúde em 1978.
Ocorre que, embora nos últimos 40 anos a expectativa de vida tenha aumentado e a mortalidade
infantil, caído pela metade, por exemplo, o progresso em saúde tem sido desigual e injusto entre
países e dentro dos países.
“Devemos reconhecer que não alcançamos esse objetivo [saúde para todos]. Em vez de saúde
para todos, conseguimos saúde para alguns. Temos ficado muito focados em combater doenças
específicas, muito focados no tratamento, em detrimento da prevenção de doenças”, disse Ghe-
breyesus.
Quase metade da população mundial não tem acesso a serviços essenciais de saúde e, segundo a
OMS, 100 milhões de pessoas são empurradas para a pobreza a cada ano por causa de gastos
catastróficos em saúde. A atenção primária à saúde pode fornecer de 80% a 90% das necessida-
des de saúde de uma pessoa durante sua vida.
A Declaração de Astana aponta a necessidade de uma ação multissetorial que inclua tecnologia,
conhecimento científico e tradicional, juntamente com profissionais de saúde bem treinados e re-
munerados, e participação das pessoas e da comunidade para que seja alcançada a tão sonhada
saúde para todos com qualidade.
(Cláudia Collucci, Saúde não é brinquedo político, diz diretor da OMS. Em: Folha de S.Paulo, 25.10.2018. Adaptado)

Considere os enunciados, reescritos a partir das informações textuais:


A Declaração de Alma Alta e a Declaração de Astana preocupação em fortalecer a atenção
primária à saúde.
As ações em saúde ficado muito em combater doenças específicas, em detrimento da pre-
venção de doenças.
De acordo com a Declaração de Astana, uma ação multissetorial que inclua tecnologia, co-
nhecimento científico e tradicional.
De acordo com a norma-padrão, as lacunas dos enunciados devem ser preenchidas, respectiva-
mente, com:
A) revela ... têm ... focadas ... é necessária
B) revelam ... tem ... focados ... é necessário
C) revelam ... têm ... focadas ... é necessária
D) revela ... tem ... focado ... é necessário

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E) revelam ... têm ... focado ... é necessário

QUESTÃO 10: VUNESP - ASS INF (CM TATUÍ)/CM TATUÍ/2019


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)

A frase em que a concordância está em conformidade com a norma-padrão da língua é:


A) O nascer do sol ocorre todas as manhãs, e não é o canto dos galos que os provocam.
B) Em aulas de estatística ou de metodologia científica são comuns ouvir que “Correlação não é
causa”.
C) O problema é que, durante muito tempo, esse mantra tornaram cegos estatísticos e cientistas.
D) Investigar melhor a causalidade e desenvolver ferramentas matemáticas para lidar com ela é
perfeitamente viável.
E) A ciência julgou que talvez não houvessem meios para estabelecer com segurança se o cigarro
causava ou não câncer.

QUESTÃO 11: VUNESP - AG (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/ADMINISTRAÇÃO PÚ-


BLICA/2019
Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Leia o texto para responder a questão.

O Marajá

A família toda ria de dona Morgadinha e dizia que ela estava sempre esperando a visita de alguém
ilustre. Dona Morgadinha não podia ver uma coisa fora do lugar, uma ponta de poeira em seus mó-
veis ou uma mancha em seus vidros e cristais. Gemia baixinho quando alguém esquecia um sapato
no corredor, uma toalha no quarto ou – ai, ai, ai – uma almofada fora do sofá da sala. Baixinha,
resoluta, percorria a casa com uma flanela na mão, o olho vivo contra qualquer incursão do pó, da
cinza, do inimigo nos seus domínios.
Dona Morgadinha era uma alma simples. Não lia jornal, não lia nada. Achava que jornal sujava os
dedos e livro juntava mofo e bichos. O marido de dona Morgadinha, que ela amava com devo-
ção apesar do seu hábito de limpar a orelha com uma tampa de caneta Bic, estabelecera um limite
para sua compulsão por limpeza. Ela não podia entrar em sua biblioteca. Sua jurisdição acabava na
porta. Ali dentro só ele podia limpar, e nunca limpava. E, nas raras vezes em que dona Morgadinha
chegava à porta do escritório proibido para falar com o marido, esse fazia questão de desafiá-la.
Botava os pés em cima dos móveis. Atirava os sapatos longe. Uma vez chegara a tirar uma meia e
jogar em cima da lâmpada só para ver a cara da mulher. Sacudia a ponta do charuto sobre um cin-
zeiro cheio e errava deliberadamente o alvo. Dona Morgadinha então fechava os olhos e, incapaz
de se controlar, lustrava com a sua flanela o trinco da porta.
(Luis Fernando Veríssimo. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. Adaptado)

A concordância das palavras está em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa em:
A) A dona de casa não suportava ver sujo ou desorganizado seus móveis, vidros e cristais.
B) Costumava ser constante a insatisfação da dona de casa com os maus hábitos do marido.
C) As almofadas do sofá da sala fora de seu lugar de origem tirava a senhora do sério.
D) A dona de casa não gostava de jornais por achar que suas folhas continha fungos e outras su-
jeiras.
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E) Para desespero da mulher, os pés do marido estavam frequentemente colocado em cima dos
móveis.

QUESTÃO 12: VUNESP - ANA (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/AMBIENTAL/2019


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Leia o texto para responder a questão.

“Tire suas próprias conclusões”

Essa é a frase que mais tenho ouvido recentemente. Passada a euforia de uma notícia qualificada
como “bomba”, logo os atores de uma das partes corriam a público para disponibilizar a íntegra
daquilo que antes foi veiculado em partes.
É preciso saber de tudo e entender de tudo. É preciso tirar as próprias conclusões para não depen-
der de ninguém, e é esse o grande e contraditório imperativo dos nossos tempos. É uma ordem a
uma experimentação libertária, e uma quase contradição do termo. O imperativo que liberta tam-
bém aprisiona: você só passa a ser, ou a pertencer, se tiver uma conclusão. Sobre qualquer coisa.
Nas últimas décadas psicanalistas se debruçaram sobre as mudanças nos arranjos produtivos e
sociais de cada período histórico para compreender e nomear as formas de sofrimento decorrentes
delas. A revolução industrial, a divisão social do trabalho, a urbanização desenfreada e as guerras,
por exemplo, fizeram explodir o número de sujeitos impacientes, irritadiços e perturbados com a
velocidade das transformações e suas consequentes perdas de referências simbólicas.
Pensando sobre o imperativo “Leia/Veja/Assista” e “Tire suas próprias conclusões”, começo a des-
confiar de que estamos diante de uma nova forma de sofrimento relacionado a um mal-estar ainda
não nomeado.
Afinal, que tipo de sujeito está surgindo de nossa nova organização social? O que a vida em rede
diz sobre as formas como nos relacionamos com o mundo? Que tipos de valores surgem dali? E,
finalmente, que tipo de sofrimento essa vida em rede tem causado?
Vou arriscar e sair correndo, já sob o risco de percorrer um campo que não é meu: estamos vendo
surgir o sujeito preso à ideia da obrigação de ter algo a dizer. Ao longo dos séculos essa angústia
era comum aos chamados formadores de opinião e artistas, responsáveis por reinterpretar o mun-
do. Hoje basta ter um celular com conexão 3G para ser chamado a opinar sobre qualquer coisa.
Pensamos estar pensando mesmo quando estamos apenas terceirizando convicções ao comparti-
lhar aquilo que não escrevemos.
É uma nova versão de um conflito descrito por Clarice Lispector a respeito da insuficiência da lin-
guagem. Algo como: “Não só não consigo dizer o que penso como o que penso passa a ser o que
digo”. Se vivesse nas redes que atribuem a ela frases que jamais disse, o “dizer” e o “pensar” teriam
a interlocução de um outro verbo: “compartilhar”.
(Matheus Pichonelli, Carta Capital. 18.03.2016. www.cartacapital.com.br. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o trecho entre colchetes substitui o destacado, independentemente


do sentido e de acordo com a norma-padrão de concordância.
A) Essa é a frase que mais tenho ouvido recentemente. [tem sido ouvido por mim]
B) ... corriam a público para disponibilizar a íntegra daquilo que antes foi veiculado em partes.
[das notícias que antes se veicularam]
C) Nas últimas décadas psicanalistas se debruçaram sobre as mudanças... [Fazem algumas dé-

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cadas que]
D) Que tipos de valores surgem dali? [são possível surgir]
E) Pensamos estar pensando mesmo quando estamos apenas terceirizando convicções... [hou-
verem apenas convicções sendo terceirizadas]

QUESTÃO 13: VUNESP - ASS SOC (TRANSERP)/TRANSERP/2019


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)

Sedentários bem alimentados

Pela primeira vez na história de nossa espécie, foi-nos oferecida a possibilidade de comer à larga
em todas as refeições e de ganhar a vida sentados o dia inteiro(A). Obesidade e sedentarismo se
tornaram as principais epidemias nos países de renda média e alta(B), nos quais a praga mortífera
do tabagismo começa a ser a duras penas controlada.
Na esteira dessas duas pandemias, caminham a passos apressados hipertensão arterial, diversos
tipos de câncer, diabetes, doenças cardiovasculares, problemas ortopédicos, articulares, renais e
outras complicações que sobrecarregam o sistema de saúde, encarecem o atendimento e fazem
sofrer milhões de pessoas(C). Nas capitais, 19% dos brasileiros adultos estão obesos e outros
35% têm sobrepeso(D), ou seja, menos da metade da população cai na faixa do peso considerado
saudável.
Na contramão de outros ramos da economia, a incorporação de tecnologia na área médica aumen-
ta o custo do produto final. A assistência a uma população que envelhece mal como a brasileira
exigirá recursos(E) de que não dispomos no SUS nem na saúde suplementar.
Esperar as pessoas adoecerem para tratá-las em hospitais e unidades de pronto atendimento é
política suicida. Não há saída: ou investimos na prevenção ou, cada vez mais, só os privilegiados
terão acesso à medicina moderna.
Nos anos 1960, cerca de 60% dos nossos adultos fumavam, hoje não passam de 10%. Se con-
seguimos resultado tão impressionante com a dependência química mais feroz que a medicina
conhece, não é impossível convencer mulheres, crianças e homens a comer um pouco menos e a
andar míseros 40 minutos num dia de 24 horas.
(Drauzio Varella. Folha de S. Paulo, 11.11.2018. www.folha.uol.com.br. Adaptado)

Uma expressão que pode ser substituída, sem prejuízo do sentido e em conformidade com a nor-
ma-padrão de concordância, pelo que se encontra entre colchetes está destacada em:
A) ... foi-nos oferecida a possibilidade de comer à larga em todas as refeições e de ganhar a vida
sentados o dia inteiro. [ofertado]
B) Obesidade e sedentarismo se tornaram as principais epidemias nos países de renda média e
alta... [acabou sendo]
C) ... complicações que sobrecarregam o sistema de saúde, encarecem o atendimento e fazem
sofrer milhões de pessoas. [deixa]
D) ... 19% dos brasileiros adultos estão obesos e outros 35% têm sobrepeso... [apresentam]
E) A assistência a uma população que envelhece mal como a brasileira exigirá recursos... [deman-
darão].

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QUESTÃO 14: VUNESP - PEB I (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/PEB I/2019
Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Leia o texto para responder a questão.

As palavras e as coisas

Confesso que, de início, não acreditava que Moana, aos 9 anos, pudesse se interessar pela leitura
da versão integral do clássico de J.R.R. Tolkien, O Hobbit. É verdade que se trata de uma aventura
povoada por magos e repleta de objetos encantados. Mas é um romance longo, com descrições
densas e vocabulário sofisticado. Para minha surpresa, no entanto, seu envolvimento com a obra
crescia a cada noite que a líamos juntos.
Ao terminarmos a leitura do décimo capítulo, Moana não me desejou boa-noite. Com olhos ainda
despertos, me perguntou se não podíamos comentar aquilo que mais havia agradado até então.
Pensei que o pedido não passasse de mais uma de suas estratégias para adiar a hora de dormir.
Recusei, mas ela argumentou: “Não é assim que vocês fazem, você e a mamãe, quando leem
Arendt e Paul Ricoeur
em seus grupos de estudos?”. Jamais imaginara que, quando a levamos a esses encontros – pre-
midos por alguma necessidade – ela pudesse prestar qualquer atenção ao que se passava. Sem-
pre a via absorta em suas tarefas, desenhos e leituras. Mas, em seu silêncio, ela se dava conta do
sentido de uma leitura partilhada.
Falamos, então, das transformações que ocorreram no personagem central, que abandonara sua
vida confortável e pacata de hobbit, para se tornar um aventureiro épico. Mas foi só no dia seguinte
que percebi a profundidade contida em seu pedido para que partilhássemos as impressões de nos-
sas leituras. Lembrei-me de uma bela passagem de Homens em tempos sombrios, na qual Hannah
Arendt afirma que o “mundo não é humano simplesmente por ter sido feito por mãos humanas, nem
se torna humano meramente porque a voz humana nele ressoa. Por mais afetados que sejamos
pelas coisas do mundo [como um livro], por mais profundamente que elas possam nos instigar e
estimular, essas coisas só se tornam humanas para nós quando podemos discuti-las com nossos
companheiros”.
É porque a fala humaniza as obras que gostamos tanto de comentar um filme, de compartilhar a
interpretação de um livro ou fazer uma refeição com nossos amigos. São as expressões do discur-
so humano que transformam uma coisa – como um livro – em objeto de um legado simbólico que
nos humaniza.
Na escola, é por meio das trocas discursivas entre professores e alunos que um romance ou um
programa computacional deixam de ser coisas inertes para se transformarem em objetos que de-
sempenham uma função educativa e, assim, adquirem seu sentido humanizador. São as palavras
– e não as coisas – que conferem sentido às experiências humanas.
(José Sérgio Fonseca de Camargo, “As palavras e as coisas”. Em: http://www.revistaeducacao.com.br. Adaptado)

Assinale a alternativa que atende à norma-padrão de concordância.


A) Por mais afetados que as pessoas sejam pelas coisas do mundo, estas só se tornam humanos
quando se pode discuti-las com os companheiros.
B) Ao referir-se a O Hobbit, é preciso lembrar que se trata de uma aventura repleta de objetos en-
cantados, na qual existe também os magos.
C) As trocas discursivas que ocorrem na escola entre professores e alunos mostram que há situa-

84
ções em que coisas inertes se transformam em objetos.
D) Descrições densas e vocabulário sofisticado permeia o romance longo de J.R.R. Tolkien, que
despertou o interesse da pequena Moana.
E) Eu e Moana falamos das transformações que houveram no personagem central, que abandona-
ra seu modo de vida pacato de hobbit.

QUESTÃO 15: VUNESP - PEBII (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/PEB II/EDUCAÇÃO


ESPECIAL/2019
Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Leia o texto para responder a questão.

Preparar as crianças contra as fake news

A propagação de notícias falsas já mostrou seu poder de influenciar eleições e dividir sociedades,
potencializando preconceitos e ódios. Que efeito terá em crianças e jovens que não receberam
uma formação para a leitura de notícias?
Sem entender o que se passa ao redor, as crianças não se sentem parte da sociedade. Elas ou-
vem, principalmente pela televisão, e leem na internet o que está circulando no momento. Perce-
bem quando algo de grave ocorre, até porque podem viver em casa o problema estampado nas
manchetes dos jornais, como o desemprego dos pais.
Já ouviram falar de fake news, mas não sabem em quem confiar nem como identificar a credibilida-
de de uma informação, além de que diferenciar informação de opinião é difícil para elas.
Como muitos adultos também se mostram incapazes de detectar uma notícia falsa, as crianças
acabam muitas vezes sem orientação, ficam à margem do debate.
Encontra-se aí um grave problema: se elas não tiverem formação para ler notícias e não exercita-
rem o senso crítico para se protegerem de informações mentirosas, iremos perder uma geração
inteira que poderia (e deveria) promover as mudanças que tanto queremos.
As crianças são curiosas por natureza e querem se informar. Além disso, têm o direito de acesso
às mídias e de participação no debate público assegurado pela Convenção Internacional sobre os
Direitos da Criança.
A experiência mostra que, tendo acesso a notícias adequadas aos seus repertórios e contextuali-
zadas, sentem-se parte da sociedade e tornam-se mais autônomas.
Em várias ocasiões, impressionei-me com o protagonismo dos leitores mirins. Crianças de uma
região carente do interior de São Paulo, que leram os textos sobre a crise dos refugiados sírios,
organizaram um brechó com suas próprias roupas e entregaram o dinheiro a algumas famílias de
refugiados que estão no Brasil.
Outras, tendo lido sobre o problema da obesidade infantil no Brasil, mobilizaram-se para orga-
nizar uma olimpíada. Algumas explicaram a seus pais o que significa impeachment.
O problema das fake news é mais grave do que se imagina. Caso não seja combatido desde a
base, teremos crianças e jovens deixando de ler ou descrentes até de veículos com credibilidade.
Isso os deixará paralisados, sem saber como agir e vulneráveis a toda espécie de manipulação.
Jovens e crianças bem informados entendem o que se passa ao redor, formam as próprias opiniões
e se tornam cidadãos críticos e ativos.
Não há maneira de controlar o que nossos filhos leem ou veem, mas podemos incluí-los no debate,
compartilhar e discutir notícias com eles, ensinando-os a buscar fontes confiáveis e a exercitar o

85
senso crítico.
Se perdermos essa geração para as fake news, que líderes teremos e o que eles farão pelo Brasil
daqui a 20 anos?
(Stéphanie Habrich, diretora executiva do jornal “Joca”, voltado para jovens e crianças. Folha de S.Paulo, 19.02.2018.
Adaptado)

Assinale a alternativa correta quanto à concordância verbal.


A) Alguns problemas sociais que vem estampados no jornal pode ser identificados em diversos
lares.
B) Infelizmente, a divulgação de fake news por pessoas irresponsáveis incentiva preconceitos, o
que potencializam conflitos sociais.
C) Servir-se de fontes de informação confiáveis é importante, pois os adultos também têm dificul-
dade de identificar notícias falsas.
D) O acesso às mídias e a participação social está entre os itens garantidos pela Convenção Inter-
nacional sobre os Direitos da Criança.
E) Para a autora, convêm preparar jovens e crianças contra as armadilhas perigosas das fake news.

QUESTÃO 16: VUNESP - PAEPE (UNICAMP)/UNICAMP/PROFISSIONAL DA TECNO-


LOGIA, INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO/2019
Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)

Eles venceram

Em A vingança dos nerds, comédia de 1984, um grupo de jovens feiosos e um tanto estranhos,
vítimas da agressividade e do bullying de colegas fortões e quase idiotas, decide ir para a revan-
che com um festival de estripulias bem-sucedidas. Ao som de We Are the Champions, clássico do
Queen, eles celebraram a vitória. O filme foi premonitório. Os nerds não deixaram pedra sobre
pedra. Fizeram suas apostas e quebraram a banca. Na lista das pessoas mais ricas do mundo,
três deles nas cinco primeiras posições, todos pais e filhos da revolução digital: Jeff Bezos, da Ama-
zon, na primeiríssima colocação; Bill Gates, da Microsoft, no segundo lugar; e Mark Zuckerberg,
do Facebook, no quinto posto. Para efeito de comparação, em 1982, tempo em que os nerds ainda
eram ridicularizados, a figura mais rica do mundo era o dono de um estaleiro naval (Daniel K. Lu-
dwig) que fizera fortuna vendendo embarcações para a indústria de petróleo.
Um olhar para os dois momentos, o de três décadas atrás e o de agora, comprova como a econo-
mia mudou, e hoje isso soa óbvio. Menos óbvia é a constatação de que a cultura nerd venceu, e
por ter vencido virou padrão. “Seja legal com os nerds, provavelmente você vai acabar trabalhando
para um deles” vaticinou Gates, não muito depois de 1977, quando ele foi detido por dirigir sem
documentos. A Microsoft acabara de nascer e, por trás daqueles óculos genuinamente nerds, na
foto da detenção, brotavam um novo mundo e novas concepções do que é ser bacana. A aparente
fragilidade de Gates era só aparência mesmo – e o leve sorriso irônico anunciava um salto des-
tinado a dar um contr+alt+del nada metafórico em quem ainda achava possível andar ao modo da
velha indústria.
A atual hegemonia nerd é a prova, também, de que todo estereótipo é tolo. como nerds as
pessoas muito inteligentes, em geral tímidas que cismam com um tema e dele não saem. Somos
todos nerds – ou queremos ser, porque a força está com eles, ao menos a força econômica, e o que

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andava à margem, em quartos fechados e garagens, hoje virou padrão.
(Fábio Altman. Veja, 26.09.2018. Adaptado)

As lacunas do primeiro e do último parágrafo devem ser preenchidas, de acordo com a norma-pa-
drão e respectivamente, com:
A) existem ... Se classifica
B) tem ... Se classificam
C) encontram-se ... Costuma-se classificar
D) encontra-se ... Costumam-se classificar
E) têm ... Vê-se

QUESTÃO 17: VUNESP - IFR (PREF GRU)/PREF GRU/2019


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Leia o texto e responda a questão.

Roma

O filme Roma está constantemente entre dois caminhos. É pessoal e grandioso, popular e intelec-
tual, tecnológico – rodado em 65 mm digital – e clássico – feito em preto e branco com a mesma
ousadia dos movimentos cinematográficos das décadas de 1950 e 1960. O título, uma referência a
Colonia Roma, bairro da Cidade do México, também remete a Roma, Cidade Aberta, filme-símbolo
do neorrealismo italiano assinado por Roberto Rossellini.
Ao revisitar a própria memória, o cineasta Alfonso Cuarón escolhe olhar para Cleo, a empregada,
de origem indígena, de uma família branca de classe média. Resgata, assim, não apenas os seus
anos de formação, mas todas as particularidades do passado do país. O México no início dos anos
1970 fervilhava entre revoluções sociais e a influência da cultura estrangeira. Cleo, porém, se man-
tinha ingênua, centrada nas suas obrigações: lavar o pátio, buscar as crianças na escola, lavar a
roupa, colocar os pequenos para dormir.
Até que tudo se transforma. A família perfeita desmorona, com o pai que sai de casa, a mãe que
não se conforma com o fim do casamento e os filhos jogados de um lado para o outro na con-
fusão dos adultos. Enquanto isso, Cleo se apaixona, engravida, é enganada e deixada à própria
sorte. Duas mulheres de diferentes origens compartilham a dor do abandono. Juntas, reencontram
a resiliência que segura o mundo frente às paixões autocentradas.
O cineasta, que além da direção e do roteiro assina a fotografia e a montagem (ao lado de Adam
Gough), retrata sua história, entrelaçada com a de seu país, como se na vida adulta reencontrasse
o olhar da infância, cujo fascínio por cada descoberta aumenta o tamanho e a importância de tudo.
O que Cuarón faz em Roma é raro. São camadas e camadas sobrepostas para reproduzir a com-
plexidade do seu imaginário afetivo e das relações sociais de um país. Entre muitas inspirações,
referências e técnicas, sua assinatura está na sinceridade com que olha para si mesmo e para os
seus personagens, encontrando beleza e verdade no que muitos menosprezam. Esse é um filme
simples e complicado, como a própria vida.
(Natália Bridi. Omelete. 11.01.2019. www.omelete.com.br. Adaptado)

Assinale a alternativa que completa a lacuna da frase a seguir, em conformidade com a concordân-
cia da norma-padrão da língua. No México no início dos anos 1970, revoluções sociais e a

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influência da cultura estrangeira.
A) existia
B) havia
C) ocorria
D) abundava
E) surgia

QUESTÃO 18: VUNESP - IFR (PREF GRU)/PREF GRU/2019


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Leia o texto e responda a questão.

Roma

O filme Roma está constantemente entre dois caminhos. É pessoal e grandioso, popular e intelec-
tual, tecnológico – rodado em 65 mm digital – e clássico – feito em preto e branco com a mesma
ousadia dos movimentos cinematográficos das décadas de 1950 e 1960. O título, uma referência a
Colonia Roma, bairro da Cidade do México, também remete a Roma, Cidade Aberta, filme-símbolo
do neorrealismo italiano assinado por Roberto Rossellini.
Ao revisitar a própria memória, o cineasta Alfonso Cuarón escolhe olhar para Cleo, a empregada,
de origem indígena, de uma família branca de classe média. Resgata, assim, não apenas os seus
anos de formação, mas todas as particularidades do passado do país. O México no início dos anos
1970 fervilhava entre revoluções sociais e a influência da cultura estrangeira. Cleo, porém, se man-
tinha ingênua, centrada nas suas obrigações: lavar o pátio, buscar as crianças na escola, lavar a
roupa, colocar os pequenos para dormir.
Até que tudo se transforma. A família perfeita desmorona, com o pai que sai de casa, a mãe que
não se conforma com o fim do casamento e os filhos jogados de um lado para o outro na confusão
dos adultos. Enquanto isso, Cleo se apaixona, engravida, é enganada e deixada à própria sorte.
Duas mulheres de diferentes origens compartilham a dor do abandono. Juntas, reencontram a re-
siliência que segura o mundo frente às paixões autocentradas.
O cineasta, que além da direção e do roteiro assina a fotografia e a montagem (ao lado de Adam
Gough), retrata sua história, entrelaçada com a de seu país, como se na vida adulta reencontrasse
o olhar da infância, cujo fascínio por cada descoberta aumenta o tamanho e a importância de tudo.
O que Cuarón faz em Roma é raro. São camadas e camadas sobrepostas para reproduzir a com-
plexidade do seu imaginário afetivo e das relações sociais de um país. Entre muitas inspirações,
referências e técnicas, sua assinatura está na sinceridade com que olha para si mesmo e para os
seus personagens, encontrando beleza e verdade no que muitos menosprezam. Esse é um filme
simples e complicado, como a própria vida.
(Natália Bridi. Omelete. 11.01.2019. www.omelete.com.br. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a frase a seguir está reescrita em conformidade com as regras de
concordância da norma-padrão da língua. O cineasta assina a fotografia e a montagem do filme.
A) A fotografia e a montagem do filme é assinado pelo cineasta.
B) A fotografia e a montagem do filme são assinados pelo cineasta.
C) A fotografia e a montagem do filme são assinadas pelo cineasta.
D) A fotografia e a montagem do filme é assinada pelo cineasta.

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E) A fotografia e a montagem do filme são assinado pelo cineasta.

QUESTÃO 19: VUNESP - COOR PEDA (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)

A cada governo que entra, o assunto educação deixa os holofotes provisórios da campanha
eleitoral, onde costuma desfilar na linha de frente das promessas dos candidatos, e volta à
triste prateleira dos problemas que se arrastam sem solução. Desta vez foi diferente: encerra-
da a votação, a educação prosseguiu na pauta de discussões acirradas. Infelizmente, o saldo da
agitação não gira em torno de nenhuma providência capaz de pôr o ensino do Brasil nos trilhos da
excelência – a real prioridade.
A questão da hora é o projeto que pretende legislar sobre o que o professor pode ou, principalmen-
te, não pode falar em sala de aula. Com o propósito de impedir a doutrinação, por professores, em
classe, o projeto ameaça alimentar o oposto do que propõe: censura, patrulhamento, atitudes re-
trógradas e pensamento estreito. Segundo o especialista em educação Claudio de Moura Castro,
não há como definir o que é variedade de pensamento e o que é proselitismo.
Fruto do ambiente polarizado da sociedade brasileira, a discussão entrou pela porta da frente das
escolas. Nesse clima de paixões exaltadas, no entanto, é preciso um esforço adicional para se-
parar o joio do trigo. A doutrinação em sala de aula é condenável sob todos os aspectos – seja de
esquerda ou de direita, religiosa ou ateia, ou de qualquer outra natureza. A escola é um lugar para
o debate livre das ideias, e não para o proselitismo.
Todo conhecimento é socialmente construído e, portanto, a aventura humana, por definição, nunca
é neutra ou isenta de valores. A saída é discutir e chegar a um consenso sobre o que precisa ser
apresentado ao aluno, e não vigiar e punir.
Doutrinar é expor ideias e opiniões com o propósito de convencer o outro. A todo bom professor
cabe estimular o confronto de ideias e o livre pensar, inclusive expressando seu ponto de vista,
mas não catequizar – uma linha fina que exige discernimento constante.
O mundo é diverso em múltiplos aspectos, e a escola é o lugar adequado para que essa diversida-
de seja discutida livremente. A melhor escola ainda é a que faz pensar – sem proselitismo.
(Fernando Molica, Luisa Bustamante e Maria Clara Vieira, Meia-volta, volver. Veja, 14.11.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa que reescreve livremente passagem do texto, de acordo com a norma-padrão
de concordância e de pontuação.
A) Não parece existir possibilidades de definir, se é questão de variedade de pensamento ou de
proselitismo, segundo Claudio de Moura Castro – especialista em educação.
B) No entanto, o clima de paixões exaltadas acabam por exigir, esforços adicionais, para separar
o joio do trigo.
C) Sabemos que cabe a todo bom professor várias tarefas, entre as quais: estimular o confronto de
ideias e o livre pensar.
D) Houve, desta vez, algumas diferenças: tão logo se encerraram as eleições, a pauta de discus-
sões acirradas acerca da educação se manteve.
E) Como todo conhecimento se constrói socialmente, por definição não se isentam de valores a
aventura humana, que é neutra.

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QUESTÃO 20: VUNESP - COOR PEDA (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019
Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Assinale a alternativa em que a concordância nominal e verbal se apresenta de acordo com a nor-
ma-padrão.
A) É atribuído ao professor, entre outras responsabilidades, a tarefa de mostrar a vida ao aluno.
B) Solicita-se que encaminhem, anexas ao projeto, as planilhas nas quais há previsão das despe-
sas.
C) Cabe à escola ensinar os educandos a estarem alertas, observando tudo que os cercam.
D) Contamos com pessoas bastante para dar conta das tarefas que nos cabem cumprir.
E) É ensinado, no âmbito escolar, a importância do conhecimento pelo olhar, algo que nunca se
perde.

QUESTÃO 21: VUNESP - DIR ESC (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)

Uma garotinha sobe em uma árvore. De galho em galho, ela se diverte, até que pede ajuda, não
consegue descer. “Se subiu, desce”, diz o homem. Ela tenta, tenta e por fim consegue. Em poucos
segundos, está no alto novamente: aprendeu a descer. Em torno dela, dezenas de crianças brin-
cam com pedaços de madeira velha e canos, escalam grades, andam de patinete e dão cambalho-
tas – os adultos não reprimem. Essa grande bagunça é o recreio das crianças da Swanson Primary
School, em Auckland, Nova Zelândia, e o homem é Bruce McLachlan, diretor que implementou na
escola a política de zero regras.
“Nós queremos que as crianças estejam seguras e queremos cuidar delas, mas acabamos embru-
lhando-as em algodão enquanto elas deveriam poder cair“, diz Mclachlan ao criticar a forma com
que tratamos as crianças.
A iniciativa do intervalo sem regras partiu de um experimento feito por duas universidades locais.
A ideia é que ao dar às crianças a responsabilidade de cuidar de si mesmas, dá-se também a
oportunidade de aprenderem com seus próprios erros. “Quando você olha para o nosso parquinho,
parece um caos. De uma perspectiva adulta, parece que as crianças vão se machucar, mas elas
não se machucam”, afirma.
Ao manter as crianças livres para se divertir, foram registrados menos acidentes, casos de bullying
e vandalismo, enquanto que a concentração das crianças nas aulas e a vontade de ir à escola au-
mentaram.
O experimento deu tão certo que se tornou uma política permanente da escola.
(Bruna Rasmussen. https://www.hypeness.com.br/2015/01/conheca-aescola- sem-regras-e-seu-impacto-na-vida-dos-
-estudantes/ Adaptado)

Assinale a alternativa correta quanto à concordância.


A) Com a iniciativa do intervalo sem regras, houveram menos casos de bullying e vandalismo na
escola neozelandesa.
B) Na Swanson Primary School, que ficam na Nova Zelândia, os pequenos brincam em total liber-
dade no momento da recreação.
C) Duas universidades locais, que vêm fazendo experimentos na área pedagógica, foram as res-
ponsáveis por esse projeto.
D) Para os que são superprotetores, as crianças que brincam sem nenhum controle provavelmente

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vai se machucar.
E) Esta prática educacional, diferentemente de muitas outras, trouxe apenas resultados positivos,
portanto deveriam se tornar modelo para outros países.

QUESTÃO 22: VUNESP - CDEM (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/2019


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Leia o texto para responder à questão.

No front da alfabetização, a rede municipal de educação da cidade de São Paulo obteve conquista
apreciável: 92% dos alunos sabiam ler e escrever ao término do segundo ano, ante não mais de
77% em 2017. Com isso, a prefeitura estipulou a meta de 85% de alfabetização no primeiro ano,
quando as crianças em geral têm seis anos.
Uma ousadia, quando se tem em vista que, até recentemente, a diretriz nacional se limitava a
preconizar leitura e escrita até o final do terceiro ano. Só em 2018, com a Base Nacional Comum
Curricular, esse objetivo foi antecipado para o segundo ano, algo que a rede paulistana já havia
adotado com um ano de antecedência.
Fica assim comprovado, na experiência de São Paulo, que metas ambiciosas nada têm de incom-
patível com progresso de aprendizado – ao contrário. Em particular no campo da alfabetização,
base de tudo que virá a seguir, um nível alto de exigência dará motivação extra para educadores e
estudantes se aplicarem mais.
Conforme se avança no ensino fundamental, contudo, os descaminhos e a leniência do passado se
fazem manifestar nos parcos resultados obtidos por estudantes em provas padronizadas.
A deficiência manifesta-se em todas as grandes áreas de conhecimento. Quando concluem o quin-
to ano, final da fase 1 do fundamental, só 39% das meninas e dos meninos alcançam desempenho
satisfatório em língua portuguesa. Pior, são apenas 27% em matemática e 20% em ciências.
A perda agrava-se na fase seguinte. Quando saem do fundamental 2, no nono ano, apenas 25%
dos estudantes estão no nível adequado de língua. E há inaceitáveis 10% e 9% nessa faixa de
desempenho, respectivamente, nas áreas de matemática e ciências naturais, o que torna fácil de
entender o desastre que hoje se observa no ensino médio.
Não deixa de ser animador constatar que ao menos nos fundamentos do aprendizado – a alfabe-
tização – houve avanço em São Paulo. Mas a cidade mais populosa e rica do país ainda precisa
fazer mais e melhor por suas crianças e jovens.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 02.01.2019. Adaptado)

De acordo com a norma-padrão, quanto à concordância verbal, a oração – E há inaceitáveis 10%


e 9% nessa faixa de desempenho… – está corretamente reescrita em:
A) E existe inaceitáveis 10% e 9% nessa faixa de desempenho…
B) E ocorre inaceitáveis 10% e 9% nessa faixa de desempenho…
C) E se trata de inaceitáveis 10% e 9% nessa faixa de desempenho…
D) E se constata inaceitáveis 10% e 9% nessa faixa de desempenho…
E) E surge inaceitáveis 10% e 9% nessa faixa de desempenho…

QUESTÃO 23: VUNESP - PROF EF (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/2019


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)

Jogar-se à vida
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Uma velha amiga minha de São Paulo – nem tão velha assim, e muito bonita – me diz que seu
filho, de 39 anos, mora com ela. Não é que “ainda” more com ela. Ele apenas mora, desde o dia
em que nasceu, e não há indícios de que esteja planejando se emancipar e morar sozinho. A mãe,
a essa altura, já desistiu de fazê-lo desconfiar de que ela, sim, gostaria de espaço e privacidade
para viver sua própria vida.
Ao ouvir isso, levei um susto. Aos 39 anos, eu já tinha saído não só da casa de meus pais como de
dois casamentos, e morado em dez endereços de quatro cidades em dois continentes. Era só no
que os garotos da minha geração pensavam – jogar-se à vida, longe da saia materna ou da mesada
paterna. Supunha-se que, enquanto se morasse com a família, estava-se dispensado de ser adulto.
Um desses endereços, em 1967, foi o Solar da Fossa, um casarão colonial em Botafogo, perto do
túnel Novo. Nele tinham ido parar rapazes e moças de fora e de dentro do Rio, todos em busca
de liberdade para criar, trabalhar, namorar ou não fazer nada, enfim, viver. Ali, um dos moradores,
Caetano Veloso, compôs “Alegria, Alegria”; outro, Paulinho da Viola, “Sinal Fechado”. Grupos
como o Momento 4 e o Sá, Rodrix & Guarabyra se formaram em seus quartos.
Três de nossas lindas vizinhas estrelaram nas páginas de revistas: Betty Faria, Ítala Nandi e Tania
Scher. Paulo Leminsky escrevia seu romance “Catatau”. O pessoal do Teatro Jovem, que estava
revolucionando o teatro brasileiro, morava lá, assim como metade do elenco da peça “Roda Viva”,
em ensaio no outro lado do túnel. Os namoros eram a mil. Até o autor francês Jean Genet, de pas-
sagem pelo Solar, viveu ali uma aventura amorosa.
Se aquela turma morasse com a mãe, nada disso teria acontecido.
(Ruy Castro. Folha de S.Paulo. Adaptado)

Assinale a alternativa correta quanto à concordância verbal padrão.


A) No Solar da Fossa, haviam rapazes e moças vindos de diversos locais do país.
B) Segundo a amiga do cronista, não existe indícios de que o filho pretenda sair de casa.
C) No lendário casarão, compuseram-se canções hoje conhecidas por todos os brasileiros.
D) Para o cronista, não podem acontecer de filhos adultos ainda viverem com os pais.
E) Metade do elenco da peça “Roda Viva” moravam no Solar e ensaiavam nas proximidades do
casarão.

QUESTÃO 24: VUNESP - PROF EF (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/2019


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Leia um trecho do romance Anatomia do Paraíso, para responder à questão.

Os bens dos tataravós libaneses: tecidos e aviamentos. Linho, algodão, chita. Botões de todos os
tipos, linhas, alfinetes, agulhas e o metro dobrável. Montado em seu jegue, o tataravô ia sozinho
comerciar de casa em casa, sítio em sítio, fazenda em fazenda, onde recebia pouso, contava e ou-
via histórias. Com o nascimento dos filhos brasileiros, passou a levar consigo o mais velho, bisavô
de Félix, quando ele tinha sete anos.
De noite, na sua casa em Belo Horizonte, o pai de Félix lhe contava a história dos antepassados
enquanto consertava joias das clientes da sua loja de antiguidades. Durante as tardes solitárias, a
bisavó lhe mostrava o bauzinho de veludo bordô e contava a história de cada joia que ele já tinha
guardado e a situação em que havia sido vendida para o estabelecimento da família no Brasil. Um
anel de brilhante se foi na compra do jegue e da primeira leva de mercadoria; um bracelete, na
reforma da casa antes do nascimento do terceiro filho.

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Depois dos acidentes vasculares, ela não conseguia falar mais do que poucas palavras, e estas
serviam de evocação para as histórias que Félix conhecia de cor. Ele era pequeno, carregava o
baú pela casa, cheio de vidros coloridos, e o exibia dizendo: “meu tesouro”. Era um bauzinho feito
de cedro, com tiras de latão, e o estofamento interno, de veludo bordô, era o que mais encantava
Félix. Protegido da luz ao longo dos anos, ele continuava brilhante e macio.
As joias foram o bilhete de entrada do casal no Brasil. O que veio depois foi trabalho, trabalho e
trabalho; e filhos. Mas então já tinham um jegue e a primeira leva de mercadorias.
E aconteceu de Félix ter puxado a voz aveludada do outro ramo da família, de portugueses para
quem aquela terra já era antiga quando os libaneses chegaram: já tinham tirado dela pau, pedra e
ouro, criado gado e plantado cana e café. Já tinham sido donos de escravos, matado e sido mortos
por eles. Abriram fazendas, ergueram escolas, construíram ferrovias e cemitérios. Terra de homens
brutos, domados, esfalfados, trabalho, trabalho e trabalho; e filhos.
(Beatriz Bracher. Anatomia do Paraíso. Editora 34. Adaptado)

Quanto à bisavó, era ela


quem contava a Félix a trajetória das joias da família, que depois foram substituídas por meros
objetos de vidro; mas,
- com a venda das joias, o jegue e a primeira leva de mercadorias propiciaram a permanência da
família no Brasil.

Atendendo à concordância nominal estabelecida pela norma-padrão, as lacunas da frase devem


ser preenchidas, respectivamente, por:
A) mesma ... feitos ... comprados
B) mesma ... feito ... compradas
C) mesmo ... feito ... comprado
D) mesmo ... feitos ... comprados
E) mesmo ... feitos ... compradas

QUESTÃO 25: VUNESP - PROC (PREF. POÁ)/PREF POÁ/2019


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Leia os quadrinhos em que aparecem o garoto Calvin e o tigre Haroldo.

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(Bill Watterson. O melhor de Calvin. O Estado de S. Paulo, 17.03.2019)

Analise as alternativas elaboradas com base nos quadrinhos e assinale a correta quanto à concor-
dância verbal padrão.
A) Nas páginas do jornal que Calvin e Haroldo folheiam, existe informações sobre filmes de dife-
rentes gêneros.
B) De acordo com Haroldo, nos filmes de temática adulta, aborda-se questões como trabalhar, pa-
gar contas, assumir responsabilidades.
C) Para Calvin, deve haver boas razões para um filme ser classificado na categoria de temática
adulta.
D) Na opinião de Haroldo, parecem que esses filmes, apesar do conteúdo, conseguem gerar mui-
tos lucros aos produtores.
E) Quem é menor de 18 anos, segundo Calvin, não deveriam assistir a esse tipo de filme.

QUESTÃO 26: VUNESP - ATI (PREF VALINHOS)/PREF VALINHOS/SAI/2019


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Assinale a alternativa redigida de acordo com a norma-padrão de concordância.

A) Entretanto, registram-se divergências sobre o recorte exato das idades dos millennials.
B) Os especialistas concordam que se tratam de pessoas exigentes e autênticas.
C) Nesse grupo, os que trabalham ou estudam é maioria, além de estar engajado em causas so-
ciais.
D) Evidenciam-se que pesquisas sobre a Geração Y a considera importante para definir perfis de
consumo.
E) É bastante variável, de acordo com o grupo social, os objetos de desejo desses indivíduos.

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QUESTÃO 27: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/I/2018
Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Leia a tira para responder à questão.

(Bill Watterson. O mundo é mágico: as aventuras de Calvin e Haroldo. São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2010. Adaptado)

Assinale a alternativa cuja redação, escrita a partir do texto da tira, está correta quanto à concor-
dância, conforme a norma-padrão da língua.
A) Disseminados indiscriminadamente em programas de TV, valores culturais distorcidos são incor-
porados durante nossa formação.
B) Assistido por um grande número de espectadores, alguns programas de TV são inclusive forma-
dores de opinião.
C) Não raro, algumas músicas tem letras contaminadas por um forte apelo à violência, além de
pregarem o consumismo.
D) Os valores e a arte são cada vez menos frequente nos filmes, dada a necessidade de estarem
alinhados à cultura de massa.
E) A realidade e a ficção acaba se misturando, sendo por vezes difícil entender qual dos dois in-
fluencia ou sofre influência.

QUESTÃO 28: VUNESP - PEB I (PREF GARÇA)/PREF GARÇA/2018


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Leia o trecho da entrevista da professora Magda Soares à Pesquisa Fapesp para responder à
questão.

O sociólogo Pierre Bourdieu foi meu grande guru. Ele mostrou como a linguagem é usada como
instrumento de poder na sociedade. Portanto, é importante dar às pessoas esse instrumento. As
camadas populares têm que lutar muito contra a discriminação e a injustiça, e a linguagem é um
instrumento fundamental. Alfabetização e letramento têm esse objetivo: dar às pessoas o domínio
da língua como instrumento de inserção na sociedade e de luta por direitos fundamentais. Em rela-
ção à língua escrita, a criança tem que aprender duas coisas. Uma é o sistema de representação,
que é o sistema alfabético. Esse é um processo que trabalha determinadas operações cognitivas
e tem que levar em conta as características do sistema alfabético, é saber decodificar o que está
escrito, ou codificar o que deseja escrever. Mas isso deve ser feito em contexto de letramento, com
textos reais, não com o clássico exemplo “Eva viu a uva”. Que Eva? Que uva? Tradicionalmente a
alfabetização se resumia a codificar e decodificar, porque o foco era a criança aprender apenas o
código. Mas a questão é que a criança precisa aprender o código sabendo para o que ele serve.
A escrita é uma tecnologia como outras. É importante aprender a escrever, conhecer a relação
fonema-letra, saber que se escreve de cima para baixo, da esquerda para a direita, aprender as

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convenções da escrita. Mas essa tecnologia, como toda tecnologia, só tem sentido para ser usada:
para saber interpretar textos, fazer inferências, ler diferentes gêneros, o que significa outra coisa e
exige outras habilidades e competências. Aprender o sistema de escrita é alfabetização. Aprender
os usos sociais do sistema de escrita é letramento.
(http://revistapesquisa.fapesp.br. Adaptado)

Assinale a alternativa correta quanto à concordância, de acordo com a norma-padrão.


A) Quando se fala em língua escrita, é preciso lembrar que existe duas coisas que a criança tem
de aprender.
B) É desejável práticas de ensino que se fundamente no contexto de letramento, com textos reais.
C) A codificação e a decodificação eram práticas comuns na alfabetização tradicional, que tinha o
código como foco.
D) Quando se oferece tecnologias para as crianças, é preciso entender que elas só fazem sentido
para ser usada.
E) O domínio da língua como instrumento de inserção na sociedade são objetivo da alfabetização
e do letramento.

QUESTÃO 29: VUNESP - CI (CM INDAIATUBA)/CM INDAIATUBA/2018


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Leia o texto, para responder à questão.

Há 28 anos um grupo de pessoas se reúne semanalmente na sede da ONG (organização não go-
vernamental) Anjos da Noite, em um sobrado no bairro de Artur Alvim, na Zona Leste de São Paulo.
Os voluntários dedicam-se a aplacar as carências dos moradores de rua. Além de entregar cober-
tores e roupas, o grupo tem como principal incumbência a distribuição de refeições. Aos sábados,
os colaboradores se organizam para preparar 200 quilos de comida. A distribuição de 800 marmitas
tem início ao cair da noite. Anteriormente, os voluntários rodavam quatro horas pelas ruas da re-
gião central até entregar a última quentinha. Hoje, o trabalho é feito em menos de uma hora. Basta
estacionar o carro, e um grupo de pessoas carentes faz fila para ganhar o alimento.
A experiência dos Anjos da Noite confirma a percepção que tem qualquer cidadão dos maiores cen-
tros urbanos brasileiros: o número de pessoas que vivem nas ruas elevou-se, e muito, nos últimos
anos. As estatísticas são esporádicas e, por isso, não é fácil saber com exatidão a proporção desse
crescimento.
(Giovanni Magliano. A rua como único refúgio. Veja, 6.12.2017. Adaptado)

A frase redigida segundo os princípios da norma-padrão de concordância é:


A) Confirma-se, com a experiência dessa ONG, o que quaisquer cidadãos das grandes cidades já
constataram.
B) Fazem 28 anos que já acontece toda semana reuniões de um grupo de pessoas da ONG Anjos
da Noite.
C) Aplacar as carências dos moradores de rua põem-se como incumbência importante dos volun-
tários.
D) Para os voluntários, não se tratam de ações de caridade, mas de exercício responsável de
ações cidadãs.
E) Forma-se filas do pessoal carente querendo receber alimentos que os voluntários lhe fornece.

96
QUESTÃO 30: VUNESP - CI (PAULIPREV)/PAULIPREV/2018
Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Leia o texto para responder à questão.

Psiquiatras em pé de guerra

Os psiquiatras americanos estão em pé de guerra, e o motivo é Donald Trump, mais especificamen-


te seu estado mental.
Já durante a campanha eleitoral, alguns profissionais de saúde mental diziam que Trump não ba-
tia bem. Depois da posse e dos primeiros “tweets”* presidenciais, essas vozes se multiplicaram e
culminaram, em outubro, na publicação de The Dangerous Case of Donald Trump (O perigoso caso
de Donald Trump), volume organizado pela psiquiatra Bandy Lee, no qual profissionais de saúde,
advogados e jornalistas tentam mostrar que o presidente não estaria apto a exercer suas funções.
Os textos trazem considerações interessantes e muita informação, mas não dá para ignorar que a
obra é acima de tudo política.
O problema é que a Associação Psiquiátrica Americana (APA) tem, desde 73, uma diretriz, conhe-
cida como regra Goldwater, que autoriza profissionais a dividir com o público seu conhecimento
técnico, mas considera antiético que deem opinião sobre pessoas que não tenham examinado. A
regra foi reforçada em 2017. A ideia é evitar diagnósticos pela TV, bem como tornar mais robusta a
separação entre psiquiatria e política.
Os autores da obra sobre Trump estão cientes da norma. Ela é objeto de longo debate na parte
dois do livro. O que alegam é que, por vezes, a obrigação do médico de alertar a comunidade para
riscos que ela corre prevalece sobre a privacidade. Se o médico desconfia de que seu paciente
psicótico planeja assassinar alguém, precisa alertar a vítima potencial, mesmo que isso implique
violação do sigilo profissional.
A discussão é boa, e ambos os lados têm argumentos. Penso que, em teoria, a necessidade de se
fazer um alerta sobre a saúde mental de pacientes sobrepuja a regra Goldwater. Mas seria preciso
encontrar um modo de reduzir um pouco as investidas políticas dos psiquiatras. Se deixarmos que
a prática médica e a política se misturem, é quase certo que a medicina sairá perdendo.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo, 21.01.2018. Adaptado)

* tweet: mensagem enviada pela rede social Twitter.

Considere o seguinte trecho, escrito a partir do texto:


pela psiquiatra Bandy Lee, a obra traz um longo e instigante debate sobre a suficiência
ou não dos argumentos para ten-
tar impedir que
opiniões sobre o estado de saúde mental de pacientes por profissional de saúde que
não tenha examinado. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas de-
vem ser preenchidas, correta e respectivamente, com:
A) Organizada ... existente ... seja divulgada ... os
B) Organizado ... existentes ... sejam divulgados ... o
C) Organizada ... existentes ... sejam divulgadas ... os
D) Organizado ... existente ... sejam divulgadas ... os
E) Organizada ... existentes ... seja divulgado ... o

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QUESTÃO 31: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/II/ARTES/2018
Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Leia a tira para responder à questão.

(M. Schulz. “Minduim Charles”. http://cultura.estadao.com.br/quadrinhos, 14.11.2017)

O trecho destacado na frase – Com sorte, talvez tenha alguma coisa sobre ele hoje na TV. – está
reescrito conforme a concordância padrão em:
A) se veiculem informações
B) seja dado alguma informação
C) surja informações
D) exista qualquer informações
E) possam haver informações

QUESTÃO 32: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/II/ARTES/2018


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Assinale a alternativa em que a concordância está em conformidade com a norma-padrão da lín-
gua.

A) Ruas esburacadas, pedras pelo chão, vidros quebrados, lixo acumulado, tudo isso deixou meus
amigos decepcionados.
B) O confronto entre os estudantes e os policiais deixaram rastros de destruição pelas ruas de Pa-
ris, o que impressionaram meus amigos.
C) Quando duas horas já tinha se passado, meu amigo voltou para casa e só então soube que os
militares havia assumido o poder.
D) As lojas fechadas e o prédio da UNE em chamas não foram suficiente para dar pistas ao meu
amigo do que tinha acontecido.
E) Meu amigo e João Gilberto se conheceram antes mesmo que as composições deste o tornasse
um dos principais músicos do Brasil.

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QUESTÃO 33: VUNESP - DELEG (PC BA)/PC BA/2018
Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
A concordância está em conformidade com a norma-padrão na seguinte frase:

A) São comuns que a adaptação de livros para o cinema suscitem reações negativas nos fãs do
texto escrito.
B) Cabem aos leitores completar, com a imaginação, as lacunas que fazem parte da estrutura sig-
nificativa do texto literário.
C) Aos esforços envolvidos na leitura soma-se a imaginação, a que a linguagem literária apela
constantemente.
D) Algumas pessoas mantém o hábito de só assistirem à adaptação de uma obra depois de as te-
rem lido, para não ser influenciadas.
E) Há livros que dispõe de uma infinidade de adaptações para o cinema, as quais tende a compor
seu repertório de leituras.

QUESTÃO 34: VUNESP - INV (PC BA)/PC BA/2018


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)

Algoritmos e desigualdade

Virginia Eubanks, professora de ciências políticas de Nova York, é autora de Automating Inequality
(Automatizando a Desigualdade.), um livro que explora a maneira como os computadores estão
mudando a prestação de serviços sociais nos Estados Unidos. Seu foco é o setor de serviços
públicos, e não o sistema de saúde privado, mas a mensagem é a mesma: com as instituições
dependendo cada vez mais de algoritmos preditivos para tomar decisões, resultados peculiares – e
frequentemente injustos – estão sendo produzidos.
Virginia Eubanks afirma que já acreditou na inovação digital. De fato, seu livro tem exemplos de
onde ela está funcionando: em Los Angeles, moradores de rua que se beneficiaram dos algoritmos
para obter acesso rápido a abrigos. Em alguns lugares, como Allegheny, houve casos em que “da-
dos preditivos” detectaram crianças vulneráveis e as afastaram do perigo.
Mas, para cada exemplo positivo, há exemplos aflitivos de fracassos. Pessoas de uma mesma
família de Allegheny foram perseguidas por engano porque um algoritmo as classificou como pro-
pensas a praticar abuso infantil. E em Indiana há histórias lastimáveis de famílias que tiveram
assistência de saúde negada por causa de computadores com defeito. Alguns desses casos
resultaram em mortes.
Alguns especialistas em tecnologia podem alegar que esses são casos extremos, mas um padrão
similar é descrito pela matemática Cathy O’Neill em seu livro Weapons of Math Destruction. “Mode-
los matemáticos mal concebidos agora controlam os mínimos detalhes da economia, da propagan-
da às prisões”, escreve ela.
Existe alguma solução? Cathy O’Neill e Virginia Eubanks sugerem que uma opção seria exigir que
os tecnólogos façam algo parecido com o julgamento de Hipócrates: “em primeiro lugar, fazer o
bem”. Uma segunda ideia – mais custosa – seria forçar as instituições a usar algoritmos para con-
tratar muitos assistentes sociais humanos para complementar as tomadas de decisões digitais.
Uma terceira ideia seria assegurar que as pessoas que estão criando e rodando programas de
computador sejam forçadas a pensar na cultura, em seu sentido mais amplo.

99
Isso pode parecer óbvio, mas até agora os nerds digitais das universidades pouco contato tiveram
com os nerds das ciências sociais – e vice-versa. A computação há muito é percebida como uma
zona livre de cultura e isso precisa mudar.
(Gillian Tett. www.valor.com.br. 23.02.2018. Adaptado)

Em “[…] há exemplos aflitivos de fracassos.”, a forma verbal destacada pode ser substituída, res-
peitando-se a concordância da norma-padrão, por:
A) registram-se
B) tomam-se nota de
C) soma-se
D) é observado
E) surge

QUESTÃO 35: VUNESP - ANA LEG (CMSJC)/CM SJC/CONTADOR/2018


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)

Assinale a alternativa em que a concordância está de acordo com princípios da norma-padrão.


A) A pessoa se vê obrigado a reagir a agressões inexplicáveis, que são muito comum nas redes
sociais.
B) Em nossa sociedade, adotam-se certos valores, pouco ou nada morais, com atitudes que nos
chocam.
C) Ainda se vende produtos contrabandeados a muitas pessoas incauta que o compra sem nota
fiscal.
D) Diz-se que se tratam de empresas que disfarçam seus interesses próprio por trás da beneme-
rência.
E) Cada um dos que se acha abandonado, como ela mesmo está, terá o amparo de que necessi-
tam.
CRASE

QUESTÃO 1: VUNESP - ANATC MPE SP/MPE SP/ADMINISTRADOR/2019


Assunto: Crase

Leia o texto para responder à questão.


É muito comum o brasileiro sofrer com o acento grave, sinal que serve para indicar crase, ou seja,
a fusão de “a + a”. Ele é apenas um sinalzinho com inclinação à esquerda, tem seus encantos,
porém deixa muita gente boa em situação delicada.
Quando alguém me pergunta como faz para aprender a “crasear”, digo para começar pelo avesso:
primeiro aprenda a não colocar o acento em lugar proibido. Há certas construções em que ele não
cabe, pois falta metade: um dos “a + a” não comparece. Por exemplo, o artigo definido feminino “a”
não pode ser usado em determinadas situações, o que, por exclusão, nos leva ao raciocínio de que
o “a” da construção é apenas a preposição “a”.
(Dica do professor João Bolognesi, texto editado por Talita Abrantes. Em: https://exame.abril.com.
br)
Considere o trecho final do texto:
Por exemplo, o artigo definido feminino “a” não pode ser usado em determinadas situações, o que,

100
por exclusão, nos leva ao raciocínio de que o “a” da construção é apenas a preposição “a”.
Assinale a alternativa em que a primeira frase confirma e a segunda frase nega o contido na pas-
sagem final do texto.
A) Quando cheguei à repartição, percebi que ali foram feitas algumas mudanças. / A nova funcio-
nária foi encaminhada à direção do setor.
B) Durante a reunião do departamento, lemos, com atenção, a ata da anterior. / Emprestei o livro
importado a quem não deveria.
C) Oferecemos a todos os participantes do evento um exemplar do livro. / Na reunião, eles se re-
feriram a essa nova lei.
D) Analisando a documentação, conclui-se que está tudo em ordem. / Pedimos atenção à nova
legislação do condomínio.
E) Encontrei o autor a cujo livro nos referimos na última bienal. / A foto do acidente à qual tive aces-
so me deixou chocada.

QUESTÃO 2: VUNESP - CONTJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Crase

Leia o texto para responder à questão.


No que respeita democracia, a liberdade de expressão é direito
fundamental diretamente correlato garantia de voz aos cidadãos na manifestação de
suas várias correntes políticas e ideológicas. É certo que proteção da liberdade de expressão
não é suficiente para assegurar a participação popular no debate político, pois os direitos fun-
damentais efetivam-se de modo interdependente: eficácia de um direito funda-
mental depende da eficácia dos demais. Porém, não restam dúvidas de que, para que tal liberdade
se concretize, é imprescindível que aqueles que desejem manifestar-se na esfera pública tenham
como fazê-lo e não sejam reprimidos por isso.
(https://www12.senado.leg.br. Adaptado)
De acordo com a norma-padrão, as lacunas dos enunciados devem ser preenchidas, respectiva-
mente, com:
A) à ... à ... a ... a
B) à ... a ... a ... à
C) a ... a ... à ... a
D) à ... à ... à ... à
E) a ... a ... à ... à

QUESTÃO 3: VUNESP - ADM (UFABC)/UFABC/2019


Assunto: Crase

Assinale a alternativa cujo enunciado se apresenta de acordo com a norma-padrão de pontuação


e emprego do sinal de crase
A) A cidade de São Bonifácio, incrustada nas encostas da Serra Geral de Santa Catarina, à 70
quilômetros de Florianópolis é um lugar de muitas curiosidades.
B) A imigração alemã que dá origem à São Bonifácio vincula-se as grandes migrações, do início do
século XIX.
C) A origem do município de São Bonifácio, está ligada à criação da Colônia Teresópolis, unificada
com à Colônia Santa Isabel.
101
D) A emigração de trabalhadores, tanto urbanos quanto rurais respondia à uma estratégia de Esta-
do para diminuir às formas de pressão internas.
E) O professor pediu a Egon, seu filho, que limpasse os sapatos do governador, sujos de barro
devido ao acesso difícil à nossa localidade na época.

QUESTÃO 4: VUNESP - MJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Crase

Leia o texto.
Graças leitura de “A vida invisível de Eurídice Gusmão”, romance de Martha Batalha, referente
angústias de duas irmãs na década de 1940, um homem de 42 anos, preso em São Paulo,
decidiu reatar com a filha. O livro chegou essa pessoa por meio do Programa Clubes de Lei-
tura e Remição de Pena.
(Mariana Vick. Folha de S.Paulo, 26.06.2018. Adaptado)

De acordo com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, por:
A) a ... as ... a
B) a ... às ... à
C) à ... às ... a
D) à ... as ... à
E) à ... às ... à

QUESTÃO 5: VUNESP - AUL (CM SERTÃOZINHO)/CM SERTÃOZINHO/INFORMÁTI-


CA/2019
Assunto: Crase

A regência verbal e o emprego do sinal indicativo de crase estão em conformidade com a norma-
-padrão dalíngua em:
A) É preciso dar atenção à ela.
B) Ele criticou à certas convenções.
C) O médico tentou dissuadi-lo à trabalhar.
D) Lá deu vida àquelas obras literárias.
E) Karl defendia à uma revolução.

QUESTÃO 6: VUNESP - ASS INF (CM TATUÍ)/CM TATUÍ/2019
Assunto: Crase

O sinal indicativo de crase está empregado em conformidade com a norma-padrão em:


A) “Correlação não é causa” é um mantra que já foi ensinado à uma série de estudantes.
B) Há quem observe o canto do galo e o nascer do sol à partir de uma relação de causalidade.
C) O livro de Pearl e Mackenzie diz respeito à técnicas que permitem resolver questões de causa-
lidade.
D) Será que o surgimento desta onda de calor pode ser atribuído à influência do aquecimento glo-
bal?
E) Talvez o livro seja útil à quem busca resposta para questões relativas ao tratamento de certas
doenças.
102
QUESTÃO 7: VUNESP - AG (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/ADMINISTRAÇÃO PÚBLI-
CA/2019
Assunto: Crase
Leia o texto para responder a questão.

O Marajá

A família toda ria de dona Morgadinha e dizia que ela estava sempre esperando a visita de alguém
ilustre. Dona Morgadinha não podia ver uma coisa fora do lugar, uma ponta de poeira em seus mó-
veis ou uma mancha em seus vidros e cristais. Gemia baixinho quando alguém esquecia um sapato
no corredor, uma toalha no quarto ou – ai, ai, ai – uma almofada fora do sofá da sala. Baixinha,
resoluta, percorria a casa com uma flanela na mão, o olho vivo contra qualquer incursão do pó, da
cinza, do inimigo nos seus domínios.
Dona Morgadinha era uma alma simples. Não lia jornal, não lia nada. Achava que jornal sujava os
dedos e livro juntava mofo e bichos. O marido de dona Morgadinha, que ela amava com devoção
apesar do seu hábito de limpar a orelha com uma tampa de caneta Bic, estabelecera um limite para
sua compulsão por limpeza. Ela não podia entrar em sua biblioteca. Sua jurisdição acabava na
porta. Ali dentro só ele podia limpar, e nunca limpava. E, nas raras vezes em que dona Morgadinha
chegava à porta do escritório proibido para falar com o marido, esse fazia questão de desafiá-la.
Botava os pés em cima dos móveis. Atirava os sapatos longe. Uma vez chegara a tirar uma meia
e jogar em cima da lâmpada só para ver a cara da mulher. Sacudia a ponta do charuto sobre um
cinzeiro cheio e errava deliberadamente o alvo. Dona Morgadinha então fechava os olhos e, inca-
paz de se controlar, lustrava com a sua flanela o trinco da porta.
(Luis Fernando Veríssimo. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o acento indicativo da crase está empregado em conformidade com
a norma-padrão da língua portuguesa.
A) À visita de alguém ilustre parecia ser sempre aguardada por Dona Morgadinha.
B) À qualquer sinal de mancha nos vidros e cristais, punha-se a reclamar baixinho.
C) À vista do menor sinal de poeira, a mulher percorria a casa com uma flanela na mão.
D) À busca constante por limpeza e organização era o objetivo diário de dona de casa.
E) À devoção de Dona Morgadinha pelo marido esbarrava nos maus hábitos do homem.

QUESTÃO 8: VUNESP - ASS SOC (TRANSERP)/TRANSERP/2019


Assunto: Crase

Sedentários bem alimentados

Pela primeira vez na história de nossa espécie, foi-nos oferecida a possibilidade de comer à larga
em todas as refeições e de ganhar a vida sentados o dia inteiro. Obesidade e sedentarismo se
tornaram as principais epidemias nos países de renda média e alta, nos quais a praga mortífera do
tabagismo começa a ser a duras penas controlada.
Na esteira dessas duas pandemias, caminham a passos apressados hipertensão arterial, diversos
tipos de câncer, diabetes, doenças cardiovasculares, problemas ortopédicos, articulares, renais e
outras complicações que sobrecarregam o sistema de saúde, encarecem o atendimento e fazem

103
sofrer milhões de pessoas. Nas capitais, 19% dos brasileiros adultos estão obesos e outros 35%
têm sobrepeso, ou seja, menos da metade da população cai na faixa do peso considerado saudá-
vel.
Na contramão de outros ramos da economia, a incorporação de tecnologia na área médica aumen-
ta o custo do produto final. A assistência a uma população que envelhece mal como a brasileira
exigirá recursos de que não dispomos no SUS nem na saúde suplementar.
Esperar as pessoas adoecerem para tratá-las em hospitais e unidades de pronto atendimento é
política suicida. Não há saída: ou investimos na prevenção ou, cada vez mais, só os privilegiados
terão acesso à medicina moderna.
Nos anos 1960, cerca de 60% dos nossos adultos fumavam, hoje não passam de 10%. Se con-
seguimos resultado tão impressionante com a dependência química mais feroz que a medicina
conhece, não é impossível convencer mulheres, crianças e homens a comer um pouco menos e a
andar míseros 40 minutos num dia de 24 horas.
(Drauzio Varella. Folha de S. Paulo, 11.11.2018. www.folha.uol.com.br. Adaptado)

Assinale a alternativa em que um trecho do texto está corretamente reescrito, no que respeita ao
emprego do sinal indicativo de crase.
A)... foi oferecida à nós a possibilidade de comer...
B)... causam sofrimento à milhões de pessoas.
C)... menos da metade da população ajusta-se à faixa do peso considerado saudável.
D) Em oposição à outros ramos da economia...
E)... hoje não são superiores à 10%.

QUESTÃO 9: VUNESP - PEB I (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/PEB I/2019


Assunto: Crase

Paulo Freire dizia que ninguém ensina nada ninguém, mas as


pessoas também não aprendem sozinhas. “Os homens se educam entre si mediados pelo mundo”,
escreveu. Isso implica um princípio fundamental para o autor: o de que o aluno, alfabetizado ou
não, chega escola levando uma cultura que não é melhor nem pior do que do profes-
sor. Em sala de aula, os dois lados aprenderão juntos, um com o outro – e para isso é necessário
que as relações sejam afetivas e democráticas, garantindo todos a possibilida-
de de se expressar.
(https://novaescola.org.br. Adaptado)

De acordo com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente,


com:
A) à … à … à … à
B) a … à … a … a
C) a … a … a … a
D) à … à … a … a
E) a … a … à … à

104
QUESTÃO 10: VUNESP - PEBII (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/PEB II/EDUCAÇÃO
ESPECIAL/2019
Assunto: Crase

Leia o texto para responder a questão.

Preparar as crianças contra as fake news

A propagação de notícias falsas já mostrou seu poder de influenciar eleições e dividir sociedades,
potencializando preconceitos e ódios. Que efeito terá em crianças e jovens que não receberam
uma formação para a leitura de notícias?
Sem entender o que se passa ao redor, as crianças não se sentem parte da sociedade. Elas ou-
vem, principalmente pela televisão, e leem na internet o que está circulando no momento. Perce-
bem quando algo de grave ocorre, até porque podem viver em casa o problema estampado nas
manchetes dos jornais, como o desemprego dos pais.
Já ouviram falar de fake news, mas não sabem em quem confiar nem como identificar a credibilida-
de de uma informação, além de que diferenciar informação de opinião é difícil para elas.
Como muitos adultos também se mostram incapazes de detectar uma notícia falsa, as crianças
acabam muitas vezes sem orientação, ficam à margem do debate.
Encontra-se aí um grave problema: se elas não tiverem formação para ler notícias e não exercita-
rem o senso crítico para se protegerem de informações mentirosas, iremos perder uma geração
inteira que poderia (e deveria) promover as mudanças que tanto queremos.
As crianças são curiosas por natureza e querem se informar. Além disso, têm o direito de acesso
às mídias e de participação no debate público assegurado pela Convenção Internacional sobre
os Direitos da Criança.
A experiência mostra que, tendo acesso a notícias adequadas aos seus repertórios e contextuali-
zadas, sentem-se parte da sociedade e tornam-se mais autônomas.
Em várias ocasiões, impressionei-me com o protagonismo dos leitores mirins. Crianças de uma
região carente do interior de São Paulo, que leram os textos sobre a crise dos refugiados sírios,
organizaram um brechó com suas próprias roupas e entregaram o dinheiro a algumas famílias de
refugiados que estão no Brasil.
Outras, tendo lido sobre o problema da obesidade infantil no Brasil, mobilizaram-se para orga-
nizar uma olimpíada. Algumas explicaram a seus pais o que significa impeachment.

O problema das fake news é mais grave do que se imagina. Caso não seja combatido desde a
base, teremos crianças e jovens deixando de ler ou descrentes até de veículos com credibilidade.
Isso os deixará paralisados, sem saber como agir e vulneráveis a toda espécie de manipulação.
Jovens e crianças bem informados entendem o que se passa ao redor, formam as próprias opiniões
e se tornam cidadãos críticos e ativos.
Não há maneira de controlar o que nossos filhos leem ou veem, mas podemos incluí-los no debate,
compartilhar e discutir notícias com eles, ensinando-os a buscar fontes confiáveis e a exercitar
o senso crítico.
Se perdermos essa geração para as fake news, que líderes teremos e o que eles farão pelo Brasil
daqui a 20 anos?
(Stéphanie Habrich, diretora executiva do jornal “Joca”, voltado para jovens e crianças. Folha de S.Paulo, 19.02.2018.

105
Adaptado)

Sem entender o que ocorre no mundo, crianças e jovens são levados uma atitude de passivida-
de, pois, sem as ferramentas para analisar os fatos criteriosamente, não chegarão ser cidadãos
ativos. Não podemos perder essa nova geração, qual atribuímos o futuro do país.

Em conformidade com as regras de emprego do sinal indicativo de crase, as lacunas do texto de-
vem ser preenchidas, respectivamente, por:
A) à … a … à
B) à … à … à
C) à … à … a
D) a … a … à
E) a … à … a

QUESTÃO 11: VUNESP - PAEPE (UNICAMP)/UNICAMP/PROFISSIONAL DA TECNO-


LOGIA, INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO/2019
Assunto: Crase
Eles venceram

Em A vingança dos nerds, comédia de 1984, um grupo de jovens feiosos e um tanto estranhos,
vítimas da agressividade e do bullying de colegas fortões e quase idiotas, decide ir para a revan-
che com um festival de estripulias bem-sucedidas. Ao som de We Are the Champions, clássico
do Queen, eles celebraram a vitória. O filme foi premonitório. Os nerds não deixaram pedra sobre
pedra. Fizeram suas apostas e quebraram a banca. Na lista das pessoas mais ricas do mundo,
encontram-se três deles nas cinco primeiras posições, todos pais e filhos da revolução digital:
Jeff Bezos, da Amazon, na primeiríssima colocação; Bill Gates, da Microsoft, no segundo lugar; e
Mark Zuckerberg, do Facebook, no quinto posto. Para efeito de comparação, em 1982, tempo em
que os nerds ainda eram ridicularizados, a figura mais rica do mundo era o dono de um estaleiro
naval (Daniel K. Ludwig) que fizera fortuna vendendo embarcações para a indústria de petróleo.
Um olhar para os dois momentos, o de três décadas atrás e o de agora, comprova como a econo-
mia mudou, e hoje isso soa óbvio. Menos óbvia é a constatação de que a cultura nerd venceu, e
por ter vencido virou padrão. “Seja legal com os nerds, provavelmente você vai acabar trabalhando
para um deles” vaticinou Gates, não muito depois de 1977, quando ele foi detido por dirigir sem
documentos. A Microsoft acabara de nascer e, por trás daqueles óculos genuinamente nerds, na
foto da detenção, brotavam um novo mundo e novas concepções do que é ser bacana. A aparente
fragilidade de Gates era só aparência mesmo – e o leve sorriso irônico anunciava um salto desti-
nado a dar um contr+alt+del nada metafórico em quem ainda achava possível andar ao modo da
velha indústria.
A atual hegemonia nerd é a prova, também, de que todo estereótipo é tolo. Costuma-se classificar
como nerds as pessoas muito inteligentes, em geral tímidas que cismam com um tema e dele
não saem. Somos todos nerds – ou queremos ser, porque a força está com eles, ao menos a força
econômica, e o que andava à margem, em quartos fechados e garagens, hoje virou padrão.
(Fábio Altman. Veja, 26.09.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa que reescreve a passagem – ... pessoas muito inteligentes, em geral tímidas
que cismam com um tema e dele não saem. –, de acordo com a norma-padrão de regência e em-
106
prego do sinal indicativo de crase.
A) ... pessoas muito inteligentes, em geral tímidas que implicam num tema, agarram-se à ele, ne-
gam-se em deixar-lhe.
B) ... pessoas muito inteligentes, em geral tímidas que se apegam em um tema, devotam-se aquele
tema, não se dignam à evitá-lo.
C) ... pessoas muito inteligentes, em geral tímidas que se aferram à certo tema, perseveram nele,
hesitam a apartar-se dele.
D) ... pessoas muito inteligentes, em geral tímidas que se dedicam à determinado tema, vinculam-
-se nele, não se permitem renunciar a ele.
E) ... pessoas muito inteligentes, em geral tímidas que insistem em um tema, aferram-se àquele
tema, recusam- se a abandoná-lo.

QUESTÃO 12: VUNESP - IFR (PREF GRU)/PREF GRU/2019


Assunto: Crase
Leia o texto e responda a questão.

Roma

O filme Roma está constantemente entre dois caminhos. É pessoal e grandioso, popular e intelec-
tual, tecnológico – rodado em 65 mm digital – e clássico – feito em preto e branco com a mesma
ousadia dos movimentos cinematográficos das décadas de 1950 e 1960. O título, uma referência a
Colonia Roma, bairro da Cidade do México, também remete a Roma, Cidade Aberta, filme-símbolo
do neorrealismo italiano assinado por Roberto Rossellini.
Ao revisitar a própria memória, o cineasta Alfonso Cuarón escolhe olhar para Cleo, a empregada,
de origem indígena, de uma família branca de classe média. Resgata, assim, não apenas os seus
anos de formação, mas todas as particularidades do passado do país. O México no início dos anos
1970 fervilhava entre revoluções sociais e a influência da cultura estrangeira. Cleo, porém, se man-
tinha ingênua, centrada nas suas obrigações: lavar o pátio, buscar as crianças na escola, lavar a
roupa, colocar os pequenos para dormir.
Até que tudo se transforma. A família perfeita desmorona, com o pai que sai de casa, a mãe que
não se conforma com o fim do casamento e os filhos jogados de um lado para o outro na confusão
dos adultos. Enquanto isso, Cleo se apaixona, engravida, é enganada e deixada à própria sorte.
Duas mulheres de diferentes origens compartilham a dor do abandono. Juntas, reencontram a re-
siliência que segura o mundo frente às paixões autocentradas.
O cineasta, que além da direção e do roteiro assina a fotografia e a montagem (ao lado de Adam
Gough), retrata sua história, entrelaçada com a de seu país, como se na vida adulta reencontrasse
o olhar da infância, cujo fascínio por cada descoberta aumenta o tamanho e a importância de tudo.
O que Cuarón faz em Roma é raro. São camadas e camadas sobrepostas para reproduzir a com-
plexidade do seu imaginário afetivo e das relações sociais de um país. Entre muitas inspirações,
referências e técnicas, sua assinatura está na sinceridade com que olha para si mesmo e para os
seus personagens, encontrando beleza e verdade no que muitos menosprezam. Esse é um filme
simples e complicado, como a própria vida.
(Natália Bridi. Omelete. 11.01.2019. www.omelete.com.br. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o sinal indicativo de crase está empregado em conformidade com a

107
norma-padrão da língua.
A) Segundo Cuarón, o cinema deve voltar seu olhar à todos aqueles para quem ninguém olha.
B) Roma chegou à receber o Oscar de melhor filme estrangeiro, o que gerou certa polêmica.
C) Em 2019, o Oscar de melhor direção foi concedido à Alfonso Cuarón, por Roma.
D) O cineasta mostrou-se grato por terem dado valor à um filme centrado em uma mulher indígena.
E) Cuarón agradeceu às atrizes Yalitza Aparicio e Marina de Tavira, dizendo que elas “são o filme”.

QUESTÃO 13: VUNESP - DIR ESC (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019


Assunto: Crase
Leia o poema de Mia Couto

A primeira vez da idade


A vez que tive mais idade foi aos cinco anos. Meu pai, com solenidade que eu desconhecia, perante
seus superiores hierárquicos, apontou e disse:
– Este é meu filho! E deu-me a mão coroando-me rei.

(Poemas escolhidos. Cia das Letras, 2016)

Ao chegar idade de 5 anos, o poeta viveu experiência marcante, quando seu pai deu a mão
ele e o apresentou pessoas quais o pai dedicava respeito.
As lacunas dessa frase devem ser preenchidas, respectivamente e em conformidade com a nor-
ma-padrão, por:
A) a ... a ... à ... as
B) a ... à ... a ... às
C) à ... a ... à ... às
D) à ... à ... a ... as
E) à ... a ... a ... às

QUESTÃO 14: VUNESP - PEBI (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/INFANTIL/2019


Assunto: Crase

Creio que muito de nossa insistência, enquanto professoras e professores, em que os estudantes
“leiam”, num semestre, um sem-número de capítulos de livros, reside na compreensão errônea que
às vezes temos do ato de ler. Em minha andarilhagem pelo mundo, não foram poucas as vezes
em que jovens estudantes me falaram de sua luta às voltas com extensas bibliografias a serem
muito mais “devoradas” do que realmente lidas ou estudadas. Verdadeiras “lições de leitura” no
sentido mais tradicional desta expressão, a que se achavam submetidos em nome de sua forma-
ção científica e de que deviam prestar contas através do famoso controle de leitura. Em algumas
vezes cheguei mesmo a ler, em relações bibliográficas, indicações em torno de que páginas deste
ou daquele capítulo de tal ou qual livro deveriam ser lidas: “Da página 15 à 37”.
A insistência na quantidade de leituras sem o devido adentramento nos textos a serem compreen-
didos, e não mecanicamente memorizados, revela uma visão mágica da palavra escrita. Visão
que urge ser superada. A mesma, ainda que encarnada desde outro ângulo, que se encontra, por
exemplo, em quem escreve, quando identifica a possível qualidade de seu trabalho, ou não, com
a quantidade de páginas escritas. No entanto, um dos documentos filosóficos mais importantes de
que dispomos, As teses sobre Feuerbach, de Marx, tem apenas duas páginas e meia...
Parece importante, contudo, para evitar uma compreensão errônea do que estou afirmando, subli-

108
nhar que a minha crítica à magicização da palavra não significa, de maneira alguma, uma posição
pouco responsável de minha parte com relação à necessidade que temos, educadores e educan-
dos, de ler, sempre e seriamente, os clássicos neste ou naquele campo do saber, de nos aden-
trarmos nos textos, de criar uma disciplina intelectual, sem a qual inviabilizamos a nossa prática
enquanto professores e estudantes.
(Paulo Freire. A importância do ato de ler)

Considere as passagens reescritas do texto:


* Em minha andarilhagem pelo mundo, jovens estudantes me falaram de sua luta às voltas com ex-
tensas bibliografias. Verdadeiras “lições de leitura” no sentido mais tradicional desta expressão,
quais se achavam submetidos em nome de sua formação científica.
* Em algumas vezes cheguei mesmo leitura, em relações bibliográficas, de indicações em torno
de que páginas deste ou daquele capítulo de tal ou qual livro deveriam ser lidas.
* Parece importante, contudo, para não chegar uma compreensão errônea do que estou
afirmando.
De acordo com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente,
com:
A) a ... à ... à
B) as ... a ... à
C) à ... a ... a
D) as ... à ... à
E) às ... à ... a

QUESTÃO 15: VUNESP - PROF EF (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/2019


Assunto: Crase
Leia a tira para responder à questão.

(Frank & Ernest. Bob Thaves. O Estado de S. Paulo, 12.11.2018. Adaptado)

Com base no emprego do sinal indicativo de crase, assinale a alternativa que completa correta-
mente a frase a seguir:

Você fica imune...


A) à levar choques.
B) à qualquer situação grave.
C) à reportagens de cunho sensacionalista.
D) à uma ampla difusão de más notícias.
E) à atual programação jornalística.

109
QUESTÃO 16: VUNESP - PROC (PREF. POÁ)/PREF POÁ/2019
Assunto: Crase

Ameaças globais

A mudança climática continua sendo percebida como a maior ameaça global, diz o Pew Research
Center. Realizado no ano passado com mais de 27 mil pessoas em 26 países, o estudo indicou um
fortalecimento dessa percepção.
Em 2013, 56% viam o aquecimento global como uma grande ameaça. Em 2017, eram 63%. No
ano passado, o porcentual foi de 67%. No Brasil, 72% apontaram a mudança climática como uma
relevante ameaça global.
Confirma-se, assim, que o mundo está cada vez mais preocupado com a sustentabilidade do pla-
neta, o que tem muitas consequências sociais, políticas e econômicas. Por exemplo, os governos
que se mostrarem alheios ou contrários a essa preocupação estarão contrariando os sentimentos
de sua própria população, além de se colocarem na contramão da história. Outro inegável efeito
é que, com populações cada vez mais atentas a questões ambientais, ampliar o acesso a novos
mercados exige o compromisso de melhorar as práticas ambientais. Ser indiferente ao meio am-
biente é um meio de um país se isolar na esfera internacional.
Além do aquecimento global, o terrorismo foi outra grande preocupação constatada na pesquisa.
Em oito países, entre eles, Rússia, França, Indonésia e Nigéria, o Estado Islâmico foi visto como o
maior risco global. Também cresceu a preocupação com os ataques cibernéticos.Em quatro países,
incluindo Estados Unidos e Japão, o risco cibernético foi a preocupação internacional mais citada.
No mundo inteiro, cresceu a preocupação com o poder e a influência dos Estados Unidos. Em dez
países, metade ou mais das pessoas entrevistadas afirmou que o poder americano é uma grande
ameaça ao seu país. Foi a maior mudança de sentimento entre as ameaças globais avaliadas. Na
Alemanha, o crescimento foi de 30%; na França, de 29%; no Brasil e no México, de 26%.
O estudo revelou um dado interessante a respeito da percepção sobre o risco envolvendo a situa-
ção da economia global. Embora seja citado em muitos lugares como uma ameaça significativa,
tal perigo não é visto em nenhum país como a principal ameaça. O Pew Research Center destacou
que isso ocorreu mesmo naqueles países em que as economias nacionais tiveram avaliações es-
pecialmente negativas, como a Grécia e o Brasil.
Tem-se, assim, que a avaliação que a população de um país faz sobre as ameaças globais pode
não ser muito objetiva. Às vezes, há perigos que as pessoas não querem ver. Tal fato mostra a im-
portância de os governos atuarem de forma responsável, com base em dados empíricos e estudos
consistentes. Nesta situação, ideologias não são um bom parâmetro para a análise de riscos.
(O Estado de S. Paulo. 17.02.2019. Adaptado)

O sinal indicativo de crase está corretamente empregado na alternativa:


A) No Brasil, o índice de 72% corresponde àqueles indivíduos que consideram as alterações climá-
ticas um sério problema.
B) À propósito das ações terroristas, alguns países se veem particularmente ameaçados.
C) Grécia e Brasil encontram-se entre os países cuja economia interna tende à melhorar, porém a
longo prazo.
D) Os índices de percepção das mudanças climáticas como ameaça ao planeta passaram de 56%
à 67%, entre 2013 e 2018.

110
E) Quanto à diferentes posicionamentos das nações, há países que ressaltam a interferência dos
Estados Unidos no cenário político internacional.

QUESTÃO 17: VUNESP - ATI (PREF VALINHOS)/PREF VALINHOS/SAI/2019


Assunto: Crase

Assinale a alternativa que preenche as lacunas do texto a seguir, de acordo com a norma-padrão
de regência e de crase.
Consultorias fazem fortunas ensinando como manejar digitais protagonizadas pelos
membros da geração Y. O que vem inquietando muitos executivos, agora, é críticas públicas
dos próprios funcionários.
(Veja, 01.05.2019. Adaptado)

A) às empresas … às revoltas … se deparar com as


B) às empresas … as revoltas … deparar com as
C) as empresas … as revoltas … deparar às
D) as empresas … às revoltas … deparar com as
E) às empresas … às revoltas … se deparar às

QUESTÃO 18: VUNESP - ANA GP (IPSM SJC)/IPSM SJC/CONTABILIDADE/2018


Assunto: Crase

Leia o texto para responder à questão a seguir. Ensino com diretriz


Está quase pronto o documento que definirá o padrão nacional para o que crianças e jovens devem
aprender até o 9° ano do ensino fundamental. Trata-se da quarta versão da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC).
Caso aprovada até janeiro, a diretriz deve começar a ser implementada nos próximos dois anos.
A BNCC define conteúdos a serem estudados e competências e habilidades que os alunos devem
demonstrar a cada passo da vida escolar. Soa como obviedade, mas não existe norma válida em
todo o país que estabeleça de modo preciso a progressão do ensino e o que se deve esperar como
resultado.
Note-se ainda que a base curricular não especifica como alcançar seus objetivos – isso será papel
dos currículos a serem elaborados por estados e municípios, que podem fazer acréscimos confor-
me necessidades regionais.
A existência de um padrão pode permitir a correção de desigualdades do aprendizado e avalia-
ções melhores. A partir de um limiar mediano de clareza, inteligência pedagógica e pragmatismo,
qualquer modelo é melhor do que nenhum. Nesse aspecto, a nova versão da BNCC está perto de
merecer nota de aprovação.
O programa ainda se mostra extenso em demasia, não muito diferente do que se viu nas escolas
das últimas décadas, quando raramente foi cumprido. O excesso de assuntos dificulta abordagens
mais aprofundadas e criativas.
A BNCC lembra a Constituição de 1988. Detalhista, arrojada e generosa, mas de difícil aplicação
imediata e integral. É indiscutível, de todo modo, a urgência de pôr em prática esse plano que pode
oferecer educação decente e igualitária às crianças.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 10.12.2017. Adaptado)

111
Leia as frases:
•   Com  a  BNCC,  busca-se  chegar um modo preciso de progressão do ensino.
•   A  BNCC  assemelha-se Constituição de 1988: detalhista, arrojada e generosa.
•   Desigualdades  do  aprendizado  podem  ser  corrigidas partir da existência de um padrão.
•  Estados e municípios se dedicarão elaboração de seus respectivos currículos.

De acordo com a norma-padrão, as lacunas devem ser preenchidas, correta e respectivamente,


com:
A) a ... a ... à ... à
B) à ... à ... a ... a
C) a ... à ... a ... à
D) à ... a ... a ... à
E) a ... à ... à ... a

QUESTÃO 19: VUNESP - DIR (CM 2 CÓRREGOS)/CM 2 CÓRREGOS/CONTÁBIL LE-


GISLATIVO/2018
Assunto: Crase

Destruindo Riqueza

A economia cresce encontrando soluções, em geral tecnológicas, para reduzir ineficiências e, nes-
se processo, libera mão de obra.
Um exemplo esclarecedor é o do emprego agrícola nos EUA. Até 1800, a produção de alimentos
exigia o trabalho de 95% da população do país. Em 1900, a geração de comida para uma população
já bem maior mobilizava 40% da força de trabalho e, hoje, essa proporção mal chega a 3%. Quem
abandonou a roça foi para cidades, integrando a força de trabalho da indústria e dos serviços.
Esse processo pode ser cruel para com indivíduos que ficam sem emprego e não conseguem se
reciclar, mas é dele que a sociedade extrai sua prosperidade. É o velho fazer mais com menos.
A internet, com sua incrível capacidade de conectar pessoas, abriu novos veios de ineficiências a
eliminar. Se você tem um carro e não é chofer de praça nem caixeiro viajante, ele passa a maior
parte do dia parado, o que é uma ineficiência. Se você tem um imóvel vago ou mesmo um dor-
mitório que ninguém usa, está sendo improdutivo. O mesmo vale para outros apetrechos que
você possa ter, mas são subutilizados. Os aplicativos de compartilhamento, ao ligar de forma ins-
tantânea demandantes a ofertantes, permitem à sociedade fazer muito mais com aquilo que já foi
produzido (carros, prédios, tempo disponível etc.), que é outro jeito de dizer que ela fica mais rica.
É claro que isso só dá certo se não forem criadas regulações desnecessárias que embaracem os
acertos voluntários entre as partes. A burocratização da oferta de serviços de aplicativos torna-os
indistinguíveis. Dá para descrever isso como a destruição de riqueza.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 31.10.2017. Adaptado)

Assinale a alternativa em que, no trecho que completa a frase a seguir, o acento indicativo da crase
está empregado corretamente, de acordo com a norma-padrão da língua.

A internet tem se consolidado como uma ferramenta indispensável na sociedade atual, especial-
mente no que diz respeito
A) à algumas atividades mais recentes do mercado de trabalho.
112
B) à quem pretende ingressar em novos campos de trabalho.
C) à novas formas de produção e de geração de riquezas.
D) à capacidade da rede em diminuir distâncias entre pessoas e empresas.
E) à eliminar ineficiências que impedem a produtividade.

QUESTÃO 20: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/I/2018


Assunto: Crase
Leia o texto para responder à questão.

Novo Analfabetismo

O Instituto de Estatísticas da Unesco alerta, em informe recente, que grande parte dos jovens da
América Latina não alcança níveis apropriados de proficiência em leitura. São 19 milhões de ado-
lescentes que concluem o ensino fundamental sem conseguir ler parágrafos simples e deles extrair
informações, num fenômeno que Silvia Montoya, dirigente do instituto, chama de “nova definição
do analfabetismo”.
A preocupação da diretora procede, pois a falta de competência leitora fragiliza a cidadania. Afinal,
quem não consegue ler jornais ou livros depende do que a televisão lhe recomenda como condutas
corretas e não consegue formular seus próprios juízos.
Além disso, em tempos em que o mundo do trabalho extermina postos baseados em tarefas roti-
neiras, que não demandam capacidade de concepção, as chances de sucesso profissional e de
realização pessoal de quem tem letramento insuficiente se tornam muito limitadas.
Aqui, só 30% dos alunos saem do 9o ano com aprendizado adequado em leitura e interpretação,
de acordo com dados do Inep. É menos que a média da América Latina, que tanto chocara Silvia
Montoya.
Ora, num país de elites não leitoras, o fato de tantos jovens não estarem aptos a ler livros talvez
não choque.
Não é mais suficiente ter um nível mínimo de alfabetização. Não ter competência leitora traz obstá-
culos para a vida em sociedade, especialmente no tocante à dificuldade em compreender os pró-
prios direitos e deveres como cidadão, ainda mais num mundo em turbulência como o que vivemos.
(Claudia Costin. Folha de S.Paulo, 27.10.2017. Adaptado)

Assinale a alternativa em que, no trecho reescrito a partir do texto que completa a frase a seguir,
o acento indicativo da crase está empregado corretamente, de acordo com a norma-padrão da
língua.
Uma competência leitora insuficiente acaba criando obstáculos para a vida em sociedade, espe-
cialmente quanto
A) à algumas atividades requeridas por novas formas de trabalho.
B) à ser capaz de praticar a leitura eficiente de livros e de jornais.
C) à compreensão eficiente de responsabilidades e de direitos sociais.
D) à novas exigências praticadas no mercado de trabalho atual.
E) à uma aprendizagem escolar rica e plenamente satisfatória.

113
QUESTÃO 21: VUNESP - PEB I (PREF GARÇA)/PREF GARÇA/2018
Assunto: Crase
Leia o trecho da entrevista da professora Magda Soares à Pesquisa Fapesp para responder à
questão.

O sociólogo Pierre Bourdieu foi meu grande guru. Ele mostrou como a linguagem é usada como
instrumento de poder na sociedade. Portanto, é importante dar às pessoas esse instrumento. As
camadas populares têm que lutar muito contra a discriminação e a injustiça, e a linguagem é um
instrumento fundamental. Alfabetização e letramento têm esse objetivo: dar às pessoas o domínio
da língua como instrumento de inserção na sociedade e de luta por direitos fundamentais. Em rela-
ção à língua escrita, a criança tem que aprender duas coisas. Uma é o sistema de representação,
que é o sistema alfabético. Esse é um processo que trabalha determinadas operações cognitivas
e tem que levar em conta as características do sistema alfabético, é saber decodificar o que está
escrito, ou codificar o que deseja escrever. Mas isso deve ser feito em contexto de letramento, com
textos reais, não com o clássico exemplo “Eva viu a uva”. Que Eva? Que uva? Tradicionalmente a
alfabetização se resumia a codificar e decodificar, porque o foco era a criança aprender apenas o
código. Mas a questão é que a criança precisa aprender o código sabendo para o que ele serve.
A escrita é uma tecnologia como outras. É importante aprender a escrever, conhecer a relação fo-
nema-letra, saber que se escreve de cima para baixo, da esquerda para a direita, aprender as
convenções da escrita. Mas essa tecnologia, como toda tecnologia, só tem sentido para ser usada:
para saber interpretar textos, fazer inferências, ler diferentes gêneros, o que significa outra coisa
e exige outras habilidades e competências. Aprender o sistema de escrita é alfabetização. Aprender
os usos sociais do sistema de escrita é letramento.
(http://revistapesquisa.fapesp.br. Adaptado)

Leia as frases:
• A criança precisa aprender o código sabendo que ele se destina.
• Não basta que a criança obedeça tecnologia da escrita: ela só tem sentido para ser usada.
• Magda Soares refere-se Pierre Bourdieu como seu grande guru.
De acordo com a norma-padrão, as lacunas devem ser preenchidas, respectivamente, com:
A) a ... à ... à
B) à ... a ... à
C) a ... à ... a
D) à ... à ... a
E) a ... a ... à

QUESTÃO 22: VUNESP - CI (CM INDAIATUBA)/CM INDAIATUBA/2018


Assunto: Crase

A alternativa redigida segundo a norma-padrão de regência e de emprego do sinal indicativo de


crase é:
A) Os pilares das democracias são o respeito à lei e a obediência às instituições.
B) Os cidadãos obrigam-se à seguir a princípios moral e legalmente instituídos.
C) Predomina entre as pessoas a suposição que a lei deve ser aplicada à todos os cidadãos.
D) Alguns ainda têm pretensão à posar de herói, opondo-se à padrões estabelecidos.

114
E) Há normas que poucos obedecem, mesmo estando sujeitos à sanções severas.

QUESTÃO 23: VUNESP - ANA LEG (CMSJC)/CM SJC/CONTADOR/2018


Assunto: Crase

Assinale a alternativa redigida segundo a norma-padrão de colocação pronominal e de emprego do


sinal de crase.
A) Se constatou que, no mundo corporativo, em que se aplaudem às companhias de boa prática
ética, os desvios decepcionam à todas as pessoas.
B) Não ignora-se que, em algumas empresas, há práticas que levam às equipes de trabalho a
comportar-se de modo eticamente condenável.
C) Constatou-se que muitos empregados de empresas praticantes de crimes reproduziram às prá-
ticas recrimináveis, tendo tornado-se corruptos.
D) Ainda encontram-se nas empresas funcionários que acham-se bem à vontade para aderir à al-
gumas práticas ilegais.
E) Pode-se dizer que a “licença moral” é o consentimento tácito que permite às pessoas praticantes
de boas ações chegar à prática de delitos.

QUESTÃO 24: VUNESP - DIR (PREF GARÇA)/PREF GARÇA/2018


Assunto: Crase

Para responder à questão, leia os quadrinhos em que aparecem o garoto Calvin e seu amigo, o
tigre Haroldo.

(Bill Watterson. O mundo é mágico. São Paulo: Conrad Editor, 2007)

Assinale a alternativa em que na frase elaborada a partir dos quadrinhos ocorre o emprego correto
do sinal indicativo de crase.
A) Calvin dirige-se à seu amigo Haroldo para comentar como está o dia.
B) Haroldo junta-se a Calvin e ambos se entregam à aventuras de verão.
C) Para o garoto, seria melhor uma brisa fresca à passar um dia sem um ventinho.
D) Ao descrever o dia, Calvin faz alusão à grande quantidade de insetos que circulam pelo ar.
E) Está calor, mas o verão proporciona à oportunidade de muita diversão.
115
QUESTÃO 25: VUNESP - ASR I (ARSESP)/ARSESP/RELAÇÕES INSTITUCIONAIS,
RECURSOS HUMANOS, PROTOCOLO E ADMINISTRATIVO/2018
Assunto: Crase

Assinale a alternativa em que o sinal indicativo de crase está empregado corretamente, conforme
a norma- padrão.
A) Atribui-se à timidez uma certa dificuldade em fazer amizades.
B) Muita gente relaciona timidez à uma certa atitude arrogante.
C) Para os tímidos, pedir aumento assemelha-se à alguma tortura.
D) Vincula-se erroneamente aos tímidos à falta de coragem.
E) Normalmente, não se associa ousadia à pessoas tímidas.

QUESTÃO 26: VUNESP - INV POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Crase
Leia o texto para responder à questão.

Nos EUA, a psicanálise lembra um pouco certas seitas – as ideias do fundador são instituciona-
lizadas e defendidas por discípulos ferrenhos, mas suas instituições parecem não responder às
necessidades atuais da sociedade. Talvez porque o autor das ideias não esteja mais aqui para
atualizá-las.
Freud era um neurologista, e queria encontrar na Biologia as bases do comportamento. Como a
tecnologia de então não lhe permitia avançar, passou a elaborar uma teoria, criando a psicanálise.
Cientista que era, contudo, nunca se apaixonou por suas ideias, revisando sua obra ao longo da
vida. Ele chegou a afirmar: “A Biologia é realmente um campo de possibilidades ilimitadas do qual
podemos esperar as elucidações mais surpreendentes. Portanto, não podemos imaginar que res-
postas ela dará, em poucos decêndios, aos problemas que formulamos. Talvez essas respostas
venham a ser tais que farão o edifício de nossas hipóteses colapsar”. Provavelmente, é sua frase
menos citada. Por razões óbvias.
(Galileu, novembro de 2017. Adaptado)

Embora Freud tenha saído campo para testar suas ideias, seu método não tinha o mesmo
rigor científico atual, em que não basta confirmar h i -
póteses – é preciso tentar negá-las. Se elas resistirem tentativa de refutação, provisoriamente man-
temos nossa crença.
(Galileu, novembro de 2017. Adaptado)

De acordo com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respectiva-
mente, com:
A) à … às … a
B) a … as … a
C) à … as … à
D) a … às … à
E) a … as … à

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QUESTÃO 27: VUNESP - ESC POL (PC SP)/PC SP/2018
Assunto: Crase

As crianças e os adolescentes estão vivendo boa parte de seu tempo no mundo virtual, principal-
mente por meio de seus aparelhos celulares. Em relatório divulgado em dezembro de 2017, o UNI-
CEF usou a expressão “cultura do quarto” para indicar um dos efeitos desse fenômeno. Os mais
novos têm escolhido o isolamento do espaço privado em detrimento do uso do espaço público para
se dedicarem à imersão nas redes.
Você certamente já viu agrupamentos de adolescentes que interagiam mais com seu celular do
que uns com os outros, não é? Pois bem: esse comportamento gera consequências, sendo que
algumas delas não colaboram para o bom desenvolvimento dos mais novos. Como eles aprendem
a se relacionar, por exemplo? Relacionando- se com seus pares! Acontece que o relacionamento
no mundo virtual é radicalmente diferente daquele que ocorre na vida real, o que nos faz levantar a
hipótese de que eles têm se desenvolvido com deficit no processo de socialização.
E como se aprenderia a ter – e a proteger – privacidade? Primeiramente sabendo a diferença entre
intimidade e convívio social. Explorar o mundo social simultaneamente ao real cria uma grande difi-
culdade nessa diferenciação. Não é à toa que já se expôs na rede a privacidade de tantas crianças
e jovens, com grande prejuízo pessoal!
(Rosely Sayão, As crianças e as tecnologias. Veja, 28-02-2018. Adaptado)

Assinale a alternativa que reescreve a passagem – Os mais novos têm escolhido o isolamento do
espaço privado em detrimento do uso do espaço público... – de acordo com a norma-padrão de
regência e do emprego do sinal indicativo de crase.
A) Os mais novos têm preferência pelo isolamento do espaço privado à usar o espaço público...
B) Os mais novos preferem o isolamento do espaço privado à usar o espaço público...
C) Os mais novos têm preferido o isolamento do espaço privado a usar o espaço público...
D) Os mais novos vêm preferindo ao isolamento do espaço privado a usar o espaço público...
E) Os mais novos dão preferência no isolamento do espaço privado do que a usar o espaço públi-
co...

QUESTÃO 28: VUNESP - DIR DF (CM JALES)/CM JALES/2018


Assunto: Crase
Assinale a alternativa em que o sinal indicativo de crase está empregado corretamente.

A) O autor perguntou à mãe se ela sabia o telefone da tia Lili.


B) Ele se reportou à uma ocasião em que teve seu celular roubado.
C) Sempre que possível, preferimos usar o controle remoto à nos deslocar.
D) Já não se pergunta à quem quer que seja onde fica uma rua.
E) Você sabe como chegar à esta avenida sem usar o aplicativo?

QUESTÃO 29: VUNESP - CI (CM CAMPO LIMPO)/CM CAMPO LIMPO PTA/2018


Assunto: Crase
Leia o texto para responder à questão.

O gosto na era do algoritmo

117
Às segundas-feiras pela manhã, os usuários do Spotify (serviço de transferência de dados via in-
ternet que dá acesso a músicas e outros conteúdos de artistas) recebem uma lista personalizada
de músicas que lhes permite descobrir novidades. O sistema se baseia em um algoritmo cuja evo-
lução e usos aplicados ao consumo cultural são infinitos. De fato, plataformas de transmissão de
dados cinematográficos, como a Netflix, começam a desenhar suas séries de sucesso rastreando
os dados gerados por todos os movimentos dos usuários para analisar o que os satisfaz. O algorit-
mo constrói assim um universo cultural adequado e complacente com o gosto do consumidor, que
pode avançar até chegar sempre a lugares reconhecíveis.
O algoritmo, sustentam seus críticos, nos torna chatos, previsíveis, e empobrece nossa curiosidade
por explorar o acervo cultural. Ramón Sangüesa, coordenador do Data Transparency Lab (Labora-
tório de Transparência de Dados), consegue ver vantagens, mas também riscos. “Esses sistemas
se baseiam no passado para predizer o futuro. A primeira dificuldade é conseguir a massa crítica
para que tenhamos mais dados e as projeções sejam melhores. Mas sempre se corre o risco de
ficar em uma mesma área de recomendação. No consumo cultural, o perigo está na uniformiza-
ção do gosto, o que chamamos de filtro bolha. E assim vão sendo criados comportamentos
padronizados”, afirma.
A questão, no entanto, é se os limites impostos na aprendizagem pelos sistemas fechados de com-
putação são equiparáveis aos erros e possíveis idiotices que cometemos durante anos formando
nosso próprio gosto. O escritor Eloy Fernández Porta não vê grande diferença. Segundo ele, antes
do Spotify e fora dele o gosto já vinha determinado por critérios de acesso, aceitação, atualidade e
distinção. “Sempre vivemos a música em um algoritmo, o que acontece é que em vez de chamá-lo
de matemática o chamamos de espontaneidade. O algoritmo do Spotify não me parece menos con-
fiável do que a fórmula caótica que cada ouvinte inventou. Nem menos humano: quando fazemos
analogias erradas ou nos empenhamos em recomendar o primeiro disco de Vincent Gallo, nossas
sinapses estão dando os mesmos maus passos”, afirma.
(Daniel Verdú. https://brasil.elpais.com/brasil/. 09.07.2016. Adaptado)

No que se refere ao emprego do sinal indicativo de crase, o trecho “pode avançar até chegar sem-
pre a lugares reconhecíveis” permanecerá correto caso a expressão destacada seja substituída
por:
a) às seleções compatíveis com escolhas prévias.
b) à uma combinação considerada apropriada.
c) à alguns achados que podem agradar muito.
d) à certas músicas parecidas com o que já se ouve.
e) à qualquer tipo de composição que poderá interessar.

QUESTÃO 30: VUNESP - CI (CM ITAQUACTBA)/CM ITAQUAQUECETUBA/2018


Assunto: Crase
Leia o texto para responder à questão.

CIDADE DO MÉXICO, 13 MAR. O abacate está se convertendo no novo “ouro” do México, ultra-
passando o petróleo como produto de exportação que mais gera lucros para o país, de acordo
com os números mais recentes divulgados pelo Ministério da Economia do Estado. No entanto,
ecologistas se queixam de que o crescimento na demanda do fruto, abundante em vitamina E, está
causando um grande estrago ao meio-ambiente mexicano. A polpa do fruto costuma ser usada

118
como acompanhamento dos principais “snacks” dos norte americanos em competições esportivas,
como o Super Bowl. Durante os intervalos da partida, aliás, grandes companhias e produtoras da
fruta difundem anúncios publicitários. No dia 5 de fevereiro, por exemplo, o custo de uma propagan-
da de apenas 30 segundos no estádio, que foi vista por 130 milhões de espectadores, chegou a
US$ 5 milhões. A Associação de Produtores e Empacotadores de Abacate do México (Apeam) é
a encarregada de financiar essa mensagem, transmitida pela emissora de televisão Fox, na qual
são exaltados os benefícios do abacate mexicano. Estima-se que cerca de 100 mil toneladas do
popular molho “guacamole”, que é feito com a fruta, são consumidas apenas durante esse jogo de
futebol americano. A maioria do abacate que se consome nos Estados Unidos é produzido nos
campos do estado de Michoacán, o que é criticado por ecologistas, que acreditam que o “boom” da
produção do fruto no país está causando danos ao meio ambiente, já que muitas terras florestais
estão sendo dizimadas para ampliar os campos de abacate, mais rentáveis.
(https://istoe.com.br. Adaptado)

Grandes companhias e produtores do abacate dão espaço fruta em anúncios publicitários. Em


fevereiro, uma propaganda de apenas 30 segundos, vista por 130 milhões de espectadores, che-
gou custar US$ 5 milhões. Não é toa que se investe tanto na di-
vulgação do produto.

De acordo com a norma-padrão, as lacunas do enunciado devem ser preenchidas, respectivamen-


te, com:
A) à … à … à
B) a … à … a
C) à … a … à
D) a … a … a
E) à … à … a

QUESTÃO 31: VUNESP - JORN (SERTÃOZINHO)/PREF SERTÃOZINHO/2018


Assunto: Crase
O acento indicativo de crase está empregado corretamente em:

A) Estamos nos habituando à acessar a internet com uma regularidade cada vez maior.
B) Muitos têm aderido à prática da meditação para ampliar o poder de concentração.
C) Permanecer desconectado do meio virtual é uma espécie de tortura à muitas pessoas.
D) Controlar o próprio pensamento é um desafio à quem busca o autoconhecimento.
E) O uso desregrado das redes sociais impõe-se como um problema à esta sociedade.

QUESTÃO 32: VUNESP - CONT (PREF N ODESSA)/PREF NOVA ODESSA/2018


Assunto: Crase
Cotas têm prós e contras

Levantamento feito pela Folha de São Paulo ao final de 2017 mostrou que, em boa parte dos cur-
sos universitários, alunos que ingressam por meio de cotas se formam com notas próximas dos
demais. O estudo usou os resultados de mais de 250 mil estudantes nas três últimas edições do
Enade e constatou que alunos cotistas chegam a ter notas melhores que os outros, por exemplo,
em odontologia.
119
É refrescante dispormos de dados objetivos sobre um assunto tantas vezes poluído por ideologias.
É inegável que ações afirmativas, como as cotas, são importantes mecanismos de justiça social em
um país tão profundamente injusto como o nosso. E as conclusões do levantamento indicam que
tais ferramentas são válidas também no plano acadêmico: não se confirmam os prognósticos de
que o ingresso de alunos cotistas resultaria em degradação da qualidade dos cursos.
O perigo é alguém acreditar que cotas resolvem alguma coisa no médio prazo. Nosso sistema edu-
cacional está doente, e cotas são como um antitérmico, que reduz o desconforto do paciente, mas
não ataca as causas da febre. O que precisamos é que a escola pública, democrática e gratuita,
ofereça formação de qualidade, para que as cotas se tornem desnecessárias. Não é uma utopia:
acontece em muitos outros países, inclusive mais pobres que o Brasil.
Ações afirmativas não podem servir de álibi para continuarmos oferecendo formação inferior aos
filhos das classes mais desfavorecidas. Até porque propiciar acesso à universidade a alguns des-
ses jovens deixa muita coisa por resolver. O mesmo levantamento mostra que as notas de cotistas
são sim inferiores à média nos cursos de exatas, possivelmente os mais críticos para o desenvol-
vimento do país.
Não é difícil aventar uma explicação. Em matemática, cada etapa prepara a seguinte, não é pos-
sível pular. Quem não aprendeu multiplicação, não vai nunca entender frações. Se a matemática
não é ensinada na escola, na faculdade é simplesmente tarde demais. E aí os benefícios da ação
afirmativa foram desperdiçados.
Na virada do ano, outra notícia alvissareira: a Unicamp, talvez a mais inovadora de nossas universi-
dades, aprovou a criação de até 10% de vagas extras em seus cursos para candidatos premiados
em competições escolares, como as Olimpíadas Brasileiras de Matemática e Física. Uma espécie
de “cotas por mérito”.
Como todas as ideias inteligentes e com potencial para fazer diferença, essa também desperta
oposição. Inclusive de setores que advogam as cotas sociais, o que talvez não seja surpreendente,
mas é certamente lamentável. Tomara que a inteligência prevaleça.
(Marcelo Viana. Folha de S.Paulo, 21.01.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa em cuja frase o acento indicativo da crase está corretamente empregado,
conforme a norma- padrão da língua portuguesa.

A) Não há indícios de que a entrada de cotistas seja danosa à alguns cursos, como se pensava.
B) Estudiosos do assunto divergem quanto aos benefícios das cotas à médio e longo prazos.
C) O acesso às universidades é apenas um primeiro passo para democratização do ensino de
qualidade.
D) A falta de conhecimentos básicos de matemática torna-se prejudicial à quem almeja o ensino
superior.
E) Segundo pesquisa recente, boa parte dos brasileiros é favorável à ações afirmativas como cotas
sociais.

QUESTÃO 33: VUNESP - ANA JUR (MPE SP)/MPE SP/2018


Assunto: Crase

Assinale a alternativa que preenche as lacunas do trecho a seguir, de acordo com a norma-padrão
de emprego do sinal indicativo de crase.

120
Esclareço Vossa Senhoria que todo aquele que aspira carreira pública, deve estar cien-
te de que terá de obedecer normas legais, para melhor desempenhar suas
funções. que não se dispõem enfrentar decisões difíceis, aconselha- se desistir.
partir de bons princípios, será fácil chegar consecução de seus ideais.
A) a … à … as … Àqueles … à … À … a
B) a … a … as … Aqueles … a … À … a
C) à … a … às … Aqueles … a … À … à
D) a … à … às … Àqueles … a … A … à
E) à … a … as … Aqueles … à … A … a

QUESTÃO 34: VUNESP - ATM (PREF SJC)/PREF SJC/GESTÃO TRIBUTÁRIA/2018


Assunto: Crase
Para responder à questão, considere o texto.

A ciência era aquilo os economistas cha-


mam de “externalidade”, uma atividade que tem efeito econômico, mas custo ou benefício
não é reconhecido nos preços do mercado. Há externalidades positivas ou negativas.
Enquanto Paul Romer descobriu como medir o efeito positivo das ideias e invenções dentro da
economia, seu co- laureado dedicou-se decifra-
ção da principal externalidade negativa contemporânea: emissão
de gases responsáveis pelas mudanças climáticas.
(Hélio Gurovitz, Época, 15.10.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas no texto.


A) a que … que o … a … a
B) que … que o … à … à
C) à que … cujo o … a … à
D) a que … cujo … à … à
E) que … cujo … à … a

QUESTÃO 35: VUNESP - AG ADEX (CM OLÍMPIA)/CM OLÍMPIA/2018


Assunto: Crase
Leia o texto para responder à questão.

Comunidade e personalidade

Ao refletir sobre minha existência e minha vida social, vejo claramente minha estrita dependência
intelectual e prática. Dependo integralmente da existência e da vida dos outros. E descubro ser
minha natureza semelhante em todos os pontos à natureza do animal que vive em grupo. Como
um alimento produzido pelo homem, visto uma roupa fabricada pelo homem, habito uma casa
construída por ele. O que sei e o que penso, eu o devo ao homem. E para comunicá-los utilizo a
linguagem criada pelo homem. Mas quem sou eu realmente, se minha faculdade de pensar ignora
a linguagem? Sou, sem dúvida, um animal superior, mas sem a palavra a condição humana é digna
de lástima.
Portanto reconheço minha vantagem sobre o animal nesta vida de comunidade humana. E, se um
indivíduo fosse abandonado desde o nascimento, seria irremediavelmente um animal em seu cor-

121
po e em seus reflexos. Posso concebê-lo, mas não posso imaginá-lo.
Eu, enquanto homem, não existo somente como criatura individual, mas me descubro membro de
uma grande comunidade humana. Ela me dirige, corpo e alma, desde o nascimento até a morte.
Meu valor consiste em reconhecê-lo. Sou realmente um homem quando meus sentimentos, pen-
samentos e atos têm uma única finalidade: a comunidade e seu progresso. Minha atitude social
portanto determinará o juízo que têm sobre mim, bom ou mau.
Contudo, esta afirmação primordial não basta. Tenho de reconhecer nos dons materiais, intelec-
tuais e morais da sociedade o papel excepcional, perpetuado por inúmeras gerações, de alguns
homens criadores de gênio. Sim, um dia um homem utiliza o fogo pela primeira vez; sim, um dia ele
cultiva plantas alimentícias; sim, ele inventa a máquina a vapor.
O homem solitário pensa sozinho e cria novos valores para a comunidade. Inventa assim novas
regras morais e modifica a vida social. A personalidade criadora deve pensar e julgar por si mes-
ma, porque o progresso moral da sociedade depende exclusivamente de sua independência. A não
ser assim, a sociedade estará inexoravelmente votada ao malogro, e o ser humano privado da
possibilidade de comunicar.
Defino uma sociedade sadia por esse laço duplo. Somente existe por seres independentes, mas
profundamente unidos ao grupo. Assim, quando analisamos as civilizações antigas e descobrimos
o desabrochar da cultura europeia no momento do Renascimento italiano, reconhecemos estar a
Idade Média morta e ultrapassada, porque os escravos se libertam e os grandes espíritos conse-
guem existir.
(Albert Einstein. Como vejo o mundo. Trad. H. P. de Almeida)

Atendo-se à norma-padrão da língua no que respeita à regência ou, ainda, ao emprego do sinal
indicativo de crase, assinale a alternativa em que o segmento destacado está corretamente subs-
tituído por uma expressão pronominal.
A) … vejo claramente minha estrita dependência intelectual e prática… (1º parágrafo) / … vejo-a
claramente…
B) Dependo integralmente da existência e da vida dos outros. (1º parágrafo) / Dependo-lhes
integralmente.
C) … um dia um homem utiliza o fogo pela primeira vez… (5º parágrafo) / … um dia um homem
utiliza-lhe pela primeira vez…
D) … um dia ele cultiva plantas alimentícias… (5º parágrafo) / … um dia ele às cultiva…
E) … profundamente unidos ao grupo. (7º parágrafo) / … profundamente unidos à ele.

INTERPRETAÇÃO

QUESTÃO 1: VUNESP - ANATC MPE SP/MPE SP/ADMINISTRADOR/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Progresso, enfim

Em atraso nas grandes reformas da Previdência Social e do sistema de impostos, o Brasil tem obti-
do avanços em uma agenda que, tomada em seu conjunto, mostra-se igualmente essencial – a da
melhora do ambiente de negócios.
Trata-se de objetivos tão diferentes quanto facilitar a criação de empresas, reduzir o custo de licen-
ças ou ampliar o acesso ao crédito. Grande parte dessas providências não depende de votações

122
no Congresso, mas sim do combate persistente a empecilhos burocráticos e ineficiências do setor
público.
A boa notícia é que o país subiu 16 posições no mais conhecido ranking dessa modalidade, di-
vulgado a cada ano pelo Banco Mundial. A má é que a 109a colocação, num total de 190 nações
consideradas, permanece vergonhosa.
O progresso ocorreu, basicamente, em quatro indicadores – fornecimento de energia elétrica, pra-
zo para abertura de empresa com registro eletrônico, acesso à informação de crédito e certifica-
ção eletrônica de origem para importações.
Pela primeira vez em 16 anos de publicação do relatório, o desempenho brasileiro se destacou na
América Latina. Os países mais bem posicionados da região, casos de México (54º lugar), Chile
(56o) e Colômbia (65o), apresentaram pouca ou nenhuma melhora.
Numa perspectiva mais ampla, o ambiente de negócios vai se tornando mais amigável na maior
parte do mundo. A edição mais recente do ranking catalogou número recorde de 314 reformas rea-
lizadas em 128 economias desenvolvidas e emergentes no período 2017/2018.
Fica claro, no documento, que o maior atraso relativo do Brasil se dá no pagamento de impostos,
dados a carga elevada e o emaranhado de regras dos tributos incidentes sobre o consumo. Nesse
quesito em particular, o país ocupa um trágico 184º lugar no ranking.
O caminho óbvio a seguir nesse caso é uma reforma ambiciosa, que racionalize essa modalidade
de taxação. Mesmo que não seja possível abrir mão de receitas, a simplificação já traria ganhos
substanciais em eficiência ao setor produtivo.
(Editorial, Folha de S.Paulo, 06.11.2018. Adaptado)

As informações do editorial indicam que o Brasil


A) conseguiu um tímido desempenho no ambiente de negócios, que só não foi melhor porque mui-
tas providências estavam atreladas a votações no Congresso.
B) obteve um progresso considerável no ranking do Banco Mundial, o que fez o país aproximar-se
de seus vizinhos com bom desempenho na América Latina.
C) contrariou o ambiente de negócios que vem se desenhando na maior parte do mundo, pois, as-
sim como outros países da América Latina, não apresentou nenhuma melhora.
D) manteve uma colocação desonrosa no ranking do Banco Mundial, considerando-se que no país
não foram registradas reformas que melhorassem seu desempenho.
E) está em uma colocação vexatória no ranking do Banco Mundial, apesar de o país ter subido 16
posições e se destacado na América Latina pelo seu desempenho.

QUESTÃO 2: VUNESP - ANATC MPE SP/MPE SP/ADMINISTRADOR/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.

É muito comum o brasileiro sofrer com o acento grave, sinal que serve para indicar crase, ou seja,
a fusão de “a + a”. Ele é apenas um sinalzinho com inclinação à esquerda, tem seus encantos,
porém deixa muita gente boa em situação delicada.
Quando alguém me pergunta como faz para aprender a “crasear”, digo para começar pelo avesso:
primeiro aprenda a não colocar o acento em lugar proibido. Há certas construções em que ele não
cabe, pois falta metade: um dos “a + a” não comparece. Por exemplo, o artigo definido feminino “a”
não pode ser usado em determinadas situações, o que, por exclusão, nos leva ao raciocínio de que

123
o “a” da construção é apenas a preposição “a”.
(Dica do professor João Bolognesi, texto editado por Talita Abrantes. Em: https://exame.abril.com.br)

Analisando as informações textuais, é correto afirmar que


A) o uso do sinal grave para indicar a crase, que gera dúvidas até para bons conhecedores da
língua, ocorre em um contexto marcado pela presença obrigatória de preposição e artigo definido.
B) o conhecimento para usar ou não o acento grave, que indica a crase, está mais relacionado à
percepção subjetiva dos encantos desse sinal do que à própria sintaxe da língua.
C) o emprego do sinal grave decorre de um aprendizado pelo avesso, ou seja, que ocorre quando
se aprendem as situações em que há a presença obrigatória de artigo definido e preposição.
D) o fato de muitas pessoas com bons conhecimentos da língua ficarem constrangidas em algu-
mas situações devido ao mau emprego do sinal grave tem feito com que ele seja abolido.
E) a utilização do sinal grave é marcada por determinadas construções reguladas pelos encantos
do sinal, e isso comprova que, em mais da metade dos usos, esse acento é facultativo.

QUESTÃO 3: VUNESP - ADM JUD (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto e responda à questão.

Assassinos culturais

Sou um assassino cultural, e você também é. Sei que é romântico chorar quando uma livraria fe-
cha as portas. Mas convém não abusar do romantismo – e da hipocrisia. Fomos nós que matamos
aquela livraria e o crime não nos pesa muito na consciência.
Falo por mim. Os livros físicos que entram lá em casa são cada vez mais ofertas – de amigos ou
editoras.
Aos 20, quando viajava por territórios estranhos, entrava nas livrarias locais como um faminto na
capoeira. Comprava tanto e carregava tanto que desconfio que o meu problema de ciática é, na sua
essência, um problema livresco.
Hoje? Gosto da flânerie*. Mas depois, fotografo as capas com o meu celular antes de regressar
para o psicanalista – o famoso dr. Kindle. Culpado? Um pouco. E em minha defesa só posso
afirmar que pago pelos meus vícios.
E quem fala em livrarias, fala em todo o resto. Eu também ajudei a matar a Tower Records e a Virgin
Megastore. Havia lá dentro uma bizarria chamada CD – você se lembra?
Hoje, com alguns aplicativos, tenho uma espécie de discoteca de Alexandria onde, a meu bel-pra-
zer, escuto meus clássicos e descubro novos. Se juntarmos ao pacote o iTunes e a Netflix, você
percebe por que eu também tenho o sangue dos cinemas e dos blockbusters nas mãos.
Eis a realidade: vivemos a desmaterialização da cultura. Mas não é apenas a cultura que se des-
materializa e tem deixado as nossas salas e estantes mais vazias. É a nossa relação com ela.
Não somos mais proprietários de “coisas”; somos apenas consumidores e, palavra importante,
assinantes.
O livro “Subscribed”, de Tien Tzuo, analisa a situação. É uma reflexão sobre a “economia de as-
sinaturas” que conquista a economia global. Conta o autor que mais de metade das empresas da
famosa lista da “Fortune” já não existiam em 2017. O que tinham em comum? O objetivo meritório
de vender “coisas” – muitas coisas, para muita gente, como sempre aconteceu desde os primór-

124
dios do capitalismo.
Já as empresas que sobreviveram e as novas que entraram na lista souberam se adaptar à econo-
mia digital, vendendo serviços (ou, de forma mais precisa, acessos).
Claro que na mudança algo se perde. O desaparecimento das livrarias não acredito que seja total
no futuro (e ainda bem). Além disso, ler no papel não é o mesmo que ler na tela.
Mas o interesse do livro de Tzuo não está apenas nos números; está no retrato de uma nova gera-
ção para quem a experiência cultural é mais importante do que a mera posse de objetos.

Há quem veja aqui um retrocesso, mas também é possível ver um avanço – ou, para sermos bem
filosóficos, o triunfo do espírito sobre a matéria. E não será essa, no fim das contas, a vocação mais
autêntica da cultura?
(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 28.08.2018. Adaptado)

* Flânerie: ato de passear, de caminhar sem compromisso.

De acordo com o texto, entre outros fatores, a desmaterialização da cultura é decorrente


A) do aumento significativo do preço dos bens duráveis, o que obrigou as pessoas a alterar os há-
bitos de compra.
B) da oposição de vários países à economia capitalista, caracterizada pelo incentivo ao consumo
permanente.
C) da incorporação de empresas pouco lucrativas por multinacionais que atuam em diferentes
mercados.
D) dos consumidores que priorizam a experiência pessoal em detrimento da aquisição de bens
materiais.
E) da atual conjuntura socioeconômica responsável por transformar os jovens em indivíduos que
menosprezam a cultura.

QUESTÃO 4: VUNESP - ADM JUD (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto e responda à questão.

Assassinos culturais

Sou um assassino cultural, e você também é. Sei que é romântico chorar quando uma livraria fe-
cha as portas. Mas convém não abusar do romantismo – e da hipocrisia. Fomos nós que matamos
aquela livraria e o crime não nos pesa muito na consciência.
Falo por mim. Os livros físicos que entram lá em casa são cada vez mais ofertas – de amigos ou
editoras.
Aos 20, quando viajava por territórios estranhos, entrava nas livrarias locais como um faminto na
capoeira. Comprava tanto e carregava tanto que desconfio que o meu problema de ciática é, na sua
essência, um problema livresco.
Hoje? Gosto da flânerie*. Mas depois, fotografo as capas com o meu celular antes de regressar
para o psicanalista – o famoso dr. Kindle. Culpado? Um pouco. E em minha defesa só posso
afirmar que pago pelos meus vícios.
E quem fala em livrarias, fala em todo o resto. Eu também ajudei a matar a Tower Records e a Virgin

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Megastore. Havia lá dentro uma bizarria chamada CD – você se lembra?
Hoje, com alguns aplicativos, tenho uma espécie de discoteca de Alexandria onde, a meu bel-pra-
zer, escuto meus clássicos e descubro novos. Se juntarmos ao pacote o iTunes e a Netflix, você
percebe por que eu também tenho o sangue dos cinemas e dos blockbusters nas mãos.
Eis a realidade: vivemos a desmaterialização da cultura. Mas não é apenas a cultura que se des-
materializa e tem deixado as nossas salas e estantes mais vazias. É a nossa relação com ela.
Não somos mais proprietários de “coisas”; somos apenas consumidores e, palavra importante,
assinantes.
O livro “Subscribed”, de Tien Tzuo, analisa a situação. É uma reflexão sobre a “economia de as-
sinaturas” que conquista a economia global. Conta o autor que mais de metade das empresas da
famosa lista da “Fortune” já não existiam em 2017. O que tinham em comum? O objetivo meritório
de vender “coisas” – muitas coisas, para muita gente, como sempre aconteceu desde os primór-
dios do capitalismo.
Já as empresas que sobreviveram e as novas que entraram na lista souberam se adaptar à econo-
mia digital, vendendo serviços (ou, de forma mais precisa, acessos).
Claro que na mudança algo se perde. O desaparecimento das livrarias não acredito que seja total
no futuro (e ainda bem). Além disso, ler no papel não é o mesmo que ler na tela.
Mas o interesse do livro de Tzuo não está apenas nos números; está no retrato de uma nova gera-
ção para quem a experiência cultural é mais importante do que a mera posse de objetos.
Há quem veja aqui um retrocesso, mas também é possível ver um avanço – ou, para sermos bem
filosóficos, o triunfo do espírito sobre a matéria. E não será essa, no fim das contas, a vocação mais
autêntica da cultura?
(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 28.08.2018. Adaptado)

* Flânerie: ato de passear, de caminhar sem compromisso.

Na frase do terceiro parágrafo – Comprava tanto e carregava tanto que desconfio que o meu pro-
blema de ciática é, na sua essência, um problema livresco. –, o autor
A) expressa uma crítica e analisa uma contradição.
B) faz uma suposição e cita uma consequência.
C) levanta uma hipótese e ressalta uma concessão.
D) desfaz um equívoco e apresenta uma conclusão.
E) expõe uma convicção e faz uma reiteração.

QUESTÃO 5: VUNESP - ADM JUD (TJ SP)/TJ SP/2019
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto e responda à questão.

Assassinos culturais

Sou um assassino cultural, e você também é. Sei que é romântico chorar quando uma livraria fe-
cha as portas. Mas convém não abusar do romantismo – e da hipocrisia. Fomos nós que matamos
aquela livraria e o crime não nos pesa muito na consciência.
Falo por mim. Os livros físicos que entram lá em casa são cada vez mais ofertas – de amigos ou
editoras.

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Aos 20, quando viajava por territórios estranhos, entrava nas livrarias locais como um faminto na
capoeira. Comprava tanto e carregava tanto que desconfio que o meu problema de ciática é, na sua
essência, um problema livresco.
Hoje? Gosto da flânerie*. Mas depois, fotografo as capas com o meu celular antes de regressar
para o psicanalista – o famoso dr. Kindle. Culpado? Um pouco. E em minha defesa só posso
afirmar que pago pelos meus vícios.
E quem fala em livrarias, fala em todo o resto. Eu também ajudei a matar a Tower Records e a Virgin
Megastore. Havia lá dentro uma bizarria chamada CD – você se lembra?
Hoje, com alguns aplicativos, tenho uma espécie de discoteca de Alexandria onde, a meu bel-pra-
zer, escuto meus clássicos e descubro novos. Se juntarmos ao pacote o iTunes e a Netflix, você
percebe por que eu também tenho o sangue dos cinemas e dos blockbusters nas mãos.
Eis a realidade: vivemos a desmaterialização da cultura. Mas não é apenas a cultura que se des-
materializa e tem deixado as nossas salas e estantes mais vazias. É a nossa relação com ela.
Não somos mais proprietários de “coisas”; somos apenas consumidores e, palavra importante,
assinantes.
O livro “Subscribed”, de Tien Tzuo, analisa a situação. É uma reflexão sobre a “economia de as-
sinaturas” que conquista a economia global. Conta o autor que mais de metade das empresas da
famosa lista da “Fortune” já não existiam em 2017. O que tinham em comum? O objetivo meritório
de vender “coisas” – muitas coisas, para muita gente, como sempre aconteceu desde os primór-
dios do capitalismo.
Já as empresas que sobreviveram e as novas que entraram na lista souberam se adaptar à econo-
mia digital, vendendo serviços (ou, de forma mais precisa, acessos).
Claro que na mudança algo se perde. O desaparecimento das livrarias não acredito que seja total
no futuro (e ainda bem). Além disso, ler no papel não é o mesmo que ler na tela.
Mas o interesse do livro de Tzuo não está apenas nos números; está no retrato de uma nova gera-
ção para quem a experiência cultural é mais importante do que a mera posse de objetos.
Há quem veja aqui um retrocesso, mas também é possível ver um avanço – ou, para sermos bem
filosóficos, o triunfo do espírito sobre a matéria. E não será essa, no fim das contas, a vocação mais
autêntica da cultura?
(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 28.08.2018. Adaptado)

* Flânerie: ato de passear, de caminhar sem compromisso.

No texto, é correto afirmar que o autor


A) emprega linguagem sentimentalista e prolixa para justificar seu papel de assassino cultural.
B) formula uma série de questionamentos para os quais ainda não encontrou qualquer explicação
plausível.
C) dirige-se aos interlocutores para envolvê-los nas reflexões acerca da desmaterialização da
cultura.
D) limita-se a descrever a própria experiência como consumidor, não dando voz a pareceres
alheios.
E) recorre a informações acadêmicas para comprovar o avanço do materialismo em nossa socie-
dade.

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QUESTÃO 6: VUNESP - ADM JUD (TJ SP)/TJ SP/2019
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.

Procuram-se especialistas em evitar fraudes

A recente onda de escândalos de corrupção levou as empresas brasileiras a investir em uma área
ainda pouco conhecida no mercado: o compliance.
O profissional que atua nesse setor é responsável por receber denúncias, combater fraudes, rea-
lizar investigações internas e garantir que a companhia cumpra leis, acordos e regulamentos da
sua área de atuação. Ele tem o papel importante de auxiliar a empresa a se proteger de eventuais
problemas de corrupção.
“Nos últimos anos, a área de compliance assumiu protagonismo nas empresas. É uma profissão
com salários altos já que as pessoas com experiência ainda são escassas no mercado”, diz o
advogado Thiago Jabor Pinheiro, 35.
“Como não existem cursos de graduação específicos de compliance, o estudante que se interesse
pela área pode direcionar seu curso para questões de auditoria, prevenção de fraude, direito ad-
ministrativo e governança corporativa”, diz Pinheiro.
Apesar de sobrarem vagas nesse mercado, conseguir um emprego não é fácil. “É fundamental que
a pessoa seja atenta aos detalhes, entenda como funciona uma organização e tenha fluência em
inglês porque as melhores práticas vêm de fora do país, sobretudo dos EUA e da Inglaterra”, diz o
advogado.
Para Caroline Cadorin, diretora de uma consultoria, os candidatos precisam ter jogo de cintura
para lidar com as mais diversas situações. “Estamos falando de profissionais com forte conduta
ética, honestidade e que buscam a promoção da transparência. Hoje as empresas estão cientes
de seus papéis ativos no combate à corrupção, especialmente aquelas envolvidas em projetos de
órgãos públicos. As companhias que mantêm departamentos de compliance são vistas como mais
transparentes”, diz Cadorin.
(Larissa Teixeira. Folha de S.Paulo, 28.09.2017. Adaptado)

Assinale a alternativa que completa corretamente o trecho a seguir. A recente onda de escândalos
de corrupção levou as empresas...
A) à acertadamente buscar maior transparência nas relações comerciais.
B) à incorporação de área técnica de responsabilidade do compliance.
C) à projetos com órgãos públicos que envolvam combate a fraudes.
D) à uma nova dinâmica de governança e gerenciamento de contratos.
E) à alguns ajustes para a adaptação ao mercado atual.

QUESTÃO 7: VUNESP - CONTJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.

Mundo arriscado

O próximo governo não encontrará um ambiente econômico internacional sereno. Dúvidas sobre

128
a continuidade do crescimento do Produto Interno Bruto global, juros em alta nos EUA, riscos de
conflitos comerciais e de queda do fluxo de capitais para países emergentes são apenas alguns
dos itens de um cardápio de problemas potenciais.
Tudo indica, assim, que o governo brasileiro terá de lidar de pronto com as fragilidades domésticas,
em especial o rombo das contas públicas. Não tardará até que investidores hoje aparentemente
otimistas comecem a cobrar resultados concretos.
As projeções para o avanço do PIB mundial têm sido reduzidas nos últimos meses. O Fundo Mo-
netário Internacional cortou sua previsão para 2018 e 2019 em 0,2 ponto percentual – 3,7% em
ambos os anos – e apontou um cenário de menor sincronia entre os principais motores regionais.
Se até o início deste ano EUA, Europa e China davam sinais de vigor, agora acumulam-se decep-
ções nos dois últimos casos.
Mesmo com juros ainda perto de zero, a zona do euro não deverá crescer mais que 1,5% neste ano.
Há crescente insegurança no âmbito político, neste momento centrada na Itália e seu governo de
direita populista, que propõe expansão do déficit de um setor público já endividado em excesso.
Não é animador que a Comissão Europeia tenha tomado a decisão inédita de rejeitar a proposta
orçamentária da administração italiana. Embora o país ainda conserve o selo de bom pagador, os
juros cobrados no mercado para financiar sua dívida dispararam.
Quanto à China, sua economia mostra menos vigor, e as autoridades precisam tomar decisões
difíceis entre conter as dívidas já exageradas e estimular o crescimento.
O risco de escalada nos conflitos comerciais também é concreto, dado que o governo americano
ameaça impor uma terceira rodada de tarifas, desta vez sobre os US$ 270 bilhões em vendas
anuais chinesas que ainda não foram taxadas.
Nos EUA, a alta dos juros, num contexto de emprego elevado e inflação perto da meta, já leva parte
do mercado a temer uma desaceleração abrupta do PIB em 2019. A vantagem do Brasil, hoje,
é que há ampla ociosidade nas empresas, baixa inflação e, portanto, espaço para uma retomada
mais forte.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 01.11.2018. Adaptado)

De acordo com o texto, o ambiente econômico internacional mostra-se

A) tenso, resultado de uma conjuntura que indica desaceleração do crescimento e consequente


redução do avanço do PIB mundial, o que exige de cada país atenção aos potenciais problemas
que podem afetá-los.
B) paradoxal, resultado da ascensão econômica de países da Europa, o que contraria a perda de
vigor no crescimento constatada em países como China e Estados Unidos e até mesmo o Brasil,
sem elementos para crescer.
C) previsível, resultado da manutenção de uma política orçamentária da maioria dos países do
mundo de tal forma que conseguem manter- se com o selo de bons pagadores e, ao mesmo tempo,
veem suas economias crescerem.
D) auspicioso, resultado de uma articulação exitosa entre EUA, Europa e China, que reduziram o
déficit do setor público e vêm obtendo bons resultados, como mostram as projeções do FMI para
o PIB de 2018 e 2019.
E) nebuloso, resultado de uma série de projeções negativas para os países que movimentam regio-
nalmente as economias, casos como os da Europa, os EUA e a China, cujos PIBs decepcionaram
nos dois últimos anos.

129
QUESTÃO 8: VUNESP - CONTJ (TJ SP)/TJ SP/2019
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.

Mundo arriscado

O próximo governo não encontrará um ambiente econômico internacional sereno. Dúvidas sobre
a continuidade do crescimento do Produto Interno Bruto global, juros em alta nos EUA, riscos de
conflitos comerciais e de queda do fluxo de capitais para países emergentes são apenas alguns
dos itens de um cardápio de problemas potenciais.
Tudo indica, assim, que o governo brasileiro terá de lidar de pronto com as fragilidades domésticas,
em especial o rombo das contas públicas. Não tardará até que investidores hoje aparentemente
otimistas comecem a cobrar resultados concretos.
As projeções para o avanço do PIB mundial têm sido reduzidas nos últimos meses. O Fundo Mo-
netário Internacional cortou sua previsão para 2018 e 2019 em 0,2 ponto percentual – 3,7% em
ambos os anos – e apontou um cenário de menor sincronia entre os principais motores regionais.
Se até o início deste ano EUA, Europa e China davam sinais de vigor, agora acumulam-se decep-
ções nos dois últimos casos.
Mesmo com juros ainda perto de zero, a zona do euro não deverá crescer mais que 1,5% neste ano.
Há crescente insegurança no âmbito político, neste momento centrada na Itália e seu governo de
direita populista, que propõe expansão do déficit de um setor público já endividado em excesso.
Não é animador que a Comissão Europeia tenha tomado a decisão inédita de rejeitar a proposta
orçamentária da administração italiana. Embora o país ainda conserve o selo de bom pagador, os
juros cobrados no mercado para financiar sua dívida dispararam.
Quanto à China, sua economia mostra menos vigor, e as autoridades precisam tomar decisões
difíceis entre conter as dívidas já exageradas e estimular o crescimento.
O risco de escalada nos conflitos comerciais também é concreto, dado que o governo americano
ameaça impor uma terceira rodada de tarifas, desta vez sobre os US$ 270 bilhões em vendas
anuais chinesas que ainda não foram taxadas.
Nos EUA, a alta dos juros, num contexto de emprego elevado e inflação perto da meta, já leva parte
do mercado a temer uma desaceleração abrupta do PIB em 2019. A vantagem do Brasil, hoje,
é que há ampla ociosidade nas empresas, baixa inflação e, portanto, espaço para uma retomada
mais forte.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 01.11.2018. Adaptado)

O editorial aponta como elementos que fragilizam a economia dos países:


A) aumento da dívida interna e avanço do PIB mundial.
B) rombo das contas públicas e insegurança no âmbito político.
C) selo de bom pagador e elevação do índice de inflação.
D) contenção de dívidas exageradas e baixa inflação.
E) juros em alta e retração do déficit do setor público.

QUESTÃO 9: VUNESP - CONTJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o trecho do poema para responder à questão.

130
Carta-Poema

Excelentíssimo Prefeito Senhor Hildebrando de Góis, Permiti que, rendido o preito A que faz jus por
quem sois,
Um poeta já sexagenário, Que não tem outra aspiração Senão viver de seu salário Na sua limpa
solidão,
Peça vistoria e visita
A este pátio para onde dá
O apartamento que ele habita No Castelo há dois anos já.
É um pátio, mas é via pública, E estando ainda por calçar, Faz a vergonha da República Junto à
Avenida Beira-Mar!
Indiferentes ao capricho Das posturas municipais,
A ele jogam todo o seu lixo Os moradores sem quintais.
(Manuel Bandeira, As cidades e as musas. Org. Antonio Carlos Secchin)

Assinale a alternativa que contém informações coerentes com o poema, organizadas em confor-
midade com norma-padrão.

A) O eu lírico, um senhor que mora na Avenida Beira-Mar, anseia por uma solução para os proble-
mas que o afetam cotidianamente, a saber, a falta de calçamento do pátio e os lixos ali deposi-
tados.
B) O eu lírico sente-se já velho pois seu dia a dia é de solidão, já que ele não aspira mais nada na
vida, senão que o prefeito mande vistoriar o pátio de seu edifício, lugar que têm acesso os mora-
dores sem quintais.
C) O eu lírico, por ser já velho como o prefeito, recorre a este para que mande vistoria e visita ao
pátio que ele mora, local onde os moradores sem quintais jogam lixo, com o que ele discorda.
D) O eu lírico, amigo de sessenta anos do prefeito, solicita-o na vistoria e visita no prédio o qual
mora, uma vez que o local ainda carece de calçamento e aonde os moradores sem quintais têm
jogado lixo.
E) O eu lírico exige do velho prefeito da cidade que este se dedique em vistoriar e visitar o pátio
aonde ele mora, pois existe ali muito lixo devido ação dos moradores sem quintais na região.

QUESTÃO 10: VUNESP - CONTJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o trecho do poema para responder à questão.

Carta-Poema

Excelentíssimo Prefeito Senhor Hildebrando de Góis, Permiti que, rendido o preito A que faz jus por
quem sois,
Um poeta já sexagenário, Que não tem outra aspiração Senão viver de seu salário Na sua limpa
solidão,
Peça vistoria e visita
A este pátio para onde dá

131
O apartamento que ele habita No Castelo há dois anos já.
É um pátio, mas é via pública, E estando ainda por calçar, Faz a vergonha da República Junto à
Avenida Beira-Mar!
Indiferentes ao capricho Das posturas municipais,
A ele jogam todo o seu lixo Os moradores sem quintais.
(Manuel Bandeira, As cidades e as musas. Org. Antonio Carlos Secchin)

Ao dirigir-se ao Prefeito, o eu lírico o faz com


A) controlada submissão, como sugerem os versos “Faz a vergonha da República / Junto à Avenida
Beira-Mar!”
B) explícita ofensa, como sugerem os versos “Excelentíssimo Prefeito / Senhor Hildebrando de
Góis”.
C) evidente descaso, como sugerem os versos “Indiferentes ao capricho / Das posturas munici-
pais”.
D) respaldo da alegria, como sugerem os versos “Senão viver de seu salário / Na sua limpa soli-
dão”.
E) suposto respeito, como sugerem os versos “Permiti que, rendido o preito / A que faz jus por quem
sois”.

QUESTÃO 11: VUNESP - CONTJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o trecho do poema para responder à questão.

Carta-Poema

Excelentíssimo Prefeito Senhor Hildebrando de Góis, Permiti que, rendido o preito A que faz jus por
quem sois,
Um poeta já sexagenário, Que não tem outra aspiração Senão viver de seu salário Na sua limpa
solidão,
Peça vistoria e visita
A este pátio para onde dá
O apartamento que ele habita No Castelo há dois anos já.
É um pátio, mas é via pública,
E estando ainda por calçar, Faz a vergonha da República Junto à Avenida Beira-Mar!
Indiferentes ao capricho Das posturas municipais,
A ele jogam todo o seu lixo Os moradores sem quintais.
(Manuel Bandeira, As cidades e as musas. Org. Antonio Carlos Secchin)

No verso “É um pátio, mas é via pública”, o poeta reforça o fato de o local ser

A) uma via pública, usando uma construção de período também presente em: “A Avenida Beira-Mar
faz a vergonha da República, conquanto moradores sem quintais joguem nela todo o seu lixo”.
B) um pátio, usando uma construção de período também presente em: “Como são indiferentes ao
capricho das posturas municipais, os moradores sem quintais jogam lixo na Avenida Beira-Mar”.
C) uma via pública, usando uma construção de período também presente em: “A Avenida Beira-Mar

132
é muito bonita, no entanto vem sofrendo com o descaso da administração pública”.
D) uma via pública, usando uma construção de período também presente em: “Os moradores sem
quintais ignoram o capricho das posturas municipais, por isso sujam a Avenida Beira-Mar”.
E) um pátio, usando uma construção de período também presente em: “A Avenida Beira-Mar sofre
com alguns problemas localizados, pois os moradores do local não lhe dão o devido valor”.

QUESTÃO 12: VUNESP - ANA LEG (CM SERRANA)/CM SERRANA/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Por que temos filhos?

A pergunta do título comporta vários níveis de resposta. No plano biológico, a reprodução é um


imperativo, fazendo parte de várias das definições de vida. Mas a biologia é só parte da história.
A paternidade também encerra dimensões culturais, econômicas e emocionais.
Inspirado em “Anti-Pluralism”, de William Galston, arrisco algumas reflexões sobre a matéria.
Até o começo do século 19, filhos eram um ativo econômico. Ajudavam desde cedo com o trabalho
doméstico, colaborando para o bem-estar da família, e ainda faziam as vezes de plano de aposen-
tadoria para os pais.
Hoje, contudo, crianças ficaram caras. E, para piorar, elas demoram muito até começar a trazer
contribuições econômicas. Como observa Galston, no espaço de dois séculos, a criação de filhos
deixou de ser um bem privado para tornar -se um bem público.
Embora a paternidade possa trazer recompensas emocionais, do ponto de vista estritamente eco-
nômico, ela favorece a sociedade como um todo, enquanto a maior parte dos custos recai sobre
os genitores.
E por que crianças beneficiam a sociedade? A crer na análise de economistas como Julian Simon,
riqueza são pessoas. Quanto mais gente, melhor, já que são indivíduos que têm ideias (além de
consumir produtos) e são as novas ideias que vêm assegurando o brutal aumento de produtividade
a que assistimos nos últimos 200 anos.
E isso nos coloca diante de um dos grandes dilemas dos tempos modernos. Para assegurar a sus-
tentabilidade da exploração dos recursos naturais do planeta, precisaríamos estabilizar ou até
reduzir a população. Só que fazê-lo é uma espécie de suicídio econômico, já que ficaria muito
difícil manter taxas positivas de crescimento, sem as quais instituições como previdência e até
democracia representativa podem entrar em colapso.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 18.11.2018. Adaptado)

Segundo o texto:
A) a paternidade representa hoje, assim como nos séculos passados, a certeza de auxílio domés-
tico e a expectativa de futura aposentadoria.
B) os filhos simbolizaram, ao longo dos séculos passados, um investimento caro, que poderia in-
clusive comprometer a aposentadoria dos pais.
C) a percepção sobre o papel dos filhos manteve-se historicamente inalterada, já que continuam
sendo vistos como essenciais para o bem-estar da família.
D) economicamente, a geração de crianças é atualmente vista como um bem público, já que elas
beneficiam a sociedade de diferentes maneiras.
E) a mentalidade segundo a qual crianças trazem benefícios econômicos para a sociedade vem
sendo questionada, já que eles demoram a gerar riquezas

133
QUESTÃO 13: VUNESP - ANA LEG (CM SERRANA)/CM SERRANA/2019
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Por que temos filhos?

A pergunta do título comporta vários níveis de resposta. No plano biológico, a reprodução é um


imperativo, fazendo parte de várias das definições de vida. Mas a biologia é só parte da história.
A paternidade também encerra dimensões culturais, econômicas e emocionais.
Inspirado em “Anti-Pluralism”, de William Galston, arrisco algumas reflexões sobre a matéria.
Até o começo do século 19, filhos eram um ativo econômico. Ajudavam desde cedo com o traba-
lho doméstico, colaborando para o bem-estar da família, e ainda faziam as vezes de plano de
aposentadoria para os pais.
Hoje, contudo, crianças ficaram caras. E, para piorar, elas demoram muito até começar a trazer
contribuições econômicas. Como observa Galston, no espaço de dois séculos, a criação de filhos
deixou de ser um bem privado para tornar -se um bem público.
Embora a paternidade possa trazer recompensas emocionais, do ponto de vista estritamente eco-
nômico, ela favorece a sociedade como um todo, enquanto a maior parte dos custos recai sobre
os genitores.
E por que crianças beneficiam a sociedade? A crer na análise de economistas como Julian Simon,
riqueza são pessoas. Quanto mais gente, melhor, já que são indivíduos que têm ideias (além de
consumir produtos) e são as novas ideias que vêm assegurando o brutal aumento de produtividade
a que assistimos nos últimos 200 anos.
E isso nos coloca diante de um dos grandes dilemas dos tempos modernos. Para assegurar a sus-
tentabilidade da exploração dos recursos naturais do planeta, precisaríamos estabilizar ou até
reduzir a população. Só que fazê-lo é uma espécie de suicídio econômico, já que ficaria muito
difícil manter taxas positivas de crescimento, sem as quais instituições como previdência e até
democracia representativa podem entrar em colapso.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 18.11.2018. Adaptado)

A frase “E isso nos coloca diante de um dos grandes dilemas dos tempos modernos.” refere-se à
seguinte informação:
A) a recompensa pela paternidade estaria resumida aos laços de afetividade familiar.
B) a geração de novas crianças onera igualmente as famílias, o estado e toda a sociedade.
C) a falta de consenso entre os economistas quanto aos efeitos do aumento populacional.
D) a análise segundo a qual pessoas geram riquezas, então, quanto mais pessoas, melhor.
E) a necessidade de aumentar a baixa produtividade registrada nos últimos 200 anos.

QUESTÃO 14: VUNESP - ANA LEG (CM SERRANA)/CM SERRANA/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Por que temos filhos?

A pergunta do título comporta vários níveis de resposta. No plano biológico, a reprodução é um


imperativo, fazendo parte de várias das definições de vida. Mas a biologia é só parte da história. A
paternidade também encerra dimensões culturais, econômicas e emocionais.
Inspirado em “Anti-Pluralism”, de William Galston, arrisco algumas reflexões sobre a matéria.
Até o começo do século 19, filhos eram um ativo econômico. Ajudavam desde cedo com o trabalho

134
doméstico, colaborando para o bem-estar da família, e ainda faziam as vezes de plano de aposen-
tadoria para os pais.
Hoje, contudo, crianças ficaram caras. E, para piorar, elas demoram muito até começar a trazer
contribuições econômicas. Como observa Galston, no espaço de dois séculos, a criação de filhos
deixou de ser um bem privado para tornar -se um bem público.
Embora a paternidade possa trazer recompensas emocionais, do ponto de vista estritamente eco-
nômico, ela favorece a sociedade como um todo, enquanto a maior parte dos custos recai sobre
os genitores.
E por que crianças beneficiam a sociedade? A crer na análise de economistas como Julian Simon,
riqueza são pessoas. Quanto mais gente, melhor, já que são indivíduos que têm ideias (além de
consumir produtos) e são as novas ideias que vêm assegurando o brutal aumento de produtividade
a que assistimos nos últimos 200 anos.
E isso nos coloca diante de um dos grandes dilemas dos tempos modernos. Para assegurar a sus-
tentabilidade da exploração dos recursos naturais do planeta, precisaríamos estabilizar ou até
reduzir a população. Só que fazê-lo é uma espécie de suicídio econômico, já que ficaria muito
difícil manter taxas positivas de crescimento, sem as quais instituições como previdência e até
democracia representativa podem entrar em colapso.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 18.11.2018. Adaptado)

Conforme opinião do autor, constitui um dos mais importantes dilemas da atualidade


A) a emergência de as famílias assumirem mais despesas com os filhos, já que os custos da pa-
ternidade pesam sobre estado, onerando-o cada vez mais.
B) a necessidade de contenção do aumento populacional, visando atenuar a exploração dos recur-
sos naturais, e as consequências econômicas dessa medida.
C) a percepção da paternidade a partir do viés econômico, colocando em segundo plano as dimen-
sões cultural e afetiva que envolvem as relações familiares.
D) a decisão entre manter ou impor controle sobre os altos índices de produtividade dos últimos
anos, para ajustá -los à tendência de queda nos níveis de consumo.
E) o aumento sistemático da produtividade fundado na crença, muito combatida por economistas,
de que quanto mais pessoas maior a geração de riqueza.

QUESTÃO 15: VUNESP - ADM (UFABC)/UFABC/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto, para responder a questão abaixo.

Redes pessoais e vulnerabilidade social

Redes sociais têm sido cada vez mais consideradas como elementos importantes na construção de
uma grande variedade de processos, desde a mobilização política em movimentos sociais ou par-
tidos políticos, até as ações e a estrutura de relações formais e informais entre as elites políticas e
econômicas ou na estruturação de áreas de políticas públicas, entre muitos outros temas. Número
significativo de estudos tem examinado as redes pessoais, aquelas que cercam os indivíduos em
particular. Essas análises visam a estudar os efeitos da sociabilidade de diversos grupos sociais,
para compreender como os laços sociais são construídos e transformados e suas consequências
para fenômenos como integração social, imigração e apoio social.

135
No caso específico da pobreza, a literatura tem estabelecido de forma cada vez mais eloquente
como tais redes medeiam o acesso a recursos materiais e imateriais e, ao fazê-lo, contribuem de
forma destacada para a reprodução das condições de privação e das desigualdades sociais. A
integração das redes ao estudo da pobreza pode permitir a construção de análises que escapem
dos polos analíticos da responsabilização individual dos pobres por sua pobreza (e seus atributos),
assim como de análises sistêmicas que foquem apenas os macroprocessos e constrangimentos
estruturais que cercam o fenômeno.
A literatura brasileira sobre o tema tem sido marcada por uma oposição entre enfoques centrados
nesses dois campos, embora os últimos anos tenham assistido a uma clara hegemonia dos es-
tudos baseados em atributos e ações individuais para a explicação da pobreza. Parece-nos evi-
dente que tanto constrangimentos e processos supraindividuais (incluindo os econômicos) quanto
estratégias e credenciais dos indivíduos importam para a constituição e a reprodução de situações
de pobreza. Entretanto, essas devem ser analisadas no cotidiano dos indivíduos, de maneira que
compreendamos de que forma medeiam o seu acesso a mercados, ao Estado e às trocas sociais
que provêm bem-estar.
(Eduardo Marques, Gabriela Castello e Renata M. Bichir. Revista USP, no 92, 2011-2012. Adaptado)

É correto afirmar que esse texto se dedica, principalmente, a


A) denunciar equívocos frequentes nos estudos sobre a pobreza.
B) criticar o tratamento dado ao tema “pobreza” pelos estudiosos de redes sociais.
C) discutir o papel das elites econômicas no incentivo ao consumo.
D) expor contribuições das redes pessoais para o estudo da pobreza.
E) apontar medidas capazes de minimizar o problema da desigualdade social.

QUESTÃO 16: VUNESP - ADM (UFABC)/UFABC/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto, para responder a questão abaixo.

Redes pessoais e vulnerabilidade social

Redes sociais têm sido cada vez mais consideradas como elementos importantes na construção
de uma grande variedade de processos, desde a mobilização política em movimentos sociais ou
partidos políticos, até as ações e a estrutura de relações formais e informais entre as elites polí-
ticas e econômicas ou na estruturação de áreas de políticas públicas, entre muitos outros te-
mas. Número significativo de estudos tem examinado as redes pessoais, aquelas que cercam os
indivíduos em particular. Essas análises visam a estudar os efeitos da sociabilidade de diversos
grupos sociais, para compreender como os laços sociais são construídos e transformados e suas
consequências para fenômenos como integração social, imigração e apoio social.
No caso específico da pobreza, a literatura tem estabelecido de forma cada vez mais eloquente
como tais redes medeiam o acesso a recursos materiais e imateriais e, ao fazê-lo, contribuem de
forma destacada para a reprodução das condições de privação e das desigualdades sociais. A
integração das redes ao estudo da pobreza pode permitir a construção de análises que escapem
dos polos analíticos da responsabilização individual dos pobres por sua pobreza (e seus atributos),
assim como de análises sistêmicas que foquem apenas os macroprocessos e constrangimentos
estruturais que cercam o fenômeno.

136
A literatura brasileira sobre o tema tem sido marcada por uma oposição entre enfoques centrados
nesses dois campos, embora os últimos anos tenham assistido a uma clara hegemonia dos es-
tudos baseados em atributos e ações individuais para a explicação da pobreza. Parece-nos evi-
dente que tanto constrangimentos e processos supraindividuais (incluindo os econômicos) quanto
estratégias e credenciais dos indivíduos importam para a constituição e a reprodução de situações
de pobreza. Entretanto, essas devem ser analisadas no cotidiano dos indivíduos, de maneira que
compreendamos de que forma medeiam o seu acesso a mercados, ao Estado e às trocas sociais
que provêm bem-estar.
(Eduardo Marques, Gabriela Castello e Renata M. Bichir. Revista USP, no 92, 2011-2012. Adaptado)

De acordo com o texto, um dos aspectos positivos do recurso às redes pessoais para análise da
pobreza está em
A) desvincular-se da perspectiva analítica de estudos que atribuem a responsabilidade pela pobre-
za ao pobre ou à ação de elementos acima do plano individual.
B) condensar informações pessoais e grupais, para conhecer os benefícios à disposição dos cida-
dãos e possibilitar-lhes melhores recursos materiais e imateriais.
C) desfazer a crença de que a sociabilidade é um fenômeno que depende de o indivíduo abando-
nar as condições de pobreza e buscar a própria felicidade.
D) facilitar a mobilização de grupos de interesse (econômico, político) com o objetivo social definido
de remover obstáculos à ascensão social.
E) possibilitar aos menos favorecidos acesso a recursos econômicos, além de promover a integra-
ção deles a outros grupos.

QUESTÃO 17: VUNESP - ADM (UFABC)/UFABC/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto, para responder a questão abaixo.

Organograma

Dizem que em matéria de organização aquele Ministério é de amargar. De vez em quando um


processo cai no vazio e desaparece para nunca mais. Por quê? Porque o único Ministro que se
lembrou de organizá-lo, segundo me contaram, tinha mania de organização.
Mania oriunda de uma sensibilidade estética o seu tanto exacerbada, capaz de exteriorizar-se em
requintes de planejamento burocrático. Aparentemente, essa marca de sua personalidade condi-
zia com as altas funções que já lhe cabiam.
Mas só aparentemente: a primazia do fator estético, feito de equilíbrio, proporção e harmonia,
passou a ser a determinante principal de todos os seus atos – tudo mais no Ministério que se
danasse. Como no remédio para nascer cabelo: não nascia, mas dava brilho.
Dizem que, quando tomou posse do cargo, a primeira coisa que fez foi encomendar a confecção de
um artístico organograma. Quando lhe trouxeram o trabalho, encomendado no Departamento do
Pessoal, que por sua vez o encomendou a um desenhista particular, o Ministro não fez mais nada
a não ser estudar a galharia daquela árvore geométrica, em função da qual as atividades de sua
Pasta passariam a desenvolver-se.

– Este organograma está uma droga. Não posso dependurar uma coisa destas na parede de meu

137
gabinete.

Pôs-se imediatamente a inventar novas repartições, serviços disso e daquilo – tudo fictício, irreal,
imaginário – para estabelecer o equilíbrio organogramático com departamento disso, departamento
daquilo.
O certo é que o novo organograma foi executado, e todo aquele que tivesse a ventura de penetrar
em seu gabinete podia admirá-lo.

– Tudo isso sob seu controle, Ministro?

– Para você ver, meu filho: se não fosse eu, todo esse complexo administrativo já teria desabado
para um lado, como uma árvore desgalhada. Dizem, mesmo, que até hoje o magnífico organogra-
ma figura no tal Ministério, como uma das mais importantes realizações de sua gestão.
(Fernando Sabino, A mulher do vizinho. Adaptado)

Segundo o texto, a mania de organização do Ministro


A) serviu de base para estruturar uma Pasta com várias novas e eficientes seções.
B) foi responsável pelo reconhecimento público da eficácia do trabalho da Pasta.
C) fez com que os atos dele priorizassem o bom funcionamento da Pasta.
D) resultou num organograma que não passou de peça decorativa em seu gabinete.
E) criou um clima de valorização estética no ambiente do Ministério.

QUESTÃO 18: VUNESP - CONT (CM ORLÂNDIA)/CM ORLÂNDIA/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Agência da ONU insta países das Américas a livrar continente da malária

O Paraguai foi certificado por ter eliminado a malária de seu território em junho deste ano. A Argen-
tina está trilhando o caminho para obter sua certificação em 2019. Belize, Costa Rica, Equador, El
Salvador, México e Suriname têm o potencial de alcançar a eliminação até 2020. Outros países, no
entanto, registraram aumento no número de casos, o que põe em risco a consecução das metas
de redução e eliminação da doença na região até 2030.
No Dia de Luta contra a Malária nas Américas (6 de novembro), a Organização Pan-Americana
da Saúde (OPAS) insta os países da região a tomar medidas urgentes para conter o aumento de
casos, manter as conquistas e libertar o continente da doença que, durante o último século, foi a
principal causa de morte em quase todas as nações do mundo.
“A eliminação da malária está mais próxima do que nunca”, disse a diretora da OPAS, Carissa F.
Etienne. No entanto, ela também advertiu que “não podemos confiar nem relaxar nas ações já
tomadas”. “Os esforços devem ser intensificados onde a incidência da doença aumentou”, acres-
centou.
Desde 2015, os casos de malária nas Américas aumentaram em 71%; 95% do número total destes
casos estão concentrados em cinco países, principalmente em áreas específicas onde os esforços
contra a doença estão enfraquecidos. Muitos dos afetados são populações indígenas, pessoas que
vivem em situação de vulnerabilidade, trabalhadores mineiros e migrantes.
“Se queremos eliminar a malária, precisamos melhorar o investimento e ampliar o acesso a preven-

138
ção, diagnóstico e tratamento oportunos da doença em comunidades onde a maioria dos casos
está concentrada”, afirmou Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis e
Determinantes Ambientais da Saúde na OPAS.

(Agência da ONU insta países das Américas a livrar continente da malária. ONU Brasil. https://nacoesuni-
das.org/agencia-da-onu-insta-paises- -das-americas-a-livrar-continente-da- malaria/amp/. 06.11.18. Acesso
em 07/11/2018)

As informações do texto permitem afirmar que

A) o aumento no número de casos de malária nas Américas adiou em definitivo a expectativa de


eliminação da doença na região até 2030.
B) o registro no aumento recente de casos de malária ficou restrito a cinco países do continente
americano.
C) apesar de sua eliminação em alguns países, a malária vem registrando aumento de casos no
continente americano.
D) as ações adotadas para combater a malária nos países americanos, de modo geral, têm se
mostrado ineficazes.
E) os focos de malária em alguns países americanos impedem que outras nações da região alcan-
cem metas nacionais de eliminação da doença.

QUESTÃO 19: VUNESP - CONT (CM ORLÂNDIA)/CM ORLÂNDIA/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Nada me deixava mais tranquilo do que os sons da máquina de escrever vindos do quarto ao lado.
Era meu pai, escritor, que trabalhava depois que todos haviam ido dormir. O batuque no teclado,
o ronco grave do rolo girando com o papel e a sineta do carro tilintando ao ser devolvido à posição
inicial – plim! – me garantiam a presença de um adulto, ali ao lado: se não ao alcance das mãos,
ao menos dos ouvidos. O ritmo caótico, mas contínuo – como chuva no telhado –, era ainda melhor
do que a música de ninar, cadenciada, pois sugeria que mesmo em meio à confusão poderia haver
harmonia. Sob esse cafuné auditivo, o mundo desaparecia, sem violência, depois voltava a existir,
quando eu menos esperasse, iluminado: plim!
Prata, Antonio. Nu, de botas p.15 – 1ª ed. – São Paulo: Companhia das Letras, 2013. (Excerto adaptado)

Conforme o texto, os sons da máquina de escrever de seu pai trabalhando à noite produziam no
narrador uma sensação

A) de incômodo, já que o som repetitivo do teclado e do rolo girando com o papel impediam-no de
dormir.
B) de preocupação com a rotina do seu pai, que permanecia trabalhando enquanto todos na casa
já dormiam.
C) de tranquilidade pela presença do pai, mas de desconforto com o barulho caótico e contínuo da
máquina.
D) de segurança, já que o barulho contínuo da máquina representava a certeza da presença de um
adulto.

139
E) confusa, pois os sons, agradáveis estando acordado, pareciam-lhe caóticos quando era desper-
tado por eles.

QUESTÃO 20: VUNESP - CONT (CM ORLÂNDIA)/CM ORLÂNDIA/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia a tira de André Dahmer para responder à questão.

MALVADOS ANDRÉ DAHMER (André Dahmer. Malvados. https://www1.folha.uol.com.br/ ilustrada/cartum/cartunsdia-


rios/#13/10/2018)

É correto afirmar que a última fala da segunda personagem da tira expressa um ponto de vista
A) indulgente quanto a blogs que adulteram a verdade, em função da notícia.
B) crítico em relação ao modo como a ideia de verdade pode ser manipulada na internet.
C) tolerante em relação às inversões entre “notícia” e “verdade” nas redes sociais.
D) complacente quanto às chamadas fake news veiculadas na internet.
E) neutro quanto à ética de certos sites que desenvolvem as próprias verdades.

QUESTÃO 21: VUNESP - BIBLIO (UNIFAI)/UNIFAI/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Uma invenção humana

Vejo a literatura como um instrumento excepcional da nossa civilização. Ela ajuda a esclarecer o
mundo. Quem nós somos? Quem nós fomos? Lendo a Ilíada, você pode imaginar quais foram os
sentimentos de Aquiles ou de Príamo. Você se pergunta: “Por que esse fervor pela narrativa?”.
Porque o ser humano precisou narrar, para que os fatos da vida, da poética do cotidiano, não
desaparecessem. Enquanto o ser humano forjava a sua civilização, dava combate aos deuses e
procurava entender em que caos estava imerso, ele contava histórias. Para que nada se perdesse.
Não havia bibliotecas. No caso de Homero, os aedos – e quase podíamos intitulá-los os poetas da
memória – memorizavam tudo para que os fatos humanos não se perdessem. E, assim, a angústia
em relação à apreensão da vida real, o real humano, visível, intangível, esteve presente em todas
as civilizações. Nas nossas Américas, por exemplo, houve entre os incas uma categoria social, a
dos amautas, que tinha por finalidade única memorizar. Memorizar para que os povos não se es-
quecessem das suas próprias histórias. Quer dizer, a literatura não foi uma invenção dos escritores,

140
gosto muito de enfatizar isso. Foi uma invenção humana.
Milhões de pessoas já leram Dom Quixote. Milhões, em diferentes línguas. Mas é o mesmo livro
para diferentes leitores. Isso prova que a literatura dá visibilidade a quem somos, a nossos senti-
mentos mais secretos, mais obscuros, mais desesperados, às esperanças mais condicionais do ser
humano. E a literatura conta histórias porque os sentimentos precisam de uma história para que
você se dê conta deles. Então, a literatura pensou em dar conta de quem somos, dessa nossa
complexidade extraordinária. Porque somos seres fundamentalmente singulares. E, por isso, a
literatura é singular.
(Nélida Piñon. Uma invenção humana – depoimento ao escritor e jornalista José Castello. Rascunho nº 110. Curitiba: 2009. In http://
rascunho.com.br/wp-content/uploads/2012/02/ Book_Rascunho_110.pdf. Acesso em 15.11.18. Adaptado)

O depoimento de Nélida Piñon permite afirmar que, para a escritora,


A) uma obra literária se modifica conforme as características de seus diversos leitores em suas
diversificadas línguas.
B) a ausência das bibliotecas, na Antiguidade grega, fez com que parte das informações sobre os
feitos humanos se perdessem.
C) a falta de bibliotecas fez com que os povos do continente americano adquirissem o costume de
decorar textos.
D) os amautas e os aedos tinham como característica comum a memorização dos fatos produzidos
pela espécie humana.
E) a criação da literatura é a prova definitiva de que a banalidade dos sentimentos humanos é a
matéria -prima dos escritores.

QUESTÃO 22: VUNESP - BIBLIO (UNIFAI)/UNIFAI/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Uma invenção humana

Vejo a literatura como um instrumento excepcional da nossa civilização. Ela ajuda a esclarecer o
mundo. Quem nós somos? Quem nós fomos? Lendo a Ilíada, você pode imaginar quais foram os
sentimentos de Aquiles ou de Príamo. Você se pergunta: “Por que esse fervor pela narrativa?”.
Porque o ser humano precisou narrar, para que os fatos da vida, da poética do cotidiano, não
desaparecessem. Enquanto o ser humano forjava a sua civilização, dava combate aos deuses e
procurava entender em que caos estava imerso, ele contava histórias. Para que nada se perdesse.
Não havia bibliotecas. No caso de Homero, os aedos – e quase podíamos intitulá-los os poetas da
memória – memorizavam tudo para que os fatos humanos não se perdessem. E, assim, a angústia
em relação à apreensão da vida real, o real humano, visível, intangível, esteve presente em todas
as civilizações. Nas nossas Américas, por exemplo, houve entre os incas uma categoria social, a
dos amautas, que tinha por finalidade única memorizar. Memorizar para que os povos não se es-
quecessem das suas próprias histórias. Quer dizer, a literatura não foi uma invenção dos escritores,
gosto muito de enfatizar isso. Foi uma invenção humana.
Milhões de pessoas já leram Dom Quixote. Milhões, em diferentes línguas. Mas é o mesmo livro
para diferentes leitores. Isso prova que a literatura dá visibilidade a quem somos, a nossos senti-
mentos mais secretos, mais obscuros, mais desesperados, às esperanças mais condicionais do ser
humano. E a literatura conta histórias porque os sentimentos precisam de uma história para que

141
você se dê conta deles. Então, a literatura pensou em dar conta de quem somos, dessa nossa
complexidade extraordinária. Porque somos seres fundamentalmente singulares. E, por isso, a
literatura é singular.
(Nélida Piñon. Uma invenção humana – depoimento ao escritor e jornalista José Castello. Rascunho nº 110. Curitiba: 2009. In http://
rascunho.com.br/wp-content/uploads/2012/02/ Book_Rascunho_110.pdf. Acesso em 15.11.18. Adaptado)

Para Nélida Piñon, a Literatura


A) contradiz a visão que temos sobre a civilização.
B) é capaz de explicar o período anterior ao civilizacional.
C) é quem trama a civilização.
D) acentua as diferenças entre os homens.
E) possui a capacidade de registrar a identidade da espécie.

QUESTÃO 23: VUNESP - BIBLIO (UNIFAI)/UNIFAI/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Uma invenção humana

Vejo a literatura como um instrumento excepcional da nossa civilização. Ela ajuda a esclarecer o
mundo. Quem nós somos? Quem nós fomos? Lendo a Ilíada, você pode imaginar quais foram os
sentimentos de Aquiles ou de Príamo. Você se pergunta: “Por que esse fervor pela narrativa?”.
Porque o ser humano precisou narrar, para que os fatos da vida, da poética do cotidiano, não
desaparecessem. Enquanto o ser humano forjava a sua civilização, dava combate aos deuses e
procurava entender em que caos estava imerso, ele contava histórias. Para que nada se perdesse.
Não havia bibliotecas. No caso de Homero, os aedos – e quase podíamos intitulá-los os poetas da
memória – memorizavam tudo para que os fatos humanos não se perdessem. E, assim, a angústia
em relação à apreensão da vida real, o real humano, visível, intangível, esteve presente em todas
as civilizações. Nas nossas Américas, por exemplo, houve entre os incas uma categoria social, a
dos amautas, que tinha por finalidade única memorizar. Memorizar para que os povos não se es-
quecessem das suas próprias histórias. Quer dizer, a literatura não foi uma invenção dos escritores,
gosto muito de enfatizar isso. Foi uma invenção humana.
Milhões de pessoas já leram Dom Quixote. Milhões, em diferentes línguas. Mas é o mesmo livro
para diferentes leitores. Isso prova que a literatura dá visibilidade a quem somos, a nossos senti-
mentos mais secretos, mais obscuros, mais desesperados, às esperanças mais condicionais do ser
humano. E a literatura conta histórias porque os sentimentos precisam de uma história para que
você se dê conta deles. Então, a literatura pensou em dar conta de quem somos, dessa nossa
complexidade extraordinária. Porque somos seres fundamentalmente singulares. E, por isso, a
literatura é singular.
(Nélida Piñon. Uma invenção humana – depoimento ao escritor e jornalista José Castello. Rascunho nº 110. Curitiba: 2009. In http://
rascunho.com.br/wp-content/uploads/2012/02/ Book_Rascunho_110.pdf. Acesso em 15.11.18. Adaptado)

O título do texto
A) sugere que os aedos inventaram a literatura.
B) adianta uma ideia que será defendida pela autora.
C) refuta a ideia de que a oralidade está na origem da literatura.

142
D) questiona a noção de que literatura é produto da cultura.
E) promove certa crítica ao aspecto fantasioso inerente às narrativas.

QUESTÃO 24: VUNESP - MJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Após avanços tecnológicos, medicina deve mirar empatia

Médicos sempre ocuparam uma posição de prestígio na sociedade. Afinal, cuidar do maior bem
do indivíduo – a vida – não é algo trivial. Embora a finalidade do ofício seja a mesma, o modus
operandi mudou drasticamente com o tempo.
O que se pode afirmar é que o foco da atuação médica deve ser cada vez menos o controle sobre
o destino do paciente e mais a mediação e a interpretação de tecnologias, incluindo a famigerada
inteligência artificial. Já o lado humanístico, que perdeu espaço para os exames e as máquinas,
tende a recuperar cada vez mais sua importância.
De meados do século 20 até agora, concomitantemente às novas especialidades, houve avanço
tecnológico e a proliferação de modalidades de exames. Cresceu o catálogo dos laboratórios e
também a dependência do médico em relação a exames. A impressão dos pacientes passou a ser
a de que o cuidado é ruim, caso o médico não os solicite.
O tema é caro a Jayme Murahovschi, referência em pediatria no país. “Tem que haver progressão
tecnológica, claro, mas mais importante que isso é a ligação emocional com o paciente. Hoje mé-
dicos pedem muitos exames e os pacientes também.”
Murahovschi está entre os que acreditam que a profissão está sofrendo uma nova reviravolta, qua-
se que voltando às origens clássicas, hipocráticas: “Os médicos do futuro, os que sobrarem, vão
ter que conhecer o paciente a fundo, dar toda a atenção que ele precisa, usando muita tecnologia,
mas com foco no paciente.”
Alguns profissionais poderão migrar para uma medicina mais técnica, preveem analistas.
Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface entre o conhecimento biomédico
e a tecnologia por trás de plataformas de diagnóstico e reabilitação. Ou ainda atuariam alimen-
tando com dados uma plataforma de inteligência artificial, tornando-a mais esperta.
Outra tecnologia já presente é a telemedicina, que descentraliza a realização de consultas e exa-
mes. Clínicas e médicos generalistas podem, rapidamente e pela internet, contar com laudos de es-
pecialistas situados em diferentes localidades; uma junta médica pode discutir casos de pacientes
e seria possível até a realização, a distância, de consultas propriamente ditas, se não existissem
restrições do CFM nesse sentido.
Até cirurgias podem ser feitas a distância, com o advento da robótica. O tema continua fascinando
médicos e pacientes, mas, por enquanto, nada de droides médicos à la Star Wars – quem controla
o robô ainda é o ser humano.
(Gabriela Alves. Folha de S.Paulo, 19.10.2018. Adaptado)

Segundo Jayme Murahovschi, a profissão está passando por uma reviravolta cuja consequência
será:
A) o surgimento de novas modalidades de exames que tornarão o médico mais dependente desses
recursos.
B) o crescimento, no país, do número de médicos interessados em praticar uma medicina mais

143
técnica.
C) a retomada dos conceitos hipocráticos que se opõem à prática dos médicos generalistas.
D) o relacionamento entre médico e paciente, que se dará exclusivamente por meios tecnológicos.
E) a necessidade de associar tratamento clínico e envolvimento humano no contato entre médico
e paciente.

QUESTÃO 25: VUNESP - MJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Após avanços tecnológicos, medicina deve mirar empatia

Médicos sempre ocuparam uma posição de prestígio na sociedade. Afinal, cuidar do maior bem do
indivíduo – a vida – não é algo trivial. Embora a finalidade do ofício seja a mesma, o modus ope-
randi mudou drasticamente com o tempo.
O que se pode afirmar é que o foco da atuação médica deve ser cada vez menos o controle sobre
o destino do paciente e mais a mediação e a interpretação de tecnologias, incluindo a famigerada
inteligência artificial. Já o lado humanístico, que perdeu espaço para os exames e as máquinas,
tende a recuperar cada vez mais sua importância.
De meados do século 20 até agora, concomitantemente às novas especialidades, houve avanço
tecnológico e a proliferação de modalidades de exames. Cresceu o catálogo dos laboratórios e
também a dependência do médico em relação a exames. A impressão dos pacientes passou a ser
a de que o cuidado é ruim, caso o médico não os solicite.
O tema é caro a Jayme Murahovschi, referência em pediatria no país. “Tem que haver progressão
tecnológica, claro, mas mais importante que isso é a ligação emocional com o paciente. Hoje mé-
dicos pedem muitos exames e os pacientes também.”
Murahovschi está entre os que acreditam que a profissão está sofrendo uma nova reviravolta, qua-
se que voltando às origens clássicas, hipocráticas: “Os médicos do futuro, os que sobrarem, vão
ter que conhecer o paciente a fundo, dar toda a atenção que ele precisa, usando muita tecnologia,
mas com foco no paciente.”
Alguns profissionais poderão migrar para uma medicina mais técnica, preveem analistas.
Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface entre o conhecimento biomédico
e a tecnologia por trás de plataformas de diagnóstico e reabilitação. Ou ainda atuariam alimen-
tando com dados uma plataforma de inteligência artificial, tornando-a mais esperta.
Outra tecnologia já presente é a telemedicina, que descentraliza a realização de consultas e exa-
mes. Clínicas e médicos generalistas podem, rapidamente e pela internet, contar com laudos de es-
pecialistas situados em diferentes localidades; uma junta médica pode discutir casos de pacientes
e seria possível até a realização, a distância, de consultas propriamente ditas, se não existissem
restrições do CFM nesse sentido.
Até cirurgias podem ser feitas a distância, com o advento da robótica. O tema continua fascinando
médicos e pacientes, mas, por enquanto, nada de droides médicos à la Star Wars – quem controla
o robô ainda é o ser humano.
(Gabriela Alves. Folha de S.Paulo, 19.10.2018. Adaptado)

De acordo com as informações do texto, a telemedicina


A) é um campo que se restringe à atuação de médicos e profissionais que se encarregarão de su-

144
prir plataformas de inteligência artificial.
B) faculta a interação entre diferentes profissionais que, trabalhando on-line, podem trocar parece-
res relativos aos casos que analisam.
C) ampliou o catálogo de medicamentos dos laboratórios internacionais e contribuiu para o surgi-
mento de novas especialidades médicas.
D) espera a autorização dos órgãos públicos a fim de que robôs tenham autonomia para realizar
cirurgias complexas.
E) corrobora a opinião de pacientes que consideram improdutiva a consulta, quando o médico não
requisita vários exames.

QUESTÃO 26: VUNESP - MJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Literatura no cárcere

Desde 2013, quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) autorizou a remição da pena pela lei-
tura, 5.547 detentos foram beneficiados por esse projeto no Brasil. É um número baixo, se compa-
rado com as quase 700 mil pessoas privadas de liberdade em todo o país.
A recomendação do CNJ determina que, a cada livro lido, é possível reduzir quatro dias da pena.
Para isso, o leitor deve escrever um resumo da obra que deve ser aprovado por um parecerista.
Esses documentos seguem para o juiz responsável, que julga o pedido de remição.
Medir os benefícios dessa proposta tem feito florescer debates acalorados entre os que veem na
leitura ganhos efetivos para a reintegração do indivíduo à sociedade e os que a avaliam como um
privilégio concedido a pessoas que, de algum modo, causaram danos à população. Sem entrar no
mérito dessa discussão, é fato que, dentro ou fora da prisão, as benesses da leitura são muitas e
difíceis de mensurar.
Uma pesquisa feita em 2017 pela editora Companhia das Letras, que em parceria com a Fundação
Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel (Funap) subsidia um projeto de clubes de leitura e remição de
pena, indicou que os ganhos são mais concretos do que se pode imaginar.
Durante um ano, 177 detentos se reuniram mensalmente para discutir uma obra selecionada pela
curadoria do projeto.
Quando perguntados sobre as eventuais mudanças percebidas em si próprios, a resposta mais
frequente foi que os envolvidos conseguiram perceber uma “ampliação de conhecimentos”. Em se-
gundo, que se sentiam mais motivados “para traçar planos para o futuro”. Na sequência, aparecem
motivações como “capacidade de reflexão” e de “expressar sentimentos”, possibilidade de “dizer
o que pensa”, “maior criatividade” e, por último, “maior criticidade”.
Por qualquer prisma que se procure observar, esses ganhos já seriam significativos, pois no am-
biente prisional revelam uma extraordinária mudança na chave da autoestima.
(Vanessa Ferrari, Rafaela Deiab e Pedro Schwarcz. Folha de S. Paulo, 25.06.18. Adaptado)

Assinale a afirmação correta a respeito do conteúdo do texto.


A) O número de detentos beneficiados pelos clubes de leitura ainda é inexpressivo, pois não há
recursos para a ampliação do projeto.
B) A parceria entre a editora e a Funap foi proposta pelo Conselho Nacional de Justiça, cuja função
é promover a reintegração dos detentos.

145
C) O projeto divide opiniões, uma vez que alguns veem positivamente esse meio de reintegração,
enquanto outros o consideram um prêmio injusto.
D) A redução da pena em quatro dias por ano depende de um parecerista que aprova a resenha
feita pelo detento e redige o pedido de remição.
E) Entre as respostas dadas, constatou-se que o primordial para os detentos foi aprender a se ex-
pressar com confiança.

QUESTÃO 27:VUNESP - AUL (CM SERTÃOZINHO)/CM SERTÃOZINHO/INFORMÁTI-


CA/2019
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Karl Marx romancista e dramaturgo?

É preciso levar a sério a filha de Marx, Eleanor, quando disse que seu pai “era o mais alegre e diver-
tido de todos os homens”. Em outubro de 1837, com apenas dezenove anos, o jovem Karl compôs
uma peça de teatro e um breve romance satírico, inacabados, nos quais ridiculariza e condena as
convenções burguesas, o moralismo filisteu, a aristocracia e o pedantismo intelectual.
Naquele ano, por indicação médica – pois adoecera por excesso de trabalho –, Marx deixou Berlim
e estabeleceu- se, para repousar, em Stralow, uma vila de pescadores. Mas, em vez do descanso,
optou por trabalhar intensamente. Foi nesse momento que escreveu as duas operetas contidas no
livrinho que a Boitempo oferece agora aos leitores brasileiros: Escorpião e Félix e Oulanem.
Essas pequenas obras remetem à atmosfera cultural da Alemanha no período posterior ao Con-
gresso de Viena, com a rejeição romântica do classicismo e a grande difusão da obra de Lau-
rence Sterne, principalmente do seu Tristram Shandy. Esse romance, publicado entre 1759 e 1767,
cobre de ridículo os estereótipos literários então dominantes. É dessa fonte literária, além de
pitadas de E. T. A. Hoffmann, que o jovem Karl bebe em seu romance Escorpião e Félix, dissolven-
do os lugares comuns narrativos num divertido desprezopela lisura formal do romance clássico.
Já Oulanem é um drama fantástico em versos, um suspense gótico. Na criação desse poema-tra-
gédia, ambientado numa aldeia na Itália, o jovem filósofo estava sob a influência dominante de
Goethe e, sob essa luz, delineava sua visão da história e sua ideia de que o mundo precisava ser
completamente revolucionado.
Esse Karl ainda não é o Marx que conhecemos melhor, mas são claros os indícios do futuro filósofo
materialista que despontam.
(Carlos Eduardo Ornelas Berriel. https://blogdaboitempo.com.br. Adaptado)

De acordo com o texto, as obras Escorpião e Félix e Oulanem, de Karl Marx, têm em comum o fato
de serem
A) burlescas e tratarem de temas metafísicos.
B) empoladas e desenvolverem teses filosóficas.
C) classicistas e reproduzirem estereótipos burgueses.
D) incompletas e atacarem a tradição acadêmica.
E) regionalistas e terem a Itália como cenário.

QUESTÃO 28: VUNESP - AUL (CM SERTÃOZINHO)/CM SERTÃOZINHO/INFORMÁTI-


CA/2019
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

146
Karl Marx romancista e dramaturgo?

É preciso levar a sério a filha de Marx, Eleanor, quando disse que seu pai “era o mais alegre e diver-
tido de todos os homens”. Em outubro de 1837, com apenas dezenove anos, o jovem Karl compôs
uma peça de teatro e um breve romance satírico, inacabados, nos quais ridiculariza e condena as
convenções burguesas, o moralismo filisteu,a aristocracia e o pedantismo intelectual.
Naquele ano, por indicação médica – pois adoecera por excesso de trabalho –, Marx deixou Berlim
e estabeleceu- se, para repousar, em Stralow, uma vila de pescadores. Mas, em vez do descanso,
optou por trabalhar intensamente. Foi nesse momento que escreveu as duas operetas contidas no
livrinho que a Boitempo oferece agora aos leitores brasileiros: Escorpião e Félix e Oulanem.
Essas pequenas obras remetem à atmosfera cultural da Alemanha no período posterior ao Con-
gresso de Viena, com a rejeição romântica do classicismo e a grande difusão da obra de Laurence
Sterne, principalmente do seu Tristram Shandy. Esse romance, publicado entre 1759 e 1767, cobre
de ridículo os estereótipos literários então dominantes. É dessa fonte literária, além de pitadas de E.
T. A. Hoffmann, que o jovem Karl bebe em seu romance Escorpião e Félix, dissolvendo os lugares
comuns narrativos num divertido desprezopela lisura formal do romance clássico. Já Oulanem é um
drama fantástico em versos, um suspense gótico. Na criação desse poema-tragédia, ambientado
numa aldeia na Itália, o jovem filósofo estava sob a influência dominante de Goethe e, sob essa
luz, delineava sua visão da história e sua ideia de que o mundo precisava ser completamente
revolucionado.
Esse Karl ainda não é o Marx que conhecemos melhor, mas são claros os indícios do futuro filósofo
materialista que despontam.
(Carlos Eduardo Ornelas Berriel. https://blogdaboitempo.com.br. Adaptado)

A respeito da distribuição do conteúdo abordado no texto, pode-se afirmar corretamente que,


A) no parágrafo 1º, são listadas as principais preferências literárias do filósofo Karl Marx.
B) no parágrafo 2º, expõem-se as intenções de Karl Marx ao desenvolver suas obras literárias.
C) no parágrafo 3º, apresentam-se algumas influências sobre Karl Marx romancista e dramaturgo.
D) no parágrafo 4º, defende-se que a obra literária de Karl Marx deve sobrepor-se à obra filosófica.
E) nos parágrafos 2º e 3º, justifica-se a crítica que Karl Marx dirige à classe burguesa alemã.

QUESTÃO 29: VUNESP - ENFJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Saúde não é brinquedo político, diz diretor da OMS

“A saúde não é um brinquedo político, ela deve ser usada para promover o bem-estar e a qualidade
de vida. E isso só vai acontecer quando nos comprometermos a fazer da atenção primária à saúde
a base da assistência universal.”
A afirmação é do diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghe-
breyesus, durante a assinatura nesta quinta (25/10/2018) de um acordo internacional em Astana,
capital do Cazaquistão, em que 194 países membros da OMS, incluindo o Brasil, comprometeram-
-se a fortalecer a atenção primária.
Chamado de “Declaração de Astana”, o acordo também comemora o 40º aniversário da histórica
Declaração de Alma Alta, que exortou o mundo a fazer dos cuidados primários de saúde o pilar da
cobertura universal de saúde em 1978.

147
Ocorre que, embora nos últimos 40 anos a expectativa de vida tenha aumentado e a mortalidade
infantil, caído pela metade, por exemplo, o progresso em saúde tem sido desigual e injusto entre
países e dentro dos países.
“Devemos reconhecer que não alcançamos esse objetivo [saúde para todos]. Em vez de saúde
para todos, conseguimos saúde para alguns. Temos ficado muito focados em combater doenças
específicas, muito focados no tratamento, em detrimento da prevenção de doenças”, disse Ghe-
breyesus.
Quase metade da população mundial não tem acesso a serviços essenciais de saúde e, segundo a
OMS, 100 milhões de pessoas são empurradas para a pobreza a cada ano por causa de gastos
catastróficos em saúde. A atenção primária à saúde pode fornecer de 80% a 90% das necessida-
des de saúde de uma pessoa durante sua vida.
A Declaração de Astana aponta a necessidade de uma ação multissetorial que inclua tecnologia,
conhecimento científico e tradicional, juntamente com profissionais de saúde bem treinados e re-
munerados, e participação das pessoas e da comunidade para que seja alcançada a tão sonhada
saúde para todos com qualidade.
(Cláudia Collucci, Saúde não é brinquedo político, diz diretor da OMS. Em: Folha de S.Paulo, 25.10.2018. Adaptado)

As informações do texto mostram que a atenção primária à saúde


A) vive ainda enfrentamentos para se estabelecer plenamente, uma vez que se identificam desi-
gualdades entre os países e, até mesmo, dentro deles.
B) obteve êxito em seu propósito a partir da Declaração de Alma Alta, razão pela qual os 40 anos
subsequentes a ela foram de saúde para todos os cidadãos.
C) tende a ser brevemente atingida, uma vez que a Declaração de Astana ratifica os cuidados pri-
mários como pilar da cobertura universal de saúde.
D) passou por um período de estabilização, mas vem sendo questionada recentemente com o re-
crudescimento de uma série de doenças específicas.
E) deixou de ser atendida porque a Organização Mundial da Saúde parou de perseguir os preceitos
defendidos pelas Declarações de Alma Alta e Astana.

QUESTÃO 30: VUNESP - ENFJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Saúde não é brinquedo político, diz diretor da OMS

“A saúde não é um brinquedo político, ela deve ser usada para promover o bem-estar e a qualidade
de vida. E isso só vai acontecer quando nos comprometermos a fazer da atenção primária à saúde
a base da assistência universal.”
A afirmação é do diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghe-
breyesus, durante a assinatura nesta quinta (25/10/2018) de um acordo internacional em Astana,
capital do Cazaquistão, em que 194 países membros da OMS, incluindo o Brasil, comprometeram-
-se a fortalecer a atenção primária.
Chamado de “Declaração de Astana”, o acordo também comemora o 40º aniversário da histórica
Declaração de Alma Alta, que exortou o mundo a fazer dos cuidados primários de saúde o pilar da
cobertura universal de saúde em 1978.
Ocorre que, embora nos últimos 40 anos a expectativa de vida tenha aumentado e a mortalidade

148
infantil, caído pela metade, por exemplo, o progresso em saúde tem sido desigual e injusto entre
países e dentro dos países.
“Devemos reconhecer que não alcançamos esse objetivo [saúde para todos]. Em vez de saúde
para todos, conseguimos saúde para alguns. Temos ficado muito focados em combater doenças
específicas, muito focados no tratamento, em detrimento da prevenção de doenças”, disse Ghe-
breyesus.
Quase metade da população mundial não tem acesso a serviços essenciais de saúde e, segundo a
OMS, 100 milhões de pessoas são empurradas para a pobreza a cada ano por causa de gastos
catastróficos em saúde. A atenção primária à saúde pode fornecer de 80% a 90% das necessida-
des de saúde de uma pessoa durante sua vida.
A Declaração de Astana aponta a necessidade de uma ação multissetorial que inclua tecnologia,
conhecimento científico e tradicional, juntamente com profissionais de saúde bem treinados e re-
munerados, e participação das pessoas e da comunidade para que seja alcançada a tão sonhada
saúde para todos com qualidade.
(Cláudia Collucci, Saúde não é brinquedo político, diz diretor da OMS. Em: Folha de S.Paulo, 25.10.2018. Adaptado)

De acordo com Tedros Adhanom Ghebreyesus, a universalização da saúde

a) ganha destaque nas políticas, garantindo a atenção à prevenção de doenças e o acesso a ser-
viços essenciais de saúde.
b) pode ser conseguida de forma bem simples, priorizando- se métodos tradicionais e profissionais
com formação mais humanizada.
c) está prejudicada pela baixa atenção à prevenção de doenças, o que ainda pode piorar caso se
use politicamente a saúde.
d) caminha para atingir um número maior de pessoas, já que se tem abandonado o combate a
doenças específicas.
e) exige políticas mais voltadas à tecnologia, o que demandará menos profissionais em um traba-
lho mais eficiente para a população.

QUESTÃO 31: VUNESP - ENFJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Tempo incerto

Os homens têm complicado tanto o mecanismo da vida que já ninguém tem certeza de nada: para
se fazer alguma coisa é preciso aliar a um impulso de aventura grandes sombras de dúvida. Não
se acredita mais na existência de gente honesta; e os bons têm medo de exercitarem sua bondade,
para não serem tratados de hipócritas ou de ingênuos.
Vivemos um momento em que a virtude é ridícula e os mais vis sentimentos se mascaram de gran-
diosidade, simpatia, benevolência. A observação do presente leva-nos até a descer dos exemplos
do passado: os varões ilustres de outras eras terão sido realmente ilustres? Ou a História nos está
contando as coisas ao contrário, pagando com dinheiros dos testemunhos a opinião dos escribas?
Se prestarmos atenção ao que nos dizem sobre as coisas que nós mesmos presenciamos – ou
temos que aceitar a mentira como a arte mais desenvolvida do nosso tempo, ou desconfiamos do
nosso próprio testemunho, e acabamos no hospício!

149
Pois assim, é, meus senhores! Prestai atenção às coisas que vos contam, em família, na rua, nos
cafés, em várias letras de forma, e dizei-me se não estão incertos os tempos e se não devemos
todos andar de pulga atrás da orelha!
Agora, pensam os patrões, os empregados, os amigos e inimigos de uns e de outros e todo o resto
da massa humana. E não só pensam, como também pensam que pensam! E além de pensarem
que pensam, pensam que têm razão! E cada um é o detentor exclusivo da razão!
Pois de tal abundância de razão é que se faz a loucura. E a vocação das pessoas, hoje em dia, não
é para o diálogo com ou sem palavras, mas para balas de diversos calibres. Perto disso, a carestia
da vida é um ramo de flores. O que anda mesmo caro é alma. E o Demônio passeia pelo mundo,
glorioso e imune.
(Cecília Meireles, Tempo incerto. Em: Escolha o seu Sonho. Adaptado)

Em suas considerações, o narrador pondera que


A) a ideia geral é de que todos sabem opinar, discutindo e avaliando com acuidade a opinião alheia.
B) a acriticidade com que todos se comunicam tem oportunizado, sensatamente, a busca pela
razão.
C) o modo como as pessoas se relacionam nos dias de hoje tem promovido o diálogo com civili-
dade.
D) o momento atual se marca por uma inversão de valores, o que gera confusão e incertezas.
E) a confusão do mundo atual tem sido deixada de lado, priorizando-se a humanização das pes-
soas.

QUESTÃO 32: VUNESP - ASS INF (CM TATUÍ)/CM TATUÍ/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Por quê?

“Correlação não é causa” é um mantra que todos aqueles que já entraram numa aula de estatística
ou de metodologia científica ouviram. E de fato não é. O canto do galo e o nascer do sol estão forte-
mente correlacionados, mas ninguém deve achar que é o som emitido pelo galináceo que provoca
o surgimento do astro todas as manhãs.
O problema é que, durante muito tempo, estatísticos e cientistas se deixaram cegar pelo mantra e
renunciaram a investigar melhor a causalidade e desenvolver ferramentas matemáticas para lidar
com ela, o que é perfeitamente possível. Essa pelo menos é a visão do cientista da computação
Judea Pearl, exposta em “The Book of Why” (O livro do porquê), obra que escreveu com o mate-
mático e jornalista científico Dana Mackenzie.
Os prejuízos foram grandes. Muitas vidas se perderam porque, por várias décadas, a ciência julgou
não ter meios para estabelecer com segurança se o cigarro causava ou não câncer, incerteza
que a indústria do tabaco foi hábil em explorar. Em “The Book of Why”, Pearl e Mackenzie explicam
de forma razoavelmente didática quais são as novas técnicas que permitem responder a perguntas
causais como “qual a probabilidade de esta onda de calor ter sido provocada pelo efeito estufa?”
ou “foi a droga X que curou a doença Y?”. Mais até, os autores falam em usar a estatística para
destrinchar o obscuro mundo dos contrafactuais1.
Uma advertência importante que os autores fazem a entusiastas do “big data”2 é que não podemos
nos furtar a entender as questões estudadas e formular teorias. Não se chega a lugar nenhum só

150
com dados e sem hipóteses.
Minha sensação, pela retórica empregada (não tenho competência para avaliar tecnicamente), é
que Pearl exagera um pouco. Ele faz um uso pouco comedido de termos como “revolução” e “mi-
lagre”. Mas é um cientista de primeira linha e, mesmo que ele esteja aumentando as coisas em até
30%, ainda sobram muitas ideias fascinantes no livro.
(Hélio Schwartsman. 19.08.2018. www.folha.uol.com.br. Adaptado)

1contrafactual: simulação (sentido aproximado)


2 big data: grande banco de dados

Segundo o autor, um atrativo do livro de Pearl e Mackenzie é


A) a impossibilidade de abordagens científicas na investigação dos contrafactuais.
B) a defesa que eles fazem da primazia de outras metodologias sobre a estatística.
C) o fato de mostrar novas técnicas para a resolução de questões de causalidade.
D) a crítica à falta de responsabilização das indústrias pela causa de doenças letais.
E) a descoberta de fórmulas matemáticas úteis para quantificar efeitos correlacionados.

QUESTÃO 33: VUNESP - ASS INF (CM TATUÍ)/CM TATUÍ/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Por quê?

“Correlação não é causa” é um mantra que todos aqueles que já entraram numa aula de estatística
ou de metodologia científica ouviram. E de fato não é. O canto do galo e o nascer do sol estão forte-
mente correlacionados, mas ninguém deve achar que é o som emitido pelo galináceo que provoca
o surgimento do astro todas as manhãs.
O problema é que, durante muito tempo, estatísticos e cientistas se deixaram cegar pelo mantra e
renunciaram a investigar melhor a causalidade e desenvolver ferramentas matemáticas para lidar
com ela, o que é perfeitamente possível. Essa pelo menos é a visão do cientista da computação
Judea Pearl, exposta em “The Book of Why” (O livro do porquê), obra que escreveu com o mate-
mático e jornalista científico Dana Mackenzie.
Os prejuízos foram grandes. Muitas vidas se perderam porque, por várias décadas, a ciência julgou
não ter meios para estabelecer com segurança se o cigarro causava ou não câncer, incerteza que
a indústria do tabaco foi hábil em explorar. Em “The Book of Why”, Pearl e Mackenzie explicam de
forma razoavelmente didática quais são as novas técnicas que permitem responder a perguntas
causais como “qual a probabilidade de esta onda de calor ter sido provocada pelo efeito estufa?”
ou “foi a droga X que curou a doença Y?”. Mais até, os autores falam em usar a estatística para
destrinchar o obscuro mundo dos contrafactuais1.
Uma advertência importante que os autores fazem a entusiastas do “big data”2 é que não podemos
nos furtar a entender as questões estudadas e formular teorias. Não se chega a lugar nenhum só
com dados e sem hipóteses.
Minha sensação, pela retórica empregada (não tenho competência para avaliar tecnicamente), é
que Pearl exagera um pouco. Ele faz um uso pouco comedido de termos como “revolução” e “mi-
lagre”. Mas é um cientista de primeira linha e, mesmo que ele esteja aumentando as coisas em até
30%, ainda sobram muitas ideias fascinantes no livro.

151
(Hélio Schwartsman. 19.08.2018. www.folha.uol.com.br. Adaptado)

1contrafactual: simulação (sentido aproximado)


2 big data: grande banco de dados

De acordo com as informações do texto, Pearl e Mackenzie


A) defendem que o objetivo de seu trabalho é atestar que as correlações ocultam relações de cau-
salidade.
B) desconfiam da acuidade das informações obtidas por pesquisadores que fazem uso da estatís-
tica.
C) duvidam da credibilidade de pesquisadores que trabalham em busca de validar ou descartar
hipóteses.
D) julgam imprescindível a formulação de hipóteses no processo de compreensão do objeto de
estudo.
E) são reticentes quanto a pesquisadores entusiastas do uso de algoritmos para confirmar suas
hipóteses.

QUESTÃO 34: VUNESP - Ass Inf (CM Tatuí)/CM Tatuí/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Por quê?
“Correlação não é causa” é um mantra que todos aqueles que já entraram numa aula de estatística
ou de metodologia científica ouviram. E de fato não é. O canto do galo e o nascer do sol estão forte-
mente correlacionados, mas ninguém deve achar que é o som emitido pelo galináceo que provoca
o surgimento do astro todas as manhãs.
O problema é que, durante muito tempo, estatísticos e cientistas se deixaram cegar pelo mantra e
renunciaram a investigar melhor a causalidade e desenvolver ferramentas matemáticas para lidar
com ela, o que é perfeitamente possível. Essa pelo menos é a visão do cientista da computação
Judea Pearl, exposta em “The Book of Why” (O livro do porquê), obra que escreveu com o mate-
mático e jornalista científico Dana Mackenzie.
Os prejuízos foram grandes. Muitas vidas se perderam porque, por várias décadas, a ciência julgou
não ter meios para estabelecer com segurança se o cigarro causava ou não câncer, incerteza
que a indústria do tabaco foi hábil em explorar. Em “The Book of Why”, Pearl e Mackenzie explicam
de forma razoavelmente didática quais são as novas técnicas que permitem responder a perguntas
causais como “qual a probabilidade de esta onda de calor ter sido provocada pelo efeito estufa?”
ou “foi a droga X que curou a doença Y?”. Mais até, os autores falam em usar a estatística para
destrinchar o obscuro mundo dos contrafactuais1.
Uma advertência importante que os autores fazem a entusiastas do “big data”2 é que não podemos
nos furtar a entender as questões estudadas e formular teorias. Não se chega a lugar nenhum só
com dados e sem hipóteses.
Minha sensação, pela retórica empregada (não tenho competência para avaliar tecnicamente), é
que Pearl exagera um pouco. Ele faz um uso pouco comedido de termos como “revolução” e “mi-
lagre”. Mas é um cientista de primeira linha e, mesmo que ele esteja aumentando as coisas em até
30%, ainda sobram muitas ideias fascinantes no livro.
(Hélio Schwartsman. 19.08.2018. www.folha.uol.com.br. Adaptado)

152
1contrafactual: simulação (sentido aproximado)
2 big data: grande banco de dados

No contexto do primeiro parágrafo, a passagem – O canto do galo e o nascer do sol estão forte-
mente correlacionados, mas ninguém deve achar que é o som emitido pelo galináceo que provoca
o surgimento do astro todas as manhãs. – serve ao propósito de
A) enumerar o que foi dito anteriormente.
B) resumir o que foi dito anteriormente.
C) refutar o que foi dito anteriormente.
D) ressalvar o que foi dito anteriormente.
E) ilustrar o que foi dito anteriormente.

QUESTÃO 35: VUNESP - ACS (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder a questão.

O futuro do trabalho

Foi lançado nesse mês, em meio às celebrações do centenário da Organização Internacional do


Trabalho (OIT), o relatório da comissão global sobre o futuro do trabalho, que tive a honra de inte-
grar. O que o texto revela é uma visão centrada em políticas públicas para enfrentar desafios que
o século trouxe para a humanidade.
Frente à chamada revolução industrial 4.0, ao envelhecimento da população e à mudança climá-
tica, a resposta aparece na forma de programas para evitar o crescimento da desigualdade e
melhorar a preparação das gerações futuras e o conceito de uma sociedade ativa ao longo da vida.
É importante lembrar que, segundo pesquisadores, haverá em poucos anos a extinção de profis-
sões e de tarefas dentro de várias ocupações, diante da automação e da robotização aceleradas.
Outras serão criadas, demandando, porém, competências distintas das que estavam em alta até
pouco tempo. O cenário exige grande investimento nas pessoas. Por isso, o relatório clama por
uma agenda econômica centrada em seres humanos, especialmente uma ampliação em suas
capacidades.
Isso envolve trabalhar com o conceito de aprendizagem ao longo da vida, ou seja, desde a primeira
infância, a fim de desenvolver competências basilares, necessárias para promover autonomia
para que todos possam aprender a aprender.
Afinal, numa vida em que tarefas vão sendo extintas e assumidas por máquinas, teremos que nos
reinventar continuamente, passando a desempenhar atividades que demandam capacidade de
resolução criativa e colaborativa de problemas complexos, reflexão crítica e maior profundidade de
análise.
Teremos também que contar com um ecossistema educacional que inclua modalidades ágeis de
cursos para capacitação, recapacitação e requalificação. A certificação de conhecimentos previa-
mente adquiridos ganha força e sentido de urgência, além de um investimento maior em escolas
técnicas e profissionais que fomentem a aquisição das competências necessárias não só para
exercer uma profissão específica, mas também para obter outra rapidamente, se necessário.
(Claudia Costin. Folha de S.Paulo, 25.01.2019. Adaptado)
Segundo o texto, a reivindicação por uma agenda econômica centrada na ampliação das capaci-

153
dades humanas deve-se à
A) recente adoção de políticas públicas educacionais direcionadas ao enfrentamento dos desafios
impostos pelas transformações nos modos de produção.
B) necessidade de encontrar soluções que possam minimizar o impacto dos problemas sociais
para a população mais idosa que têm origem no desemprego.
C) emergência de se adotarem medidas para conter o processo acelerado de automação e de
robotização, responsável pelo avanço das mudanças climáticas.
D) demanda pelo desenvolvimento de novas competências, diante da previsão do fim de ocupa-
ções em decorrência da intensa automação e robotização.
E) necessidade de aceleração da automação da indústria nacional, indispensável para atender a
demanda de um mercado consumidor em crescimento constante.

QUESTÃO 36: VUNESP - ACS (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder a questão.

O futuro do trabalho

Foi lançado nesse mês, em meio às celebrações do centenário da Organização Internacional do


Trabalho (OIT), o relatório da comissão global sobre o futuro do trabalho, que tive a honra de inte-
grar. O que o texto revela é uma visão centrada em políticas públicas para enfrentar desafios que
o século trouxe para a humanidade.
Frente à chamada revolução industrial 4.0, ao envelhecimento da população e à mudança climá-
tica, a resposta aparece na forma de programas para evitar o crescimento da desigualdade e
melhorar a preparação das gerações futuras e o conceito de uma sociedade ativa ao longo da vida.
É importante lembrar que, segundo pesquisadores, haverá em poucos anos a extinção de profis-
sões e de tarefas dentro de várias ocupações, diante da automação e da robotização aceleradas.
Outras serão criadas, demandando, porém, competências distintas das que estavam em alta até
pouco tempo. O cenário exige grande investimento nas pessoas. Por isso, o relatório clama por
uma agenda econômica centrada em seres humanos, especialmente uma ampliação em suas
capacidades.
Isso envolve trabalhar com o conceito de aprendizagem ao longo da vida, ou seja, desde a primeira
infância, a fim de desenvolver competências basilares, necessárias para promover autonomia
para que todos possam aprender a aprender.
Afinal, numa vida em que tarefas vão sendo extintas e assumidas por máquinas, teremos que nos
reinventar continuamente, passando a desempenhar atividades que demandam capacidade de
resolução criativa e colaborativa de problemas complexos, reflexão crítica e maior profundidade de
análise.
Teremos também que contar com um ecossistema educacional que inclua modalidades ágeis de
cursos para capacitação, recapacitação e requalificação. A certificação de conhecimentos previa-
mente adquiridos ganha força e sentido de urgência, além de um investimento maior em escolas
técnicas e profissionais que fomentem a aquisição das competências necessárias não só para
exercer uma profissão específica, mas também para obter outra rapidamente, se necessário.
(Claudia Costin. Folha de S.Paulo, 25.01.2019. Adaptado)
Segundo a autora, uma preparação eficiente para o contexto de trabalho em que antigas profissões

154
serão extintas enquanto outras serão criadas envolve
A) o trabalho constante de pesquisa voltada para a identificação das profissões com potencial para
serem extintas e daquelas que permanecerão em alta.
B) o desenvolvimento da consciência política sobre a necessidade da adoção de medidas para
fazer frente aos novos desafios impostos à humanidade.
C) o reconhecimento do nível de capacitação pessoal, o que impõe aceitar desempenhar desde
atividades mais básicas até aquelas que dependem de reflexão crítica.
D) a capacidade de reinventar-se continuamente, fundamental para o desempenho de atividades
que requerem reflexão crítica e aptidão para resolução de problemas.
E) um sistema educacional que despreze os conhecimentos prévios dos estudantes e direcione o
ensino à capacitação deles para desempenhar uma única profissão.

QUESTÃO 37: VUNESP - ACS (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder a questão.

O futuro do trabalho

Foi lançado nesse mês, em meio às celebrações do centenário da Organização Internacional do


Trabalho (OIT), o relatório da comissão global sobre o futuro do trabalho, que tive a honra de inte-
grar. O que o texto revela é uma visão centrada em políticas públicas para enfrentar desafios que
o século trouxe para a humanidade.
Frente à chamada revolução industrial 4.0, ao envelhecimento da população e à mudança climá-
tica, a resposta aparece na forma de programas para evitar o crescimento da desigualdade e
melhorar a preparação das gerações futuras e o conceito de uma sociedade ativa ao longo da vida.
É importante lembrar que, segundo pesquisadores, haverá em poucos anos a extinção de profis-
sões e de tarefas dentro de várias ocupações, diante da automação e da robotização aceleradas.
Outras serão criadas, demandando, porém, competências distintas das que estavam em alta até
pouco tempo. O cenário exige grande investimento nas pessoas. Por isso, o relatório clama por
uma agenda econômica centrada em seres humanos, especialmente uma ampliação em suas
capacidades.
Isso envolve trabalhar com o conceito de aprendizagem ao longo da vida, ou seja, desde a primeira
infância, a fim de desenvolver competências basilares, necessárias para promover autonomia
para que todos possam aprender a aprender.
Afinal, numa vida em que tarefas vão sendo extintas e assumidas por máquinas, teremos que nos
reinventar continuamente, passando a desempenhar atividades que demandam capacidade de
resolução criativa e colaborativa de problemas complexos, reflexão crítica e maior profundidade de
análise.
Teremos também que contar com um ecossistema educacional que inclua modalidades ágeis de
cursos para capacitação, recapacitação e requalificação. A certificação de conhecimentos previa-
mente adquiridos ganha força e sentido de urgência, além de um investimento maior em escolas
técnicas e profissionais que fomentem a aquisição das competências necessárias não só para
exercer uma profissão específica, mas também para obter outra rapidamente, se necessário.
(Claudia Costin. Folha de S.Paulo, 25.01.2019. Adaptado)

155
Considere a seguinte passagem do 4º parágrafo, para responder a questão.

Isso envolve trabalhar com o conceito de aprendizagem ao longo da vida, ou seja, desde a primei-
ra infância, a fim de desenvolver competências basilares, necessárias para promover autonomia
para que todos possam aprender a aprender.

Conforme a passagem, no que diz respeito à autonomia para aptidão à aprendizagem,


A) o aprendizado desde a primeira infância pouco acrescenta.
B) o conceito de aprendizagem ao longo da vida não pode ser implicado.
C) o desenvolvimento de competências básicas é imprescindível.
D) a exigência de aprendizagem ao longo da vida pode ser preterida.
E) a imposição do desenvolvimento de competências desde cedo é controversa.

QUESTÃO 38: VUNESP - AG (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/ADMINISTRAÇÃO PÚ-


BLICA/2019
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder a questão.
O Marajá

A família toda ria de dona Morgadinha e dizia que ela estava sempre esperando a visita de alguém
ilustre. Dona Morgadinha não podia ver uma coisa fora do lugar, uma ponta de poeira em seus mó-
veis ou uma mancha em seus vidros e cristais. Gemia baixinho quando alguém esquecia um sapato
no corredor, uma toalha no quarto ou – ai, ai, ai – uma almofada fora do sofá da sala. Baixinha,
resoluta, percorria a casa com uma flanela na mão, o olho vivo contra qualquer incursão do pó, da
cinza, do inimigo nos seus domínios.
Dona Morgadinha era uma alma simples. Não lia jornal, não lia nada. Achava que jornal sujava os
dedos e livro juntava mofo e bichos. O marido de dona Morgadinha, que ela amava com devoção
apesar do seu hábito de limpar a orelha com uma tampa de caneta Bic, estabelecera um limite para
sua compulsão por limpeza. Ela não podia entrar em sua biblioteca. Sua jurisdição acabava na
porta. Ali dentro só ele podia limpar, e nunca limpava. E, nas raras vezes em que dona Morgadinha
chegava à porta do escritório proibido para falar com o marido, esse fazia questão de desafiá-la.
Botava os pés em cima dos móveis. Atirava os sapatos longe. Uma vez chegara a tirar uma meia
e jogar em cima da lâmpada só para ver a cara da mulher. Sacudia a ponta do charuto sobre um
cinzeiro cheio e errava deliberadamente o alvo. Dona Morgadinha então fechava os olhos e, inca-
paz de se controlar, lustrava com a sua flanela o trinco da porta.
(Luis Fernando Veríssimo. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. Adaptado)

A expressão presente no texto que melhor sintetiza a principal característica da personagem dona
Morgadinha é:
A) ... sempre esperando a visita...
B) Gemia baixinho...
C) Não lia jornal, não lia nada.
D) ... compulsão por limpeza.
E) ... incapaz de se controlar...

156
QUESTÃO 39: VUNESP - ANA (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/AMBIENTAL/2019
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder a questão.

“Tire suas próprias conclusões”

Essa é a frase que mais tenho ouvido recentemente. Passada a euforia de uma notícia qualificada
como “bomba”, logo os atores de uma das partes corriam a público para disponibilizar a íntegra
daquilo que antes foi veiculado em partes.
É preciso saber de tudo e entender de tudo. É preciso tirar as próprias conclusões para não depen-
der de ninguém, e é esse o grande e contraditório imperativo dos nossos tempos. É uma ordem a
uma experimentação libertária, e uma quase contradição do termo. O imperativo que liberta tam-
bém aprisiona: você só passa a ser, ou a pertencer, se tiver uma conclusão. Sobre qualquer coisa.
Nas últimas décadas psicanalistas se debruçaram sobre as mudanças nos arranjos produtivos e
sociais de cada período histórico para compreender e nomear as formas de sofrimento decorrentes
delas. A revolução industrial, a divisão social do trabalho, a urbanização desenfreada e as guerras,
por exemplo, fizeram explodir o número de sujeitos impacientes, irritadiços e perturbados com a
velocidade das transformações e suas consequentes perdas de referências simbólicas.
Pensando sobre o imperativo “Leia/Veja/Assista” e “Tire suas próprias conclusões”, começo a des-
confiar de que estamos diante de uma nova forma de sofrimento relacionado a um mal-estar ainda
não nomeado.
Afinal, que tipo de sujeito está surgindo de nossa nova organização social? O que a vida em rede
diz sobre as formas como nos relacionamos com o mundo? Que tipos de valores surgem dali? E,
finalmente, que tipo de sofrimento essa vida em rede tem causado?
Vou arriscar e sair correndo, já sob o risco de percorrer um campo que não é meu: estamos vendo
surgir o sujeito preso à ideia da obrigação de ter algo a dizer. Ao longo dos séculos essa angústia
era comum aos chamados formadores de opinião e artistas, responsáveis por reinterpretar o mun-
do. Hoje basta ter um celular com conexão 3G para ser chamado a opinar sobre qualquer coisa.
Pensamos estar pensando mesmo quando estamos apenas terceirizando convicções ao comparti-
lhar aquilo que não escrevemos.
É uma nova versão de um conflito descrito por Clarice Lispector a respeito da insuficiência da lin-
guagem. Algo como: “Não só não consigo dizer o que penso como o que penso passa a ser o que
digo”. Se vivesse nas redes que atribuem a ela frases que jamais disse, o “dizer” e o “pensar” teriam
a interlocução de um outro verbo: “compartilhar”.
(Matheus Pichonelli, Carta Capital. 18.03.2016. www.cartacapital.com.br. Adaptado)

Na opinião do autor, o mal-estar provado pelos indivíduos atualmente está relacionado com
A) a obrigação de produzir conteúdos que sejam instigantes e inéditos.
B) o imperativo de consultar fontes de informação dignas de credibilidade.
C) a exigência de ter de emitir uma opinião sobre qualquer assunto.
D) a perda de referências simbólicas que impulsionou a revolução industrial.
E) o fato de não haver valores éticos sólidos balizando os formadores de opinião.

157
QUESTÃO 40: VUNESP - ANA (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/AMBIENTAL/2019
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder a questão.

“Tire suas próprias conclusões”

Essa é a frase que mais tenho ouvido recentemente. Passada a euforia de uma notícia qualificada
como “bomba”, logo os atores de uma das partes corriam a público para disponibilizar a íntegra
daquilo que antes foi veiculado em partes.
É preciso saber de tudo e entender de tudo. É preciso tirar as próprias conclusões para não depen-
der de ninguém, e é esse o grande e contraditório imperativo dos nossos tempos. É uma ordem a
uma experimentação libertária, e uma quase contradição do termo. O imperativo que liberta tam-
bém aprisiona: você só passa a ser, ou a pertencer, se tiver uma conclusão. Sobre qualquer coisa.
Nas últimas décadas psicanalistas se debruçaram sobre as mudanças nos arranjos produtivos e
sociais de cada período histórico para compreender e nomear as formas de sofrimento decorrentes
delas. A revolução industrial, a divisão social do trabalho, a urbanização desenfreada e as guerras,
por exemplo, fizeram explodir o número de sujeitos impacientes, irritadiços e perturbados com a
velocidade das transformações e suas consequentes perdas de referências simbólicas.
Pensando sobre o imperativo “Leia/Veja/Assista” e “Tire suas próprias conclusões”, começo a des-
confiar de que estamos diante de uma nova forma de sofrimento relacionado a um mal-estar ainda
não nomeado.
Afinal, que tipo de sujeito está surgindo de nossa nova organização social? O que a vida em rede
diz sobre as formas como nos relacionamos com o mundo? Que tipos de valores surgem dali? E,
finalmente, que tipo de sofrimento essa vida em rede tem causado?
Vou arriscar e sair correndo, já sob o risco de percorrer um campo que não é meu: estamos vendo
surgir o sujeito preso à ideia da obrigação de ter algo a dizer. Ao longo dos séculos essa angústia
era comum aos chamados formadores de opinião e artistas, responsáveis por reinterpretar o mun-
do. Hoje basta ter um celular com conexão 3G para ser chamado a opinar sobre qualquer coisa.
Pensamos estar pensando mesmo quando estamos apenas terceirizando convicções ao comparti-
lhar aquilo que não escrevemos.
É uma nova versão de um conflito descrito por Clarice Lispector a respeito da insuficiência da lin-
guagem. Algo como: “Não só não consigo dizer o que penso como o que penso passa a ser o que
digo”. Se vivesse nas redes que atribuem a ela frases que jamais disse, o “dizer” e o “pensar” teriam
a interlocução de um outro verbo: “compartilhar”.
(Matheus Pichonelli, Carta Capital. 18.03.2016. www.cartacapital.com.br. Adaptado)

Da menção ao conflito descrito por Clarice Lispector, no último parágrafo, deduz-se o seguinte:
A) para o autor, Clarice Lispector estava equivocada ao ignorar a importância do “compartilhar”
como intermediário entre o “dizer” e o “pensar”.
B) ao se exprimir com exatidão o pensamento, a insuficiência da linguagem é superada, ainda que
provisoriamente.
C) quando o pensamento é traduzido em palavras, e essas palavras são partilhadas, exaltam-se os
valores morais da sociedade.
D) não é possível expressar com exatidão o que pensamos, e nos iludimos ao crer que o que dize-
mos equivale ao que pensamos.

158
E) o “pensar” adquire valor a partir do momento em que encontra um equivalente no “dizer” e assu-
me forma ao ser compartilhado.

QUESTÃO 41: VUNESP - ASS SOC (TRANSERP)/TRANSERP/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Sedentários bem alimentados

Pela primeira vez na história de nossa espécie, foi-nos oferecida a possibilidade de comer à larga
em todas as refeições e de ganhar a vida sentados o dia inteiro. Obesidade e sedentarismo se
tornaram as principais epidemias nos países de renda média e alta, nos quais a praga mortífera do
tabagismo começa a ser a duras penas controlada.
Na esteira dessas duas pandemias, caminham a passos apressados hipertensão arterial, diversos
tipos de câncer, diabetes, doenças cardiovasculares, problemas ortopédicos, articulares, renais e
outras complicações que sobrecarregam o sistema de saúde, encarecem o atendimento e fazem
sofrer milhões de pessoas. Nas capitais, 19% dos brasileiros adultos estão obesos e outros 35%
têm sobrepeso, ou seja, menos da metade da população cai na faixa do peso considerado saudá-
vel.
Na contramão de outros ramos da economia, a incorporação de tecnologia na área médica aumen-
ta o custo do produto final. A assistência a uma população que envelhece mal como a brasileira
exigirá recursos de que não dispomos no SUS nem na saúde suplementar.
Esperar as pessoas adoecerem para tratá-las em hospitais e unidades de pronto atendimento é
política suicida. Não há saída: ou investimos na prevenção ou, cada vez mais, só os privilegiados
terão acesso à medicina moderna.
Nos anos 1960, cerca de 60% dos nossos adultos fumavam, hoje não passam de 10%. Se con-
seguimos resultado tão impressionante com a dependência química mais feroz que a medicina
conhece, não é impossível convencer mulheres, crianças e homens a comer um pouco menos e a
andar míseros 40 minutos num dia de 24 horas.
(Drauzio Varella. Folha de S. Paulo, 11.11.2018. www.folha.uol.com.br. Adaptado)

Uma frase condizente com o expresso no texto é:


A) A distribuição desigual de alimentos nos países de renda média e alta ocasionou o aumento de
casos de obesidade e sedentarismo.
B) É preciso investir na prevenção da obesidade e do sedentarismo, uma vez que não se vislumbra
a igualdade de acesso à assistência médica no futuro.
C) A sociedade brasileira envelhece mal porque come de maneira irrestrita e porque a maior parte
do trabalho disponível leva ao sedentarismo.
D) Mais da metade da população brasileira tem sido poupada de doenças típicas da obesidade na
medida em que evita o sedentarismo.
E) O uso da tecnologia tende a baratear os serviços médicos, universalizando o tratamento de
doenças derivadas da obesidade e do sedentarismo.

QUESTÃO 42: VUNESP - ASS SOC (TRANSERP)/TRANSERP/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Sedentários bem alimentados


159
Pela primeira vez na história de nossa espécie, foi-nos oferecida a possibilidade de comer à larga
em todas as refeições e de ganhar a vida sentados o dia inteiro. Obesidade e sedentarismo se
tornaram as principais epidemias nos países de renda média e alta, nos quais a praga mortífera do
tabagismo começa a ser a duras penas controlada.
Na esteira dessas duas pandemias, caminham a passos apressados hipertensão arterial, diversos
tipos de câncer, diabetes, doenças cardiovasculares, problemas ortopédicos, articulares, renais e
outras complicações que sobrecarregam o sistema de saúde, encarecem o atendimento e fazem
sofrer milhões de pessoas. Nas capitais, 19% dos brasileiros adultos estão obesos e outros 35%
têm sobrepeso, ou seja, menos da metade da população cai na faixa do peso considerado saudá-
vel.
Na contramão de outros ramos da economia, a incorporação de tecnologia na área médica aumen-
ta o custo do produto final. A assistência a uma população que envelhece mal como a brasileira
exigirá recursos de que não dispomos no SUS nem na saúde suplementar.
Esperar as pessoas adoecerem para tratá-las em hospitais e unidades de pronto atendimento é
política suicida. Não há saída: ou investimos na prevenção ou, cada vez mais, só os privilegiados
terão acesso à medicina moderna.
Nos anos 1960, cerca de 60% dos nossos adultos fumavam, hoje não passam de 10%. Se con-
seguimos resultado tão impressionante com a dependência química mais feroz que a medicina
conhece, não é impossível convencer mulheres, crianças e homens a comer um pouco menos e a
andar míseros 40 minutos num dia de 24 horas.
(Drauzio Varella. Folha de S. Paulo, 11.11.2018. www.folha.uol.com.br. Adaptado)
Quanto ao conteúdo que expressam, o primeiro e o segundo parágrafos associam-se em uma re-
lação de
A) constatação e retificação.
B) causa e consequência.
C) hipótese e comprovação.
D) condição e negação.
E) comparação e exemplo.

QUESTÃO 43: VUNESP - ASS SOC (TRANSERP)/TRANSERP/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Sedentários bem alimentados

Pela primeira vez na história de nossa espécie, foi-nos oferecida a possibilidade de comer à larga
em todas as refeições e de ganhar a vida sentados o dia inteiro. Obesidade e sedentarismo se
tornaram as principais epidemias nos países de renda média e alta, nos quais a praga mortífera do
tabagismo começa a ser a duras penas controlada.
Na esteira dessas duas pandemias, caminham a passos apressados hipertensão arterial, diversos
tipos de câncer, diabetes, doenças cardiovasculares, problemas ortopédicos, articulares, renais e
outras complicações que sobrecarregam o sistema de saúde, encarecem o atendimento e fazem
sofrer milhões de pessoas. Nas capitais, 19% dos brasileiros adultos estão obesos e outros 35%
têm sobrepeso, ou seja, menos da metade da população cai na faixa do peso considerado saudá-
vel.

160
Na contramão de outros ramos da economia, a incorporação de tecnologia na área médica aumen-
ta o custo do produto final. A assistência a uma população que envelhece mal como a brasileira
exigirá recursos de que não dispomos no SUS nem na saúde suplementar.
Esperar as pessoas adoecerem para tratá-las em hospitais e unidades de pronto atendimento é
política suicida. Não há saída: ou investimos na prevenção ou, cada vez mais, só os privilegiados
terão acesso à medicina moderna.
Nos anos 1960, cerca de 60% dos nossos adultos fumavam, hoje não passam de 10%. Se con-
seguimos resultado tão impressionante com a dependência química mais feroz que a medicina
conhece, não é impossível convencer mulheres, crianças e homens a comer um pouco menos e a
andar míseros 40 minutos num dia de 24 horas.
(Drauzio Varella. Folha de S. Paulo, 11.11.2018. www.folha.uol.com.br. Adaptado)

A referência ao tabagismo no texto serve ao intuito de


A) demonstrar que o aumento da obesidade e do sedentarismo na população é tão sério que resul-
tará incontornável.
B) explicar que a obesidade e o sedentarismo se tornam mais letais quando associados a um qua-
dro de tabagismo.
C) afirmar que a obesidade e o sedentarismo provocam sensações físicas equivalentes às provo-
cadas por uma dependência química.
D) defender que é possível realizar uma campanha eficaz para combater a obesidade e o seden-
tarismo.
E) alertar quanto à necessidade de priorizar o tratamento de pessoas com doenças relacionadas à
obesidade e ao sedentarismo.

QUESTÃO 44: VUNESP - ASS SOC (TRANSERP)/TRANSERP/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Sedentários bem alimentados

Pela primeira vez na história de nossa espécie, foi-nos oferecida a possibilidade de comer à larga
em todas as refeições e de ganhar a vida sentados o dia inteiro. Obesidade e sedentarismo se
tornaram as principais epidemias nos países de renda média e alta, nos quais a praga mortífera do
tabagismo começa a ser a duras penas controlada.
Na esteira dessas duas pandemias, caminham a passos apressados hipertensão arterial, diversos
tipos de câncer, diabetes, doenças cardiovasculares, problemas ortopédicos, articulares, renais e
outras complicações que sobrecarregam o sistema de saúde(A), encarecem o atendimento e fa-
zem sofrer milhões de pessoas(B). Nas capitais, 19% dos brasileiros adultos estão obesos e outros
35% têm sobrepeso(C), ou seja, menos da metade da população cai na faixa do peso considerado
saudável.
Na contramão de outros ramos da economia, a incorporação de tecnologia na área médica aumen-
ta o custo do produto final. A assistência a uma população que envelhece mal como a brasileira
exigirá recursos de que não dispomos no SUS nem na saúde suplementar(D).
Esperar as pessoas adoecerem para tratá-las em hospitais e unidades de pronto atendimento é
política suicida. Não há saída: ou investimos na prevenção ou, cada vez mais, só os privilegiados
terão acesso à medicina moderna.

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Nos anos 1960, cerca de 60% dos nossos adultos fumavam, hoje não passam de 10%. Se con-
seguimos resultado tão impressionante com a dependência química mais feroz que a medicina
conhece, não é impossível convencer mulheres, crianças e homens a comer um pouco menos e a
andar míseros 40 minutos num dia de 24 horas.
(Drauzio Varella. Folha de S. Paulo, 11.11.2018. www.folha.uol.com.br. Adaptado)

Uma palavra que, no contexto, explicita uma opinião pessoal do autor está destacada em:
A) ... outras complicações que sobrecarregam o sistema de saúde...
B) ... outras complicações que [...] encarecem o atendimento...
C) ... outros 35% têm sobrepeso...
D) ... recursos de que não dispomos [...] na saúde suplementar.
E) ... andar míseros 40 minutos num dia de 24 horas.

QUESTÃO 45: VUNESP - PAEPE (UNICAMP)/UNICAMP/BIBLIOTECÁRIO/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Página infeliz

O mercado editorial no Brasil nunca pareceu tão próximo de uma catástrofe – com as duas prin-
cipais redes de livrarias do país, Saraiva e Cultura, em uma crise profunda, reduzindo o número
de lojas e com dívidas que parecem sem fim.
Líder do mercado, a Saraiva, que já acumula atrasos de pagamentos a editores nos últimos anos,
anunciou nesta semana o fechamento de 20 lojas. Em nota, a rede afirma que a medida tem a ver
com “desafios econômicos e operacionais”, além de uma mudança na “dinâmica do varejo”.
Na semana anterior, a Livraria Cultura entrou em recuperação judicial. No pedido à Justiça, a rede
afirma acumular prejuízos nos últimos quatro anos, ter custos que só crescem e vendas menores.
Mesmo assim, diz a petição enviada ao juiz, não teria aumentado seus preços.
O enrosco da Cultura está explicado aí. Diante da crise, a empresa passou a pegar dinheiro em-
prestado com os bancos – o tamanho da dívida é de R$ 63 milhões. Com os atrasos nos paga-
mentos das duas redes, editoras já promoveram uma série de demissões ao longo dos últimos dois
anos.
O cenário de derrocada, contudo, parece estar em descompasso com os números de vendas.
Desde o começo do ano, os dados compilados pela Nielsen, empresa de pesquisa de mercado,
levantados a pedido do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, mostravam que o meio livreiro
vinha dando sinais de melhoras pela primeira vez, desde o início da recessão econômica que abala
o país.
Simone Paulino, da Nós, editora independente de São Paulo, enxerga um descompasso entre as
vendas em alta e a crise. Nas palavras dela, “um paradoxo assustador.” A editora nunca vendeu
tanto na Cultura quanto nesses últimos seis meses”, diz. E é justamente nesse período que eles
não têm sido pagos.
“O modelo de produção do livro é muito complicado. Você investe desde a compra do direito autoral
ou tradução e vai investindo ao longo de todo o processo. Na hora que você deveria receber, esse
dinheiro não volta”, diz Paulino.
“Os grandes grupos têm uma estrutura de advogados que vão ter estratégia para tentar receber. E
para os pequenos? O que vai acontecer?”

162
Mas há uma esperança para os editores do país: o preço fixo do livro. Diante do cenário de crise, a
maior parte dos editores aposta em uma carta tirada da manga no apagar das luzes do atual gover-
no – a criação, no país, do preço fixo do livro – norma a ser implantada por medida provisória – nos
moldes de boa parte de países europeus, como França e Alemanha.
Os editores se inspiram no pujante mercado europeu. Por lá, o preço fixo existe desde 1837, quan-
do a Dinamarca criou a sua lei limitando descontos, abolida só em 2001. A crença é a de que a
crise atual é em parte causada pela guerra de preço. Unificar o valor de capa permitiria um flores-
cimento das livrarias independentes, uma vez que elas competiriam de forma mais justa com as
grandes redes.
(Folha de S. Paulo, 03.11.2018. Adaptado)

Segundo o texto, é correto afirmar que as redes de livrarias Cultura e Saraiva


A) apostam em uma recuperação do mercado livreiro, por causa da entrada de editoras menores
no mercado e dos efeitos dos empréstimos bancários.
B) pretendem intensificar a venda de livros, porque a lei do preço fixo, criada na Dinamarca em 1
837, foi aprovada pelo governo brasileiro.
C) se sentem prejudicadas por causa da competição das editoras independentes, que conseguem
melhores resultados na dinâmica das políticas editoriais.
D) acreditam que poderão sair do prejuízo, mediante medidas de contenção de despesas, como a
redução do número de lojas e o pagamento das dívidas.
E) encontram-se afetadas pela crise econômica, pelas mudanças no mercado varejista e emprésti-
mos contraídos junto a instituições financeiras.

QUESTÃO 46: VUNESP - PAEPE (UNICAMP)/UNICAMP/BIBLIOTECÁRIO/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Página infeliz

O mercado editorial no Brasil nunca pareceu tão próximo de uma catástrofe – com as duas prin-
cipais redes de livrarias do país, Saraiva e Cultura, em uma crise profunda, reduzindo o número de
lojas e com dívidas que parecem sem fim.
Líder do mercado, a Saraiva, que já acumula atrasos de pagamentos a editores nos últimos anos,
anunciou nesta semana o fechamento de 20 lojas. Em nota, a rede afirma que a medida tem a ver
com “desafios econômicos e operacionais”, além de uma mudança na “dinâmica do varejo”.
Na semana anterior, a Livraria Cultura entrou em recuperação judicial. No pedido à Justiça, a rede
afirma acumular prejuízos nos últimos quatro anos, ter custos que só crescem e vendas menores.
Mesmo assim, diz a petição enviada ao juiz, não teria aumentado seus preços.
O enrosco da Cultura está explicado aí. Diante da crise, a empresa passou a pegar dinheiro em-
prestado com os bancos – o tamanho da dívida é de R$ 63 milhões. Com os atrasos nos paga-
mentos das duas redes, editoras já promoveram uma série de demissões ao longo dos últimos dois
anos.
O cenário de derrocada, contudo, parece estar em descompasso com os números de vendas.
Desde o começo do ano, os dados compilados pela Nielsen, empresa de pesquisa de mercado,
levantados a pedido do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, mostravam que o meio livreiro
vinha dando sinais de melhoras pela primeira vez, desde o início da recessão econômica que abala

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o país.
Simone Paulino, da Nós, editora independente de São Paulo, enxerga um descompasso entre as
vendas em alta e a crise. Nas palavras dela, “um paradoxo assustador.” A editora nunca vendeu
tanto na Cultura quanto nesses últimos seis meses”, diz. E é justamente nesse período que eles
não têm sido pagos.
“O modelo de produção do livro é muito complicado. Você investe desde a compra do direito autoral
ou tradução e vai investindo ao longo de todo o processo. Na hora que você deveria receber, esse
dinheiro não volta”, diz Paulino.
“Os grandes grupos têm uma estrutura de advogados que vão ter estratégia para tentar receber. E
para os pequenos? O que vai acontecer?”
Mas há uma esperança para os editores do país: o preço fixo do livro. Diante do cenário de crise, a
maior parte dos editores aposta em uma carta tirada da manga no apagar das luzes do atual gover-
no – a criação, no país, do preço fixo do livro – norma a ser implantada por medida provisória – nos
moldes de boa parte de países europeus, como França e Alemanha.
Os editores se inspiram no pujante mercado europeu. Por lá, o preço fixo existe desde 1837, quan-
do a Dinamarca criou a sua lei limitando descontos, abolida só em 2001. A crença é a de que a
crise atual é em parte causada pela guerra de preço. Unificar o valor de capa permitiria um flores-
cimento das livrarias independentes, uma vez que elas competiriam de forma mais justa com as
grandes redes.
(Folha de S. Paulo, 03.11.2018. Adaptado)

O descompasso apontado pela empresa Nielsen e por Simone Paulino decorre


A) do desestímulo entre os grupos editoriais provocado pela crise econômica e pela ausência de
uma política de leitura no país.
B) das poucas vendas e grandes pagamentos recebidos das editoras independentes, por parte dos
grupos editoriais.
C) da incompatibilidade entre o aquecimento nas vendas e a má fase da economia brasileira.
D) do modelo de produção do livro no país e das práticas empregadas pelas pequenas editoras,
incapacitadas de competir.
E) dos desafios econômicos por que passa o país e da adoção de estratégias equivocadas do mer-
cado livreiro.

QUESTÃO 47: VUNESP - PAEPE (UNICAMP)/UNICAMP/BIBLIOTECÁRIO/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Página infeliz

O mercado editorial no Brasil nunca pareceu tão próximo de uma catástrofe – com as duas prin-
cipais redes de livrarias do país, Saraiva e Cultura, em uma crise profunda, reduzindo o número de
lojas e com dívidas que parecem sem fim.
Líder do mercado, a Saraiva, que já acumula atrasos de pagamentos a editores nos últimos anos,
anunciou nesta semana o fechamento de 20 lojas. Em nota, a rede afirma que a medida tem a ver
com “desafios econômicos e operacionais”, além de uma mudança na “dinâmica do varejo”.
Na semana anterior, a Livraria Cultura entrou em recuperação judicial. No pedido à Justiça, a rede
afirma acumular prejuízos nos últimos quatro anos, ter custos que só crescem e vendas menores.

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Mesmo assim, diz a petição enviada ao juiz, não teria aumentado seus preços.
O enrosco da Cultura está explicado aí. Diante da crise, a empresa passou a pegar dinheiro em-
prestado com os bancos – o tamanho da dívida é de R$ 63 milhões. Com os atrasos nos paga-
mentos das duas redes, editoras já promoveram uma série de demissões ao longo dos últimos dois
anos.
O cenário de derrocada, contudo, parece estar em descompasso com os números de vendas.
Desde o começo do ano, os dados compilados pela Nielsen, empresa de pesquisa de mercado,
levantados a pedido do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, mostravam que o meio livreiro
vinha dando sinais de melhoras pela primeira vez, desde o início da recessão econômica que abala
o país.
Simone Paulino, da Nós, editora independente de São Paulo, enxerga um descompasso entre as
vendas em alta e a crise. Nas palavras dela, “um paradoxo assustador.” A editora nunca vendeu
tanto na Cultura quanto nesses últimos seis meses”, diz. E é justamente nesse período que eles
não têm sido pagos.
“O modelo de produção do livro é muito complicado. Você investe desde a compra do direito autoral
ou tradução e vai investindo ao longo de todo o processo. Na hora que você deveria receber, esse
dinheiro não volta”, diz Paulino.
“Os grandes grupos têm uma estrutura de advogados que vão ter estratégia para tentar receber. E
para os pequenos? O que vai acontecer?”
Mas há uma esperança para os editores do país: o preço fixo do livro. Diante do cenário de crise, a
maior parte dos editores aposta em uma carta tirada da manga no apagar das luzes do atual gover-
no – a criação, no país, do preço fixo do livro – norma a ser implantada por medida provisória – nos
moldes de boa parte de países europeus, como França e Alemanha.
Os editores se inspiram no pujante mercado europeu. Por lá, o preço fixo existe desde 1837, quan-
do a Dinamarca criou a sua lei limitando descontos, abolida só em 2001. A crença é a de que a
crise atual é em parte causada pela guerra de preço. Unificar o valor de capa permitiria um flores-
cimento das livrarias independentes, uma vez que elas competiriam de forma mais justa com as
grandes redes.
(Folha de S. Paulo, 03.11.2018. Adaptado)

A expressão “paradoxo assustador”, apontado no texto, associa-se


A) a contingências alheias às intenções das livrarias de pagar suas dívidas, em função de créditos
reduzidos.
B) ao equilíbrio de estratégias, postas em prática, não apenas pelo mercado editorial, como tam-
bém por outros setores.
C) ao acerto de contas entre os bancos e as líderes do mercado, Saraiva e Cultura, em função das
dívidas que contraíram.
D) à projeção bem sucedida da venda de livros no país, feita com ajuda de estudos desenvolvidos
por advogados.
E) ao acúmulo de dívidas das livrarias com as editoras, apesar do incremento nas vendas, expondo
uma desproporção.

QUESTÃO 48: VUNESP - PAEPE (UNICAMP)/UNICAMP/BIBLIOTECÁRIO/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Página infeliz

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O mercado editorial no Brasil nunca pareceu tão próximo de uma catástrofe – com as duas prin-
cipais redes de livrarias do país, Saraiva e Cultura, em uma crise profunda, reduzindo o número
de lojas e com dívidas que parecem sem fim.
Líder do mercado, a Saraiva, que já acumula atrasos de pagamentos a editores nos últimos anos,
anunciou nesta semana o fechamento de 20 lojas. Em nota, a rede afirma que a medida tem a ver
com “desafios econômicos e operacionais”, além de uma mudança na “dinâmica do varejo”.
Na semana anterior, a Livraria Cultura entrou em recuperação judicial. No pedido à Justiça, a rede
afirma acumular prejuízos nos últimos quatro anos, ter custos que só crescem e vendas menores.
Mesmo assim, diz a petição enviada ao juiz, não teria aumentado seus preços.
O enrosco da Cultura está explicado aí. Diante da crise, a empresa passou a pegar dinheiro em-
prestado com os bancos – o tamanho da dívida é de R$ 63 milhões. Com os atrasos nos paga-
mentos das duas redes, editoras já promoveram uma série de demissões ao longo dos últimos dois
anos.
O cenário de derrocada, contudo, parece estar em descompasso com os números de vendas.
Desde o começo do ano, os dados compilados pela Nielsen, empresa de pesquisa de mercado,
levantados a pedido do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, mostravam que o meio livreiro
vinha dando sinais de melhoras pela primeira vez, desde o início da recessão econômica que abala
o país.
Simone Paulino, da Nós, editora independente de São Paulo, enxerga um descompasso entre as
vendas em alta e a crise. Nas palavras dela, “um paradoxo assustador.” A editora nunca vendeu
tanto na Cultura quanto nesses últimos seis meses”, diz. E é justamente nesse período que eles
não têm sido pagos.
“O modelo de produção do livro é muito complicado. Você investe desde a compra do direito autoral
ou tradução e vai investindo ao longo de todo o processo. Na hora que você deveria receber, esse
dinheiro não volta”, diz Paulino.
“Os grandes grupos têm uma estrutura de advogados que vão ter estratégia para tentar receber. E
para os pequenos? O que vai acontecer?”
Mas há uma esperança para os editores do país: o preço fixo do livro. Diante do cenário de crise, a
maior parte dos editores aposta em uma carta tirada da manga no apagar das luzes do atual gover-
no – a criação, no país, do preço fixo do livro – norma a ser implantada por medida provisória – nos
moldes de boa parte de países europeus, como França e Alemanha.
Os editores se inspiram no pujante mercado europeu. Por lá, o preço fixo existe desde 1837, quan-
do a Dinamarca criou a sua lei limitando descontos, abolida só em 2001. A crença é a de que a
crise atual é em parte causada pela guerra de preço. Unificar o valor de capa permitiria um flores-
cimento das livrarias independentes, uma vez que elas competiriam de forma mais justa com as
grandes redes.
(Folha de S. Paulo, 03.11.2018. Adaptado)

Se a norma do preço fixo fosse aprovada no país,


A) as livrarias independentes seriam mais competitivas diante dos maiores grupos.
B) as grandes redes desnivelariam o mercado e poderiam lucrar ainda mais.
C) o Brasil se tornaria um país leitor, como França, Dinamarca e Alemanha.
D) as livrarias evitariam os prejuízos que vêm enfrentando por causa da crise.
E) a leitura teria mais dinamismo no país e a guerra de preço seria eliminada.

166
QUESTÃO 49: VUNESP - PAEPE (UNICAMP)/UNICAMP/BIBLIOTECÁRIO/2019
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Página infeliz

O mercado editorial no Brasil nunca pareceu tão próximo de uma catástrofe – com as duas princi-
pais redes de livrarias do país, Saraiva e Cultura, em uma crise profunda, reduzindo o número de
lojas e com dívidas que parecem sem fim.
Líder do mercado, a Saraiva, que já acumula atrasos de pagamentos a editores nos últimos anos,
anunciou nesta semana o fechamento de 20 lojas. Em nota, a rede afirma que a medida tem a ver
com “desafios econômicos e operacionais”, além de uma mudança na “dinâmica do varejo”.
Na semana anterior, a Livraria Cultura entrou em recuperação judicial. No pedido à Justiça, a rede
afirma acumular prejuízos nos últimos quatro anos, ter custos que só crescem e vendas menores.
Mesmo assim, diz a petição enviada ao juiz, não teria aumentado seus preços.
O enrosco da Cultura está explicado aí. Diante da crise, a empresa passou a pegar dinheiro em-
prestado com os bancos – o tamanho da dívida é de R$ 63 milhões. Com os atrasos nos paga-
mentos das duas redes, editoras já promoveram uma série de demissões ao longo dos últimos dois
anos.
O cenário de derrocada, contudo, parece estar em descompasso com os números de vendas.
Desde o começo do ano, os dados compilados pela Nielsen, empresa de pesquisa de mercado,
levantados a pedido do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, mostravam que o meio livreiro
vinha dando sinais de melhoras pela primeira vez, desde o início da recessão econômica que abala
o país.
Simone Paulino, da Nós, editora independente de São Paulo, enxerga um descompasso entre as
vendas em alta e a crise. Nas palavras dela, “um paradoxo assustador.” A editora nunca vendeu
tanto na Cultura quanto nesses últimos seis meses”, diz. E é justamente nesse período que eles
não têm sido pagos.
“O modelo de produção do livro é muito complicado. Você investe desde a compra do direito autoral
ou tradução e vai investindo ao longo de todo o processo. Na hora que você deveria receber, esse
dinheiro não volta”, diz Paulino.
“Os grandes grupos têm uma estrutura de advogados que vão ter estratégia para tentar receber. E
para os pequenos? O que vai acontecer?”
Mas há uma esperança para os editores do país: o preço fixo do livro. Diante do cenário de crise, a
maior parte dos editores aposta em uma carta tirada da manga no apagar das luzes do atual gover-
no – a criação, no país, do preço fixo do livro – norma a ser implantada por medida provisória – nos
moldes de boa parte de países europeus, como França e Alemanha.
Os editores se inspiram no pujante mercado europeu. Por lá, o preço fixo existe desde 1837, quan-
do a Dinamarca criou a sua lei limitando descontos, abolida só em 2001. A crença é a de que a
crise atual é em parte causada pela guerra de preço. Unificar o valor de capa permitiria um flores-
cimento das livrarias independentes, uma vez que elas competiriam de forma mais justa com as
grandes redes.
(Folha de S. Paulo, 03.11.2018. Adaptado)

Considere as palavras em destaque no texto – catástrofe, enrosco, derrocada, esperança e flores-


cimento – e assinale a alternativa correta.

167
A) Todas as palavras em destaque apresentam compatibilidade de sentido com a ideia contida no
título – Página infeliz.
B) As palavras – esperança e florescimento – sinalizam um cenário promissor para os grupos edi-
toriais saírem da crise.
C) As palavras – enrosco, florescimento e esperança – atestam a problemática vivida pelos grandes
grupos editoriais do país.
D) Todas as palavras em destaque expressam a ideia de que o mercado editorial do país está em
alta, apesar da recessão econômica.
E) As palavras – catástrofe, enrosco e derrocada – evidenciam que os grupos editoriais poderão
sair da crise, com a ajuda dos bancos.

QUESTÃO 50: VUNESP - PAEPE (UNICAMP)/UNICAMP/BIBLIOTECÁRIO/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Página infeliz

O mercado editorial no Brasil nunca pareceu tão próximo de uma catástrofe – com as duas princi-
pais redes de livrarias do país, Saraiva e Cultura, em uma crise profunda, reduzindo o número de
lojas e com dívidas que parecem sem fim.
Líder do mercado, a Saraiva, que já acumula atrasos de pagamentos a editores nos últimos anos,
anunciou nesta semana o fechamento de 20 lojas. Em nota, a rede afirma que a medida tem a ver
com “desafios econômicos e operacionais”, além de uma mudança na “dinâmica do varejo”.
Na semana anterior, a Livraria Cultura entrou em recuperação judicial. No pedido à Justiça, a rede
afirma acumular prejuízos nos últimos quatro anos, ter custos que só crescem e vendas menores.
Mesmo assim, diz a petição enviada ao juiz, não teria aumentado seus preços.
O enrosco da Cultura está explicado aí. Diante da crise, a empresa passou a pegar dinheiro em-
prestado com os bancos – o tamanho da dívida é de R$ 63 milhões. Com os atrasos nos paga-
mentos das duas redes, editoras já promoveram uma série de demissões ao longo dos últimos dois
anos.
O cenário de derrocada, contudo, parece estar em descompasso com os números de vendas.
Desde o começo do ano, os dados compilados pela Nielsen, empresa de pesquisa de mercado,
levantados a pedido do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, mostravam que o meio livreiro
vinha dando sinais de melhoras pela primeira vez, desde o início da recessão econômica que abala
o país.
Simone Paulino, da Nós, editora independente de São Paulo, enxerga um descompasso entre as
vendas em alta e a crise. Nas palavras dela, “um paradoxo assustador.” A editora nunca vendeu
tanto na Cultura quanto nesses últimos seis meses”, diz. E é justamente nesse período que eles
não têm sido pagos.
“O modelo de produção do livro é muito complicado. Você investe desde a compra do direito autoral
ou tradução e vai investindo ao longo de todo o processo. Na hora que você deveria receber, esse
dinheiro não volta”, diz Paulino.
“Os grandes grupos têm uma estrutura de advogados que vão ter estratégia para tentar receber. E
para os pequenos? O que vai acontecer?”
Mas há uma esperança para os editores do país: o preço fixo do livro. Diante do cenário de crise, a
maior parte dos editores aposta em uma carta tirada da manga no apagar das luzes do atual gover-

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no – a criação, no país, do preço fixo do livro – norma a ser implantada por medida provisória – nos
moldes de boa parte de países europeus, como França e Alemanha.
Os editores se inspiram no pujante mercado europeu. Por lá, o preço fixo existe desde 1837, quan-
do a Dinamarca criou a sua lei limitando descontos, abolida só em 2001. A crença é a de que a
crise atual é em parte causada pela guerra de preço. Unificar o valor de capa permitiria um flores-
cimento das livrarias independentes, uma vez que elas competiriam de forma mais justa com as
grandes redes.
(Folha de S. Paulo, 03.11.2018. Adaptado)

O segmento frasal – carta tirada da manga no apagar das luzes do atual governo – indica, no con-
texto:
A) uma indiferença do governo que termina em ajudar a resolver o problema dos grupos editoriais.
B) uma solução de última hora para as redes livreiras, se o atual governo aprovar a norma do preço
fixo do livro.
C) uma possibilidade de as redes livreiras entrarem em acordo com os bancos para resolver a si-
tuação.
D) um voto de confiança no governo disposto a estancar a crise financeira das redes livreiras.
E) a falta de perspectiva na busca de solução para as redes livreiras, por causa da atual crise eco-
nômica do país.

QUESTÃO 51: VUNESP - PAEPE (UNICAMP)/UNICAMP/BIBLIOTECÁRIO/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

LIVROS
Tropeçavas nos astros desastrada Quase não tínhamos livros em casa E a cidade não tinha livraria
Mas os livros que em nossa vida entraram São como a radiação de um corpo negro Apontando pra
expansão do Universo Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo.
(https://www.letras.mus.br/caetano-veloso, acessado em 09.11.2018)

Assinale a alternativa correta quanto ao sentido da canção.


A) A falta de livros na casa e na cidade contribuiu para que a família do eu lírico não tivesse uma
cultura aprimorada.
B) Frases, enredos e conceitos, próprios do universo livresco, são mais eficazes que o verso para
aperfeiçoar os limites do leitor.
C) O eu lírico afirma que a família não adquiriu conhecimento livresco porque não tinha experiência
com o universo da leitura.
D) Uma espécie de escuridão sem fim tomou conta da vida do eu lírico porque faltavam livros na
família e na cidade.
E) Os poucos livros de que o eu lírico dispunha em casa foram suficientes para expandir sua visão
de mundo.

QUESTÃO 52: VUNESP - PAEPE (UNICAMP)/UNICAMP/BIBLIOTECÁRIO/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

169
LIVROS
Tropeçavas nos astros desastrada Quase não tínhamos livros em casa E a cidade não tinha livraria
Mas os livros que em nossa vida entraram São como a radiação de um corpo negro Apontando pra
expansão do Universo Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo.

(https://www.letras.mus.br/caetano-veloso, acessado em 09.11.2018)


Sobre a canção e a imagem, é correto afirmar que
A) tanto na canção como na imagem não há nenhuma palavra de sentido figurado, predominando
palavras com sentido próprio.
B) na imagem há sentido figurado em – “partitura musical” – e significa que o texto literário é capaz
de enlevar o leitor.
C) na canção de Caetano predominam palavras de sentido próprio, como nos segmentos – “trope-
çavas nos astros” e “mundos no mundo”.
D) na canção de Caetano, há sentido figurado em – “a cidade não tinha livraria”, isto é, a cidade era
pobre culturalmente.
E) na imagem há sentido figurado em – “aquele que lê é um artista”; e na canção, em – “não tínha-
mos livros em casa”.

QUESTÃO 53: VUNESP - PEB I (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/PEB I/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia a tira para responder


Entre outros fatores, o humor da tira deve-se à ideia sugerida de que

A) os adultos se fingem bons conhecedores de todos os assuntos.

170
B) as crianças estão mais predispostas para a leitura do que os adultos.
C) o rapaz reconhece estar velho, pois não consegue comunicar-se com a menina.
D) o livro é um artefato cultural ultrapassado para as novas gerações.
E) a menina acabou ofendendo o rapaz por cognominá-lo velho.

QUESTÃO 54: VUNESP - PEB I (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/PEB I/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder a questão.

As palavras e as coisas

Confesso que, de início, não acreditava que Moana, aos 9 anos, pudesse se interessar pela leitura
da versão integral do clássico de J.R.R. Tolkien, O Hobbit. É verdade que se trata de uma aventura
povoada por magos e repleta de objetos encantados. Mas é um romance longo, com descrições
densas e vocabulário sofisticado. Para minha surpresa, no entanto, seu envolvimento com a obra
crescia a cada noite que a líamos juntos.
Ao terminarmos a leitura do décimo capítulo, Moana não me desejou boa-noite. Com olhos ainda
despertos, me perguntou se não podíamos comentar aquilo que mais havia agradado até então.
Pensei que o pedido não passasse de mais uma de suas estratégias para adiar a hora de dormir.
Recusei, mas ela argumentou: “Não é assim que vocês fazem, você e a mamãe, quando leem
Arendt e Paul Ricoeur
em seus grupos de estudos?”. Jamais imaginara que, quando a levamos a esses encontros – pre-
midos por alguma necessidade – ela pudesse prestar qualquer atenção ao que se passava. Sem-
pre a via absorta em suas tarefas, desenhos e leituras. Mas, em seu silêncio, ela se dava conta do
sentido de uma leitura partilhada.
Falamos, então, das transformações que ocorreram no personagem central, que abandonara sua
vida confortável e pacata de hobbit, para se tornar um aventureiro épico. Mas foi só no dia seguinte
que percebi a profundidade contida em seu pedido para que partilhássemos as impressões de nos-
sas leituras. Lembrei-me de uma bela passagem de Homens em tempos sombrios, na qual Hannah
Arendt afirma que o “mundo não é humano simplesmente por ter sido feito por mãos humanas, nem
se torna humano meramente porque a voz humana nele ressoa. Por mais afetados que sejamos
pelas coisas do mundo [como um livro], por mais profundamente que elas possam nos instigar e
estimular, essas coisas só se tornam humanas para nós quando podemos discuti-las com nossos
companheiros”.
É porque a fala humaniza as obras que gostamos tanto de comentar um filme, de compartilhar a
interpretação de um livro ou fazer uma refeição com nossos amigos. São as expressões do discur-
so humano que transformam uma coisa – como um livro – em objeto de um legado simbólico que
nos humaniza.
Na escola, é por meio das trocas discursivas entre professores e alunos que um romance ou um
programa computacional deixam de ser coisas inertes para se transformarem em objetos que de-
sempenham uma função educativa e, assim, adquirem seu sentido humanizador. São as palavras
– e não as coisas – que conferem sentido às experiências humanas.
(José Sérgio Fonseca de Camargo, “As palavras e as coisas”. Em: http://www.revistaeducacao.com.br. Adaptado)

De acordo com o ponto de vista do autor, é correto afirmar que

171
A) o pai e a filha participavam dos encontros de leitura partilhada com o fim específico de se tor-
narem leitores críticos e proficientes, perfil que ele logo identificou na filha pelo gosto pela leitura.
B) a observação que Moana fazia dos encontros de leitura compartilhada dos adultos passou des-
percebida para o pai, o que justifica o fato de ela ter o seu pedido de comentário de leitura negado
por ele.
C) a filha tinha um plano para adiar a hora de dormir, valendo-se da referência às leituras partilha-
das do pai com outros adultos, plano esse que acabou sendo facilmente identificado por ele.
D) a leitura de O Hobbit foi uma forma encontrada pelo pai para mostrar à filha que as leituras
devem ser partilhadas e, mais que isso, é preciso que cada leitor enxergue um sentido próprio do
texto.
E) o pedido de Moana surpreendeu o pai que, inicialmente, não soube lidar com a situação, já que
para ele o papel das crianças deveria ser diferente do papel dos adultos, sem discussão sobre o
que foi lido.

QUESTÃO 55: VUNESP - PEB I (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/PEB I/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder a questão.

As palavras e as coisas

Confesso que, de início, não acreditava que Moana, aos 9 anos, pudesse se interessar pela leitura
da versão integral do clássico de J.R.R. Tolkien, O Hobbit. É verdade que se trata de uma aventura
povoada por magos e repleta de objetos encantados. Mas é um romance longo, com descrições
densas e vocabulário sofisticado. Para minha surpresa, no entanto, seu envolvimento com a obra
crescia a cada noite que a líamos juntos.
Ao terminarmos a leitura do décimo capítulo, Moana não me desejou boa-noite. Com olhos ainda
despertos, me perguntou se não podíamos comentar aquilo que mais havia agradado até então.
Pensei que o pedido não passasse de mais uma de suas estratégias para adiar a hora de dormir.
Recusei, mas ela argumentou: “Não é assim que vocês fazem, você e a mamãe, quando leem
Arendt e Paul Ricoeur
em seus grupos de estudos?”. Jamais imaginara que, quando a levamos a esses encontros – pre-
midos por alguma necessidade – ela pudesse prestar qualquer atenção ao que se passava. Sem-
pre a via absorta em suas tarefas, desenhos e leituras. Mas, em seu silêncio, ela se dava conta do
sentido de uma leitura partilhada.
Falamos, então, das transformações que ocorreram no personagem central, que abandonara sua
vida confortável e pacata de hobbit, para se tornar um aventureiro épico. Mas foi só no dia se-
guinte que percebi a profundidade contida em seu pedido para que partilhássemos as impressões
de nossas leituras. Lembrei-me de uma bela passagem de Homens em tempos sombrios, na qual
Hannah Arendt afirma que o “mundo não é humano simplesmente por ter sido feito por mãos hu-
manas, nem se torna humano meramente porque a voz humana nele ressoa. Por mais afetados
que sejamos pelas coisas do mundo [como um livro], por mais profundamente que elas possam
nos instigar e estimular, essas coisas só se tornam humanas para nós quando podemos discuti-las
com nossos companheiros”.
É porque a fala humaniza as obras que gostamos tanto de comentar um filme, de compartilhar a
interpretação de um livro ou fazer uma refeição com nossos amigos. São as expressões do discur-
so humano que transformam uma coisa – como um livro – em objeto de um legado simbólico que
172
nos humaniza.
Na escola, é por meio das trocas discursivas entre professores e alunos que um romance ou um
programa computacional deixam de ser coisas inertes para se transformarem em objetos que de-
sempenham uma função educativa e, assim, adquirem seu sentido humanizador. São as palavras
– e não as coisas – que conferem sentido às experiências humanas.
(José Sérgio Fonseca de Camargo, “As palavras e as coisas”. Em: http://www.revistaeducacao.com.br. Adaptado)

A situação vivida com a filha, que pediu para discutir o livro com o pai, desencadeou neste, no dia
seguinte, uma reflexão relativa
A) ao processo de humanização que se efetiva nas interações significativas com as palavras.
B) à busca pela forma ideal de interação humana, dando- se valor tanto às palavras quanto às
coisas.
C) à supremacia que as coisas têm em relação às palavras, o que normalmente é esquecido.
D) ao fato de que os humanos precisam isolar-se, calando suas palavras e negando as coisas.
E) à forma pouco democrática como as experiências humanas reproduzem as coisas com as pa-
lavras.

QUESTÃO 56: VUNESP - PEB I (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/PEB I/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder a questão.

As palavras e as coisas

Confesso que, de início, não acreditava que Moana, aos 9 anos, pudesse se interessar pela leitura
da versão integral do clássico de J.R.R. Tolkien, O Hobbit. É verdade que se trata de uma aventura
povoada por magos e repleta de objetos encantados. Mas é um romance longo, com descrições
densas e vocabulário sofisticado. Para minha surpresa, no entanto, seu envolvimento com a obra
crescia a cada noite que a líamos juntos.
Ao terminarmos a leitura do décimo capítulo, Moana não me desejou boa-noite. Com olhos ainda
despertos, me perguntou se não podíamos comentar aquilo que mais havia agradado até então.
Pensei que o pedido não passasse de mais uma de suas estratégias para adiar a hora de dormir.
Recusei, mas ela argumentou: “Não é assim que vocês fazem, você e a mamãe, quando leem
Arendt e Paul Ricoeur
em seus grupos de estudos?”. Jamais imaginara que, quando a levamos a esses encontros – pre-
midos por alguma necessidade – ela pudesse prestar qualquer atenção ao que se passava. Sem-
pre a via absorta em suas tarefas, desenhos e leituras. Mas, em seu silêncio, ela se dava conta do
sentido de uma leitura partilhada.
Falamos, então, das transformações que ocorreram no personagem central, que abandonara sua
vida confortável e pacata de hobbit, para se tornar um aventureiro épico. Mas foi só no dia seguinte
que percebi a profundidade contida em seu pedido para que partilhássemos as impressões de nos-
sas leituras. Lembrei-me de uma bela passagem de Homens em tempos sombrios, na qual Hannah
Arendt afirma que o “mundo não é humano simplesmente por ter sido feito por mãos humanas, nem
se torna humano meramente porque a voz humana nele ressoa. Por mais afetados que sejamos
pelas coisas do mundo [como um livro], por mais profundamente que elas possam nos instigar e
estimular, essas coisas só se tornam humanas para nós quando podemos discuti-las com nossos

173
companheiros”.
É porque a fala humaniza as obras que gostamos tanto de comentar um filme, de compartilhar a
interpretação de um livro ou fazer uma refeição com nossos amigos. São as expressões do discur-
so humano que transformam uma coisa – como um livro – em objeto de um legado simbólico que
nos humaniza.
Na escola, é por meio das trocas discursivas entre professores e alunos que um romance ou um
programa computacional deixam de ser coisas inertes para se transformarem em objetos que de-
sempenham uma função educativa e, assim, adquirem seu sentido humanizador. São as palavras
– e não as coisas – que conferem sentido às experiências humanas.
(José Sérgio Fonseca de Camargo, “As palavras e as coisas”. Em: http://www.revistaeducacao.com.br. Adaptado)
Observe as passagens do texto:

• Jamais imaginara que, quando a levamos a esses encontros – premidos por alguma necessi-
dade – ela pudesse prestar qualquer atenção ao que se passava. (2º parágrafo)
• São as expressões do discurso humano que transformam uma coisa – como um livro – em
objeto de um legado simbólico que nos humaniza. (4º parágrafo)
• São as palavras – e não as coisas – que conferem sentido às experiências humanas. (5º pa-
rágrafo)

Na organização das informações, os trechos em destaque são inseridos, respectivamente, com a


finalidade de
A) comentar, ilustrar e generalizar uma informação.
B) limitar, retificar e exemplificar uma informação.
C) justificar, comparar e resumir uma informação.
D) explicar, exemplificar e enfatizar uma informação.
E) contradizer, exemplificar e concluir uma informação.

QUESTÃO 57: VUNESP - PEB I (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/PEB I/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia a tira para responder a questão.

(Folha de S.Paulo, 05.01.2019)

174
Entre outros fatores, o efeito de humor na tira está associado ao uso de
A) termos em linguagem figurada, como “o professor severo dos adultos”.
B) palavras de duplo sentido, tais como os substantivos “Lei” e “adultos”.
C) termos em sentido próprio, como “a professora” e “o professor”.
D) pergunta retórica, no 2º quadrinho, para a qual não há uma resposta esperada.
E) expressão em linguagem coloquial, como em “É o cartão de crédito”.

QUESTÃO 58: VUNESP - PEBII (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/PEB II/EDUCAÇÃO


ESPECIAL/2019
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder a questão.

Preparar as crianças contra as fake news

A propagação de notícias falsas já mostrou seu poder de influenciar eleições e dividir sociedades,
potencializando preconceitos e ódios. Que efeito terá em crianças e jovens que não receberam
uma formação para a leitura de notícias?
Sem entender o que se passa ao redor, as crianças não se sentem parte da sociedade. Elas ou-
vem, principalmente pela televisão, e leem na internet o que está circulando no momento. Perce-
bem quando algo de grave ocorre, até porque podem viver em casa o problema estampado nas
manchetes dos jornais, como o desemprego dos pais.
Já ouviram falar de fake news, mas não sabem em quem confiar nem como identificar a credibilida-
de de uma informação, além de que diferenciar informação de opinião é difícil para elas.
Como muitos adultos também se mostram incapazes de detectar uma notícia falsa, as crianças
acabam muitas vezes sem orientação, ficam à margem do debate.
Encontra-se aí um grave problema: se elas não tiverem formação para ler notícias e não exercita-
rem o senso crítico para se protegerem de informações mentirosas, iremos perder uma geração
inteira que poderia (e deveria) promover as mudanças que tanto queremos.
As crianças são curiosas por natureza e querem se informar. Além disso, têm o direito de acesso
às mídias e de participação no debate público assegurado pela Convenção Internacional sobre
os Direitos da Criança.
A experiência mostra que, tendo acesso a notícias adequadas aos seus repertórios e contextuali-
zadas, sentem-se parte da sociedade e tornam-se mais autônomas.
Em várias ocasiões, impressionei-me com o protagonismo dos leitores mirins. Crianças de uma
região carente do interior de São Paulo, que leram os textos sobre a crise dos refugiados sírios,
organizaram um brechó com suas próprias roupas e entregaram o dinheiro a algumas famílias de
refugiados que estão no Brasil.
Outras, tendo lido sobre o problema da obesidade infantil no Brasil, mobilizaram-se para organizar
uma olimpíada. Algumas explicaram a seus pais o que significa
impeachment.
O problema das fake news é mais grave do que se imagina. Caso não seja combatido desde a
base, teremos crianças e jovens deixando de ler ou descrentes até de veículos com credibilidade.
Isso os deixará paralisados, sem saber como agir e vulneráveis a toda espécie de manipulação.
Jovens e crianças bem informados entendem o que se passa ao redor, formam as próprias opiniões
e se tornam cidadãos críticos e ativos.

175
Não há maneira de controlar o que nossos filhos leem ou veem, mas podemos incluí-los no debate,
compartilhar e discutir notícias com eles, ensinando-os a buscar fontes confiáveis e a exercitar o
senso crítico.
Se perdermos essa geração para as fake news, que líderes teremos e o que eles farão pelo Brasil
daqui a 20 anos?
(Stéphanie Habrich, diretora executiva do jornal “Joca”, voltado para jovens e crianças. Folha de S.Paulo, 19.02.2018.
Adaptado)

Segundo a autora, é necessário que os adultos


A) despertem a curiosidade nos pequenos e os estimulem a ser críticos diante dos fatos, atitudes
que não são inerentes às crianças.
B) adaptem as notícias ao nível cognitivo das crianças e as ensinem a buscar fontes de informa-
ções idôneas.
C) debatam as notícias com as crianças e restrinjam o acesso à internet, considerada propagadora
de fake news.
D) levem as crianças a perceber que os fatos noticiados se reproduzem domesticamente e discu-
tam com elas estritamente temas infantis.
E) preparem as crianças para reconhecer as fake news e contextualizem as notícias, omitindo a
gravidade dos fatos.

QUESTÃO 59: VUNESP - PEBII (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/PEB II/EDUCAÇÃO


ESPECIAL/2019
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Considere o texto e a foto seguintes para responder a questão.

Almoço com as estrelas


Já houve muita discussão sobre a autenticidade de uma das fotos mais famosas de todos os tempos:
Lunch atop a skyscraper (algo como Almoço no topo de um arranha- céu). A teoria mais escandalosa
é que a foto seria uma montagem. Não é. Nos anos 30, quando foi tirada, não havia tecnologia para
forjar os personagens num fundo falso. O negativo é de vidro e encontra-se nos cofres da Agência
Corbis.
Outra teoria: os onze operários estariam ali protegidos por redes. Não. Estão correndo risco, ainda
que tenham topado posar para a foto. Ou seja, não apareceu um fotógrafo do nada ao meio-dia de
20 de setembro de 1932 e simplesmente flagrou o almoço da rapaziada. Até porque fotógrafos e

176
modelos estão a quase 250 m de altura, na estrutura de um edifício na Rua 48, em Nova York.
Naquele dia, três fotógrafos estiveram na construção, segundo Ken Johnston, diretor de fotos his-
tóricas da Corbis.
A foto, hoje atribuída a Charles C. Ebbets, foi publicada no dia 2 de outubro de 1932, no jornal The
New York Herald Tribune, e trazia a legenda: “Enquanto milhares de nova-iorquinos se apressam
em restaurantes e lanchonetes fervilhantes de clientes, esses trabalhadores intrépidos obtêm todo
o ar e liberdade que querem almoçando sobre uma viga de aço”.
(Aventuras na História, dezembro de 2012. Adaptado)
De acordo com as informações do texto, duas hipóteses descartadas a respeito da foto são:
A) os operários, a princípio, recusaram-se a posar para a foto; cenários falsos em fotos eram inviá-
veis tecnologicamente.
B) a Agência Corbis selecionou os três profissionais que tiraram a foto; a foto foi publicada com fins
publicitários.
C) os operários foram fotografados à frente de um fundo falso; a segurança dos operários estava
garantida por redes.
D) o objetivo de Ebbets era captar uma situação inusitada; a autoria da imagem gerou desavenças
entre os três fotógrafos.
E) a qualidade do negativo feito de vidro estava comprometida; o trabalho era uma adulteração
fotográfica da cena.

QUESTÃO 60: VUNESP - PAEPE (UNICAMP)/UNICAMP/PROFISSIONAL DA TECNO-


LOGIA, INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO/2019
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

O hacker é essencial ao sistema

Os incidentes planetários na internet não devem causar espanto. Todos sabem que quanto mais
avançada é uma tecnologia, melhor ela se presta ao atentado.
O automóvel que dirijo agora faz coisas que o velho carro com o qual obtive minha carteira nem
sequer sonhava, mas, se tivesse começado a dirigir então com meu carro de hoje, já teria me ar-
rebentado em alguma esquina. Por sorte, cresci com meu carro, adaptando-me pouco a pouco ao
aumento de sua potência.
Com o computador, ao contrário, ainda nem tive tempo de aprender todas as possibilidades da má-
quina e do programa quando modelos mais complexos chegam ao mercado. Tampouco posso con-
tinuar com o velho computador, que talvez fosse suficiente para mim, porque algumas melhorias
indispensáveis só rodam nas novas máquinas. O mesmo acontece com os celulares, gravadores,
palm tops e com todo o digital em geral.
Esse drama não atinge apenas o usuário comum, mas também os que precisam controlar o fluxo
telemático, inclusive agentes do FBI, bancos e até o Pentágono.
Quem é que tem 24 horas por dia para entender as novas possibilidades do próprio meio? O ha-
cker, que é uma espécie de anacoreta, de eremita do deserto que dedica todas as horas de seu
dia à meditação (eletrônica). Sendo os únicos especialistas totais de uma inovação em ritmo insus-
tentável, eles têm tempo de entender tudo o que podem fazer com a máquina e a rede, mas não
de elaborar uma nova filosofia e de estudar suas aplicações positivas, de modo que se dedicam à
única ação imediata que sua desumana competência permite: desviar, bagunçar, desestabilizar o

177
sistema global.
Nesta ação, é possível que muitos deles pensem que atuam no “espírito de Seattle”*, ou seja, a
oposição ao novo Moloch**. Na verdade, acabam por ser os melhores colaboradores do sistema,
pois para neutralizá-los é preciso inovar mais ainda e com maior rapidez. É um círculo diabólico, no
qual o contestador potencializa aquilo que acredita estar destruindo.
(Umberto Eco, Pape Satàn Aleppe: crônicas de uma sociedade líquida. Adaptado)

* Referência a protestos contra a globalização e o capitalismo, ocorridas em Seattle em 1999.


** Moloch, divindade que exigia sacrifícios humanos.

É correto afirmar que, no texto, o autor


A) desafia o sistema a impedir a ação dos hackers antes que eles desarticulem as comunicações
em âmbito restrito.
B) entende a ação dos invasores de sistemas digitais como uma ação colaborativa com os agentes
públicos de segurança.
C) vê a ação dos hackers como definição de um novo status ético da competência em tecnologia
digital.
D) atribui ao hacker papel fomentador do avanço das tecnologias de informação em âmbito global.
E) defende a necessidade de mecanismos neutralizadores da ação nefasta dos órgãos controlado-
res do fluxo de informações em rede.

QUESTÃO 61: VUNESP - PAEPE (UNICAMP)/UNICAMP/PROFISSIONAL DA TECNO-


LOGIA, INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO/2019
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

O hacker é essencial ao sistema

Os incidentes planetários na internet não devem causar espanto. Todos sabem que quanto mais
avançada é uma tecnologia, melhor ela se presta ao atentado.
O automóvel que dirijo agora faz coisas que o velho carro com o qual obtive minha carteira nem
sequer sonhava, mas, se tivesse começado a dirigir então com meu carro de hoje, já teria me ar-
rebentado em alguma esquina. Por sorte, cresci com meu carro, adaptando-me pouco a pouco ao
aumento de sua potência.
Com o computador, ao contrário, ainda nem tive tempo de aprender todas as possibilidades da má-
quina e do programa quando modelos mais complexos chegam ao mercado. Tampouco posso con-
tinuar com o velho computador, que talvez fosse suficiente para mim, porque algumas melhorias
indispensáveis só rodam nas novas máquinas. O mesmo acontece com os celulares, gravadores,
palm tops e com todo o digital em geral.
Esse drama não atinge apenas o usuário comum, mas também os que precisam controlar o fluxo
telemático, inclusive agentes do FBI, bancos e até o Pentágono.
Quem é que tem 24 horas por dia para entender as novas possibilidades do próprio meio? O ha-
cker, que é uma espécie de anacoreta, de eremita do deserto que dedica todas as horas de seu
dia à meditação (eletrônica). Sendo os únicos especialistas totais de uma inovação em ritmo insus-
tentável, eles têm tempo de entender tudo o que podem fazer com a máquina e a rede, mas não
de elaborar uma nova filosofia e de estudar suas aplicações positivas, de modo que se dedicam à

178
única ação imediata que sua desumana competência permite: desviar, bagunçar, desestabilizar o
sistema global.
Nesta ação, é possível que muitos deles pensem que atuam no “espírito de Seattle”*, ou seja, a
oposição ao novo Moloch**. Na verdade, acabam por ser os melhores colaboradores do sistema,
pois para neutralizá-los é preciso inovar mais ainda e com maior rapidez. É um círculo diabólico, no
qual o contestador potencializa aquilo que acredita estar destruindo.
(Umberto Eco, Pape Satàn Aleppe: crônicas de uma sociedade líquida. Adaptado)

* Referência a protestos contra a globalização e o capitalismo, ocorridas em Seattle em 1999.


** Moloch, divindade que exigia sacrifícios humanos.

É correto concluir que o perfil traçado do hacker destaca que este


A) emprega meios escusos para contornar as dificuldades que o impedem de elaborar uma filosofia
própria.
B) possui tempo livre e o dedica prioritariamente a produzir conhecimento e praticar ações em pre-
juízo da coletividade.
C) cerca sua atividade de segredo, isolando-se, como um ermitão, para criar aplicações rentáveis
de recursos de informática.
D) causa desestabilização nas comunicações globais, atuando para comprometer potências eco-
nômicas em conflito.
E) especializa-se em práticas condenáveis, pois seu trabalho não estimula novas ações de controle
no âmbito da informática.

QUESTÃO 62: VUNESP - PAEPE (UNICAMP)/UNICAMP/PROFISSIONAL DA TECNO-


LOGIA, INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO/2019
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

O hacker é essencial ao sistema

Os incidentes planetários na internet não devem causar espanto. Todos sabem que quanto mais
avançada é uma tecnologia, melhor ela se presta ao atentado.
O automóvel que dirijo agora faz coisas que o velho carro com o qual obtive minha carteira nem
sequer sonhava, mas, se tivesse começado a dirigir então com meu carro de hoje, já teria me ar-
rebentado em alguma esquina. Por sorte, cresci com meu carro, adaptando-me pouco a pouco ao
aumento de sua potência.
Com o computador, ao contrário, ainda nem tive tempo de aprender todas as possibilidades da má-
quina e do programa quando modelos mais complexos chegam ao mercado. Tampouco posso con-
tinuar com o velho computador, que talvez fosse suficiente para mim, porque algumas melhorias
indispensáveis só rodam nas novas máquinas. O mesmo acontece com os celulares, gravadores,
palm tops e com todo o digital em geral.
Esse drama não atinge apenas o usuário comum, mas também os que precisam controlar o fluxo
telemático, inclusive agentes do FBI, bancos e até o Pentágono.
Quem é que tem 24 horas por dia para entender as novas possibilidades do próprio meio? O ha-
cker, que é uma espécie de anacoreta, de eremita do deserto que dedica todas as horas de seu
dia à meditação (eletrônica). Sendo os únicos especialistas totais de uma inovação em ritmo insus-

179
tentável, eles têm tempo de entender tudo o que podem fazer com a máquina e a rede, mas não
de elaborar uma nova filosofia e de estudar suas aplicações positivas, de modo que se dedicam à
única ação imediata que sua desumana competência permite: desviar, bagunçar, desestabilizar o
sistema global.
Nesta ação, é possível que muitos deles pensem que atuam no “espírito de Seattle”*, ou seja, a
oposição ao novo Moloch**. Na verdade, acabam por ser os melhores colaboradores do sistema,
pois para neutralizá-los é preciso inovar mais ainda e com maior rapidez. É um círculo diabólico, no
qual o contestador potencializa aquilo que acredita estar destruindo.
(Umberto Eco, Pape Satàn Aleppe: crônicas de uma sociedade líquida. Adaptado)

* Referência a protestos contra a globalização e o capitalismo, ocorridas em Seattle em 1999.


** Moloch, divindade que exigia sacrifícios humanos.

O conteúdo do terceiro parágrafo leva a concluir, corretamente, que o autor está fazendo referên-
cia ao fenômeno da
A) insolvência sistêmica.
B) obsolescência programada.
C) decadência restritiva.
D) interconexão tecnológica.
E) globalização intensiva.

QUESTÃO 63: VUNESP - PAEPE (UNICAMP)/UNICAMP/PROFISSIONAL DA TECNO-


LOGIA, INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO/2019
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

O hacker é essencial ao sistema

Os incidentes planetários na internet não devem causar espanto. Todos sabem que quanto mais
avançada é uma tecnologia, melhor ela se presta ao atentado.
O automóvel que dirijo agora faz coisas que o velho carro com o qual obtive minha carteira nem
sequer sonhava, mas, se tivesse começado a dirigir então com meu carro de hoje, já teria me ar-
rebentado em alguma esquina. Por sorte, cresci com meu carro, adaptando-me pouco a pouco ao
aumento de sua potência.
Com o computador, ao contrário, ainda nem tive tempo de aprender todas as possibilidades da má-
quina e do programa quando modelos mais complexos chegam ao mercado. Tampouco posso con-
tinuar com o velho computador, que talvez fosse suficiente para mim, porque algumas melhorias
indispensáveis só rodam nas novas máquinas. O mesmo acontece com os celulares, gravadores,
palm tops e com todo o digital em geral.
Esse drama não atinge apenas o usuário comum, mas também os que precisam controlar o fluxo
telemático, inclusive agentes do FBI, bancos e até o Pentágono.
Quem é que tem 24 horas por dia para entender as novas possibilidades do próprio meio? O ha-
cker, que é uma espécie de anacoreta, de eremita do deserto que dedica todas as horas de seu
dia à meditação (eletrônica). Sendo os únicos especialistas totais de uma inovação em ritmo insus-
tentável, eles têm tempo de entender tudo o que podem fazer com a máquina e a rede, mas não
de elaborar uma nova filosofia e de estudar suas aplicações positivas, de modo que se dedicam à

180
única ação imediata que sua desumana competência permite: desviar, bagunçar, desestabilizar o
sistema global.
Nesta ação, é possível que muitos deles pensem que atuam no “espírito de Seattle”*, ou seja, a
oposição ao novo Moloch**. Na verdade, acabam por ser os melhores colaboradores do sistema,
pois para neutralizá-los é preciso inovar mais ainda e com maior rapidez. É um círculo diabólico, no
qual o contestador potencializa aquilo que acredita estar destruindo.
(Umberto Eco, Pape Satàn Aleppe: crônicas de uma sociedade líquida. Adaptado)

* Referência a protestos contra a globalização e o capitalismo, ocorridas em Seattle em 1999.


** Moloch, divindade que exigia sacrifícios humanos.

A frase do autor que aponta uma contradição associada à atividade do hacker é:


A) É um círculo diabólico, no qual o contestador potencializa aquilo que acredita estar destruindo.
B) O hacker, que é uma espécie de anacoreta, de eremita do deserto que dedica todas as horas de
seu dia à meditação (eletrônica).
C) Sendo os únicos especialistas totais de uma inovação em ritmo insustentável, eles têm tempo
de entender tudo o que podem fazer com a máquina e a rede...
D) ... se dedicam à única ação imediata que sua desumana competência permite: desviar, bagun-
çar, desestabilizar o sistema global.
E) Nesta ação, é possível que muitos deles pensem que atuam no “espírito de Seattle”, ou seja, a
oposição ao novo Moloch.

QUESTÃO 64: VUNESP - IFR (PREF GRU)/PREF GRU/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia os quadrinhos para responder a questão.

(Charles M. Schulz. Minduim. O Estado de S. Paulo, 29.03.2018.http://cultura.estadao.com.br)

Considerando a organização do conteúdo nos balões de cada quadrinho, pode-se afirmar que no
segundo, no terceiro e no quarto quadrinhos são expressos, respectivamente,
A) um projeto, uma reprovação e uma reclamação.

181
B) uma indagação, uma recordação e um gracejo.
C) um ideal, um alerta e um lamento.
D) um desejo, uma retificação e uma crítica.
E) uma constatação, uma recomendação e um deboche.

QUESTÃO 65: VUNESP - IFR (PREF GRU)/PREF GRU/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder a questão.

A arte mostra-se presente na história da humanidade desde os tempos mais remotos. Sem dúvida,
ela pode ser considerada como sendo uma necessidade de expressão do ser humano, surgindo
como fruto da relação homem/mundo. Por meio da arte a humanidade expressa suas necessida-
des, crenças, desejos, sonhos. Todos têm uma história, que pode ser individual ou coletiva. As
representações artísticas nos oferecem elementos que facilitam a compreensão da história dos
povos em cada período.
(Rosane K. Biesdorf e Marli F. Wandscheer. Arte, uma necessidade humana: função social e educativa. Itinerarius re-
flectionis.)

De acordo com o texto, a arte caracteriza-se como


A) a maneira de o homem fugir à realidade refugiando-se em um passado glorioso.
B) um documento de produção coletiva com o fim de registrar objetivamente a história.
C) um meio de expressão que revela como o homem vive ao longo da história.
D) uma linguagem universal, que anula as diferenças entre os povos de cada período.
E) o principal modo de uma geração acessar registros históricos da geração que a antecede.

QUESTÃO 66: VUNESP - IFR (PREF GRU)/PREF GRU/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto e responda a questão.

Roma

O filme Roma está constantemente entre dois caminhos. É pessoal e grandioso, popular e intelec-
tual, tecnológico – rodado em 65 mm digital – e clássico – feito em preto e branco com a mesma
ousadia dos movimentos cinematográficos das décadas de 1950 e 1960. O título, uma referência a
Colonia Roma, bairro da Cidade do México, também remete a Roma, Cidade Aberta, filme-símbolo
do neorrealismo italiano assinado por Roberto Rossellini.
Ao revisitar a própria memória, o cineasta Alfonso Cuarón escolhe olhar para Cleo, a empregada,
de origem indígena, de uma família branca de classe média. Resgata, assim, não apenas os seus
anos de formação, mas todas as particularidades do passado do país. O México no início dos anos
1970 fervilhava entre revoluções sociais e a influência da cultura estrangeira. Cleo, porém, se man-
tinha ingênua, centrada nas suas obrigações: lavar o pátio, buscar as crianças na escola, lavar a
roupa, colocar os pequenos para dormir.
Até que tudo se transforma. A família perfeita desmorona, com o pai que sai de casa, a mãe que
não se conforma com o fim do casamento e os filhos jogados de um lado para o outro na confusão
dos adultos. Enquanto isso, Cleo se apaixona, engravida, é enganada e deixada à própria sorte.
Duas mulheres de diferentes origens compartilham a dor do abandono. Juntas, reencontram a re-
182
siliência que segura o mundo frente às paixões autocentradas.
O cineasta, que além da direção e do roteiro assina a fotografia e a montagem (ao lado de Adam
Gough), retrata sua história, entrelaçada com a de seu país, como se na vida adulta reencontrasse
o olhar da infância, cujo fascínio por cada descoberta aumenta o tamanho e a importância de tudo.
O que Cuarón faz em Roma é raro. São camadas e camadas sobrepostas para reproduzir a com-
plexidade do seu imaginário afetivo e das relações sociais de um país. Entre muitas inspirações,
referências e técnicas, sua assinatura está na sinceridade com que olha para si mesmo e para os
seus personagens, encontrando beleza e verdade no que muitos menosprezam. Esse é um filme
simples e complicado, como a própria vida.
(Natália Bridi. Omelete. 11.01.2019. www.omelete.com.br. Adaptado)

De acordo com a autora, a singularidade da linguagem que Alfonso Cuarón adota em Roma está
A) na comicidade da caracterização de personagens pouco realistas e até caricaturais.
B) na indignação com que o cineasta denuncia a desigualdade entre as classes sociais.
C) no orgulho nacionalista com que se apresentam momentos cruciais da história do México.
D) na sinceridade do relato, valorizando o que para muitos costuma passar despercebido.
E) no modo irrealista com que os dramas das personagens femininas são resolvidos.

QUESTÃO 67: VUNESP - IFR (PREF GRU)/PREF GRU/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto e responda a questão.

Roma

O filme Roma está constantemente entre dois caminhos. É pessoal e grandioso, popular e intelec-
tual, tecnológico – rodado em 65 mm digital – e clássico – feito em preto e branco com a mesma
ousadia dos movimentos cinematográficos das décadas de 1950 e 1960. O título, uma referência a
Colonia Roma, bairro da Cidade do México, também remete a Roma, Cidade Aberta, filme-símbolo
do neorrealismo italiano assinado por Roberto Rossellini.
Ao revisitar a própria memória, o cineasta Alfonso Cuarón escolhe olhar para Cleo, a empregada,
de origem indígena, de uma família branca de classe média. Resgata, assim, não apenas os seus
anos de formação, mas todas as particularidades do passado do país. O México no início dos anos
1970 fervilhava entre revoluções sociais e a influência da cultura estrangeira. Cleo, porém, se man-
tinha ingênua, centrada nas suas obrigações: lavar o pátio, buscar as crianças na escola, lavar a
roupa, colocar os pequenos para dormir.
Até que tudo se transforma. A família perfeita desmorona, com o pai que sai de casa, a mãe que
não se conforma com o fim do casamento e os filhos jogados de um lado para o outro na confusão
dos adultos. Enquanto isso, Cleo se apaixona, engravida, é enganada e deixada à própria sorte.
Duas mulheres de diferentes origens compartilham a dor do abandono. Juntas, reencontram a re-
siliência que segura o mundo frente às paixões autocentradas.
O cineasta, que além da direção e do roteiro assina a fotografia e a montagem (ao lado de Adam
Gough), retrata sua história, entrelaçada com a de seu país, como se na vida adulta reencontrasse
o olhar da infância, cujo fascínio por cada descoberta aumenta o tamanho e a importância de tudo.
O que Cuarón faz em Roma é raro. São camadas e camadas sobrepostas para reproduzir a com-
plexidade do seu imaginário afetivo e das relações sociais de um país. Entre muitas inspirações,

183
referências e técnicas, sua assinatura está na sinceridade com que olha para si mesmo e para os
seus personagens, encontrando beleza e verdade no que muitos menosprezam. Esse é um filme
simples e complicado, como a própria vida.
(Natália Bridi. Omelete. 11.01.2019. www.omelete.com.br. Adaptado)

Uma característica do filme Roma destacada no texto diz respeito à


A) utilização da narrativa de cunho jornalístico.
B) fusão da história pessoal com a coletiva.
C) impessoalidade com que é realizado o relato.
D) caracterização da mulher indígena como insubordinada.
E) denúncia do relacionamento abusivo entre patroa e empregada.

QUESTÃO 68: VUNESP - IFR (PREF GRU)/PREF GRU/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto e responda a questão.

Roma

O filme Roma está constantemente entre dois caminhos. É pessoal e grandioso, popular e intelec-
tual, tecnológico – rodado em 65 mm digital – e clássico – feito em preto e branco com a mesma
ousadia dos movimentos cinematográficos das décadas de 1950 e 1960. O título, uma referência a
Colonia Roma, bairro da Cidade do México, também remete a Roma, Cidade Aberta, filme-símbolo
do neorrealismo italiano assinado por Roberto Rossellini.
Ao revisitar a própria memória, o cineasta Alfonso Cuarón escolhe olhar para Cleo, a empregada,
de origem indígena, de uma família branca de classe média. Resgata, assim, não apenas os seus
anos de formação, mas todas as particularidades do passado do país. O México no início dos anos
1970 fervilhava entre revoluções sociais e a influência da cultura estrangeira. Cleo, porém, se man-
tinha ingênua, centrada nas suas obrigações: lavar o pátio, buscar as crianças na escola, lavar a
roupa, colocar os pequenos para dormir.
Até que tudo se transforma. A família perfeita desmorona, com o pai que sai de casa, a mãe que
não se conforma com o fim do casamento e os filhos jogados de um lado para o outro na confusão
dos adultos. Enquanto isso, Cleo se apaixona, engravida, é enganada e deixada à própria sorte.
Duas mulheres de diferentes origens compartilham a dor do abandono. Juntas, reencontram a re-
siliência que segura o mundo frente às paixões autocentradas.
O cineasta, que além da direção e do roteiro assina a fotografia e a montagem (ao lado de Adam
Gough), retrata sua história, entrelaçada com a de seu país, como se na vida adulta reencontrasse
o olhar da infância, cujo fascínio por cada descoberta aumenta o tamanho e a importância de tudo.
O que Cuarón faz em Roma é raro. São camadas e camadas sobrepostas para reproduzir a com-
plexidade do seu imaginário afetivo e das relações sociais de um país. Entre muitas inspirações,
referências e técnicas, sua assinatura está na sinceridade com que olha para si mesmo e para os
seus personagens, encontrando beleza e verdade no que muitos menosprezam. Esse é um filme
simples e complicado, como a própria vida.
(Natália Bridi. Omelete. 11.01.2019. www.omelete.com.br. Adaptado)

Considere o seguinte trecho do primeiro parágrafo:

184
(1) O filme Roma está constantemente entre dois caminhos. (2) É pessoal e grandioso, popular
e intelectual, tecnológico – rodado em 65 mm digital – e clássico – feito em preto e branco com a
mesma ousadia dos movimentos cinematográficos das décadas de 1950 e 1960.

Um vocábulo que pode ser usado para qualificar a palavra caminhos, no sentido de explicitar a
relação de sentido que se estabelece entre os períodos (1) e (2), é
A) contrários.
B) idênticos.
C) inviáveis.
D) irreais.
E) exagerados.

QUESTÃO 69: VUNESP - IFR (PREF GRU)/PREF GRU/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto e responda a questão.

Roma

O filme Roma está constantemente entre dois caminhos. É pessoal e grandioso, popular e intelec-
tual, tecnológico – rodado em 65 mm digital – e clássico – feito em preto e branco com a mesma
ousadia dos movimentos cinematográficos das décadas de 1950 e 1960. O título, uma referência a
Colonia Roma, bairro da Cidade do México, também remete a Roma, Cidade Aberta, filme-símbolo
do neorrealismo italiano assinado por Roberto Rossellini.
Ao revisitar a própria memória, o cineasta Alfonso Cuarón escolhe olhar para Cleo, a empregada,
de origem indígena, de uma família branca de classe média. Resgata, assim, não apenas os seus
anos de formação, mas todas as particularidades do passado do país. O México no início dos anos
1970 fervilhava entre revoluções sociais e a influência da cultura estrangeira. Cleo, porém, se man-
tinha ingênua, centrada nas suas obrigações: lavar o pátio, buscar as crianças na escola, lavar a
roupa, colocar os pequenos para dormir.
Até que tudo se transforma. A família perfeita desmorona, com o pai que sai de casa, a mãe que
não se conforma com o fim do casamento e os filhos jogados de um lado para o outro na con-
fusão dos adultos. Enquanto isso, Cleo se apaixona, engravida, é enganada e deixada à própria
sorte. Duas mulheres de diferentes origens compartilham a dor do abandono. Juntas, reencontram
a resiliência que segura o mundo frente às paixões autocentradas.
O cineasta, que além da direção e do roteiro assina a fotografia e a montagem (ao lado de Adam
Gough), retrata sua história, entrelaçada com a de seu país, como se na vida adulta reencontrasse
o olhar da infância, cujo fascínio por cada descoberta aumenta o tamanho e a importância de tudo.
O que Cuarón faz em Roma é raro. São camadas e camadas sobrepostas para reproduzir a com-
plexidade do seu imaginário afetivo e das relações sociais de um país. Entre muitas inspirações,
referências e técnicas, sua assinatura está na sinceridade com que olha para si mesmo e para os
seus personagens, encontrando beleza e verdade no que muitos menosprezam. Esse é um filme
simples e complicado, como a própria vida.
(Natália Bridi. Omelete. 11.01.2019. www.omelete.com.br. Adaptado)

As informações “rodado em 65 mm digital” e “feito em preto e branco com a mesma ousadia dos
185
movimentos cinematográficos das décadas de 1950 e 1960”, destacadas com travessões no pri-
meiro parágrafo, ligam-se, respectivamente, aos vocábulos tecnológico e clássico com o propó-
sito de
A) mostrar que são sinônimos.
B) ilustrar a que se referem.
C) contestar seus sentidos.
D) apresentá-los como hipotéticos.
E) distorcer seus significados.

QUESTÃO 70: VUNESP - ANTI (CM MONTE ALTO)/CM MONTE ALTO/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia a tira para responder à questão.

(André Dahmer, “Malvados”. Em: Folha de S.Paulo, 06.12.2018)

É correto afirmar que a personagem da tira


A) rechaça a ideia de se abandonar a internet na época de Natal.
B) condena, em época de Natal, a fraternidade e o amor excessivos.
C) encontra na internet o melhor caminho para se comemorar o Natal.
D) vê o uso da internet e a confraternização de Natal como incompatíveis.
E) sugere que se esqueçam os bons sentimentos e a internet no Natal.

QUESTÃO 71: VUNESP - ANTI (CM MONTE ALTO)/CM MONTE ALTO/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.

Chris Bolin, engenheiro de software da Formidable, empresa de Seattle (EUA), criou uma página de
internet cujo conteúdo só pode ser lido offline – ou seja, você tem que desconectar sua internet
no PC ou celular e só assim a página mostrará o texto. Se você ainda não está pronto para desligar
sua internet por dois minutos, a gente te ajuda: Veja abaixo o manifesto de Chris Bolin:

“2017. 2 minutos de leitura.

Você quer ser produtivo? Basta desligar, pois manter uma conexão constante com a internet é man-
ter uma conexão constante com interrupções, tanto externas como internas.
As interrupções externas são uma legião e bem documentadas: você tem uma nova mensagem
no Gmail, Slack, Twitter, Facebook, Instagram, Snapchat, LinkedIn. Amigos, familiares, colegas de
trabalho e spammers: cada um tem acesso direto à sua preciosa atenção.
Mas são as distrações internas verdadeiramente perniciosas. Você pode silenciar as notificações
do Twitter e sair do Slack, mas como você impede sua própria mente de descarrilar sua atenção?
Passei horas capturadas em teias da minha própria curiosidade. O mais perigoso é o capricho di-
vidido, a propósito do nada: ‘Eu me pergunto qual é o segundo idioma mais falado?’ Aqueles 500

186
milissegundos poderiam mudar seu dia, porque nunca é apenas uma pesquisa no Google, apenas
um artigo da Wikipédia. A desconexão da internet faz um curto-circuito desses caprichos, permitin-
do que você se mova sem embaraços.
Esta página em si é um experimento nesta veia: e se certo conteúdo nos obrigasse a desconectar?
E se os leitores tivessem acesso a essa gloriosa atenção que faz devorar um romance por horas
de uma forma tão gratificante? E se os criadores pudessem emparelhar isso com o poder dos apa-
relhos modernos? Nossos telefones e laptops são incríveis plataformas para novos conteúdos – se
apenas pudéssemos aproveitar nossa própria atenção.
O conteúdo offline apenas obrigaria os criadores a pensar de forma diferente. Olhe para esta pági-
na: não há um único link, nenhuma oferta de nota de rodapé para distrair os leitores. Quantos bons
artigos você deixou a metade da leitura porque você caçou um cintilante link sublinhado? Quando
você está offline, aqui é o único lugar em que você pode estar.
Eu já posso ouvir os gemidos: ‘Mas eu tenho que estar online para o meu trabalho.’ Eu não ligo.
Crie tempo. Aposto que o que o torna valioso não é a sua capacidade para o Google, mas a sua
capacidade de sintetizar informações. Faça suas pesquisas online, mas crie offline.
Agora volte para sua internet acessada regularmente. Apenas lembre-se de se dar um presente
ocasional de desconexão.”
(https://uoltecnologia.blogosfera.uol.com.br. Adaptado)

Analisando-se as considerações de Chris Bolin, é correto concluir que


A) a produtividade das pessoas tem aumentado, já que elas têm paulatinamente evitado tanto as
interrupções internas quanto as externas.
B) o maior mal da internet está nas interrupções externas, não apenas por serem muitas, mas por
distraírem constantemente as pessoas.
C) o trabalho atual com a internet passou a ser produtivo, porque as pessoas estão conhecendo
mais detalhadamente como ela funciona.
D) a conexão constante com a internet acaba afetando a produção das pessoas, já que elas ficam
suscetíveis às interrupções constantes.
E) o acesso à atenção das pessoas compromete a sua produtividade, razão pela qual o engenheiro
de software propõe o fim da internet.

QUESTÃO 72: VUNESP - ANTI (CM MONTE ALTO)/CM MONTE ALTO/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.

Chris Bolin, engenheiro de software da Formidable, empresa de Seattle (EUA), criou uma página de
internet cujo conteúdo só pode ser lido offline – ou seja, você tem que desconectar sua internet
no PC ou celular e só assim a página mostrará o texto. Se você ainda não está pronto para desligar
sua internet por dois minutos, a gente te ajuda: Veja abaixo o manifesto de Chris Bolin:

“2017. 2 minutos de leitura.

Você quer ser produtivo? Basta desligar, pois manter uma conexão constante com a internet é man-
ter uma conexão constante com interrupções, tanto externas como internas.
As interrupções externas são uma legião e bem documentadas: você tem uma nova mensagem

187
no Gmail, Slack, Twitter, Facebook, Instagram, Snapchat, LinkedIn. Amigos, familiares, colegas de
trabalho e spammers: cada um tem acesso direto à sua preciosa atenção.
Mas são as distrações internas verdadeiramente perniciosas. Você pode silenciar as notificações
do Twitter e sair do Slack, mas como você impede sua própria mente de descarrilar sua atenção?
Passei horas capturadas em teias da minha própria curiosidade. O mais perigoso é o capricho divi-
dido, a propósito do nada: ‘Eu me pergunto
qual é o segundo idioma mais falado?’ Aqueles 500 milissegundos poderiam mudar seu dia, porque
nunca é apenas uma pesquisa no Google, apenas um artigo da Wikipédia. A desconexão da inter-
net faz um curto-circuito desses caprichos, permitindo que você se mova sem embaraços.
Esta página em si é um experimento nesta veia: e se certo conteúdo nos obrigasse a desconectar?
E se os leitores tivessem acesso a essa gloriosa atenção que faz devorar um romance por horas
de uma forma tão gratificante? E se os criadores pudessem emparelhar isso com o poder dos apa-
relhos modernos? Nossos telefones e laptops são incríveis plataformas para novos conteúdos – se
apenas pudéssemos aproveitar nossa própria atenção.
O conteúdo offline apenas obrigaria os criadores a pensar de forma diferente. Olhe para esta pági-
na: não há um único link, nenhuma oferta de nota de rodapé para distrair os leitores. Quantos bons
artigos você deixou a metade da leitura porque você caçou um cintilante link sublinhado? Quando
você está offline, aqui é o único lugar em que você pode estar.
Eu já posso ouvir os gemidos: ‘Mas eu tenho que estar online para o meu trabalho.’ Eu não ligo.
Crie tempo. Aposto que o que o torna valioso não é a sua capacidade para o Google, mas a sua
capacidade de sintetizar informações. Faça suas pesquisas online, mas crie offline.
Agora volte para sua internet acessada regularmente. Apenas lembre-se de se dar um presente
ocasional de desconexão.”
(https://uoltecnologia.blogosfera.uol.com.br. Adaptado)

As informações textuais permitem afirmar que as interrupções internas


A) acabam equivalendo, por sua natureza, às chamadas interrupções externas.
B) trazem menos prejuízos ao trabalho das pessoas, porque são menos demoradas.
C) dizem respeito às motivações subjetivas da pessoa quando está na internet.
D) fazem com que os usuários de internet optem por uma navegação mais objetiva.
E) estruturam uma navegação cujo fim é manter um alto índice de produtividade.

QUESTÃO 73: VUNESP - ANTI (CM MONTE ALTO)/CM MONTE ALTO/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.

Chris Bolin, engenheiro de software da Formidable, empresa de Seattle (EUA), criou uma página de
internet cujo conteúdo só pode ser lido offline – ou seja, você tem que desconectar sua internet
no PC ou celular e só assim a página mostrará o texto. Se você ainda não está pronto para desligar
sua internet por dois minutos, a gente te ajuda: Veja abaixo o manifesto de Chris Bolin:

“2017. 2 minutos de leitura.

Você quer ser produtivo? Basta desligar, pois manter uma conexão constante com a internet é man-
ter uma conexão constante com interrupções, tanto externas como internas.

188
As interrupções externas são uma legião e bem documentadas: você tem uma nova mensagem no
Gmail, Slack, Twitter, Facebook, Instagram, Snapchat, LinkedIn. Amigos, familiares, colegas de
trabalho e spammers: cada um tem acesso direto à sua preciosa atenção.
Mas são as distrações internas verdadeiramente perniciosas. Você pode silenciar as notificações
do Twitter e sair do Slack, mas como você impede sua própria mente de descarrilar sua atenção?
Passei horas capturadas em teias da minha própria curiosidade. O mais perigoso é o capricho divi-
dido, a propósito do nada: ‘Eu me pergunto qual é o segundo idioma mais falado?’ Aqueles 500
milissegundos poderiam mudar seu dia, porque nunca é apenas uma pesquisa no Google, apenas
um artigo da Wikipédia. A desconexão da internet faz um curto-circuito desses caprichos, permitin-
do que você se mova sem embaraços.
Esta página em si é um experimento nesta veia: e se certo conteúdo nos obrigasse a desconectar?
E se os leitores tivessem acesso a essa gloriosa atenção que faz devorar um romance por horas
de uma forma tão gratificante? E se os criadores pudessem emparelhar isso com o poder dos apa-
relhos modernos? Nossos telefones e laptops são incríveis plataformas para novos conteúdos – se
apenas pudéssemos aproveitar nossa própria atenção.
O conteúdo offline apenas obrigaria os criadores a pensar de forma diferente. Olhe para esta pági-
na: não há um único link, nenhuma oferta de nota de rodapé para distrair os leitores. Quantos bons
artigos você deixou a metade da leitura porque você caçou um cintilante link sublinhado? Quando
você está offline, aqui é o único lugar em que você pode estar.
Eu já posso ouvir os gemidos: ‘Mas eu tenho que estar online para o meu trabalho.’ Eu não ligo.
Crie tempo. Aposto que o que o torna valioso não é a sua capacidade para o Google, mas a sua
capacidade de sintetizar informações. Faça suas pesquisas online, mas crie offline.
Agora volte para sua internet acessada regularmente. Apenas lembre-se de se dar um presente
ocasional de desconexão.”
(https://uoltecnologia.blogosfera.uol.com.br. Adaptado)

Observe o parágrafo do texto: “Esta página em si é um experimento nesta veia: e se certo conteú-
do nos obrigasse a desconectar? E se os leitores tivessem acesso a essa gloriosa atenção que
faz devorar um romance por horas de uma forma tão gratificante? E se os criadores pudessem
emparelhar isso com o poder dos aparelhos modernos? Nossos telefones e laptops são incríveis
plataformas para novos conteúdos – se apenas pudéssemos aproveitar nossa própria atenção.”

Com relação ao modo como as informações estão apresentadas, é correto afirmar que Bolin

A) levanta uma série de hipóteses para instigar os leitores a pensarem em uma forma alternativa
de se relacionarem com as informações, livres dos conteúdos
online.
B) incita os leitores a raciocinarem a favor dos recursos tecnológicos que, do seu ponto de vista,
sustentam a melhor forma de aproveitar a atenção de cada um.
C) condena a visão que ora mostra a conectividade como produtiva, ora como improdutiva, suge-
rindo que cada pessoa decida o que é melhor para si.
D) mostra posicionamentos contundentes acerca dos prejuízos de estar conectado, defendendo
que qualquer atividade humana deve prescindir da tecnologia.
E) reconhece a impossibilidade de defender a desconexão como uma forma gloriosa de se relacio-
nar com os conteúdos, que nascem da relação entre homem e tecnologia.

189
QUESTÃO 74: VUNESP - COOR PEDA (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

A cada governo que entra, o assunto educação deixa os holofotes provisórios da campanha
eleitoral, onde costuma desfilar na linha de frente das promessas dos candidatos, e volta à
triste prateleira dos problemas que se arrastam sem solução. Desta vez foi diferente: encerra-
da a votação, a educação prosseguiu na pauta de discussões acirradas. Infelizmente, o saldo da
agitação não gira em torno de nenhuma providência capaz de pôr o ensino do Brasil nos trilhos da
excelência – a real prioridade.
A questão da hora é o projeto que pretende legislar sobre o que o professor pode ou, principalmen-
te, não pode falar em sala de aula. Com o propósito de impedir a doutrinação, por professores, em
classe, o projeto ameaça alimentar o oposto do que propõe: censura, patrulhamento, atitudes re-
trógradas e pensamento estreito. Segundo o especialista em educação Claudio de Moura Castro,
não há como definir o que é variedade de pensamento e o que é proselitismo.
Fruto do ambiente polarizado da sociedade brasileira, a discussão entrou pela porta da frente das
escolas. Nesse clima de paixões exaltadas, no entanto, é preciso um esforço adicional para separar
o joio do trigo. A doutrinação em sala de aula é condenável sob todos os aspectos – seja de es-
querda ou de direita, religiosa ou ateia, ou de qualquer outra natureza. A escola é um lugar para
o debate livre das ideias, e não para o proselitismo.
Todo conhecimento é socialmente construído e, portanto, a aventura humana, por definição, nunca
é neutra ou isenta de valores. A saída é discutir e chegar a um consenso sobre o que precisa ser
apresentado ao aluno, e não vigiar e punir.
Doutrinar é expor ideias e opiniões com o propósito de convencer o outro. A todo bom professor
cabe estimular o confronto de ideias e o livre pensar, inclusive expressando seu ponto de vista,
mas não catequizar – uma linha fina que exige discernimento constante.
O mundo é diverso em múltiplos aspectos, e a escola é o lugar adequado para que essa diversida-
de seja discutida livremente. A melhor escola ainda é a que faz pensar – sem proselitismo.
(Fernando Molica, Luisa Bustamante e Maria Clara Vieira, Meia-volta, volver. Veja, 14.11.2018. Adaptado)

É correto afirmar que, no tratamento do tema do texto, os autores


A) evitam apontar os caminhos que entendem ser melhores para a educação.
B) expõem argumentos e opiniões próprias, afirmando o que entendem adequado.
C) discutem pontos de vista dissonantes, escusando-se de afirmar com qual se identificam.
D) valem-se de argumentos contraditórios, com o que provocam o leitor a opinar.
E) relatam objetivamente os descaminhos da discussão, em vez de expor conclusão clara.

QUESTÃO 75: VUNESP - COOR PEDA (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

A cada governo que entra, o assunto educação deixa os holofotes provisórios da campanha
eleitoral, onde costuma desfilar na linha de frente das promessas dos candidatos, e volta à
triste prateleira dos problemas que se arrastam sem solução. Desta vez foi diferente: encerra-
da a votação, a educação prosseguiu na pauta de discussões acirradas. Infelizmente, o saldo da
agitação não gira em torno de nenhuma providência capaz de pôr o ensino do Brasil nos trilhos da
excelência – a real prioridade.

190
A questão da hora é o projeto que pretende legislar sobre o que o professor pode ou, principalmen-
te, não pode falar em sala de aula. Com o propósito de impedir a doutrinação, por professores, em
classe, o projeto ameaça alimentar o oposto do que propõe: censura, patrulhamento, atitudes re-
trógradas e pensamento estreito. Segundo o especialista em educação Claudio de Moura Castro,
não há como definir o que é variedade de pensamento e o que é proselitismo.
Fruto do ambiente polarizado da sociedade brasileira, a discussão entrou pela porta da frente das
escolas. Nesse clima de paixões exaltadas, no entanto, é preciso um esforço adicional para se-
parar o joio do trigo. A doutrinação em sala de aula é condenável sob todos os aspectos – seja de
esquerda ou de direita, religiosa ou ateia, ou de qualquer outra natureza. A escola é um lugar para
o debate livre das ideias, e não para o proselitismo.
Todo conhecimento é socialmente construído e, portanto, a aventura humana, por definição, nunca
é neutra ou isenta de valores. A saída é discutir e chegar a um consenso sobre o que precisa ser
apresentado ao aluno, e não vigiar e punir.
Doutrinar é expor ideias e opiniões com o propósito de convencer o outro. A todo bom professor
cabe estimular o confronto de ideias e o livre pensar, inclusive expressando seu ponto de vista,
mas não catequizar – uma linha fina que exige discernimento constante.
O mundo é diverso em múltiplos aspectos, e a escola é o lugar adequado para que essa diversida-
de seja discutida livremente. A melhor escola ainda é a que faz pensar – sem proselitismo.
(Fernando Molica, Luisa Bustamante e Maria Clara Vieira, Meia-volta, volver. Veja, 14.11.2018. Adaptado)

Entre os pontos negativos do projeto mencionado no segundo parágrafo, o texto aponta

a) a certeza de que ele prioriza as políticas públicas apenas para um percentual insignificante da
população.
b) o risco de ver o tema da diversidade cultural pontificar entre os temas de discussão nas escolas
brasileiras.
c) o propósito de ele acentuar ainda mais a contraposição de ideias presente na sociedade bra-
sileira hoje.
d) a possibilidade de ele incentivar mecanismos que cerceiem a liberdade de pensamento e de
expressão.
e) a indefinição acerca do que são os reais valores da sociedade brasileira, estimulando a adesão
a ideias pouco convencionais.

QUESTÃO 76: VUNESP - COOR PEDA (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

O principal responsável pelo efeito de sentido na tira é


A) a exploração de imagens repetidas para sugerir estado de permanência.
B) a incompatibilidade entre o conteúdo da imagem e o do texto verbal.

191
C) a exploração, no texto verbal, de variações de sentido de uma mesma expressão.
D) a combinação de expressões verbais que contradizem o sentido global do texto.
E) a incoerência da sequência das ideias manifestas pela personagem em sua fala.

QUESTÃO 77: VUNESP - COOR PEDA (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

A crítica à internet implícita na tira está associada


A) à circulação, na rede, de notícias de caráter popular.
B) ao teor das mensagens e conteúdos nela veiculados.
C) à falta de comprovação dos dados de usuários da rede.
D) à divulgação ilegal de informações dos usuários da rede.
E) ao conteúdo edificante de textos apócrifos que nela circulam.

QUESTÃO 78: VUNESP - COOR PEDA (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto de Rubem Alves

A arte de educar

Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu. O educador diz: “Veja!” e, ao falar, aponta. O
aluno olha na direção apontada e vê o que nunca viu. Seu mundo se expande. Ele fica mais rico
interiormente… E ficando mais rico interiormente ele pode sentir mais alegria – que é a razão pela
qual vivemos.
Já li muitos livros sobre Psicologia da Educação, Sociologia da Educação, Filosofia da Educação…
Mas, por mais que me esforce, não consigo me lembrar de qualquer referência à Educação do
Olhar. Ou à importância do olhar na educação, em qualquer um deles.
A primeira tarefa da Educação é ensinar a ver… É através dos olhos que as crianças tomam con-
tato com a beleza e o fascínio do mundo… Os olhos têm de ser educados para que nossa alegria
aumente.
A educação se divide em duas partes: Educação das Habilidades e Educação das Sensibilidades.
Sem a Educação das Sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido. Os conheci-
mentos nos dão meios para viver. A sabedoria nos dá razões para viver.
Quero ensinar às crianças. Elas ainda têm olhos encantados. Seus olhos são dotados daquela
qualidade que, para os gregos, era o início do pensamento: a capacidade de se assombrar diante
do banal.
Para as crianças tudo é espantoso: um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o voo
dos urubus, os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu, um pião na terra. Coisas que os eru-
ditos não veem.
Na escola eu aprendi complicadas classificações botânicas, taxonomias, nomes latinos – mas es-
queci. E nenhum professor jamais chamou a minha atenção para a beleza de uma árvore… Ou
192
para o curioso das simetrias das folhas. Parece que naquele tempo as escolas estavam mais preo-
cupadas em fazer com que os alunos decorassem palavras que com a realidade para a qual elas
apontam.
As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para me-
lhorar os olhos. Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem… O ato de ver não é coisa
natural. Precisa ser aprendido. Quando a gente abre os olhos, abrem-se as janelas do corpo e o
mundo aparece refletido dentro da gente. São as crianças que, sem falar, nos ensinam as razões
para viver. Elas não têm saberes a transmitir. No entanto, elas sabem o essencial da vida. Quem
não muda sua maneira adulta de ver e sentir e não se torna como criança, jamais será sábio.
(Disponível em:< https://psicologiaacessivel.net>.Acesso em: 18.11.2018)

A afirmação – Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem… – é marcada por uma incoe-
rência, com a qual o autor
A) chama a atenção para a distinção entre apenas dirigir o olhar e dar sentido ao que se vê.
B) aponta a necessidade de dar novos sentidos ao que há no mundo, graças ao aprendizado.
C) leva o leitor a refletir sobre o que aprendeu de fato no ambiente da escola tradicional.
D) sugere que há pessoas empenhadas em ver o mundo como as crianças o veem.
E) atenua a ideia de que as palavras têm vínculos com nosso conhecimento do mundo.

QUESTÃO 79: VUNESP - DIR ESC (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Leia um trecho do conto “Tangerine-Girl”, de Raquel de Queiroz

De princípio a interessou o nome da aeronave: não “zepelim” nem dirigível; o grande fuso de me-
tal brilhante chamava-se modernissimamente blimp. Pequeno como um brinquedo, independente,
amável. A algumas centenas de metros da sua casa ficava a base aérea dos soldados americanos
e o poste de amarração dos dirigíveis. E de vez em quando eles deixavam o poste e davam uma
volta, como pássaros mansos que abandonassem o poleiro num ensaio de voo. Assim, aos olhos
da menina, o blimp1 existia como um animal de vida própria; fascinava-a como prodígio mecânico
que era, e principalmente ela o achava lindo, todo feito de prata, librando − se2 majestosamente
pouco abaixo das nuvens. Não pensara nunca em entrar nele; não pensara sequer que
pudesse alguém andar dentro dele. Verdade que via lá dentro umas cabecinhas espiando,
mas tão minúsculas que não davam impressão de realidade.
O seu primeiro contato com a tripulação do dirigível começou de maneira puramente ocasional.
Acabara o café da manhã; a menina tirara a mesa e fora à porta que dá para o laranjal, sacudir da
toalha as migalhas de pão. Lá de cima um tripulante avistou aquele pano branco tremulando entre
as árvores espalhadas e a areia, e o seu coração solitário comoveu-se. Vivia naquela base como
um frade no seu convento – sozinho entre soldados e exortações patrióticas. E ali estava, juntinho
ao oitão da casa, sacudindo um pano, uma mocinha de cabelo ruivo. O marinheiro agitou-se todo
com aquele adeus. Várias vezes já sobrevoara aquela casa, vira gente entrando e saindo; e pen-
sara quão distantes uns dos outros vivem os homens, quão indiferentes passam entre si, cada um
trancado na sua vida. Ele estava voando por cima das pessoas, vendo-as e, se algumas erguiam
os olhos, nenhuma pensava no navegador que ia dentro; queriam só ver a beleza prateada vogan-
do3 pelo céu.

193
Mas agora aquela menina tinha para ele um pensamento, agitava no ar um pano, como uma ban-
deira; decerto era bonita – o sol lhe tirava fulgurações de fogo do cabelo. Seu coração atirou-se
para a menina num grande impulso agradecido; debruçou-se à janela, agitou os braços, gritou:
“Amigo!, amigo!” – embora soubesse que o vento, a distância, o ruído do motor não deixariam ou-
vir-se nada. Gostaria de lhe atirar uma flor, um mimo. Mas que podia haver dentro de um dirigível
da Marinha que servisse para ser oferecido a uma pequena? O objeto mais delicado que encontrou
foi uma grande caneca de louça branca, pesada como uma bala de canhão. E foi aquela caneca
que o navegante atirou; atirou, não: deixou cair a uma distância prudente da figurinha iluminada,
num gesto delicado, procurando abrandar a força da gravidade, a fim de que o objeto não chegasse
sibilante como um projétil, mas suavemente, como uma dádiva.
(Os cem melhores contos brasileiros do século. Org. Italo Moriconi – Objetiva, 2001. Adaptado)

1. blimp: dirigível
2. librando-se: flutuando, equilibrando-se
3. vogando: flutuando

Assinale a afirmação correta sobre o conteúdo do texto.


A) Quando saía ao quintal e olhava os dirigíveis vogando pelo céu, a garota sentia terror e deslum-
bramento.
B) Para descrever a cena, a escritora associa o voo dos dirigíveis ao voo dos pássaros que deixam
definitivamente o ninho.
C) A menina não conseguiu ouvir os gritos do tripulante, mas sentiu-se comovida pelo presente
arremessado do céu para ela.
D) O rapaz, depois de se decidir pela caneca de louça branca, procurou entregá-la à garota da
maneira mais afável possível.
E) Os moradores da região interrompiam seus afazeres para observar atentamente o blimp e os
tripulantes que o conduziam pelas nuvens.

QUESTÃO 80: VUNESP - DIR ESC (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia um trecho do conto “Tangerine-Girl”, de Raquel de Queiroz

De princípio a interessou o nome da aeronave: não “zepelim” nem dirigível; o grande fuso de me-
tal brilhante chamava-se modernissimamente blimp. Pequeno como um brinquedo, independente,
amável. A algumas centenas de metros da sua casa ficava a base aérea dos soldados americanos
e o poste de amarração dos dirigíveis. E de vez em quando eles deixavam o poste e davam uma
volta, como pássaros mansos que abandonassem o poleiro num ensaio de voo. Assim, aos olhos
da menina, o blimp1existia como um animal de vida própria; fascinava-a como prodígio mecânico
que era, e principalmente ela o achava lindo, todo feito de prata,
librando − se2 majestosamente pouco abaixo das nuvens. Não pensara nunca em en-
trar nele; não pensara sequer que pudesse alguém andar dentro dele. Verdade que via
lá dentro umas cabecinhas espiando, mas tão minúsculas que não davam impressão de
realidade.
O seu primeiro contato com a tripulação do dirigível começou de maneira puramente ocasional.
Acabara o café da manhã; a menina tirara a mesa e fora à porta que dá para o laranjal, sacudir da

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toalha as migalhas de pão. Lá de cima um tripulante avistou aquele pano branco tremulando entre
as árvores espalhadas e a areia, e o seu coração solitário comoveu-se. Vivia naquela base como
um frade no seu convento – sozinho entre soldados e exortações patrióticas. E ali estava, juntinho
ao oitão da casa, sacudindo um pano, uma mocinha de cabelo ruivo. O marinheiro agitou-se todo
com aquele adeus. Várias vezes já sobrevoara aquela casa, vira gente entrando e saindo; e pen-
sara quão distantes uns dos outros vivem os homens, quão indiferentes passam entre si, cada um
trancado na sua vida. Ele estava voando por cima das pessoas, vendo-as e, se algumas erguiam
os olhos, nenhuma pensava no navegador que ia dentro; queriam só ver a beleza prateada vogan-
do3 pelo céu.
Mas agora aquela menina tinha para ele um pensamento, agitava no ar um pano, como uma ban-
deira; decerto era bonita – o sol lhe tirava fulgurações de fogo do cabelo. Seu coração atirou-se
para a menina num grande impulso agradecido; debruçou-se à janela, agitou os braços, gritou:
“Amigo!, amigo!” – embora soubesse que o vento, a distância, o ruído do motor não deixariam ou-
vir-se nada. Gostaria de lhe atirar uma flor, um mimo. Mas que podia haver dentro de um dirigível
da Marinha que servisse para ser oferecido a uma pequena? O objeto mais delicado que encontrou
foi uma grande caneca de louça branca, pesada como uma bala de canhão. E foi aquela caneca
que o navegante atirou; atirou, não: deixou cair a uma distância prudente da figurinha iluminada,
num gesto delicado, procurando abrandar a força da gravidade, a fim de que o objeto não chegasse
sibilante como um projétil, mas suavemente, como uma dádiva.
(Os cem melhores contos brasileiros do século. Org. Italo Moriconi – Objetiva, 2001. Adaptado)

1. blimp: dirigível
2. librando-se: flutuando, equilibrando-se
3. vogando: flutuando

A respeito do marinheiro que pilotava o dirigível, é correto afirmar que


A) cumpria ordens fazendo o voo diário de inspeção militar, quando viu a menina no meio do imen-
so laranjal.
B) se surpreendeu com a atitude da garota que lhe acenava insistentemente, mesmo a centenas
de metros do dirigível.
C) considerou o gesto da menina um alento para sua solidão e para a indiferença humana que o
afligiam.
D) se apaixonou à primeira vista por aquela menina de corpo esbelto e cabelos ruivos que tentava
se comunicar com ele.
E) presenteou a menina com a caneca de louça branca, pois era o objeto mais exótico dentro do
dirigível.

QUESTÃO 81: VUNESP - DIR ESC (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia um trecho do conto “Tangerine-Girl”, de Raquel de Queiroz

De princípio a interessou o nome da aeronave: não “zepelim” nem dirigível; o grande fuso de me-
tal brilhante chamava-se modernissimamente blimp. Pequeno como um brinquedo, independente,
amável. A algumas centenas de metros da sua casa ficava a base aérea dos soldados americanos
e o poste de amarração dos dirigíveis. E de vez em quando eles deixavam o poste e davam uma

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volta, como pássaros mansos que abandonassem o poleiro num ensaio de voo. Assim, aos olhos
da menina, o blimp1 existia como um animal de vida própria; fascinava-a como prodígio mecânico
que era, e principalmente ela o achava lindo, todo feito de prata, librando − se2 majestosamente
pouco abaixo das nuvens. Não pensara nunca em entrar nele; não pensara sequer que
pudesse alguém andar dentro dele. Verdade que via lá dentro umas cabecinhas espiando,
mas tão minúsculas que não davam impressão de realidade.
O seu primeiro contato com a tripulação do dirigível começou de maneira puramente ocasional.
Acabara o café da manhã; a menina tirara a mesa e fora à porta que dá para o laranjal, sacudir da
toalha as migalhas de pão. Lá de cima um tripulante avistou aquele pano branco tremulando entre
as árvores espalhadas e a areia, e o seu coração solitário comoveu-se. Vivia naquela base como
um frade no seu convento – sozinho entre soldados e exortações patrióticas. E ali estava, juntinho
ao oitão da casa, sacudindo um pano, uma mocinha de cabelo ruivo. O marinheiro agitou-se todo
com aquele adeus. Várias vezes já sobrevoara aquela casa, vira gente entrando e saindo; e pen-
sara quão distantes uns dos outros vivem os homens, quão indiferentes passam entre si, cada um
trancado na sua vida. Ele estava voando por cima das pessoas, vendo-as e, se algumas erguiam
os olhos, nenhuma pensava no navegador que ia dentro; queriam só ver a beleza prateada vogan-
do3 pelo céu.
Mas agora aquela menina tinha para ele um pensamento, agitava no ar um pano, como uma ban-
deira; decerto era bonita – o sol lhe tirava fulgurações de fogo do cabelo. Seu coração atirou-se
para a menina num grande impulso agradecido; debruçou-se à janela, agitou os braços, gritou:
“Amigo!, amigo!” – embora soubesse que o vento, a distância, o ruído do motor não deixariam ou-
vir-se nada. Gostaria de lhe atirar uma flor, um mimo. Mas que podia haver dentro de um dirigível
da Marinha que servisse para ser oferecido a uma pequena? O objeto mais delicado que encontrou
foi uma grande caneca de louça branca, pesada como uma bala de canhão. E foi aquela caneca
que o navegante atirou; atirou, não: deixou cair a uma distância prudente da figurinha iluminada,
num gesto delicado, procurando abrandar a força da gravidade, a fim de que o objeto não chegasse
sibilante como um projétil, mas suavemente, como uma dádiva.
(Os cem melhores contos brasileiros do século. Org. Italo Moriconi – Objetiva, 2001. Adaptado)

1. blimp: dirigível
2. librando-se: flutuando, equilibrando-se
3. vogando: flutuando

No texto, a escritora
A) expressa várias ideias por meio de comparações.
B) relata um acontecimento inverossímil.
C) não segue a ordem cronológica dos acontecimentos.
D) mostra desinteresse pelo mundo interior das personagens.
E) narra os eventos de forma predominantemente objetiva.

QUESTÃO 82: VUNESP - DIR ESC (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o poema de Mia Couto

A primeira vez da idade

196
A vez que tive mais idade foi aos cinco anos. Meu pai, com solenidade que eu desconhecia, perante
seus superiores hierárquicos, apontou e disse:
– Este é meu filho! E deu-me a mão coroando-me rei.

(Poemas escolhidos. Cia das Letras, 2016)

Com base nos três primeiros versos, é correto afirmar que o poeta
A) não esperava o gesto casual e despretensioso do pai.
B) notou que o pai exercia profissionalmente uma função subalterna.
C) percebeu, pela primeira vez, que o pai se orgulhava de tê-lo como filho.
D) admite ter sido um filho mimado, sempre tratado como um rei pelos familiares.
E) percebeu, aos cinco anos, que os superiores hierárquicos adulavam seu pai.

QUESTÃO 83: VUNESP - DIR ESC (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Supondo que o diálogo ocorra entre pai e filho, é correto afirmar que as reticências e o ponto de
exclamação, empregados no segundo quadrinho, indicam, respectivamente:
A) a dúvida do filho quanto à palavra ideal para finalizar a frase; a atitude imperativa do pai que
exige obediência.
B) a dúvida do filho quanto à palavra ideal para finalizar a frase; a atenção dada pelo pai às expli-
cações do garoto.
C) a ocorrência de um momento de silêncio na comunicação entre os dois; a rispidez com que o pai
responde à indagação do garoto.
D) a interrupção da fala do garoto; o tom intransigente com que o pai expõe seu ponto de vista ao
filho.
E) a interrupção da fala do garoto; a hesitação do pai em relação aos questionamentos feitos pelo
filho.

QUESTÃO 84: VUNESP - DIR ESC (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Uma garotinha sobe em uma árvore. De galho em galho, ela se diverte, até que pede ajuda, não
consegue descer. “Se subiu, desce”, diz o homem. Ela tenta, tenta e por fim consegue. Em poucos
segundos, está no alto novamente: aprendeu a descer. Em torno dela, dezenas de crianças brin-
cam com pedaços de madeira velha e canos, escalam grades, andam de patinete e dão cambalho-
tas – os adultos não reprimem. Essa grande bagunça é o recreio das crianças da Swanson Primary
School, em Auckland, Nova Zelândia, e o homem é Bruce McLachlan, diretor que implementou na
escola a política de zero regras.
“Nós queremos que as crianças estejam seguras e queremos cuidar delas, mas acabamos embru-
lhando-as em algodão enquanto elas deveriam poder cair“, diz Mclachlan ao criticar a forma com
que tratamos as crianças.

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A iniciativa do intervalo sem regras partiu de um experimento feito por duas universidades locais.
A ideia é que ao dar às crianças a responsabilidade de cuidar de si mesmas, dá-se também a
oportunidade de aprenderem com seus próprios erros. “Quando você olha para o nosso parquinho,
parece um caos. De uma perspectiva adulta, parece que as crianças vão se machucar, mas elas
não se machucam”, afirma.
Ao manter as crianças livres para se divertir, foram registrados menos acidentes, casos de bullying
e vandalismo, enquanto que a concentração das crianças nas aulas e a vontade de ir à escola au-
mentaram.
O experimento deu tão certo que se tornou uma política permanente da escola.
(Bruna Rasmussen. https://www.hypeness.com.br/2015/01/conheca-aescola- sem-regras-e-seu-impacto-na-vida-dos-
-estudantes/ Adaptado)

De acordo com as informações do texto,


A) os adultos que trabalham na escola cuidam dos alunos, mas procuram não interferir no processo
de autodescoberta das crianças.
B) alguns pais foram resistentes à implantação do intervalo sem regras na escola de Auckland, pois
temiam pela segurança dos filhos.
C) as crianças se divertem muito durante o recreio e, com a implantação da política zero regras,
não houve mais acidentes na escola.
D) as universidades ganharam apoio do governo para que o intervalo sem regras se torne uma
prática permanente nas escolas do país.
E) os alunos têm tempo livre para brincar e experimentar, porém estão cientes das várias normas a
obedecer na Swanson School.

QUESTÃO 85: VUNESP - CDEM (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia a tira para responder à questão.

(Fernando Gonsales, Níquel Náusea. Em: Folha de S.Paulo, 03.01.2019. Adaptado)

É correto concluir que as informações verbais e não verbais do último quadrinho


A) ratificam o discurso da personagem sobre destroçar o lápis.
B) divergem daquilo que a personagem afirmara anteriormente.
C) demonstram uma forma de estudo enaltecida pela personagem.

198
D) contradizem a ideia de que a personagem esteja estudando desenho.
E) expõem algo que a personagem já anunciara nos primeiros quadrinhos.

QUESTÃO 86: VUNESP - CDEM (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.

No front da alfabetização, a rede municipal de educação da cidade de São Paulo obteve conquista
apreciável: 92% dos alunos sabiam ler e escrever ao término do segundo ano, ante não mais de
77% em 2017. Com isso, a prefeitura estipulou a meta de 85% de alfabetização no primeiro ano,
quando as crianças em geral têm seis anos.
Uma ousadia, quando se tem em vista que, até recentemente, a diretriz nacional se limitava a
preconizar leitura e escrita até o final do terceiro ano. Só em 2018, com a Base Nacional Comum
Curricular, esse objetivo foi antecipado para o segundo ano, algo que a rede paulistana já havia
adotado com um ano de antecedência.
Fica assim comprovado, na experiência de São Paulo, que metas ambiciosas nada têm de incom-
patível com progresso de aprendizado – ao contrário. Em particular no campo da alfabetização,
base de tudo que virá a seguir, um nível alto de exigência dará motivação extra para educadores e
estudantes se aplicarem mais.
Conforme se avança no ensino fundamental, contudo, os descaminhos e a leniência do passado se
fazem manifestar nos parcos resultados obtidos por estudantes em provas padronizadas.
A deficiência manifesta-se em todas as grandes áreas de conhecimento. Quando concluem o quin-
to ano, final da fase 1 do fundamental, só 39% das meninas e dos meninos alcançam desempenho
satisfatório em língua portuguesa. Pior, são apenas 27% em matemática e 20% em ciências.
A perda agrava-se na fase seguinte. Quando saem do fundamental 2, no nono ano, apenas 25%
dos estudantes estão no nível adequado de língua. E há inaceitáveis 10% e 9% nessa faixa de
desempenho, respectivamente, nas áreas de matemática e ciências naturais, o que torna fácil de
entender o desastre que hoje se observa no ensino médio.
Não deixa de ser animador constatar que ao menos nos fundamentos do aprendizado – a alfabe-
tização – houve avanço em São Paulo. Mas a cidade mais populosa e rica do país ainda precisa
fazer mais e melhor por suas crianças e jovens.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 02.01.2019. Adaptado)

Ao analisar os resultados e as metas de alfabetização para as crianças paulistanas, o editorial en-


fatiza que
A) estipular metas para o aprendizado pode ser salutar para o progresso dos alunos, ainda que a
maioria deles não consiga atingir o mínimo satisfatório.
B) exigir dos alunos pode ter um reflexo positivo em seu aprendizado, uma vez que se cria moti-
vação para todos os envolvidos no processo educacional.
C) trabalhar com metas ambiciosas na educação pode trazer problemas irreversíveis para o apren-
dizado da maioria dos alunos, que ficam desmotivados.
D) desafiar os alunos constantemente no início de sua escolarização tem criado condições para
que estudem motivados por todo o ensino fundamental.
E) estabelecer metas incompatíveis com o progresso de aprendizado dos alunos é uma estratégia
de estatística que não representa a realidade da escola.

199
QUESTÃO 87: VUNESP - CDEM (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/2019
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.
No front da alfabetização, a rede municipal de educação da cidade de São Paulo obteve conquista
apreciável: 92% dos alunos sabiam ler e escrever ao término do segundo ano, ante não mais de
77% em 2017. Com isso, a prefeitura estipulou a meta de 85% de alfabetização no primeiro ano,
quando as crianças em geral têm seis anos.
Uma ousadia, quando se tem em vista que, até recentemente, a diretriz nacional se limitava a
preconizar leitura e escrita até o final do terceiro ano. Só em 2018, com a Base Nacional Comum
Curricular, esse objetivo foi antecipado para o segundo ano, algo que a rede paulistana já havia
adotado com um ano de antecedência.
Fica assim comprovado, na experiência de São Paulo, que metas ambiciosas nada têm de incom-
patível com progresso de aprendizado – ao contrário. Em particular no campo da alfabetização,
base de tudo que virá a seguir, um nível alto de exigência dará motivação extra para educadores e
estudantes se aplicarem mais.
Conforme se avança no ensino fundamental, contudo, os descaminhos e a leniência do passado se
fazem manifestar nos parcos resultados obtidos por estudantes em provas padronizadas.
A deficiência manifesta-se em todas as grandes áreas de conhecimento. Quando concluem o quin-
to ano, final da fase 1 do fundamental, só 39% das meninas e dos meninos alcançam desempenho
satisfatório em língua portuguesa. Pior, são apenas 27% em matemática e 20% em ciências.
A perda agrava-se na fase seguinte. Quando saem do fundamental 2, no nono ano, apenas 25%
dos estudantes estão no nível adequado de língua. E há inaceitáveis 10% e 9% nessa faixa de
desempenho, respectivamente, nas áreas de matemática e ciências naturais, o que torna fácil de
entender o desastre que hoje se observa no ensino médio.
Não deixa de ser animador constatar que ao menos nos fundamentos do aprendizado – a alfabe-
tização – houve avanço em São Paulo. Mas a cidade mais populosa e rica do país ainda precisa
fazer mais e melhor por suas crianças e jovens.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 02.01.2019. Adaptado)

A expressão “Uma ousadia”, que inicia o segundo parágrafo do texto, refere-se


A) à meta de alfabetização da Base Nacional ser atingida por São Paulo já em 2018.
B) ao fato de 92% dos alunos paulistanos saberem ler e escrever ao final do segundo ano.
C) à meta de alfabetizar as crianças até o segundo ano, estipulada pela Base Nacional.
D) ao fato de o governo paulistano conseguir alfabetizar seus alunos até o terceiro ano.
E) à meta de 85% de alfabetização no primeiro ano, estipulada pela prefeitura paulistana.

QUESTÃO 88: VUNESP - CDEM (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.

No front da alfabetização, a rede municipal de educação da cidade de São Paulo obteve conquista
apreciável: 92% dos alunos sabiam ler e escrever ao término do segundo ano, ante não mais de
77% em 2017. Com isso, a prefeitura estipulou a meta de 85% de alfabetização no primeiro ano,
quando as crianças em geral têm seis anos.
Uma ousadia, quando se tem em vista que, até recentemente, a diretriz nacional se limitava a

200
preconizar leitura e escrita até o final do terceiro ano. Só em 2018, com a Base Nacional Comum
Curricular, esse objetivo foi antecipado para o segundo ano, algo que a rede paulistana já havia
adotado com um ano de antecedência.
Fica assim comprovado, na experiência de São Paulo, que metas ambiciosas nada têm de incom-
patível com progresso de aprendizado – ao contrário. Em particular no campo da alfabetização,
base de tudo que virá a seguir, um nível alto de exigência dará motivação extra para educadores e
estudantes se aplicarem mais.
Conforme se avança no ensino fundamental, contudo, os descaminhos e a leniência do passado se
fazem manifestar nos parcos resultados obtidos por estudantes em provas padronizadas.
A deficiência manifesta-se em todas as grandes áreas de conhecimento. Quando concluem o quin-
to ano, final da fase 1 do fundamental, só 39% das meninas e dos meninos alcançam desempenho
satisfatório em língua portuguesa. Pior, são apenas 27% em matemática e 20% em ciências.
A perda agrava-se na fase seguinte. Quando saem do fundamental 2, no nono ano, apenas 25%
dos estudantes estão no nível adequado de língua. E há inaceitáveis 10% e 9% nessa faixa de
desempenho, respectivamente, nas áreas de matemática e ciências naturais, o que torna fácil de
entender o desastre que hoje se observa no ensino médio.
Não deixa de ser animador constatar que ao menos nos fundamentos do aprendizado – a alfabe-
tização – houve avanço em São Paulo. Mas a cidade mais populosa e rica do país ainda precisa
fazer mais e melhor por suas crianças e jovens.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 02.01.2019. Adaptado)

Os dados estatísticos apresentados no editorial revelam que há


A) um mesmo padrão de aprendizado nas duas etapas do ensino fundamental.
B) correção, na fase 2 do ensino fundamental, de distorções deixadas na primeira fase.
C) um declínio no aprendizado, conforme os alunos avançam no ensino fundamental.
D) avanço significativo dos alunos, em matemática, ao final do ensino fundamental.
E) uma estabilização do aprendizado como um todo, ao final do ensino fundamental.

QUESTÃO 89: VUNESP - CDEM (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.

No front da alfabetização, a rede municipal de educação da cidade de São Paulo obteve conquista
apreciável: 92% dos alunos sabiam ler e escrever ao término do segundo ano, ante não mais de
77% em 2017. Com isso, a prefeitura estipulou a meta de 85% de alfabetização no primeiro ano,
quando as crianças em geral têm seis anos.
Uma ousadia, quando se tem em vista que, até recentemente, a diretriz nacional se limitava a
preconizar leitura e escrita até o final do terceiro ano. Só em 2018, com a Base Nacional Comum
Curricular, esse objetivo foi antecipado para o segundo ano, algo que a rede paulistana já havia
adotado com um ano de antecedência.
Fica assim comprovado, na experiência de São Paulo, que metas ambiciosas nada têm de incom-
patível com progresso de aprendizado – ao contrário. Em particular no campo da alfabetização,
base de tudo que virá a seguir, um nível alto de exigência dará motivação extra para educadores e
estudantes se aplicarem mais.
Conforme se avança no ensino fundamental, contudo, os descaminhos e a leniência do passado se

201
fazem manifestar nos parcos resultados obtidos por estudantes em provas padronizadas.
A deficiência manifesta-se em todas as grandes áreas de conhecimento. Quando concluem o quin-
to ano, final da fase 1 do fundamental, só 39% das meninas e dos meninos alcançam desempenho
satisfatório em língua portuguesa. Pior, são apenas 27% em matemática e 20% em ciências.
A perda agrava-se na fase seguinte. Quando saem do fundamental 2, no nono ano, apenas 25%
dos estudantes estão no nível adequado de língua. E há inaceitáveis 10% e 9% nessa faixa de
desempenho, respectivamente, nas áreas de matemática e ciências naturais, o que torna fácil de
entender o desastre que hoje se observa no ensino médio.
Não deixa de ser animador constatar que ao menos nos fundamentos do aprendizado – a alfabe-
tização – houve avanço em São Paulo. Mas a cidade mais populosa e rica do país ainda precisa
fazer mais e melhor por suas crianças e jovens.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 02.01.2019. Adaptado)

É correto afirmar que a conclusão do texto


A) engrandece a educação paulistana e acredita que, à vista dos resultados por ela obtidos, por
enquanto, nada mais precisa ser feito.
B) lamenta a condição da educação paulistana, sugerindo que nem o tamanho de sua população
nem a sua riqueza podem, de fato, melhorá-la.
C) mostra as contradições da maior capital do país, às voltas com uma educação cujos resultados
ano a ano mostram-se pífios.
D) reconhece a melhoria aferida na educação paulistana, sugerindo, porém, que esta deve avan-
çar, sobretudo pela sua população e pela sua riqueza.
E) constata que é desanimadora a situação da educação paulistana, apontando que, por ser a mais
populosa e rica capital, esse quadro pode ser revertido.

QUESTÃO 90: VUNESP - PEBI (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/INFANTIL/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Creio que muito de nossa insistência, enquanto professoras e professores, em que os estudantes
“leiam”, num semestre, um sem-número de capítulos de livros, reside na compreensão errônea que
às vezes temos do ato de ler. Em minha andarilhagem pelo mundo, não foram poucas as vezes
em que jovens estudantes me falaram de sua luta às voltas com extensas bibliografias a serem
muito mais “devoradas” do que realmente lidas ou estudadas. Verdadeiras “lições de leitura” no
sentido mais tradicional desta expressão, a que se achavam submetidos em nome de sua forma-
ção científica e de que deviam prestar contas através do famoso controle de leitura. Em algumas
vezes cheguei mesmo a ler, em relações bibliográficas, indicações em torno de que páginas deste
ou daquele capítulo de tal ou qual livro deveriam ser lidas: “Da página 15 à 37”.
A insistência na quantidade de leituras sem o devido adentramento nos textos a serem compreen-
didos, e não mecanicamente memorizados, revela uma visão mágica da palavra escrita. Visão
que urge ser superada. A mesma, ainda que encarnada desde outro ângulo, que se encontra, por
exemplo, em quem escreve, quando identifica a possível qualidade de seu trabalho, ou não, com
a quantidade de páginas escritas. No entanto, um dos documentos filosóficos mais importantes de
que dispomos, As teses sobre Feuerbach, de Marx, tem apenas duas páginas e meia...
Parece importante, contudo, para evitar uma compreensão errônea do que estou afirmando, subli-
nhar que a minha crítica à magicização da palavra não significa, de maneira alguma, uma posição

202
pouco responsável de minha parte com relação à necessidade que temos, educadores e educan-
dos, de ler, sempre e seriamente, os clássicos neste ou naquele campo do saber, de nos aden-
trarmos nos textos, de criar uma disciplina intelectual, sem a qual inviabilizamos a nossa prática
enquanto professores e estudantes.
(Paulo Freire. A importância do ato de ler)

No texto, o autor defende uma concepção de leitura como


A) processo em que o leitor penetra o texto para compreendê- lo.
B) processo quantitativo, que se aperfeiçoa com o passar do tempo.
C) obtenção de informações em relações bibliográficas.
D) um ato de magia frente ao emaranhado de informações.
E) uma ação acrítica do leitor, portanto pouco responsável.

QUESTÃO 91: VUNESP - PEBI (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/INFANTIL/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Creio que muito de nossa insistência, enquanto professoras e professores, em que os estudantes
“leiam”, num semestre, um sem-número de capítulos de livros, reside na compreensão errônea que
às vezes temos do ato de ler. Em minha andarilhagem pelo mundo, não foram poucas as vezes
em que jovens estudantes me falaram de sua luta às voltas com extensas bibliografias a serem
muito mais “devoradas” do que realmente lidas ou estudadas. Verdadeiras “lições de leitura” no
sentido mais tradicional desta expressão, a que se achavam submetidos em nome de sua forma-
ção científica e de que deviam prestar contas através do famoso controle de leitura. Em algumas
vezes cheguei mesmo a ler, em relações bibliográficas, indicações em torno de que páginas deste
ou daquele capítulo de tal ou qual livro deveriam ser lidas: “Da página 15 à 37”.
A insistência na quantidade de leituras sem o devido adentramento nos textos a serem compreen-
didos, e não mecanicamente memorizados, revela uma visão mágica da palavra escrita. Visão
que urge ser superada. A mesma, ainda que encarnada desde outro ângulo, que se encontra, por
exemplo, em quem escreve, quando identifica a possível qualidade de seu trabalho, ou não, com
a quantidade de páginas escritas. No entanto, um dos documentos filosóficos mais importantes de
que dispomos, As teses sobre Feuerbach, de Marx, tem apenas duas páginas e meia...
Parece importante, contudo, para evitar uma compreensão errônea do que estou afirmando, subli-
nhar que a minha crítica à magicização da palavra não significa, de maneira alguma, uma posição
pouco responsável de minha parte com relação à necessidade que temos, educadores e educan-
dos, de ler, sempre e seriamente, os clássicos neste ou naquele campo do saber, de nos aden-
trarmos nos textos, de criar uma disciplina intelectual, sem a qual inviabilizamos a nossa prática
enquanto professores e estudantes.
(Paulo Freire. A importância do ato de ler)

De acordo com o autor, a visão que é necessário afastar, com urgência, diz respeito
A) à criação de uma disciplina intelectual, que norteia os processos de leitura.
B) à insistência no adentramento dos textos, independentemente de sua qualidade.
C) à leitura superficial de textos, que em geral são mecanicamente memorizados.
D) à falta de controle de leituras realizadas pelos estudantes em formação científica.
E) à leitura dos clássicos de diversos campos do saber pelos educadores e educandos.

203
QUESTÃO 92: VUNESP - PROF EF (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/2019
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Jogar-se à vida

Uma velha amiga minha de São Paulo – nem tão velha assim, e muito bonita – me diz que seu
filho, de 39 anos, mora com ela. Não é que “ainda” more com ela. Ele apenas mora, desde o dia
em que nasceu, e não há indícios de que esteja planejando se emancipar e morar sozinho. A mãe,
a essa altura, já desistiu de fazê-lo desconfiar de que ela, sim, gostaria de espaço e privacidade
para viver sua própria vida.
Ao ouvir isso, levei um susto. Aos 39 anos, eu já tinha saído não só da casa de meus pais como de
dois casamentos, e morado em dez endereços de quatro cidades em dois continentes. Era só no
que os garotos da minha geração pensavam – jogar-se à vida, longe da saia materna ou da mesada
paterna. Supunha-se que, enquanto se morasse com a família, estava-se dispensado de ser adulto.
Um desses endereços, em 1967, foi o Solar da Fossa, um casarão colonial em Botafogo, perto do
túnel Novo. Nele tinham ido parar rapazes e moças de fora e de dentro do Rio, todos em busca
de liberdade para criar, trabalhar, namorar ou não fazer nada, enfim, viver. Ali, um dos moradores,
Caetano Veloso, compôs “Alegria, Alegria”; outro, Paulinho da Viola, “Sinal Fechado”. Grupos
como o Momento 4 e o Sá, Rodrix & Guarabyra se formaram em seus quartos.
Três de nossas lindas vizinhas estrelaram nas páginas de revistas: Betty Faria, Ítala Nandi e Tania
Scher. Paulo Leminsky escrevia seu romance “Catatau”. O pessoal do Teatro Jovem, que estava
revolucionando o teatro brasileiro, morava lá, assim como metade do elenco da peça “Roda Viva”,
em ensaio no outro lado do túnel. Os namoros eram a mil. Até o autor francês Jean Genet, de
passagem pelo Solar, viveu ali uma aventura amorosa.
Se aquela turma morasse com a mãe, nada disso teria acontecido.
(Ruy Castro. Folha de S.Paulo. Adaptado)

Para defender a ideia de que os jovens devem deixar a casa dos pais, o cronista argumenta que
A) proteger demasiadamente os filhos é conduta inadequada praticada pela maioria dos pais.
B) prolongar a dependência dos pais significa retardar o próprio amadurecimento.
C) aceitar a recusa de alguns jovens de se jogar à vida e correr riscos é plausível.
D) viajar pelo mundo e se casar várias vezes é imprescindível para se tornar adulto.
E) morar com outros jovens é importante, mesmo com o suporte financeiro garantido pelos pais.

QUESTÃO 93: VUNESP - PROF EF (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Jogar-se à vida

Uma velha amiga minha de São Paulo – nem tão velha assim, e muito bonita – me diz que seu
filho, de 39 anos, mora com ela. Não é que “ainda” more com ela. Ele apenas mora, desde o dia
em que nasceu, e não há indícios de que esteja planejando se emancipar e morar sozinho. A mãe,
a essa altura, já desistiu de fazê-lo desconfiar de que ela, sim, gostaria de espaço e privacidade
para viver sua própria vida.
Ao ouvir isso, levei um susto. Aos 39 anos, eu já tinha saído não só da casa de meus pais como de

204
dois casamentos, e morado em dez endereços de quatro cidades em dois continentes. Era só no
que os garotos da minha geração pensavam – jogar-se à vida, longe da saia materna ou da mesada
paterna. Supunha-se que, enquanto se morasse com a família, estava-se dispensado de ser adulto.
Um desses endereços, em 1967, foi o Solar da Fossa, um casarão colonial em Botafogo, perto do
túnel Novo. Nele tinham ido parar rapazes e moças de fora e de dentro do Rio, todos em busca
de liberdade para criar, trabalhar, namorar ou não fazer nada, enfim, viver. Ali, um dos moradores,
Caetano Veloso, compôs “Alegria, Alegria”; outro, Paulinho da Viola, “Sinal Fechado”. Grupos
como o Momento 4 e o Sá, Rodrix & Guarabyra se formaram em seus quartos.
Três de nossas lindas vizinhas estrelaram nas páginas de revistas: Betty Faria, Ítala Nandi e Tania
Scher. Paulo Leminsky escrevia seu romance “Catatau”. O pessoal do Teatro Jovem, que estava
revolucionando o teatro brasileiro, morava lá, assim como metade do elenco da peça “Roda Viva”,
em ensaio no outro lado do túnel. Os namoros eram a mil. Até o autor francês Jean Genet, de
passagem pelo Solar, viveu ali uma aventura amorosa.
Se aquela turma morasse com a mãe, nada disso teria acontecido.
(Ruy Castro. Folha de S.Paulo. Adaptado)

Leia a resenha do livro Solar da Fossa, escrito por Toninho Vaz, para responder à questão:
Misto de pensão e apart-hotel da zona sul carioca, o lendário Solar da Fossa serviu, entre 1964
e 1971, de moradia e ponto de encontro para jovens artistas e intelectuais oriundos de diversos
cantos do país.
Estes o procuravam não só pelo aluguel acessível, mas também pela considerável liberdade que
desfrutavam ali, em pleno regime militar. Paulinho da Viola, Gal Costa, Tim Maia, Ítala Nandi e
Paulo Leminski estão entre as dezenas de personagens do livro, cuja narrativa transita pelos 85
apartamentos, revelando detalhes do cotidiano dos moradores, inconfidências e causos divertidos,
além de traçar um painel cultural da época.
(Carlos Calado. Guia Folha. Adaptado)
Comparando os textos a respeito do Solar da Fossa, é correto afirmar que ambos
A) apresentam informações históricas; porém, na crônica, diferentemente da resenha, o autor é
mais subjetivo no relato dos fatos.
B) expõem informações precisas sobre os anos 70; porém a crônica faz críticas à experiência no
Solar da Fossa, ao passo que a resenha se limita a elogios.
C) estão escritos em linguagem coloquial e retratam o período de moradia compartilhado entre os
autores da crônica e da resenha e artistas hoje famosos.
D) se opõem à demolição desse local histórico do Rio de Janeiro e comentam as aventuras dos
jovens que ali residiram na década de 60.
E) empregam predominantemente expressões em sentido figurado; porém a resenha, diferente-
mente da crônica, objetiva promover o livro.

QUESTÃO 94: VUNESP - PROF EF (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Leia um trecho do romance Anatomia do Paraíso, para responder à questão.

Os bens dos tataravós libaneses: tecidos e aviamentos. Linho, algodão, chita. Botões de todos os
tipos, linhas, alfinetes, agulhas e o metro dobrável. Montado em seu jegue, o tataravô ia sozinho

205
comerciar de casa em casa, sítio em sítio, fazenda em fazenda, onde recebia pouso, contava e ou-
via histórias. Com o nascimento dos filhos brasileiros, passou a levar consigo o mais velho, bisavô
de Félix, quando ele tinha sete anos.
De noite, na sua casa em Belo Horizonte, o pai de Félix lhe contava a história dos antepassados
enquanto consertava joias das clientes da sua loja de antiguidades. Durante as tardes solitárias,
a bisavó lhe mostrava o bauzinho de veludo bordô e contava a história de cada joia que ele já tinha
guardado e a situação em que havia sido vendida para o estabelecimento da família no Brasil. Um
anel de brilhante se foi na compra do jegue e da primeira leva de mercadoria; um bracelete, na
reforma da casa antes do nascimento do terceiro filho.
Depois dos acidentes vasculares, ela não conseguia falar mais do que poucas palavras, e estas
serviam de evocação para as histórias que Félix conhecia de cor. Ele era pequeno, carregava o
baú pela casa, cheio de vidros coloridos, e o exibia dizendo: “meu tesouro”. Era um bauzinho feito
de cedro, com tiras de latão, e o estofamento interno, de veludo bordô, era o que mais encantava
Félix. Protegido da luz ao longo dos anos, ele continuava brilhante e macio.
As joias foram o bilhete de entrada do casal no Brasil. O que veio depois foi trabalho, trabalho e
trabalho; e filhos. Mas então já tinham um jegue e a primeira leva de mercadorias.
E aconteceu de Félix ter puxado a voz aveludada do outro ramo da família, de portugueses para
quem aquela terra já era antiga quando os libaneses chegaram: já tinham tirado dela pau, pe-
dra e ouro, criado gado e plantado cana e café. Já tinham sido donos de escravos, matado e sido
mortos por eles. Abriram fazendas, ergueram escolas, construíram ferrovias e cemitérios. Terra de
homens brutos, domados, esfalfados, trabalho, trabalho e trabalho; e filhos.
(Beatriz Bracher. Anatomia do Paraíso. Editora 34. Adaptado)

De acordo com o texto, os imigrantes libaneses e portugueses, de quem Félix é descendente, têm
em comum:
A) uma sequência de embates cruéis para se estabelecerem no país.
B) um apego desmedido às tradições e histórias dos antepassados.
C) uma vida de muita labuta e a formação da prole na nova pátria.
D) a convivência harmoniosa entre esses imigrantes decorrente da vinda ao Brasil à mesma épo-
ca.
E) a coragem de enfrentar um trabalho árduo e o consequente enriquecimento financeiro imediato.

QUESTÃO 95: VUNESP - PROC (PREF. POÁ)/PREF POÁ/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Ameaças globais

A mudança climática continua sendo percebida como a maior ameaça global, diz o Pew Research
Center. Realizado no ano passado com mais de 27 mil pessoas em 26 países, o estudo indicou um
fortalecimento dessa percepção.
Em 2013, 56% viam o aquecimento global como uma grande ameaça. Em 2017, eram 63%. No
ano passado, o porcentual foi de 67%. No Brasil, 72% apontaram a mudança climática como uma
relevante ameaça global.
Confirma-se, assim, que o mundo está cada vez mais preocupado com a sustentabilidade do pla-
neta, o que tem muitas consequências sociais, políticas e econômicas. Por exemplo, os governos

206
que se mostrarem alheios ou contrários a essa preocupação estarão contrariando os sentimentos
de sua própria população, além de se colocarem na contramão da história. Outro inegável efeito
é que, com populações cada vez mais atentas a questões ambientais, ampliar o acesso a novos
mercados exige o compromisso de melhorar as práticas ambientais. Ser indiferente ao meio am-
biente é um meio de um país se isolar na esfera internacional.
Além do aquecimento global, o terrorismo foi outra grande preocupação constatada na pesquisa.
Em oito países, entre eles, Rússia, França, Indonésia e Nigéria, o Estado Islâmico foi visto como o
maior risco global. Também cresceu a preocupação com os ataques cibernéticos.Em quatro países,
incluindo Estados Unidos e Japão, o risco cibernético foi a preocupação internacional mais citada.
No mundo inteiro, cresceu a preocupação com o poder e a influência dos Estados Unidos. Em dez
países, metade ou mais das pessoas entrevistadas afirmou que o poder americano é uma grande
ameaça ao seu país. Foi a maior mudança de sentimento entre as ameaças globais avaliadas. Na
Alemanha, o crescimento foi de 30%; na França, de 29%; no Brasil e no México, de 26%.
O estudo revelou um dado interessante a respeito da percepção sobre o risco envolvendo a situa-
ção da economia global. Embora seja citado em muitos lugares como uma ameaça significativa,
tal perigo não é visto em nenhum país como a principal ameaça. O Pew Research Center destacou
que isso ocorreu mesmo naqueles países em que as economias nacionais tiveram avaliações es-
pecialmente negativas, como a Grécia e o Brasil.
Tem-se, assim, que a avaliação que a população de um país faz sobre as ameaças globais pode
não ser muito objetiva. Às vezes, há perigos que as pessoas não querem ver. Tal fato mostra a im-
portância de os governos atuarem de forma responsável, com base em dados empíricos e estudos
consistentes. Nesta situação, ideologias não são um bom parâmetro para a análise de riscos.
(O Estado de S. Paulo. 17.02.2019. Adaptado)

De acordo com as informações do texto, é correto concluir que


A) habitantes de países que passam por graves dificuldades no setor econômico avaliaram a crise
econômica internacional como a principal ameaça à estabilidade interna da nação.
B) a preocupação com a sustentabilidade tem se tornado relevante para cidadãos do mundo todo,
o que obriga empresas, desejosas de expandir negócios, ao comprometimento com boas práticas
ambientais.
C) os indivíduos entrevistados pelo Pew Research Center fizeram considerações acuradas sobre
as principais ameaças globais, elencando, entre elas, as ideologias políticas que têm gerado con-
flitos entre alguns países.
D) as estratégias de defesa contra os ataques terroristas, além das drásticas mudanças climáticas,
são outra importante preocupação que está em pauta, sobretudo para a maioria dos países euro-
peus.
E) a alteração dos índices relativos à influência dos Estados Unidos na esfera global não foi sig-
nificativa, porém países como Alemanha e França evidenciaram a necessidade de cautela diante
dessa influência.

QUESTÃO 96: VUNESP - ATI (PREF VALINHOS)/PREF VALINHOS/SAI/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto, para responder a questão:

Os millennials – pessoas que têm, hoje, entre 18 e 35 anos –, também conhecidos por Geração

207
Y, têm impactado a forma de a sociedade consumir. Esse grupo, cuja maioria trabalha ou estuda,
além de ser engajada em causas sociais e ambientais, segundo levantamento da startup de pes-
quisas MindMiners, deve atingir seu auge em 2020.
Os objetos de desejo desses indivíduos variam de acordo com a classe social. Segundo a sociólo-
ga e pesquisadora da Antenna Consultoria e Pesquisa, Marilene Pottes, enquanto as mais baixas
priorizam bens duráveis e conforto, as mais altas – que contam com maior suporte financeiro dos
pais – valorizam vivências.
Embora os especialistas concordem que esse público é exigente e autêntico, há divergências sobre
o recorte exato das idades. Uma pesquisa do Statista, portal alemão líder de estatísticas inter-
nacionais na internet, por exemplo, considera consumidores que eram adolescentes na virada do
milênio. Já a empresa de pesquisas Kantar Worldpanel abrange pessoas nascidas de 1979 a 1996.
Outro contorno engloba nascidos no início dos anos 80 até meados de 90: nesse caso, teriam re-
cebido a denominação de millennials por atingirem idade de discernimento a partir dos anos 2000,
ou se tornarem consumidores na época. Esses jovens se reconhecem como trabalhadores e ambi-
ciosos. Apesar disso, uma grande parte ainda mora com os pais ou outros parentes, dependendo
financeiramente da família.
– É uma geração que pôde estudar mais e ingressar no mercado de trabalho mais tarde. Alguns os

consideram mimados, mas, na verdade, eles apenas não querem aceitar qualquer tipo de traba-
lho – explica a gerente de marketing da MindMiners, Danielle Almeida.
A Bridge Research também fez um estudo sobre os hábitos desses jovens adultos:
– Essas pessoas são multitarefas, conseguem trabalhar olhando para o celular, por exemplo. Tam-

bém são menos leais a marcas do que pessoas de outras idades – destaca Renato Trindade,
diretor da empresa de pesquisa. Para o professor da FGV, Roberto Kanter, a principal razão de
agradar à geração Y é seu inédito poder de influência:
– Devido às mídias sociais, os consumidores, e não mais os meios de comunicação, têm sido a

principal fonte de informação sobre produtos e serviços.


(Disponível em:<https://oglobo.globo.com/economia>.Acesso em 01.05.2019. Adaptado)

É correto afirmar que o texto faz referência aos millennials, enfocando características dessa gera-
ção, tais como:
A) aspirações, hábitos de consumo e dispersão no desempenho de atividades profissionais.
B) condição socioeconômica privilegiada, discernimento precoce e independência financeira.
C) poder de influenciar o consumo, adesão a causas sociais e capacidade de se dedicar a múltiplas
atividades.
D) experiência de vida, padronização da faixa etária do grupo e adiamento dos estudos.
E) desapego a marcas, predileção por acúmulo de bens e ingresso precoce no mercado de traba-
lho.

QUESTÃO 97: VUNESP - ATI (PREF VALINHOS)/PREF VALINHOS/SAI/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto, para responder a questão:

Os millennials – pessoas que têm, hoje, entre 18 e 35 anos –, também conhecidos por Geração
Y, têm impactado a forma de a sociedade consumir. Esse grupo, cuja maioria trabalha ou estuda,
além de ser engajada em causas sociais e ambientais, segundo levantamento da startup de pes-

208
quisas MindMiners, deve atingir seu auge em 2020.
Os objetos de desejo desses indivíduos variam de acordo com a classe social. Segundo a sociólo-
ga e pesquisadora da Antenna Consultoria e Pesquisa, Marilene Pottes, enquanto as mais baixas
priorizam bens duráveis e conforto, as mais altas – que contam com maior suporte financeiro dos
pais – valorizam vivências.
Embora os especialistas concordem que esse público é exigente e autêntico, há divergências sobre
o recorte exato das idades. Uma pesquisa do Statista, portal alemão líder de estatísticas inter-
nacionais na internet, por exemplo, considera consumidores que eram adolescentes na virada do
milênio. Já a empresa de pesquisas Kantar Worldpanel abrange pessoas nascidas de 1979 a 1996.
Outro contorno engloba nascidos no início dos anos 80 até meados de 90: nesse caso, teriam re-
cebido a denominação de millennials por atingirem idade de discernimento a partir dos anos 2000,
ou se tornarem consumidores na época. Esses jovens se reconhecem como trabalhadores e ambi-
ciosos. Apesar disso, uma grande parte ainda mora com os pais ou outros parentes, dependendo
financeiramente da família.
– É uma geração que pôde estudar mais e ingressar no mercado de trabalho mais tarde. Alguns os

consideram mimados, mas, na verdade, eles apenas não querem aceitar qualquer tipo de traba-
lho – explica a gerente de marketing da MindMiners, Danielle Almeida.
A Bridge Research também fez um estudo sobre os hábitos desses jovens adultos:
– Essas pessoas são multitarefas, conseguem trabalhar olhando para o celular, por exemplo. Tam-

bém são menos leais a marcas do que pessoas de outras idades – destaca Renato Trindade,
diretor da empresa de pesquisa. Para o professor da FGV, Roberto Kanter, a principal razão de
agradar à geração Y é seu inédito poder de influência:
– Devido às mídias sociais, os consumidores, e não mais os meios de comunicação, têm sido a

principal fonte de informação sobre produtos e serviços.


(Disponível em:<https://oglobo.globo.com/economia>.Acesso em 01.05.2019. Adaptado)

Entre os recursos que dão sustentação às informações fornecidas ao leitor está:


A) o depoimento de indivíduos do grupo denominado millennials, respondentes de pesquisas reali-
zadas ao longo dos últimos anos por institutos de pesquisa.
B) a menção a fontes fidedignas, representadas por depoimentos de especialistas e corporações
dedicadas a levantamento e análise de dados.
C) o levantamento atualizado e criterioso do jornal acerca das condições que garantem às famílias
dos millennials mantê-los enquanto estudam e trabalham.
D) a preocupação do jornal em fornecer dados que interessam ao público jovem brasileiro, servin-
do como referência para que este direcione suas escolhas futuras.
E) o tom afirmativo das informações, com o emprego de expressões categóricas que permitam ao
leitor constatar a confiabilidade do meio de comunicação.

QUESTÃO 98: VUNESP - ATI (PREF VALINHOS)/PREF VALINHOS/SAI/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto, para responder a questão:

Os millennials – pessoas que têm, hoje, entre 18 e 35 anos –, também conhecidos por Geração
Y, têm impactado a forma de a sociedade consumir. Esse grupo, cuja maioria trabalha ou estuda,
além de ser engajada em causas sociais e ambientais, segundo levantamento da startup de pes-

209
quisas MindMiners, deve atingir seu auge em 2020.
Os objetos de desejo desses indivíduos variam de acordo com a classe social. Segundo a sociólo-
ga e pesquisadora da Antenna Consultoria e Pesquisa, Marilene Pottes, enquanto as mais baixas
priorizam bens duráveis e conforto, as mais altas – que contam com maior suporte financeiro dos
pais – valorizam vivências.
Embora os especialistas concordem que esse público é exigente e autêntico, há divergências sobre
o recorte exato das idades. Uma pesquisa do Statista, portal alemão líder de estatísticas inter-
nacionais na internet, por exemplo, considera consumidores que eram adolescentes na virada do
milênio. Já a empresa de pesquisas Kantar Worldpanel abrange pessoas nascidas de 1979 a 1996.
Outro contorno engloba nascidos no início dos anos 80 até meados de 90: nesse caso, teriam re-
cebido a denominação de millennials por atingirem idade de discernimento a partir dos anos 2000,
ou se tornarem consumidores na época. Esses jovens se reconhecem como trabalhadores e ambi-
ciosos. Apesar disso, uma grande parte ainda mora com os pais ou outros parentes, dependendo
financeiramente da família.
– É uma geração que pôde estudar mais e ingressar no mercado de trabalho mais tarde. Alguns os

consideram mimados, mas, na verdade, eles apenas não querem aceitar qualquer tipo de traba-
lho – explica a gerente de marketing da MindMiners, Danielle Almeida.

A Bridge Research também fez um estudo sobre os hábitos desses jovens adultos:
– Essas pessoas são multitarefas, conseguem trabalhar olhando para o celular, por exemplo. Tam-

bém são menos leais a marcas do que pessoas de outras idades – destaca Renato Trindade,
diretor da empresa de pesquisa. Para o professor da FGV, Roberto Kanter, a principal razão de
agradar à geração Y é seu inédito poder de influência:
– Devido às mídias sociais, os consumidores, e não mais os meios de comunicação, têm sido a

principal fonte de informação sobre produtos e serviços.


(Disponível em:<https://oglobo.globo.com/economia>.Acesso em 01.05.2019. Adaptado)

Segundo o comentário da gerente de marketing da Mind- Miners, no 4º parágrafo, a geração dos


millennials:
A) retardou seu ingresso no mercado, justificando o juízo depreciativo em relação ao tratamento
protetivo que recebe.
B) não aceita trabalho nenhum, porque sua dedicação aos estudos não justifica desempenhar qual-
quer tarefa.
C) acaba por ser afastada do trabalho em razão dos sucessivos adiamentos impostos por familia-
res.
D) entende que o mercado de trabalho não tem condições de reconhecer o tempo que ela despen-
deu com os estudos.
E) dedicou mais tempo à própria formação, sendo, assim, seletiva quanto ao tipo de trabalho que
aceita desempenhar.

QUESTÃO 99: VUNESP - ATI (PREF VALINHOS)/PREF VALINHOS/SAI/2019


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia a charge:

210
A adaptação feita na pirâmide de Maslow, que define a hierarquia das necessidades humanas, tem
seu efeito de sentido crítico decorrente de:

A) situar a tecnologia de rede sem fio como fundamental em relação às demais necessidades.
B) tratar a comunicação em redes como desimportante em relação às demais necessidades.
C) associar todas as necessidades, descaracterizando a ideia de uma gradação entre elas.
D) reconhecer que os recursos tecnológicos permitem galgar as etapas representadas na pirâmide.
E) descaracterizar as necessidades, negando os valores postos no topo da pirâmide.

QUESTÃO 100: VUNESP - ANA GP (IPSM SJC)/IPSM SJC/CONTABILIDADE/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão a seguir.

A destruição da humanidade por uma guerra nuclear está prestes a ser detonada por uma “pirraça
impulsiva”, alertou neste domingo [10.12.2017] a Campanha Internacional para Abolir Armas Nu-
cleares (Ican), vencedora do Nobel da Paz deste ano.
“Será o fim das armas nucleares ou será o nosso fim?”, afirmou a líder da Ican, Beatrice Fihn, em
discurso ao receber o prêmio, em Oslo, na Noruega.
Também discursou em Oslo Setsuko Thurlow, 85, sobrevivente do ataque atômico de Hiroshima,
em 1945 no Japão, durante a Segunda Guerra Mundial. Hoje ela é ativista da Ican.
Ela foi resgatada dos escombros de um prédio a 1,8 km do epicentro da bomba. A maioria de seus
colegas morreu queimada viva.
(Mundo. Folha de S.Paulo, 10.12.2017. Adaptado)

No contexto da premiação, a presença de Setsuko Thurlow justifica:


A) o ativismo a favor do armamento nuclear, uma vez que um país não deve ficar desprotegido de
seus principais inimigos.
B) o apoio à Campanha Internacional para Abolir Armas Nucleares, cuja atenção se volta para os
sobreviventes da Segunda Guerra.
C) a preocupação das pessoas com a possibilidade de um conflito nuclear, cuja consequência pode
ser o fim da humanidade.
D) a certeza da humanidade de que, em determinados momentos históricos, a destruição serve
para conscientização acerca do poder.
E) o desconhecimento por grande parte da população mundial em relação à vida em Hiroshima
após o ataque atômico de 1945.

211
QUESTÃO 101: VUNESP - ANA GP (IPSM SJC)/IPSM SJC/CONTABILIDADE/2018
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão a seguir. Ensino com diretriz

Está quase pronto o documento que definirá o padrão nacional para o que crianças e jovens devem
aprender até o 9° ano do ensino fundamental. Trata-se da quarta versão da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC).
Caso aprovada até janeiro, a diretriz deve começar a ser implementada nos próximos dois anos.
A BNCC define conteúdos a serem estudados e competências e habilidades que os alunos devem
demonstrar a cada passo da vida escolar. Soa como obviedade, mas não existe norma válida em
todo o país que estabeleça de modo preciso a progressão do ensino e o que se deve esperar como
resultado.
Note-se ainda que a base curricular não especifica como alcançar seus objetivos – isso será papel
dos currículos a serem elaborados por estados e municípios, que podem fazer acréscimos confor-
me necessidades regionais.
A existência de um padrão pode permitir a correção de desigualdades do aprendizado e avalia-
ções melhores. A partir de um limiar mediano de clareza, inteligência pedagógica e pragmatismo,
qualquer modelo é melhor do que nenhum. Nesse aspecto, a nova versão da BNCC está perto de
merecer nota de aprovação.
O programa ainda se mostra extenso em demasia, não muito diferente do que se viu nas escolas
das últimas décadas, quando raramente foi cumprido. O excesso de assuntos dificulta abordagens
mais aprofundadas e criativas.
A BNCC lembra a Constituição de 1988. Detalhista, arrojada e generosa, mas de difícil aplicação
imediata e integral. É indiscutível, de todo modo, a urgência de pôr em prática esse plano que pode
oferecer educação decente e igualitária às crianças.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 10.12.2017. Adaptado)

No editorial, fica claro que


A) a aprovação da BNCC é importante, considerando-se que não existe, em nível nacional, norma
válida que define a progressão do ensino e os resultados que dele devem ser esperados.
B) o papel da BNCC a ser aprovada é questionável, uma vez que a ação maior ficará com estados
e municípios na elaboração de seus currículos.
C) a organização da BNCC corresponde a um programa cuja extensão permitirá sua execução,
garantindo abordagens mais aprofundadas e criativas.
D) a validade da BNCC é relevante, considerando-se que se trata de um documento que não espe-
cifica como alcançar os objetivos em relação à progressão de ensino.
E) o impacto da BNCC será a longo prazo, considerando-se que ela trata de questão educacional
sobejamente discutida, cuja aplicação educacional não é de caráter de urgência.

QUESTÃO 102: VUNESP - ANA GP (IPSM SJC)/IPSM SJC/CONTABILIDADE/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão a seguir. Ensino com diretriz

Está quase pronto o documento que definirá o padrão nacional para o que crianças e jovens devem
aprender até o 9° ano do ensino fundamental. Trata-se da quarta versão da Base Nacional Comum

212
Curricular (BNCC).
Caso aprovada até janeiro, a diretriz deve começar a ser implementada nos próximos dois anos.
A BNCC define conteúdos a serem estudados e competências e habilidades que os alunos devem
demonstrar a cada passo da vida escolar. Soa como obviedade, mas não existe norma válida em
todo o país que estabeleça de modo preciso a progressão do ensino e o que se deve esperar como
resultado.
Note-se ainda que a base curricular não especifica como alcançar seus objetivos – isso será papel
dos currículos a serem elaborados por estados e municípios, que podem fazer acréscimos confor-
me necessidades regionais.
A existência de um padrão pode permitir a correção de desigualdades do aprendizado e avalia-
ções melhores. A partir de um limiar mediano de clareza, inteligência pedagógica e pragmatismo,
qualquer modelo é melhor do que nenhum. Nesse aspecto, a nova versão da BNCC está perto de
merecer nota de aprovação.
O programa ainda se mostra extenso em demasia, não muito diferente do que se viu nas escolas
das últimas décadas, quando raramente foi cumprido. O excesso de assuntos dificulta abordagens
mais aprofundadas e criativas.
A BNCC lembra a Constituição de 1988. Detalhista, arrojada e generosa, mas de difícil aplicação
imediata e integral. É indiscutível, de todo modo, a urgência de pôr em prática esse plano que pode
oferecer educação decente e igualitária às crianças.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 10.12.2017. Adaptado)
De acordo com o editorial, a implementação da BNCC:
A) pode comprometer a qualidade da educação, com o excesso de assuntos nela previstos.
B) fortalece uma ação cidadã, com o objetivo de ofertar educação decente e igualitária às crianças.
C) merece ser aprovada, com a convicção de que é melhor ter essa base do que nenhuma.
D) ameaça a qualidade do ensino, com base na ideia de que raramente será cumprida.
E) recupera a esperança de uma educação de qualidade, com sua semelhança à Constituição.

QUESTÃO 103: VUNESP - DIR (CM 2 CÓRREGOS)/CM 2 CÓRREGOS/CONTÁBIL LE-


GISLATIVO/2018
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia a tira para responder à questão.

(André Dahmer. http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada /cartum/cartunsdiarios/#27/10/2017. 27.10.2017)

A leitura da tira permite concluir que:

213
A) os internautas têm sido cada vez mais cautelosos com relação ao teor das postagens nas redes
sociais.
B) as possíveis consequências das publicações em redes sociais deixaram de ser uma preocupa-
ção na atualidade.
C) os internautas vêm recorrendo sistematicamente ao anonimato para fazer comentários consi-
derados ofensivos.
D) a disseminação do acesso às redes sociais, diferentemente do que se esperava, fez com que
se perdesse o interesse por elas.
E) os comentários considerados agressivos vêm perdendo espaço na internet para mensagens
que pregam tolerância e respeito.

QUESTÃO 104: VUNESP - DIR (CM 2 CÓRREGOS)/CM 2 CÓRREGOS/CONTÁBIL LE-
GISLATIVO/2018
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Destruindo Riqueza

A economia cresce encontrando soluções, em geral tecnológicas, para reduzir ineficiências e, nes-
se processo, libera mão de obra.
Um exemplo esclarecedor é o do emprego agrícola nos EUA. Até 1800, a produção de alimentos
exigia o trabalho de 95% da população do país. Em 1900, a geração de comida para uma população
já bem maior mobilizava 40% da força de trabalho e, hoje, essa proporção mal chega a 3%. Quem
abandonou a roça foi para cidades, integrando a força de trabalho da indústria e dos serviços.
Esse processo pode ser cruel para com indivíduos que ficam sem emprego e não conseguem se
reciclar, mas é dele que a sociedade extrai sua prosperidade. É o velho fazer mais com menos.
A internet, com sua incrível capacidade de conectar pessoas, abriu novos veios de ineficiências a
eliminar. Se você tem um carro e não é chofer de praça nem caixeiro viajante, ele passa a maior
parte do dia parado, o que é uma ineficiência. Se você tem um imóvel vago ou mesmo um dormitó-
rio que ninguém usa, está sendo improdutivo. O mesmo vale para outros apetrechos que você pos-
sa ter, mas são subutilizados. Os aplicativos de compartilhamento, ao ligar de forma instantânea
demandantes a ofertantes, permitem à sociedade fazer muito mais com aquilo que já foi produzido
(carros, prédios, tempo disponível etc.), que é outro jeito de dizer que ela fica mais rica.
É claro que isso só dá certo se não forem criadas regulações desnecessárias que embaracem os
acertos voluntários entre as partes. A burocratização da oferta de serviços de aplicativos torna-os
indistinguíveis. Dá para descrever isso como a destruição de riqueza.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 31.10.2017. Adaptado)

Conforme o texto, as soluções encontradas pela economia, em geral tecnológicas, para reduzir
ineficiências:
A) são socialmente condenáveis, na medida em que a produção de riquezas passa a depender
menos de mão de obra, causando desemprego.
B) constituem um retrocesso, já que prejudicam especialmente a força de trabalho que veio do
campo, e que não está adaptada a tecnologias.
C) não provocam grandes impactos, uma vez que a totalidade dos trabalhadores oriundos da agri-
cultura e da indústria acabam sendo absorvidos.

214
D) são muito positivas econômica e socialmente, pois exigem que os trabalhadores se reciclem e
requerem grande volume de mão de obra especializada.
E) podem ser danosas aos trabalhadores que, não conseguindo se adaptar a essa realidade, ficam
sem emprego, mas necessárias para a prosperidade social.

QUESTÃO 105: VUNESP - DIR (CM 2 CÓRREGOS)/CM 2 CÓRREGOS/CONTÁBIL LE-


GISLATIVO/2018
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Destruindo Riqueza

A economia cresce encontrando soluções, em geral tecnológicas, para reduzir ineficiências e, nes-
se processo, libera mão de obra.
Um exemplo esclarecedor é o do emprego agrícola nos EUA. Até 1800, a produção de alimentos
exigia o trabalho de 95% da população do país. Em 1900, a geração de comida para uma população
já bem maior mobilizava 40% da força de trabalho e, hoje, essa proporção mal chega a 3%. Quem
abandonou a roça foi para cidades, integrando a força de trabalho da indústria e dos serviços.
Esse processo pode ser cruel para com indivíduos que ficam sem emprego e não conseguem se
reciclar, mas é dele que a sociedade extrai sua prosperidade. É o velho fazer mais com menos.
A internet, com sua incrível capacidade de conectar pessoas, abriu novos veios de ineficiências a
eliminar. Se você tem um carro e não é chofer de praça nem caixeiro viajante, ele passa a maior
parte do dia parado, o que é uma ineficiência. Se você tem um imóvel vago ou mesmo um dor-
mitório que ninguém usa, está sendo improdutivo. O mesmo vale para outros apetrechos que
você possa ter, mas são subutilizados. Os aplicativos de compartilhamento, ao ligar de forma ins-
tantânea demandantes a ofertantes, permitem à sociedade fazer muito mais com aquilo que já foi
produzido (carros, prédios, tempo disponível etc.), que é outro jeito de dizer que ela fica mais rica.
É claro que isso só dá certo se não forem criadas regulações desnecessárias que embaracem os
acertos voluntários entre as partes. A burocratização da oferta de serviços de aplicativos torna-os
indistinguíveis. Dá para descrever isso como a destruição de riqueza.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 31.10.2017. Adaptado)

Conforme o autor do texto, a internet possibilitou:


A) a eliminação da ineficência do trabalho no campo e na indústria, mas teve menos sucesso nos
resultados do setor de serviços.
B) ganhos econômicos com soluções tecnológicas que garantiram maior eficiência na produção de
bens de consumo como automóveis.
C) novas formas de produção, fornecendo soluções tecnológicas que tornaram os carros mais
eficientes e os imóveis mais confortáveis.
D) novas maneiras de gerar riqueza a partir de bens improdutivos ou subutilizados, por meio dos
aplicativos de compartilhamento.
E) a abolição de vagas de trabalho e em áreas específicas de prestação de serviços, arruinando a
geração de riquezas e comprometendo economias.

QUESTÃO 106: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/I/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.
215
Black Friday? Levantamento feito pela Folha* mostrou que boa parte dos “descontos” oferecidos
nesta sexta-feira não passa de manipulações até meio infantis de preços, com o objetivo de iludir
o consumidor.
Antes, porém, de imprecar contra a ganância dos capitalistas, convém perguntar se os consumi-
dores não desejam ser enganados. E há motivos para acreditar que pelo menos uma parte deles
queira.
No recém-lançado Dollars and Sense (dinheiro e juízo), Dan Ariely e Jeff Kreisler relatam um expe-
rimento natural que mostra que pessoas podem optar por ser “ludibriadas” voluntariamente e que,
em algum recôndito do cérebro, isso faz sentido.
A JCPenney é uma centenária loja de departamentos dos EUA que se celebrizou por jogar seus
preços na lua para depois oferecer descontos “irresistíveis”. Ao fim e ao cabo, os preços efetiva-
mente praticados estavam em linha com os da concorrência, mas os truques utilizados proporcio-
navam aos consumidores a sensação, ainda que ilusória, de ter feito um bom negócio, o que lhes
dava prazer.
Em 2012, o então novo diretor executivo da empresa Ron Johnson, numa tentativa de moderni-
zação, resolveu acabar com a ginástica de remarcações e descontos e adotar uma política de
preços “justa e transparente”.
Os clientes odiaram. Em um ano, a companhia perdera US$ 985 milhões e Johnson ficou sem
emprego. Logo em seguida, a JCPenney remarcou os preços de vários de seus itens em até 60%
para voltar a praticar os descontos irresistíveis. Como escrevem Ariely e Kreisler, “os clientes da
JCPenney votaram com suas carteiras e escolheram ser manipulados”.
Num mundo em que o cliente sempre tem razão, não é tão espantoso que empresas se dediquem
a vender-lhe as fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas com um clique
de computador.
* Jornal Folha de São Paulo
(‘Caveat emptor’. Hélio Schwartsman. http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/helioschwartsman/2017/11/1937658-ca-
veat-emptor.shtml 24.11.2017. Adaptado)

Segundo as informações do texto, a afirmação de que parte dos consumidores agem como se de-
sejassem ser enganados é:
A) contestável, pois o experimento comprovou que esses consumidores são vítimas de uma políti-
ca obscura de maquiagem de preços pelas empresas.
B) justificável, já que ficou comprovado que alguns consumidores não resistem ao prazer experi-
mentado nessas situações de desconto aparente.
C) procedente, mas o experimento mostrou que os consumidores deixam de comprar quando as
lojas tentam fazer os descontos parecerem grandes demais.
D) controversa, pois a política de remarcações de preços para forjar descontos trouxe grande pre-
juízo a uma loja de departamentos nos EUA.
E) falsa, já que ficou demonstrado que os consumidores tendem a preferir situações em que os
preços são apresentados de forma transparente.

QUESTÃO 107: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/I/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia a tira para responder à questão.

216
(Bill Watterson. O mundo é mágico: as aventuras de Calvin e Haroldo. São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2010. Adaptado)

É correto concluir, da leitura da tira, que os meios de comunicação


A) prezam pela expressão da arte pautada por valores estéticos.
B) têm tentado, sem sucesso, reproduzir elementos da realidade atual.
C) como a televisão e o cinema não refletem aspectos da realidade atual.
D) tornaram-se monótonos devido à insistência em retratar a realidade atual.
E) têm sua programação pautada pela viabilidade econômica do que é veiculado.

QUESTÃO 108: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/I/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.

Novo Analfabetismo

O Instituto de Estatísticas da Unesco alerta, em informe recente, que grande parte dos jovens da
América Latina não alcança níveis apropriados de proficiência em leitura. São 19 milhões de ado-
lescentes que concluem o ensino fundamental sem conseguir ler parágrafos simples e deles extrair
informações, num fenômeno que Silvia Montoya, dirigente do instituto, chama de “nova definição
do analfabetismo”.
A preocupação da diretora procede, pois a falta de competência leitora fragiliza a cidadania. Afinal,
quem não consegue ler jornais ou livros depende do que a televisão lhe recomenda como condutas
corretas e não consegue formular seus próprios juízos.
Além disso, em tempos em que o mundo do trabalho extermina postos baseados em tarefas roti-
neiras, que não demandam capacidade de concepção, as chances de sucesso profissional e de
realização pessoal de quem tem letramento insuficiente se tornam muito limitadas.
Aqui, só 30% dos alunos saem do 9o ano com aprendizado adequado em leitura e interpretação,
de acordo com dados do Inep. É menos que a média da América Latina, que tanto chocara Silvia
Montoya.
Ora, num país de elites não leitoras, o fato de tantos jovens não estarem aptos a ler livros talvez
não choque.
Não é mais suficiente ter um nível mínimo de alfabetização. Não ter competência leitora traz obstá-
culos para a vida em sociedade, especialmente no tocante à dificuldade em compreender os pró-
prios direitos e deveres como cidadão, ainda mais num mundo em turbulência como o que vivemos.
(Claudia Costin. Folha de S.Paulo, 27.10.2017. Adaptado)

Conforme o texto, o frágil e insuficiente desenvolvimento da competência leitora dos jovens que

217
concluem o ensino fundamental na América Latina impacta diretamente:
A) nas políticas educacionais da Unesco para a região, que passa a pressionar governantes a fim
de que adotem medidas capazes de reverter esse quadro.
B) na cidadania de milhões desses jovens, que desistem da escola em face à dificuldade para
extrair informações de contextos de leitura simples.
C) na formação desses leitores enquanto cidadãos, já que a proficiência em leitura é fundamental
para a formação da capacidade de julgamento.
D) na formação social desses jovens, que não conseguem se apropriar de normas de conduta di-
vulgadas pela televisão indispensáveis para esse fim.
E) no modo como informações são transmitidas em livros e jornais, que acabam tendo de adaptar
sua linguagem ao nível de entendimento dos leitores.

QUESTÃO 109: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/I/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.

Novo Analfabetismo

O Instituto de Estatísticas da Unesco alerta, em informe recente, que grande parte dos jovens da
América Latina não alcança níveis apropriados de proficiência em leitura. São 19 milhões de ado-
lescentes que concluem o ensino fundamental sem conseguir ler parágrafos simples e deles extrair
informações, num fenômeno que Silvia Montoya, dirigente do instituto, chama de “nova definição
do analfabetismo”.
A preocupação da diretora procede, pois a falta de competência leitora fragiliza a cidadania. Afinal,
quem não consegue ler jornais ou livros depende do que a televisão lhe recomenda como condutas
corretas e não consegue formular seus próprios juízos.
Além disso, em tempos em que o mundo do trabalho extermina postos baseados em tarefas roti-
neiras, que não demandam capacidade de concepção, as chances de sucesso profissional e de
realização pessoal de quem tem letramento insuficiente se tornam muito limitadas.
Aqui, só 30% dos alunos saem do 9o ano com aprendizado adequado em leitura e interpretação,
de acordo com dados do Inep. É menos que a média da América Latina, que tanto chocara Silvia
Montoya.
Ora, num país de elites não leitoras, o fato de tantos jovens não estarem aptos a ler livros talvez
não choque.
Não é mais suficiente ter um nível mínimo de alfabetização. Não ter competência leitora traz obstá-
culos para a vida em sociedade, especialmente no tocante à dificuldade em compreender os pró-
prios direitos e deveres como cidadão, ainda mais num mundo em turbulência como o que vivemos.
(Claudia Costin. Folha de S.Paulo, 27.10.2017. Adaptado)

Conforme a autora do texto,


A) a dificuldade com leitura não chega a ser preocupante quanto à colocação no mercado de tra-
balho, ainda marcado por atividades que não requerem instrução.
B) a passividade ante um número tão alto de leitores inaptos pode ser justificada pelo desinteresse
pela leitura inclusive dos que estão no topo da sociedade.
C) a demanda por qualificação em detrimento do trabalho em atividades rotineiras por enquanto

218
não compromete o futuro de quem tem letramento insuficiente.
D) a constatação do quadro de competência leitora abaixo do esperado tem obrigado o mercado
de trabalho a adequar suas exigências a essa realidade.
E) o baixo nível de letramento, embora crie dificuldades para a leitura de livros e jornais, não chega
a constituir um empecilho para a vida em sociedade.

QUESTÃO 110: VUNESP - PEB I (PREF GARÇA)/PREF GARÇA/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o trecho da entrevista da professora Magda Soares à Pesquisa Fapesp para responder à
questão.

O sociólogo Pierre Bourdieu foi meu grande guru. Ele mostrou como a linguagem é usada como
instrumento de poder na sociedade. Portanto, é importante dar às pessoas esse instrumento. As
camadas populares têm que lutar muito contra a discriminação e a injustiça, e a linguagem é um
instrumento fundamental. Alfabetização e letramento têm esse objetivo: dar às pessoas o domínio
da língua como instrumento de inserção na sociedade e de luta por direitos fundamentais. Em rela-
ção à língua escrita, a criança tem que aprender duas coisas. Uma é o sistema de representação,
que é o sistema alfabético. Esse é um processo que trabalha determinadas operações cognitivas
e tem que levar em conta as características do sistema alfabético, é saber decodificar o que está
escrito, ou codificar o que deseja escrever. Mas isso deve ser feito em contexto de letramento, com
textos reais, não com o clássico exemplo “Eva viu a uva”. Que Eva? Que uva? Tradicionalmente a
alfabetização se resumia a codificar e decodificar, porque o foco era a criança aprender apenas o
código. Mas a questão é que a criança precisa aprender o código sabendo para o que ele serve.
A escrita é uma tecnologia como outras. É importante aprender a escrever, conhecer a relação
fonema-letra, saber que se escreve de cima para baixo, da esquerda para a direita, aprender as
convenções da escrita. Mas essa tecnologia, como toda tecnologia, só tem sentido para ser usada:
para saber interpretar textos, fazer inferências, ler diferentes gêneros, o que significa outra coisa
e exige outras habilidades e competências. Aprender o sistema de escrita é alfabetização. Aprender
os usos sociais do sistema de escrita é letramento.
(http://revistapesquisa.fapesp.br. Adaptado)

De acordo com Magda Soares, o domínio da linguagem é uma forma de:


A) cisão da ordem social.
B) manutenção das diferenças.
C) garantia dos direitos sociais.
D) esteio da discriminação.
E) retração do poder na sociedade.

QUESTÃO 111: VUNESP - PEB I (PREF GARÇA)/PREF GARÇA/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o trecho da entrevista da professora Magda Soares à Pesquisa Fapesp para responder à
questão.

O sociólogo Pierre Bourdieu foi meu grande guru. Ele mostrou como a linguagem é usada como
instrumento de poder na sociedade. Portanto, é importante dar às pessoas esse instrumento. As
camadas populares têm que lutar muito contra a discriminação e a injustiça, e a linguagem é um
219
instrumento fundamental. Alfabetização e letramento têm esse objetivo: dar às pessoas o domínio
da língua como instrumento de inserção na sociedade e de luta por direitos fundamentais. Em rela-
ção à língua escrita, a criança tem que aprender duas coisas. Uma é o sistema de representação,
que é o sistema alfabético. Esse é um processo que trabalha determinadas operações cognitivas
e tem que levar em conta as características do sistema alfabético, é saber decodificar o que está
escrito, ou codificar o que deseja escrever. Mas isso deve ser feito em contexto de letramento, com
textos reais, não com o clássico exemplo “Eva viu a uva”. Que Eva? Que uva? Tradicionalmente a
alfabetização se resumia a codificar e decodificar, porque o foco era a criança aprender apenas o
código. Mas a questão é que a criança precisa aprender o código sabendo para o que ele serve.
A escrita é uma tecnologia como outras. É importante aprender a escrever, conhecer a relação
fonema-letra, saber que se escreve de cima para baixo, da esquerda para a direita, aprender as
convenções da escrita. Mas essa tecnologia, como toda tecnologia, só tem sentido para ser usada:
para saber interpretar textos, fazer inferências, ler diferentes gêneros, o que significa outra coisa e
exige outras habilidades e competências. Aprender o sistema de escrita é alfabetização. Aprender
os usos sociais do sistema de escrita é letramento.
(http://revistapesquisa.fapesp.br. Adaptado)

Quando a autora se refere ao letramento, fica claro que ele


A) equivale à noção de alfabetização, considerando-se que esta também dá ênfase aos usos so-
ciais da linguagem.
B) se assemelha à alfabetização, porque também é uma prática de linguagem que tem foco na
oralidade.
C) se configura como uma tecnologia que deve ser aprendida, independentemente dos usos que
dela se fazem.
D) se distancia do conceito de alfabetização, já que as operações cognitivas não importam para o
seu domínio.
E) se fundamenta em práticas de linguagem significativas, não se confundindo com a alfabetização.

QUESTÃO 112: VUNESP - PEB I (PREF GARÇA)/PREF GARÇA/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o trecho da entrevista da professora Magda Soares à Pesquisa Fapesp para responder à
questão.
O sociólogo Pierre Bourdieu foi meu grande guru. Ele mostrou como a linguagem é usada como
instrumento de poder na sociedade. Portanto, é importante dar às pessoas esse instrumento. As
camadas populares têm que lutar muito contra a discriminação e a injustiça, e a linguagem é um
instrumento fundamental. Alfabetização e letramento têm esse objetivo: dar às pessoas o domínio
da língua como instrumento de inserção na sociedade e de luta por direitos fundamentais. Em rela-
ção à língua escrita, a criança tem que aprender duas coisas. Uma é o sistema de representação,
que é o sistema alfabético. Esse é um processo que trabalha determinadas operações cognitivas
e tem que levar em conta as características do sistema alfabético, é saber decodificar o que está
escrito, ou codificar o que deseja escrever. Mas isso deve ser feito em contexto de letramento,
com textos reais, não com o clássico exemplo “Eva viu a uva”. Que Eva? Que uva? Tradicionalmen-
te a alfabetização se resumia a codificar e decodificar, porque o foco era a criança aprender apenas
o código. Mas a questão é que a criança precisa aprender o código sabendo para o que ele serve.
A escrita é uma tecnologia como outras. É importante aprender a escrever, conhecer a relação fo-

220
nema-letra, saber que se escreve de cima para baixo, da esquerda para a direita, aprender as
convenções da escrita. Mas essa tecnologia, como toda tecnologia, só tem sentido para ser usada:
para saber interpretar textos, fazer inferências, ler diferentes gêneros, o que significa outra coisa
e exige outras habilidades e competências. Aprender o sistema de escrita é alfabetização. Aprender
os usos sociais do sistema de escrita é letramento.
(http://revistapesquisa.fapesp.br. Adaptado)

Na passagem - “Eva viu a uva”. Que Eva? Que uva? - as perguntas indicam que
A) o entendimento do texto pode ser realizado, mesmo sem um contexto de letramento.
B) a falta de alguns elementos textuais não deve impedir que o exemplo seja usado na escola.
C) a característica fundamental de um texto não está atrelada a um contexto de letramento.
D) o exemplo não pode ser considerado texto, porque lhe falta um contexto de letramento.
E) o exemplo mostra que um texto serve tanto à alfabetização quanto ao letramento.

QUESTÃO 113: VUNESP - PEB I (PREF GARÇA)/PREF GARÇA/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia a tira para responder à questão.

(Folha de S.Paulo, 20.12.2017. Adaptado)

Considerando-se as falas da tira, conclui-se que, no segundo quadrinho, a expressão da mulher


revela
A) euforia, fruto da declaração de amor que recebe do homem que está a seu lado.
B) distração, ao ouvir a frase pouco coerente na passagem do Homem-Legenda.
C) bom humor, pois o Homem-Legenda a faz sentir-se confiante em relação ao amor.
D) indiferença, pois o homem a seu lado dissimula os seus sentimentos por ela.
E) desapontamento, decorrente da discrepância de sentido das falas dos homens quanto à beleza
interior.

QUESTÃO 114: VUNESP - CI (CM INDAIATUBA)/CM INDAIATUBA/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto, para responder à questão.

Marieta

Marieta fez 90 anos.


Não resisto à tentação de revelar a idade de Marieta.
Sei que é falta de educação (mas pouca gente sabe hoje o que quer dizer falta de educação, ou
mesmo educação) falar em idade de mulher.

221
São múltiplas as teorias sobre idade feminina. Eu envelheceria ainda mais, se fosse anotar aqui
todos os conceitos alusivos a essa matéria; enquanto isso, as mulheres ficariam cada vez mais jo-
vens. Depois, não estou interessado em compendiar a incerta sabedoria em torno do tema incerto.
Meu desejo é só este: contar a idade de Marieta, por estranho que pareça.
E não é nada estranho, afinal. Marieta fazer 90 anos é tão simples quanto ela fazer 15. No fundo,
está fazendo seis vezes 15 anos, esta é talvez sua verdadeira idade, por uma graça da natureza
que assim o determinou e assim o fez. Privilégio.
Ah, Marieta, que inveja eu sinto de você, menos pelos seus 90, perdão, 6 x 15 anos, do que pelo
sinal que iluminou seu nascimento, sinal de alegria serena, de firmeza e constância, de leve com-
preensão da vida, que manda chorar quando é hora de chorar, rir o riso certo, curtir uma forma de
amor com a seriedade e a naturalidade que todo amor exige.
Sei não, Marieta (de batismo e certidão, Maria Luísa), mas você é a mais agradável combinação de
gente com gente que eu conheço.
(Carlos Drummond de Andrade, Boca de Luar. Adaptado)

Ao tratar os 90 anos de Marieta como seis vezes 15 anos, o narrador intenta destacar na persona-
gem:
A) a vaidade tipicamente feminina, que não gosta de revelar a verdadeira idade.
B) a generosidade de aceitar que sua idade seja finalmente revelada por ele.
C) um dom especial, que garante a ela um toque de jovialidade diante da vida.
D) um certo desapego em relação à verdade acerca de sua idade avançada.
E) o privilégio de poder comemorar seus 15 anos quando, efetivamente, faz 90.

QUESTÃO 115: VUNESP - CI (CM INDAIATUBA)/CM INDAIATUBA/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto, para responder à questão.

Marieta

Marieta fez 90 anos.


Não resisto à tentação de revelar a idade de Marieta.
Sei que é falta de educação (mas pouca gente sabe hoje o que quer dizer falta de educação, ou
mesmo educação) falar em idade de mulher.
São múltiplas as teorias sobre idade feminina. Eu envelheceria ainda mais, se fosse anotar aqui
todos os conceitos alusivos a essa matéria; enquanto isso, as mulheres ficariam cada vez mais jo-
vens. Depois, não estou interessado em compendiar a incerta sabedoria em torno do tema incerto.
Meu desejo é só este: contar a idade de Marieta, por estranho que pareça.
E não é nada estranho, afinal. Marieta fazer 90 anos é tão simples quanto ela fazer 15. No fundo,
está fazendo seis vezes 15 anos, esta é talvez sua verdadeira idade, por uma graça da natureza
que assim o determinou e assim o fez. Privilégio.
Ah, Marieta, que inveja eu sinto de você, menos pelos seus 90, perdão, 6 x 15 anos, do que pelo
sinal que iluminou seu nascimento, sinal de alegria serena, de firmeza e constância, de leve com-
preensão da vida, que manda chorar quando é hora de chorar, rir o riso certo, curtir uma forma de
amor com a seriedade e a naturalidade que todo amor exige.
Sei não, Marieta (de batismo e certidão, Maria Luísa), mas você é a mais agradável combinação de

222
gente com gente que eu conheço.
(Carlos Drummond de Andrade, Boca de Luar. Adaptado)

Considere a seguinte passagem do texto:


Marieta fez 90 anos.
Não resisto à tentação de revelar a idade de Marieta.
Sei que é falta de educação (mas pouca gente sabe hoje o que quer dizer falta de educação, ou
mesmo educação) falar em idade de mulher.

O trecho entre parênteses introduz um comentário do narrador que se caracteriza como manifes-
tação de:
A) ressalva em relação a comportamentos socialmente convencionados que podem estar se per-
dendo na atualidade.
B) concordância com a modernização de certas atitudes vistas como inadequadas em relações
interpessoais.
C) indiferença em relação a gestos de cordialidade que só se impõem entre pessoas de mais ida-
de.
D) pesar diante da constatação de que atitudes socialmente recrimináveis não foram abandona-
das.
E) julgamento negativo da indiscrição que há em revelar publicamente a idade das mulheres mais
velhas.

QUESTÃO 116: VUNESP - CI (CM INDAIATUBA)/CM INDAIATUBA/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto, para responder à questão.

Marieta

Marieta fez 90 anos.


Não resisto à tentação de revelar a idade de Marieta.
Sei que é falta de educação (mas pouca gente sabe hoje o que quer dizer falta de educação, ou
mesmo educação) falar em idade de mulher.
São múltiplas as teorias sobre idade feminina. Eu envelheceria ainda mais, se fosse anotar aqui
todos os conceitos alusivos a essa matéria; enquanto isso, as mulheres ficariam cada vez mais jo-
vens. Depois, não estou interessado em compendiar a incerta sabedoria em torno do tema incerto.
Meu desejo é só este: contar a idade de Marieta, por estranho que pareça.
E não é nada estranho, afinal. Marieta fazer 90 anos é tão simples quanto ela fazer 15. No fundo,
está fazendo seis vezes 15 anos, esta é talvez sua verdadeira idade, por uma graça da natureza
que assim o determinou e assim o fez. Privilégio.
Ah, Marieta, que inveja eu sinto de você, menos pelos seus 90, perdão, 6 x 15 anos, do que pelo
sinal que iluminou seu nascimento, sinal de alegria serena, de firmeza e constância, de leve com-
preensão da vida, que manda chorar quando é hora de chorar, rir o riso certo, curtir uma forma de
amor com a seriedade e a naturalidade que todo amor exige.
Sei não, Marieta (de batismo e certidão, Maria Luísa), mas você é a mais agradável combinação de
gente com gente que eu conheço.

223
(Carlos Drummond de Andrade, Boca de Luar. Adaptado)

A frase que se relaciona à precedente pela relação de sentido de causa é a destacada em:
A) ... curtir uma forma de amor com a seriedade e a naturalidade que todo amor exige.
B) Meu desejo é só este: contar a idade de Marieta, por estranho que pareça.
C) Eu envelheceria ainda mais, se fosse anotar aqui todos os conceitos alusivos a essa ma-
téria...
D) ... esta é talvez sua verdadeira idade, por uma graça da natureza que assim o determinou e
assim o fez.
E) Marieta fazer 90 anos é tão simples quanto ela fazer 15.

QUESTÃO 117: VUNESP - CI (CM INDAIATUBA)/CM INDAIATUBA/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto, para responder à questão.
Há 28 anos um grupo de pessoas se reúne semanalmente na sede da ONG (organização não
governamental) Anjos da Noite, em um sobrado no bairro de Artur Alvim, na Zona Leste de São
Paulo. Os voluntários dedicam-se a aplacar as carências dos moradores de rua. Além de entregar
cobertores e roupas, o grupo tem como principal incumbência a distribuição de refeições. Aos sá-
bados, os colaboradores se organizam para preparar 200 quilos de comida. A distribuição de 800
marmitas tem início ao cair da noite. Anteriormente, os voluntários rodavam quatro horas pelas ruas
da região central até entregar a última quentinha. Hoje, o trabalho é feito em menos de uma hora.
Basta estacionar o carro, e um grupo de pessoas carentes faz fila para ganhar o alimento.
A experiência dos Anjos da Noite confirma a percepção que tem qualquer cidadão dos maiores cen-
tros urbanos brasileiros: o número de pessoas que vivem nas ruas elevou-se, e muito, nos últimos
anos. As estatísticas são esporádicas e, por isso, não é fácil saber com exatidão a proporção desse
crescimento.
(Giovanni Magliano. A rua como único refúgio. Veja, 6.12.2017. Adaptado)

É correto afirmar que esse texto destaca-se:


A) por adotar perspectiva parcial na abordagem dos fatos, empregando adjetivação que leva a
identificar o ponto de vista da revista.
B) pela tendenciosidade, deixando transparecer a opinião do jornalista, em prejuízo da apresenta-
ção concisa dos fatos.
C) pelo teor informativo, privilegiando o relato de fatos, em linguagem objetiva, e o emprego de
palavras em sentido próprio.
D) pela inclinação a usar a linguagem para promover os Anjos da Noite, destacando-os graças ao
tom elogioso com que descreve a ação do grupo.
E) pelo caráter eminentemente jornalístico, expondo, em jargão técnico, argumentos em favor das
ações da ONG.

QUESTÃO 118: VUNESP - CI (CM INDAIATUBA)/CM INDAIATUBA/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia a tira, para responder à questão.

224
(André Dahmer. Malvados. Disponível em:http://www.malvados.com.br)

É correto afirmar que a tira tem efeito de sentido de


A) humor cáustico, com foco na ideia de que certas informações veiculadas na internet são falsas
e ridículas.
B) argumentação didática, considerando-se o caráter ilustrativo da situação comentada pela per-
sonagem.
C) crítica irônica, centrada na ideia de que a modernidade do meio não condiz com o teor retrógra-
do dos conteúdos.
D) convencimento intransigente, haja vista o ponto de vista da personagem, que se mostra avessa
a novidades tecnológicas.
E) censura comedida, apontando os vícios no uso da rede de computadores com objetivo de divul-
gação de fatos.

QUESTÃO 119: VUNESP - CI (PAULIPREV)/PAULIPREV/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.

Psiquiatras em pé de guerra

Os psiquiatras americanos estão em pé de guerra, e o motivo é Donald Trump, mais especificamen-


te seu estado mental.
Já durante a campanha eleitoral, alguns profissionais de saúde mental diziam que Trump não ba-
tia bem. Depois da posse e dos primeiros “tweets”* presidenciais, essas vozes se multiplicaram e
culminaram, em outubro, na publicação de The Dangerous Case of Donald Trump (O perigoso caso
de Donald Trump), volume organizado pela psiquiatra Bandy Lee, no qual profissionais de saúde,
advogados e jornalistas tentam mostrar que o presidente não estaria apto a exercer suas funções.
Os textos trazem considerações interessantes e muita informação, mas não dá para ignorar que a
obra é acima de tudo política.
O problema é que a Associação Psiquiátrica Americana (APA) tem, desde 73, uma diretriz, conhe-
cida como regra Goldwater, que autoriza profissionais a dividir com o público seu conhecimento
técnico, mas considera antiético que deem opinião sobre pessoas que não tenham examinado. A
regra foi reforçada em 2017. A ideia é evitar diagnósticos pela TV, bem como tornar mais robusta a

225
separação entre psiquiatria e política.
Os autores da obra sobre Trump estão cientes da norma. Ela é objeto de longo debate na parte
dois do livro. O que alegam é que, por vezes, a obrigação do médico de alertar a comunidade para
riscos que ela corre prevalece sobre a privacidade. Se o médico desconfia de que seu paciente
psicótico planeja assassinar alguém, precisa alertar a vítima potencial, mesmo que isso implique
violação do sigilo profissional.
A discussão é boa, e ambos os lados têm argumentos. Penso que, em teoria, a necessidade de se
fazer um alerta sobre a saúde mental de pacientes sobrepuja a regra Goldwater. Mas seria preciso
encontrar um modo de reduzir um pouco as investidas políticas dos psiquiatras. Se deixarmos que
a prática médica e a política se misturem, é quase certo que a medicina sairá perdendo.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo, 21.01.2018. Adaptado)

* tweet: mensagem enviada pela rede social Twitter.

Conforme o texto, o conflito em que estão envolvidos os profissionais de saúde mental americanos
se deve:
A) à divulgação, pela imprensa, de informações sobre a saúde mental do presidente Donald Trump,
extraídas de um estudo ainda em andamento.
B) ao debate quanto ao direito desses profissionais de levar a público seu conhecimento e à ques-
tão ética de se manifestar sobre casos que não examinaram.
C) à disputa entre jornalistas e advogados, favoráveis e contrários à publicação do livro sobre Do-
nald Trump, sem levar em conta a opinião dos psiquiatras.
D) à tentativa de advogados e de jornalistas de desacreditar o trabalho organizado pela psiquiatra
Bandy Lee, por considerá-lo essencialmente político.
E) ao fato de o trabalho desenvolvido por esses profissionais não ter convencido jornalistas de que
Donald Trump tem a saúde mental comprometida.

QUESTÃO 120: VUNESP - CI (PAULIPREV)/PAULIPREV/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.

Psiquiatras em pé de guerra

Os psiquiatras americanos estão em pé de guerra, e o motivo é Donald Trump, mais especificamen-


te seu estado mental.
Já durante a campanha eleitoral, alguns profissionais de saúde mental diziam que Trump não ba-
tia bem. Depois da posse e dos primeiros “tweets”* presidenciais, essas vozes se multiplicaram e
culminaram, em outubro, na publicação de The Dangerous Case of Donald Trump (O perigoso caso
de Donald Trump), volume organizado pela psiquiatra Bandy Lee, no qual profissionais de saúde,
advogados e jornalistas tentam mostrar que o presidente não estaria apto a exercer suas funções.
Os textos trazem considerações interessantes e muita informação, mas não dá para ignorar que a
obra é acima de tudo política.
O problema é que a Associação Psiquiátrica Americana (APA) tem, desde 73, uma diretriz, conhe-
cida como regra Goldwater, que autoriza profissionais a dividir com o público seu conhecimento
técnico, mas considera antiético que deem opinião sobre pessoas que não tenham examinado. A

226
regra foi reforçada em 2017. A ideia é evitar diagnósticos pela TV, bem como tornar mais robusta a
separação entre psiquiatria e política.
Os autores da obra sobre Trump estão cientes da norma. Ela é objeto de longo debate na parte
dois do livro. O que alegam é que, por vezes, a obrigação do médico de alertar a comunidade para
riscos que ela corre prevalece sobre a privacidade. Se o médico desconfia de que seu paciente
psicótico planeja assassinar alguém, precisa alertar a vítima potencial, mesmo que isso implique
violação do sigilo profissional.
A discussão é boa, e ambos os lados têm argumentos. Penso que, em teoria, a necessidade de se
fazer um alerta sobre a saúde mental de pacientes sobrepuja a regra Goldwater. Mas seria preciso
encontrar um modo de reduzir um pouco as investidas políticas dos psiquiatras. Se deixarmos que
a prática médica e a política se misturem, é quase certo que a medicina sairá perdendo.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo, 21.01.2018. Adaptado)

* tweet: mensagem enviada pela rede social Twitter.

O trecho do texto em que o autor aponta o que considera ser um aspecto negativo da obra The
Dangerous Case of Donald Trump é:
a) Os psiquiatras americanos estão em pé de guerra, e o motivo é Donald Trump, mais especifi-
camente seu estado mental.
b) Já durante a campanha eleitoral, alguns profissionais de saúde mental diziam que Trump não
batia bem.
c) ... essas vozes se multiplicaram e culminaram, em outubro, na publicação de The Dangerous
Case of Donald Trump...
d) ... profissionais de saúde, advogados e jornalistas tentam mostrar que o presidente não estaria
apto a exercer suas funções.
e) Os textos trazem considerações interessantes e muita informação, mas não dá para ignorar que
a obra é acima de tudo política.

QUESTÃO 121: VUNESP - CI (PAULIPREV)/PAULIPREV/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.

Psiquiatras em pé de guerra

Os psiquiatras americanos estão em pé de guerra, e o motivo é Donald Trump, mais especificamen-


te seu estado mental.
Já durante a campanha eleitoral, alguns profissionais de saúde mental diziam que Trump não ba-
tia bem. Depois da posse e dos primeiros “tweets”* presidenciais, essas vozes se multiplicaram e
culminaram, em outubro, na publicação de The Dangerous Case of Donald Trump (O perigoso caso
de Donald Trump), volume organizado pela psiquiatra Bandy Lee, no qual profissionais de saúde,
advogados e jornalistas tentam mostrar que o presidente não estaria apto a exercer suas funções.
Os textos trazem considerações interessantes e muita informação, mas não dá para ignorar que a
obra é acima de tudo política.
O problema é que a Associação Psiquiátrica Americana (APA) tem, desde 73, uma diretriz, conhe-
cida como regra Goldwater, que autoriza profissionais a dividir com o público seu conhecimento

227
técnico, mas considera antiético que deem opinião sobre pessoas que não tenham examinado. A
regra foi reforçada em 2017. A ideia é evitar diagnósticos pela TV, bem como tornar mais robusta a
separação entre psiquiatria e política.
Os autores da obra sobre Trump estão cientes da norma. Ela é objeto de longo debate na parte
dois do livro. O que alegam é que, por vezes, a obrigação do médico de alertar a comunidade para
riscos que ela corre prevalece sobre a privacidade. Se o médico desconfia de que seu paciente
psicótico planeja assassinar alguém, precisa alertar a vítima potencial, mesmo que isso implique
violação do sigilo profissional.
A discussão é boa, e ambos os lados têm argumentos. Penso que, em teoria, a necessidade de se
fazer um alerta sobre a saúde mental de pacientes sobrepuja a regra Goldwater. Mas seria preciso
encontrar um modo de reduzir um pouco as investidas políticas dos psiquiatras. Se deixarmos que
a prática médica e a política se misturem, é quase certo que a medicina sairá perdendo.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo, 21.01.2018. Adaptado)

* tweet: mensagem enviada pela rede social Twitter.

Na opinião do autor manifestada no último parágrafo do texto,


A) os argumentos por trás da regra Goldwater, que autoriza tornar público conhecimento técnico,
são insipientes.
B) o sigilo profissional deve prevalecer sobre eventual necessidade de se alertar sobre a saúde
mental de pacientes.
C) os que defendem a necessidade de se alertar sobre a saúde mental de pacientes o fazem por
motivação política.
D) a prática médica deve permanecer alheia às questões políticas, sob o risco de prejuízo para a
medicina.
E) a crença de que a medicina pode ter influência sobre questões políticas é ingênua e precisa ser
combatida.

QUESTÃO 122: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/II/ARTES/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia a tira para responder à questão.

228
(M. Schulz. “Minduim Charles”. http://cultura.estadao.com.br/quadrinhos, 14.11.2017)

Tendo em vista as várias possibilidades de interpretação da tira, afirma-se, corretamente, que se


propõe uma crítica a respeito:
A) da dificuldade de se obterem informações sobre agentes históricos as quais sirvam de subsídio
aos estudos.
B) da inadequação de propostas escolares centradas em fatos políticos e de pouca relevância his-
tórica.
C) do modo tendencioso com que os meios tradicionais de divulgação científica divulgam fatos
históricos.
D) da passividade de quem busca se informar a partir de meios de comunicação de massa.
E) da repressão imposta pela escola à liberdade de escolha das fontes que possam servir como
referência às redações.

QUESTÃO 123: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/II/ARTES/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.

Na Finlândia, alunos agora ensinam tecnologia para professores e idosos


No pouco ortodoxo modelo de ensino que levou a Finlândia ao topo dos rankings globais de edu-
cação, uma inovadora inversão de papéis começa a tomar corpo: alunos estão dando aulas aos
professores, para ensinar os mestres a otimizar o uso de tecnologias de informação e comunicação
nas escolas.
O projeto OppilasAgentti (“Agentes Escolares”, em tradução livre) está sendo conduzido em cerca
de cem escolas finlandesas, e a ideia é levar a nova experiência a um número cada vez maior do
universo de 3.450 instituições de ensino do país.
Trata-se de um modelo para desenvolver as competências tecnológicas não apenas dos profes-
sores, mas de toda a comunidade escolar — e também do seu entorno: os alunos da escola Hä-
meenkylä, por exemplo, também estão dando aulas aos idosos de um asilo local sobre como usar

229
redes sociais, iPads e outros dispositivos eletrônicos.
“Acreditamos que é importante ensinar nossas crianças a descobrir seus potenciais e a desenvol-
ver seus valores, e mostrar a elas o impacto positivo que cada indivíduo pode exercer na socieda-
de”, observa Pasi Majasaari, diretor da escola Hämeenkylä, na cidade de Vantaa, próxima à capital
Helsinki.
Os alunos do projeto têm entre 10 e 16 anos de idade. Pelo sistema, os estudantes interessados
em participar se apresentam como voluntários e relatam suas competências e habilidades em
determinadas áreas. As escolas também oferecem treinamento aos alunos, em aulas ministradas
por especialistas de diferentes empresas finlandesas que revendem soluções tecnológicas para o
sistema de ensino do país.
A partir daí, os estudantes produzem um mapeamento das necessidades digitais da escola, sob a
orientação de um professor. Eles fazem então um planejamento das atividades necessárias e pas-
sam a atuar em três frentes. Na sala dos professores, os alunos dão aulas ocasionais sobre como
usar diferentes dispositivos e aplicativos. Professores também podem contatar os estudantes para
pedir assistência individual, a fim de solucionar pequenos problemas. E os alunos-mestres também
atuam como professores assistentes nas salas de aula, para prestar ajuda tanto aos professores
quanto a outros colegas de classe quando determinada lição envolve o uso de tecnologia.
Inverter o papel tradicional dos alunos nas escolas é mais um pensamento fora da caixa do cele-
brado sistema finlandês, que conquistou resultados invejáveis nos
rankings mundiais de educação com um receituário que inclui menos horas de aulas, poucas lições
de casa, férias mais longas e uma baixa frequência de provas.
(Claudia Wallin. www.bbc.com. Adaptado)

Uma ideia que se repete no texto é:


A) as necessidades digitais da comunidade são mapeadas por empresas especializadas.
B) os alunos envolvidos no projeto são liberados das atividades em sala de aula.
C) os interessados em participar do projeto se inscrevem como estagiários com baixa remuneração.
D) as escolas deixaram de estabelecer parceria com empresas de soluções tecnológicas.
E) o sistema educacional finlandês está entre os mais eficientes do mundo.

QUESTÃO 124: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/II/ARTES/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.

Na Finlândia, alunos agora ensinam tecnologia para professores e idosos

No pouco ortodoxo modelo de ensino que levou a Finlândia ao topo dos rankings globais de edu-
cação, uma inovadora inversão de papéis começa a tomar corpo: alunos estão dando aulas aos
professores, para ensinar os mestres a otimizar o uso de tecnologias de informação e comunicação
nas escolas.
O projeto OppilasAgentti (“Agentes Escolares”, em tradução livre) está sendo conduzido em cerca
de cem escolas finlandesas, e a ideia é levar a nova experiência a um número cada vez maior do
universo de 3.450 instituições de ensino do país.
Trata-se de um modelo para desenvolver as competências tecnológicas não apenas dos profes-
sores, mas de toda a comunidade escolar — e também do seu entorno: os alunos da escola Hä-

230
meenkylä, por exemplo, também estão dando aulas aos idosos de um asilo local sobre como usar
redes sociais, iPads e outros dispositivos eletrônicos.
“Acreditamos que é importante ensinar nossas crianças a descobrir seus potenciais e a desenvol-
ver seus valores, e mostrar a elas o impacto positivo que cada indivíduo pode exercer na socieda-
de”, observa Pasi Majasaari, diretor da escola Hämeenkylä, na cidade de Vantaa, próxima à capital
Helsinki.
Os alunos do projeto têm entre 10 e 16 anos de idade. Pelo sistema, os estudantes interessados
em participar se apresentam como voluntários e relatam suas competências e habilidades em
determinadas áreas. As escolas também oferecem treinamento aos alunos, em aulas ministradas
por especialistas de diferentes empresas finlandesas que revendem soluções tecnológicas para o
sistema de ensino do país.
A partir daí, os estudantes produzem um mapeamento das necessidades digitais da escola, sob a
orientação de um professor. Eles fazem então um planejamento das atividades necessárias e pas-
sam a atuar em três frentes. Na sala dos professores, os alunos dão aulas ocasionais sobre como
usar diferentes dispositivos e aplicativos. Professores também podem contatar os estudantes para
pedir assistência individual, a fim de solucionar pequenos problemas. E os alunos-mestres também
atuam como professores assistentes nas salas de aula, para prestar ajuda tanto aos professores
quanto a outros colegas de classe quando determinada lição envolve o uso de tecnologia.
Inverter o papel tradicional dos alunos nas escolas é mais um pensamento fora da caixa do cele-
brado sistema finlandês, que conquistou resultados invejáveis nos
rankings mundiais de educação com um receituário que inclui menos horas de aulas, poucas lições
de casa, férias mais longas e uma baixa frequência de provas.
(Claudia Wallin. www.bbc.com. Adaptado)

Um dos objetivos centrais do projeto apresentado é


A) substituir os professores por técnicos especialistas em tecnologia da informação.
B) transformar as escolas em centros de profissionalização especializados em informática.
C) equipar as escolas para comercializar suas próprias soluções tecnológicas.
D) oferecer aos alunos a oportunidade de se fazerem úteis ao próximo.
E) ampliar a distribuição de aparelhos com tecnologia de ponta em asilos.

QUESTÃO 125: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/II/ARTES/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.

À nossa volta

Dois amigos meus desceram no aeroporto de Orly, em Paris. Deixaram as malas no hotel e foram
dar uma volta pelo Quartier Latin. Decepcionaram-se com as ruas esburacadas, pedras pelo chão,
vidros quebrados, lixo acumulado — nunca tinham visto Paris tão suja e desmazelada. E só foram
entender o que estava acontecendo ao ler a manchete de um jornal na banca. Os estudantes es-
tavam em guerra contra o poder. Era maio de 1968.
Outro amigo, músico e muito, muito alienado, pegou seu carro bem cedo em Copacabana e tocou
para a zona norte, onde estava gravando um LP. Lá chegando, encontrou o estúdio fechado. Es-
perou duas horas, ninguém apareceu e ele foi embora. Estranhou que as lojas do Centro também

231
estivessem fechadas e, ao passar pelo Flamengo, viu o prédio da UNE em chamas. E só ao chegar
em casa soube que estava em curso no país um golpe militar. Era 1º de abril de 1964.
E, em 1956, mais um amigo, também músico, mas amador, passava férias em Diamantina (MG)
quando soube que dona Dadainha, senhora baiana muito respeitada na cidade, estava hospedan-
do um irmão que tocava violão dia e noite e nunca saía à rua. O amigo foi procurá-lo. Tocou a cam-
painha e o próprio rapaz abriu a porta. Ao ouvir que o outro igualmente tocava violão, convidou-o
a entrar e mostrou-lhe um samba “diferente” que estava criando. Meu amigo gostou, despediu-se
e não voltou a vê-lo. Dois anos depois, escutou no rádio aquele “samba diferente” e reconheceu
o violonista e cantor: João Gilberto. O que ele ouvira em Diamantina era a bossa nova, só que
antes de ela existir.
É famosa a passagem de “A Cartuxa de Parma”, de Stendhal, em que o herói se junta a um exército
sem saber que está no meio da guerra de Waterloo. É o risco que corremos por não ficarmos de
olho à nossa volta.
(Ruy Castro. www.folha.uol.com.br, 25.11.2017)

Ao descrever seu amigo como muito, muito alienado, no segundo parágrafo, o autor dá a enten-
der que
A) a apreensão do real pressupõe o exercício da fantasia.
B) os músicos são, de modo geral, individualistas.
C) a mídia não era um meio de comunicação confiável.
D) o golpe militar foi amplamente divulgado.
E) os cariocas não costumam se interessar por política.

QUESTÃO 126: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/II/ARTES/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.

À nossa volta

Dois amigos meus desceram no aeroporto de Orly, em Paris. Deixaram as malas no hotel e foram
dar uma volta pelo Quartier Latin. Decepcionaram-se com as ruas esburacadas, pedras pelo chão,
vidros quebrados, lixo acumulado — nunca tinham visto Paris tão suja e desmazelada. E só foram
entender o que estava acontecendo ao ler a manchete de um jornal na banca. Os estudantes es-
tavam em guerra contra o poder. Era maio de 1968.
Outro amigo, músico e muito, muito alienado, pegou seu carro bem cedo em Copacabana e tocou
para a zona norte, onde estava gravando um LP. Lá chegando, encontrou o estúdio fechado. Es-
perou duas horas, ninguém apareceu e ele foi embora. Estranhou que as lojas do Centro também
estivessem fechadas e, ao passar pelo Flamengo, viu o prédio da UNE em chamas. E só ao chegar
em casa soube que estava em curso no país um golpe militar. Era 1º de abril de 1964.
E, em 1956, mais um amigo, também músico, mas amador, passava férias em Diamantina (MG)
quando soube que dona Dadainha, senhora baiana muito respeitada na cidade, estava hospedan-
do um irmão que tocava violão dia e noite e nunca saía à rua. O amigo foi procurá-lo. Tocou a cam-
painha e o próprio rapaz abriu a porta. Ao ouvir que o outro igualmente tocava violão, convidou-o
a entrar e mostrou-lhe um samba “diferente” que estava criando. Meu amigo gostou, despediu-se
e não voltou a vê-lo. Dois anos depois, escutou no rádio aquele “samba diferente” e reconheceu

232
o violonista e cantor: João Gilberto. O que ele ouvira em Diamantina era a bossa nova, só que
antes de ela existir.
É famosa a passagem de “A Cartuxa de Parma”, de Stendhal, em que o herói se junta a um exército
sem saber que está no meio da guerra de Waterloo. É o risco que corremos por não ficarmos de
olho à nossa volta.
(Ruy Castro. www.folha.uol.com.br, 25.11.2017)

Ao tratar da bossa nova no terceiro parágrafo, o autor demonstra crer que seu surgimento
A) possui relevância histórica, na medida em que tem impacto sobre o contexto social.
B) é culturalmente insignificante, por não representar um evento com repercussão nacional.
C) deve ser interpretado como consequência imediata dos demais acontecimentos citados no texto.
D) tem importância nula em termos coletivos, visto que não promove alteração social.
E) constitui um fato desencadeador dos movimentos históricos mencionados.

QUESTÃO 127: VUNESP - JORN (CM INDAIATUBA)/CM INDAIATUBA/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto, para responder à questão.

Do direito do mais forte

Nunca o mais forte o é tanto para ser sempre senhor, se não converte a força em direito, e em dever
a obediência; eis donde vem o direito do mais forte, direito que irônica e aparentemente se tomou,
e na realidade se estabeleceu em princípios. A força é um poder físico, não imagino qual moralida-
de possa resultar de seus efeitos; ceder à força é ato preciso, e não voluntário, ou quando muito
prudente: em que sentido pode ser uma obrigação?
Suponhamos por um momento esse pretendido direito. Eu afirmo que dele só dimana o caos inex-
plicável; pois logo que a força faz o direito, com a causa muda o efeito, e toda força que excede a
primeira toma o lugar de direito dela. Logo que a salvo podes desobedecer, legitimamente o fazes,
e, como tem sempre razão o mais forte, tratemos só de o ser. Qual é, pois, o direito que resta,
quando cessa a força? Se por força cumpre obedecer, desnecessário é o direito; e se não somos
forçados a obedecer, que obrigação nos resta de o fazer? Logo, está claro que a palavra direito
nada ajunta à força, e não tem aqui significação alguma.
(Jean-Jacques Rousseau. Do contrato social. Adaptado)

É correto concluir que, do ponto de vista do autor:


A) só o emprego da força garante a permanência justa do direito e afasta o perigo de se instalar o
caos.
B) a obediência determinada pela força não se confunde com cumprimento de dever; é mera sujei-
ção que afasta o direito.
C) a palavra direito perde seu sentido pleno quando deixa de associar-se ao exercício da força em
sua plenitude.
D) um dos efeitos da força é o estabelecimento de sistemas de regras morais a serem obedecidas
espontaneamente.
E) aquele que, fazendo uso da força, obriga outrem a obedecer assegura a permanência de um
poder que não se suplanta.

233
QUESTÃO 128: VUNESP - DELEG (PC BA)/PC BA/2018
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Vamos partir de uma situação que grande parte de nós já vivenciou. Estamos saindo do cinema,
depois de termos visto uma adaptação de um livro do qual gostamos muito. Na verdade, até que
gostamos do filme também: o sentido foi mantido, a escolha do elenco foi adequada, e a trilha so-
nora reforçou a camada afetiva da narrativa. Por que então sentimos que algo está fora do lugar?
Que está faltando alguma coisa?
O que sempre falta em um filme sou eu. Parto dessa ideia simples e poderosa, sugerida pelo teórico
Wolfgang Iser em um de seus livros, para afirmar que nunca precisamos tanto ler ficção e poesia
quanto hoje, porque nunca precisamos tanto de faíscas que ponham em movimento o mecanismo
livre da nossa imaginação. Nenhuma forma de arte ou objeto cultural guarda a potência escondida
por aquele monte de palavras impressas na página.
Essa potência vem, entre outros aspectos, do tanto que a literatura exige de nós, leitores. Não falo
do esforço de compreender um texto, nem da atenção que as histórias e os poemas exigem de
nós – embora sejam incontornáveis também. Penso no tanto que precisamos investir de nós, como
sujeitos afetivos e como corpos sensíveis,para que as palavras se tornem um mundo no qual pe-
netramos.
Somos bombardeados todo dia, o dia inteiro, por informações. Estamos saturados de dados e de
interpretações. A literatura – para além do prazer intelectual, inegável – oferece algo diferente. Tra-
ta-se de uma energia que o teórico Hans Ulrich Gumbrecht chama de “presença” e que remete a
um contato com o mundo que afeta o corpo do indivíduo para além e para aquém do pensamento
racional.
Muitos eventos produzem presença, é claro: jogos e exercícios esportivos, shows de música, en-
contros com amigos, cerimônias religiosas e relações amorosas e sexuais são exemplos óbvios.
Por que, então, defender uma prática eminentemente intelectual, como a experiência literária, com
o objetivo de “produzir presença”, isto é, de despertar sensações corpóreas e afetos? A resposta
está, como já evoquei mais acima, na potência guardada pela ficção e pela poesia para disparar a
imaginação. Mas o que é, afinal, a imaginação, essa noção tão corriqueira e sobre a qual refletimos
tão pouco?
Proponho pensar a imaginação como um espaço de liberdade ilimitada, no qual, a partir de estímu-
los do mundo exterior, somos confrontados (mas também despertados) a responder com memó-
rias, sentimentos, crenças e conhecimentos para forjar, em última instância, aquilo que faz de cada
um de nós diferente dos demais. A leitura de textos literários é uma forma privilegiada de disparar
esse mecanismo imenso, porque demanda de nós todas essas reações de modo ininterrupto, exige
que nosso corpo esteja ele próprio presente no espaço ficcional com que nos deparamos, sob pena
de não existir espaço ficcional algum.
(Ligia G. Diniz. https://brasil.elpais.com. 22.02.2018. Adaptado)

Uma frase em consonância com o que se argumenta no texto é:


A) Essencialmente racional, a literatura diferencia-se das demais manifestações artísticas por ser
ela incapaz de despertar reações corpóreas.
B) Um texto literário exige mais concentração e esforço intelectual para ser compreendido, em com-
paração com outros tipos de texto.
C) A literatura é imprescindível para que o pensamento racional seja cultivado em detrimento de

234
percepções motivadas pelo instinto.
D) Somos incapazes de ver aspectos positivos na adaptação de um filme do qual gostamos muito,
pois nosso julgamento é puramente emocional.
E) Inseridos em um contexto impregnado de informação, precisamos da literatura mais do que nun-
ca para aguçar nossa imaginação.

QUESTÃO 129: VUNESP - INV (PC BA)/PC BA/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Algoritmos e desigualdade

Virginia Eubanks, professora de ciências políticas de Nova York, é autora de Automating Inequality
(Automatizando a Desigualdade.), um livro que explora a maneira como os computadores estão mu-
dando a prestação de serviços sociais nos Estados Unidos. Seu foco é o setor de serviços públicos,
e não o sistema de saúde privado, mas a mensagem é a mesma: com as instituições dependendo
cada vez mais de algoritmos preditivos para tomar decisões, resultados peculiares – e frequente-
mente injustos – estão sendo produzidos.
Virginia Eubanks afirma que já acreditou na inovação digital. De fato, seu livro tem exemplos de
onde ela está funcionando: em Los Angeles, moradores de rua que se beneficiaram dos algoritmos
para obter acesso rápido a abrigos. Em alguns lugares, como Allegheny, houve casos em que “da-
dos preditivos” detectaram crianças vulneráveis e as afastaram do perigo.
Mas, para cada exemplo positivo, há exemplos aflitivos de fracassos. Pessoas de uma mesma
família de Allegheny foram perseguidas por engano porque um algoritmo as classificou como pro-
pensas a praticar abuso infantil. E em Indiana há histórias lastimáveis de famílias que tiveram
assistência de saúde negada por causa de computadores com defeito. Alguns desses casos
resultaram em mortes.
Alguns especialistas em tecnologia podem alegar que esses são casos extremos, mas um padrão
similar é descrito pela matemática Cathy O’Neill em seu livro Weapons of Math Destruction. “Mode-
los matemáticos mal concebidos agora controlam os mínimos detalhes da economia, da propagan-
da às prisões”, escreve ela.
Existe alguma solução? Cathy O’Neill e Virginia Eubanks sugerem que uma opção seria exigir que
os tecnólogos façam algo parecido com o julgamento de Hipócrates: “em primeiro lugar, fazer o
bem”. Uma segunda ideia – mais custosa – seria forçar as instituições a usar algoritmos para con-
tratar muitos assistentes sociais humanos para complementar as tomadas de decisões digitais.
Uma terceira ideia seria assegurar que as pessoas que estão criando e rodando programas de
computador sejam forçadas a pensar na cultura, em seu sentido mais amplo.
Isso pode parecer óbvio, mas até agora os nerds digitais das universidades pouco contato tiveram
com os nerds das ciências sociais – e vice-versa. A computação há muito é percebida como uma
zona livre de cultura e isso precisa mudar.
(Gillian Tett. www.valor.com.br. 23.02.2018. Adaptado)

Ao aproximar os pontos de vista de Virginia Eubanks e de Cathy O’Neill, o autor defende a tese de
que os algoritmos preditivos:
A) necessitam manter-se restritos à economia e a áreas afins.
B) devem ser abandonados pois ainda não beneficiaram os cidadãos.

235
C) podem levar à tomada de decisões equivocadas e injustas.
D) são bem-sucedidos no setor privado, mas não no setor público.
E) precisam ser confiáveis ao ponto de substituir as escolhas humanas.

QUESTÃO 130: VUNESP - ANA LEG (CMSJC)/CM SJC/CONTADOR/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto, para responder à questão.

Meu bem, meu mal

Na psicologia social, há uma definição de comportamento conhecida como “licença moral”. É o


consentimento que autoriza as pessoas que praticam uma boa ação a compensá-la com o avesso.
Dito de outro modo: quando alguém está certo de ter feito o bem, com compaixão e generosidade,
pode sentir-se liberado para fazer o mal, com posturas egoístas, preconceituosas, antiéticas e –
que surpresa! – até corruptas. No mundo corporativo, em que se aplaudem as companhias que
cultivam valores morais e éticos, com doações e responsabilidade social, os desvios costumam
cair como baldes de água fria e decepção – e estão longe de representar uma raridade. “No Brasil,
muitas das empresas que são investigadas em esquemas de corrupção têm o seu instituto e sua
fundação com ações filantrópicas, mas ao mesmo tempo estão envolvidas em conluio setorial, car-
tel implícito ou formas de ganhar recursos de bancos públicos”, diz o professor Sérgio Lazzarini,
colunista de VEJA.
Esse fenômeno acaba de receber amparo acadêmico. Um trabalho realizado pelos economistas
John List e Fatemeh Momeni, da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, põe em xeque a
tese da benevolência como uma postura inquebrantável. O estudo revela que trabalhar para uma
empresa socialmente responsável pode motivar os empregados a agir de forma exatamente opos-
ta em outras searas. Eles se tornam irresponsáveis, mais propensos a trapacear. Para os autores,
o gesto de bondade deflagra uma espécie de crédito para praticar desvios em outros contextos.
Mas, afinal de contas, todas as pessoas que doam trapaceiam? É atávico? Não necessariamente.
A construção psicológica que diz que, “se fiz um bem, posso então relaxar e fazer algo errado” não
é aplicada a todos, de modo incondicional. Há regras morais claras, muitas vezes jogadas para de-
baixo do tapete, mas que nunca deixam de incomodar, silenciosamente. Diz a psicóloga e profes-
sora Denise Ramos: “Nenhum corrupto é inconsciente. A pessoa sempre sabe o que está fazendo”.
O nó, descoberto pelos professores de Chicago, é que, numa brincadeira com o batido adágio,
assim como não há mal que dure para sempre, também não há bem que se eternize. É uma pena.
Mas é humano, demasiadamente humano.
(Natália Cuminale. Veja, 07.03.2018. Adaptado)
Com base nas informações do texto, é correto concluir que “licença moral” é
A) comportamento natural, que não tem limites nem exceções no âmbito da sociedade.
B) motivadora do bem em empregados de empresas que não adotam regras morais claras.
C) associada à prática do bem e é mecanismo consciente entre os que praticam a corrupção.
D) admitida no mundo corporativo, ainda que esporádica, de rara ocorrência.
E) postura inatacável, pois não fere princípios éticos de empresas socialmente responsáveis.

QUESTÃO 131: VUNESP - ANA LEG (CMSJC)/CM SJC/CONTADOR/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto, para responder à questão.
236
Meu bem, meu mal

Na psicologia social, há uma definição de comportamento conhecida como “licença moral”. É o


consentimento que autoriza as pessoas que praticam uma boa ação a compensá-la com o avesso.
Dito de outro modo: quando alguém está certo de ter feito o bem, com compaixão e generosidade,
pode sentir-se liberado para fazer o mal, com posturas egoístas, preconceituosas, antiéticas e –
que surpresa! – até corruptas. No mundo corporativo, em que se aplaudem as companhias que
cultivam valores morais e éticos, com doações e responsabilidade social, os desvios costumam
cair como baldes de água fria e decepção – e estão longe de representar uma raridade. “No Brasil,
muitas das empresas que são investigadas em esquemas de corrupção têm o seu instituto e sua
fundação com ações filantrópicas, mas ao mesmo tempo estão envolvidas em conluio setorial, car-
tel implícito ou formas de ganhar recursos de bancos públicos”, diz o professor Sérgio Lazzarini,
colunista de VEJA.
Esse fenômeno acaba de receber amparo acadêmico. Um trabalho realizado pelos economistas
John List e Fatemeh Momeni, da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, põe em xeque a
tese da benevolência como uma postura inquebrantável. O estudo revela que trabalhar para uma
empresa socialmente responsável pode motivar os empregados a agir de forma exatamente opos-
ta em outras searas. Eles se tornam irresponsáveis, mais propensos a trapacear. Para os autores,
o gesto de bondade deflagra uma espécie de crédito para praticar desvios em outros contextos.
Mas, afinal de contas, todas as pessoas que doam trapaceiam? É atávico? Não necessariamente.
A construção psicológica que diz que, “se fiz um bem, posso então relaxar e fazer algo errado”
não é aplicada a todos, de modo incondicional. Há regras morais claras, muitas vezes jogadas
para debaixo do tapete, mas que nunca deixam de incomodar, silenciosamente. Diz a psicóloga
e professora Denise Ramos: “Nenhum corrupto é inconsciente. A pessoa sempre sabe o que está
fazendo”. O nó, descoberto pelos professores de Chicago, é que, numa brincadeira com o batido
adágio, assim como não há mal que dure para sempre, também não há bem que se eternize. É uma
pena. Mas é humano, demasiadamente humano.
(Natália Cuminale. Veja, 07.03.2018. Adaptado)

Há, no texto, menção a três especialistas que tratam do tema da “licença moral”. Esse recurso con-
siste em estratégia argumentativa que:
A) reforça a confiabilidade das ideias apontadas pela autora, demonstrando que ela conhece o
assunto abordado.
B) especifica o assunto, deixando claro ao leitor que a autora tem pontos de vista discordantes da-
queles dos autores citados.
C) esclarece pontos controversos nas definições da autora, com ideias mais atuais do que as dela
própria sobre o tema.
D) mostra que a autora domina pouco o assunto, já que ela apresenta ideias alheias não compa-
tíveis com o tema.
E) acaba por desviar a atenção do leitor porque traz à tona informações descontextualizadas e
sem comprovação.

QUESTÃO 132: VUNESP - ANA LEG (CMSJC)/CM SJC/CONTADOR/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

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Leia o texto, para responder à questão.

Meu bem, meu mal

Na psicologia social, há uma definição de comportamento conhecida como “licença moral”. É o


consentimento que autoriza as pessoas que praticam uma boa ação a compensá-la com o avesso.
Dito de outro modo: quando alguém está certo de ter feito o bem, com compaixão e generosidade,
pode sentir-se liberado para fazer o mal, com posturas egoístas, preconceituosas, antiéticas e –
que surpresa! – até corruptas. No mundo corporativo, em que se aplaudem as companhias que
cultivam valores morais e éticos, com doações e responsabilidade social, os desvios costumam
cair como baldes de água fria e decepção – e estão longe de representar uma raridade. “No Brasil,
muitas das empresas que são investigadas em esquemas de corrupção têm o seu instituto e sua
fundação com ações filantrópicas, mas ao mesmo tempo estão envolvidas em conluio setorial, car-
tel implícito ou formas de ganhar recursos de bancos públicos”, diz o professor Sérgio Lazzarini,
colunista de VEJA.
Esse fenômeno acaba de receber amparo acadêmico. Um trabalho realizado pelos economistas
John List e Fatemeh Momeni, da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, põe em xeque a
tese da benevolência como uma postura inquebrantável. O estudo revela que trabalhar para uma
empresa socialmente responsável pode motivar os empregados a agir de forma exatamente opos-
ta em outras searas. Eles se tornam irresponsáveis, mais propensos a trapacear. Para os autores,
o gesto de bondade deflagra uma espécie de crédito para praticar desvios em outros contextos.
Mas, afinal de contas, todas as pessoas que doam trapaceiam? É atávico? Não necessariamente.
A construção psicológica que diz que, “se fiz um bem, posso então relaxar e fazer algo errado”
não é aplicada a todos, de modo incondicional. Há regras morais claras, muitas vezes jogadas
para debaixo do tapete, mas que nunca deixam de incomodar, silenciosamente. Diz a psicóloga
e professora Denise Ramos: “Nenhum corrupto é inconsciente. A pessoa sempre sabe o que está
fazendo”. O nó, descoberto pelos professores de Chicago, é que, numa brincadeira com o batido
adágio, assim como não há mal que dure para sempre, também não há bem que se eternize. É uma
pena. Mas é humano, demasiadamente humano.
(Natália Cuminale. Veja, 07.03.2018. Adaptado)

É o consentimento que autoriza as pessoas que praticam uma boa ação a compensá- A passagem
do texto caracterizada pelo emprego de palavras expressando ideias de modo categórico, sem ad-
mitir possibilidade de exceções, é:
A) É o consentimento que autoriza as pessoas que praticam uma boa ação a compensá-la com o
avesso.
B) “No Brasil, muitas das empresas que são investigadas em esquemas de corrupção têm o seu
instituto e sua fundação com ações filantrópicas…”
C) … quando alguém está certo de ter feito o bem, com compaixão
D) “Nenhum corrupto é inconsciente. A pessoa sempre sabe o que está fazendo”. e generosidade,
pode sentir-se liberado para fazer o mal…
E) … os desvios costumam cair como baldes de água fria e decepção – e estão longe de represen-
tar uma raridade.

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QUESTÃO 133: VUNESP - ANA LEG (CMSJC)/CM SJC/CONTADOR/2018
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto, para responder à questão.

Meu bem, meu mal

Na psicologia social, há uma definição de comportamento conhecida como “licença moral”. É o


consentimento que autoriza as pessoas que praticam uma boa ação a compensá-la com o avesso.
Dito de outro modo: quando alguém está certo de ter feito o bem, com compaixão e generosidade,
pode sentir-se liberado para fazer o mal, com posturas egoístas, preconceituosas, antiéticas e –
que surpresa! – até corruptas. No mundo corporativo, em que se aplaudem as companhias que
cultivam valores morais e éticos, com doações e responsabilidade social, os desvios costumam
cair como baldes de água fria e decepção – e estão longe de representar uma raridade. “No Brasil,
muitas das empresas que são investigadas em esquemas de corrupção têm o seu instituto e sua
fundação com ações filantrópicas, mas ao mesmo tempo estão envolvidas em conluio setorial, car-
tel implícito ou formas de ganhar recursos de bancos públicos”, diz o professor Sérgio Lazzarini,
colunista de VEJA.
Esse fenômeno acaba de receber amparo acadêmico. Um trabalho realizado pelos economistas
John List e Fatemeh Momeni, da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, põe em xeque a
tese da benevolência como uma postura inquebrantável. O estudo revela que trabalhar para uma
empresa socialmente responsável pode motivar os empregados a agir de forma exatamente opos-
ta em outras searas. Eles se tornam irresponsáveis, mais propensos a trapacear. Para os autores,
o gesto de bondade deflagra uma espécie de crédito para praticar desvios em outros contextos.
Mas, afinal de contas, todas as pessoas que doam trapaceiam? É atávico? Não necessariamente.
A construção psicológica que diz que, “se fiz um bem, posso então relaxar e fazer algo errado”
não é aplicada a todos, de modo incondicional. Há regras morais claras, muitas vezes jogadas
para debaixo do tapete, mas que nunca deixam de incomodar, silenciosamente. Diz a psicóloga
e professora Denise Ramos: “Nenhum corrupto é inconsciente. A pessoa sempre sabe o que está
fazendo”. O nó, descoberto pelos professores de Chicago, é que, numa brincadeira com o batido
adágio, assim como não há mal que dure para sempre, também não há bem que se eternize. É uma
pena. Mas é humano, demasiadamente humano.
(Natália Cuminale. Veja, 07.03.2018. Adaptado)

Observe o emprego de dois-pontos e do travessão duplo na seguinte passagem:


(I) Dito de outro modo: quando alguém está certo de ter feito o bem, com compaixão e generosida-
de, pode sentir-se liberado para fazer o mal, com posturas egoístas, preconceituosas, antiéticas e
(II) – que surpresa! – até corruptas.

É correto afirmar que, com esses sinais de pontuação, a autora tem o objetivo de:
a) em (I) introduzir uma informação nova no contexto; em (II) expressar antecipadamente a reação
que o leitor terá diante do assunto tratado.
b) em (I e II) explicar uma passagem anterior obscura, levando o leitor a concordar com os pontos
de vista dela.
c) em (I) apresentar uma nova versão para fato anteriormente relatado; em (II) expressar a possi-
bilidade de seu ponto de vista chocar o leitor.

239
d) em (I) detalhar uma ideia anteriormente expressa; em (II) intercalar a expressão de uma reação
pessoal diante do comportamento que comenta.
e) em (I e II) apontar a possibilidade de os fatos serem contraditórios, embora estejam associados
pela ideia de corrupção.

QUESTÃO 134: VUNESP - DIR (PREF GARÇA)/PREF GARÇA/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia um trecho da entrevista com Haroldo Rocha, secretário estadual de Educação do Espírito
Santo.

Apesar dos bons resultados, o Estado avançou menos nos anos finais do ensino fundamental. Quais as
barreiras?
De fato, isso é um fenômeno nacional. Do 1º ao 5º ano, há uma melhoria mais acelerada, e do 6º
ao 9º, com menos potência.
Há dois fenômenos. Um é interno: do 6º ao 9º ano muita coisa muda para a criança. Está passando
para a adolescência e deixa de ter uma professora para ter dez. E a escola não tem uma metodo-
logia bem articulada para que todos os conhecimentos ali passados façam sentido.
Há também uma questão externa. Adultos e crianças hoje são muito afetados por tecnologia, re-
des sociais, trocas de informação. O mundo está muito dispersivo, e a aprendizagem exige foco e
concentração.
É um desafio adicional para a escola. Além do desenvolvimento acadêmico e cognitivo – ler, escre-
ver, fazer contas, interpretar história –, a escola terá que se preocupar com o desenvolvimento de
competências socioemocionais: metodologia para que as crianças aprendam a administrar suas
emoções, trabalhar em equipe, ter foco, persistência, resiliência.
O governo capixaba coordenou pesquisa para descobrir por que jovens de 14 a 29 anos deixaram a
escola. Que política esse diagnóstico inspirou?
Esses jovens foram alunos de nossas escolas públicas e as abandonaram porque precisavam tra-
balhar, engravidaram, não gostavam de estudar ou achavam a escola chata.
O que mais temos discutido é como envolver o jovem com a escola. Recentemente introduzimos o
líder de turma, escolhido pelos colegas para discutir soluções pela ótica dos alunos.
Por que projetos-piloto nem sempre dão os mesmos resultados na sala de aula?
Falta de treinamento é um motivo. O professor é absolutamente estratégico. É fundamental capaci-
tar de um ponto de vista bem operacional como ele trabalha com o aluno. O mundo mudou muito,
as exigências são outras.
O trabalho do professor hoje é totalmente diferente, e as instituições formadoras ainda trabalham
de forma tradicional. Fazemos pesquisa e estamos gastando muita energia para definir a formação
do professor do século 21.
Não nos cabe achar que hoje está pior ou melhor que no passado, mas nos programarmos para
atender a criança no mundo de hoje, diverso, em que tudo é muito rápido, em que nada se sus-
tenta, com profissões que nem existem mais e outras que a gente nem imagina.
Como motivar se falamos de coisas de antigamente? É um desafio diferente. Os professores preci-
sam ser capazes de ler o mundo desses alunos.
(Ana Estela de Sousa Pinto e Érica Fraga. Folha de S.Paulo, 09.12.2017. Adaptado)

Segundo Haroldo Rocha, entre os fatores que comprometem o avanço nas séries finais do ensino

240
fundamental, estão:
A) o aumento do número de professores que atendem aos alunos e o abandono da escola por alu-
nos que necessitam trabalhar.
B) a ausência de articulação entre os conteúdos acadêmicos e o incentivo ao desenvolvimento de
habilidades socioemocionais.
C) a transição das crianças para a adolescência e a grande influência da internet no dia a dia de
alunos de diferentes faixas etárias.
D) a falta de concentração nos estudos, decorrente da limitação intelectual dos alunos, e o excesso
de disciplinas acadêmicas.
E) a dificuldade de os alunos se adaptarem a novos professores e o descaso dos Estados com a
qualidade da educação.

QUESTÃO 135: VUNESP - DIR (PREF GARÇA)/PREF GARÇA/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia um trecho da entrevista com Haroldo Rocha, secretário estadual de Educação do Espírito
Santo.

Apesar dos bons resultados, o Estado avançou menos nos anos finais do ensino fundamental.
Quais as barreiras?
De fato, isso é um fenômeno nacional. Do 1º ao 5º ano, há uma melhoria mais acelerada, e do 6º
ao 9º, com menos potência.
Há dois fenômenos. Um é interno: do 6º ao 9º ano muita coisa muda para a criança. Está passando
para a adolescência e deixa de ter uma professora para ter dez. E a escola não tem uma metodo-
logia bem articulada para que todos os conhecimentos ali passados façam sentido.
Há também uma questão externa. Adultos e crianças hoje são muito afetados por tecnologia, re-
des sociais, trocas de informação. O mundo está muito dispersivo, e a aprendizagem exige foco e
concentração.
É um desafio adicional para a escola. Além do desenvolvimento acadêmico e cognitivo – ler, escre-
ver, fazer contas, interpretar história –, a escola terá que se preocupar com o desenvolvimento de
competências socioemocionais: metodologia para que as crianças aprendam a administrar suas
emoções, trabalhar em equipe, ter foco, persistência, resiliência.
O governo capixaba coordenou pesquisa para descobrir por que jovens de 14 a 29 anos deixaram a
escola. Que política esse diagnóstico inspirou?
Esses jovens foram alunos de nossas escolas públicas e as abandonaram porque precisavam tra-
balhar, engravidaram, não gostavam de estudar ou achavam a escola chata.
O que mais temos discutido é como envolver o jovem com a escola. Recentemente introduzimos o
líder de turma, escolhido pelos colegas para discutir soluções pela ótica dos alunos.
Por que projetos-piloto nem sempre dão os mesmos resultados na sala de aula?
Falta de treinamento é um motivo. O professor é absolutamente estratégico. É fundamental capaci-
tar de um ponto de vista bem operacional como ele trabalha com o aluno. O mundo mudou muito,
as exigências são outras.
O trabalho do professor hoje é totalmente diferente, e as instituições formadoras ainda trabalham
de forma tradicional. Fazemos pesquisa e estamos gastando muita energia para definir a formação
do professor do século 21.
Não nos cabe achar que hoje está pior ou melhor que no passado, mas nos programarmos para

241
atender a criança no mundo de hoje, diverso, em que tudo é muito rápido, em que nada se sus-
tenta, com profissões que nem existem mais e outras que a gente nem imagina.
Como motivar se falamos de coisas de antigamente? É um desafio diferente. Os professores preci-
sam ser capazes de ler o mundo desses alunos.
(Ana Estela de Sousa Pinto e Érica Fraga. Folha de S.Paulo, 09.12.2017. Adaptado)

Ao afirmar que – Os professores precisam ser capazes de ler o mundo desses alunos. –, o secre-
tário de Educação entende que:
A) os professores deixaram de ter importância na sala de aula, pois as redes sociais informam
corretamente os alunos a respeito de todos os assuntos.
B) a rapidez das mudanças caracteriza o mundo atual, e os docentes devem atentar para essas
mudanças a fim de estabelecer um diálogo produtivo com os educandos.
C) os cursos de capacitação não surtem o efeito esperado,pois são poucos os educadores que têm
condições de participar desses eventos.
D) a ausência de estudos pedagógicos que discutam como deve ser a formação dos futuros pro-
fessores é um entrave no processo educacional.
E) as disciplinas devem priorizar o conhecimento dos fatos passados, pois é esse caminho que
levará os alunos a compreenderem o mundo atual.

QUESTÃO 136: VUNESP - ASR I (ARSESP)/ARSESP/RELAÇÕES INSTITUCIONAIS,


RECURSOS HUMANOS, PROTOCOLO E ADMINISTRATIVO/2018
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

A revolução digital fortalece as previsões de que as casas ou lares inteligentes oferecerão mais
conveniência e menos dispêndio de energia em um futuro.
A definição de conveniência para esses novos lares tecnológicos, com redução ou eliminação de
trabalhos domésticos. Portanto, para que as edificações inteligentes tenham sucesso, elas deve-
rão se estruturar com base nessa visão de conveniência como solução para os que vivem em um
mundo acelerado e estar ancoradas em uma grande variedade de sistemas tecnológicos acessí-
veis e fáceis de operar, tornando a vida das pessoas mais simples.
Além da conveniência, outro relevante benéfico das casas inteligentes, para os consumidores é a
sua capacidade de incorporar aspectos relacionados à administração do gasto de energia, prin-
cipalmente com iluminação, condicionamento de ar eletrodomésticos. Um conjunto de sensores,
adequadamente configurados para gerenciar esses sistemas, pode gerar diminuição considerável
nos gastos com energia, com reflexos ambientais e econômicos importantes.
O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia de-
senvolveu um estudo para avaliar a economia no consumo de energia gerada com o uso de sen-
sores inteligentes, em um apartamento de um dormitório, cozinha, sala de estar, sala de jantar e
banheiro. O estudo concluiu que a economia pode chegara quase 40% do consumo médio mensal
de energia.
A tendência de crescimento desse mercado é clara. A empresa de pesquisa Zion Research prevê
que a tecnologia das casas inteligentes deve alcançar um faturamento de US$ 53 bilhões (R$170
bi) em 2022. O crescimento estará calcado, principalmente, na conexão da casa com os ambientes
digitais externos, como por exemplo, a conexão do refrigerador com os equipamentos dos forne-
cedores de alimentos.

242
Naturalmente, a tecnologia das casas inteligentes continuará a evoluir, tornando-se acessível e ba-
rata. Com isso, mais pessoas poderão utilizar-se dela, e novos padrões, modelos e estilos de vida
devem se consolidar, principalmente nas áreas urbanas.
( Claudio Bernades. Casas inteligentes trarão conveniência e reduzirão gasto de energia. Folha de S. Paulo. www.folha.uol.com.br. 22.01.18.
Adaptado)

Na opinião do autor, a evolução da tecnologia das casas inteligentes


A) permitirá que a conexão de eletrodomésticos com fornecedores de energia reduza as necessi-
dades de consumo.
B) levará a um menor gasto energético em decorrência do investimento público em fontes de ener-
gia renovável.
C) ensejará o desenvolvimento de novos hábitos, especialmente entre os moradores de áreas ur-
banas.
D) fará com que as pessoas passem a dedicar mais tempo a atividades domésticas em seu dia a
dia.
E) deverá se tornar mais barata em centros urbanos, o que acarretará uma intensificação do êxodo
rural.

QUESTÃO 137: VUNESP - ASR I (ARSESP)/ARSESP/RELAÇÕES INSTITUCIONAIS,


RECURSOS HUMANOS, PROTOCOLO E ADMINISTRATIVO/2018
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

A revolução digital fortalece as previsões de que as casas ou lares inteligentes oferecerão mais
conveniência e menos dispêndio de energia em um futuro.
A definição de conveniência para esses novos lares tecnológicos, com redução ou eliminação de
trabalhos domésticos. Portanto, para que as edificações inteligentes tenham sucesso, elas deve-
rão se estruturar com base nessa visão de conveniência como solução para os que vivem em um
mundo acelerado e estar ancoradas em uma grande variedade de sistemas tecnológicos acessí-
veis e fáceis de operar, tornando a vida das pessoas mais simples.
Além da conveniência, outro relevante benéfico das casas inteligentes, para os consumidores é a
sua capacidade de incorporar aspectos relacionados à administração do gasto de energia, prin-
cipalmente com iluminação, condicionamento de ar eletrodomésticos. Um conjunto de sensores,
adequadamente configurados para gerenciar esses sistemas, pode gerar diminuição considerável
nos gastos com energia, com reflexos ambientais e econômicos importantes.
O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia de-
senvolveu um estudo para avaliar a economia no consumo de energia gerada com o uso de sen-
sores inteligentes, em um apartamento de um dormitório, cozinha, sala de estar, sala de jantar e
banheiro. O estudo concluiu que a economia pode chegara quase 40% do consumo médio mensal
de energia.
A tendência de crescimento desse mercado é clara. A empresa de pesquisa Zion Research prevê
que a tecnologia das casas inteligentes deve alcançar um faturamento de US$ 53 bilhões (R$170
bi) em 2022. O crescimento estará calcado, principalmente, na conexão da casa com os ambientes
digitais externos, como por exemplo, a conexão do refrigerador com os equipamentos dos fornece-
dores de alimentos.
Naturalmente, a tecnologia das casas inteligentes continuará a evoluir, tornando-se acessível e ba-

243
rata. Com isso, mais pessoas poderão utilizar-se dela, e novos padrões, modelos e estilos de vida
devem se consolidar, principalmente nas áreas urbanas.
( Claudio Bernades. Casas inteligentes trarão conveniência e reduzirão gasto de energia. Folha de S. Paulo. www.folha.uol.com.br. 22.01.18.
Adaptado)

O autor organiza sua argumentação de modo a apresentar.


A) no último parágrafo, uma informação que contesta que foi exposto nos parágrafos anteriores.
B) no parágrafo 1, um opinião para a qual expõe um argumento a favor e outro contra nos parágra-
fos 2 e 3, respectivamente.
C) no parágrafo 2, uma informação polêmica que é contrariada logo em seguida, no parágrafo 3
D) nos parágrafos 2, 3 e 4, os dois principais benefícios das casas inteligentes apontados logo no
parágrafo 1.
E) no parágrafo 3, uma ressalva para o que se explicita no parágrafo 2 acerca das edificações in-
teligentes.

QUESTÃO 138: VUNESP - ASR I (ARSESP)/ARSESP/RELAÇÕES INSTITUCIONAIS,


RECURSOS HUMANOS, PROTOCOLO E ADMINISTRATIVO/2018
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Há pessoas que têm vergonha de viver: são os tímidos, entre os quais me incluo. Desculpem, por
exemplo, estar tomando lugar no espaço.Desculpem eu ser eu. Quero ficar só! grita a alma do
tímido que só se liberta na solidão. Contraditoriamente quer o quente aconchego das pessoas.
E para pedir aumento de salário- a tortura. Como começar? Apresentar-se com fíngida segurança
de quem sabe quanto vale em dinheiro - ou apresentar-se como se é, desajeitado e excessivamen-
te humilde.
O que faz então? Mas é que há a grande ousadia dos tímidos. E de repente cheio de audácia pelo
aumento com um tom reivindicativo que parece contundente. Mas logo depois, espantado, sente-se
mal, julga imerecido o aumento, fica todo infeliz.
( Clarice Lispector, Vergonha de viver, Aprendendo a viver. Rio de Janeiro, Rocco Digital, 2013, Adaptado)

A contradição que a autora identifica no comportamento dos tímidos diz respeito ao fato de
A) se portarem de modo desajeitado na hora de pedir aumento.
B) camuflagem uma segurança ao pedirem aumento de salário.
C) desejarem permanecer igualmente isolados e acompanhados
D) se sentirem oprimidos mesmo quando estão sozinhos.
E) ficarem envergonhados diante do próprio fato de existirem

QUESTÃO 139: VUNESP - ESC POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

O drama dos viciados em dívidas

Apesar dos sinais de recuperação da economia, o número de brasileiros endividados chegou a 61,7
milhões em fevereiro passado – o equivalente a 40% da população adulta. O número é alto porque
o hábito de manter as contas em dia não é apenas uma questão financeira decorrente do estado
geral da economia – pode ser uma questão comportamental. Por isso, há grupos especializados
244
que promovem reuniões semanais com devedores, com a finalidade de trocar experiências sobre
consumo impulsivo e propensão a viver no vermelho. Uma dessas organizações é o Devedores
Anônimos (DA), que funciona nos mesmos moldes do Alcoólicos Anônimos (AA).
Pertencer a uma classe social mais alta não livra ninguém do problema. As pessoas de maior renda
são justamente as que têm maior resistência em admitir a compulsão. Pior. É comum que, diante
dos apuros, como a perda do emprego, algumas tentem manter o mesmo padrão de vida em lugar
de cortar gastos para se encaixar na nova realidade. Pedir um empréstimo para quitar outra dívida
é um comportamento recorrente entre os endividados.
Para sair do vermelho, aceitar o vício é o primeiro passo. Uma vez que o devedor reconhece o pro-
blema, a próxima etapa é se planejar.
(Felipe Machado e Tatiana Babadobulos, Veja, 04.04.2018. Adaptado)

Segundo o texto, o endividamento


a) está adstrito às condições negativas de uma economia em crise.
b) tem relação com imposições interiores às quais o indivíduo não resiste.
c) já faz parte do cotidiano da grande maioria da população adulta brasileira.
d) representa uma tradição entre os que se reconhecem como viciados.
e) se dissocia de compulsões que o indivíduo não reconhece ter.

QUESTÃO 140: VUNESP - ESC POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: (Felipe Machado e Tatiana Babadobulos, Veja, 04.04.2018. Adaptado)

De acordo com o texto, entre os endividados,


a) o sentido do ditado “Devo, não nego; pago quando puder.” indica a solução.
b) a confissão de dívida pode ser o meio mais eficaz de quitá-la.
c) o recurso aos empréstimos é a opção menos danosa para vencer o problema.
d) os mais bem remunerados têm mais dificuldade em sair do vermelho.
e) a expectativa de pagar as dívidas está associada à redução drástica do consumo.

QUESTÃO 141: VUNESP - INV POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia a tira para responder à questão.

(Folha de S.Paulo, 25.04.2018. Adaptado)

245
Analisando as falas das personagens, conclui-se corretamente que o aluno:
a) se submete passivamente à explicação dada pela professora, por isso prefere não questioná-la.
b) se coloca em uma condição de submissão à professora para ganhar mais um dia de folga da
escola.
c) se ressente com a professora e passa a pedir-lhe que haja uma reforma no calendário escolar.
d) se sente ludibriado pela professora, que lhe dá informações insuficientes sobre os feriados.
e) se vale do oportunismo para tentar convencer a professora de que é possível ter mais folgas.

QUESTÃO 142: VUNESP - INV POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia a tira para responder à questão.

(Folha de S.Paulo, 25.04.2018. Adaptado)

Analisando-se a fala do aluno no último quadrinho – Vai dizer que o Brasil também não tá “enforca-
do”? –, conclui-se corretamente que ela se estrutura em uma frase:
A) declarativa negativa, em tom de sátira, funcionando como uma explicação de que o país está
saudável economicamente.
B) imperativa, em tom respeitoso, funcionando como um desabafo para mostrar a difícil situação
do Brasil.
C) interrogativa, de tom retórico, funcionando como uma afirmação para convencer a professora
sobre o que ele diz.
D) interrogativa, em tom exclamativo, funcionando como uma confirmação da explicação da pro-
fessora.
E) interrogativa, em tom hesitante, funcionando como um questionamento à professora sobre a
situação do país.

QUESTÃO 143: VUNESP - INV POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Derivada do latim, língua portuguesa é a sétima mais falada no mundo

O português é a língua oficial de nove países e tem mais de 260 milhões de falantes. De acordo
com o instituto americano SIL International, há mais de 7 000 idiomas no mundo, e o português é
o sétimo mais falado.
Parte do grupo das línguas românicas, que inclui o espanhol e o italiano, entre outras, o português é
246
derivado do latim – idioma que teve origem na Itália, na pequena região do Lácio, onde está Roma.
O latim disseminou-se na Europa juntamente com a expansão do domínio do Império Romano.
Foi com as tropas romanas que o latim chegou à face sul do continente europeu (onde hoje estão
os territórios de Portugal e Espanha), entre os séculos 3º e 2º a.C.
Devido a ocupações anteriores, a Península Ibérica já tinha a presença de outros povos (e suas
línguas, por consequência), como os celtas. Ao longo do tempo, o latim falado foi incorporando
elementos linguísticos dessas e de outras populações.
Quando o Império Romano ruiu, no século 5º d.C., a Península Ibérica já estava totalmente latini-
zada, e o idioma manteve-se em uso por seus habitantes.
No século 15, com a expansão marítima de Portugal, a língua foi espalhada por suas colônias. O
uso de outros idiomas ou dialetos locais era, muitas vezes, proibido. Hoje há muito mais falantes de
português fora de Portugal, que tem apenas 10 milhões de habitantes.
(https://www1.folha.uol.com.br. Adaptado)

O português é a língua oficial de nove países e tem mais de 260 milhões de falantes. De acordo
com o instituto americano SIL International, há mais de 7 000 idiomas no mundo, e o português é
o sétimo mais falado.

No primeiro parágrafo do texto, o emprego dos numerais tem a finalidade de mostrar:


A) a inexpressividade da posição do Brasil, em relação à quantidade de idiomas existentes no
mundo.
B) a expectativa de que o Brasil ocupe uma posição mais significativa entre os 7 000 idiomas do
mundo.
C) a relevância do português quanto ao seu alcance, considerando-se a quantidade de idiomas
existentes no mundo.
D) a pouca importância do português no cenário mundial, pois é falado em nove países e só ocupa
o 7º lugar.
E) a quantidade de falantes que faz com que o português assuma a posição de maior prestígio
entre os 7 000 idiomas.

QUESTÃO 144: VUNESP - INV POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Teresa

A primeira vez que vi Teresa


Achei que ela tinha pernas estúpidas
Achei também que a cara parecia uma perna
Quando vi Teresa de novo
Achei que os olhos eram muito mais velhos que
[o resto do corpo (Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando
[que o resto do corpo nascesse)
Da terceira vez não vi mais nada Os céus se misturaram com a terra
E o espírito de Deus voltou a se mover
[sobre a face das águas.

247
(Manuel Bandeira, Libertinagem)

No poema, o eu lírico descreve a mulher:


a) de modo sensual, apesar de seu amor não ser correspondido por ela.
b) como um ser inatingível, portanto não pode entregar- se ao amor.
c) com ironia e desdém, porque ele racionaliza a forma de amar.
d) sob uma perspectiva objetiva, uma vez que o amor dela não lhe interessa.
e) de forma pouco convencional, mas termina por entregar- se ao amor.

QUESTÃO 145: VUNESP - INV POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia a charge.

(http://atarde.uol.com.br)

No plano da linguagem verbal, o efeito de humor decorre


a) do duplo sentido presente na expressão “por partes”.
b) do emprego ambíguo do termo “esquartejamento” no título.
c) da alusão exortativa a Tiradentes, personagem da história do Brasil.
d) da enumeração caótica das partes do corpo de Tiradentes.
e) da falta de referência explícita ao sujeito do verbo “fizeram”.

QUESTÃO 146: VUNESP - INV POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.

Nos EUA, a psicanálise lembra um pouco certas seitas – as ideias do fundador são instituciona-
lizadas e defendidas por discípulos ferrenhos, mas suas instituições parecem não responder às
necessidades atuais da sociedade. Talvez porque o autor das ideias não esteja mais aqui para
atualizá-las.
Freud era um neurologista, e queria encontrar na Biologia as bases do comportamento. Como a
tecnologia de então não lhe permitia avançar, passou a elaborar uma teoria, criando a psicanáli-
se. Cientista que era, contudo, nunca se apaixonou por suas ideias, revisando sua obra ao longo
da vida. Ele chegou a afirmar: “A Biologia é realmente um campo de possibilidades ilimitadas do
qual podemos esperar as elucidações mais surpreendentes. Portanto, não podemos imaginar que
respostas ela dará, em poucos decêndios, aos problemas que formulamos. Talvez essas respostas
248
venham a ser tais que farão o edifício de nossas hipóteses colapsar”. Provavelmente, é sua frase
menos citada. Por razões óbvias.
(Galileu, novembro de 2017. Adaptado)

De acordo com o texto, a frase provavelmente menos citada de Freud revela uma:
A) abordagem muito ampla do homem e do mundo, o que chegou a abalar as convicções científi-
cas do cientista e o fez optar pela Biologia.
B) teoria frágil que, por essa razão, foi abandonada pelo cientista, que preferiu investigar algo mais
dinâmico por meio da psicanálise.
C) busca para relacionar a psicanálise à Biologia, de tal forma que se institucionalizasse a verdade
científica nos EUA.
D) visão dinâmica da ciência, o que, em certa medida, se choca com a institucionalização das
ideias nessa área, comum nos EUA.
E) concepção retrógrada, já que as percepções do cientista sugerem que há como controlar os
dados científicos no campo da Biologia.

QUESTÃO 147: VUNESP - INV POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.

Nos EUA, a psicanálise lembra um pouco certas seitas – as ideias do fundador são instituciona-
lizadas e defendidas por discípulos ferrenhos, mas suas instituições parecem não responder às
necessidades atuais da sociedade. Talvez porque o autor das ideias não esteja mais aqui para
atualizá-las.
Freud era um neurologista, e queria encontrar na Biologia as bases do comportamento. Como a
tecnologia de então não lhe permitia avançar, passou a elaborar uma teoria, criando a psicanálise.
Cientista que era, contudo, nunca se apaixonou por suas ideias, revisando sua obra ao longo da
vida. Ele chegou a afirmar: “A Biologia é realmente um campo de possibilidades ilimitadas do qual
podemos esperar as elucidações mais surpreendentes. Portanto, não podemos imaginar que res-
postas ela dará, em poucos decêndios, aos problemas que formulamos. Talvez essas respostas
venham a ser tais que farão o edifício de nossas hipóteses colapsar”. Provavelmente, é sua frase
menos citada. Por razões óbvias.
(Galileu, novembro de 2017. Adaptado)

Analisando a frase de Freud, conclui-se corretamente que ele:


A) esperava que a Biologia, em tempo muito curto, pudesse fortalecer as convicções científicas da
humanidade.
B) acreditava que a Biologia, em algumas décadas, poderia dar respostas inusitadas aos proble-
mas inerentes ao ser humano.
C) considerava que a Biologia, com o passar do tempo, não seria capaz de alterar as convicções
científicas do ser humano.
D) ponderava que a Biologia, em menos de uma década, já havia se tornado ciência que funciona-
va como carro-chefe das demais.
E) ironizava que a Biologia, nos próximos séculos, pudesse dar conta de explicar todos os proble-
mas formulados pelo homem.

249
QUESTÃO 148: VUNESP - INV POL (PC SP)/PC SP/2018
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia trecho do editorial para responder à questão.

Combate ao crime

Houve, no Brasil, uma escalada do aprisionamento que, nos últimos anos, levou o país a abrigar a
terceira maior população carcerária do mundo, atrás de EUA e China.
Parte considerável das prisões resulta de casos de flagrante, e salta aos olhos a parcela de encar-
cerados por delitos menores (em especial o pequeno tráfico de drogas) e em regime provisório
(40%).
Há anos este jornal manifesta opinião favorável à aplicação de sanções alternativas, de modo a
reservar o cárcerepara autores de crimes violentos, que representam ameaça à sociedade.
Tal correção de rumos, fique claro, não corresponde à complacência. Especialistas são praticamen-
te unânimes em considerar que a certeza da punição, mais do que o rigor ou o tamanho da pena,
é o principal fator de dissuasão.
Deve-se caminhar, ainda, no sentido da integração, com a criação de bases de dados e canais ins-
tantâneos de comunicação entre as polícias e outras instituições. Não menos importante, há que
investir em redução da evasão escolar e políticas voltadas para a juventude.
Tudo isso depende, claro, da superação da crise orçamentária, em especial na esfera estadual.
(Folha de S.Paulo, 24.04.2018. Adaptado)

O objetivo do editorial é:
A) enfatizar a necessidade de rigor com os delinquentes, uma vez que a sociedade não quer que
se alimente a impunidade.
B) manifestar apoio às políticas carcerárias do país, que têm demonstrado resultados surpreenden-
tes nos últimos anos.
C) enaltecer as políticas públicas que vêm mudando os rumos das prisões, limitando-as àqueles
que apresentam ameaça à sociedade.
D) minimizar os argumentos contrários às prisões, mostrando que, no final das contas, todos as
infrações precisam ser severamente punidas.
E) discutir a questão do aprisionamento, aventando possibilidades de penas alternativas em razão
da natureza dos delitos cometidos.

QUESTÃO 149: VUNESP - ESC POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

As crianças e os adolescentes estão vivendo boa parte de seu tempo no mundo virtual, principal-
mente por meio de seus aparelhos celulares. Em relatório divulgado em dezembro de 2017, o UNI-
CEF usou a expressão “cultura do quarto” para indicar um dos efeitos desse fenômeno. Os mais
novos têm escolhido o isolamento do espaço privado em detrimento do uso do espaço público para
se dedicarem à imersão nas redes.
Você certamente já viu agrupamentos de adolescentes que interagiam mais com seu celular do
que uns com os outros, não é? Pois bem: esse comportamento gera consequências, sendo que
algumas delas não colaboram para o bom desenvolvimento dos mais novos. Como eles aprendem

250
a se relacionar, por exemplo? Relacionando- se com seus pares! Acontece que o relacionamento
no mundo virtual é radicalmente diferente daquele que ocorre na vida real, o que nos faz levantar a
hipótese de que eles têm se desenvolvido com deficit no processo de socialização.
E como se aprenderia a ter – e a proteger – privacidade? Primeiramente sabendo a diferença entre
intimidade e convívio social. Explorar o mundo social simultaneamente ao real cria uma grande difi-
culdade nessa diferenciação. Não é à toa que já se expôs na rede a privacidade de tantas crianças
e jovens, com grande prejuízo pessoal!
(Rosely Sayão, As crianças e as tecnologias. Veja, 28-02-2018. Adaptado)

Do ponto de vista da autora, a grande dedicação a interações no mundo virtual pode levar a
a) progressos no desenvolvimento de habilidades tecnológicas inerentes aos novos tempos.
b) avanços na formação de grupos de interesse que se comuniquem com mais eficiência.
c) perdas significativas no processo de integração ao grupo social e na preservação da intimidade.
d) novas perspectivas de inclusão social, graças ao compartilhamento de dados em tempo real.
e) renovação dos meios de comunicação interpessoal e construção de novos grupos sociais.

QUESTÃO 150: VUNESP - ESC POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

As crianças e os adolescentes estão vivendo boa parte de seu tempo no mundo virtual, principal-
mente por meio de seus aparelhos celulares. Em relatório divulgado em dezembro de 2017, o UNI-
CEF usou a expressão “cultura do quarto” para indicar um dos efeitos desse fenômeno. Os mais
novos têm escolhido o isolamento do espaço privado em detrimento do uso do espaço público para
se dedicarem à imersão nas redes.
Você certamente já viu agrupamentos de adolescentes que interagiam mais com seu celular do
que uns com os outros, não é? Pois bem: esse comportamento gera consequências, sendo que
algumas delas não colaboram para o bom desenvolvimento dos mais novos. Como eles aprendem
a se relacionar, por exemplo? Relacionando- se com seus pares! Acontece que o relacionamento
no mundo virtual é radicalmente diferente daquele que ocorre na vida real, o que nos faz levantar a
hipótese de que eles têm se desenvolvido com deficit no processo de socialização.
E como se aprenderia a ter – e a proteger – privacidade? Primeiramente sabendo a diferença entre
intimidade e convívio social. Explorar o mundo social simultaneamente ao real cria uma grande difi-
culdade nessa diferenciação. Não é à toa que já se expôs na rede a privacidade de tantas crianças
e jovens, com grande prejuízo pessoal!
(Rosely Sayão, As crianças e as tecnologias. Veja, 28-02-2018. Adaptado)

É correto afirmar que a expressão “cultura do quarto”, utilizada no relatório do UNICEF, exprime a
ideia de:
a) ressentimento.
b) ajustamento.
c) coparticipação.
d) retraimento.
e) dedicação.

251
PONTUAÇÃO

QUESTÃO 1: VUNESP - ANATC MPE SP/MPE SP/ADMINISTRADOR/2019


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)

Progresso, enfim

Em atraso nas grandes reformas da Previdência Social e do sistema de impostos, o Brasil tem obti-
do avanços em uma agenda que, tomada em seu conjunto, mostra-se igualmente essencial – a da
melhora do ambiente de negócios.
Trata-se de objetivos tão diferentes quanto facilitar a criação de empresas, reduzir o custo de licen-
ças ou ampliar o acesso ao crédito. Grande parte dessas providências não depende de votações
no Congresso, mas sim do combate persistente a empecilhos burocráticos e ineficiências do setor
público.
A boa notícia é que o país subiu 16 posições no mais conhecido ranking dessa modalidade, di-
vulgado a cada ano pelo Banco Mundial. A má é que a 109ª colocação, num total de 190 nações
consideradas, permanece vergonhosa.
O progresso ocorreu, basicamente, em quatro indicadores – fornecimento de energia elétrica, pra-
zo para abertura de empresa com registro eletrônico, acesso à informação de crédito e certifica-
ção eletrônica de origem para importações.
Pela primeira vez em 16 anos de publicação do relatório, o desempenho brasileiro se destacou na
América Latina. Os países mais bem posicionados da região, casos de México (54º lugar), Chile
(56o) e Colômbia (65o), apresentaram pouca ou nenhuma melhora.
Numa perspectiva mais ampla, o ambiente de negócios vai se tornando mais amigável na maior
parte do mundo. A edição mais recente do ranking catalogou número recorde de 314 reformas rea-
lizadas em 128 economias desenvolvidas e emergentes no período 2017/2018.
Fica claro, no documento, que o maior atraso relativo do Brasil se dá no pagamento de impostos,
dados a carga elevada e o emaranhado de regras dos tributos incidentes sobre o consumo.
Nesse quesito em particular, o país ocupa um trágico 184º lugar no ranking.
O caminho óbvio a seguir nesse caso é uma reforma ambiciosa, que racionalize essa modalidade
de taxação. Mesmo que não seja possível abrir mão de receitas, a simplificação já traria ganhos
substanciais em eficiência ao setor produtivo.
(Editorial, Folha de S.Paulo, 06.11.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a reescrita de passagem do texto está correta quanto à norma-pa-
drão de pontuação.

A) O Brasil, segundo a boa notícia, subiu 16 posições no ranking do Banco Mundial; se bem que,
ainda está na 109ª colocação, num total de 190 nações consideradas.
B) Quanto ao pagamento de impostos em particular, o Brasil, conforme o documento do Banco
Mundial, ocupa o 184º lugar no ranking, que abrange 190 nações.
C) México, Chile e Colômbia, apresentaram pouca ou nenhuma melhora mas são os países mais
bem posicionados da América Latina.
D) Considerando-se: a carga elevada e o emaranhado de regras dos tributos incidentes sobre o
consumo; o ranking do Banco Mundial deixa claro, que o maior atraso relativo do Brasil se dá no

252
pagamento de impostos.
E) O progresso brasileiro ocorreu, em quatro indicadores; fornecimento de energia elétrica, prazo
para abertura de empresa com registro eletrônico, acesso à informação de crédito e certificação
eletrônica de origem para importações.

QUESTÃO 2: VUNESP - ADM JUD (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Leia o texto e responda à questão.

Assassinos culturais

Sou um assassino cultural, e você também é. Sei que é romântico chorar quando uma livraria fe-
cha as portas. Mas convém não abusar do romantismo – e da hipocrisia. Fomos nós que matamos
aquela livraria e o crime não nos pesa muito na consciência.
Falo por mim. Os livros físicos que entram lá em casa são cada vez mais ofertas – de amigos ou
editoras.
Aos 20, quando viajava por territórios estranhos, entrava nas livrarias locais como um faminto na
capoeira. Comprava tanto e carregava tanto que desconfio que o meu problema de ciática é, na sua
essência, um problema livresco.
Hoje? Gosto da flânerie*. Mas depois, fotografo as capas com o meu celular antes de regressar
para o psicanalista – o famoso dr. Kindle. Culpado? Um pouco. E em minha defesa só posso
afirmar que pago pelos meus vícios.
E quem fala em livrarias, fala em todo o resto. Eu também ajudei a matar a Tower Records e a Virgin
Megastore. Havia lá dentro uma bizarria chamada CD – você se lembra?
Hoje, com alguns aplicativos, tenho uma espécie de discoteca de Alexandria onde, a meu bel-pra-
zer, escuto meus clássicos e descubro novos. Se juntarmos ao pacote o iTunes e a Netflix, você
percebe por que eu também tenho o sangue dos cinemas e dos blockbusters nas mãos.
Eis a realidade: vivemos a desmaterialização da cultura. Mas não é apenas a cultura que se des-
materializa e tem deixado as nossas salas e estantes mais vazias. É a nossa relação com ela.
Não somos mais proprietários de “coisas”; somos apenas consumidores e, palavra importante,
assinantes.
O livro “Subscribed”, de Tien Tzuo, analisa a situação. É uma reflexão sobre a “economia de as-
sinaturas” que conquista a economia global. Conta o autor que mais de metade das empresas da
famosa lista da “Fortune” já não existiam em 2017. O que tinham em comum? O objetivo meritório
de vender “coisas” – muitas coisas, para muita gente, como sempre aconteceu desde os primór-
dios do capitalismo.
Já as empresas que sobreviveram e as novas que entraram na lista souberam se adaptar à econo-
mia digital, vendendo serviços (ou, de forma mais precisa, acessos).
Claro que na mudança algo se perde. O desaparecimento das livrarias não acredito que seja total
no futuro (e ainda bem). Além disso, ler no papel não é o mesmo que ler na tela.
Mas o interesse do livro de Tzuo não está apenas nos números; está no retrato de uma nova gera-
ção para quem a experiência cultural é mais importante do que a mera posse de objetos.
Há quem veja aqui um retrocesso, mas também é possível ver um avanço – ou, para sermos bem
filosóficos, o triunfo do espírito sobre a matéria. E não será essa, no fim das contas, a vocação mais
autêntica da cultura?

253
(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 28.08.2018. Adaptado)

* Flânerie: ato de passear, de caminhar sem compromisso.

Assinale a alternativa em que a pontuação foi empregada para separar a oração subordinada ad-
verbial.
A) Se juntarmos ao pacote o iTunes e a Netflix, você percebe por que eu também tenho o sangue
dos cinemas e dos blockbusters nas mãos.
B) E quem fala em livrarias, fala em todo o resto.
C) Havia lá dentro uma bizarria chamada CD – você se lembra?
D) Sou um assassino cultural, e você também é.
E) Eis a realidade: vivemos a desmaterialização da cultura.

QUESTÃO 3: VUNESP - CONTJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Leia o texto para responder à questão.

Mundo arriscado

O próximo governo não encontrará um ambiente econômico internacional sereno. Dúvidas sobre
a continuidade do crescimento do Produto Interno Bruto global, juros em alta nos EUA, riscos de
conflitos comerciais e de queda do fluxo de capitais para países emergentes são apenas alguns
dos itens de um cardápio de problemas potenciais.
Tudo indica, assim, que o governo brasileiro terá de lidar de pronto com as fragilidades domésticas,
em especial o rombo das contas públicas. B) Não tardará até que investidores hoje aparentemente
otimistas comecem a cobrar resultados concretos.
As projeções para o avanço do PIB mundial têm sido reduzidas nos últimos meses. O Fundo Mone-
tário Internacional cortou sua previsão para 2018 e 2019 em 0,2 ponto percentual E) – 3,7% em am-
bos os anos – e apontou um cenário de menor sincronia entre os principais motores regionais. E)
Se até o início deste ano EUA, Europa e China davam sinais de vigor, agora acumulam-se decep-
ções nos dois últimos casos.
Mesmo com juros ainda perto de zero, a zona do euro não deverá crescer mais que 1,5% neste ano.
C) Há crescente insegurança no âmbito político, neste momento centrada na Itália e seu governo
de direita populista, que propõe expansão do déficit de um setor público já endividado em excesso.
Não é animador que a Comissão Europeia tenha tomado a decisão inédita de rejeitar a proposta
orçamentária da administração italiana. Embora o país ainda conserve o selo de bom pagador, os
juros cobrados no mercado para financiar sua dívida dispararam.
Quanto à China, sua economia mostra menos vigor, e as autoridades precisam tomar decisões
difíceis entre conter as dívidas já exageradas e estimular o crescimento.
O risco de escalada nos conflitos comerciais também é concreto, dado que o governo americano
ameaça impor uma terceira rodada de tarifas, desta vez sobre os US$ 270 bilhões em vendas
anuais chinesas que ainda não foram taxadas.
Nos EUA, a alta dos juros, num contexto de emprego elevado e inflação perto da meta, já leva parte
do mercado a temer uma desaceleração abrupta do PIB em 2019. A)
A vantagem do Brasil, hoje, é que há ampla ociosidade nas empresas, baixa inflação e, portanto,

254
espaço para uma retomada mais forte. D)
(Editorial. Folha de S.Paulo, 01.11.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a reescrita de passagem do texto está correta quanto à norma-pa-
drão de pontuação e mantém o sentido original.

A) Nos EUA, a alta dos juros, num contexto de emprego elevado e inflação perto da meta, já leva
parte do mercado a temer uma desaceleração abrupta do PIB em 2019. (9º parágrafo) = Num con-
texto de emprego elevado e inflação perto da meta, a alta dos juros, já leva parte do mercado a
temer uma desaceleração abrupta do PIB em 2019, nos EUA.
B) Tudo indica, assim, que o governo brasileiro terá de lidar de pronto com as fragilidades domés-
ticas, em especial o rombo das contas públicas. (2º parágrafo) = Assim, tudo indica, que o governo
brasileiro terá de lidar de pronto com as fragilidades domésticas, o rombo das contas públicas em
especial.
C) Mesmo com juros ainda perto de zero, a zona do euro não deverá crescer mais que 1,5% neste
ano. (5º parágrafo) = A zona do euro mesmo com juros ainda perto de zero, não deverá crescer
mais que 1,5% neste ano.
D) A vantagem do Brasil, hoje, é que há ampla ociosidade nas empresas, baixa inflação e, portanto,
espaço para uma retomada mais forte. (10º parágrafo) = Hoje, a vantagem do Brasil é que há
ampla ociosidade nas empresas, baixa inflação. Portanto, existe espaço para uma retomada mais
forte.
E) O Fundo Monetário Internacional cortou sua previsão para 2018 e 2019 em 0,2 ponto percentual
[...] e apontou um cenário de menor sincronia entre os principais motores regionais. (3º parágrafo)
= O Fundo Monetário Internacional que cortou sua previsão para 2018 e 2019 em 0,2 ponto percen-
tual, apontou um cenário de menor sincronia entre os principais motores regionais.

QUESTÃO 4: VUNESP - ANA LEG (CM SERRANA)/CM SERRANA/2019


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)

Por que temos filhos?

A pergunta do título comporta vários níveis de resposta. No plano biológico, a reprodução é um


imperativo, fazendo parte de várias das definições de vida. Mas a biologia é só parte da história.
A paternidade também encerra dimensões culturais, econômicas e emocionais.
Inspirado em “Anti-Pluralism”, de William Galston, arrisco algumas reflexões sobre a matéria.
Até o começo do século 19, filhos eram um ativo econômico. Ajudavam desde cedo com o traba-
lho doméstico, colaborando para o bem-estar da família, e ainda faziam as vezes de plano de
aposentadoria para os pais.
Hoje, contudo, crianças ficaram caras. E, para piorar, elas demoram muito até começar a trazer
contribuições econômicas. Como observa Galston, no espaço de dois séculos, a criação de filhos
deixou de ser um bem privado para tornar -se um bem público.
Embora a paternidade possa trazer recompensas emocionais, do ponto de vista estritamente eco-
nômico, ela favorece a sociedade como um todo, enquanto a maior parte dos custos recai sobre
os genitores.
E por que crianças beneficiam a sociedade? A crer na análise de economistas como Julian Simon,

255
riqueza são pessoas. Quanto mais gente, melhor, já que são indivíduos que têm ideias (além de
consumir produtos) e são as novas ideias que vêm assegurando o brutal aumento de produtividade
a que assistimos nos últimos 200 anos.
E isso nos coloca diante de um dos grandes dilemas dos tempos modernos. Para assegurar a sus-
tentabilidade da exploração dos recursos naturais do planeta, precisaríamos estabilizar ou até
reduzir a população. Só que fazê-lo é uma espécie de suicídio econômico, já que ficaria muito
difícil manter taxas positivas de crescimento, sem as quais instituições como previdência e até
democracia representativa podem entrar em colapso.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 18.11.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a reescrita da frase do texto atende à norma-padrão de pontuação.


a) Dimensões culturais, econômicas e emocionais, também se encerram, na paternidade.
b) Colaboravam desde cedo, para o bem-estar, da família, ajudando nos trabalhos domésticos.
c) Crianças, por demorarem muito a contribuir economicamente com os pais, ficaram caras.
d) A criação de filhos, perdeu a condição de bem privado, passando a ser um bem público.
e) Embora traga recompensas emocionais, o custo da paternidade, é alto para os genitores.

QUESTÃO 5: VUNESP - CONT (CM ORLÂNDIA)/CM ORLÂNDIA/2019


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Leia a tira de André Dahmer para responder à questão.

MALVADOS ANDRÉ DAHMER (André Dahmer. Malvados. https://www1.folha.uol.com.br/ ilustrada/cartum/cartunsdiarios/#13/10/2018)

Assinale a alternativa que reescreve as falas da tira preservando tanto o sentido do diálogo estabe-
lecido entre as personagens quanto o respeito à norma de pontuação.
A) Mesmo que se possa escolher, na web, o que é verdade e passá-la adiante, há notícias que se
afastam dos fatos.
B) Há fatos, que se aproximam do absurdo. Ainda que, uma notícia não conduza a uma única ver-
dade.
C) Só é possível, admitir certos absurdos nos noticiários quando a verdade passa a ser apenas
uma escolha, de quem lê.
D) Quando a verdade pode ser determinada, por quem reporta um fato, o noticiário, passa a ser
um absurdo.
E) A verdade é hoje, fruto da escolha. Assim, cada um imprime aos fatos, a versão que considerar

256
mais conveniente.

QUESTÃO 6: VUNESP - BIBLIO (UNIFAI)/UNIFAI/2019


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)

Uma invenção humana

Vejo a literatura como um instrumento excepcional da nossa civilização. Ela ajuda a esclarecer o
mundo. Quem nós somos? Quem nós fomos? Lendo a Ilíada, você pode imaginar quais foram os
sentimentos de Aquiles ou de Príamo. Você se pergunta: “Por que esse fervor pela narrativa?”.
Porque o ser humano precisou narrar, para que os fatos da vida, da poética do cotidiano, não
desaparecessem. Enquanto o ser humano forjava a sua civilização, dava combate aos deuses e
procurava entender em que caos estava imerso, ele contava histórias. Para que nada se perdesse.
Não havia bibliotecas. No caso de Homero, os aedos – e quase podíamos intitulá-los os poetas da
memória – memorizavam tudo para que os fatos humanos não se perdessem. E, assim, a angústia
em relação à apreensão da vida real, o real humano, visível, intangível, esteve presente em todas
as civilizações. Nas nossas Américas, por exemplo, houve entre os incas uma categoria social, a
dos amautas, que tinha por finalidade única memorizar. Memorizar para que os povos não se es-
quecessem das suas próprias histórias. Quer dizer, a literatura não foi uma invenção dos escritores,
gosto muito de enfatizar isso. Foi uma invenção humana.
Milhões de pessoas já leram Dom Quixote. Milhões, em diferentes línguas. Mas é o mesmo livro
para diferentes leitores. Isso prova que a literatura dá visibilidade a quem somos, a nossos senti-
mentos mais secretos, mais obscuros, mais desesperados, às esperanças mais condicionais do ser
humano. E a literatura conta histórias porque os sentimentos precisam de uma história para que
você se dê conta deles. Então, a literatura pensou em dar conta de quem somos, dessa nossa
complexidade extraordinária. Porque somos seres fundamentalmente singulares. E, por isso, a
literatura é singular.
(Nélida Piñon. Uma invenção humana – depoimento ao escritor e jornalista José Castello. Rascunho nº 110. Curitiba: 2009. In http://
rascunho.com.br/wp-content/uploads/2012/02/ Book_Rascunho_110.pdf. Acesso em 15.11.18. Adaptado)

A alternativa que reescreve trecho do depoimento preservando tanto o sentido das reflexões apre-
sentadas como o respeito à norma-padrão de emprego da pontuação é:

A) Gosto muito de enfatizar, que a literatura não foi uma invenção dos escritores, mas uma inven-
ção humana.
B) A literatura, gosto muito de enfatizar isso, foi uma invenção humana, não tendo sido, uma inven-
ção dos escritores.
C) A literatura, gosto muito de enfatizar, não tendo sido invenção dos escritores, foi uma invenção
humana.
D) A literatura não foi o quê? Uma invenção dos escritores, gosto muito de enfatizar que foi uma
invenção humana.
E) A literatura, gosto muito de enfatizar. Foi uma invenção humana, não sendo portanto dos escri-
tores.

QUESTÃO 7: VUNESP - MJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
257
Após avanços tecnológicos, medicina deve mirar empatia

Médicos sempre ocuparam uma posição de prestígio na sociedade. Afinal, cuidar do maior bem do
indivíduo – a vida – não é algo trivial. Embora a finalidade do ofício seja a mesma, o modus operan-
di mudou drasticamente com o tempo.
O que se pode afirmar é que o foco da atuação médica deve ser cada vez menos o controle sobre
o destino do paciente e mais a mediação e a interpretação de tecnologias, incluindo a famigerada
inteligência artificial. Já o lado humanístico, que perdeu espaço para os exames e as máquinas,
tende a recuperar cada vez mais sua importância.
De meados do século 20 até agora, concomitantemente às novas especialidades, houve avanço
tecnológico e a proliferação de modalidades de exames. Cresceu o catálogo dos laboratórios e
também a dependência do médico em relação a exames. A impressão dos pacientes passou a ser
a de que o cuidado é ruim, caso o médico não os solicite.
O tema é caro a Jayme Murahovschi, referência em pediatria no país. “Tem que haver progressão
tecnológica, claro, mas mais importante que isso é a ligação emocional com o paciente. Hoje mé-
dicos pedem muitos exames e os pacientes também.”
Murahovschi está entre os que acreditam que a profissão está sofrendo uma nova reviravolta, qua-
se que voltando às origens clássicas, hipocráticas: “Os médicos do futuro, os que sobrarem, vão
ter que conhecer o paciente a fundo, dar toda a atenção que ele precisa, usando muita tecnologia,
mas com foco no paciente.”
Alguns profissionais poderão migrar para uma medicina mais técnica, preveem analistas.
Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface entre o conhecimento biomédico
e a tecnologia por trás de plataformas de diagnóstico e reabilitação. Ou ainda atuariam alimentando
com dados uma plataforma de inteligência artificial, tornando-a mais esperta.
Outra tecnologia já presente é a telemedicina, que descentraliza a realização de consultas e exa-
mes. Clínicas e médicos generalistas podem, rapidamente e pela internet, contar com laudos de es-
pecialistas situados em diferentes localidades; uma junta médica pode discutir casos de pacientes
e seria possível até a realização, a distância, de consultas propriamente ditas, se não existissem
restrições do CFM nesse sentido.
Até cirurgias podem ser feitas a distância, com o advento da robótica. O tema continua fascinando
médicos e pacientes, mas, por enquanto, nada de droides médicos à la Star Wars – quem controla
o robô ainda é o ser humano.
(Gabriela Alves. Folha de S.Paulo, 19.10.2018. Adaptado)

No título do texto, a vírgula separa a expressão adverbial – Após avanços tecnológicos – da se-
quência do enunciado. A vírgula foi empregada com essa mesma função na alternativa:
a) O tema é caro a Jayme Murahovschi, referência em pediatria no país.
b) De meados do século 20 até agora, concomitantemente às novas especialidades...
c) Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface entre conhecimento...
d) Outra tecnologia já presente é a telemedicina, que descentraliza a realização de consultas e
exames.
e) Alguns profissionais poderão migrar para uma medicina mais técnica, preveem analistas.

258
QUESTÃO 8: VUNESP - AUL (CM SERTÃOZINHO)/CM SERTÃOZINHO/INFORMÁTI-
CA/2019
Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)

Karl Marx romancista e dramaturgo?

É preciso levar a sério a filha de Marx, Eleanor, quando disse que seu pai “era o mais alegre e diver-
tido de todos os homens”. Em outubro de 1837, com apenas dezenove anos, o jovem Karl compôs
uma peça de teatro e um breve romance satírico, inacabados, nos quais ridiculariza e condena as
convenções burguesas, o moralismo filisteu, a aristocracia e o pedantismo intelectual.
Naquele ano, por indicação médica – pois adoecera por excesso de trabalho –, Marx deixou Berlim
e estabeleceu- se, para repousar, em Stralow, uma vila de pescadores. Mas, em vez do descanso,
optou por trabalhar intensamente. Foi nesse momento que escreveu as duas operetas contidas no
livrinho que a Boitempo oferece agora aos leitores brasileiros: Escorpião e Félix e Oulanem.
Essas pequenas obras remetem à atmosfera cultural da Alemanha no período posterior ao Con-
gresso de Viena, com a rejeição romântica do classicismo e a grande difusão da obra de Laurence
Sterne, principalmente do seu Tristram Shandy. Esse romance, publicado entre 1759 e 1767, cobre
de ridículo os estereótipos literários então dominantes. É dessa fonte literária, além de pitadas de E.
T. A. Hoffmann, que o jovem Karl bebe em seu romance Escorpião e Félix, dissolvendo os lugares
comuns narrativos num divertido desprezopela lisura formal do romance clássico. Já Oulanem é um
drama fantástico em versos, um suspense gótico. Na criação desse poema-tragédia, ambientado
numa aldeia na Itália, o jovem filósofo estava sob a influência dominante de Goethe e, sob essa
luz, delineava sua visão da história e sua ideia de que o mundo precisava ser completamente
revolucionado.
Esse Karl ainda não é o Marx que conhecemos melhor, mas são claros os indícios do futuro filósofo
materialista que despontam.
(Carlos Eduardo Ornelas Berriel. https://blogdaboitempo.com.br. Adaptado)

Os travessões empregados no segundo parágrafo servem ao propósito de isolar uma expressão


com função:
a) resumitiva.
b) enumerativa.
c) explicativa.
d) recapitulativa.
e) exemplificativa.

QUESTÃO 9: VUNESP - ENFJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)

Tempo incerto

Os homens têm complicado tanto o mecanismo da vida que já ninguém tem certeza de nada: para
se fazer alguma coisa é preciso aliar a um impulso de aventura grandes sombras de dúvida. Não
se acredita mais na existência de gente honesta; e os bons têm medo de exercitarem sua bondade,
para não serem tratados de hipócritas ou de ingênuos.

259
Vivemos um momento em que a virtude é ridícula e os mais vis sentimentos se mascaram de gran-
diosidade, simpatia, benevolência. A observação do presente leva-nos até a descer dos exemplos
do passado: os varões ilustres de outras eras terão sido realmente ilustres? Ou a História nos está
contando as coisas ao contrário, pagando com dinheiros dos testemunhos a opinião dos escribas?
Se prestarmos atenção ao que nos dizem sobre as coisas que nós mesmos presenciamos – ou
temos que aceitar a mentira como a arte mais desenvolvida do nosso tempo, ou desconfiamos do
nosso próprio testemunho, e acabamos no hospício!
Pois assim, é, meus senhores! Prestai atenção às coisas que vos contam, em família, na rua, nos
cafés, em várias letras de forma, e dizei-me se não estão incertos os tempos e se não devemos
todos andar de pulga atrás da orelha!
Agora, pensam os patrões, os empregados, os amigos e inimigos de uns e de outros e todo o resto
da massa humana. E não só pensam, como também pensam que pensam! E além de pensarem
que pensam, pensam que têm razão! E cada um é o detentor exclusivo da razão!
Pois de tal abundância de razão é que se faz a loucura. E a vocação das pessoas, hoje em dia, não
é para o diálogo com ou sem palavras, mas para balas de diversos calibres. Perto disso, a carestia
da vida é um ramo de flores. O que anda mesmo caro é alma. E o Demônio passeia pelo mundo,
glorioso e imune.
(Cecília Meireles, Tempo incerto. Em: Escolha o seu Sonho. Adaptado)

Assinale a alternativa em que informações do 4º parágrafo estão corretamente reescritas em con-


formidade com o sentido do texto e com a pontuação, segundo a norma-padrão.
A) Meus senhores prestem atenção às coisas que lhes contam, e digam-me se não estão incertos
os tempos.
B) Prestem atenção, meus senhores, às coisas que lhes contam e digam-me se não estão incertos
os tempos.
C) Prestem atenção às coisas que lhes contam e digam- me se não estão incertos meus senhores,
os tempos?
D) Meus senhores, prestem atenção às coisas que lhes contam! E digam: se não estão, incertos
os tempos!
E) Prestem atenção às coisas que lhes contam meus senhores – e digam se não estão incertos os
tempos?

QUESTÃO 10: VUNESP - ACS (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/2019


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Leia o texto para responder a questão.

O futuro do trabalho

Foi lançado nesse mês, em meio às celebrações do centenário da Organização Internacional do


Trabalho (OIT), o relatório da comissão global sobre o futuro do trabalho, que tive a honra de inte-
grar. O que o texto revela é uma visão centrada em políticas públicas para enfrentar desafios que
o século trouxe para a humanidade.
Frente à chamada revolução industrial 4.0, ao envelhecimento da população e à mudança climá-
tica, a resposta aparece na forma de programas para evitar o crescimento da desigualdade e
melhorar a preparação das gerações futuras e o conceito de uma sociedade ativa ao longo da vida.

260
É importante lembrar que, segundo pesquisadores, haverá em poucos anos a extinção de profis-
sões e de tarefas dentro de várias ocupações, diante da automação e da robotização aceleradas.
Outras serão criadas, demandando, porém, competências distintas das que estavam em alta até
pouco tempo. O cenário exige grande investimento nas pessoas. Por isso, o relatório clama por
uma agenda econômica centrada em seres humanos, especialmente uma ampliação em suas
capacidades.
Isso envolve trabalhar com o conceito de aprendizagem ao longo da vida, ou seja, desde a primeira
infância, a fim de desenvolver competências basilares, necessárias para promover autonomia
para que todos possam aprender a aprender.
Afinal, numa vida em que tarefas vão sendo extintas e assumidas por máquinas, teremos que nos
reinventar continuamente, passando a desempenhar atividades que demandam capacidade de
resolução criativa e colaborativa de problemas complexos, reflexão crítica e maior profundidade de
análise.
Teremos também que contar com um ecossistema educacional que inclua modalidades ágeis de
cursos para capacitação, recapacitação e requalificação. A certificação de conhecimentos previa-
mente adquiridos ganha força e sentido de urgência, além de um investimento maior em escolas
técnicas e profissionais que fomentem a aquisição das competências necessárias não só para
exercer uma profissão específica, mas também para obter outra rapidamente, se necessário.
(Claudia Costin. Folha de S.Paulo, 25.01.2019. Adaptado)

Assinale a alternativa em que, após a inserção das vírgulas, a frase do texto estará em conformida-
de com a norma-padrão da língua portuguesa.
A) ... uma visão centrada, em políticas públicas, para enfrentar desafios que o século trouxe para
a humanidade.
B)... programas para evitar, o crescimento da desigualdade, e melhorar a preparação das gerações
futuras...
C)... haverá, em poucos anos, a extinção de profissões e de tarefas dentro de várias ocupações...
D) Teremos também que contar, com um ecossistema educacional, que inclua modalidades ágeis
de cursos para capacitação...
E) A certificação de, conhecimentos previamente adquiridos, ganha força e sentido de urgência...

QUESTÃO 11: VUNESP - ANA (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/AMBIENTAL/2019


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Leia o texto para responder a questão.

“Tire suas próprias conclusões”

Essa é a frase que mais tenho ouvido recentemente. Passada a euforia de uma notícia qualificada
como “bomba”, logo os atores de uma das partes corriam a público para disponibilizar a íntegra
daquilo que antes foi veiculado em partes.
É preciso saber de tudo e entender de tudo. É preciso tirar as próprias conclusões para não depen-
der de ninguém, e é esse o grande e contraditório imperativo dos nossos tempos. É uma ordem a
uma experimentação libertária, e uma quase contradição do termo. O imperativo que liberta tam-
bém aprisiona: você só passa a ser, ou a pertencer, se tiver uma conclusão. Sobre qualquer coisa.
Nas últimas décadas psicanalistas se debruçaram sobre as mudanças nos arranjos produtivos e
sociais de cada período histórico para compreender e nomear as formas de sofrimento decorrentes
261
delas. A revolução industrial, a divisão social do trabalho, a urbanização desenfreada e as guerras,
por exemplo, fizeram explodir o número de sujeitos impacientes, irritadiços e perturbados com a
velocidade das transformações e suas consequentes perdas de referências simbólicas.
Pensando sobre o imperativo “Leia/Veja/Assista” e “Tire suas próprias conclusões”, começo a des-
confiar de que estamos diante de uma nova forma de sofrimento relacionado a um mal-estar ainda
não nomeado.
Afinal, que tipo de sujeito está surgindo de nossa nova organização social? O que a vida em rede
diz sobre as formas como nos relacionamos com o mundo? Que tipos de valores surgem dali? E,
finalmente, que tipo de sofrimento essa vida em rede tem causado?
Vou arriscar e sair correndo, já sob o risco de percorrer um campo que não é meu: estamos vendo
surgir o sujeito preso à ideia da obrigação de ter algo a dizer. Ao longo dos séculos essa angústia
era comum aos chamados formadores de opinião e artistas, responsáveis por reinterpretar o mun-
do. Hoje basta ter um celular com conexão 3G para ser chamado a opinar sobre qualquer coisa.
Pensamos estar pensando mesmo quando estamos apenas terceirizando convicções ao comparti-
lhar aquilo que não escrevemos.
É uma nova versão de um conflito descrito por Clarice Lispector a respeito da insuficiência da lin-
guagem. Algo como: “Não só não consigo dizer o que penso como o que penso passa a ser o que
digo”. Se vivesse nas redes que atribuem a ela frases que jamais disse, o “dizer” e o “pensar” teriam
a interlocução de um outro verbo: “compartilhar”.
(Matheus Pichonelli, Carta Capital. 18.03.2016. www.cartacapital.com.br. Adaptado)

A passagem do texto que, após o acréscimo da vírgula, está de acordo com a norma-padrão é:
A) Essa é a frase que, mais tenho ouvido recentemente. (1º parágrafo)
B) É preciso tirar as próprias conclusões, para não depender de ninguém… (2º parágrafo)
C) Nas últimas décadas psicanalistas se debruçaram, sobre as mudanças nos arranjos produtivos
e sociais de cada período histórico... (3º parágrafo)
D) Ao longo dos séculos essa angústia era comum aos chamados, formadores de opinião e artis-
tas, responsáveis por reinterpretar o mundo. (6º parágrafo)
E) Hoje basta ter um celular com conexão 3G para ser chamado, a opinar sobre qualquer coisa. (6º
parágrafo)

QUESTÃO 12: VUNESP - ASS SOC (TRANSERP)/TRANSERP/2019


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)

Sedentários bem alimentados

Pela primeira vez na história de nossa espécie, foi-nos oferecida a possibilidade de comer à larga
em todas as refeições e de ganhar a vida sentados o dia inteiro.(A) Obesidade e sedentarismo se
tornaram as principais epidemias nos países de renda média e alta(B), nos quais a praga mortífera
do tabagismo começa a ser a duras penas controlada.
Na esteira dessas duas pandemias, caminham a passos apressados hipertensão arterial, diversos
tipos de câncer, diabetes, doenças cardiovasculares, problemas ortopédicos, articulares, renais e
outras complicações que sobrecarregam o sistema de saúde, encarecem o atendimento e fazem
sofrer milhões de pessoas. Nas capitais, 19% dos brasileiros adultos estão obesos e outros 35%
têm sobrepeso, ou seja, menos da metade da população cai na faixa do peso considerado saudá-

262
vel.
Na contramão de outros ramos da economia, a incorporação de tecnologia na área médica aumen-
ta o custo do produto final. A assistência a uma população que envelhece mal como a brasileira
exigirá recursos de que não dispomos no SUS nem na saúde suplementar(C).
Esperar as pessoas adoecerem para tratá-las em hospitais e unidades de pronto atendimento(D) é
política suicida. Não há saída: ou investimos na prevenção ou, cada vez mais, só os privilegiados
terão acesso à medicina moderna.
Nos anos 1960, cerca de 60% dos nossos adultos fumavam, hoje não passam de 10%. Se con-
seguimos resultado tão impressionante com a dependência química mais feroz que a medicina
conhece(E), não é impossível convencer mulheres, crianças e homens a comer um pouco menos
e a andar míseros 40 minutos num dia de 24 horas.
(Drauzio Varella. Folha de S. Paulo, 11.11.2018. www.folha.uol.com.br. Adaptado)

Assinale a alternativa em que, com a introdução das vírgulas, o trecho do texto está em conformi-
dade com a norma- padrão de pontuação, embora com sentido original ligeiramente alterado.
A) ... foi-nos oferecida, a possibilidade de comer à larga, em todas as refeições e de ganhar a vida
sentados o dia inteiro.
B) Obesidade e sedentarismo se tornaram, as principais epidemias, nos países de renda média e
alta...
C) A assistência a uma população que envelhece mal, como a brasileira, exigirá recursos de que
não dispomos no SUS nem na saúde suplementar.
D) Esperar as pessoas, adoecerem para tratá-las em hospitais, e unidades de pronto atendimento...
E) Se conseguimos, resultado tão impressionante, com a dependência química mais feroz que a
medicina conhece...

QUESTÃO 13: VUNESP - PAEPE (UNICAMP)/UNICAMP/BIBLIOTECÁRIO/2019


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)

Página infeliz

O mercado editorial no Brasil nunca pareceu tão próximo de uma catástrofe – com as duas prin-
cipais redes de livrarias do país, Saraiva e Cultura, em uma crise profunda, reduzindo o número
de lojas e com dívidas que parecem sem fim.
Líder do mercado, a Saraiva, que já acumula atrasos de pagamentos a editores nos últimos anos,
anunciou nesta semana o fechamento de 20 lojas. Em nota, a rede afirma que a medida tem a ver
com “desafios econômicos e operacionais”, além de uma mudança na “dinâmica do varejo”.
Na semana anterior, a Livraria Cultura entrou em recuperação judicial. No pedido à Justiça, a rede
afirma acumular prejuízos nos últimos quatro anos, ter custos que só crescem e vendas menores.
Mesmo assim, diz a petição enviada ao juiz, não teria aumentado seus preços.
O enrosco da Cultura está explicado aí. Diante da crise, a empresa passou a pegar dinheiro em-
prestado com os bancos – o tamanho da dívida é de R$ 63 milhões. Com os atrasos nos paga-
mentos das duas redes, editoras já promoveram uma série de demissões ao longo dos últimos dois
anos.
O cenário de derrocada, contudo, parece estar em descompasso com os números de vendas.
Desde o começo do ano, os dados compilados pela Nielsen, empresa de pesquisa de mercado,

263
levantados a pedido do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, mostravam que o meio livreiro
vinha dando sinais de melhoras pela primeira vez, desde o início da recessão econômica que abala
o país.
Simone Paulino, da Nós, editora independente de São Paulo, enxerga um descompasso entre as
vendas em alta e a crise. Nas palavras dela, “um paradoxo assustador.” A editora nunca vendeu
tanto na Cultura quanto nesses últimos seis meses”, diz. E é justamente nesse período que eles
não têm sido pagos.
“O modelo de produção do livro é muito complicado. Você investe desde a compra do direito autoral
ou tradução e vai investindo ao longo de todo o processo. Na hora que você deveria receber, esse
dinheiro não volta”, diz Paulino.
“Os grandes grupos têm uma estrutura de advogados que vão ter estratégia para tentar receber. E
para os pequenos? O que vai acontecer?”
Mas há uma esperança para os editores do país: o preço fixo do livro. Diante do cenário de crise, a
maior parte dos editores aposta em uma carta tirada da manga no apagar das luzes do atual gover-
no – a criação, no país, do preço fixo do livro – norma a ser implantada por medida provisória – nos
moldes de boa parte de países europeus, como França e Alemanha.
Os editores se inspiram no pujante mercado europeu. Por lá, o preço fixo existe desde 1837, quan-
do a Dinamarca criou a sua lei limitando descontos, abolida só em 2001. A crença é a de que a
crise atual é em parte causada pela guerra de preço. Unificar o valor de capa permitiria um flores-
cimento das livrarias independentes, uma vez que elas competiriam de forma mais justa com as
grandes redes.
(Folha de S. Paulo, 03.11.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa em que as duas primeiras barras da frase devem ser substituídas por vírgu-
las, e a terceira, por dois-pontos.
a) Na tentativa de recuperar/ o mercado livreiro os editores se inspiram no mercado europeu para
adotar lei criada/ na Dinamarca/ a fixação do preço fixo do livro.
b) Na tentativa de recuperar o mercado livreiro os editores/ se inspiram no mercado europeu/ para
adotar lei criada na Dinamarca/ a fixação do preço fixo do livro.
c) Na tentativa de recuperar o mercado livreiro os editores/ se inspiram no mercado europeu para
adotar/ lei criada na Dinamarca/ a fixação do preço fixo do livro.
d) Na tentativa de recuperar o mercado livreiro/ os editores se inspiram no mercado europeu/ para
adotar lei criada na Dinamarca/ a fixação do preço fixo do livro.
e) Na tentativa/ de recuperar o mercado livreiro os editores se inspiram/ no mercado europeu para
adotar lei criada na Dinamarca/ a fixação do preço fixo do livro.

QUESTÃO 14: VUNESP - PEB I (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/PEB I/2019


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Leia o texto para responder a questão.

As palavras e as coisas

Confesso que, de início, não acreditava que Moana, aos 9 anos, pudesse se interessar pela leitura
da versão integral do clássico de J.R.R. Tolkien, O Hobbit. É verdade que se trata de uma aventura
povoada por magos e repleta de objetos encantados. Mas é um romance longo, com descrições
densas e vocabulário sofisticado. Para minha surpresa, no entanto, seu envolvimento com a obra
264
crescia a cada noite que a líamos juntos.
Ao terminarmos a leitura do décimo capítulo, Moana não me desejou boa-noite. Com olhos ainda
despertos, me perguntou se não podíamos comentar aquilo que mais havia agradado até então.
Pensei que o pedido não passasse de mais uma de suas estratégias para adiar a hora de dormir.
Recusei, mas ela argumentou: “Não é assim que vocês fazem, você e a mamãe, quando leem
Arendt e Paul Ricoeur em seus grupos de estudos?”. Jamais imaginara que, quando a levamos a
esses encontros – premidos por alguma necessidade – ela pudesse prestar qualquer atenção ao
que se passava. Sempre a via absorta em suas tarefas, desenhos e leituras. Mas, em seu silêncio,
ela se dava conta do sentido de uma leitura partilhada.
Falamos, então, das transformações que ocorreram no personagem central, que abandonara sua
vida confortável e pacata de hobbit, para se tornar um aventureiro épico. Mas foi só no dia se-
guinte que percebi a profundidade contida em seu pedido para que partilhássemos as impressões
de nossas leituras. Lembrei-me de uma bela passagem de Homens em tempos sombrios, na qual
Hannah Arendt afirma que o “mundo não é humano simplesmente por ter sido feito por mãos hu-
manas, nem se torna humano meramente porque a voz humana nele ressoa. Por mais afetados
que sejamos pelas coisas do mundo [como um livro], por mais profundamente que elas possam
nos instigar e estimular, essas coisas só se tornam humanas para nós quando podemos discuti-las
com nossos companheiros”.
É porque a fala humaniza as obras que gostamos tanto de comentar um filme, de compartilhar a
interpretação de um livro ou fazer uma refeição com nossos amigos. São as expressões do discur-
so humano que transformam uma coisa – como um livro – em objeto de um legado simbólico que
nos humaniza.
Na escola, é por meio das trocas discursivas entre professores e alunos que um romance ou um
programa computacional deixam de ser coisas inertes para se transformarem em objetos que de-
sempenham uma função educativa e, assim, adquirem seu sentido humanizador. São as palavras
– e não as coisas – que conferem sentido às experiências humanas.
(José Sérgio Fonseca de Camargo, “As palavras e as coisas”. Em: http://www.revistaeducacao.com.br. Adaptado)

Na passagem “… pela leitura da versão integral do clássico de J.R.R. Tolkien, O Hobbit.”, a vírgula
é empregada porque a expressão “O Hobbit” especifica o sentido da informação anterior, que é
mais amplo – clássico de J.R.R. Tolkien. Esse mesmo uso da vírgula está presente na passagem:

a) Para minha surpresa, no entanto, seu envolvimento com a obra crescia a cada noite que a lía-
mos juntos.
b) Ao terminarmos a leitura do décimo capítulo, Moana não me desejou boa-noite.
c) “Não é assim que vocês fazem, você e a mamãe, quando leem Arendt e Paul Ricoeur em seus
grupos de estudos?”.
d) Na escola, é por meio das trocas discursivas entre professores e alunos que um romance ou
um programa computacional deixam de ser coisas inertes…
e) … para se transformarem em objetos que desempenham uma função educativa e, assim, ad-
quirem seu sentido humanizador.

QUESTÃO 15: VUNESP - IFR (PREF GRU)/PREF GRU/2019


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Leia o texto para responder a questão.

265
A arte mostra-se presente na história da humanidade desde os tempos mais remotos. Sem dúvida,
ela pode ser considerada como sendo uma necessidade de expressão do ser humano, surgindo
como fruto da relação homem/mundo. Por meio da arte a humanidade expressa suas necessida-
des, crenças, desejos, sonhos. Todos têm uma história, que pode ser individual ou coletiva. As
representações artísticas nos oferecem elementos que facilitam a compreensão da história dos
povos em cada período.
(Rosane K. Biesdorf e Marli F. Wandscheer. Arte, uma necessidade humana: função social e educativa. Itinerarius re-
flectionis.)

Assinale a alternativa em que o período do texto está repontuado em conformidade com a norma-
-padrão da língua.
a) A arte mostra-se, presente na história da humanidade, desde os tempos mais remotos.
b) Sem dúvida ela pode ser considerada, como sendo uma necessidade, de expressão do ser
humano, surgindo como fruto da relação homem/mundo.
c) Por meio da arte, a humanidade expressa suas necessidades, crenças, desejos, sonhos.
d) Todos têm uma história que, pode ser individual, ou coletiva.
e) As representações artísticas, nos oferecem elementos que facilitam, a compreensão da história
dos povos, em cada período.

QUESTÃO 16: VUNESP - COOR PEDA (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Leia o texto de Rubem Alves

A arte de educar

Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu. O educador diz: “Veja!” e, ao falar, aponta. O
aluno olha na direção apontada e vê o que nunca viu. Seu mundo se expande. Ele fica mais rico
interiormente… E ficando mais rico interiormente ele pode sentir mais alegria – que é a razão pela
qual vivemos.
Já li muitos livros sobre Psicologia da Educação, Sociologia da Educação, Filosofia da Educação…
Mas, por mais que me esforce, não consigo me lembrar de qualquer referência à Educação do
Olhar. Ou à importância do olhar na educação, em qualquer um deles.
A primeira tarefa da Educação é ensinar a ver… É através dos olhos que as crianças tomam con-
tato com a beleza e o fascínio do mundo… Os olhos têm de ser educados para que nossa alegria
aumente.
A educação se divide em duas partes: Educação das Habilidades e Educação das Sensibilidades.
Sem a Educação das Sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido. Os conheci-
mentos nos dão meios para viver. A sabedoria nos dá razões para viver.
Quero ensinar às crianças. Elas ainda têm olhos encantados. Seus olhos são dotados daquela
qualidade que, para os gregos, era o início do pensamento: a capacidade de se assombrar diante
do banal.
Para as crianças tudo é espantoso: um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o voo
dos urubus, os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu, um pião na terra. Coisas que os eru-
ditos não veem.

266
Na escola eu aprendi complicadas classificações botânicas, taxonomias, nomes latinos – mas es-
queci. E nenhum professor jamais chamou a minha atenção para a beleza de uma árvore… Ou
para o curioso das simetrias das folhas. Parece que naquele tempo as escolas estavam mais preo-
cupadas em fazer com que os alunos decorassem palavras que com a realidade para a qual elas
apontam.
As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para me-
lhorar os olhos. Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem… O ato de ver não é coisa
natural. Precisa ser aprendido. Quando a gente abre os olhos, abrem-se as janelas do corpo e o
mundo aparece refletido dentro da gente. São as crianças que, sem falar, nos ensinam as razões
para viver. Elas não têm saberes a transmitir. No entanto, elas sabem o essencial da vida. Quem
não muda sua maneira adulta de ver e sentir e não se torna como criança, jamais será sábio.
(Disponível em:< https://psicologiaacessivel.net>.Acesso em: 18.11.2018)

Observe a pontuação do trecho destacado. É correto afirmar que, nele, os dois-pontos anunciam
a) uma enumeração de elementos independentes no sentido e com diferentes funções, separados
por vírgulas.
b) uma síntese do que foi mencionado anteriormente; as vírgulas separam elementos dessa sín-
tese, em sequência.
c) expressões que estão resumidas no pronome “tudo”; as vírgulas separam elementos que exer-
cem a mesma função no enunciado.
d) sequência de elementos, separados por vírgulas, os quais têm a função de expor contradições
de sentido entre uns outros.
e) informações que especificam o termo “crianças”, enunciado anteriormente; as vírgulas isolam
essas informações com função enumerativa.

QUESTÃO 17: VUNESP - PROF EF (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/2019


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Leia a tira para responder à questão.

(Frank & Ernest. Bob Thaves. O Estado de S. Paulo, 12.11.2018. Adaptado)

As reticências e as aspas estão respectivamente empregadas na frase da tira para indicar que o
personagem
A) interrompe brevemente a fala antes de mencionar a consequência dos fatos; e para ressaltar a
incoerência expressa pela palavra choques.
B) interrompe brevemente a fala antes de mencionar a consequência dos fatos; e para ressaltar o
duplo sentido da palavra choques.
C) interrompe a fala motivado por incertezas; e para ressaltar o sentido irônico atribuído à palavra
choques.
D) interrompe a fala motivado por incertezas; e para ressaltar o sentido literal da palavra choques.
E) interrompe a fala para criar suspense para o interlocutor; e para ressaltar o sentido impreciso

267
dado à palavra choques.

QUESTÃO 18: VUNESP - ATI (PREF VALINHOS)/PREF VALINHOS/SAI/2019


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Leia o texto, para responder a questão:

Os millennials – pessoas que têm, hoje, entre 18 e 35 anos –, também conhecidos por Geração
Y, têm impactado a forma de a sociedade consumir. Esse grupo, cuja maioria trabalha ou estuda,
além de ser engajada em causas sociais e ambientais, segundo levantamento da startup de pes-
quisas MindMiners, deve atingir seu auge em 2020.
Os objetos de desejo desses indivíduos variam de acordo com a classe social. Segundo a sociólo-
ga e pesquisadora da Antenna Consultoria e Pesquisa, Marilene Pottes, enquanto as mais baixas
priorizam bens duráveis e conforto, as mais altas – que contam com maior suporte financeiro dos
pais – valorizam vivências.
Embora os especialistas concordem que esse público é exigente e autêntico, há divergências sobre
o recorte exato das idades. Uma pesquisa do Statista, portal alemão líder de estatísticas inter-
nacionais na internet, por exemplo, considera consumidores que eram adolescentes na virada do
milênio. Já a empresa de pesquisas Kantar Worldpanel abrange pessoas nascidas de 1979 a 1996.
Outro contorno engloba nascidos no início dos anos 80 até meados de 90: nesse caso, teriam re-
cebido a denominação de millennials por atingirem idade de discernimento a partir dos anos 2000,
ou se tornarem consumidores na época. Esses jovens se reconhecem como trabalhadores e ambi-
ciosos. Apesar disso, uma grande parte ainda mora com os pais ou outros parentes, dependendo
financeiramente da família.
– É uma geração que pôde estudar mais e ingressar no mercado de trabalho mais tarde. Alguns os

consideram mimados, mas, na verdade, eles apenas não querem aceitar qualquer tipo de traba-
lho – explica a gerente de marketing da MindMiners, Danielle Almeida.
A Bridge Research também fez um estudo sobre os hábitos desses jovens adultos:
– Essas pessoas são multitarefas, conseguem trabalhar olhando para o celular, por exemplo. Tam-

bém são menos leais a marcas do que pessoas de outras idades – destaca Renato Trindade,
diretor da empresa de pesquisa. Para o professor da FGV, Roberto Kanter, a principal razão de
agradar à geração Y é seu inédito poder de influência:
– Devido às mídias sociais, os consumidores, e não mais os meios de comunicação, têm sido a

principal fonte de informação sobre produtos e serviços.


(Disponível em:<https://oglobo.globo.com/economia>.Acesso em 01.05.2019. Adaptado)

Assinale a alternativa em que as vírgulas são empregadas com a mesma função do travessão du-
plo na passagem – ...enquanto as mais baixas priorizam bens duráveis e conforto, as mais altas
– que contam com maior suporte financeiro dos pais – valorizam vivências.

A) Essas pessoas são multitarefas, conseguem trabalhar olhando para o celular, por exemplo.
B) Alguns os consideram mimados, mas, na verdade, eles apenas não querem aceitar qualquer tipo
de trabalho.
C) Uma pesquisa do Statista, portal alemão líder de estatísticas internacionais na internet, por
exemplo, considera consumidores que eram adolescentes na virada do milênio.
D) ... nesse caso, teriam recebido a denominação de millennials por atingirem idade de discerni-
mento a partir dos anos 2000, ou se tornarem consumidores na época.
268
E) Apesar disso, uma grande parte ainda mora com os pais ou outros parentes, dependendo finan-
ceiramente da família.

QUESTÃO 19: VUNESP - DIR (CM 2 CÓRREGOS)/CM 2 CÓRREGOS/CONTÁBIL LE-


GISLATIVO/2018
Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)

Destruindo Riqueza

A economia cresce encontrando soluções, em geral tecnológicas, para reduzir ineficiências e, nes-
se processo, libera mão de obra.
Um exemplo esclarecedor é o do emprego agrícola nos EUA. Até 1800, a produção de alimentos
exigia o trabalho de 95% da população do país. Em 1900, a geração de comida para uma população
já bem maior mobilizava 40% da força de trabalho e, hoje, essa proporção mal chega a 3%. Quem
abandonou a roça foi para cidades, integrando a força de trabalho da indústria e dos serviços.
Esse processo pode ser cruel para com indivíduos que ficam sem emprego e não conseguem se
reciclar, mas é dele que a sociedade extrai sua prosperidade. É o velho fazer mais com menos.
A internet, com sua incrível capacidade de conectar pessoas, abriu novos veios de ineficiências a
eliminar. Se você tem um carro e não é chofer de praça nem caixeiro viajante, ele passa a maior
parte do dia parado, o que é uma ineficiência. Se você tem um imóvel vago ou mesmo um dor-
mitório que ninguém usa, está sendo improdutivo. O mesmo vale para outros apetrechos que
você possa ter, mas são subutilizados. Os aplicativos de compartilhamento, ao ligar de forma ins-
tantânea demandantes a ofertantes, permitem à sociedade fazer muito mais com aquilo que já foi
produzido (carros, prédios, tempo disponível etc.), que é outro jeito de dizer que ela fica mais rica.
É claro que isso só dá certo se não forem criadas regulações desnecessárias que embaracem os
acertos voluntários entre as partes. A burocratização da oferta de serviços de aplicativos torna-os
indistinguíveis. Dá para descrever isso como a destruição de riqueza.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 31.10.2017. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a reescrita da frase “A internet, com sua incrível capacidade de co-
nectar pessoas, abriu novos veios de ineficiências a eliminar” permanece coerente com as ideias
do texto e correta quanto à pontuação, de acordo com a norma-padrão da língua.
a) Com sua incrível capacidade de conectar pessoas, a internet abriu novos veios de ineficiências
a eliminar.
b) Com sua incrível capacidade de conectar pessoas a internet, abriu novos veios de ineficiências
a eliminar.
c) Com sua incrível capacidade de conectar pessoas a internet abriu, novos veios de ineficiências
a eliminar.
d) Com sua incrível capacidade de conectar pessoas a internet abriu novos, veios de ineficiências
a eliminar.
e) Com sua incrível capacidade de conectar pessoas a internet abriu novos veios, de ineficiências
a eliminar.

QUESTÃO 20: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/I/2018


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Leia o texto para responder à questão.
269
Black Friday? Levantamento feito pela Folha* mostrou que boa parte dos “descontos” oferecidos
nesta sexta-feira não passa de manipulações até meio infantis de preços, com o objetivo de iludir
o consumidor.
Antes, porém, de imprecar contra a ganância dos capitalistas, convém perguntar se os consumi-
dores não desejam ser enganados. E há motivos para acreditar que pelo menos uma parte deles
queira.
No recém-lançado Dollars and Sense (dinheiro e juízo), Dan Ariely e Jeff Kreisler relatam um expe-
rimento natural que mostra que pessoas podem optar por ser “ludibriadas” voluntariamente e que,
em algum recôndito do cérebro, isso faz sentido.
A JCPenney é uma centenária loja de departamentos dos EUA que se celebrizou por jogar seus
preços na lua para depois oferecer descontos “irresistíveis”. Ao fim e ao cabo, os preços efetiva-
mente praticados estavam em linha com os da concorrência, mas os truques utilizados proporcio-
navam aos consumidores a sensação, ainda que ilusória, de ter feito um bom negócio, o que lhes
dava prazer.
Em 2012, o então novo diretor executivo da empresa Ron Johnson, numa tentativa de moderni-
zação, resolveu acabar com a ginástica de remarcações e descontos e adotar uma política de
preços “justa e transparente”.
Os clientes odiaram. Em um ano, a companhia perdera US$ 985 milhões e Johnson ficou sem
emprego. Logo em seguida, a JCPenney remarcou os preços de vários de seus itens em até 60%
para voltar a praticar os descontos irresistíveis. Como escrevem Ariely e Kreisler, “os clientes da
JCPenney votaram com suas carteiras e escolheram ser manipulados”.
Num mundo em que o cliente sempre tem razão, não é tão espantoso que empresas se dediquem
a vender-lhe as fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas com um clique
de computador.
* Jornal Folha de São Paulo
(‘Caveat emptor’. Hélio Schwartsman. http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/helioschwartsman/2017/11/1937658-caveat-emptor.shtml
24.11.2017. Adaptado)

Considere os seguintes trechos do texto:


... boa parte dos “descontos” oferecidos nesta sexta-feira não passa de manipulações... (1o pará-
grafo)
... para depois oferecer descontos “irresistíveis”. (4o parágrafo)
As aspas são empregadas nas palavras em destaque, nesse contexto, com a finalidade de:
a) relativizar o sentido dessas palavras, indicando que a ideia de descontos irresistíveis é questio-
nável.
b) ironizar o resultado do estudo em que se defende que alguns descontos são apenas aparentes.
c) enfatizar a ideia de que os consumidores são criteriosos e resistem às promoções oferecidas
pelo comércio.
d) indicar que essas informações destacadas foram extraídas do estudo referido no texto e que
devem ser creditadas a ele.
e) indicar que são citações do jornal que fez o levantamento e do autor do experimento, respecti-
vamente.

270
QUESTÃO 21: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/I/2018
Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Leia o texto para responder à questão.

Black Friday? Levantamento feito pela Folha* mostrou que boa parte dos “descontos” oferecidos
nesta sexta-feira não passa de manipulações até meio infantis de preços, com o objetivo de iludir
o consumidor.
Antes, porém, de imprecar contra a ganância dos capitalistas, convém perguntar se os consumi-
dores não desejam ser enganados. E há motivos para acreditar que pelo menos uma parte deles
queira.
No recém-lançado Dollars and Sense (dinheiro e juízo), Dan Ariely e Jeff Kreisler relatam um expe-
rimento natural que mostra que pessoas podem optar por ser “ludibriadas” voluntariamente e que,
em algum recôndito do cérebro, isso faz sentido.
A JCPenney é uma centenária loja de departamentos dos EUA que se celebrizou por jogar seus
preços na lua para depois oferecer descontos “irresistíveis”. Ao fim e ao cabo, os preços efetiva-
mente praticados estavam em linha com os da concorrência, mas os truques utilizados proporcio-
navam aos consumidores a sensação, ainda que ilusória, de ter feito um bom negócio, o que lhes
dava prazer.
Em 2012, o então novo diretor executivo da empresa Ron Johnson, numa tentativa de moderni-
zação, resolveu acabar com a ginástica de remarcações e descontos e adotar uma política de
preços “justa e transparente”.
Os clientes odiaram. Em um ano, a companhia perdera US$ 985 milhões e Johnson ficou sem
emprego. Logo em seguida, a JCPenney remarcou os preços de vários de seus itens em até 60%
para voltar a praticar os descontos irresistíveis. Como escrevem Ariely e Kreisler, “os clientes da
JCPenney votaram com suas carteiras e escolheram ser manipulados”.
Num mundo em que o cliente sempre tem razão, não é tão espantoso que empresas se dediquem
a vender-lhe as fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas com um clique
de computador.
* Jornal Folha de São Paulo
(‘Caveat emptor’. Hélio Schwartsman. http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/helioschwartsman/2017/11/1937658-caveat-emptor.shtml
24.11.2017. Adaptado)

Considere o seguinte trecho para responder à questão.


Num mundo em que o cliente sempre tem razão, não é tão espantoso que empresas se dediquem
a vender-lhe as fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas com um clique
de computador.

Assinale a alternativa em que a frase reescrita está correta quanto ao emprego da vírgula, confor-
me a norma-padrão da língua.

A) Não é tão espantoso que, num mundo, em que o cliente sempre tem razão, empresas se dedi-
quem a vender-lhe as fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas...
B) Não é tão espantoso que, num mundo em que o cliente, sempre tem razão, empresas se dedi-
quem a vender-lhe as fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas...
C) Não é tão espantoso que, num mundo em que o cliente sempre tem razão, empresas se dedi-

271
quem a vender-lhe, as fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas...
D) Não é tão espantoso que, num mundo em que o cliente sempre tem razão, empresas se dedi-
quem a vender-lhe as fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas...
E) Não é tão espantoso que num mundo em que, o cliente sempre tem razão, empresas se dedi-
quem a vender-lhe, as fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas...

QUESTÃO 22: VUNESP - PEB I (PREF GARÇA)/PREF GARÇA/2018


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Leia o trecho da entrevista da professora Magda Soares à Pesquisa Fapesp para responder à
questão.

O sociólogo Pierre Bourdieu foi meu grande guru. Ele mostrou como a linguagem é usada como
instrumento de poder na sociedade. Portanto, é importante dar às pessoas esse instrumento. As
camadas populares têm que lutar muito contra a discriminação e a injustiça, e a linguagem é um
instrumento fundamental. Alfabetização e letramento têm esse objetivo: dar às pessoas o domínio
da língua como instrumento de inserção na sociedade e de luta por direitos fundamentais. Em rela-
ção à língua escrita, a criança tem que aprender duas coisas. Uma é o sistema de representação,
que é o sistema alfabético. Esse é um processo que trabalha determinadas operações cognitivas
e tem que levar em conta as características do sistema alfabético, é saber decodificar o que está
escrito, ou codificar o que deseja escrever. Mas isso deve ser feito em contexto de letramento, com
textos reais, não com o clássico exemplo “Eva viu a uva”. Que Eva? Que uva? Tradicionalmente a
alfabetização se resumia a codificar e decodificar, porque o foco era a criança aprender apenas o
código. Mas a questão é que a criança precisa aprender o código sabendo para o que ele serve.
A escrita é uma tecnologia como outras. É importante aprender a escrever, conhecer a relação fo-
nema-letra, saber que se escreve de cima para baixo, da esquerda para a direita, aprender as
convenções da escrita. Mas essa tecnologia, como toda tecnologia, só tem sentido para ser usada:
para saber interpretar textos, fazer inferências, ler diferentes gêneros, o que significa outra coisa
e exige outras habilidades e competências. Aprender o sistema de escrita é alfabetização. Aprender
os usos sociais do sistema de escrita é letramento.
(http://revistapesquisa.fapesp.br. Adaptado)

Na passagem “Uma é o sistema de representação, que é o sistema alfabético.”, emprega-se a vír-


gula pelo mesmo motivo que no seguinte trecho:

a) É desejável, no processo de desenvolvimento da leitura, que se ofereçam livros com assuntos


variados aos jovens leitores.
b) Os professores precisam entender, com certeza, que as crianças podem chegar a um mesmo
resultado por meio de distintas operações.
c) Trata-se de um livro, vale dizer, que explora a relação das crianças com a leitura e a escrita em
um ambiente de aprendizagem lúdico.
d) O fato é que, muitas vezes, as crianças dedicam-se a tarefas de leitura com tanto empenho que
surpreendem seus professores.
e) É preciso entender o desenvolvimento cognitivo das crianças, que fazem operações muito mais
complexas do que pensamos.

272
QUESTÃO 23: VUNESP - CI (PAULIPREV)/PAULIPREV/2018
Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Leia o texto para responder à questão.

Psiquiatras em pé de guerra

Os psiquiatras americanos estão em pé de guerra, e o motivo é Donald Trump, mais especificamen-


te seu estado mental.
Já durante a campanha eleitoral, alguns profissionais de saúde mental diziam que Trump não ba-
tia bem. Depois da posse e dos primeiros “tweets”* presidenciais, essas vozes se multiplicaram e
culminaram, em outubro, na publicação de The Dangerous Case of Donald Trump (O perigoso caso
de Donald Trump), volume organizado pela psiquiatra Bandy Lee, no qual profissionais de saúde,
advogados e jornalistas tentam mostrar que o presidente não estaria apto a exercer suas funções.
Os textos trazem considerações interessantes e muita informação, mas não dá para ignorar que a
obra é acima de tudo política.
O problema é que a Associação Psiquiátrica Americana (APA) tem, desde 73, uma diretriz, conhe-
cida como regra Goldwater, que autoriza profissionais a dividir com o público seu conhecimento
técnico, mas considera antiético que deem opinião sobre pessoas que não tenham examinado. A
regra foi reforçada em 2017. A ideia é evitar diagnósticos pela TV, bem como tornar mais robusta a
separação entre psiquiatria e política.
Os autores da obra sobre Trump estão cientes da norma. Ela é objeto de longo debate na parte
dois do livro. O que alegam é que, por vezes, a obrigação do médico de alertar a comunidade para
riscos que ela corre prevalece sobre a privacidade. Se o médico desconfia de que seu paciente
psicótico planeja assassinar alguém, precisa alertar a vítima potencial, mesmo que isso implique
violação do sigilo profissional.
A discussão é boa, e ambos os lados têm argumentos. Penso que, em teoria, a necessidade de se
fazer um alerta sobre a saúde mental de pacientes sobrepuja a regra Goldwater. Mas seria preciso
encontrar um modo de reduzir um pouco as investidas políticas dos psiquiatras. Se deixarmos que
a prática médica e a política se misturem, é quase certo que a medicina sairá perdendo.

* tweet: mensagem enviada pela rede social Twitter.

(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo, 21.01.2018. Adaptado)

Considere o seguinte trecho do texto, para responder à questão.


• A regra foi reforçada em 2017. A ideia é evitar diagnósticos pela TV, bem como tornar mais ro-
busta a separação entre psiquiatria e política.

Assinale a alternativa em que a reescrita do trecho está de acordo com a norma-padrão de pontua-
ção e conserva o sentido original do texto.
a) Reforçada em 2017 a ideia da regra, é evitar diagnósticos pela TV, bem como tornar mais ro-
busta, a separação entre psiquiatria e política.
b) A regra, cuja ideia é evitar diagnósticos pela TV, bem como tornar mais robusta a separação
entre psiquiatria e política, foi reforçada em 2017.
c) Foi reforçada em 2017, a regra que tem, a finalidade de evitar diagnósticos pela TV, bem como

273
tornar mais robusta a separação entre psiquiatria e política.
d) Em 2017, foi reforçada a regra cuja ideia, é evitar diagnósticos pela TV, bem como tornar mais
robusta a separação entre psiquiatria e política.
e) A regra que tem a finalidade, de evitar diagnósticos pela TV, bem como tornar mais robusta a
separação entre psiquiatria e política foi reforçada, em 2017.

QUESTÃO 24: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/II/ARTES/2018


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Assinale a alternativa em que a pontuação está em conformidade com a norma-padrão da língua.

a) Os alunos, ocasionalmente, dão aulas sobre como usar diferentes ferramentas.


b) Ocasionalmente os alunos, dão aulas sobre como usar diferentes ferramentas.
c) Os alunos dão ocasionalmente, aulas sobre como usar diferentes ferramentas.
d) Os alunos dão, aulas ocasionalmente, sobre como usar diferentes ferramentas.
e) Os alunos dão aulas sobre como usar ocasionalmente, diferentes ferramentas.

QUESTÃO 25: VUNESP - JORN (CM INDAIATUBA)/CM INDAIATUBA/2018


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Leia o texto, para responder à questão.

Do direito do mais forte

Nunca o mais forte o é tanto para ser sempre senhor, se não converte a força em direito, e em dever
a obediência; eis donde vem o direito do mais forte, direito que irônica e aparentemente se tomou,
e na realidade se estabeleceu em princípios. A força é um poder físico, não imagino qual moralida-
de possa resultar de seus efeitos; ceder à força é ato preciso, e não voluntário, ou quando muito
prudente: em que sentido pode ser uma obrigação?
Suponhamos por um momento esse pretendido direito. Eu afirmo que dele só dimana o caos inex-
plicável; pois logo que a força faz o direito, com a causa muda o efeito, e toda força que excede
a primeira toma o lugar de direito dela. Logo que a salvo podes desobedecer, legitimamente o fa-
zes, e, como tem sempre razão o mais forte, tratemos só de o ser. Qual é, pois, o direito que resta,
quando cessa a força? Se por força cumpre obedecer, desnecessário é o direito; e se não somos
forçados a obedecer, que obrigação nos resta de o fazer? Logo, está claro que a palavra direito
nada ajunta à força, e não tem aqui significação alguma.
(Jean-Jacques Rousseau. Do contrato social. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a vírgula é utilizada segundo o mesmo princípio que determina seu
emprego na passagem “Logo que a salvo podes desobedecer, legitimamente o fazes...”
a) ... eis donde vem o direito do mais forte, direito que irônica e aparentemente se tomou...
b) ... ceder à força é ato preciso, e não voluntário...
c) ... com a causa muda o efeito, e toda força que excede a primeira toma o lugar de direito dela...
d) Se por força cumpre obedecer, desnecessário é o direito...
e) Logo, está claro que a palavra direito nada ajunta à força...

QUESTÃO 26: VUNESP - DELEG (PC BA)/PC BA/2018


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)

274
Vamos partir de uma situação que grande parte de nós já vivenciou. Estamos saindo do cinema,
depois de termos visto uma adaptação de um livro do qual gostamos muito. Na verdade, até que
gostamos do filme também: o sentido foi mantido, a escolha do elenco foi adequada, e a trilha so-
nora reforçou a camada afetiva da narrativa. Por que então sentimos que algo está fora do lugar?
Que está faltando alguma coisa?
O que sempre falta em um filme sou eu. Parto dessa ideia simples e poderosa, sugerida pelo teórico
Wolfgang Iser em um de seus livros, para afirmar que nunca precisamos tanto ler ficção e poesia
quanto hoje, porque nunca precisamos tanto de faíscas que ponham em movimento o mecanismo
livre da nossa imaginação. Nenhuma forma de arte ou objeto cultural guarda a potência escondida
por aquele monte de palavras impressas na página.
Essa potência vem, entre outros aspectos, do tanto que a literatura exige de nós, leitores. Não falo
do esforço de compreender um texto, nem da atenção que as histórias e os poemas exigem de
nós – embora sejam incontornáveis também. Penso no tanto que precisamos investir de nós, como
sujeitos afetivos e como corpos sensíveis, para que as palavras se tornem um mundo no qual pe-
netramos.
Somos bombardeados todo dia, o dia inteiro, por informações. Estamos saturados de dados e de
interpretações. A literatura – para além do prazer intelectual, inegável – oferece algo diferente. Tra-
ta-se de uma energia que o teórico Hans Ulrich Gumbrecht chama de “presença” e que remete a
um contato com o mundo que afeta o corpo do indivíduo para além e para aquém do pensamento
racional.
Muitos eventos produzem presença, é claro: jogos e exercícios esportivos, shows de música, en-
contros com amigos, cerimônias religiosas e relações amorosas e sexuais são exemplos óbvios.
Por que, então, defender uma prática eminentemente intelectual, como a experiência literária, com
o objetivo de “produzir presença”, isto é, de despertar sensações corpóreas e afetos? A resposta
está, como já evoquei mais acima, na potência guardada pela ficção e pela poesia para disparar a
imaginação. Mas o que é, afinal, a imaginação, essa noção tão corriqueira e sobre a qual refletimos
tão pouco?
Proponho pensar a imaginação como um espaço de liberdade ilimitada, no qual, a partir de estímu-
los do mundo exterior, somos confrontados (mas também despertados) a responder com memó-
rias, sentimentos, crenças e conhecimentos para forjar, em última instância, aquilo que faz de cada
um de nós diferente dos demais. A leitura de textos literários é uma forma privilegiada de disparar
esse mecanismo imenso, porque demanda de nós todas essas reações de modo ininterrupto, exige
que nosso corpo esteja ele próprio presente no espaço ficcional com que nos deparamos, sob pena
de não existir espaço ficcional algum.
(Ligia G. Diniz. https://brasil.elpais.com. 22.02.2018. Adaptado)

Considerando as regras de pontuação de acordo com a norma-padrão, assinale a alternativa em


que um trecho do texto está corretamente reescrito.
a) Essa potência vem – entre outros aspectos – do tanto que a literatura exige, de nós leitores.
b) Não falo do esforço de compreender um texto nem da atenção, que as histórias e os poemas,
exigem de nós. Embora sejam incontornáveis, também.
c) A literatura para além do prazer intelectual (inegável); oferece algo diferente.
d) A resposta está (como já evoquei mais acima) na potência guardada pela ficção, e pela poesia,
para disparar a imaginação.

275
e) Mas afinal o que é, a imaginação? Essa noção tão corriqueira, e sobre a qual refletimos, tão
pouco?

QUESTÃO 27: VUNESP - DIR (PREF GARÇA)/PREF GARÇA/2018


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Leia um trecho da entrevista com Haroldo Rocha, secretário estadual de Educação do Espírito
Santo.

Apesar dos bons resultados, o Estado avançou menos nos anos finais do ensino fundamental.
Quais as barreiras?
De fato, isso é um fenômeno nacional. Do 1º ao 5º ano, há uma melhoria mais acelerada, e do 6º
ao 9º, com menos potência.
Há dois fenômenos. Um é interno: do 6º ao 9º ano muita coisa muda para a criança. Está passando
para a adolescência e deixa de ter uma professora para ter dez. E a escola não tem uma metodo-
logia bem articulada para que todos os conhecimentos ali passados façam sentido.
Há também uma questão externa. Adultos e crianças hoje são muito afetados por tecnologia, re-
des sociais, trocas de informação. O mundo está muito dispersivo, e a aprendizagem exige foco e
concentração.
É um desafio adicional para a escola. Além do desenvolvimento acadêmico e cognitivo – ler, escre-
ver, fazer contas, interpretar história –, a escola terá que se preocupar com o desenvolvimento de
competências socioemocionais: metodologia para que as crianças aprendam a administrar suas
emoções, trabalhar em equipe, ter foco, persistência, resiliência.
O governo capixaba coordenou pesquisa para descobrir por que jovens de 14 a 29 anos deixaram a
escola. Que política esse diagnóstico inspirou?
Esses jovens foram alunos de nossas escolas públicas e as abandonaram porque precisavam tra-
balhar, engravidaram, não gostavam de estudar ou achavam a escola chata.
O que mais temos discutido é como envolver o jovem com a escola. Recentemente introduzimos o
líder de turma, escolhido pelos colegas para discutir soluções pela ótica dos alunos.
Por que projetos-piloto nem sempre dão os mesmos resultados na sala de aula?
Falta de treinamento é um motivo. O professor é absolutamente estratégico. É fundamental capaci-
tar de um ponto de vista bem operacional como ele trabalha com o aluno. O mundo mudou muito,
as exigências são outras.
O trabalho do professor hoje é totalmente diferente, e as instituições formadoras ainda trabalham
de forma tradicional. Fazemos pesquisa e estamos gastando muita energia para definir a formação
do professor do século 21.
Não nos cabe achar que hoje está pior ou melhor que no passado, mas nos programarmos para
atender a criança no mundo de hoje, diverso, em que tudo é muito rápido, em que nada se sus-
tenta, com profissões que nem existem mais e outras que a gente nem imagina.
Como motivar se falamos de coisas de antigamente? É um desafio diferente. Os professores preci-
sam ser capazes de ler o mundo desses alunos.
(Ana Estela de Sousa Pinto e Érica Fraga. Folha de S.Paulo, 09.12.2017. Adaptado)

De acordo com a norma-padrão, a pontuação foi empregada corretamente em:


a) Do 1º ao 5º ano do ensino fundamental ocorrem, os avanços mais significativos, no desempe-
nho das crianças.

276
b) Já que os alunos apresentam diferentes necessidades é fundamental, capacitar o professor em
nível operacional, para atender a essa demanda.
c) É comum que, muitos jovens, por causa do trabalho, da gravidez e do desinteresse pelos estu-
dos, abandonem a escola.
d) Além do desenvolvimento cognitivo, tradicionalmente a cargo dos professores, a escola tem de
promover, sempre que possível, a sociabilização.
e) Obter foco e concentração das crianças, é um desafio adicional para a escola atual, afinal, nos-
sa realidade é marcada por constantes transformações.

QUESTÃO 28: VUNESP - ASR I (ARSESP)/ARSESP/RELAÇÕES INSTITUCIONAIS,


RECURSOS HUMANOS, PROTOCOLO E ADMINISTRATIVO/2018
Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)

A revolução digital fortalece as previsões de que as casas ou lares inteligentes oferecerão mais
conveniência e menos dispêndio de energia em um futuro.
A definição de conveniência para esses novos lares tecnológicos, com redução ou eliminação de
trabalhos domésticos. Portanto, para que as edificações inteligentes tenham sucesso, elas deve-
rão se estruturar com base nessa visão de conveniência como solução para os que vivem em um
mundo acelerado e estar ancoradas em uma grande variedade de sistemas tecnológicos acessí-
veis e fáceis de operar, tornando a vida das pessoas mais simples.
Além da conveniência, outro relevante benéfico das casas inteligentes, para os consumidores é a
sua capacidade de incorporar aspectos relacionados à administração do gasto de energia, prin-
cipalmente com iluminação, condicionamento de ar eletrodomésticos. Um conjunto de sensores,
adequadamente configurados para gerenciar esses sistemas, pode gerar diminuição considerável
nos gastos com energia, com reflexos ambientais e econômicos importantes.
O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia de-
senvolveu um estudo para avaliar a economia no consumo de energia gerada com o uso de sen-
sores inteligentes, em um apartamento de um dormitório, cozinha, sala de estar, sala de jantar e
banheiro. O estudo concluiu que a economia pode chegara quase 40% do consumo médio mensal
de energia.
A tendência de crescimento desse mercado é clara. A empresa de pesquisa Zion Research prevê
que a tecnologia das casas inteligentes deve alcançar um faturamento de US$ 53 bilhões (R$170
bi) em 2022. O crescimento estará calcado, principalmente, na conexão da casa com os ambientes
digitais externos, como por exemplo, a conexão do refrigerador com os equipamentos dos fornece-
dores de alimentos.
Naturalmente, a tecnologia das casas inteligentes continuará a evoluir, tornando-se acessível e ba-
rata. Com isso, mais pessoas poderão utilizar-se dela, e novos padrões, modelos e estilos de vida
devem se consolidar, principalmente nas áreas urbanas.
( Claudio Bernades. Casas inteligentes trarão conveniência e reduzirão gasto de energia. Folha de S. Paulo. www.folha.uol.com.br. 22.01.18.
Adaptado)

Após o deslocamento da expressão destacada, permanece de acordo com a norma- padrão a fra-
se:
a) A tecnologia das casas inteligentes naturalmente, continuará a evoluir tornando-se acessível
e barata.
b) A tecnologia das casas inteligentes continuará e evoluir tornando-se naturalmente, acessível
277
e barata
c) A tecnologia das casas inteligentes continuará a evoluir tornando-se naturalmente acessível
e barata.
d) A tecnologia das casas inteligentes continuará, naturalmente a evoluir tornando-se acessível
e barata
e) A tecnologia das casas inteligentes continuará a evoluir, naturalmente, tornando-se acessível
e barata

QUESTÃO 29: VUNESP - INV POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Assinale a alternativa correta quanto à pontuação.

a) O investimento em redução da evasão escolar e as políticas voltadas para os jovens, de fato,


são importantes.
b) Fique claro que, tal correção de rumo, não corresponde à complacência, como se pode pensar.
c) O jornal há anos, vem mantendo posição, de reservar o cárcere para autores de crimes violen-
tos.
d) O Brasil está abrigando atrás de EUA e China, a terceira maior população carcerária do mundo.
e) A certeza da punição, é o principal fator de dissuasão, e não, o rigor ou o tamanho da pena.

QUESTÃO 30: VUNESP - ESC POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
As crianças e os adolescentes estão vivendo boa parte de seu tempo no mundo virtual, principal-
mente por meio de seus aparelhos celulares. Em relatório divulgado em dezembro de 2017, o UNI-
CEF usou a expressão “cultura do quarto” para indicar um dos efeitos desse fenômeno. Os mais
novos têm escolhido o isolamento do espaço privado em detrimento do uso do espaço público para
se dedicarem à imersão nas redes.
Você certamente já viu agrupamentos de adolescentes que interagiam mais com seu celular do
que uns com os outros, não é? Pois bem: esse comportamento gera consequências, sendo que
algumas delas não colaboram para o bom desenvolvimento dos mais novos. Como eles aprendem
a se relacionar, por exemplo? Relacionando- se com seus pares! Acontece que o relacionamento
no mundo virtual é radicalmente diferente daquele que ocorre na vida real, o que nos faz levantar a
hipótese de que eles têm se desenvolvido com deficit no processo de socialização.
E como se aprenderia a ter – e a proteger – privacidade? Primeiramente sabendo a diferença entre
intimidade e convívio social. Explorar o mundo social simultaneamente ao real cria uma grande difi-
culdade nessa diferenciação. Não é à toa que já se expôs na rede a privacidade de tantas crianças
e jovens, com grande prejuízo pessoal!
(Rosely Sayão, As crianças e as tecnologias. Veja, 28-02-2018. Adaptado)

A autora utiliza um recurso com a finalidade comunicativa de simular um diálogo com o leitor e de
marcar a presença dela no texto. Trata-se do emprego de frases, respectivamente,
a) imperativas e declarativas.
b) imperativas e interrogativas.
c) declarativas e interrogativas.
d) exclamativas e declarativas.
e) interrogativas e exclamativas.
278
QUESTÃO 31: VUNESP - ESC POL (PC SP)/PC SP/2018
Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)

Debaixo da ponte

Moravam debaixo da ponte. Oficialmente, não é lugar onde se more, porém eles moravam. Nin-
guém lhes cobrava aluguel, imposto predial, taxa de condomínio: a ponte é de todos, na parte de
cima; de ninguém, na parte de baixo. Não pagavam conta de luz e gás porque luz e gás não con-
sumiam. Não reclamavam da falta d’água, raramente observada por baixo de pontes. Problema
de lixo não tinham; podia ser atirado em qualquer parte, embora não conviesse atirá-lo em parte
alguma, se dele vinham muitas vezes o vestuário, o alimento, objetos de casa. Viviam debaixo da
ponte, podiam dar esse endereço a amigos, receber amigos, fazer os amigos desfrutarem como-
didades internas da ponte.
À tarde surgiu precisamente um amigo que morava nem ele mesmo sabia onde, mas certamente
morava: nem só a ponte é lugar de moradia para quem não dispõe de outro rancho. Há bancos
confortáveis nos jardins, muito disputados; a calçada, um pouco menos propícia; a cavidade na
pedra, o mato. Até o ar é uma casa, se soubermos habitá-lo, principalmente o ar da rua. O que
morava não se sabe onde vinha visitar os de debaixo da ponte e trazer-lhes uma grande posta de
carne.
(Carlos Drummond de Andrade. A bolsa e a vida. Adaptado)
É correto afirmar que, na passagem – Ninguém lhes cobrava aluguel, imposto predial, taxa de con-
domínio: a ponte é de todos, na parte de cima; de ninguém, na parte de baixo. –, os dois-pontos
são empregados para introduzir uma
a) condição, podendo ser substituídos pela conjunção “se”.
b) comparação, podendo ser substituídos pela conjunção “como”.
c) conclusão, podendo ser substituídos pela conjunção “portanto”.
d) concessão, podendo ser substituídos pela conjunção “embora”.
e) explicação, podendo ser substituídos pela conjunção “pois”.

QUESTÃO 32: VUNESP - ESC POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)

279
(Bill Watterson, As aventuras de Calvin e Haroldo)

Acerca do emprego de aspas no primeiro e no segundo quadrinho da tira, é correto afirmar que,
a) no primeiro, as aspas sinalizam a citação de uma frase; no segundo, dão destaque a uma pa-
lavra.
b) em ambos, as aspas sinalizam expressões empregadas em sentido figurado pelo menino Cal-
vin.
c) em ambos, as aspas sinalizam a fala da personagem que faz a pergunta ao tigre Haroldo.
d) no primeiro, as aspas sinalizam uma frase que está sendo lida; no segundo, marcam uma ex-
pressão de gíria.
e) no primeiro, as aspas sinalizam uma frase que a personagem quer destacar; no segundo, mar-
cam o emprego de palavra descontextualizada.

QUESTÃO 33: VUNESP - DIR DF (CM JALES)/CM JALES/2018


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)

Emoções são uma construção social. Essa é, numa frase, a tese central de Lisa Feldman Barrett
em “How Emotions Are Made” (“Como são feitas as emoções”). Não haveria nada de surpreen-
dente se Barrett fosse professora em algum departamento de estudos de gênero, mas ela é uma
neurocientista e afirma que suas conclusões estão amparadas em sólida evidência empírica.
O ponto forte do livro é justamente a parte em que Barrett mostra que há problemas nos modelos
tradicionais que fazem com que cada emoção corresponda à ativação de um circuito neural
específico. Por esse paradigma, emoções seriam universais e teriam uma assinatura biológica
inconfundível.
O problema, diz Barrett, é que ela passou anos num laboratório em busca dessas assinaturas e não
as encontrou. Não temos dificuldade para reconhecer a emoção medo num ator fazendo uma ca-
reta estereotipada, mas isso não passa de uma convenção cultural. Nem todos que sentem medo

280
apresentam as mesmas expressões faciais e nem sequer os mesmos sinais fisiológicos.
A partir daí — e essa é a parte em que o livro fica aquém do que promete —, Barrett conclui que o
modelo tradicional está errado e propõe outro no qual as emoções são construídas pelo cérebro no
instante em que ele classifica as sensações positivas ou negativas que experimenta. A cultura e a
própria linguagem seriam parte indispensável desse processo.
Minha impressão é de que Barrett foi com muita sede ao pote. Seus achados fragilizam as versões
mais fortes do modelo tradicional, mas não bastam para pôr abaixo um edifício construído com a
colaboração da maior parte dos filósofos ocidentais, do próprio Charles Darwin e de um número
ainda maior de neurocientistas contemporâneos. Até pode ser que Barrett tenha razão, mas ain-
da é cedo para decretá-lo.
(Hélio Schwartsman. “Como são feitas as emoções”. Folha de S.Paulo. 04.03.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a passagem do texto se mantém correta, conforme a norma-padrão,


com o acréscimo da vírgula.
a) Não haveria nada de surpreendente, se Barrett fosse professora em algum departamento de
estudos de gênero...
b) ... ela é uma neurocientista e afirma, que suas conclusões estão amparadas em sólida evidência
empírica.
c) O ponto forte do livro é justamente, a parte em que Barrett mostra que há problemas nos mo-
delos tradicionais...
d) A cultura e a própria linguagem seriam, parte indispensável desse processo.
e) Seus achados fragilizam, as versões mais fortes do modelo tradicional...

QUESTÃO 34: VUNESP - JE TJRS/TJ RS/2018


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)

Nas escolas da Catalunha, a separação da Espanha tem apoio maciço. É uma situação que con-
trasta com outros lugares de Barcelona, uma cidade que vive hoje em duas dimensões. De um
lado, há a Barcelona dos turistas, que se cotovelam nos pontos turísticos da cidade, fazem fila para
entrar nos museus e buscam mesa nos restaurantes. Para a maioria deles, a capital da Catalunha
segue seu ritmo normal. Nos bairros afastados do centro turístico, onde se concentram os morado-
res de Barcelona, todas as conversas tratam da tensa situação política – e há muita divisão em
relação à independência. Segundo a última pesquisa feita pelo jornal El Mundo,
33% dos catalães são a favor da criação de um estado independente, enquanto 58% são contra. A
divisão pode ser verificada pelas bandeiras penduradas nas sacadas e janelas. Chama a atenção
ver as esteladas, como são conhecidas as bandeiras independentistas, disputando o espaço com
as bandeiras da Espanha.
Nesse quadro de cisão, o separatismo tem nas escolas suas grandes aliadas para propagar as
ideias nacionalistas. Isso ocorre desde a redemocratização espanhola, no fim dos anos 1970.
Antes disso, durante a ditadura comandada pelo general Francisco Franco, que governou a Es-
panha entre 1938 e 1973, os colégios públicos eram proibidos de ensinar em catalão. Somente
os privados ofereciam aulas nessa língua. Em sua maioria, essas escolas tinham perfil inovador e
vanguardista, se comparadas às tradicionais escolas católicas da época. Com a queda do gene-
ral Franco, as escolas catalãs privadas foram incorporadas à rede pública e tornaram-se o modelo
principal do sistema educacional, que hoje abriga 1,5 milhão de alunos e 71 mil professores. Como

281
a educação pública na Espanha está a cargo dos governos regionais, os diretores dos centros
escolares são escolhidos a dedo pelo governo catalão – que toma o cuidado de selecionar somen-
te diretores separatistas. “A manipulação dos jovens é central para o independentismo catalão. É
assim com qualquer movimento supremacista na Europa”, diz a historiadora espanhola Maria Elvira
Roca. “É mais fácil convencer estudantes a apaixonarem-se por uma causa do que trabalhadores
que estão encerrados num escritório”.
(Época, 13.11.2017. Adaptado)

No trecho do primeiro parágrafo do texto – Nas escolas da Catalunha, a separação da Espanha tem
apoio maciço. É uma situação que contrasta com outros lugares de Barcelona, uma cidade que
vive hoje em duas dimensões. De um lado, há a Barcelona dos turistas, que se cotovelam nos
pontos turísticos da cidade, … –, empregam-se as vírgulas para separar as expressões desta-
cadas porque elas
a) acrescem às informações precedentes comentários que lhes ampliam o sentido.
b) sintetizam as ideias centrais das informações precedentes.
c) apresentam informações que se opõem às informações precedentes.
d) retificam as informações precedentes, dando-lhes o correto matiz semântico.
e) estabelecem certas restrições de sentido às informações precedentes.

QUESTÃO 35: VUNESP - CI (CM CAMPO LIMPO)/CM CAMPO LIMPO PTA/2018


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Leia o texto para responder à questão.

O gosto na era do algoritmo

Às segundas-feiras pela manhã, os usuários do Spotify (serviço de transferência de dados via in-
ternet que dá acesso a músicas e outros conteúdos de artistas) recebem uma lista personalizada
de músicas que lhes permite descobrir novidades. O sistema se baseia em um algoritmo cuja evo-
lução e usos aplicados ao consumo cultural são infinitos. De fato, plataformas de transmissão de
dados cinematográficos, como a Netflix, começam a desenhar suas séries de sucesso rastreando
os dados gerados por todos os movimentos dos usuários para analisar o que os satisfaz. O algorit-
mo constrói assim um universo cultural adequado e complacente com o gosto do consumidor, que
pode avançar até chegar sempre a lugares reconhecíveis.
O algoritmo, sustentam seus críticos, nos torna chatos, previsíveis, e empobrece nossa curiosidade
por explorar o acervo cultural. Ramón Sangüesa, coordenador do Data Transparency Lab (Labora-
tório de Transparência de Dados), consegue ver vantagens, mas também riscos. “Esses sistemas
se baseiam no passado para predizer o futuro. A primeira dificuldade é conseguir a massa crítica
para que tenhamos mais dados e as projeções sejam melhores. Mas sempre se corre o risco de
ficar em uma mesma área de recomendação. No consumo cultural, o perigo está na uniformiza-
ção do gosto, o que chamamos de filtro bolha. E assim vão sendo criados comportamentos
padronizados”, afirma.
A questão, no entanto, é se os limites impostos na aprendizagem pelos sistemas fechados de com-
putação são equiparáveis aos erros e possíveis idiotices que cometemos durante anos formando
nosso próprio gosto. O escritor Eloy Fernández Porta não vê grande diferença. Segundo ele, antes
do Spotify e fora dele o gosto já vinha determinado por critérios de acesso, aceitação, atualidade e
distinção. “Sempre vivemos a música em um algoritmo, o que acontece é que em vez de chamá-lo
282
de matemática o chamamos de espontaneidade. O algoritmo do Spotify não me parece menos con-
fiável do que a fórmula caótica que cada ouvinte inventou. Nem menos humano: quando fazemos
analogias erradas ou nos empenhamos em recomendar o primeiro disco de Vincent Gallo, nossas
sinapses estão dando os mesmos maus passos”, afirma.
(Daniel Verdú. https://brasil.elpais.com/brasil/. 09.07.2016. Adaptado)

O acréscimo da vírgula, embora altere ligeiramente o sentido da frase do texto, não prejudica a
correção gramatical em:
a) O sistema se baseia em um algoritmo, cuja evolução e usos aplicados ao consumo cultural são
infinitos.
b) O algoritmo constrói, assim um universo cultural adequado e complacente com o gosto do con-
sumidor…
c) A primeira dificuldade é conseguir a massa crítica para que tenhamos, mais dados e as proje-
ções sejam melhores.
d) Mas sempre se corre, o risco de ficar em uma mesma área de recomendação.
e) O algoritmo do Spotify não me parece menos, confiável do que a fórmula caótica que cada ou-
vinte inventou.

QUESTÃO 36: VUNESP - CI (CM ITAQUACTBA)/CM ITAQUAQUECETUBA/2018


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Leia o texto para responder à questão.

CIDADE DO MÉXICO, 13 MAR. O abacate está se convertendo no novo “ouro” do México, ultra-
passando o petróleo como produto de exportação que mais gera lucros para o país, de acordo
com os números mais recentes divulgados pelo Ministério da Economia do Estado. No entanto,
ecologistas se queixam de que o crescimento na demanda do fruto, abundante em vitamina E, está
causando um grande estrago ao meio-ambiente mexicano. A polpa do fruto costuma ser usada
como acompanhamento dos principais “snacks” dos norte americanos em competições esportivas,
como o Super Bowl. Durante os intervalos da partida, aliás, grandes companhias e produtoras da
fruta difundem anúncios publicitários. No dia 5 de fevereiro, por exemplo, o custo de uma propa-
ganda de apenas 30 segundos no estádio, que foi vista por 130 milhões de espectadores, chegou
a US$ 5 milhões. A Associação de Produtores e Empacotadores de Abacate do México (Apeam) é
a encarregada de financiar essa mensagem, transmitida pela emissora de televisão Fox, na qual
são exaltados os benefícios do abacate mexicano. Estima-se que cerca de 100 mil toneladas do
popular molho “guacamole”, que é feito com a fruta, são consumidas apenas durante esse jogo de
futebol americano. A maioria do abacate que se consome nos Estados Unidos é produzido nos
campos do estado de Michoacán, o que é criticado por ecologistas, que acreditam que o “boom” da
produção do fruto no país está causando danos ao meio ambiente, já que muitas terras florestais
estão sendo dizimadas para ampliar os campos de abacate, mais rentáveis.
(https://istoe.com.br. Adaptado)

Na oração – O abacate está se convertendo no novo “ouro” do México… –, as aspas estão empre-
gadas para marcar
a) a impropriedade de sentido da palavra.
b) a imprecisão do sentido da palavra.
c) o sentido irônico atribuído à palavra.
283
d) o sentido figurado da palavra.
e) o sentido pejorativo da palavra.

QUESTÃO 37: VUNESP - AA (PREF N ODESSA)/PREF NOVA ODESSA/2018


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)

(André Dahmer. Malvados. Disponível em: http://www.malvados.com.br/.Acesso em 11.03.2018).

Na tira, a utilização de sinais de pontuação na fala da personagem tem a função de:


a) no emprego do primeiro ponto de exclamação, indicar um imperativo e um vocativo (3o quadri-
nho).
b) no emprego das reticências ao final da frase, sugerir o prolongamento de uma ideia do perso-
nagem (1o quadrinho).
c) no emprego do ponto de interrogação, indicar perguntas indiretas que denotam caráter emocio-
nal (1o quadrinho).
d) no emprego das reticências no início da frase, indicar uma supressão de um trecho da fala do
personagem (2o quadrinho).
e) no emprego do segundo ponto de exclamação, sugerir uma interjeição com isolamento de pa-
lavras (3o quadrinho).

QUESTÃO 38: VUNESP - ANA JUR (MPE SP)/MPE SP/2018


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)

O cansaço democrático

Quem disse que a democracia era eterna? Ninguém. Mas palpita ainda no coração do homem civi-
lizado a crença de que essa forma de governo estará entre nós até ao fim dos tempos.
Uma ideia tão otimista seria risível à luz da história do pensamento político. Platão é o exemplo
mais extremo: a democracia faz parte de um movimento cíclico de regimes – e, para ele, é uma
forma degenerada de governo.
Depois da democracia, haverá um tirano para pôr ordem no pardieiro; e, depois do tirano, haverá
novamente uma aristocracia, que será suplantada por uma timocracia, que será suplantada por
uma oligarquia, até a democracia regressar.
Nada perdura.
É precisamente esse pensamento lúgubre que percorre uma moda editorial recente – livros sobre
o fim, real ou imaginário, da democracia liberal.
Em seu recente “How Democracy Ends”, David Runciman lida com os contornos desse hipotéti-
co fim: se a democracia chegar ao seu termo, não teremos uma repetição da década de 1930,
defende. Não teremos violência de massas, movimentos armados, tanques nas ruas. Vivemos em
sociedades radicalmente diferentes – mais afluentes, envelhecidas, conectadas. E, além disso,
conhecemos o preço da brutalidade autoritária e totalitária. As nostalgias reacionárias são coisa de
jovens: eles desejam o que ignoram e ignoram o que desejam.
284
Mas se os “golpes tradicionais” são improváveis, há formas invisíveis de conseguir o mesmo obje-
tivo: pela gradual suspensão da ordem legal; pelo recurso a eleições fraudulentas; pela marginali-
zação dos freios e contrapesos do regime.
A democracia só sobrevive porque somos capazes de gerir as nossas frustrações quando os resul-
tados nos são desfavoráveis. Essa tolerância diminui de ano para ano. E diminui sob o chicote das
redes sociais. Runciman acredita que o principal problema do mundo virtual está no poder pratica-
mente ilimitado que os gigantes tecnológicos exercem sobre os usuários.
Pessoalmente, o meu temor é outro: o poder praticamente ilimitado que os usuários exercem sobre
os poderes Executivo, Legislativo e até Judiciário. A democracia representativa, como a expressão
sugere, sempre foi um compromisso feliz entre a vontade do povo e a capacidade dos mais prepa-
rados de filtrar as irracionalidades do povo.
O filtro perdeu-se com essa espécie de “democracia direta” que é exercida pela multidão sobre os
agentes políticos.
Para que não restem dúvidas: não acredito em formas de governo eternas. Mas, até prova em con-
trário, a democracia liberal é o único regime que garante a liberdade política e a dignidade pessoal
dos indivíduos, bem como a prosperidade sustentada das suas sociedades. A história ilustra a tese.
Mas a história do presente também nos mostra que cresce no Ocidente um certo “cansaço demo-
crático”. E que partes crescentes do eleitorado, por ignorância ou desespero, estão dispostas a tro-
car a liberdade e a dignidade da democracia por expedientes mais radicais e securitários. Por quê?
Devolvo a palavra a David Runciman. Para o autor, a democracia disseminou-se nos últimos dois
séculos porque havia uma narrativa aspiracional a cumprir.
Era necessário dar voz política a todos os cidadãos (pobres, mulheres, negros etc.) e integrá-los na
mesma rede de direitos e deveres (a grande tarefa do pós-Segunda Guerra). Os Estados tinham
ainda recursos materiais e institucionais para cumprir com razoável êxito esse programa. Eis a iro-
nia: o cansaço democrático explica-se pelo sucesso da própria experiência democrática.
Ninguém sabe como será o futuro dessa experiência – para Runciman, a democracia vive a crise
da meia-idade. Resta saber se essa crise destrói o casamento ou o torna mais forte.
É uma boa metáfora. Que convida a outra: o casamento só irá sobreviver se a maioria conseguir
redescobrir, com novos olhos, as virtudes que permanecem no lar.
(João Pereira Coutinho. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/>. Acesso em: 24 jul 2018. Adaptado)

Em passagens de vários parágrafos do texto o autor emprega dois-pontos. É correto afirmar que
ele se vale desse recurso de pontuação para
a) apresentar ideias que contrastam com outras precedentes, tal como ocorre nas passagens em
que se emprega travessão.
b) introduzir esclarecimentos acerca de ideias que apresenta, tal como ocorre nas passagens em
que se empregam travessão e parênteses.
c) fazer retificações necessárias para orientação do leitor, tal como ocorre nas passagens em que
se empregam parênteses.
d) pôr em xeque pontos de vista defendidos por outrem, tal como ocorre nas passagens em que
se empregam travessão e parênteses.
e) inserir comentários cuja pertinência é questionável no contexto, tal como ocorre nas passagens
em que se emprega travessão.

285
QUESTÃO 39: VUNESP - ADV (PREF REGISTRO)/PREF REGISTRO/2018
Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)

Eram dez da noite, estava escuro, e a americana Elaine Herzberg, de 49 anos, resolveu atravessar
uma avenida em Tempe, cidade de 160 mil habitantes no sul dos EUA. Ela estava fora da faixa,
o sinal estava aberto para os carros, e logo aconteceu o pior. Elaine foi atropelada por um veículo
utilitário esportivo de 2 000 quilos, a 61 km/h. Morreu no ato. Seria apenas mais uma vítima do
trânsito, não fosse por um motivo: um robô estava dirigindo o veículo. Elaine foi a primeira pedestre
morta por um carro autônomo. Eles provavelmente vão atropelar mais pessoas. E, toda vez que
isso acontecer, a opinião pública ficará assustada (a empresa dona do carro que matou Elaine
interrompeu seus testes após o acidente) Mas já existe uma tecnologia que promete erradicar os
acidentes com veículos autônomos e mudar outros aspectos da vida humana: a quinta geração da
telefonia celular, ou 5G.
Ela é tão importante que o governo dos EUA chegou a cogitar a construção de uma rede 5G estatal,
só para não ficar atrás dos chineses (que vão inaugurar a sua no final deste ano). As operadoras
americanas se mexeram, e agora prometem montar redes 5G em 30 cidades do país até dezembro
– antes mesmo dos celulares compatíveis com essa tecnologia, que só vão começar a chegar ao
mercado ano que vem.
A grande novidade das redes 5G é que elas trabalham em frequências mais altas, ou seja, nas
quais as ondas eletromagnéticas oscilam mais vezes por segundo. Graças a isso, o 5G promete
três vantagens: mais velocidade, maior número de conexões e menor latência.
Essa terceira novidade das redes 5G, a baixa latência, consiste no tempo que cada antena ou pon-
to de rede leva para processar – e, se for o caso, repassar – os dados. As ondas eletromagnéticas
usadas para transmitir informações (seja no 5G, no Wi-Fi, ou qualquer outra rede sem fio) viajam
sempre na mesma velocidade: a da luz. Porém, na prática, a transmissão de dados sempre é mais
lenta. Na tecnologia 5G, a latência é 50 vezes menor. A transmissão é praticamente instantânea – e
isso abre várias possibilidades.
Mas talvez o benefício mais imediato de todos seja o fim das franquias de dados. A capacidade da
rede 5G é tão enorme que as operadoras poderão oferecer planos sem limites de dados – e você
poderá usar seu celular à vontade, como hoje usa a internet da sua casa.
(Superinteressante, maio de 2018. Adaptado)

Na passagem “Seria apenas mais uma vítima do trânsito, não fosse por um motivo: um robô estava
dirigindo o veículo.”, o sinal de dois-pontos é empregado para

a) sinalizar o uso do discurso direto, com a fala de uma pessoa.


b) resumir as informações indicadas pela expressão “uma vítima”.
c) explicar o sentido contido na expressão “um motivo”.
d) indicar que a informação nova é uma frase retirada de outro texto.
e) comentar a informação anterior “mais uma vítima do trânsito”.

QUESTÃO 40: VUNESP - AG CON (PREF SBC)/PREF SBC/2018


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Leia o texto, para responder à questão.

286
A nossa democracia é laica, mas nossas decisões políticas são tomadas sob a premissa de que
Deus é – e sempre será – brasileiro. Queremos benefícios sem custos (e quem em sã consciência
não quereria?).
Exigimos que seja assim. Os custos hão de ser empurrados para algum momento indeterminado
do futuro e cair sobre as costas de alguma entidade benévola não especificada, sem machucar
ninguém. Algum dia alguém dá algum jeito e fica tudo certo. Deus resolve.
A maioria dos brasileiros concorda com o controle de preço do diesel, e quer ainda o controle de
preço da gasolina e do gás natural. Só não aceita ter que pagar a conta. A Petrobras que tenha
um prejuízo. E quem vai cobri-lo? O Tesouro, essa entidade superior e fonte de riquezas.
Não é um caso isolado. Todos pedem por mais gasto para suas causas e setores de preferência,
sem nunca especificar quem vai ficar com a conta; essa fica para uma figura oculta, alguém com
um bolso vasto e generoso. Há quem diga, inclusive, que o aumento de gastos vai aumentar a
arrecadação; multiplicação milagrosa dos pães.
Essa é a lógica que governa o Brasil desde 1500, consagrada na Constituição de 1988, tão pródiga
em direitos para todo mundo. O direito é a manifestação do fiat* divino entre os homens: uma
obrigação incondicional que a realidade – alguém – terá de dar algum jeito de cumprir.
O problema é que acabou o “milagre econômico” – um crescimento acelerado e sem causas co-
nhecidas, que ocorre apesar de todas as deficiências e entraves, esses sim muito bem conhecidos.
Deus parece ter conseguido o green card** e nos abandonou.
O que fazer? Uma alternativa é seguir confiando na intervenção divina até o fim, deixando o ajuste
ao deus-dará. A corda estoura para o lado mais fraco, e voltamos ao caos primordial. A outra é ser
impiedoso e olhar para a realidade com olhos de descrença.
Para que alguns continuem ganhando, pessoas de carne e osso terão que pagar. E aí sim pode-
remos responder à pergunta que o Brasil é mestre em evitar: quem? O problema é que para as
escamas caírem de nossos olhos também será necessário um milagre...
(Joel Pinheiro da Fonseca, Folha de S.Paulo, 12.06.2018. Adaptado)

*fiat: do latim, faça-se, haja; referência à frase bíblica: “faça-se a luz”.


** green card: cartão de residência permanente nos EUA.

No primeiro parágrafo, o emprego do travessão duplo e dos parênteses cumpre a finalidade de


intercalar comentários do autor que expressam, respectivamente,
a) certeza e finalidade.
b) possibilidade e incerteza.
c) advertência e convicção.
d) discordância e hipótese.
e) convicção e suposição.

QUESTÃO 41: VUNESP - CONT (CM COTIA)/CM COTIA/2017


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Leia a charge.

287
(Gazeta do Povo, 01.12.2016)

O motivo pelo qual se separa entre vírgulas o termo “Baiano” também está presente na seguinte
frase:
a) Era um lugar estranho, ou melhor, onde coisas sem explicação aconteciam.
b) Foi em Curitiba, capital do Paraná, que seu coração ganhou companhia.
c) A jovem Veridiana, que estava em viagem, acabou sem saber da tragédia.
d) Eu lhe disse, meu amigo, que esta cidade tem belezas e encantamentos.
e) Ficava a pensar em coisas absurdas, por exemplo, nos sonhos das formigas.

QUESTÃO 42: VUNESP - ASJ (TJ SP)/TJ SP/2017


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Leia o texto para responder à questão.

Muita gente não gosta de Floriano Peixoto, o “Marechal de Ferro”. Em 1892, um senador-almirante
e políticos sediciosos . Ele avisara: “Vão dis-
cutindo, que eu vou mandando prender”. Encheu a cadeia, e o advogado Rui Barbosa bateu às
portas do Supremo Tribunal Federal para . Floriano avisou: “Se
os juízes concederem habeas corpus aos políticos, eu não sei quem amanhã o habeas corpus de
que, por sua vez, necessitarão”.
(Élio Gaspari. Folha de S.Paulo, 11.12.2016. Adaptado)
A regra de pontuação que determina o emprego da vírgula em “Muita gente não gosta de Floriano
Peixoto, o ‘Marechal de Ferro’.” também se aplica ao trecho adaptado do editorial “Nem tão livres”
(Folha de S.Paulo, 04.04.2017):

a) Passou o tempo, diz o ativista Joel Simon, em que se acreditava ser impossível censurar ou
controlar a informação na internet.
b) Todavia, a própria sensação de que exista uma tão ampla liberdade se vê passível de contes-
tações.
c) A guerra da informação e da contrainformação, se não ameaça diretamente a vida de jornalis-
tas, não deixa, entretanto, de pôr em risco a verdade dos fatos.
d) Notícias falsas e quantidade nauseante de calúnias e ofensas circulam pelas redes sociais –
tornando-as, ainda que livres, inconfiáveis em larga medida.
e) O diretor do Comitê de Proteção aos Jornalistas, ONG com sede em Nova York, talvez sur-
preenda quem comemora as facilidades dos meios eletrônicos.

QUESTÃO 43: VUNESP - PROC JUR (CM SUMARÉ)/CM SUMARÉ/2017


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
A questão foi elaborada tendo como base o texto de Reinaldo José Lopes, a seguir.
288
Em livro ambicioso, sociólogo analisa incertezas do futuro
Falta de ambição claramente não é o problema de A Era do Imprevisto: A Grande Transição do Século
21, novo livro do sociólogo mineiro Sérgio Abranches. Se o leitor já se perguntou, como imagino, que
diabos está acontecendo com o mundo nos últimos anos e o que pode vir daqui para a frente, a
obra do especialista formula algumas respostas – imaginativas, provisórias e diabolicamente com-
plicadas.
Ele tem se especializado na interface entre política global e questões ambientais, uma conexão
que, por si só, já seria suficiente para produzir calvície e gastrite nos espíritos mais serenos. Esse
eixo político-ambiental está no cerne do livro, mas o sociólogo também tenta investigar como a as-
censão das redes sociais pode afetar a organização da sociedade do futuro; como o conhecimento
emergente (biotecnologia, nanotecnologia, inteligência artificial) pode transformar a vida humana
neste século; e o que a tradição filosófica ocidental e as descobertas da biologia evolucionista têm
a dizer sobre nossa natureza e nosso futuro como espécie.
Para Abranches, a sede de ir ao cerne de todas essas questões existenciais se justifica pelo pró-
prio subtítulo do livro: estaríamos vivendo “a grande transição do século 21”, um ponto de virada
tão importante, à sua maneira, quanto o Renascimento do século 16 ou a Revolução Industrial do
século 18.
Num cenário fulcral como esse, nada mais lógico que tudo pareça bagunçado e em crise perma-
nente. Estruturas políticas, sociais, econômicas e culturais velhas ainda estão se encaminhando
lentamente para o leito de morte, enquanto suas substitutas passam por um parto difícil. Resultado:
sensação perpétua de caos e desalento,ainda que o momento também esteja repleto de potencia-
lidades positivas.
Abranches está convicto de que a falta de controle sobre o capitalismo tem solapado o funciona-
mento das democracias. “As leis de mercado são hoje um eufemismo que designa a combinação
entre controle oligopolista e hegemonia do capital financeiro”, resume. Nesse cenário, poucos de-
cidem os destinos de bilhões.
Onde ver esperança? Para Abranches, será crucial usar as possibilidades do ciberespaço para
criar um modelo de participação política mais direto, evitando que a democracia representativa se
transforme de vez em oligarquia. Resta saber como fazer isso sem que as redes sociais se trans-
formem numa reunião de condomínio improdutiva de dimensões planetárias.
(Reinaldo José Lopes, Folha de S. Paulo, 27.05.2017. Adaptado)

Apresenta pontuação correta os textos apresentados na alternativa:


A)Nos últimos anos, o que afinal, anda acontecendo com o mundo! E futuramente o que virá.
– A obra de Abranches, caro leitor formula repostas diabolicamente, complicadas.

B)Nos últimos anos, o que afinal anda acontecendo com o mundo. E futuramente o que virá?
– A obra de Abranches caro leitor, formula repostas, diabolicamente complicadas.

C) Nos últimos anos o que afinal anda acontecendo, com o mundo! E, futuramente, o que virá?
– A obra de Abranches, caro leitor formula, repostas, diabolicamente complicadas.

D) Nos últimos anos, o que, afinal, anda acontecendo com o mundo? E futuramente o que virá?
– A obra de Abranches, caro leitor, formula repostas diabolicamente complicadas.

289
E) Nos últimos anos o que, afinal anda acontecendo com o mundo? E, futuramente o que virá.
– A obra de Abranches caro leitor formula, repostas, diabolicamente, complicadas.

QUESTÃO 44: VUNESP - JORN (CM VALINHOS)/CM VALINHOS/2017


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Leia a tira para responder à questão.

(Scott Adams. Dilbert. Disponível em: http://zip.net/bttNyr)

Considere o trecho: Nem pensar, amigo. Aqui no depósito só temos cadeiras de luxo, para geren-
tes. Essa fala do segundo quadrinho está corretamente reescrita, no que se refere à pontuação
e sem prejuízo do sentido, em:
a) Amigo nem pensar. Aqui no depósito temos cadeiras de luxo só, para gerentes.
b) Amigo, nem pensar. Aqui no depósito temos só cadeiras de luxo, para gerentes.
c) Amigo, nem pensar. Só aqui no depósito, temos cadeiras de luxo para gerentes.
d) Amigo nem pensar! Aqui no depósito temos cadeiras só de luxo, para gerentes.
e) Amigo, nem pensar! Aqui no depósito temos, só cadeiras de luxo para gerentes.

QUESTÃO 45: VUNESP - JORN (CM VALINHOS)/CM VALINHOS/2017


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Leia o texto para responder à questão.

Considerando o papel que a mídia ocupa na política contemporânea, somos obrigados a perguntar:
em que espécie de democracia estamos pensando quando desejamos que nossa sociedade seja
democrática? Permitam que eu comece contrapondo duas concepções diferentes
de democracia. Uma delas considera que uma sociedade democrática é aquela em que o povo dis-
põe de condições de participar de maneira significativa na condução de seus assuntos pessoais e
na qual os canais de informação são acessíveis e livres. Se você consultar no dicionário o verbete
“democracia”, encontrará uma definição parecida com essa.
Outra concepção de democracia é aquela que considera que o povo deve ser impedido de conduzir
seus assuntos pessoais e os canais de informação devem ser estreita e rigidamente controlados.
Esta pode parecer uma concepção estranha de democracia, mas é importante entender que ela é
a concepção predominante. Vou dizer algumas palavras sobre essa noção de democracia.
Consideremos a primeira operação de propaganda governamental de nossa era, que aconteceu no
governo de Woodrow Wilson, eleito presidente dos Estados Unidos em 1916, bem na metade da
290
Primeira Guerra Mundial. A população estava extremamente pacifista e não via motivo algum que
justificasse o envolvimento numa guerra europeia. O governo Wilson estava, na verdade, compro-
metido com a guerra e tinha de fazer alguma coisa a respeito disso. Foi constituída uma comissão
de propaganda governamental, a Comissão Creel, que conseguiu, em seis meses, transformar
uma população pacifista numa população que queria destruir tudo o que fosse alemão, entrar na
guerra e salvar o mundo.
Entre os que participaram ativa e entusiasticamente na campanha liderada por Wilson estavam
intelectuais progressistas, que lançaram mão dos instrumentos mais diversos para conduzir à
guerra uma população relutante, por meio do terror e da indução a um fanatismo xenófobo. Inven-
taram, por exemplo, que os hunos cometiam uma série de atrocidades, como arrancar os braços
de bebês belgas, e toda sorte de fatos horripilantes que ainda podem ser encontrados em alguns
livros de história.
(Noam Chomsky. Mídia: propaganda política e manipulação. Trad. Fernando Santos. São Paulo, Martins Fontes, 2013. Adaptado)

O acréscimo da vírgula mantém correto o seguinte trecho do texto:


a) … em que espécie de democracia estamos pensando, quando desejamos que nossa sociedade
seja democrática? (1º parágrafo)
b) Permitam que eu comece contrapondo, duas concepções diferentes de democracia. (1º pará-
grafo)
c) Se você consultar no dicionário, o verbete “democracia”, encontrará uma definição parecida
com essa. (1º parágrafo)
d) A população estava extremamente pacifista e não via motivo algum que justificasse, o envolvi-
mento numa guerra europeia. (3º parágrafo)
e) Entre os que participaram ativa e entusiasticamente, na campanha liderada por Wilson esta-
vam intelectuais progressistas… (4º parágrafo)

REGÊNCIA

QUESTÃO 1: VUNESP - ANATC MPE SP/MPE SP/ADMINISTRADOR/2019


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)

Muitas das vezes, os investidores vão à procura de opiniões que corroborem


sua, quando o que deviam era procurar, sobretudo, opiniões contrárias. Quando encontram opi-
niões que divergem sua, os investidores tendem a descredibilizá-las ou a lê-las na dia-
gonal, processo exatamente oposto que ocorre quando descobrem opiniões
coincidentes deles, que leem com muita atenção, veneração, quase que procu-
rando um reforço positivo que lhes dê o empurrão que faltava para validar a sua posição.
(www.jornaldenegocios.pt. Adaptado)

Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do enunciado devem ser preenchidas, respec-


tivamente, com:
a) na ... à ... à ... às
b) com a ... da ... a ... à
c) na ... com a ... o ... das
d) a ... da ... ao ... com as

291
e) com a ... com a ... com o ... com as

QUESTÃO 2: VUNESP - ADM JUD (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Leia o texto para responder à questão.

Procuram-se especialistas em evitar fraudes

A recente onda de escândalos de corrupção levou as empresas brasileiras a investir em uma área
ainda pouco conhecida no mercado: o compliance.
O profissional que atua nesse setor é responsável por receber denúncias, combater fraudes, rea-
lizar investigações internas e garantir que a companhia cumpra leis, acordos e regulamentos da
sua área de atuação. Ele tem o papel importante de auxiliar a empresa a se proteger de eventuais
problemas de corrupção.
“Nos últimos anos, a área de compliance assumiu protagonismo nas empresas. É uma profissão
com salários altos já que as pessoas com experiência ainda são escassas no mercado”, diz o
advogado Thiago Jabor Pinheiro, 35.
“Como não existem cursos de graduação específicos de compliance, o estudante que se interesse
pela área pode direcionar seu curso para questões de auditoria, prevenção de fraude, direito admi-
nistrativo e governança corporativa”, diz Pinheiro.
Apesar de sobrarem vagas nesse mercado, conseguir um emprego não é fácil. “É fundamental que
a pessoa seja atenta aos detalhes, entenda como funciona uma organização e tenha fluência em
inglês porque as melhores práticas vêm de fora do país, sobretudo dos EUA e da Inglaterra”, diz o
advogado.
Para Caroline Cadorin, diretora de uma consultoria, os candidatos precisam ter jogo de cintura
para lidar com as mais diversas situações. “Estamos falando de profissionais com forte conduta
ética, honestidade e que buscam a promoção da transparência. Hoje as empresas estão cientes
de seus papéis ativos no combate à corrupção, especialmente aquelas envolvidas em projetos de
órgãos públicos. As companhias que mantêm departamentos de compliance são vistas como mais
transparentes”, diz Cadorin.
(Larissa Teixeira. Folha de S.Paulo, 28.09.2017. Adaptado)

Considere os trechos do texto.


• “... o estudante que se interesse pela área pode direcionar seu curso para questões de audito-

ria...” (4o parágrafo)


• “É fundamental que a pessoa seja atenta aos detalhes...” (5o parágrafo)

Atendendo à norma-padrão de regência, as expressões destacadas podem ser substituídas, res-


pectivamente, por:
a) se sinta cativado por trabalhar nessa área; se aplique meticulosamente aos detalhes
b) pretenda se conduzir a essa área; se empenhe de analisar os detalhes
c) deseja progredir a essa área; dê preponderância aos detalhes
d) queira se comprometer de trabalhar nessa área; se ocupe minuciosamente aos detalhes
e) veja aptidão com essa área; passe em revista nos detalhes

292
QUESTÃO 3: VUNESP - ADM JUD (TJ SP)/TJ SP/2019
Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Leia o texto para responder à questão.

Procuram-se especialistas em evitar fraudes

A recente onda de escândalos de corrupção levou as empresas brasileiras a investir em uma área
ainda pouco conhecida no mercado: o compliance.
O profissional que atua nesse setor é responsável por receber denúncias, combater fraudes, rea-
lizar investigações internas e garantir que a companhia cumpra leis, acordos e regulamentos da
sua área de atuação. Ele tem o papel importante de auxiliar a empresa a se proteger de eventuais
problemas de corrupção.
“Nos últimos anos, a área de compliance assumiu protagonismo nas empresas. É uma profissão
com salários altos já que as pessoas com experiência ainda são escassas no mercado”, diz o
advogado Thiago Jabor Pinheiro, 35.
“Como não existem cursos de graduação específicos de compliance, o estudante que se interesse
pela área pode direcionar seu curso para questões de auditoria, prevenção de fraude, direito ad-
ministrativo e governança corporativa”, diz Pinheiro.
Apesar de sobrarem vagas nesse mercado, conseguir um emprego não é fácil. “É fundamental
que a pessoa seja atenta aos detalhes, entenda como funciona uma organização e tenha fluência
em inglês porque as melhores práticas vêm de fora do país, sobretudo dos EUA e da Inglaterra”,
diz o advogado.
Para Caroline Cadorin, diretora de uma consultoria, os candidatos precisam ter jogo de cintura
para lidar com as mais diversas situações. “Estamos falando de profissionais com forte conduta
ética, honestidade e que buscam a promoção da transparência. Hoje as empresas estão cientes
de seus papéis ativos no combate à corrupção, especialmente aquelas envolvidas em projetos de
órgãos públicos. As companhias que mantêm departamentos de compliance são vistas como mais
transparentes”, diz Cadorin.
(Larissa Teixeira. Folha de S.Paulo, 28.09.2017. Adaptado)

No quinto parágrafo, em – Apesar de sobrarem vagas nesse mercado... –, o verbo sobrar tem a
mesma predicação do verbo destacado em:
a) As companhias que mantêm departamentos de compliance...
b) Ele tem o papel importante de auxiliar a empresa a se proteger...
c) ... garantir que a companhia cumpra leis, acordos...
d) ... porque as melhores práticas vêm de fora do país...
e) ... as pessoas com experiência ainda são escassas no mercado...

QUESTÃO 4: VUNESP - AG ML (CM SERRANA)/CM SERRANA/2019


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)

É preciso preocupar-se menos

É muito comum que, ao longo do dia, as pessoas fiquem preocupadas demais com coisas que não
podem ser mudadas e dependem de fatores externos e variáveis que não podem ser controlados

293
– como o clima, o estado de saúde de algum parente ou o trânsito. Pior ainda: algumas pessoas
ficam remoendo coisas do passado que trazem dor, pensando em situações e pessoas, o que só
traz sofrimento.
Quem tem esse tipo de atitude geralmente fica pensando e reclamando das situações, mesmo
sabendo que não pode fazer nada em relação a esses “problemas”. Isso faz com que uma quan-
tidade enorme de energia seja gasta, sendo que poderia ser melhor aplicada em situações que
realmente dependem de decisão ou ação pessoal.
(<htttp://www.sbi.com.br> Acesso em 20.11.2018. Adaptado)

Há funcionários que costumam se dedicar trabalho muito mais do que


podem suportar. precisam saber que essa atitude pode
fazer mal.
As lacunas do enunciado devem ser preenchidas, conforme a norma-padrão da língua e na ordem
em que se apresentam, por:

a) no ... Porque ... os


b) do ... Enquanto ... lhes
c) com o ... Quando ... os
d) ao ... Entretanto ... lhes
e) pelo ... Portanto ... os

QUESTÃO 5: VUNESP - ANA LEG (CM SERRANA)/CM SERRANA/2019
Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)

Por que temos filhos?

A pergunta do título comporta vários níveis de resposta. No plano biológico, a reprodução é um


imperativo, fazendo parte de várias das definições de vida. Mas a biologia é só parte da história.
A paternidade também encerra dimensões culturais, econômicas e emocionais.
Inspirado em “Anti-Pluralism”, de William Galston, arrisco algumas reflexões sobre a matéria.
Até o começo do século 19, filhos eram um ativo econômico. Ajudavam desde cedo com o traba-
lho doméstico, colaborando para o bem-estar da família, e ainda faziam as vezes de plano de
aposentadoria para os pais.
Hoje, contudo, crianças ficaram caras. E, para piorar, elas demoram muito até começar a trazer
contribuições econômicas. Como observa Galston, no espaço de dois séculos, a criação de filhos
deixou de ser um bem privado para tornar -se um bem público.
Embora a paternidade possa trazer recompensas emocionais, do ponto de vista estritamente eco-
nômico, ela favorece a sociedade como um todo, enquanto a maior parte dos custos recai sobre
os genitores.
E por que crianças beneficiam a sociedade? A crer na análise de economistas como Julian Simon,
riqueza são pessoas. Quanto mais gente, melhor, já que são indivíduos que têm ideias (além de
consumir produtos) e são as novas ideias que vêm assegurando o brutal aumento de produtividade
a que assistimos nos últimos 200 anos.
E isso nos coloca diante de um dos grandes dilemas dos tempos modernos. Para assegurar a sus-
tentabilidade da exploração dos recursos naturais do planeta, precisaríamos estabilizar ou até

294
reduzir a população. Só que fazê-lo é uma espécie de suicídio econômico, já que ficaria muito
difícil manter taxas positivas de crescimento, sem as quais instituições como previdência e até
democracia representativa podem entrar em colapso.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 18.11.2018. Adaptado)

Com a substituição do verbo destacado na frase “ ... são as novas ideias que vêm assegurando
o brutal aumento de produtividade a que assistimos nos últimos 200 anos.”, a redação atende a
norma-padrão de regência verbal em:
a) ... assegurando o brutal aumento de produtividade à que percebemos nos últimos 200 anos.
b) ... assegurando o brutal aumento de produtividade que constatamos nos últimos 200 anos.
c) ... assegurando o brutal aumento de produtividade de que verificamos nos últimos 200 anos.
d) ... assegurando o brutal aumento de produtividade em que presenciamos nos últimos 200
anos.
e) ... assegurando o brutal aumento de produtividade com que acompanhamos nos últimos 200
anos.

QUESTÃO 6: VUNESP - ASS ADM (UFABC)/UFABC/2019


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Leia o texto para responder a questão abaixo.

Millennials são iguais aos pais, porém mais pobres, conclui Fed

A turma nascida entre 1981 e 1997 não tem tantas particularidades assim na análise dos gastos
com automóveis, alimentação e moradia. Aos olhos da opinião pública americana, os jovens da
geração Millennial são assassinos em série — responsabilizados pela morte lenta do queijo proces-
sado, do cartão de crédito, do táxi, do peru de Ação de Graças e até do divórcio. Poucos setores
saíram ilesos da matança cultural promovida pela juventude americana.
Agora surgiram argumentos em sua defesa. Um novo estudo do banco central dos EUA (Federal
Reserve) afirma que a turma nascida entre 1981 e 1997 — famosa por adorar aplicativos — não
é tão diferente dos pais. Essa geração é apenas mais pobre nesta mesma etapa da vida, já que
muitos de seus integrantes chegaram à idade adulta durante a crise financeira.
“Encontramos pouca evidência de que lares de millennials têm gostos e preferências de consumo
inferiores aos de gerações passadas, quando se leva em conta idade, renda e uma maior varieda-
de de características demográficas”, escreveram os autores Christopher Kurz, Geng Li e Daniel J.
Vine. As conclusões deles se baseiam em uma análise de gastos, renda, endividamento, patrimô-
nio líquido e fatores demográficos de várias gerações.
A impressão de que os millennials não têm tantas particularidades assim também se revela na
análise granular dos gastos deles com automóveis, alimentação e moradia. “São principalmente
as diferenças de idade média e então as diferenças de renda média que explicam grande parte da
diferença de consumo entre os millennials e outros grupos”, segundo o estudo.
(Jeremy Herron e Luke Kawa. Exame. 01.12.2018. https://exame.abril.com.br. Adaptado)

No trecho “As conclusões deles se baseiam em uma análise…” (3º parágrafo), o segmento des-
tacado pode ser substituído, com o sentido preservado e com a regência correta de acordo com a
norma-padrão da língua, por

295
a) encontram suporte contra.
b) têm como fundamento.
c) se referem com.
d) se apoiam de.
e) se alicerçam sob.

QUESTÃO 7: VUNESP - ESCR (UNIFAI)/UNIFAI/2019
Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)

Bartleby, o escriturário

Não é à toa que Bartleby, o escriturário (ou o escrivão ou Uma história de Wall Street) é uma obra
tão debatida e que deixa tantas pessoas confusas quando de seu desfecho: há no livro um espaço
extremamente propício a especulações e discussões de toda a sorte, que, de certo modo, parecem
conduzir todas, em maior ou menor medida, a um beco sem saída.
Vamos aos fatos para tentar clarear a situação a respeito do misterioso desfecho de Bartleby. O
conto foi publicado na revista literária Putnam’s Magazine, pelos idos de 1853, sendo posterior-
mente incorporado à coletânea de contos The piazza tales, de 1856. Seu autor, Herman Melville, é
conhecido do grande público pela obra Moby Dick.
Quem nos narra a história é o patrão de Bartleby, um advogado de carreira de Wall Street, que, com
elegância e alguma pompa, digna-se a narrar a estranha história de um de seus funcionários (ele
emprega outros três: Nippers, Turkey e Ginger Nut) e de como a história dele também o atormenta
e confunde profundamente.
Tendo Bartleby ido trabalhar no escritório do narrador da história, ficamos conhecendo seu excêntri-
co e aparentemente depressivo comportamento, de modo que começa já aí a se delinear a bruma
de mistério em torno de sua figura. Cabisbaixo, quieto e sofrendo do que parece ser uma falta de
motivação ou vontade de realizar algo, Bartleby estranhamente segue à risca as exigências de
seu trabalho, com exceção das revisões de documentos em que seu patrão ou algum dos outros
funcionários lê em voz alta o texto para que os outros confiram as cópias.
Com o passar do tempo, porém, Bartleby começa a recusar- se a cumprir suas obrigações, dizendo
sempre a mesma frase, “Prefiro não fazê-lo”, atraindo a insatisfação do patrão, que começa a pres-
sioná-lo a respeito de sua cada vez menos produtiva labuta. Sem coragem de demiti-lo, o advogado
o deixa continuar “trabalhando” e chega a encontrá-lo trancafiado sozinho nos dias de folga nas
dependências do escritório.
A perturbação recai sobre o advogado, que decide mudar -se dali, visto que Bartleby se recusa a
deixar o escritório, e seu aspecto fantasmagórico está deixando seus nervos à flor da pele.
O nó da história se dá quando, voltando para onde seu escritório se localizava, o advogado encon-
tra Bartleby morto, ao que parecia, por inanição. Devido à quase mudez do empregado acerca de
suas escolhas e à sua insistência em preferir não fazer nada, pouco se sabe (e muito se especula)
sobre os motivos e as razões subjacentes a suas escolhas e sua existência moribunda.
(Lucas Deschain. https://www.posfacio.com.br. Adaptado)

Quanto à regência, o enunciado que atende à norma -padrão é:


a) Bartleby preferia não fazer nada do que atender às solicitações do patrão.
b) Devido o seu desfecho, a obra gera debates e deixa muitas pessoas confusas.

296
c) O patrão discordava com a negativa de Bartleby para realizar suas tarefas.
d) Indo no escritório, o advogado encontrou Bartleby morto por inanição talvez.
e) Talvez Bartleby sofresse por não se encontrar motivado a realizar tarefas diferentes.

QUESTÃO 8: VUNESP - MJ (TJ SP)/TJ SP/2019
Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)

Literatura no cárcere

Desde 2013, quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) autorizou a remição da pena pela lei-
tura, 5.547 detentos foram beneficiados por esse projeto no Brasil. É um número baixo, se compa-
rado com as quase 700 mil pessoas privadas de liberdade em todo o país.
A recomendação do CNJ determina que, a cada livro lido, é possível reduzir quatro dias da pena.
Para isso, o leitor deve escrever um resumo da obra que deve ser aprovado por um parecerista.
Esses documentos seguem para o juiz responsável, que julga o pedido de remição.
Medir os benefícios dessa proposta tem feito florescer debates acalorados entre os que veem na
leitura ganhos efetivos para a reintegração do indivíduo à sociedade e os que a avaliam como um
privilégio concedido a pessoas que, de algum modo, causaram danos à população. Sem entrar no
mérito dessa discussão, é fato que, dentro ou fora da prisão, as benesses da leitura são muitas e
difíceis de mensurar.
Uma pesquisa feita em 2017 pela editora Companhia das Letras, que em parceria com a Fundação
Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel (Funap) subsidia um projeto de clubes de leitura e remição de
pena, indicou que os ganhos são mais concretos do que se pode imaginar.
Durante um ano, 177 detentos se reuniram mensalmente para discutir uma obra selecionada pela
curadoria do projeto.
Quando perguntados sobre as eventuais mudanças percebidas em si próprios, a resposta mais
frequente foi que os envolvidos conseguiram perceber uma “ampliação de conhecimentos”. Em se-
gundo, que se sentiam mais motivados “para traçar planos para o futuro”. Na sequência, aparecem
motivações como “capacidade de reflexão” e de “expressar sentimentos”, possibilidade de “dizer
o que pensa”, “maior criatividade” e, por último, “maior criticidade”.
Por qualquer prisma que se procure observar, esses ganhos já seriam significativos, pois no am-
biente prisional revelam uma extraordinária mudança na chave da autoestima.
(Vanessa Ferrari, Rafaela Deiab e Pedro Schwarcz. Folha de S. Paulo, 25.06.18. Adaptado)

Os resultados da atuação dos clubes de leitura, , apresentaram ganhos mais concretos do


que se pode imaginar. Para estar de acordo com a norma-padrão de regência, a lacuna dessa fra-
se deve ser preenchida por:
a) a que os pesquisadores realizaram um detalhamento
b) a que os pesquisadores deram realce
c) com que os pesquisadores centraram a atenção
d) de que os pesquisadores pormenorizaram
e) com que os pesquisadores se debruçaram

QUESTÃO 9: VUNESP - CON (CM SERTÃOZINHO)/CM SERTÃOZINHO/2019
Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)

297
Assinale a alternativa em que a regência das palavras está de acordo com a norma-padrão da lín-
gua portuguesa.

a) A técnica de fabricação é muito favorável com o meio ambiente exigindo muito menos água do
que o cultivo de algodão.
b) Atividades diárias, como lavar roupas, contribuem significativamente para a poluição que asfixia
nossos oceanos.
c) Os resíduos produzidos se caracterizam pela sua elevada toxicidade, implicando pela elevação
dos riscos associados à sua destinação final.
d) As preocupações em obedecer das exigências legais da qualidade do efluente ou resíduo in-
dustrial produzido foram superadas por novas metas de qualidade.
e) As empresas precisam ser responsáveis com o ciclo de vida completo de seus produtos, incluin-
do a coleta e a reutilização.

QUESTÃO 10: VUNESP - ENFJ (TJ SP)/TJ SP/2019
Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)

Saúde não é brinquedo político, diz diretor da OMS

“A saúde não é um brinquedo político, ela deve ser usada para promover o bem-estar e a qualidade
de vida. E isso só vai acontecer quando nos comprometermos a fazer da atenção primária à saúde
a base da assistência universal.”
A afirmação é do diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghe-
breyesus, durante a assinatura nesta quinta (25/10/2018) de um acordo internacional em Astana,
capital do Cazaquistão, em que 194 países membros da OMS, incluindo o Brasil, comprometeram-
-se a fortalecer a atenção primária.
Chamado de “Declaração de Astana”, o acordo também comemora o 40º aniversário da histórica
Declaração de Alma Alta, que exortou o mundo a fazer dos cuidados primários de saúde o pilar da
cobertura universal de saúde em 1978.
Ocorre que, embora nos últimos 40 anos a expectativa de vida tenha aumentado e a mortalidade
infantil, caído pela metade, por exemplo, o progresso em saúde tem sido desigual e injusto entre
países e dentro dos países.
“Devemos reconhecer que não alcançamos esse objetivo [saúde para todos]. Em vez de saúde
para todos, conseguimos saúde para alguns. Temos ficado muito focados em combater doenças
específicas, muito focados no tratamento, em detrimento da prevenção de doenças”, disse Ghe-
breyesus.
Quase metade da população mundial não tem acesso a serviços essenciais de saúde e, segundo
a OMS, 100 milhões de pessoas são empurradas para a pobreza a cada ano por causa de gastos
catastróficos em saúde. A atenção primária à saúde pode fornecer de 80% a 90% das necessida-
des de saúde de uma pessoa durante sua vida.
A Declaração de Astana aponta a necessidade de uma ação multissetorial que inclua tecnologia,
conhecimento científico e tradicional, juntamente com profissionais de saúde bem treinados e re-
munerados, e participação das pessoas e da comunidade para que seja alcançada a tão sonhada
saúde para todos com qualidade.
(Cláudia Collucci, Saúde não é brinquedo político, diz diretor da OMS. Em: Folha de S.Paulo, 25.10.2018. Adaptado)

298
Assinale a alternativa em que a regência está em conformidade com a norma-padrão.
a) Embora as nações aspirem cobertura universal de saúde, precisamos reconhecer de que ela
ainda não chegou em todos os habitantes do planeta.
b) Embora as nações aspirem na cobertura universal de saúde, precisamos reconhecer de que
ela ainda não chegou a todos os habitantes do planeta.
c) Embora as nações aspirem pela cobertura universal de saúde, precisamos reconhecer que ela
ainda não chegou em todos os habitantes do planeta.
d) Embora as nações aspirem à cobertura universal de saúde, precisamos reconhecer que ela
ainda não chegou a todos os habitantes do planeta.
e) Embora as nações aspirem por cobertura universal de saúde, precisamos reconhecer que ela
ainda não chegou com todos os habitantes do planeta.

QUESTÃO 11: VUNESP - ASS INF (CM TATUÍ)/CM TATUÍ/2019


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)

Por quê?

“Correlação não é causa” é um mantra que todos aqueles que já entraram numa aula de estatística
ou de metodologia científica ouviram. E de fato não é. O canto do galo e o nascer do sol estão forte-
mente correlacionados, mas ninguém deve achar que é o som emitido pelo galináceo que provoca
o surgimento do astro todas as manhãs.
O problema é que, durante muito tempo, estatísticos e cientistas se deixaram cegar pelo mantra e
renunciaram a investigar melhor a causalidade e desenvolver ferramentas matemáticas para lidar
com ela, o que é perfeitamente possível. Essa pelo menos é a visão do cientista da computação
Judea Pearl, exposta em “The Book of Why” (O livro do porquê), obra que escreveu com o mate-
mático e jornalista científico Dana Mackenzie.
Os prejuízos foram grandes. Muitas vidas se perderam porque, por várias décadas, a ciência julgou
não ter meios para estabelecer com segurança se o cigarro causava ou não câncer, incerteza que
a indústria do tabaco foi hábil em explorar. Em “The Book of Why”, Pearl e Mackenzie explicam de
forma razoavelmente didática quais são as novas técnicas que permitem responder a perguntas
causais como “qual a probabilidade de esta onda de calor ter sido provocada pelo efeito estufa?”
ou “foi a droga X que curou a doença Y?”. Mais até, os autores falam em usar a estatística para
destrinchar o obscuro mundo dos contrafactuais1.
Uma advertência importante que os autores fazem a entusiastas do “big data”2 é que não podemos
nos furtar a entender as questões estudadas e formular teorias. Não se chega a lugar nenhum só
com dados e sem hipóteses.
Minha sensação, pela retórica empregada (não tenho competência para avaliar tecnicamente), é
que Pearl exagera um pouco. Ele faz um uso pouco comedido de termos como “revolução” e “mi-
lagre”. Mas é um cientista de primeira linha e, mesmo que ele esteja aumentando as coisas em até
30%, ainda sobram muitas ideias fascinantes no livro.
(Hélio Schwartsman. 19.08.2018. www.folha.uol.com.br. Adaptado)

1contrafactual: simulação (sentido aproximado)


2 big data: grande banco de dados

299
Considerando as regras de regência da norma padrão, a expressão destacada em – ... não pode-
mos nos furtar a entender... – pode ser substituída por
a) abster por
b) abster em
c) abster de
d) abster sobre
e) abster contra

QUESTÃO 12: VUNESP - AUX LEG (CM TATUÍ)/CM TATUÍ/2019
Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)

Texto 1
Filósofo da internet sugere pagar ou sair das redes sociais

Jaron Lanier não poupa críticas ao modelo de negócios baseado em publicidade, que sustenta a
maior parte do que conhecemos por internet hoje. Serviços gratuitos como Facebook, Google e
WhatsApp, no fundo, cobram caro. Na visão de Lanier, manipulam, mudam comportamentos e,
muitas vezes, nos tornam babacas.
Em seu quinto livro, “Dez Argumentos para Você Deletar Agora suas Redes Sociais”, recém-lança-
do no Brasil, o cientista da computação e precursor da realidade virtual encoraja as pessoas cuja
vida financeira não depende das redes sociais a abandoná-las – ao menos por seis meses –, para
retomarem a “consciência de si próprias”.
Lanier afirma que, se cometeram muitos erros na internet, um deles era a ideia de que a única
forma de inovar e manter o serviço livre era com um modelo baseado em publicidade, o que nos
levou a um contexto de vigilância universal. Ele defende um sistema em que as pessoas possam
ser pagas pelo que fazem on line e paguem pelo que gostam de fazer on line, o que tornaria a
relação mais direta e honesta.
Lanier explica: “Quando você olhava para o anúncio da TV, ele não estava te olhando de volta. Na
internet, é diferente: há mais informação sendo tirada de você do que oferecida. Ferramentas em
qualquer site captam como seu corpo se mexe, onde você está e tudo sobre seus dispositivos. O
que você vê é a menor parte do que acontece. Toda informação tirada de você é usada para mudar
sua experiência on line e criar uma sistemática que te prenda. Isso é chamado de engajamento.
Chamo de vício. É quase como vício em jogo, há busca por satisfação, e a punição é severa.”
Jaron Lanier recomenda ficar atento aos 10 argumentos para você deletar suas redes sociais:

1. Você está perdendo seu livre-arbítrio


2. Largar as redes sociais é a maneira mais certeira de resistir à insanidade dos nossos tem-
pos
3. As redes sociais estão tornando você um babaca
4. As redes sociais minam a verdade
5. As redes sociais transformam o que você diz em algo sem sentido
6. As redes sociais destroem sua capacidade de empatia
7. As redes sociais deixam você infeliz
8. As redes sociais não querem que você tenha dignidade econômica
9. As redes sociais tornam a política impossível

300
10. As redes sociais odeiam sua alma
(Folha de S. Paulo, 20.10.2019, Adaptado)

Elaborada a partir do texto, assinale a alternativa correta, de acordo com a regência.


a) Ele opta a um sistema o qual as pessoas possam ser pagas pelo que fazem on line.
b) O cientista da computação instiga nas pessoas a abandonar as redes.
c) A ideia era manter o serviço livre do modelo voltado à publicidade.
d) Almeja-se pela satisfação, e a punição é severa.
e) Os serviços gratuitos transformam-nos babacas.

QUESTÃO 13: VUNESP - ACS (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/2019


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Leia o texto para responder a questão.
O futuro do trabalho

Foi lançado nesse mês, em meio às celebrações do centenário da Organização Internacional do


Trabalho (OIT), o relatório da comissão global sobre o futuro do trabalho, que tive a honra de inte-
grar. O que o texto revela é uma visão centrada em políticas públicas para enfrentar desafios que
o século trouxe para a humanidade.
Frente à chamada revolução industrial 4.0, ao envelhecimento da população e à mudança climá-
tica, a resposta aparece na forma de programas para evitar o crescimento da desigualdade e
melhorar a preparação das gerações futuras e o conceito de uma sociedade ativa ao longo da vida.
É importante lembrar que, segundo pesquisadores, haverá em poucos anos a extinção de profis-
sões e de tarefas dentro de várias ocupações, diante da automação e da robotização aceleradas.
Outras serão criadas, demandando, porém, competências distintas das que estavam em alta até
pouco tempo. O cenário exige grande investimento nas pessoas. Por isso, o relatório clama por
uma agenda econômica centrada em seres humanos, especialmente uma ampliação em suas
capacidades.
Isso envolve trabalhar com o conceito de aprendizagem ao longo da vida, ou seja, desde a primeira
infância, a fim de desenvolver competências basilares, necessárias para promover autonomia
para que todos possam aprender a aprender.
Afinal, numa vida em que tarefas vão sendo extintas e assumidas por máquinas, teremos que nos
reinventar continuamente, passando a desempenhar atividades que demandam capacidade de
resolução criativa e colaborativa de problemas complexos, reflexão crítica e maior profundidade de
análise.
Teremos também que contar com um ecossistema educacional que inclua modalidades ágeis de
cursos para capacitação, recapacitação e requalificação. A certificação de conhecimentos previa-
mente adquiridos ganha força e sentido de urgência, além de um investimento maior em escolas
técnicas e profissionais que fomentem a aquisição das competências necessárias não só para
exercer uma profissão específica, mas também para obter outra rapidamente, se necessário.
(Claudia Costin. Folha de S.Paulo, 25.01.2019. Adaptado)
Substituindo-se os termos destacados na frase “Por isso, o relatório clama por uma agenda econô-
mica centrada em seres humanos...” a redação permanecerá em conformidade com a norma-pa-
drão de regência em:

301
a) Por isso, o relatório impõe por uma agenda econômica focada com seres humanos...
b) Por isso, o relatório reivindica uma agenda econômica ajustada para seres humanos...
c) Por isso, o relatório reclama de uma agenda econômica dirigida de seres humanos...
d) Por isso, o relatório postula com uma agenda econômica aplicada por seres humanos...
e) Por isso, o relatório requer de uma agenda econômica destinada a seres humanos...

QUESTÃO 14: VUNESP - ANA (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/AMBIENTAL/2019


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Leia o texto para responder a questão.

“Tire suas próprias conclusões”

Essa é a frase que mais tenho ouvido recentemente. Passada a euforia de uma notícia qualificada
como “bomba”, logo os atores de uma das partes corriam a público para disponibilizar a íntegra
daquilo que antes foi veiculado em partes.
É preciso saber de tudo e entender de tudo. É preciso tirar as próprias conclusões para não depen-
der de ninguém, e é esse o grande e contraditório imperativo dos nossos tempos. É uma ordem a
uma experimentação libertária, e uma quase contradição do termo. O imperativo que liberta tam-
bém aprisiona: você só passa a ser, ou a pertencer, se tiver uma conclusão. Sobre qualquer coisa.
Nas últimas décadas psicanalistas se debruçaram sobre as mudanças nos arranjos produtivos e
sociais de cada período histórico para compreender e nomear as formas de sofrimento decorrentes
delas. A revolução industrial, a divisão social do trabalho, a urbanização desenfreada e as guerras,
por exemplo, fizeram explodir o número de sujeitos impacientes, irritadiços e perturbados com a
velocidade das transformações e suas consequentes perdas de referências simbólicas.
Pensando sobre o imperativo “Leia/Veja/Assista” e “Tire suas próprias conclusões”, começo a des-
confiar de que estamos diante de uma nova forma de sofrimento relacionado a um mal-estar ainda
não nomeado.
Afinal, que tipo de sujeito está surgindo de nossa nova organização social? O que a vida em rede
diz sobre as formas como nos relacionamos com o mundo? Que tipos de valores surgem dali? E,
finalmente, que tipo de sofrimento essa vida em rede tem causado?
Vou arriscar e sair correndo, já sob o risco de percorrer um campo que não é meu: estamos vendo
surgir o sujeito preso à ideia da obrigação de ter algo a dizer. Ao longo dos séculos essa angústia
era comum aos chamados formadores de opinião e artistas, responsáveis por reinterpretar o mun-
do. Hoje basta ter um celular com conexão 3G para ser chamado a opinar sobre qualquer coisa.
Pensamos estar pensando mesmo quando estamos apenas terceirizando convicções ao comparti-
lhar aquilo que não escrevemos.
É uma nova versão de um conflito descrito por Clarice Lispector a respeito da insuficiência da lin-
guagem. Algo como: “Não só não consigo dizer o que penso como o que penso passa a ser o que
digo”. Se vivesse nas redes que atribuem a ela frases que jamais disse, o “dizer” e o “pensar” teriam
a interlocução de um outro verbo: “compartilhar”.
(Matheus Pichonelli, Carta Capital. 18.03.2016. www.cartacapital.com.br. Adaptado)

Considere o trecho: O imperativo que liberta também aprisiona: você só passa a ser, ou a pertencer,
se tiver uma conclusão. Sobre qualquer coisa. (2º parágrafo)
Respeitando-se as regras de regência nominal e preservando- se o sentido original, o vocábulo
destacado pode ser substituído por:
302
a) De acordo com
b) De encontro a
c) Acima de
d) Em virtude de
e) A respeito de

QUESTÃO 15: VUNESP - ANA (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/AMBIENTAL/2019


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Assinale a alternativa redigida em conformidade com a norma-padrão quanto às regras de regência
e à ocorrência da crase.

a) Telejornais apresentam à população um resumo dos eventos que lhe despertaram interesse nas
redes sociais.
b) Indivíduos são chamados à tirar suas conclusões sobre fatos que os são apresentados diaria-
mente.
c) Cada vez mais têm chegado à mim frases das quais me fazem refletir sobre os valores da so-
ciedade atual.
d) É inegável que às redes sociais influenciam o modo como interagimos com o mundo e o damos
sentido.
e) Tem sido comum pessoas compartilharem informações de maneira instantânea, sem analisar-
-lhes à fundo.

QUESTÃO 16: VUNESP - ASS SOC (TRANSERP)/TRANSERP/2019
Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)

Sedentários bem alimentados

Pela primeira vez na história de nossa espécie, foi-nos oferecida a possibilidade de comer à larga
em todas as refeições e de ganhar a vida sentados o dia inteiro. Obesidade e sedentarismo se
tornaram as principais epidemias nos países de renda média e alta, nos quais a praga mortífera do
tabagismo começa a ser a duras penas controlada.
Na esteira dessas duas pandemias, caminham a passos apressados hipertensão arterial, diversos
tipos de câncer, diabetes, doenças cardiovasculares, problemas ortopédicos, articulares, renais e
outras complicações que sobrecarregam o sistema de saúde, encarecem o atendimento e fazem
sofrer milhões de pessoas. Nas capitais, 19% dos brasileiros adultos estão obesos e outros 35%
têm sobrepeso, ou seja, menos da metade da população cai na faixa do peso considerado saudá-
vel.
Na contramão de outros ramos da economia, a incorporação de tecnologia na área médica aumen-
ta o custo do produto final. A assistência a uma população que envelhece mal como a brasileira
exigirá recursos de que não dispomos no SUS nem na saúde suplementar.
Esperar as pessoas adoecerem para tratá-las em hospitais e unidades de pronto atendimento é
política suicida. Não há saída: ou investimos na prevenção ou, cada vez mais, só os privilegiados
terão acesso à medicina moderna.
Nos anos 1960, cerca de 60% dos nossos adultos fumavam, hoje não passam de 10%. Se con-
seguimos resultado tão impressionante com a dependência química mais feroz que a medicina

303
conhece, não é impossível convencer mulheres, crianças e homens a comer um pouco menos e a
andar míseros 40 minutos num dia de 24 horas.
(Drauzio Varella. Folha de S. Paulo, 11.11.2018. www.folha.uol.com.br. Adaptado)
Atendendo às regras de regência verbal e de colocação pronominal da norma-padrão da língua, a
expressão destacada em “recursos de que não dispomos no SUS nem na saúde suplementar”
pode ser substituída por
a) que não nos ofertam.
b) que não ofertam-nos.
c) de que não nos ofertam.
d) de que não ofertam-nos.
e) em que não ofertam-nos.

QUESTÃO 17: VUNESP - PAEPE (UNICAMP)/UNICAMP/BIBLIOTECÁRIO/2019


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)

Página infeliz

O mercado editorial no Brasil nunca pareceu tão próximo de uma catástrofe – com as duas prin-
cipais redes de livrarias do país, Saraiva e Cultura, em uma crise profunda, reduzindo o número de
lojas e com dívidas que parecem sem fim.
Líder do mercado, a Saraiva, que já acumula atrasos de pagamentos a editores nos últimos anos,
anunciou nesta semana o fechamento de 20 lojas. Em nota, a rede afirma que a medida tem a ver
com “desafios econômicos e operacionais”, além de uma mudança na “dinâmica do varejo”.
Na semana anterior, a Livraria Cultura entrou em recuperação judicial. No pedido à Justiça, a rede
afirma acumular prejuízos nos últimos quatro anos, ter custos que só crescem e vendas menores.
Mesmo assim, diz a petição enviada ao juiz, não teria aumentado seus preços.
O enrosco da Cultura está explicado aí. Diante da crise, a empresa passou a pegar dinheiro em-
prestado com os bancos – o tamanho da dívida é de R$ 63 milhões. Com os atrasos nos paga-
mentos das duas redes, editoras já promoveram uma série de demissões ao longo dos últimos dois
anos.
O cenário de derrocada, contudo, parece estar em descompasso com os números de vendas.
Desde o começo do ano, os dados compilados pela Nielsen, empresa de pesquisa de mercado,
levantados a pedido do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, mostravam que o meio livreiro
vinha dando sinais de melhoras pela primeira vez, desde o início da recessão econômica que abala
o país.
Simone Paulino, da Nós, editora independente de São Paulo, enxerga um descompasso entre as
vendas em alta e a crise. Nas palavras dela, “um paradoxo assustador.” A editora nunca vendeu
tanto na Cultura quanto nesses últimos seis meses”, diz. E é justamente nesse período que eles
não têm sido pagos.
“O modelo de produção do livro é muito complicado. Você investe desde a compra do direito autoral
ou tradução e vai investindo ao longo de todo o processo. Na hora que você deveria receber, esse
dinheiro não volta”, diz Paulino.
“Os grandes grupos têm uma estrutura de advogados que vão ter estratégia para tentar receber. E
para os pequenos? O que vai acontecer?”
Mas há uma esperança para os editores do país: o preço fixo do livro. Diante do cenário de crise, a
maior parte dos editores aposta em uma carta tirada da manga no apagar das luzes do atual gover-
304
no – a criação, no país, do preço fixo do livro – norma a ser implantada por medida provisória – nos
moldes de boa parte de países europeus, como França e Alemanha.
Os editores se inspiram no pujante mercado europeu. Por lá, o preço fixo existe desde 1837, quan-
do a Dinamarca criou a sua lei limitando descontos, abolida só em 2001. A crença é a de que a
crise atual é em parte causada pela guerra de preço. Unificar o valor de capa permitiria um flores-
cimento das livrarias independentes, uma vez que elas competiriam de forma mais justa com as
grandes redes.
(Folha de S. Paulo, 03.11.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa que completa, respectivamente e de acordo com a norma-padrão da regên-


cia, os segmentos:
O cenário de derrocada parece … A Livraria Cultura …
Os editores pretendem …
a) divergir aos números de venda./ recorreu dos empréstimos bancários./ equiparar-se com o
pujante mercado europeu.
b) divergir dos números de venda./ recorreu pelos empréstimos bancários./ equiparar-se pelo
pujante mercado europeu.
c) divergir com os números de venda./ recorreu dos empréstimos bancários./ equiparar-se no
pujante mercado europeu.
d) divergir dos números de venda./ recorreu a empréstimos bancários./ equiparar-se ao pujante
mercado europeu.
e) divergir os números de venda./ recorreu dos empréstimos bancários./ equiparar-se o pujante
mercado europeu.

QUESTÃO 18: VUNESP - PEB I (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/PEB I/2019


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Leia o texto para responder a questão.

As palavras e as coisas

Confesso que, de início, não acreditava que Moana, aos 9 anos, pudesse se interessar pela leitura
da versão integral do clássico de J.R.R. Tolkien, O Hobbit. É verdade que se trata de uma aventura
povoada por magos e repleta de objetos encantados. Mas é um romance longo, com descrições
densas e vocabulário sofisticado. Para minha surpresa, no entanto, seu envolvimento com a obra
crescia a cada noite que a líamos juntos.
Ao terminarmos a leitura do décimo capítulo, Moana não me desejou boa-noite. Com olhos ainda
despertos, me perguntou se não podíamos comentar aquilo que mais havia agradado até então.
Pensei que o pedido não passasse de mais uma de suas estratégias para adiar a hora de dormir.
Recusei, mas ela argumentou: “Não é assim que vocês fazem, você e a mamãe, quando leem
Arendt e Paul Ricoeur em seus grupos de estudos?”. Jamais imaginara que, quando a levamos a
esses encontros – premidos por alguma necessidade – ela pudesse prestar qualquer atenção ao
que se passava. Sempre a via absorta em suas tarefas, desenhos e leituras. Mas, em seu silêncio,
ela se dava conta do sentido de uma leitura partilhada.
Falamos, então, das transformações que ocorreram no personagem central, que abandonara sua
vida confortável e pacata de hobbit, para se tornar um aventureiro épico. Mas foi só no dia se-
guinte que percebi a profundidade contida em seu pedido para que partilhássemos as impressões
305
de nossas leituras. Lembrei-me de uma bela passagem de Homens em tempos sombrios, na qual
Hannah Arendt afirma que o “mundo não é humano simplesmente por ter sido feito por mãos hu-
manas, nem se torna humano meramente porque a voz humana nele ressoa. Por mais afetados
que sejamos pelas coisas do mundo [como um livro], por mais profundamente que elas possam
nos instigar e estimular, essas coisas só se tornam humanas para nós quando podemos discuti-las
com nossos companheiros”.
É porque a fala humaniza as obras que gostamos tanto de comentar um filme, de compartilhar a
interpretação de um livro ou fazer uma refeição com nossos amigos. São as expressões do discur-
so humano que transformam uma coisa – como um livro – em objeto de um legado simbólico que
nos humaniza.
Na escola, é por meio das trocas discursivas entre professores e alunos que um romance ou um
programa computacional deixam de ser coisas inertes para se transformarem em objetos que de-
sempenham uma função educativa e, assim, adquirem seu sentido humanizador. São as palavras
– e não as coisas – que conferem sentido às experiências humanas.
(José Sérgio Fonseca de Camargo, “As palavras e as coisas”. Em: http://www.revistaeducacao.com.br. Adaptado)

Assinale a alternativa cujo enunciado está em conformidade com a norma-padrão de regência.

a) Moana ia nos grupos de estudos com os pais e ficava atenta de todas as coisas que aconteciam
ali.
b) Moana, antes de dormir, queria falar com o pai sobre aquilo de que mais havia gostado na leitura
de O Hobbit.
c) As transformações no personagem central mostram que o hobbit aspirava em ser um aventu-
reiro épico.
d) Quando Moana pediu para comentar a leitura, o pai discordou com ela, achando que não que-
ria dormir.
e) O pai pensava de que Moana não estava apta em ler a versão integral do clássico de J.R.R.
Tolkien, O Hobbit.

QUESTÃO 19: VUNESP - PEBII (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/PEB II/EDUCAÇÃO
ESPECIAL/2019
Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Considere o texto e a foto seguintes para responder a questão.

306
Almoço com as estrelas

Já houve muita discussão sobre a autenticidade de uma das fotos mais famosas de todos os tempos:
Lunch atop a skyscraper (algo como Almoço no topo de um arranha- céu). A teoria mais escandalosa
é que a foto seria uma montagem. Não é. Nos anos 30, quando foi tirada, não havia tecnologia para
forjar os personagens num fundo falso. O negativo é de vidro e encontra-se nos cofres da Agência
Corbis.
Outra teoria: os onze operários estariam ali protegidos por redes. Não. Estão correndo risco, ainda
que tenham topado posar para a foto. Ou seja, não apareceu um fotógrafo do nada ao meio-dia de
20 de setembro de 1932 e simplesmente flagrou o almoço da rapaziada. Até porque fotógrafos e
modelos estão a quase 250 m de altura, na estrutura de um edifício na Rua 48, em Nova York.
Naquele dia, três fotógrafos estiveram na construção, segundo Ken Johnston, diretor de fotos his-
tóricas da Corbis.
A foto, hoje atribuída a Charles C. Ebbets, foi publicada no dia 2 de outubro de 1932, no jornal The
New York Herald Tribune, e trazia a legenda: “Enquanto milhares de nova-iorquinos se apressam
em restaurantes e lanchonetes fervilhantes de clientes, esses trabalhadores intrépidos obtêm todo
o ar e liberdade que querem almoçando sobre uma viga de aço”.
(Aventuras na História, dezembro de 2012. Adaptado)

Supondo uma outra legenda para a foto, ela estará em conformidade com a regência padrão se
redigida da seguinte forma:

a) Uma cena com que muitos não creem: insensíveis do medo, operários descansam a quase 250
metros de altura.
b) Uma cena a que muitos duvidam: expostos ao perigo, operários descansam a quase 250 metros
de altura.
c) Uma cena em que muitos se espantam: indefesos diante à cidade, operários descansam a qua-
se 250 metros de altura.
d) Uma cena de que muitos não se convencem: desprovidos com equipamentos de segurança,
operários descansam a quase 250 metros de altura.
e) Uma cena de que muitos se maravilham: indiferentes aos riscos, operários descansam a quase
250 metros de altura.

307
QUESTÃO 20: VUNESP - IFR (PREF GRU)/PREF GRU/2019
Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Leia o texto e responda a questão.

Roma

O filme Roma está constantemente entre dois caminhos. É pessoal e grandioso, popular e intelec-
tual, tecnológico – rodado em 65 mm digital – e clássico – feito em preto e branco com a mesma
ousadia dos movimentos cinematográficos das décadas de 1950 e 1960. O título, uma referência a
Colonia Roma, bairro da Cidade do México, também remete a Roma, Cidade Aberta, filme-símbolo
do neorrealismo italiano assinado por Roberto Rossellini.
Ao revisitar a própria memória, o cineasta Alfonso Cuarón escolhe olhar para Cleo, a empregada,
de origem indígena, de uma família branca de classe média. Resgata, assim, não apenas os seus
anos de formação, mas todas as particularidades do passado do país. O México no início dos anos
1970 fervilhava entre revoluções sociais e a influência da cultura estrangeira. Cleo, porém, se man-
tinha ingênua, centrada nas suas obrigações: lavar o pátio, buscar as crianças na escola, lavar a
roupa, colocar os pequenos para dormir.
Até que tudo se transforma. A família perfeita desmorona, com o pai que sai de casa, a mãe que
não se conforma com o fim do casamento e os filhos jogados de um lado para o outro na con-
fusão dos adultos. Enquanto isso, Cleo se apaixona, engravida, é enganada e deixada à própria
sorte. Duas mulheres de diferentes origens compartilham a dor do abandono. Juntas, reencontram
a resiliência que segura o mundo frente às paixões autocentradas.
O cineasta, que além da direção e do roteiro assina a fotografia e a montagem (ao lado de Adam
Gough), retrata sua história, entrelaçada com a de seu país, como se na vida adulta reencontrasse
o olhar da infância, cujo fascínio por cada descoberta aumenta o tamanho e a importância de tudo.
O que Cuarón faz em Roma é raro. São camadas e camadas sobrepostas para reproduzir a com-
plexidade do seu imaginário afetivo e das relações sociais de um país. Entre muitas inspirações,
referências e técnicas, sua assinatura está na sinceridade com que olha para si mesmo e para os
seus personagens, encontrando beleza e verdade no que muitos menosprezam. Esse é um filme
simples e complicado, como a própria vida.
(Natália Bridi. Omelete. 11.01.2019. www.omelete.com.br. Adaptado)

Em “Cleo, porém, se mantinha ingênua, centrada nas suas obrigações...” (2º parágrafo), o trecho
destacado pode ser corretamente substituído, conforme as regras de regência da norma-padrão da
língua, por
a) dedicada das.
b) absorta sob as.
c) aplicada com as.
d) empenhada nas.
e) comprometida das.

QUESTÃO 21: VUNESP - IFR (PREF GRU)/PREF GRU/2019


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Leia o texto e responda a questão.
Roma

308
O filme Roma está constantemente entre dois caminhos. É pessoal e grandioso, popular e intelec-
tual, tecnológico – rodado em 65 mm digital – e clássico – feito em preto e branco com a mesma
ousadia dos movimentos cinematográficos das décadas de 1950 e 1960. O título, uma referência a
Colonia Roma, bairro da Cidade do México, também remete a Roma, Cidade Aberta, filme-símbolo
do neorrealismo italiano assinado por Roberto Rossellini.
Ao revisitar a própria memória, o cineasta Alfonso Cuarón escolhe olhar para Cleo, a empregada,
de origem indígena, de uma família branca de classe média. Resgata, assim, não apenas os seus
anos de formação, mas todas as particularidades do passado do país. O México no início dos anos
1970 fervilhava entre revoluções sociais e a influência da cultura estrangeira. Cleo, porém, se man-
tinha ingênua, centrada nas suas obrigações: lavar o pátio, buscar as crianças na escola, lavar a
roupa, colocar os pequenos para dormir.
Até que tudo se transforma. A família perfeita desmorona, com o pai que sai de casa, a mãe que
não se conforma com o fim do casamento e os filhos jogados de um lado para o outro na con-
fusão dos adultos. Enquanto isso, Cleo se apaixona, engravida, é enganada e deixada à própria
sorte. Duas mulheres de diferentes origens compartilham a dor do abandono. Juntas, reencontram
a resiliência que segura o mundo frente às paixões autocentradas.
O cineasta, que além da direção e do roteiro assina a fotografia e a montagem (ao lado de Adam
Gough), retrata sua história, entrelaçada com a de seu país, como se na vida adulta reencontrasse
o olhar da infância, cujo fascínio por cada descoberta aumenta o tamanho e a importância de tudo.
O que Cuarón faz em Roma é raro. São camadas e camadas sobrepostas para reproduzir a com-
plexidade do seu imaginário afetivo e das relações sociais de um país. Entre muitas inspirações,
referências e técnicas, sua assinatura está na sinceridade com que olha para si mesmo e para os
seus personagens, encontrando beleza e verdade no que muitos menosprezam. Esse é um filme
simples e complicado, como a própria vida.
(Natália Bridi. Omelete. 11.01.2019. www.omelete.com.br. Adaptado)

A expressão verbal que apresenta, conforme a norma-padrão da língua, a mesma regência da des-
tacada em “O título [...] remete a Roma, Cidade Aberta, filme-símbolo do neorrealismo italiano...”
(1o parágrafo) e que, por essa razão, pode substituí-la sem que se realize qualquer outra alteração
no trecho é:
a) se refere.
b) se evoca.
c) retoma.
d) recupera.
e) ecoa.

QUESTÃO 22: VUNESP - ANTI (CM MONTE ALTO)/CM MONTE ALTO/2019


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Leia o texto para responder à questão.

Chris Bolin, engenheiro de software da Formidable, empresa de Seattle (EUA), criou uma página de
internet cujo conteúdo só pode ser lido offline – ou seja, você tem que desconectar sua internet
no PC ou celular e só assim a página mostrará o texto. Se você ainda não está pronto para desligar
sua internet por dois minutos, a gente te ajuda: Veja abaixo o manifesto de Chris Bolin:
“2017. 2 minutos de leitura.
309
Você quer ser produtivo? Basta desligar, pois manter uma conexão constante com a internet é man-
ter uma conexão constante com interrupções, tanto externas como internas.
As interrupções externas são uma legião e bem documentadas: você tem uma nova mensagem no
Gmail, Slack, Twitter, Facebook, Instagram, Snapchat, LinkedIn. Amigos, familiares, colegas de
trabalho e spammers: cada um tem acesso direto à sua preciosa atenção.
Mas são as distrações internas verdadeiramente perniciosas. Você pode silenciar as notificações
do Twitter e sair do Slack, mas como você impede sua própria mente de descarrilar sua atenção?
Passei horas capturadas em teias da minha própria curiosidade. O mais perigoso é o capricho divi-
dido, a propósito do nada: ‘Eu me pergunto qual é o segundo idioma mais falado?’ Aqueles 500
milissegundos poderiam mudar seu dia, porque nunca é apenas uma pesquisa no Google, apenas
um artigo da Wikipédia. A desconexão da internet faz um curto-circuito desses caprichos, permitin-
do que você se mova sem embaraços.
Esta página em si é um experimento nesta veia: e se certo conteúdo nos obrigasse a desconectar?
E se os leitores tivessem acesso a essa gloriosa atenção que faz devorar um romance por horas
de uma forma tão gratificante? E se os criadores pudessem emparelhar isso com o poder dos apa-
relhos modernos? Nossos telefones e laptops são incríveis plataformas para novos conteúdos – se
apenas pudéssemos aproveitar nossa própria atenção.
O conteúdo offline apenas obrigaria os criadores a pensar de forma diferente. Olhe para esta pági-
na: não há um único link, nenhuma oferta de nota de rodapé para distrair os leitores. Quantos bons
artigos você deixou a metade da leitura porque você caçou um cintilante link sublinhado? Quando
você está offline, aqui é o único lugar em que você pode estar.
Eu já posso ouvir os gemidos: ‘Mas eu tenho que estar online para o meu trabalho.’ Eu não ligo.
Crie tempo. Aposto que o que o torna valioso não é a sua capacidade para o Google, mas a sua
capacidade de sintetizar informações. Faça suas pesquisas online, mas crie offline.
Agora volte para sua internet acessada regularmente. Apenas lembre-se de se dar um presente
ocasional de desconexão.”
(https://uoltecnologia.blogosfera.uol.com.br. Adaptado)

Assinale a alternativa que atende à norma-padrão de regência.


A) A página cujo conteúdo offline obrigaria os criadores a pensar de forma diferente é aquela a que
Bolin se refere como responsável por desconectar quem navega pela internet.
B) A página que o conteúdo offline obrigaria os criadores a pensar de forma diferente é aquela que
Bolin se refere como responsável por desconectar quem navega pela internet.
C) A página cujo o conteúdo offline obrigaria os criadores a pensar de forma diferente é aquela a
qual Bolin se refere como responsável de desconectar quem navega pela internet.
D) A página de que o conteúdo offline obrigaria os criadores a pensar de forma diferente é aquela
aonde Bolin se refere como responsável em desconectar quem navega pela internet.
E) A página de cujo conteúdo offline obrigaria os criadores a pensar de forma diferente é aquela em
que Bolin se refere como responsável em desconectar quem navega pela internet.

QUESTÃO 23: VUNESP - ANTI (CM MONTE ALTO)/CM MONTE ALTO/2019
Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Leia o texto para responder à questão.

Chris Bolin, engenheiro de software da Formidable, empresa de Seattle (EUA), criou uma página de

310
internet cujo conteúdo só pode ser lido offline – ou seja, você tem que desconectar sua internet
no PC ou celular e só assim a página mostrará o texto. Se você ainda não está pronto para desligar
sua internet por dois minutos, a gente te ajuda: Veja abaixo o manifesto de Chris Bolin:
“2017. 2 minutos de leitura.
Você quer ser produtivo? Basta desligar, pois manter uma conexão constante com a internet é man-
ter uma conexão constante com interrupções, tanto externas como internas.
As interrupções externas são uma legião e bem documentadas: você tem uma nova mensagem no
Gmail, Slack, Twitter, Facebook, Instagram, Snapchat, LinkedIn. Amigos, familiares, colegas de
trabalho e spammers: cada um tem acesso direto à sua preciosa atenção.
Mas são as distrações internas verdadeiramente perniciosas. Você pode silenciar as notificações
do Twitter e sair do Slack, mas como você impede sua própria mente de descarrilar sua atenção?
Passei horas capturadas em teias da minha própria curiosidade. O mais perigoso é o capricho divi-
dido, a propósito do nada: ‘Eu me pergunto qual é o segundo idioma mais falado?’ Aqueles 500
milissegundos poderiam mudar seu dia, porque nunca é apenas uma pesquisa no Google, apenas
um artigo da Wikipédia. A desconexão da internet faz um curto-circuito desses caprichos, permitin-
do que você se mova sem embaraços.
Esta página em si é um experimento nesta veia: e se certo conteúdo nos obrigasse a desconectar?
E se os leitores tivessem acesso a essa gloriosa atenção que faz devorar um romance por horas
de uma forma tão gratificante? E se os criadores pudessem emparelhar isso com o poder dos apa-
relhos modernos? Nossos telefones e laptops são incríveis plataformas para novos conteúdos – se
apenas pudéssemos aproveitar nossa própria atenção.
O conteúdo offline apenas obrigaria os criadores a pensar de forma diferente. Olhe para esta pági-
na: não há um único link, nenhuma oferta de nota de rodapé para distrair os leitores. Quantos bons
artigos você deixou a metade da leitura porque você caçou um cintilante link sublinhado? Quando
você está offline, aqui é o único lugar em que você pode estar.
Eu já posso ouvir os gemidos: ‘Mas eu tenho que estar online para o meu trabalho.’ Eu não ligo.
Crie tempo. Aposto que o que o torna valioso não é a sua capacidade para o Google, mas a sua
capacidade de sintetizar informações. Faça suas pesquisas online, mas crie offline.
Agora volte para sua internet acessada regularmente. Apenas lembre-se de se dar um presente
ocasional de desconexão.”
(https://uoltecnologia.blogosfera.uol.com.br. Adaptado)

Quando estão conectados, os internautas dão muita atenção mensagens que recebem em
seus e-mails e nas redes sociais. De mais mais, ainda muitas distrações internas de cada
um. Frente tudo isso, como as pessoas devem começar pensar sua forma de se relacionar
com a conectividade?
De acordo com a norma-padrão, as lacunas do enunciado devem ser preenchidas, respectivamen-
te, com
A) às ... à ... a ... a ... a
B) as ... à ... a ... a ... à
C) às ... a ... à ... à ... a
D) as ... à ... há ... à ... à
E) às ... a ... há ... a ... a

311
QUESTÃO 24: VUNESP - COOR PEDA (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019
Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Querido Martins, a portadora é Tereza Batista, com amizade. de arruaceira, atrevida e obs-
tinada, de não respeitar autoridade e de se meter não é chamada. Mas tendo com ela convi-
vido longo tempo, praticamente juntos dia e noite de março novembro neste ano de 72, sei
de suas boas qualidades.
(Trecho de carta de Jorge Amado, que consta na orelha da capa de seuromance Tereza Batista cansada de guerra.)

As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respectivamente, com:


a) receba-a... Acusam-na ... onde ... a
b) receba-lhe ... Acusam ela de ... onde ... à
c) receba-a ... Acusam-na ... aonde ... à
d) a receba ... Acusam-lhe ... aonde ... a
e) receba ela ... Lhe acusam ... onde ... à

QUESTÃO 25: VUNESP - DIR ESC (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019
Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)

Uma garotinha sobe em uma árvore. De galho em galho, ela se diverte, até que pede ajuda, não
consegue descer. “Se subiu, desce”, diz o homem. Ela tenta, tenta e por fim consegue. Em poucos
segundos, está no alto novamente: aprendeu a descer. Em torno dela, dezenas de crianças brin-
cam com pedaços de madeira velha e canos, escalam grades, andam de patinete e dão cambalho-
tas – os adultos não reprimem. Essa grande bagunça é o recreio das crianças da Swanson Primary
School, em Auckland, Nova Zelândia, e o homem é Bruce McLachlan, diretor que implementou na
escola a política de zero regras.
“Nós queremos que as crianças estejam seguras e queremos cuidar delas, mas acabamos embru-
lhando-as em algodão enquanto elas deveriam poder cair“, diz Mclachlan ao criticar a forma com
que tratamos as crianças.
A iniciativa do intervalo sem regras partiu de um experimento feito por duas universidades locais.
A ideia é que ao dar às crianças a responsabilidade de cuidar de si mesmas, dá-se também a
oportunidade de aprenderem com seus próprios erros. “Quando você olha para o nosso parquinho,
parece um caos. De uma perspectiva adulta, parece que as crianças vão se machucar, mas elas
não se machucam”, afirma.
Ao manter as crianças livres para se divertir, foram registrados menos acidentes, casos de bullying
e vandalismo, enquanto que a concentração das crianças nas aulas e a vontade de ir à escola au-
mentaram.
O experimento deu tão certo que se tornou uma política permanente da escola.
(Bruna Rasmussen. https://www.hypeness.com.br/2015/01/conheca-aescola- sem-regras-e-seu-impacto-na-vida-dos-
-estudantes/ Adaptado)

Assinale a alternativa que, em conformidade com a norma-padrão, completa a frase a seguir: As


crianças se tornaram mais...
a) atentas com as aulas e mostraram maior empenho à vida escolar.
b) comprometidas das aulas e mostraram maior interesse com a vida escolar.
c) dedicadas para as aulas e mostraram mais prazer à vida escolar.

312
d) predispostas para as aulas e mostraram-se menos alheias à vida escolar.
e) aplicadas das aulas e mostraram-se menos aborrecidas com a vida escolar.

QUESTÃO 26: VUNESP - INSP ALU (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)

Pelo fim das fronteiras

Imigração é um fenômeno estranho. Do ponto de vista puramente racional, ela é a solução para
vários problemas globais. Mas, como o mundo é um lugar menos racional do que deveria, pessoas
que buscam refúgio em outros países costumam ser recebidas com desconfiança quando não com
violência, o que diminui o valor da imigração como remédio multiuso.
No plano econômico, a plena mobilidade da mão de obra seria muito bem-vinda. Segundo algumas
estimativas, ela faria o PIB mundial aumentar em até 50%. Mesmo que esses cálculos estejam in-
flados, só uma fração de 10% já significaria um incremento da ordem de US$ 10 trilhões (uns cinco
Brasis).
Uma das principais razões para o mundo ser mais pobre do que poderia é que enormes contin-
gentes de humanos vivem sob sistemas que os impedem de ser produtivos. Um estudo de 2016
de Clemens, Montenegro e Pritchett estimou que só tirar um trabalhador macho sem qualificação
de seu país pobre de origem e transportá-lo para os EUA elevaria sua renda anual em US$ 14 mil.
A imigração se torna ainda mais tentadora quando se considera que é a resposta perfeita para paí-
ses desenvolvidos que enfrentam o problema do envelhecimento populacional.
Não obstante tantas virtudes, imigrantes podem ser maltratados e até perseguidos quando cruzam
a fronteira, especialmente se vêm em grandes números. Isso está acontecendo até no Brasil, que
não tinha histórico de xenofobia. Desconfio de que estão em operação aqui vieses da Idade da Pe-
dra, tempo em que membros de outras tribos eram muito mais uma ameaça do que uma solução.
De todo modo, caberia às autoridades incentivar a imigração, tomando cuidado para evitar que a
chegada dos estrangeiros dê pretexto para cenas de barbárie. Isso exigiria recebê-los com in-
teligência, minimizando choques culturais e distribuindo as famílias por regiões e cidades em que
podem ser mais úteis. É tudo o que não estamos fazendo.
(Hélio Schwartsman. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/.28.08.2018. Adaptado)

No trecho do quarto parágrafo – ... é a resposta perfeita para países desenvolvidos que enfrentam
o problema do envelhecimento populacional. –, a substituição da expressão em destaque resulta
em regência e emprego de pronome adequados em:
a) dos quais precisam resolver.
b) cujos se dispõem em enfrentar.
c) de que não conseguem solucionar.
d) aos quais procuram por resolver.
e) nos quais há empenho em enfrentar.

QUESTÃO 27: VUNESP - SEC ESC (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Considere a frase a seguir.

313
Como as crianças são naturalmente agitadas, cabe aos adultos impor às crianças limites que ga-
rantam às crianças um desenvolvimento saudável.
Para eliminar as repetições da frase, as expressões destacadas devem ser substituídas, em con-
formidade com a norma-padrão da língua, respectivamente, por
a) impor-nas ... lhes garantam
b) impor-lhes ... as garantam
c) impô-las ... lhes garantam
d) impô-las ... as garantam
e) impor-lhes ... lhes garantam

QUESTÃO 28: VUNESP - SEC ESC (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019
Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)

Atendendo às regras de regência nominal segundo a norma- padrão da língua, a preposição que
substitui a destacada na frase – Você tem apego a suas lembranças da infância? –, com o mesmo
sentido, é
a) por
b) de
c) em
d) com
e) sobre

QUESTÃO 29: VUNESP - CDEM (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/2019


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Leia a charge.

(Chargista Duke. Em: www.otempo.com.br. Adaptado)

Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas da fala da personagem devem ser preenchidas,


correta e respectivamente, com:
a) que … no … ao
b) que … ao … o
c) que … no … o
d) de que … ao … ao
e) de que … no … o

COMENTÁRIO
→ Quem tem certeza, tem certeza DE alguma coisa (de que);
→ quer ia a algum lugar (a+o= ao cinema).

314
→ assistir com sentido de “ver” é transitivo indireto e rege a preposição “a” (a+o= ao Aquaman).

GABARITO D

QUESTÃO 30: VUNESP - PROF EF (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/2019


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)

Leia a resenha do livro Solar da Fossa, escrito por Toninho Vaz, para responder à questão.

Misto de pensão e apart-hotel da zona sul carioca, o lendário Solar da Fossa serviu, entre 1964
e 1971, de moradia e ponto de encontro para jovens artistas e intelectuais oriundos de diversos
cantos do país.
Estes o procuravam não só pelo aluguel acessível, mas também pela considerável liberdade que
desfrutavam ali, em pleno regime militar. Paulinho da Viola, Gal Costa, Tim Maia, Ítala Nandi e
Paulo Leminski estão entre as dezenas de personagens do livro, cuja narrativa transita pelos 85
apartamentos, revelando detalhes do cotidiano dos moradores, inconfidências e causos diverti-
dos, além de traçar um painel cultural da época.
(Carlos Calado. Guia Folha. Adaptado)

Assinale a alternativa redigida em conformidade com a norma-padrão.


a) O Solar, com que o aluguel era acessível, era muito procurado por jovens que desejavam ser
artistas.
b) O livro de Carlos Calado, ao qual se descreve o cotidiano no Solar da Fossa, foi publicado em
2011.
c) Fazendo um painel cultural da época, cujo se insere o período do regime militar, o livro mencio-
na personagens hoje populares.
d) A resenha, da qual os interessados podem se servir para conhecer o dia a dia no casarão do
Botafogo, sintetiza o conteúdo do livro.
e) Nascidos em diferentes regiões do país, os jovens onde o intuito era produzir arte, vieram para
o Rio de Janeiro.

QUESTÃO 31: VUNESP - ALUN OF (PM SP)/PM SP/2019


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)

O amor na era digital

O amor no tempo das cartas era belo e romântico, com suas longas e dolorosas esperas e dúvidas,
com cartas roubadas, indispensáveis em qualquer novela. Mas o WhatsApp, o Skype e o e-mail,
além do telefone, tornaram viver um amor em algo muito diferente. E muito melhor.
Acabou a distância e o tempo entre as mensagens. Na verdade, o que os olhos veem o coração
sente. Falar vendo os olhos e as expressões do ser amado na tela é quase tão bom quanto ao vivo.
Uma das melhores novidades é a DR1 digital. Esfrie a cabeça, pense bem no que o incomoda,
provoca dúvidas e o faz sofrer, escreva com cuidado. Receba as queixas, os medos e as dúvidas
do outro com atenção, leia várias vezes. Responda pensando bem, revisando e equilibrando o que
escreveu, frequentemente há exageros. Só mande no dia seguinte, depois de reler com cuidado

315
o que disse: vale o escrito!
Uniões são salvas e brigas feias de casal são evitadas pelo e-mail ou pelo zap, que ainda criam a
garantia de promessas, acordos e desculpas por escrito. Para serem lidos e relidos e eventual-
mente cobrados ou discutidos. É bem mais fácil admitir erros por escrito do que no calor de uma
discussão, e muito mais eficiente.
(Nelson Motta. https://oglobo.globo.com, 12.04.2019. Adaptado)

A expressão “pense bem no que o incomoda” estará corretamente substituída, quanto à regência
verbal da norma-padrão da língua portuguesa, por
a) reflita bem sobre o que o causa incômodo
b) reflita bem ao que lhe causa incômodo
c) reflita bem com o que o causa incômodo
d) reflita bem no que lhe causa incômodo
e) reflita bem do que o causa incômodo

QUESTÃO 32: VUNESP - ALUN OF (PM SP)/PM SP/2019
Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Considere a tira para responder à questão.

(Bill Watterson. O melhor de Calvin. http://cultura.estadao.com.br, 24.09.2017)

Assinale a alternativa correta quanto à regência nominal da norma-padrão da língua.


a) Inicialmente, o aluno estava convencido em que o estudo lhe havia feito mal.
b) O menino revelou aversão do estudo e disse estar indo à escola contra sua vontade.
c) Na opinião do garoto, permanecer ignorante era preferível a ir para a escola.
d) De fato, ele queria ficar alheio sob as coisas que eram ensinadas na escola.
e) Descontente sobre ir à escola, ele disse que gostava mais das coisas quando não as entendia.

QUESTÃO 33: VUNESP - AAD (PREF VALINHOS)/PREF VALINHOS/II GP/2019


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Leia o texto para responder a questão:

Um estudo publicado em junho de 2018 analisa as transformações ocorridas em Hong Kong ao


316
longo de duas décadas, dos anos 1980 aos 2000, com foco em como a mudança de status das mu-
lheres na sociedade e de atitude delas em relação ao casamento impactou o mercado imobiliário
da cidade.
Descobriu-se que as mulheres solteiras tiveram um papel “surpreendente e pouco estudado” na
gentrificação de Hong Kong.
O termo vem do inglês “gentrification”, cunhado nos anos 1960 pela socióloga Ruth Glass para
descrever mudanças no perfil de bairros da Zona Norte de Londres e se refere a um processo no
qual investimentos que promovem a renovação de um bairro ou região atraem frequentadores e
moradores de classes mais altas e provocam a saída de seus habitantes originais, de uma faixa de
renda mais baixa.
Ainda que as mulheres tenham tido papel de agente nesse processo, o estudo ressalta que elas
são as principais vítimas da gentrificação, “em decorrência da feminização da pobreza, fenômeno
global e onipresente”.
O conceito de feminização da pobreza corresponde ao aumento absoluto ou relativo da pobreza
entre mulheres ou entre famílias chefiadas por mulheres.
(Juliana Domingos de Lima. O papel de mulheres solteiras na gentrificação de Hong Kong. www.nexojornal.com.br,
08.04.2019. Adaptado)

Está em conformidade com a norma-padrão de regência verbal e nominal a frase:


a) Muitos estudos chegam em conclusões bastante interessantes sobre a sociedade.
b) O estudo faz referência de um termo cunhado por uma socióloga britânica.
c) Feministas britânicas se correspondiam umas às outras por cartas no final do século XIX.
d) Muitos moradores são alheios nas políticas públicas habitacionais da cidade onde moram.
e) O Pelourinho consta da lista de localidades que sofreram algum tipo de gentrificação.

QUESTÃO 34: VUNESP - AUXP MPE SP/MPE SP/ADMINISTRATIVO/2019


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
A regência das palavras está de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa em:

a) Não estamos habituados de nos comportar com mais respeito à natureza e aos animais.
b) Muitas são as mudanças de que o ser humano necessita para poder continuar sobrevivendo
neste planeta.
c) Muitos seres humanos estão descontentes da maneira como os animais são tratados para ser-
vir de alimento às pessoas.
d) Aquelas são ideias nas quais duvidamos que possam ajudar a diminuir os impactos ambientais.
e) Esses são de fato os ideais aos quais acreditamos que poderão salvar a humanidade de um
colapso ambiental.

QUESTÃO 35: VUNESP - DIR (CM 2 CÓRREGOS)/CM 2 CÓRREGOS/CONTÁBIL LE-


GISLATIVO/2018
Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Leia o trecho a seguir.

No passado, a mão de obra oriunda do campo era absorvida indústria. Em um passado mais
recente, o setor de serviços encarregou-se ocupar boa parte dos trabalhadores que perderam

317
espaço na indústria, que tem investido sistematicamente automatização e outras tecnologias.
Atualmente, dispersos diferentes campos de atuação, o desafio dos trabalhadores consiste
se adaptar à era da internet e da informática.

Considerando as regras de regência verbal e nominal, conforme a norma-padrão da língua, as la-


cunas do texto devem ser preeenchidas, correta e respectivamente, com
a) na … de … de … com … de
b) pela … de … em … por … em
c) pela … a … de … por … com
d) da … de … em … com … em
e) com a … por … em … de … por

SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS

QUESTÃO 1: VUNESP - ANATC MPE SP/MPE SP/ADMINISTRADOR/2019


Assunto: Denotação e Conotação

Progresso, enfim

Em atraso nas grandes reformas da Previdência Social e do sistema de impostos, o Brasil tem obti-
do avanços em uma agenda que, tomada em seu conjunto, mostra-se igualmente essencial – a da
melhora do ambiente de negócios(A.
Trata-se de objetivos tão diferentes quanto facilitar a criação de empresas, reduzir o custo de licen-
ças ou ampliar o acesso ao crédito. Grande parte dessas providências não depende de votações
no Congresso, mas sim do combate persistente a empecilhos burocráticos e ineficiências do setor
público.
A boa notícia é que o país subiu 16 posições no mais conhecido ranking dessa modalidade, di-
vulgado a cada ano pelo Banco Mundial. A má é que a 109a colocação, num total de 190 nações
consideradas, permanece vergonhosa.
O progresso ocorreu, basicamente, em quatro indicadores – fornecimento de energia elétrica, pra-
zo para abertura de empresa com registro eletrônico, acesso à informação de crédito e certificação
eletrônica de origem para importações.
Pela primeira vez em 16 anos de publicação do relatório, o desempenho brasileiro se destacou na
América Latina. Os países mais bem posicionados da região, casos de México (54º lugar), Chile
(56o) e Colômbia (65o), apresentaram pouca ou nenhuma melhora.
Numa perspectiva mais ampla, o ambiente de negócios vai se tornando mais amigável na maior
parte do mundo. A edição mais recente do ranking catalogou número recorde de 314 reformas(B
realizadas em 128 economias desenvolvidas e emergentes no período 2017/2018.
Fica claro, no documento, que o maior atraso relativo do Brasil se dá no pagamento de impostos(C,
dados a carga elevada e o emaranhado de regras dos tributos incidentes sobre o consumo. Nesse
quesito em particular, o país ocupa um trágico 184º lugar no ranking(D.
O caminho óbvio a seguir nesse caso é uma reforma ambiciosa, que racionalize essa modalidade
de taxação. Mesmo que não seja possível abrir mão de receitas, a simplificação já traria ganhos
substanciais em eficiência ao setor produtivo(E.
(Editorial, Folha de S.Paulo, 06.11.2018. Adaptado)

318
Há termo empregado em sentido figurado na passagem:
a) ... mostra-se igualmente essencial – a da melhora do ambiente de negócios.
b) A edição mais recente do ranking catalogou número recorde de 314 reformas...
c) ... o maior atraso relativo do Brasil se dá no pagamento de impostos...
d) Nesse quesito em particular, o país ocupa um trágico 184º lugar no ranking.
e) ... a simplificação já traria ganhos substanciais em eficiência ao setor produtivo.

QUESTÃO 2: VUNESP - CONTJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Denotação e Conotação
Leia o texto para responder à questão.

Mundo arriscado

O próximo governo não encontrará um ambiente econômico internacional sereno. Dúvidas sobre
a continuidade do crescimento do Produto Interno Bruto global, juros em alta nos EUA, riscos de
conflitos comerciais e de queda do fluxo de capitais para países emergentes são apenas alguns
dos itens de um cardápio de problemas potenciais.
Tudo indica, assim, que o governo brasileiro terá de lidar de pronto com as fragilidades domésticas,
em especial o rombo das contas públicas. Não tardará até que investidores hoje aparentemente
otimistas comecem a cobrar resultados concretos.
As projeções para o avanço do PIB mundial têm sido reduzidas nos últimos meses. O Fundo Mo-
netário Internacional cortou sua previsão para 2018 e 2019 em 0,2 ponto percentual – 3,7% em
ambos os anos – e apontou um cenário de menor sincronia entre os principais motores regionais.
Se até o início deste ano EUA, Europa e China davam sinais de vigor, agora acumulam-se decep-
ções nos dois últimos casos.
Mesmo com juros ainda perto de zero, a zona do euro não deverá crescer mais que 1,5% neste ano.
Há crescente insegurança no âmbito político, neste momento centrada na Itália e seu governo de
direita populista, que propõe expansão do déficit de um setor público já endividado em excesso.
Não é animador que a Comissão Europeia tenha tomado a decisão inédita de rejeitar a proposta
orçamentária da administração italiana. Embora o país ainda conserve o selo de bom pagador, os
juros cobrados no mercado para financiar sua dívida dispararam.
Quanto à China, sua economia mostra menos vigor, e as autoridades precisam tomar decisões
difíceis entre conter as dívidas já exageradas e estimular o crescimento.
O risco de escalada nos conflitos comerciais também é concreto, dado que o governo america-
no ameaça impor uma terceira rodada de tarifas, desta vez sobre os US$270 bilhões em vendas
anuais chinesas que ainda não foram taxadas.
Nos EUA, a alta dos juros, num contexto de emprego elevado e inflação perto da meta, já leva par-
te do mercado a temer uma desaceleração abrupta do PIB em 2019. A vantagem do Brasil, hoje,
é que há ampla ociosidade nas empresas, baixa inflação e, portanto, espaço para uma retomada
mais forte.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 01.11.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa em que está transcrita do texto uma expressão em sentido figurado, acompa-
nhada da correta indicação do seu sentido.
a) “cardápio de problemas potenciais” (1º parágrafo) → indica que os países não devem se preo-

319
cupar com problemas que não existem.“os principais motores regionais” (3º parágrafo) → indi-
ca que alguns países propulsionam o desenvolvimento econômico da região a que pertencem.
b) “ampla ociosidade nas empresas” (10º parágrafo) → indica que as empresas brasileiras agem
com precaução em um momento delicado da economia mundial.
c) “as fragilidades domésticas” (2º parágrafo) → indica que cada país deve estar atento ao que
acontece com os seus pares comerciais.
d) “menos vigor” (7º parágrafo) → indica que a China tem deixado de investir para que a sua eco-
nomia volte a crescer como em outros tempos.

QUESTÃO 3: VUNESP - ANA LEG (CM SERRANA)/CM SERRANA/2019


Assunto: Denotação e Conotação

Por que temos filhos?

A pergunta do título comporta vários níveis de resposta. No plano biológico, a reprodução é um im-
perativo, fazendo parte de várias das definições de vida. Mas a biologia é só parte da história(A.
A paternidade também encerra dimensões culturais, econômicas e emocionais.
Inspirado em “Anti-Pluralism”, de William Galston, arrisco algumas reflexões sobre a matéria.
Até o começo do século 19, filhos eram um ativo econômico. Ajudavam desde cedo com o traba-
lho doméstico(B, colaborando para o bem-estar da família, e ainda faziam as vezes de plano de
aposentadoria para os pais.
Hoje, contudo, crianças ficaram caras. E, para piorar, elas demoram muito até começar a trazer
contribuições econômicas(C. Como observa Galston, no espaço de dois séculos, a criação de filhos
deixou de ser um bem privado para tornar -se um bem público.
Embora a paternidade possa trazer recompensas emocionais, do ponto de vista estritamente eco-
nômico, ela favorece a sociedade como um todo, enquanto a maior parte dos custos recai sobre
os genitores.
E por que crianças beneficiam a sociedade?(D A crer na análise de economistas como Julian
Simon, riqueza são pessoas. Quanto mais gente, melhor, já que são indivíduos que têm ideias
(além de consumir produtos) e são as novas ideias que vêm assegurando o brutal aumento de pro-
dutividade a que assistimos nos últimos 200 anos.
E isso nos coloca diante de um dos grandes dilemas dos tempos modernos. Para assegurar a
sustentabilidade da exploração dos recursos naturais do planeta, precisaríamos estabilizar ou até
reduzir a população. Só que fazê-lo é uma espécie de suicídio econômico(E, já que ficaria muito
difícil manter taxas positivas de crescimento, sem as quais instituições como previdência e até de-
mocracia representativa podem entrar em colapso.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 18.11.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa em cuja redação há emprego de palavra ou expressão em sentido figurado.


a) Mas a biologia é só parte da história.
b) Ajudavam desde cedo com o trabalho doméstico...
c) ... elas demoram muito até começar a trazer contribuições econômicas.
d) E por que crianças beneficiam a sociedade?
e) Só que fazê-lo é uma espécie de suicídio econômico...

320
QUESTÃO 4: VUNESP - ADM (UFABC)/UFABC/2019
Assunto: Denotação e Conotação
Leia o texto, para responder a questão abaixo.

Organograma

Dizem que em matéria de organização aquele Ministério é de amargar. De vez em quando um


processo cai no vazio e desaparece para nunca mais. Por quê? Porque o único Ministro que se
lembrou de organizá-lo, segundo me contaram, tinha mania de organização.
Mania oriunda de uma sensibilidade estética o seu tanto exacerbada, capaz de exteriorizar-se em
requintes de planejamento burocrático. Aparentemente, essa marca de sua personalidade condi-
zia com as altas funções que já lhe cabiam.
Mas só aparentemente: a primazia do fator estético, feito de equilíbrio, proporção e harmonia,
passou a ser a determinante principal de todos os seus atos – tudo mais no Ministério que se
danasse. Como no remédio para nascer cabelo: não nascia, mas dava brilho.
Dizem que, quando tomou posse do cargo, a primeira coisa que fez foi encomendar a confecção de
um artístico organograma. Quando lhe trouxeram o trabalho, encomendado no Departamento do
Pessoal, que por sua vez o encomendou a um desenhista particular, o Ministro não fez mais nada
a não ser estudar a galharia daquela árvore geométrica, em função da qual as atividades de sua
Pasta passariam a desenvolver-se.
– Este organograma está uma droga. Não posso dependurar uma coisa destas na parede de meu

gabinete.
Pôs-se imediatamente a inventar novas repartições, serviços disso e daquilo – tudo fictício, irreal,
imaginário – para estabelecer o equilíbrio organogramático com departamento disso, departamento
daquilo.
O certo é que o novo organograma foi executado, e todo aquele que tivesse a ventura de penetrar
em seu gabinete podia admirá-lo.
– Tudo isso sob seu controle, Ministro?

– Para você ver, meu filho: se não fosse eu, todo esse complexo administrativo já teria desabado

para um lado, como uma árvore desgalhada. Dizem, mesmo, que até hoje o magnífico organogra-
ma figura no tal Ministério, como uma das mais importantes realizações de sua gestão.
(Fernando Sabino, A mulher do vizinho. Adaptado)

É caracterizada pelo emprego de palavra(s) em sentido figurado a passagem:


a) ... a primeira coisa que fez foi encomendar a confecção de um artístico organograma.
b) ... o Ministro não fez mais nada a não ser estudar a galharia daquela árvore geométrica...
c) ... todo aquele que tivesse a ventura de penetrar em seu gabinete podia admirá-lo.
d) ... essa marca de sua personalidade condizia com as altas funções que lhe cabiam.
e) Dizem, mesmo, que até hoje o magnífico organograma figura no tal Ministério...

QUESTÃO 5: VUNESP - CONT (CM ORLÂNDIA)/CM ORLÂNDIA/2019


Assunto: Denotação e Conotação

Agência da ONU insta países das Américas a livrar continente da malária

O Paraguai foi certificado por ter eliminado a malária de seu território em junho deste ano(A). A
321
Argentina está trilhando o caminho para obter sua certificação em 2019(B). Belize, Costa Rica,
Equador, El Salvador, México e Suriname têm o potencial de alcançar a eliminação até 2020. Ou-
tros países, no entanto, registraram aumento no número de casos, o que põe em risco a consecu-
ção das metas de redução e eliminação da doença na região até 2030(C).
No Dia de Luta contra a Malária nas Américas (6 de novembro), a Organização Pan-Americana
da Saúde (OPAS) insta os países da região a tomar medidas urgentes para conter o aumento de
casos, manter as conquistas e libertar o continente da doença que, durante o último século, foi a
principal causa de morte em quase todas as nações do mundo.
“A eliminação da malária está mais próxima do que nunca(E)”, disse a diretora da OPAS, Carissa
F. Etienne. No entanto, ela também advertiu que “não podemos confiar nem relaxar nas ações já
tomadas”. “Os esforços devem ser intensificados onde a incidência da doença aumentou”, acres-
centou.
Desde 2015, os casos de malária nas Américas aumentaram em 71%; 95% do número total destes
casos estão concentrados em cinco países, principalmente em áreas específicas onde os esforços
contra a doença estão enfraquecidos. Muitos dos afetados são populações indígenas, pessoas que
vivem em situação de vulnerabilidade(D), trabalhadores mineiros e migrantes.
“Se queremos eliminar a malária, precisamos melhorar o investimento e ampliar o acesso a preven-
ção, diagnóstico e tratamento oportunos da doença em comunidades onde a maioria dos casos
está concentrada”, afirmou Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis e
Determinantes Ambientais da Saúde na OPAS.
(Agência da ONU insta países das Américas a livrar continente da malária. ONU Brasil. https://nacoesunidas.org/agencia-da-o-
nu-insta-paises- -das-americas-a-livrar-continente-da- malaria/amp/. 06.11.18. Acesso em 07/11/2018)

Assinale a alternativa em que há palavra ou expressão em sentido figurado.


a) O Paraguai foi certificado por ter eliminado a malária de seu território em junho deste ano.
b) A Argentina está trilhando o caminho para obter sua certificação em 2019.
c) ... o que põe em risco a consecução das metas de redução e eliminação da doença na região
até 2030.
d) Muitos dos afetados são populações indígenas, pessoas que vivem em situação de vulnerabi-
lidade...
e) A eliminação da malária está mais próxima do que nunca.

QUESTÃO 6: VUNESP - MJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Denotação e Conotação

Literatura no cárcere

Desde 2013, quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) autorizou a remição da pena pela lei-
tura, 5.547 detentos foram beneficiados por esse projeto no Brasil. É um número baixo, se compa-
rado com as quase 700 mil pessoas privadas de liberdade em todo o país.
A recomendação do CNJ determina que, a cada livro lido, é possível reduzir quatro dias(A) e (D) da
pena. Para isso, o leitor deve escrever um resumo da obra que deve ser aprovado por um parece-
rista. Esses documentos seguem para o juiz responsável, que julga o pedido de remição.
Medir os benefícios dessa proposta tem feito florescer debates acalorados(B) e (E) entre os que
veem na leitura ganhos efetivos para a reintegração do indivíduo à sociedade e os que a avaliam

322
como um privilégio concedido a pessoas que, de algum modo, causaram danos à população. Sem
entrar no mérito dessa discussão, é fato que, dentro ou fora da prisão, as benesses da leitura são
muitas(B) e difíceis de mensurar.
Uma pesquisa feita em 2017 pela editora Companhia das Letras, que em parceria com a Fundação
Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel (Funap) subsidia um projeto de clubes de leitura(C) e remição de
pena, indicou que os ganhos são mais concretos do que se pode imaginar.
Durante um ano, 177 detentos se reuniram mensalmente(A) e (B) para discutir uma obra selecio-
nada pela curadoria do projeto.
Quando perguntados sobre as eventuais mudanças percebidas(C) e (D) em si próprios, a resposta
mais frequente foi que os envolvidos conseguiram perceber uma “ampliação de conhecimentos”.
Em segundo, que se sentiam mais motivados “para traçar planos para o futuro”. Na sequência, apa-
recem motivações como “capacidade de reflexão” e de “expressar sentimentos”, possibilidade de
“dizer o que pensa”, “maior criatividade” e, por último, “maior criticidade”.
Por qualquer prisma que se procure observar(A) e (E), esses ganhos já seriam significativos, pois
no ambiente prisional revelam uma extraordinária mudança na chave da autoestima(C) e (D), (E) .
(Vanessa Ferrari, Rafaela Deiab e Pedro Schwarcz. Folha de S. Paulo, 25.06.18. Adaptado)

Assinale a alternativa em que os três fragmentos do texto apresentam sentido figurado.


A) ... a cada livro lido, é possível reduzir quatro dias.. ... 177 detentos se reuniram mensalmente...
Por qualquer prisma que se procure observar... .
B) ... tem feito florescer debates acalorados... ... as benesses da leitura são muitas... ... 177 deten-
tos se reuniram mensalmente...
C) ... subsidia um projeto de clubes de leitura... Quando perguntados sobre as eventuais mu-
danças percebidas. uma extraordinária mudança na chave da
autoestima.
D) ... a cada livro lido, é possível reduzir quatro dias... Quando perguntados sobre as eventuais
mudanças percebidas. uma extraordinária mudança na chave da
autoestima.
E) ... tem feito florescer debates acalorados... Por qualquer prisma que se procure observar.
uma extraordinária mudança na chave da autoestima.

QUESTÃO 7: VUNESP - ASS INF (CM TATUÍ)/CM TATUÍ/2019


Assunto: Denotação e Conotação

Por quê?

“Correlação não é causa” é um mantra que todos aqueles que já entraram numa aula de estatísti-
ca ou de metodologia científica ouviram. E de fato não é. O canto do galo e o nascer do sol estão
fortemente correlacionados(A), mas ninguém deve achar que é o som emitido pelo galináceo que
provoca o surgimento do astro todas as manhãs.
O problema é que, durante muito tempo, estatísticos e cientistas se deixaram cegar pelo mantra(B)
e renunciaram a investigar melhor a causalidade e desenvolver ferramentas matemáticas para lidar
com ela(C), o que é perfeitamente possível. Essa pelo menos é a visão do cientista da computação
Judea Pearl, exposta em “The Book of Why” (O livro do porquê), obra que escreveu com o mate-
mático e jornalista científico Dana Mackenzie.

323
Os prejuízos foram grandes. Muitas vidas se perderam porque, por várias décadas, a ciência julgou
não ter meios para estabelecer com segurança se o cigarro causava ou não câncer, incerteza que
a indústria do tabaco foi hábil em explorar. Em “The Book of Why”, Pearl e Mackenzie explicam de
forma razoavelmente didática quais são as novas técnicas(D) que permitem responder a perguntas
causais como “qual a probabilidade de esta onda de calor ter sido provocada pelo efeito estufa?”
ou “foi a droga X que curou a doença Y?”. Mais até, os autores falam em usar a estatística para
destrinchar o obscuro mundo dos contrafactuais1.
Uma advertência importante que os autores fazem a entusiastas do “big data”2 é que não podemos
nos furtar a entender as questões estudadas e formular teorias. Não se chega a lugar nenhum só
com dados e sem hipóteses.
Minha sensação, pela retórica empregada (não tenho competência para avaliar tecnicamente)(E),
é que Pearl exagera um pouco. Ele faz um uso pouco comedido de termos como “revolução” e
“milagre”. Mas é um cientista de primeira linha e, mesmo que ele esteja aumentando as coisas em
até 30%, ainda sobram muitas ideias fascinantes no livro.
(Hélio Schwartsman. 19.08.2018. www.folha.uol.com.br. Adaptado)

1contrafactual: simulação (sentido aproximado)


2 big data: grande banco de dados

Está empregada com sentido figurado a palavra destacada na seguinte passagem do texto:
a) O canto do galo e o nascer do sol estão fortemente correlacionados...
b) ... durante muito tempo, estatísticos e cientistas se deixaram cegar pelo mantra...
c) ... investigar melhor a causalidade e desenvolver ferramentas matemáticas para lidar com ela...
d) ... Pearl e Mackenzie explicam de forma razoavelmente didática quais são as novas técnicas...
e) ... não tenho competência para avaliar tecnicamente...

QUESTÃO 8: VUNESP - ACS (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/2019


Assunto: Denotação e Conotação
Leia a tira para responder a questão.

(André Dahmer, Malvados. Disponível em ttps://www1.folha.uol.com.br. 15.01.2019)

No contexto da tira, emprega-se a frase


A) “O mundo é uma máquina...”, em sentido próprio, para fazer referência ao atual estágio de evo-
lução tecnológica em que se encontra a humanidade.
B) “... é uma máquina de moer corações.”, em sentido figurado, para expressar a ideia de que, nas
relações sociais, predominam o respeito e o altruísmo.
C) “Como alguém tem coragem de operar...”, em sentido figurado, para condenar a apatia de algu-
mas pessoas em um contexto de transformações sociais.
324
D) “Certamente é gente...”, em sentido próprio, para negar que possam existir pessoas indiferentes
ao fato de o mundo ser um ambiente hostil.
E) “... gente que não tem coração.”, em sentido figurado, para se referir à insensibilidade de pes-
soas cujas ações tornam o mundo um lugar opressivo.

QUESTÃO 9: VUNESP - AG (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/ADMINISTRAÇÃO PÚBLI-


CA/2019
Assunto: Denotação e Conotação
Leia o texto para responder a questão.

O Marajá

A família toda ria de dona Morgadinha e dizia que ela estava sempre esperando a visita de alguém
ilustre. Dona Morgadinha não podia ver uma coisa fora do lugar, uma ponta de poeira em seus mó-
veis ou uma mancha em seus vidros e cristais. Gemia baixinho quando alguém esquecia um sapato
no corredor, uma toalha no quarto ou – ai, ai, ai – uma almofada fora do sofá da sala. Baixinha,
resoluta, percorria a casa com uma flanela na mão, o olho vivo contra qualquer incursão do pó, da
cinza, do inimigo nos seus domínios.
Dona Morgadinha era uma alma simples. Não lia jornal, não lia nada. Achava que jornal sujava os
dedos e livro juntava mofo e bichos. O marido de dona Morgadinha, que ela amava com devo-
ção apesar do seu hábito de limpar a orelha com uma tampa de caneta Bic, estabelecera um limite
para sua compulsão por limpeza. Ela não podia entrar em sua biblioteca. Sua jurisdição aca-
bava na porta. Ali dentro só ele podia limpar, e nunca limpava. E, nas raras vezes em que dona
Morgadinha chegava à porta do escritório proibido para falar com o marido, esse fazia questão de
desafiá-la. Botava os pés em cima dos móveis. Atirava os sapatos longe. Uma vez chegara a tirar
uma meia e jogar em cima da lâmpada só para ver a cara da mulher. Sacudia a ponta do charuto
sobre um cinzeiro cheio e errava deliberadamente o alvo. Dona Morgadinha então fechava os olhos
e, incapaz de se controlar, lustrava com a sua flanela o trinco da porta.
(Luis Fernando Veríssimo. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. Adaptado)

Assinale a alternativa em que há emprego de palavra ou expressão em sentido figurado.


a) Dona Morgadinha não podia ver uma coisa fora do lugar...
b) Dona Morgadinha era uma alma simples.
c) ... achava que jornal sujava os dedos e livro juntava mofo e bichos.
d) Ali dentro só ele podia limpar, e nunca limpava.
e) Uma vez chegara a tirar uma meia e jogar em cima da lâmpada...

QUESTÃO 10: VUNESP - PEBII (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/PEB II/EDUCAÇÃO


ESPECIAL/2019
Assunto: Denotação e Conotação
Considere o texto e a foto seguintes para responder a questão.

325
Almoço com as estrelas

Já houve muita discussão sobre a autenticidade de uma das fotos mais famosas de todos os tempos:
Lunch atop a skyscraper (algo como Almoço no topo de um arranha- céu). A teoria mais escandalosa
é que a foto seria uma montagem. Não é. Nos anos 30, quando foi tirada, não havia tecnologia para
forjar os personagens num fundo falso. O negativo é de vidro e encontra-se nos cofres da Agência
Corbis.
Outra teoria: os onze operários estariam ali protegidos por redes. Não. Estão correndo risco, ainda
que tenham topado posar para a foto. Ou seja, não apareceu um fotógrafo do nada ao meio-dia
de 20 de setembro de 1932 e simplesmente flagrou o almoço da rapaziada. Até porque fotógrafos
e modelos estão a quase 250 m de altura, na estrutura de um edifício na Rua 48, em Nova York.
Naquele dia, três fotógrafos estiveram na construção, segundo Ken Johnston, diretor de fotos his-
tóricas da Corbis.
A foto, hoje atribuída a Charles C. Ebbets, foi publicada no dia 2 de outubro de 1932, no jornal The
New York Herald Tribune, e trazia a legenda: “Enquanto milhares de nova-iorquinos se apressam
em restaurantes e lanchonetes fervilhantes de clientes, esses trabalhadores intrépidos obtêm todo
o ar e liberdade que querem almoçando sobre uma viga de aço”.
(Aventuras na História, dezembro de 2012. Adaptado)

No último parágrafo, os termos fervilhantes e intrépidos foram empregados:


a) ambos em sentido próprio, significando respectivamente cheios e arrojados.
b) ambos em sentido figurado, significando respectivamente abarrotados e destemidos.
c) o primeiro em sentido próprio e o segundo em sentido figurado, significando respectivamente
repletos e ousados.
d) o primeiro em sentido figurado e o segundo em sentido próprio, significando respectivamente
lotados e corajosos.
e) o primeiro em sentido figurado e o segundo em sentido próprio, significando respectivamente
dependentes e habilidosos.

QUESTÃO 11: VUNESP - PAEPE (UNICAMP)/UNICAMP/PROFISSIONAL DA TECNO-


LOGIA, INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO/2019
Assunto: Denotação e Conotação

326
Eles venceram

Em A vingança dos nerds, comédia de 1984, um grupo de jovens feiosos e um tanto estranhos,
vítimas da agressividade e do bullying de colegas fortões e quase idiotas, decide ir para a revan-
che com um festival de estripulias bem-sucedidas. Ao som de We Are the Champions, clássico
do Queen, eles celebraram a vitória. O filme foi premonitório. Os nerds não deixaram pedra sobre
pedra. Fizeram suas apostas e quebraram a banca. Na lista das pessoas mais ricas do mundo,
encontram-se três deles nas cinco primeiras posições, todos pais e filhos da revolução digital:
Jeff Bezos, da Amazon, na primeiríssima colocação; Bill Gates, da Microsoft, no segundo lugar; e
Mark Zuckerberg, do Facebook, no quinto posto. Para efeito de comparação, em 1982, tempo em
que os nerds ainda eram ridicularizados, a figura mais rica do mundo era o dono de um estaleiro
naval (Daniel K. Ludwig) que fizera fortuna vendendo embarcações para a indústria de petróleo.
Um olhar para os dois momentos, o de três décadas atrás e o de agora, comprova como a econo-
mia mudou, e hoje isso soa óbvio. Menos óbvia é a constatação de que a cultura nerd venceu, e
por ter vencido virou padrão. “Seja legal com os nerds, provavelmente você vai acabar trabalhando
para um deles” vaticinou Gates, não muito depois de 1977, quando ele foi detido por dirigir sem
documentos. A Microsoft acabara de nascer e, por trás daqueles óculos genuinamente nerds, na
foto da detenção, brotavam um novo mundo e novas concepções do que é ser bacana. A aparente
fragilidade de Gates era só aparência mesmo – e o leve sorriso irônico anunciava um salto des-
tinado a dar um contr+alt+del nada metafórico em quem ainda achava possível andar ao modo da
velha indústria.
A atual hegemonia nerd é a prova, também, de que todo estereótipo é tolo. Costuma-se classificar
como nerds as pessoas muito inteligentes, em geral tímidas que cismam com um tema e dele
não saem. Somos todos nerds – ou queremos ser, porque a força está com eles, ao menos a força
econômica, e o que andava à margem, em quartos fechados e garagens, hoje virou padrão.
(Fábio Altman. Veja, 26.09.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa contendo unicamente palavras empregadas em seu sentido próprio.


a) ... a figura mais rica do mundo era o dono de um estaleiro naval (Daniel K. Ludwig) que fizera
fortuna vendendo embarcações para a indústria de petróleo.
b) Os nerds não deixaram pedra sobre pedra. Fizeram suas apostas e quebraram a banca.
c) Ao som de We Are the Champions, clássico do Queen, eles celebraram a vitória. O filme foi
premonitório.
d) ... por trás daqueles óculos genuinamente nerds, na foto da detenção, brotavam um novo mun-
do e novas concepções do que é ser bacana.
e) ... o leve sorriso irônico anunciava um salto destinado a dar um contr+alt+del nada metafórico
em quem ainda achava possível andar ao modo da velha indústria.

QUESTÃO 12: VUNESP - IFR (PREF GRU)/PREF GRU/2019


Assunto: Denotação e Conotação
Leia o texto para responder a questão.

A arte mostra-se presente na história da humanidade desde os tempos mais remotos. Sem dúvida,
ela pode ser considerada como sendo uma necessidade de expressão do ser humano, surgindo
como fruto da relação homem/mundo. Por meio da arte a humanidade expressa suas necessida-

327
des, crenças, desejos, sonhos. Todos têm uma história, que pode ser individual ou coletiva. As
representações artísticas nos oferecem elementos que facilitam a compreensão da história dos
povos em cada período.
(Rosane K. Biesdorf e Marli F. Wandscheer. Arte, uma necessidade humana: função social e educa-
tiva. Itinerarius reflectionis.)
Está empregado com sentido figurado o vocábulo destacado no trecho

a) ... desde os tempos mais remotos.


b) ... surgindo como fruto da relação homem/mundo.
c) Todos têm uma história...
d) ... elementos que facilitam a compreensão...
e) ... compreensão da história dos povos...

QUESTÃO 13: VUNESP - ANTI (CM MONTE ALTO)/CM MONTE ALTO/2019


Assunto: Denotação e Conotação
Leia o texto para responder à questão.

Chris Bolin, engenheiro de software da Formidable, empresa de Seattle (EUA), criou uma página de
internet cujo conteúdo só pode ser lido offline – ou seja, você tem que desconectar sua internet no
PC ou celular e só assim a página mostrará o texto(A). Se você ainda não está pronto para desligar
sua internet por dois minutos, a gente te ajuda: Veja abaixo o manifesto de Chris Bolin:
“2017. 2 minutos de leitura.
Você quer ser produtivo? Basta desligar, pois manter uma conexão constante com a internet é man-
ter uma conexão constante com interrupções(B), tanto externas como internas.
As interrupções externas são uma legião e bem documentadas: você tem uma nova mensagem no
Gmail, Slack, Twitter, Facebook, Instagram, Snapchat, LinkedIn. Amigos, familiares, colegas de
trabalho e spammers: cada um tem acesso direto à sua preciosa atenção.
Mas são as distrações internas verdadeiramente perniciosas. Você pode silenciar as notificações
do Twitter e sair do Slack, mas como você impede sua própria mente de descarrilar sua atenção?
Passei horas capturadas em teias da minha própria curiosidade. O mais perigoso é o capricho divi-
dido, a propósito do nada: ‘Eu me pergunto qual é o segundo idioma mais falado?’ Aqueles 500
milissegundos poderiam mudar seu dia, porque nunca é apenas uma pesquisa no Google, apenas
um artigo da Wikipédia. A desconexão da internet faz um curto-circuito desses caprichos, permitin-
do que você se mova sem embaraços.
Esta página em si é um experimento nesta veia: e se certo conteúdo nos obrigasse a desconectar?
E se os leitores tivessem acesso a essa gloriosa atenção que faz devorar um romance por horas
de uma forma tão gratificante?(C) E se os criadores pudessem emparelhar isso com o poder dos
aparelhos modernos? Nossos telefones e laptops são incríveis plataformas para novos conteúdos
– se apenas pudéssemos aproveitar nossa própria atenção(D).
O conteúdo offline apenas obrigaria os criadores a pensar de forma diferente. Olhe para esta pá-
gina: não há um único link, nenhuma oferta de nota de rodapé para distrair os leitores(E). Quantos
bons artigos você deixou a metade da leitura porque você caçou um cintilante link sublinhado?
Quando você está offline, aqui é o único lugar em que você pode estar.
Eu já posso ouvir os gemidos: ‘Mas eu tenho que estar online para o meu trabalho.’ Eu não ligo.
Crie tempo. Aposto que o que o torna valioso não é a sua capacidade para o Google, mas a sua
capacidade de sintetizar informações. Faça suas pesquisas online, mas crie offline.
328
Agora volte para sua internet acessada regularmente. Apenas lembre-se de se dar um presente
ocasional de desconexão.”
(https://uoltecnologia.blogosfera.uol.com.br. Adaptado)

Assinale a alternativa cujo trecho retirado do texto contém um verbo empregado em sentido figu-
rado.
A) ... ou seja, você tem que desconectar sua internet no PC ou celular e só assim a página mostrará
o texto.
B) ... manter uma conexão constante com a internet é manter uma conexão constante com inter-
rupções...
C) E se os leitores tivessem acesso a essa gloriosa atenção que faz devorar um romance por horas
de uma forma tão gratificante?
D) Nossos telefones e laptops são incríveis plataformas para novos conteúdos – se apenas pudés-
semos aproveitar nossa própria atenção.
E) Olhe para esta página: não há um único link, nenhuma oferta de nota de rodapé para distrair os
leitores.

QUESTÃO 14: VUNESP - COOR PEDA (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019


Assunto: Denotação e Conotação

A cada governo que entra, o assunto educação deixa os holofotes provisórios da campanha
eleitoral, onde costuma desfilar na linha de frente das promessas dos candidatos, e volta à
triste prateleira dos problemas que se arrastam sem solução. Desta vez foi diferente: encerra-
da a votação, a educação prosseguiu na pauta de discussões acirradas. Infelizmente, o saldo da
agitação não gira em torno de nenhuma providência capaz de pôr o ensino do Brasil nos trilhos da
excelência – a real prioridade.
A questão da hora é o projeto que pretende legislar sobre o que o professor pode ou, principalmen-
te, não pode falar em sala de aula. Com o propósito de impedir a doutrinação, por professores, em
classe, o projeto ameaça alimentar o oposto do que propõe: censura, patrulhamento, atitudes re-
trógradas e pensamento estreito. Segundo o especialista em educação Claudio de Moura Castro,
não há como definir o que é variedade de pensamento e o que é proselitismo.
Fruto do ambiente polarizado da sociedade brasileira, a discussão entrou pela porta da frente das
escolas. Nesse clima de paixões exaltadas, no entanto, é preciso um esforço adicional para separar
o joio do trigo. A doutrinação em sala de aula é condenável sob todos os aspectos – seja de es-
querda ou de direita, religiosa ou ateia, ou de qualquer outra natureza. A escola é um lugar para
o debate livre das ideias, e não para o proselitismo.
Todo conhecimento é socialmente construído e, portanto, a aventura humana, por definição, nunca
é neutra ou isenta de valores. A saída é discutir e chegar a um consenso sobre o que precisa ser
apresentado ao aluno, e não vigiar e punir.
Doutrinar é expor ideias e opiniões com o propósito de convencer o outro. A todo bom professor
cabe estimular o confronto de ideias e o livre pensar, inclusive expressando seu ponto de vista,
mas não catequizar – uma linha fina que exige discernimento constante.
O mundo é diverso em múltiplos aspectos, e a escola é o lugar adequado para que essa diversida-
de seja discutida livremente. A melhor escola ainda é a que faz pensar – sem proselitismo.
(Fernando Molica, Luisa Bustamante e Maria Clara Vieira, Meia-volta, volver. Veja, 14.11.2018. Adaptado)

329
A passagem destacada no primeiro parágrafo do texto é caracterizada pelo predomínio de expres-
sões empregadas em sentido
A) figurado, para exprimir a ideia de que o tema “educação” volta à obscuridade tão logo um novo
governo se instala.
B) figurado, para exprimir a ideia de que existem projetos governamentais para a educação vistos
como prioridades.
C) figurado, para exprimir a ideia de que promessas se justificam se tiverem visibilidade na mídia
e cumprimento.
D) próprio, para exprimir a ideia de que os governantes se empenham em honrar os compromissos
assumidos.
E) próprio, para exprimir a ideia de que a educação é tratada como parte de um espetáculo em
campanhas eleitorais.

QUESTÃO 15: VUNESP - DIR ESC (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019


Assunto: Denotação e Conotação

No contexto do último quadrinho, o verbo esvaziar foi empregado em sentido


A) próprio, significando decepcionar.
B) próprio, significando limitar a imaginação.
C) figurado, significando ensinar o correto.
D) figurado, significando reprimir a criatividade.
E) figurado, significando bajular.

QUESTÃO 16: VUNESP - CDEM (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/2019


Assunto: Denotação e Conotação
Leia o texto para responder à questão.

No front da alfabetização, a rede municipal de educação da cidade de São Paulo obteve conquista
apreciável: 92% dos alunos sabiam ler e escrever ao término do segundo ano, ante não mais de
77% em 2017. Com isso, a prefeitura estipulou a meta de 85% de alfabetização no primeiro ano,
quando as crianças em geral têm seis anos.
Uma ousadia, quando se tem em vista que, até recentemente, a diretriz nacional se limitava a
preconizar leitura e escrita até o final do terceiro ano. Só em 2018, com a Base Nacional Comum
Curricular, esse objetivo foi antecipado para o segundo ano, algo que a rede paulistana já havia
adotado com um ano de antecedência.
Fica assim comprovado, na experiência de São Paulo, que metas ambiciosas nada têm de incom-
patível com progresso de aprendizado – ao contrário. Em particular no campo da alfabetização,
base de tudo que virá a seguir, um nível alto de exigência dará motivação extra para educadores e
estudantes se aplicarem mais.
Conforme se avança no ensino fundamental, contudo, os descaminhos e a leniência do passado se

330
fazem manifestar nos parcos resultados obtidos por estudantes em provas padronizadas.
A deficiência manifesta-se em todas as grandes áreas de conhecimento. Quando concluem o quin-
to ano, final da fase 1 do fundamental, só 39% das meninas e dos meninos alcançam desempenho
satisfatório em língua portuguesa. Pior, são apenas 27% em matemática e 20% em ciências.
A perda agrava-se na fase seguinte. Quando saem do fundamental 2, no nono ano, apenas 25%
dos estudantes estão no nível adequado de língua. E há inaceitáveis 10% e 9% nessa faixa de
desempenho, respectivamente, nas áreas de matemática e ciências naturais, o que torna fácil de
entender o desastre que hoje se observa no ensino médio.
Não deixa de ser animador constatar que ao menos nos fundamentos do aprendizado – a alfabe-
tização – houve avanço em São Paulo. Mas a cidade mais populosa e rica do país ainda precisa
fazer mais e melhor por suas crianças e jovens.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 02.01.2019. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a frase, reescrita a partir das informações textuais, contém termo
empregado em sentido figurado.
A) As escolas municipais da cidade de São Paulo obtiveram uma conquista de grande vulto na
educação.
B) Compromisso que as escolas paulistanas já haviam assumido com um ano de antecedência em
sua educação.
C) Um nível alto de exigência dará motivação suplementar para educadores e estudantes se apli-
carem mais.
D) O desempenho em matemática e ciências facilita entender o fracasso que se observa no ensino
médio.
E) São Paulo é uma cidade que precisa repensar suas práticas e cuidar mais e melhor de suas
crianças e jovens.

QUESTÃO 17: VUNESP - PROF EF (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/2019


Assunto: Denotação e Conotação
Leia um trecho do romance Anatomia do Paraíso, para responder à questão.

Os bens dos tataravós libaneses: tecidos e aviamentos(A). Linho, algodão, chita. Botões de todos
os tipos, linhas, alfinetes, agulhas e o metro dobrável. Montado em seu jegue, o tataravô ia sozinho
comerciar de casa em casa(B), sítio em sítio, fazenda em fazenda, onde recebia pouso, contava
e ouvia histórias. Com o nascimento dos filhos brasileiros, passou a levar consigo o mais velho,
bisavô de Félix, quando ele tinha sete anos.
De noite, na sua casa em Belo Horizonte, o pai de Félix lhe contava a história dos antepassados
enquanto consertava joias das clientes da sua loja de antiguidades. Durante as tardes solitárias,
a bisavó lhe mostrava o bauzinho de veludo bordô e contava a história de cada joia que ele já tinha
guardado e a situação em que havia sido vendida para o estabelecimento da família no Brasil(C).
Um anel de brilhante se foi na compra do jegue e da primeira leva de mercadoria; um bracelete, na
reforma da casa antes do nascimento do terceiro filho.
Depois dos acidentes vasculares, ela não conseguia falar mais do que poucas palavras, e estas
serviam de evocação para as histórias que Félix conhecia de cor. Ele era pequeno, carregava o
baú pela casa, cheio de vidros coloridos, e o exibia dizendo: “meu tesouro”. Era um bauzinho feito
de cedro, com tiras de latão, e o estofamento interno, de veludo bordô, era o que mais encantava

331
Félix. Protegido da luz ao longo dos anos, ele continuava brilhante e macio.
As joias foram o bilhete de entrada do casal no Brasil(D). O que veio depois foi trabalho, trabalho e
trabalho; e filhos(E). Mas então já tinham um jegue e a primeira leva de mercadorias.
E aconteceu de Félix ter puxado a voz aveludada do outro ramo da família, de portugueses para
quem aquela terra já era antiga quando os libaneses chegaram: já tinham tirado dela pau, pe-
dra e ouro, criado gado e plantado cana e café. Já tinham sido donos de escravos, matado e sido
mortos por eles. Abriram fazendas, ergueram escolas, construíram ferrovias e cemitérios. Terra de
homens brutos, domados, esfalfados, trabalho, trabalho e trabalho; e filhos.
(Beatriz Bracher. Anatomia do Paraíso. Editora 34. Adaptado)

Uma expressão em sentido figurado foi empregada pela autora em:


a) Os bens dos tataravós libaneses: tecidos e aviamentos.
b) Montado em seu jegue, o tataravô ia sozinho comerciar de casa em casa...
c) ... e a situação em que havia sido vendida para o estabelecimento da família no Brasil.
d) As joias foram o bilhete de entrada do casal no Brasil.
e) O que veio depois foi trabalho, trabalho e trabalho; e filhos.

QUESTÃO 18: VUNESP - INS ALU (OLÍMPIA)/PREF OLÍMPIA/2019


Assunto: Denotação e Conotação

(André Dahmer, “Malvados”. Em: Folha de S.Paulo, 15.01.2019)

Na tira, a expressão “máquina de moer corações” está empregada em sentido , e o ter-


mo “certamente” expressa circunstância de . As lacunas do enunciado devem ser preen-
chidas, correta e respectivamente, com:
a) figurado … intensidade
b) figurado … modo
c) figurado … afirmação
d) próprio … afirmação
e) próprio … dúvida

QUESTÃO 19: VUNESP - ANA GP (IPSM SJC)/IPSM SJC/CONTABILIDADE/2018


Assunto: Denotação e Conotação
Leia o trecho de uma entrevista para responder à questão a seguir.

Estadão: O espanto como motor do conhecimento é a ideia fundamental de seu primeiro livro. De
certa forma, porém, trata-se de uma ideia um tanto quanto antiga, encontrada em Platão, em Tomás
de Aquino, bem como em outros. No plano da educação dos filhos, é fácil ver como esse elemento
propulsor funciona quando eles são verdadeiramente pequenos, de dois, três, quatro anos: tudo o
que é, tudo o que existe, desconcerta-os simplesmente porque existe e poderia não existir. Tudo é
mágico. E, como essa capacidade de assombrar-se é inata, não precisamos criar estímulos ex-

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cepcionais para que os filhos se desenvolvam, bastando somente os elementos que um ambiente
familiar normal já possui. Essa capacidade de assombrar-se permanece igual ao longo dos anos?
Nos adultos, não parece adormecer-se naturalmente, perdurando apenas, talvez, nos poetas e ar-
tistas, por alguma inclinação especial?
Catherine L’Ecuyer, educadora canadense: Sim, minha teoria se apoia em ideias centenárias.
Gaudí dizia que ser original é voltar às origens. A capacidade de assombro é inata, mas corremos
o risco de perdê-la quando não respeitamos o que pede nossa natureza, quando vivemos segundo
ritmos que não se adequam a nossos ritmos internos, quando não há espaços, tempos e silêncios
que permitam saborear a lentidão da beleza da realidade.
(http://cultura.estadao.com.br. Adaptado)

No texto, há palavra(s) empregada(s) em sentido figurado na passagem:


a) De certa forma, porém, trata-se de uma ideia um tanto quanto antiga, encontrada em Platão, em
Tomás de Aquino...
b) ... não precisamos criar estímulos excepcionais para que os filhos se desenvolvam...
c) ... bastando somente os elementos que um ambiente familiar normal já possui.
d) Sim, minha teoria se apoia em ideias centenárias. Gaudí dizia que ser original é voltar às ori-
gens.
e) ... quando não há espaços, tempos e silêncios que permitam saborear a lentidão da beleza da
realidade.

QUESTÃO 20: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/I/2018


Assunto: Denotação e Conotação
Leia o texto para responder à questão.

Black Friday? Levantamento feito pela Folha* mostrou que boa parte dos “descontos” oferecidos
nesta sexta-feira não passa de manipulações até meio infantis de preços, com o objetivo de iludir
o consumidor.
Antes, porém, de imprecar contra a ganância dos capitalistas, convém perguntar se os consumi-
dores não desejam ser enganados. E há motivos para acreditar que pelo menos uma parte deles
queira.
No recém-lançado Dollars and Sense (dinheiro e juízo), Dan Ariely e Jeff Kreisler relatam um expe-
rimento natural que mostra que pessoas podem optar por ser “ludibriadas” voluntariamente e que,
em algum recôndito do cérebro, isso faz sentido.
A JCPenney é uma centenária loja de departamentos dos EUA que se celebrizou por jogar seus
preços na lua para depois oferecer descontos “irresistíveis”. Ao fim e ao cabo, os preços efetiva-
mente praticados estavam em linha com os da concorrência, mas os truques utilizados proporcio-
navam aos consumidores a sensação, ainda que ilusória, de ter feito um bom negócio, o que lhes
dava prazer.
Em 2012, o então novo diretor executivo da empresa Ron Johnson, numa tentativa de moderni-
zação, resolveu acabar com a ginástica de remarcações e descontos e adotar uma política de
preços “justa e transparente”.
Os clientes odiaram. Em um ano, a companhia perdera US$ 985 milhões e Johnson ficou sem
emprego. Logo em seguida, a JCPenney remarcou os preços de vários de seus itens em até 60%
para voltar a praticar os descontos irresistíveis. Como escrevem Ariely e Kreisler, “os clientes da
JCPenney votaram com suas carteiras e escolheram ser manipulados”.
333
Num mundo em que o cliente sempre tem razão, não é tão espantoso que empresas se dediquem
a vender-lhe as fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas com um clique
de computador.

* Jornal Folha de São Paulo

(‘Caveat emptor’. Hélio Schwartsman. http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/helioschwartsman/2017/11/1937658-ca-


veat-emptor.shtml 24.11.2017. Adaptado)

Assinale a alternativa em que há palavra ou expressão empregada em sentido figurado.


a) ... convém perguntar se os consumidores não desejam ser enganados.
b) E há motivos para acreditar que pelo menos uma parte deles queira.
c) ... se celebrizou por jogar seus preços na lua para depois oferecer descontos...
d) Em um ano, a companhia perdera US$ 985 milhões e Johnson ficou sem emprego.
e) Logo em seguida, a JCPenney remarcou os preços de vários de seus itens...

QUESTÃO 21: VUNESP - CI (PAULIPREV)/PAULIPREV/2018


Assunto: Denotação e Conotação
Leia o texto para responder à questão.

Psiquiatras em pé de guerra

Os psiquiatras americanos estão em pé de guerra, e o motivo é Donald Trump, mais especificamen-


te seu estado mental.
Já durante a campanha eleitoral, alguns profissionais de saúde mental diziam que Trump não ba-
tia bem. Depois da posse e dos primeiros “tweets”* presidenciais, essas vozes se multiplicaram e
culminaram, em outubro, na publicação de The Dangerous Case of Donald Trump (O perigoso caso
de Donald Trump), volume organizado pela psiquiatra Bandy Lee, no qual profissionais de saúde,
advogados e jornalistas tentam mostrar que o presidente não estaria apto a exercer suas funções.
Os textos trazem considerações interessantes e muita informação, mas não dá para ignorar que a
obra é acima de tudo política.
O problema é que a Associação Psiquiátrica Americana (APA) tem, desde 73, uma diretriz, conhe-
cida como regra Goldwater, que autoriza profissionais a dividir com o público seu conhecimento
técnico, mas considera antiético que deem opinião sobre pessoas que não tenham examinado. A
regra foi reforçada em 2017. A ideia é evitar diagnósticos pela TV, bem como tornar mais robusta a
separação entre psiquiatria e política.
Os autores da obra sobre Trump estão cientes da norma. Ela é objeto de longo debate na parte
dois do livro. O que alegam é que, por vezes, a obrigação do médico de alertar a comunidade para
riscos que ela corre prevalece sobre a privacidade. Se o médico desconfia de que seu paciente
psicótico planeja assassinar alguém, precisa alertar a vítima potencial, mesmo que isso implique
violação do sigilo profissional.
A discussão é boa, e ambos os lados têm argumentos. Penso que, em teoria, a necessidade de se
fazer um alerta sobre a saúde mental de pacientes sobrepuja a regra Goldwater. Mas seria preciso
encontrar um modo de reduzir um pouco as investidas políticas dos psiquiatras. Se deixarmos que
a prática médica e a política se misturem, é quase certo que a medicina sairá perdendo.

334
* tweet: mensagem enviada pela rede social Twitter.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo, 21.01.2018. Adaptado)

Caracteriza-se pelo emprego de palavra ou expressão em sentido figurado a seguinte passagem


do texto:
a) Já durante a campanha eleitoral, alguns profissionais de saúde mental diziam que Trump não
batia bem.
b) ... advogados e jornalistas tentam mostrar que o presidente não estaria apto a exercer suas
funções.
c) ... considera antiético que deem opinião sobre pessoas que não tenham examinado.
d) Os autores da obra sobre Trump estão cientes da norma.
e) ... a obrigação do médico de alertar a comunidade para riscos que ela corre prevalece sobre a
privacidade.

QUESTÃO 22: VUNESP - ANA LEG (CMSJC)/CM SJC/CONTADOR/2018


Assunto: Denotação e Conotação
Leia o texto, para responder à questão.

Meu bem, meu mal

Na psicologia social, há uma definição de comportamento conhecida como “licença moral”. É o


consentimento que autoriza as pessoas que praticam uma boa ação a compensá-la com o avesso.
Dito de outro modo: quando alguém está certo de ter feito o bem, com compaixão e generosidade,
pode sentir-se liberado para fazer o mal, com posturas egoístas, preconceituosas, antiéticas e –
que surpresa! – até corruptas. No mundo corporativo, em que se aplaudem as companhias que
cultivam valores morais e éticos, com doações e responsabilidade social, os desvios costumam
cair como baldes de água fria e decepção – e estão longe de representar uma raridade. “No Brasil,
muitas das empresas que são investigadas em esquemas de corrupção têm o seu instituto e sua
fundação com ações filantrópicas, mas ao mesmo tempo estão envolvidas em conluio setorial, car-
tel implícito ou formas de ganhar recursos de bancos públicos”, diz o professor Sérgio Lazzarini,
colunista de VEJA.
Esse fenômeno acaba de receber amparo acadêmico. Um trabalho realizado pelos economistas
John List e Fatemeh Momeni, da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, põe em xeque a
tese da benevolência como uma postura inquebrantável. O estudo revela que trabalhar para uma
empresa socialmente responsável pode motivar os empregados a agir de forma exatamente opos-
ta em outras searas. Eles se tornam irresponsáveis, mais propensos a trapacear. Para os autores,
o gesto de bondade deflagra uma espécie de crédito para praticar desvios em outros contextos.
Mas, afinal de contas, todas as pessoas que doam trapaceiam? É atávico? Não necessariamente.
A construção psicológica que diz que, “se fiz um bem, posso então relaxar e fazer algo errado”
não é aplicada a todos, de modo incondicional. Há regras morais claras, muitas vezes jogadas
para debaixo do tapete, mas que nunca deixam de incomodar, silenciosamente. Diz a psicóloga
e professora Denise Ramos: “Nenhum corrupto é inconsciente. A pessoa sempre sabe o que está
fazendo”. O nó, descoberto pelos professores de Chicago, é que, numa brincadeira com o batido
adágio, assim como não há mal que dure para sempre, também não há bem que se eternize. É uma

335
pena. Mas é humano, demasiadamente humano.
(Natália Cuminale. Veja, 07.03.2018. Adaptado)

As palavras aplaudem (1º parágrafo) e atávico (3º parágrafo) estão empregadas no contexto em
sentido
a) figurado, respectivamente, de apoiam e de fatalmente histórico.
b) figurado, respectivamente, de louvam e de naturalmente vinculado.
c) figurado, respectivamente, de elogiam e de realmente saudosista.
d) próprio, respectivamente, de conclamam e de claramente memorável.
e) próprio, respectivamente, de ovacionam e de decididamente herdado.

QUESTÃO 23: VUNESP - ASR I (ARSESP)/ARSESP/RELAÇÕES INSTITUCIONAIS,


RECURSOS HUMANOS, PROTOCOLO E ADMINISTRATIVO/2018
Assunto: Denotação e Conotação

A revolução digital fortalece as previsões de que as casas ou lares inteligentes oferecerão mais
conveniência e menos dispêndio de energia em um futuro.
A definição de conveniência para esses novos lares tecnológicos, com redução ou eliminação de
trabalhos domésticos. Portanto, para que as edificações inteligentes tenham sucesso, elas deve-
rão se estruturar com base nessa visão de conveniência como solução para os que vivem em um
mundo acelerado e estar ancoradas em uma grande variedade de sistemas tecnológicos acessí-
veis e fáceis de operar, tornando a vida das pessoas mais simples.
Além da conveniência, outro relevante benéfico das casas inteligentes, para os consumidores é a
sua capacidade de incorporar aspectos relacionados à administração do gasto de energia, prin-
cipalmente com iluminação, condicionamento de ar eletrodomésticos. Um conjunto de sensores,
adequadamente configurados para gerenciar esses sistemas, pode gerar diminuição considerável
nos gastos com energia, com reflexos ambientais e econômicos importantes.
O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnologia de-
senvolveu um estudo para avaliar a economia no consumo de energia gerada com o uso de sen-
sores inteligentes, em um apartamento de um dormitório, cozinha, sala de estar, sala de jantar e
banheiro. O estudo concluiu que a economia pode chegara quase 40% do consumo médio mensal
de energia.
A tendência de crescimento desse mercado é clara. A empresa de pesquisa Zion Research prevê
que a tecnologia das casas inteligentes deve alcançar um faturamento de US$ 53 bilhões (R$170
bi) em 2022. O crescimento estará calcado, principalmente, na conexão da casa com os ambientes
digitais externos, como por exemplo, a conexão do refrigerador com os equipamentos dos fornece-
dores de alimentos.
Naturalmente, a tecnologia das casas inteligentes continuará a evoluir, tornando-se acessível e ba-
rata. Com isso, mais pessoas poderão utilizar-se dela, e novos padrões, modelos e estilos de vida
devem se consolidar, principalmente nas áreas urbanas.
( Claudio Bernades. Casas inteligentes trarão conveniência e reduzirão gasto de energia. Folha de S. Paulo. www.folha.uol.com.br. 22.01.18.
Adaptado)

Um vocábulo empregado com sentido figurado está em destaque na seguinte passagem:


a) ... outro relevante benefício das casas inteligentes para os consumidores... (3º parágrafo)
b) .... elas deverão [...] estar ancoradas em uma grande de variedade de sistemas tecnológicos
336
acessíveis... (2ª parágrafo)
c) A definição de conveniência para esses novos lares tecnológicos está ligada ao ganho de tempo
para os moradores...(2ª parágrafo)
d) ... administração do gasto de energia, principalmente com iluminação, condicionamento de ar
eletrodomésticos.(3ª parágrafo)
e) ... a conexão do refrigerador com os equipamentos dos fornecedores de alimentos.(5ª pará-
grafo)

QUESTÃO 24: VUNESP - INV POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Denotação e Conotação
Leia o texto para responder à questão.

Nos EUA, a psicanálise lembra um pouco certas seitas – as ideias do fundador são instituciona-
lizadas e defendidas por discípulos ferrenhos, mas suas instituições parecem não responder às
necessidades atuais da sociedade. Talvez porque o autor das ideias não esteja mais aqui para
atualizá-las.
Freud era um neurologista, e queria encontrar na Biologia as bases do comportamento. Como a
tecnologia de então não lhe permitia avançar, passou a elaborar uma teoria, criando a psicanálise.
Cientista que era, contudo, nunca se apaixonou por suas ideias, revisando sua obra ao longo da
vida. Ele chegou a afirmar: “A Biologia é realmente um campo de possibilidades ilimitadas do qual
podemos esperar as elucidações mais surpreendentes. Portanto, não podemos imaginar que res-
postas ela dará, em poucos decêndios, aos problemas que formulamos. Talvez essas respostas
venham a ser tais que farão o edifício de nossas hipóteses colapsar”. Provavelmente, é sua frase
menos citada. Por razões óbvias.
(Galileu, novembro de 2017. Adaptado)

Assinale a alternativa em que há termo ou expressão empregada em sentido figurado.


a) Freud era um neurologista, e queria encontrar na Biologia as bases do comportamento.
b) Talvez porque o autor das ideias não esteja mais aqui para atualizá-las.
c) Talvez essas respostas venham a ser tais que farão o edifício de nossas hipóteses colapsar.
d) Como a tecnologia de então não lhe permitia avançar, passou a elaborar uma teoria…
e) Provavelmente, é sua frase menos citada. Por razões óbvias.

QUESTÃO 25: VUNESP - ESC POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Denotação e Conotação

O drama dos viciados em dívidas

Apesar dos sinais de recuperação da economia, o número de brasileiros endividados chegou a 61,7
milhões em fevereiro passado – o equivalente a 40% da população adulta. O número é alto porque
o hábito de manter as contas em dia não é apenas uma questão financeira decorrente do estado
geral da economia – pode ser uma questão comportamental. Por isso, há grupos especializados
que promovem reuniões semanais com devedores, com a finalidade de trocar experiências sobre
consumo impulsivo e propensão a viver no vermelho. Uma dessas organizações é o Devedores
Anônimos (DA), que funciona nos mesmos moldes do Alcoólicos Anônimos (AA).
Pertencer a uma classe social mais alta não livra ninguém do problema. As pessoas de maior renda
337
são justamente as que têm maior resistência em admitir a compulsão. Pior. É comum que, diante
dos apuros, como a perda do emprego, algumas tentem manter o mesmo padrão de vida em lugar
de cortar gastos para se encaixar na nova realidade. Pedir um empréstimo para quitar outra dívida
é um comportamento recorrente entre os endividados.
Para sair do vermelho, aceitar o vício é o primeiro passo. Uma vez que o devedor reconhece o pro-
blema, a próxima etapa é se planejar.
(Felipe Machado e Tatiana Babadobulos, Veja, 04.04.2018. Adaptado)

A alternativa em que está caracterizado emprego de palavras em sentido figurado é:


a) Pedir um empréstimo para quitar outra dívida é um comportamento recorrente entre os endivi-
dados.
b) Para sair do vermelho, aceitar o vício é o primeiro passo.
c) ... há grupos especializados que promovem reuniões semanais com devedores...
d) ... o número de brasileiros endividados chegou a 61,7 milhões em fevereiro passado...
e) Pertencer a uma classe social mais alta não livra ninguém do problema...

QUESTÃO 26: VUNESP - JE TJRS/TJ RS/2018


Assunto: Denotação e Conotação
Nas escolas da Catalunha, a separação da Espanha tem apoio maciço. É uma situação que con-
trasta com outros lugares de Barcelona, uma cidade que vive hoje em duas dimensões. De um
lado, há a Barcelona dos turistas, que se cotovelam nos pontos turísticos da cidade, fazem fila para
entrar nos museus e buscam mesa nos restaurantes. Para a maioria deles, a capital da Catalunha
segue seu ritmo normal. Nos bairros afastados do centro turístico, onde se concentram os mora-
dores de Barcelona, todas as conversas tratam da tensa situação política – e há muita divisão em
relação à independência. Segundo a última pesquisa feita pelo jornal El Mundo, 33% dos catalães
são a favor da criação de um estado independente, enquanto 58% são contra. A divisão pode ser
verificada pelas bandeiras penduradas nas sacadas e janelas. Chama a atenção ver as esteladas,
como são conhecidas as bandeiras independentistas, disputando o espaço com as bandeiras da
Espanha.
Nesse quadro de cisão, o separatismo tem nas escolas suas grandes aliadas para propagar as
ideias nacionalistas. Isso ocorre desde a redemocratização espanhola, no fim dos anos 1970.
Antes disso, durante a ditadura comandada pelo general Francisco Franco, que governou a Es-
panha entre 1938 e 1973, os colégios públicos eram proibidos de ensinar em catalão. Somente
os privados ofereciam aulas nessa língua. Em sua maioria, essas escolas tinham perfil inovador e
vanguardista, se comparadas às tradicionais escolas católicas da época. Com a queda do gene-
ral Franco, as escolas catalãs privadas foram incorporadas à rede pública e tornaram-se o modelo
principal do sistema educacional, que hoje abriga 1,5 milhão de alunos e 71 mil professores. Como
a educação pública na Espanha está a cargo dos governos regionais, os diretores dos centros
escolares são escolhidos a dedo pelo governo catalão – que toma o cuidado de selecionar somen-
te diretores separatistas. “A manipulação dos jovens é central para o independentismo catalão. É
assim com qualquer movimento supremacista na Europa”, diz a historiadora espanhola Maria Elvira
Roca. “É mais fácil convencer estudantes a apaixonarem-se por uma causa do que trabalhadores
que estão encerrados num escritório”.
(Época, 13.11.2017. Adaptado)

338
Leia as passagens do texto.
• De um lado, há a Barcelona dos turistas, que se cotovelam nos pontos turísticos da cidade…

• … o separatismo tem nas escolas suas grandes aliadas para propagar as ideias nacionalistas.

• “… do que trabalhadores que estão encerrados num escritório”.

Em relação aos significados dos termos em destaque, é correto afirmar que:


A) “propagar” e “se cotovelam” estão empregados em sentido figurado, equivalendo, respectiva-
mente, a “descortinar” e a “se apertam nos lugares”; “encerrados” está empregado em sentido
figurado, equivalendo a “retirados”.
B) estão empregados em sentido literal, equivalendo, respectivamente, a “se juntam”, a “irradiar” e
a “presos”.
C) estão empregados em sentido figurado, equivalendo, respectivamente, a “estarem próximos”, a
“intensificar” e a “confinados”.
D) “propagar” está empregado em sentido literal, equivalendo a “alastrar”; “se cotovelam” e “encer-
rados” estão empregados em sentido figurado, equivalendo, respectivamente, a “se agridem” e a
“expatriados”.
E) “propagar” e “encerrados” estão empregados em sentido literal, equivalendo, respectivamente, a
“difundir” e a “enclausurados”; “se cotovelam” está empregado em sentido figurado, equivalendo
a “se amontoam”.

QUESTÃO 27: VUNESP - CI (CM CAMPO LIMPO)/CM CAMPO LIMPO PTA/2018


Assunto: Denotação e Conotação
Leia o texto para responder à questão.

O gosto na era do algoritmo

Às segundas-feiras pela manhã, os usuários do Spotify (serviço de transferência de dados via in-
ternet que dá acesso a músicas e outros conteúdos de artistas) recebem uma lista personalizada
de músicas que lhes permite descobrir novidades. O sistema se baseia em um algoritmo cuja evo-
lução e usos aplicados ao consumo cultural são infinitos. De fato, plataformas de transmissão de
dados cinematográficos, como a Netflix, começam a desenhar suas séries de sucesso rastreando
os dados gerados por todos os movimentos dos usuários para analisar o que os satisfaz. O algorit-
mo constrói assim um universo cultural adequado e complacente com o gosto do consumidor, que
pode avançar até chegar sempre a lugares reconhecíveis.
O algoritmo, sustentam seus críticos, nos torna chatos, previsíveis, e empobrece nossa curiosidade
por explorar o acervo cultural. Ramón Sangüesa, coordenador do Data Transparency Lab (Labora-
tório de Transparência de Dados), consegue ver vantagens, mas também riscos. “Esses sistemas
se baseiam no passado para predizer o futuro. A primeira dificuldade é conseguir a massa crítica
para que tenhamos mais dados e as projeções sejam melhores. Mas sempre se corre o risco de
ficar em uma mesma área de recomendação. No consumo cultural, o perigo está na uniformiza-
ção do gosto, o que chamamos de filtro bolha. E assim vão sendo criados comportamentos
padronizados”, afirma.
A questão, no entanto, é se os limites impostos na aprendizagem pelos sistemas fechados de com-
putação são equiparáveis aos erros e possíveis idiotices que cometemos durante anos formando
339
nosso próprio gosto. O escritor Eloy Fernández Porta não vê grande diferença. Segundo ele, antes
do Spotify e fora dele o gosto já vinha determinado por critérios de acesso, aceitação, atualidade e
distinção. “Sempre vivemos a música em um algoritmo, o que acontece é que em vez de chamá-lo
de matemática o chamamos de espontaneidade. O algoritmo do Spotify não me parece menos con-
fiável do que a fórmula caótica que cada ouvinte inventou. Nem menos humano: quando fazemos
analogias erradas ou nos empenhamos em recomendar o primeiro disco de Vincent Gallo, nossas
sinapses estão dando os mesmos maus passos”, afirma.
(Daniel Verdú. https://brasil.elpais.com/brasil/. 09.07.2016. Adaptado)

Uma expressão empregada com sentido figurado está destacada em:


a) … uma lista personalizada de músicas… (1º parágrafo)
b) … usos aplicados ao consumo cultural… (1º parágrafo)
c) … começam a desenhar suas séries de sucesso… (1º parágrafo)
d) … nos torna chatos, previsíveis… (2º parágrafo)
e) … para que tenhamos mais dados… (2º parágrafo)

QUESTÃO 28: VUNESP - AA (PREF N ODESSA)/PREF NOVA ODESSA/2018


Assunto: Denotação e Conotação

Medo de injeção

Descartes disse que o bom senso é a coisa mais bem repartida do mundo. Descartes estava errado
também nisso. Visto que não faltam provas empíricas de que o bom senso não foi tão bem repartido
assim.
Um caso eloquente é o da vacinação contra a febre amarela em São Paulo. Assim que as notícias
sobre o recrudescimento do surto ganharam destaque, a porção mais ansiosa dos paulistas correu
aos postos de saúde, provocando megafilas e espalhando um pouco de caos no sistema.
Agora, esgotados os mais aflitos, autoridades sanitárias têm tido dificuldade para fazer com que o
contingente mais desencanado da população se vacine. Pelos dados oficiais, apenas 50% do pú-
blico-alvo foram imunizados. Por que a resistência?
Minha hipótese é que ficamos mal-acostumados. Algumas décadas com um razoável arsenal de
vacinas à disposição nos fizeram esquecer quão letais e devastadoras podem ser as epidemias
que campanhas de imunização previnem. Hoje é preciso ir ao interior da África para ver uma crian-
ça com pólio e as mortes por sarampo se tornaram uma raridade, mas moléstias infecciosas foram,
desde o surgimento da agricultura, um dos maiores assassinos da humanidade, perdendo apenas
para a fome e superando em muito as guerras.
A ciência, ao desenvolver imunizantes, mudou essa história. Extinguimos a varíola e reduzimos
drasticamente os óbitos por doenças infecciosas em todo o mundo. A OMS estima que, hoje, va-
cinações previnam entre 2 milhões e 3 milhões de mortes por ano. Daria para acrescentar mais
1,5 milhão de vidas poupadas, desde que a taxa de cobertura, atualmente estacionada nos 86%,
melhorasse.
Por falta de bom senso, porém, grupos ideologicamente tão díspares quanto fundamentalistas islâ-
micos do interior da África e liberais da classe média alta dos países desenvolvidos uniram esforços
para fazer campanhas contra a vacinação. Pior, há quem os ouça.
(Helio Schwartsman. Medo de injeção. Disponível em: https:// www1.folha.uol.com.br/colunas/ Acesso em 10.03.2018. Adaptado)

340
Assinale a alternativa em que o termo destacado está empregado em sentido figurado.
a) Por falta de bom senso, porém, grupos ideologicamente tão díspares...
b) ...uma criança com pólio e as mortes por sarampo se tornaram uma raridade...
c) A ciência, ao desenvolver imunizantes, mudou essa história.
d) Extinguimos a varíola e reduzimos drasticamente os óbitos por doenças infecciosas.
e) Algumas décadas com um razoável arsenal de vacinas...

QUESTÃO 29: VUNESP - CONT (PREF N ODESSA)/PREF NOVA ODESSA/2018


Assunto: Denotação e Conotação

Cotas têm prós e contras

Levantamento feito pela Folha de São Paulo ao final de 2017 mostrou que, em boa parte dos cur-
sos universitários, alunos que ingressam por meio de cotas se formam com notas próximas dos
demais. O estudo usou os resultados de mais de 250 mil estudantes nas três últimas edições do
Enade e constatou que alunos cotistas chegam a ter notas melhores que os outros, por exemplo,
em odontologia.
É refrescante dispormos de dados objetivos sobre um assunto tantas vezes poluído por ideologias.
É inegável que ações afirmativas, como as cotas, são importantes mecanismos de justiça social em
um país tão profundamente injusto como o nosso. E as conclusões do levantamento indicam que
tais ferramentas são válidas também no plano acadêmico: não se confirmam os prognósticos de
que o ingresso de alunos cotistas resultaria em degradação da qualidade dos cursos.
O perigo é alguém acreditar que cotas resolvem alguma coisa no médio prazo. Nosso sistema edu-
cacional está doente, e cotas são como um antitérmico, que reduz o desconforto do paciente, mas
não ataca as causas da febre. O que precisamos é que a escola pública, democrática e gratuita,
ofereça formação de qualidade, para que as cotas se tornem desnecessárias. Não é uma utopia:
acontece em muitos outros países, inclusive mais pobres que o Brasil.
Ações afirmativas não podem servir de álibi para continuarmos oferecendo formação inferior aos
filhos das classes mais desfavorecidas. Até porque propiciar acesso à universidade a alguns des-
ses jovens deixa muita coisa por resolver. O mesmo levantamento mostra que as notas de cotistas
são sim inferiores à média nos cursos de exatas, possivelmente os mais críticos para o desenvol-
vimento do país.
Não é difícil aventar uma explicação. Em matemática, cada etapa prepara a seguinte, não é pos-
sível pular. Quem não aprendeu multiplicação, não vai nunca entender frações. Se a matemática
não é ensinada na escola, na faculdade é simplesmente tarde demais. E aí os benefícios da ação
afirmativa foram desperdiçados.
Na virada do ano, outra notícia alvissareira: a Unicamp, talvez a mais inovadora de nossas universi-
dades, aprovou a criação de até 10% de vagas extras em seus cursos para candidatos premiados
em competições escolares, como as Olimpíadas Brasileiras de Matemática e Física. Uma espécie
de “cotas por mérito”.
Como todas as ideias inteligentes e com potencial para fazer diferença, essa também desperta
oposição. Inclusive de setores que advogam as cotas sociais, o que talvez não seja surpreendente,
mas é certamente lamentável. Tomara que a inteligência prevaleça.
(Marcelo Viana. Folha de S.Paulo, 21.01.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa que apresenta passagem do texto caracterizada pelo emprego de palavras
341
em sentido figurado.
a) O estudo usou os resultados de mais de 250 mil estudantes nas três últimas edições do Enade...
b) ... cotas são como um antitérmico, que reduz o desconforto do paciente, mas não ataca as cau-
sas da febre.
c) ... alunos cotistas chegam a ter notas melhores que os outros, por exemplo, em odontologia.
d) Não é uma utopia: acontece em muitos outros países, inclusive mais pobres que o Brasil.
e) O mesmo levantamento mostra que as notas de cotistas são sim inferiores à média nos cursos
de exatas...

QUESTÃO 30: VUNESP - CONT (CM COTIA)/CM COTIA/2017


Assunto: Denotação e Conotação
Leia o texto a seguir para responder à questão.

Notícias falsas sempre circularam. Sobretudo nos estratos menos expostos ao jornalismo e a ou-
tras formas de conhecimento verificável, boatos encontram terreno para se propagar.
Basta recordar a persistente crença sobre a falsidade das viagens tripuladas à Lua, cujas imagens
teriam sido forjadas pela Nasa. No âmbito nacional, murmurou-se durante anos que o presidente
Tancredo Neves fora vítima de um atentado que se dissimulara como doença.
A novidade é que as redes sociais da internet se mostram o veículo ideal para a difusão de notícias
falsas. Não apenas estapafúrdias, como seria de esperar, mas às vezes inventadas de modo a fa-
vorecer interesses e prejudicar adversários.
A circulação instantânea, própria desse meio, propicia a formação de ondas de credulidade. Esti-
muladas pelos algoritmos das empresas que integram o oligopólio da internet, essas ondas confe-
rem escala e ritmo inéditos à tradicional circulação de boatos.
Dado que as pessoas, nas redes sociais, tendem a se agregar por afinidade de crenças, não é difí-
cil que os rumores se disseminem sem serem confrontados por crítica ou contraponto.
O melhor antídoto para os males da liberdade de expressão é a própria liberdade de expressão,
que tende a encontrar formas de se autocorrigir. E o melhor antídoto contra as falsidades apresen-
tadas como jornalismo é a prática do bom jornalismo, comprometido com a veracidade dos fatos
que relata e com a pluralidade de pontos de vista no que concerne às questões controversas.
Embora haja remédios legais para reparar os excessos, a maioria dos casos passará despercebida
no ruído incessante da internet.
(Folha de S.Paulo, 26.02.2017. Adaptado)

Assinale a alternativa em que ocorre termo empregado em sentido figurado.


a) Basta recordar a persistente crença sobre a falsidade das viagens tripuladas à Lua... (2º pará-
grafo)
b) ... de modo a favorecer interesses e prejudicar adversários. (3º parágrafo)
c) ... não é difícil que os rumores se disseminem sem serem confrontados... (5º parágrafo)
d) ... é a prática do bom jornalismo, comprometido com a veracidade dos fatos que relata... (6º
parágrafo)
e) Embora haja remédios legais para reparar os excessos... (7º parágrafo)

QUESTÃO 31: VUNESP - PROC JUR (CM SUMARÉ)/CM SUMARÉ/2017


Assunto: Denotação e Conotação

342
Leia a tirinha para responder à questão.

Na tirinha, as palavras – papai, paizão e padrasto – empregadas em sentido figurado, pertencem


à mesma classe de palavras. Assinale a alternativa em que há três palavras de sentido figurado,
pertencentes à mesma classe de palavras.
a) O número de desempregados é o termômetro que avalia a saúde econômica de um país. Se o
emprego despenca, a economia piora.
b) Ter uma religião é importante, em momentos difíceis, como os que vivemos. Um bom pastor
sempre pode ensinar com sabedoria o seu rebanho.
c) É hora de virar o jogo e investir em ideias imaginativas contra a desesperança: que surjam bons
atacantes.
d) O mercado é devorador, engole, cruel e pausadamente, as pessoas.
e) As águas do amor são como um oceano, mas, às vezes, como um lago.

QUESTÃO 32: VUNESP - AFF (TCE-SP)/TCE-SP/”SEM ÁREA”/2017


Assunto: Denotação e Conotação

Briga de irmãos... Nós éramos cinco e brigávamos muito, recordou Augusto, olhos perdidos num
ponto X, quase sorrindo. Isto não quer dizer que nos detestássemos. Pelo contrário. A gente
gostava bastante uns dos outros e não podia viver na separação. Se um de nós ia para o colégio
(era longe o colégio, a viagem se fazia a cavalo, dez léguas na estrada lamacenta, que o governo
não consertava.), os outros ficavam tristes uma semana. Depois esqueciam, mas a saudade do
mano muitas vezes estragava o nosso banho no poço, irritava ainda mais o malogro da caça de
passarinho: “Se Miguel estivesse aqui, garanto que você não deixava o tiziu fugir”, gritava Édison.
“Você assustou ele falando alto... Miguel te quebrava a cara”. Miguel era o mais velho, e fora fazer
o seu ginásio. Não se sabe bem por que a sua presença teria impedido a fuga do pássaro, nem ain-
da por que o tapa no rosto de Tito, com o tiziu já longínquo, teria remediado o acontecimento. Mas
o fato é que a figura de Miguel, evocada naquele instante, embalava nosso desapontamento e de
certo modo participava dele, ajudando-nos a voltar para casa de mãos vazias e a enfrentar o risinho
malévolo dos Guimarães: “O que é que vocês pegaram hoje?” “Nada”. Miguel era deste tamanho,
impunha -se. Além disto, sabia palavras difíceis, inclusive xingamentos, que nos deixavam de boca
aberta, ao explodirem na discussão, e que decorávamos para aplicar na primeira oportunidade, em
nossas brigas particulares com os meninos da rua. Realmente, Miguel fazia muita falta, embora
cada um de nós trouxesse na pele a marca de sua autoridade. E pensávamos com ânsia no seu

343
regresso, um pouco para gozar de sua companhia, outro pouco para aprender nomes feios, e bas-
tante para descontar os socos que ele nos dera, o miserável.
(Carlos Drummond de Andrade, A Salvação da Alma. Em: O sorvete e outras histórias.)

Assinale a alternativa em que a expressão destacada está empregada em sentido figurado.


a) Briga de irmãos... Nós éramos cinco e brigávamos muito...
b) ... inclusive xingamentos, que nos deixavam de boca aberta...
c) ... a viagem se fazia a cavalo, dez léguas na estrada lamacenta...
d) Miguel era o mais velho, e fora fazer o seu ginásio.
e) ... embora cada um de nós trouxesse na pele a marca de sua autoridade.

QUESTÃO 33: VUNESP - AFF (TCE-SP)/TCE-SP/ADMINISTRAÇÃO/2017


Assunto: Denotação e Conotação

A vontade do falecido

Alguns dias depois, deu-se o evento. Seu Irineu pisou no prego e esvaziou. Apanhou um resfriado,
do resfriado passou à pneumonia, da pneumonia passou ao estado de coma e do estado de coma
não passou mais. Levou pau e foi reprovado. Um médico do SAMDU*, muito a contragosto, com-
pareceu ao local e deu o atestado de óbito.
Tudo que era parente com razoáveis esperanças de herança foi velar o morto.
Tomou-se conhecimento de uma carta que estava cuidadosamente colocada dentro do cofre, sobre
o dinheiro deixado por seu Irineu. E na carta o velho dizia: “Quero ser enterrado junto com a quantia
existente nesse cofre, que é tudo o que eu possuo e que foi ganho com o suor do meu rosto, sem
a ajuda de parente vagabundo nenhum”. E, por baixo, a assinatura com firma reconhecida para
não haver dúvida: Irineu de Carvalho Pinto Boaventura.
Para quê! Nunca se chorou tanto num velório, sem se ligar pro morto. A parentada chorava às pam-
pas, mas não apareceu ninguém com peito para desrespeitar a vontade do falecido.
Foi quase na hora do corpo sair. Desde o momento em que se tomou conhecimento do que a carta
dizia, que Altamirando imaginava um jeito de passar o morto para trás. Era muita sopa deixar
aquele dinheiro ali pro velho gastar com minhoca. Pensou, pensou e, na hora que iam fechar o cai-
xão, ele deu o grito de “pera aí”. Tirou os sessenta milhões de dentro do caixão, fez um cheque da
mesma importância, jogou lá dentro e disse “fecha”.
– Se ele precisar, mais tarde desconta o cheque no Banco.

* SAMDU – Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência, já extinto. (Stanislaw Ponte Preta. Dois amigos e um chato, 1986.
Adaptado)

Assinale a alternativa em que os termos estão empregados em sentido próprio.


a) Seu Irineu pisou no prego e esvaziou.
b) … um jeito de passar o morto para trás.
c) Tirou os sessenta milhões de dentro do caixão…
d) Era muita sopa deixar aquele dinheiro ali…
e) … pro velho gastar com minhoca.

344
QUESTÃO 34: VUNESP - CUP (SEPOG SP)/SEPOG SP/ORÇAMENTO E CONTABILI-
DADE PÚBLICA/2017
Assunto: Denotação e Conotação
Leia o texto para responder à questão seguir.

Cota é uma palavra antipática. Pronunciá-la traz à mente discriminar, racionar, excluir. A conotação
negativa só fez acentuar-se quando a universidade brasileira, inviolável trincheira da elite, começou
a reservar uma parcela de suas vagas para alunos pobres e negros, duas classificações quase si-
nônimas no país. O primeiro portão se abriu no distante 2002, na Universidade do Estado do Rio
de Janeiro (Uerj), e outras se seguiram, aqui e ali, até o governo baixar uma lei que instituiu, em
2012, o conceito de cotas em todas as universidades. Foi um salseiro. O que seria da excelência e
da premiação pelo mérito, em um câmpus contaminado por estudantes menos qualificados? O que
esperar dos cotistas, além de mau desempenho e abandono no meio do curso? Que justiça haveria
em deixar de fora jovens bem preparados só por serem brancos e não tão pobres?
Pois, passados quinze anos do empurrão inicial e cinco da obrigatoriedade por lei, as previsões
catastróficas não se confirmaram, e o balanço é mais positivo do que se imaginava – a ponto de a
Universidade de São Paulo, a mais prestigiada do país, que nem federal é, ter anunciado há pouco
que implantará as cotas. O vestibular deste ano da USP, cujas inscrições começam no dia 21 de
agosto, já será baseado no sistema de cotas.
(L. Bustamante, M. C. Vieira, Rita Loiola. “Cotas? Melhor tê-las”. Veja, 16.08.2017. Adaptado)

Assinale a alternativa em que, nas duas passagens do texto, há palavra empregada em sentido
figurado.
a) passados quinze anos do empurrão inicial / instituiu, em 2012, o conceito de cotas.
b) inviolável trincheira da elite / o balanço é mais positivo do que se imaginava.
c) A conotação negativa só fez acentuar-se / só por serem brancos e não tão pobres?
d) duas classificações quase sinônimas no país. / cinco [anos] da obrigatoriedade por lei.
e) Cota é uma palavra antipática. / O primeiro portão se abriu no distante 2002.

QUESTÃO 35: VUNESP - FISIO (P ITANHAÉM)/PREF ITANHAÉM/2017


Assunto: Denotação e Conotação
Leia o texto, para responder à questão a seguir.

A quem pertence um país e quem tem o direito de morar nele? Com um passado incomparável e
camadas históricas extraordinariamente variadas, inclusive em seus momentos de fluxo e refluxo
populacional, a Itália já fechou o debate. A lotação está esgotada. Foram mais de 180 000 pessoas,
na maioria absoluta vindas da África, no ano passado. Até organizações humanitárias dizem que
não dá mais para acomodar gente em cidadezinhas minúsculas, vilarejos medievais ou bairros dis-
tantes de uma metrópole como Roma.
As ondas humanas criaram situações sem precedentes. As ONGs para as quais sempre cabem
muitos mais tornaram-se colaboradoras dos traficantes que ganham com o comércio de gente,
um escândalo ético espantoso. Começaram a fazer o bem e se transformaram em parte integrante
de um processo de imensa perversidade, cujos promotores praticam abusos indescritíveis. Embora
cruel, o sistema é de uma eficiência impressionante. Até os botes de borracha, cujos passageiros
pagam para ser resgatados por navios de ONGs, da Marinha italiana ou de outros países europeus,

345
são fabricados especificamente para esse tipo de transporte. Cada passagem custa por volta de
1 500 euros, ou 5 500 reais. O negócio foi calculado em 390 milhões de dólares no ano passado.
A questão dos grandes deslocamentos humanos vindos do mundo pobre, encrencado, conflagrado
ou simplesmente com menos benefícios sociais, em direção ao mundo rico, já provocou conheci-
das reações políticas, das quais a mais estrondosa foi a eleição de Donald Trump. A palavra-chave
no fenômeno atual é benefícios. Ao contrário dos imigrantes que vieram para o Novo Mundo, entre
os quais tantos de nossos antepassados, com uma malinha, muitos carimbos nos documentos e
esperança de emprego, as ondas humanas atuais chegam aos países ricos com abrigo, saúde
e educação providos pelo Estado de bem-estar social. Organizações supranacionais, como a
própria União Europeia, também têm verbas para dar garantias inimagináveis pelos imigrantes do
passado. O problema, como sabemos, é que o dinheiro não aparece magicamente nos cofres dos
Estados ou seus avatares.
(Vilma Gryzinski, Lotou ou ainda cabe mais? Veja, 26.07.2017. Adaptado)
A frase do texto que se caracteriza pelo emprego de palavra(s) em sentido figurado é:

a) O negócio foi calculado em 390 milhões de dólares no ano passado.


b) A quem pertence um país e quem tem o direito de morar nele?
c) Foram mais de 180 000 pessoas, na maioria absoluta vindas da África, no ano passado.
d) As ondas humanas criaram situações sem precedentes.
e) Embora cruel, o sistema é de uma eficiência impressionante.

SINGIFICAÇÃO CONTEXTUAL DE PALAVRAS E EXPRESSÕES

QUESTÃO 1: VUNESP - BIBLIO (UNIFAI)/UNIFAI/2019


Assunto: Significação de vocábulo e expressões

Uma invenção humana

Vejo a literatura como um instrumento excepcional da nossa civilização. Ela ajuda a esclarecer o
mundo. Quem nós somos? Quem nós fomos? Lendo a Ilíada, você pode imaginar quais foram os
sentimentos de Aquiles ou de Príamo. Você se pergunta: “Por que esse fervor pela narrativa?”.
Porque o ser humano precisou narrar, para que os fatos da vida, da poética do cotidiano, não
desaparecessem. Enquanto o ser humano forjava a sua civilização, dava combate aos deuses e
procurava entender em que caos estava imerso, ele contava histórias. Para que nada se perdesse.
Não havia bibliotecas. No caso de Homero, os aedos – e quase podíamos intitulá-los os poetas da
memória – memorizavam tudo para que os fatos humanos não se perdessem. E, assim, a angústia
em relação à apreensão da vida real, o real humano, visível, intangível, esteve presente em todas
as civilizações. Nas nossas Américas, por exemplo, houve entre os incas uma categoria social, a
dos amautas, que tinha por finalidade única memorizar. Memorizar para que os povos não se es-
quecessem das suas próprias histórias. Quer dizer, a literatura não foi uma invenção dos escritores,
gosto muito de enfatizar isso. Foi uma invenção humana.
Milhões de pessoas já leram Dom Quixote. Milhões, em diferentes línguas. Mas é o mesmo livro
para diferentes leitores. Isso prova que a literatura dá visibilidade a quem somos, a nossos senti-
mentos mais secretos, mais obscuros, mais desesperados, às esperanças mais condicionais do ser
humano. E a literatura conta histórias porque os sentimentos precisam de uma história para que

346
você se dê conta deles. Então, a literatura pensou em dar conta de quem somos, dessa nossa
complexidade extraordinária. Porque somos seres fundamentalmente singulares. E, por isso, a
literatura é singular.
(Nélida Piñon. Uma invenção humana – depoimento ao escritor e jornalista José Castello. Rascunho nº 110. Curitiba:
2009. In http://rascunho.com.br/wp-content/uploads/2012/02/ Book_Rascunho_110.pdf. Acesso em 15.11.18. Adapta-
do)

Em uma interpretação adequada do trecho “E a literatura conta histórias porque os sentimentos


precisam de uma história para que você se dê conta deles. Então, a literatura pensou em dar con-
ta de quem somos...”, a palavra que se repete, em destaque, está corretamente substituída, sem
prejuízo de sentido e mantendo o respeito à norma-padrão, na seguinte redação:

A) E a literatura narra histórias porque os sentimentos precisam de uma história para você inteirar-
-se deles. Então, a literatura pensou em ser capaz de nos expressar...
B) E a literatura cria histórias porque os sentimentos precisam de uma história para que você os
conheça. Então, a literatura pensou em determinar quem somos...
C) E a literatura produz histórias porque os sentimentos precisam de uma história para que você se
envolva com eles. Então, a literatura pensou em melhorar quem somos...
D) E a literatura manipula histórias porque os sentimentos precisam de uma história para que você
os compreenda. Então, a literatura pensou em dar ciência de quem somos...
E) E a literatura dispõe de histórias porque os sentimentos precisam de uma história para que você
possa compreendê-los. Então, a literatura pensou em responsabilizar- nos por quem somos...

QUESTÃO 2: VUNESP - ESC (CM SERTÃOZINHO)/CM SERTÃOZINHO/2019


Assunto: Significação de vocábulo e expressões

Vacina na marra

Uma das piores coisas que pais podem fazer a seus filhos é privá-los de vacinas. Ainda assim,
devo dizer que fiquei chocado com o artigo de uma promotora do Ministério Público, no qual ela
defende não só multa para genitores que deixem de imunizar seus rebentos, mas também a busca
e apreensão das crianças para vaciná-las.
Imagino até que a adoção de medidas extremas como propõe a promotora possa fazer sentido em
determinados contextos, como o de uma epidemia fatal que avança rapidamente e pais que, indu-
zidos por vilões internacionais, se recusam a imunizar seus filhos(B).
Há motivos para acreditar que as sucessivas quedas na cobertura vacinal registradas por aqui se
devam mais a uma combinação de desleixo paterno com inadequações da rede do que a uma
maciça militância antivacinal. Há até quem afirme que a queda é menor do que a anunciada pelo
Ministério da Saúde, que, por problemas técnicos, não estaria recebendo informações atualizadas
de alguns municípios.
Seja como for, tenho a convicção de que, se a fórmula mais draconiana propugnada por ela fosse
adotada, acabaríamos produzindo mais mal do que bem(E).
O ponto central é que o sistema de saúde precisa ser visto pelo cidadão como um aliado e não
como um adversário(C). Se a percepção que as pessoas têm do posto de saúde for a de que ele
é uma entidade que pode colocar a polícia atrás de famílias para subtrair-lhes os filhos, elas terão
bons motivos para nunca mais pôr os pés numa unidade(D).
347
A ideia de que o sistema de saúde precisa ser protegido de ações que possam minar a confiança
que o público lhe deposita não é estranha ao mundo do direito. Não é por outra razão que a legis-
lação penal e códigos de ética proíbem o profissional de saúde de divulgar segredos de pacientes
e até de denunciar crimes(A) que tenham cometido.
(Hélio Schwartsman. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ helioschwartsman/2018/08/ vacina-na-
-marra.shtml. Acesso em 11.11.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa em que as expressões destacadas na frase têm sentidos opostos.


a) ... proíbem o profissional de saúde de divulgar segredos de pacientes e até de denunciar cri-
mes...
b) ... induzidos por vilões internacionais, se recusam a imunizar seus filhos.
c) ... o sistema de saúde precisa ser visto pelo cidadão como um aliado e não como um adver-
sário.
d) ... elas terão bons motivos para nunca mais pôr os pés numa unidade.
e) .... se a fórmula mais draconiana propugnada pela promotora do Ministério Público fosse ado-
tada...

QUESTÃO 3: VUNESP - ENFJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Significação de vocábulo e expressões

Tempo incerto

Os homens têm complicado tanto o mecanismo da vida(D) que já ninguém tem certeza de nada:
para se fazer alguma coisa é preciso aliar a um impulso de aventura grandes sombras de dúvida.
Não se acredita mais na existência de gente honesta; e os bons têm medo de exercitarem sua bon-
dade, para não serem tratados de hipócritas ou de ingênuos.
Vivemos um momento em que a virtude é ridícula e os mais vis sentimentos(C) se mascaram de
grandiosidade, simpatia, benevolência. A observação do presente leva- os até a descer dos exem-
plos do passado: os varões ilustres de outras eras terão sido realmente ilustres? Ou a História
nos está contando as coisas ao contrário, pagando com dinheiros dos testemunhos a opinião dos
escribas?
Se prestarmos atenção ao que nos dizem sobre as coisas que nós mesmos presenciamos – ou
temos que aceitar a mentira como a arte mais desenvolvida do nosso tempo(B), ou desconfiamos
do nosso próprio testemunho, e acabamos no hospício!
Pois assim, é, meus senhores! Prestai atenção às coisas que vos contam, em família, na rua, nos
cafés, em várias letras de forma, e dizei-me se não estão incertos os tempos e se não devemos
todos andar de pulga atrás da orelha!(C)
Agora, pensam os patrões, os empregados, os amigos e inimigos de uns e de outros e todo o resto
da massa humana. E não só pensam, como também pensam que pensam! E além de pensarem
que pensam, pensam que têm razão! E cada um é o detentor exclusivo da razão!
Pois de tal abundância de razão é que se faz a loucura. E a vocação das pessoas, hoje em dia, não
é para o diálogo com ou sem palavras, mas para balas de diversos calibres. Perto disso, a carestia
da vida é um ramo de flores. O que anda mesmo caro é alma. E o Demônio passeia pelo mundo,
glorioso e imune.
(Cecília Meireles, Tempo incerto. Em: Escolha o seu Sonho. Adaptado)

348
Assinale a alternativa em que está transcrita do texto uma expressão em sentido figurado, acompa-
nhada da correta indicação do seu sentido.
a) “pensam os patrões” → ideia de raciocinar com profundidade.
b) “a arte mais desenvolvida do nosso tempo” → ideia de verdade.
c) “os mais vis sentimentos” → ideia de enobrecimento.
d) “andar de pulga atrás da orelha” → ideia de desconfiança.
e) “o mecanismo da vida” → ideia de trabalho.

QUESTÃO 4: VUNESP - AUX LEG (CM TATUÍ)/CM TATUÍ/2019


Assunto: Significação de vocábulo e expressões

Texto 1

Filósofo da internet sugere pagar ou sair das redes sociais Jaron Lanier não poupa críticas ao
modelo de negócios baseado em publicidade, que sustenta a maior parte do que conhecemos por
internet hoje. Serviços gratuitos como Facebook, Google e WhatsApp, no fundo, cobram caro. Na
visão de Lanier, manipulam, mudam comportamentos e, muitas vezes, nos tornam babacas.
Em seu quinto livro, “Dez Argumentos para Você Deletar Agora suas Redes Sociais”, recém-lança-
do no Brasil, o cientista da computação e precursor da realidade virtual encoraja as pessoas cuja
vida financeira não depende das redes sociais a abandoná-las – ao menos por seis meses –, para
retomarem a “consciência de si próprias”.
Lanier afirma que, se cometeram muitos erros na internet, um deles era a ideia de que a única
forma de inovar e manter o serviço livre era com um modelo baseado em publicidade, o que nos
levou a um contexto de vigilância universal. Ele defende um sistema em que as pessoas possam
ser pagas pelo que fazem on line e paguem pelo que gostam de fazer on line, o que tornaria a
relação mais direta e honesta.
Lanier explica: “Quando você olhava para o anúncio da TV, ele não estava te olhando de volta. Na
internet, é diferente: há mais informação sendo tirada de você do que oferecida. Ferramentas em
qualquer site captam como seu corpo se mexe, onde você está e tudo sobre seus dispositivos. O
que você vê é a menor parte do que acontece. Toda informação tirada de você é usada para mu-
dar sua experiência on line e criar uma sistemática que te prenda. Isso é chamado de engajamento.
Chamo de vício. É quase como vício em jogo, há busca por satisfação, e a punição é severa.”
Jaron Lanier recomenda ficar atento aos 10 argumentos para você deletar suas redes sociais:

1. Você está perdendo seu livre-arbítrio


2. Largar as redes sociais é a maneira mais certeira de resistir à insanidade dos nossos tem-
pos
3. As redes sociais estão tornando você um babaca
4. As redes sociais minam a verdade
5. As redes sociais transformam o que você diz em algo sem sentido
6. As redes sociais destroem sua capacidade de empatia
7. As redes sociais deixam você infeliz
8. As redes sociais não querem que você tenha dignidade econômica
9. As redes sociais tornam a política impossível

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10. As redes sociais odeiam sua alma
(Folha de S. Paulo, 20.10.2019, Adaptado)

Considere os 10 argumentos de Lanier, no último parágrafo do texto, para responder à questão.


As palavras em destaque nos argumentos 2, 4 e 5, assumem, no contexto, respectivamente, o
sentido de
a) assertiva, apagam, insensato.
b) equivocada, diluem, inadequado.
c) segura, dissolvem, inútil.
d) duvidosa, fortalecem, suspeito.
e) honesta, sustentam, diferenciado.

QUESTÃO 5: VUNESP - ANA (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/AMBIENTAL/2019


Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Leia o texto para responder a questão.

“Tire suas próprias conclusões”

Essa é a frase que mais tenho ouvido recentemente. Passada a euforia de uma notícia qualificada
como “bomba”, logo os atores de uma das partes corriam a público para disponibilizar a íntegra
daquilo que antes foi veiculado em partes.
É preciso saber de tudo e entender de tudo. É preciso tirar as próprias conclusões para não depen-
der de ninguém, e é esse o grande e contraditório imperativo dos nossos tempos. É uma ordem a
uma experimentação libertária, e uma quase contradição do termo. O imperativo que liberta tam-
bém aprisiona: você só passa a ser, ou a pertencer, se tiver uma conclusão. Sobre qualquer coisa.
Nas últimas décadas psicanalistas se debruçaram sobre as mudanças nos arranjos produtivos e
sociais de cada período histórico para compreender e nomear as formas de sofrimento decorrentes
delas. A revolução industrial, a divisão social do trabalho, a urbanização desenfreada e as guerras,
por exemplo, fizeram explodir o número de sujeitos impacientes, irritadiços e perturbados com a
velocidade das transformações e suas consequentes perdas de referências simbólicas.
Pensando sobre o imperativo “Leia/Veja/Assista” e “Tire suas próprias conclusões”, começo a des-
confiar de que estamos diante de uma nova forma de sofrimento relacionado a um mal-estar ainda
não nomeado.
Afinal, que tipo de sujeito está surgindo de nossa nova organização social? O que a vida em rede
diz sobre as formas como nos relacionamos com o mundo? Que tipos de valores surgem dali? E,
finalmente, que tipo de sofrimento essa vida em rede tem causado?
Vou arriscar e sair correndo, já sob o risco de percorrer um campo que não é meu: estamos vendo
surgir o sujeito preso à ideia da obrigação de ter algo a dizer. Ao longo dos séculos essa angústia
era comum aos chamados formadores de opinião e artistas, responsáveis por reinterpretar o mun-
do. Hoje basta ter um celular com conexão 3G para ser chamado a opinar sobre qualquer coisa.
Pensamos estar pensando mesmo quando estamos apenas terceirizando convicções ao comparti-
lhar aquilo que não escrevemos.
É uma nova versão de um conflito descrito por Clarice Lispector a respeito da insuficiência da lin-
guagem. Algo como: “Não só não consigo dizer o que penso como o que penso passa a ser o que
digo”. Se vivesse nas redes que atribuem a ela frases que jamais disse, o “dizer” e o “pensar” teriam
a interlocução de um outro verbo: “compartilhar”.
350
(Matheus Pichonelli, Carta Capital. 18.03.2016. www.cartacapital.com.br. Adaptado)

No sexto parágrafo, o verbo pensar em “Pensamos estar pensando...” veicula, em cada ocorrência
respectivamente, sentidos que equivalem a
a) rememorar e corroborar uma opinião.
b) refutar uma ideia e elucubrar.
c) induzir a erro e suscitar uma impressão.
d) fantasiar e agir com intransigência.
e) supor e conceber uma ideia.

QUESTÃO 6: VUNESP - PAEPE (UNICAMP)/UNICAMP/BIBLIOTECÁRIO/2019


Assunto: Significação de vocábulo e expressões

Página infeliz

O mercado editorial no Brasil nunca pareceu tão próximo de uma catástrofe – com as duas prin-
cipais redes de livrarias do país, Saraiva e Cultura, em uma crise profunda, reduzindo o número de
lojas e com dívidas que parecem sem fim.
Líder do mercado, a Saraiva, que já acumula atrasos de pagamentos a editores nos últimos anos,
anunciou nesta semana o fechamento de 20 lojas. Em nota, a rede afirma que a medida tem a ver
com “desafios econômicos e operacionais”, além de uma mudança na “dinâmica do varejo”.
Na semana anterior, a Livraria Cultura entrou em recuperação judicial. No pedido à Justiça, a rede
afirma acumular prejuízos nos últimos quatro anos, ter custos que só crescem e vendas menores.
Mesmo assim, diz a petição enviada ao juiz, não teria aumentado seus preços.
O enrosco da Cultura está explicado aí. Diante da crise, a empresa passou a pegar dinheiro em-
prestado com os bancos – o tamanho da dívida é de R$ 63 milhões. Com os atrasos nos paga-
mentos das duas redes, editoras já promoveram uma série de demissões ao longo dos últimos dois
anos.
O cenário de derrocada, contudo, parece estar em descompasso com os números de vendas.
Desde o começo do ano, os dados compilados pela Nielsen, empresa de pesquisa de mercado,
levantados a pedido do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, mostravam que o meio livreiro
vinha dando sinais de melhoras pela primeira vez, desde o início da recessão econômica que abala
o país.
Simone Paulino, da Nós, editora independente de São Paulo, enxerga um descompasso entre as
vendas em alta e a crise. Nas palavras dela, “um paradoxo assustador.” A editora nunca vendeu
tanto na Cultura quanto nesses últimos seis meses”, diz. E é justamente nesse período que eles
não têm sido pagos.
“O modelo de produção do livro é muito complicado. Você investe desde a compra do direito autoral
ou tradução e vai investindo ao longo de todo o processo. Na hora que você deveria receber, esse
dinheiro não volta”, diz Paulino.
“Os grandes grupos têm uma estrutura de advogados que vão ter estratégia para tentar receber. E
para os pequenos? O que vai acontecer?”
Mas há uma esperança para os editores do país: o preço fixo do livro. Diante do cenário de crise, a
maior parte dos editores aposta em uma carta tirada da manga no apagar das luzes do atual gover-
no – a criação, no país, do preço fixo do livro – norma a ser implantada por medida provisória – nos

351
moldes de boa parte de países europeus, como França e Alemanha.
Os editores se inspiram no pujante mercado europeu. Por lá, o preço fixo existe desde 1837, quan-
do a Dinamarca criou a sua lei limitando descontos, abolida só em 2001. A crença é a de que a
crise atual é em parte causada pela guerra de preço. Unificar o valor de capa permitiria um flores-
cimento das livrarias independentes, uma vez que elas competiriam de forma mais justa com as
grandes redes.
(Folha de S. Paulo, 03.11.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa que substitui, correta e respectivamente, de acordo com a norma-padrão da


concordância, as expressões em destaque na frase - Dívidas sem fim, prejuízos acumulados,
além da crise econômica, provocaram a derrocada das redes livreiras.
a) infindável … que se acumulam … tudo isso potencializou
b) infindáveis … que se acumula … tudo isso potencializou
c) infindáveis … que se acumulam … tudo isso potencializou
d) infindável … que se acumula … tudo isso potencializaram
e) infindáveis … que se acumulam … tudo isso potencializaram

QUESTÃO 7: VUNESP - PEBII (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/PEB II/EDUCAÇÃO ES-


PECIAL/2019
Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Leia o texto para responder a questão.

Preparar as crianças contra as fake news

A propagação de notícias falsas já mostrou seu poder de influenciar eleições e dividir sociedades,
potencializando preconceitos e ódios. Que efeito terá em crianças e jovens que não receberam
uma formação para a leitura de notícias?
Sem entender o que se passa ao redor, as crianças não se sentem parte da sociedade. Elas ou-
vem, principalmente pela televisão, e leem na internet o que está circulando no momento. Perce-
bem quando algo de grave ocorre, até porque podem viver em casa o problema estampado nas
manchetes dos jornais, como o desemprego dos pais.
Já ouviram falar de fake news, mas não sabem em quem confiar nem como identificar a credibilida-
de de uma informação, além de que diferenciar informação de opinião é difícil para elas.
Como muitos adultos também se mostram incapazes de detectar uma notícia falsa, as crianças
acabam muitas vezes sem orientação, ficam à margem do debate.
Encontra-se aí um grave problema: se elas não tiverem formação para ler notícias e não exercita-
rem o senso crítico para se protegerem de informações mentirosas, iremos perder uma geração
inteira que poderia (e deveria) promover as mudanças que tanto queremos.
As crianças são curiosas por natureza e querem se informar. Além disso, têm o direito de acesso
às mídias e de participação no debate público assegurado pela Convenção Internacional sobre os
Direitos da Criança.
A experiência mostra que, tendo acesso a notícias adequadas aos seus repertórios e contextuali-
zadas, sentem-se parte da sociedade e tornam-se mais autônomas.
Em várias ocasiões, impressionei-me com o protagonismo dos leitores mirins. Crianças de uma
região carente do interior de São Paulo, que leram os textos sobre a crise dos refugiados sírios,
organizaram um brechó com suas próprias roupas e entregaram o dinheiro a algumas famílias de
352
refugiados que estão no Brasil.
Outras, tendo lido sobre o problema da obesidade infantil no Brasil, mobilizaram-se para orga-
nizar uma olimpíada. Algumas explicaram a seus pais o que significa impeachment.
O problema das fake news é mais grave do que se imagina. Caso não seja combatido desde a
base, teremos crianças e jovens deixando de ler ou descrentes até de veículos com credibilidade.
Isso os deixará paralisados, sem saber como agir e vulneráveis a toda espécie de manipulação.
Jovens e crianças bem informados entendem o que se passa ao redor, formam as próprias opiniões
e se tornam cidadãos críticos e ativos.
Não há maneira de controlar o que nossos filhos leem ou veem, mas podemos incluí-los no debate,
compartilhar e discutir notícias com eles, ensinando-os a buscar fontes confiáveis e a exercitar
o senso crítico.
Se perdermos essa geração para as fake news, que líderes teremos e o que eles farão pelo Brasil
daqui a 20 anos?
(Stéphanie Habrich, diretora executiva do jornal “Joca”, voltado para jovens e crianças. Folha de S.Paulo, 19.02.2018.
Adaptado)

No texto, os trechos “potencializando preconceitos e ódios”, no primeiro parágrafo, e “o protagonis-


mo dos leitores mirins”, no oitavo parágrafo, significam, respectivamente:
a) reforçando preconceitos e ódios; a competição entre os leitores mirins.
b) mitigando preconceitos e ódios; a convivência entre os leitores mirins.
c) ampliando preconceitos e ódios; a notoriedade dos leitores mirins.
d) intensificando preconceitos e ódios; as iniciativas dos leitores mirins.
e) renovando preconceitos e ódios; as habilidades dos leitores mirins.

QUESTÃO 8: VUNESP - PAEPE (UNICAMP)/UNICAMP/PROFISSIONAL DA TECNO-


LOGIA, INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO/2019
Assunto: Significação de vocábulo e expressões

Eles venceram

Em A vingança dos nerds, comédia de 1984, um grupo de jovens feiosos e um tanto estranhos,
vítimas da agressividade e do bullying de colegas fortões e quase idiotas, decide ir para a revan-
che com um festival de estripulias bem-sucedidas. Ao som de We Are the Champions, clássico
do Queen, eles celebraram a vitória. O filme foi premonitório. Os nerds não deixaram pedra sobre
pedra. Fizeram suas apostas e quebraram a banca. Na lista das pessoas mais ricas do mundo,
encontram-se três deles nas cinco primeiras posições, todos pais e filhos da revolução digital:
Jeff Bezos, da Amazon, na primeiríssima colocação; Bill Gates, da Microsoft, no segundo lugar; e
Mark Zuckerberg, do Facebook, no quinto posto. Para efeito de comparação, em 1982, tempo em
que os nerds ainda eram ridicularizados, a figura mais rica do mundo era o dono de um estaleiro
naval (Daniel K. Ludwig) que fizera fortuna vendendo embarcações para a indústria de petróleo.
Um olhar para os dois momentos, o de três décadas atrás e o de agora, comprova como a econo-
mia mudou, e hoje isso soa óbvio. Menos óbvia é a constatação de que a cultura nerd venceu, e
por ter vencido virou padrão. “Seja legal com os nerds, provavelmente você vai acabar trabalhando
para um deles” vaticinou Gates, não muito depois de 1977, quando ele foi detido por dirigir sem
documentos. A Microsoft acabara de nascer e, por trás daqueles óculos genuinamente nerds, na
foto da detenção, brotavam um novo mundo e novas concepções do que é ser bacana. A aparente
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fragilidade de Gates era só aparência mesmo – e o leve sorriso irônico anunciava um salto des-
tinado a dar um contr+alt+del nada metafórico em quem ainda achava possível andar ao modo da
velha indústria.
A atual hegemonia nerd é a prova, também, de que todo estereótipo é tolo. Costuma-se classificar
como nerds as pessoas muito inteligentes, em geral tímidas que cismam com um tema e dele
não saem. Somos todos nerds – ou queremos ser, porque a força está com eles, ao menos a força
econômica, e o que andava à margem, em quartos fechados e garagens, hoje virou padrão.
(Fábio Altman. Veja, 26.09.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa que expressa, correta e respectivamente, o sentido das expressões “hege-
monia” e “estereótipo” (último parágrafo).
a) Predominância e ideia inconsequente.
b) Ascendência e ideia fixa.
c) Identidade e classificação equivocada.
d) Determinação e pensamento padronizado.
e) Supremacia e classificação preconcebida.

QUESTÃO 9: VUNESP - IFR (PREF GRU)/PREF GRU/2019


Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Leia o texto e responda a questão.

Roma

O filme Roma está constantemente entre dois caminhos. É pessoal e grandioso, popular e intelec-
tual, tecnológico – rodado em 65 mm digital – e clássico – feito em preto e branco com a mesma
ousadia dos movimentos cinematográficos das décadas de 1950 e 1960. O título, uma referência a
Colonia Roma, bairro da Cidade do México, também remete a Roma, Cidade Aberta, filme-símbolo
do neorrealismo italiano assinado por Roberto Rossellini.
Ao revisitar a própria memória, o cineasta Alfonso Cuarón escolhe olhar para Cleo, a empregada,
de origem indígena, de uma família branca de classe média. Resgata, assim, não apenas os seus
anos de formação, mas todas as particularidades do passado do país. O México no início dos anos
1970 fervilhava entre revoluções sociais e a influência da cultura estrangeira. Cleo, porém, se man-
tinha ingênua, centrada nas suas obrigações: lavar o pátio, buscar as crianças na escola, lavar a
roupa, colocar os pequenos para dormir.
Até que tudo se transforma. A família perfeita desmorona, com o pai que sai de casa, a mãe que
não se conforma com o fim do casamento e os filhos jogados de um lado para o outro na confusão
dos adultos. Enquanto isso, Cleo se apaixona, engravida, é enganada e deixada à própria sorte.
Duas mulheres de diferentes origens compartilham a dor do abandono. Juntas, reencontram a re-
siliência que segura o mundo frente às paixões autocentradas.
O cineasta, que além da direção e do roteiro assina a fotografia e a montagem (ao lado de Adam
Gough), retrata sua história, entrelaçada com a de seu país, como se na vida adulta reencontrasse
o olhar da infância, cujo fascínio por cada descoberta aumenta o tamanho e a importância de tudo.
O que Cuarón faz em Roma é raro. São camadas e camadas sobrepostas para reproduzir a com-
plexidade do seu imaginário afetivo e das relações sociais de um país. Entre muitas inspirações,
referências e técnicas, sua assinatura está na sinceridade com que olha para si mesmo e para os

354
seus personagens, encontrando beleza e verdade no que muitos menosprezam. Esse é um filme
simples e complicado, como a própria vida.
(Natália Bridi. Omelete. 11.01.2019. www.omelete.com.br. Adaptado)

O vocábulo resiliência, destacado no terceiro parágrafo, abarca o sentido de


a) amor incondicional que as mães têm por seus filhos.
b) cumplicidade partilhada por pessoas de uma mesma origem.
c) ressentimento que permanece após uma desilusão amorosa.
d) falta de amor-próprio que inibe o desenvolvimento das mulheres.
e) capacidade de se recompor após uma situação difícil.

QUESTÃO 10: VUNESP - IFR (PREF GRU)/PREF GRU/2019


Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Leia o texto e responda a questão.

Roma

O filme Roma está constantemente entre dois caminhos. É pessoal e grandioso, popular e intelec-
tual, tecnológico – rodado em 65 mm digital – e clássico – feito em preto e branco com a mesma
ousadia dos movimentos cinematográficos das décadas de 1950 e 1960. O título, uma referência a
Colonia Roma, bairro da Cidade do México, também remete a Roma, Cidade Aberta, filme-símbolo
do neorrealismo italiano assinado por Roberto Rossellini.
Ao revisitar a própria memória, o cineasta Alfonso Cuarón escolhe olhar para Cleo, a empregada,
de origem indígena, de uma família branca de classe média. Resgata, assim, não apenas os seus
anos de formação, mas todas as particularidades do passado do país. O México no início dos anos
1970 fervilhava entre revoluções sociais e a influência da cultura estrangeira. Cleo, porém, se man-
tinha ingênua, centrada nas suas obrigações: lavar o pátio, buscar as crianças na escola, lavar a
roupa, colocar os pequenos para dormir.
Até que tudo se transforma. A família perfeita desmorona, com o pai que sai de casa, a mãe que
não se conforma com o fim do casamento e os filhos jogados de um lado para o outro na confusão
dos adultos. Enquanto isso, Cleo se apaixona, engravida, é enganada e deixada à própria sorte.
Duas mulheres de diferentes origens compartilham a dor do abandono. Juntas, reencontram a re-
siliência que segura o mundo frente às paixões autocentradas.
O cineasta, que além da direção e do roteiro assina a fotografia e a montagem (ao lado de Adam
Gough), retrata sua história, entrelaçada com a de seu país, como se na vida adulta reencontrasse
o olhar da infância, cujo fascínio por cada descoberta aumenta o tamanho e a importância de tudo.
O que Cuarón faz em Roma é raro. São camadas e camadas sobrepostas para reproduzir a com-
plexidade do seu imaginário afetivo e das relações sociais de um país. Entre muitas inspirações,
referências e técnicas, sua assinatura está na sinceridade com que olha para si mesmo e para os
seus personagens, encontrando beleza e verdade no que muitos menosprezam. Esse é um filme
simples e complicado, como a própria vida.
(Natália Bridi. Omelete. 11.01.2019. www.omelete.com.br. Adaptado)

Considere os sentidos que os vocábulos destacados nos trechos a seguir imprimem às relações
que estabelecem:

355
• ... Roma, Cidade Aberta, filme-símbolo do neorrealismo italiano assinado por Roberto Rosselli-
ni. (1º parágrafo)
• Até que tudo se transforma. (3º parágrafo)

Nos contextos apresentados, os vocábulos por e Até expressam, respectivamente,


a) proximidade e assunto.
b) tempo e inclusão.
c) instrumento e intensificação da ação.
d) agente e limite posterior de tempo.
e) modo e restrição espacial.

QUETÃO 11: VUNESP - SEC ESC (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019


Assunto: Significação de vocábulo e expressões

Nada de importante

Quem não tem seus apegos, certo? Eles até podem não ser lá muito saudáveis, mas são inevitá-
veis. Assim, sugiro fazermos as melhores escolhas possíveis ao nos apegarmos a quem ou ao que
seja.
Sou apegada a certos livros, certas mágoas, certos prazeres, certas bebidas: café, sempre. A cer-
tas pessoas, certos sonhos. Adoro como estes vão se encaixando na realidade, trazendo outras
nuances, algumas que nem eu imaginei para eles. Há certa ironia em como os sonhos nos mos-
tram que sua realização vive na realidade. No caso das pessoas, há sempre o risco de a saudade
tomar conta. Para ser apegada às pessoas, sem que isso faça mais mal do que bem, repito a mim
mesma que aquela pessoa não me pertence, que ela não nasceu para atender aos meus desejos
ou necessidades. Então, compreendendo que posso esperar do outro somente o que ele quer e
pode me oferecer, acabo aproveitando o melhor desse apego.
(Carla Dias. 07.11.2018. www.cronicadodia.com.br. Adaptado)

Um dos sentidos de apego explorado no segundo parágrafo é


a) fantasia.
b) desdém.
c) ausência.
d) vaidade.
e) afeição.

QUESTÃO 12: VUNESP - AUX ADM (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/2019


Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Leia o cartum para responder à questão.

356
(Lute. Hoje em Dia. 28.11.2018. www.hojeemdia.com.br)

Considerando que a frase “Sonda espacial começa a explorar Marte” tem caráter informativo,
contextualizando a temática do cartum, o vocábulo explorar deve ser entendido com o sentido de
a) ocultar informações sigilosas de um público de curiosos.
b) pesquisar de maneira teórica um objeto imaginado.
c) percorrer uma região para estudá-la e conhecê-la.
d) aproveitar-se de alguém com o fim de obter lucro.
e) induzir um povo a erro visando favorecer um pequeno grupo.

QUESTÃO 13: VUNESP - AUX ADM (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/2019


Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Tudo o que não puder contar, não faça: integridade é não agir errado mesmo sozinho
Immanuel Kant, famoso filósofo alemão do século 18, dizia: “Tudo o que não puder contar como faz,
não faça!”. Ao jogarmos um simples papelzinho pela janela não temos consciência alguma de que
não se trata apenas de um simples papelzinho. O que está por trás disso é absolutamente sério. O
que estamos fazendo conosco, com o meio em que vivemos e com o mundo? Há que se dizer
que culpar terceiros sempre nos traz alívio.
Mas não é um simples papelzinho... Se jogarmos três ao dia, serão quatorze por semana, e se
milhões de pessoas de todo o mundo jogarem três míseros papéis por dia? Um dos maiores res-
ponsáveis por alagamentos nas cidades é o lixo, acarreta entupimento de bueiros e canalizações,
levando a dispersar doenças e incômodo à população em geral.
O âmago desta questão é a consciência. Nos dias de hoje coletamos informações prontas e não
levamos questões reflexivas ao cotidiano agitado e quase atropelado pelo que não nos afeta tanto
por enquanto.
O que seremos no futuro? Seremos seres abastecidos virtualmente, mas submergidos no lixo? A
grande preocupação é que a realidade virtual se sobreponha à realidade real!
A vida no planeta como a conhecemos acabará de forma dramática, e somente através desse
processo de conscientização poderemos garantir a sustentabilidade ambiental. Sustentabilidade:
“Pensar globalmente, agir localmente”. Não é um simples papelzinho. É questão de educação, ca-
ráter, reflexão!
(Mario Sergio Cortella. http://mariosergiocortella.com. Adaptado)

Estão empregadas como sinônimas, no segundo parágrafo, as palavras


a) simples ... míseros
b) alagamentos ... entupimento
c) doenças ... incômodo

357
d) mundo ... cidade
e) lixo ... bueiro

QUESTÃO 14: VUNESP - AUX ADM (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/2019


Assunto: Significação de vocábulo e expressões

Tudo o que não puder contar, não faça:


integridade é não agir errado mesmo sozinho
Immanuel Kant, famoso filósofo alemão do século 18, dizia: “Tudo o que não puder contar como faz,
não faça!”. Ao jogarmos um simples papelzinho pela janela não temos consciência alguma de que
não se trata apenas de um simples papelzinho. O que está por trás disso é absolutamente sério. O
que estamos fazendo conosco, com o meio em que vivemos e com o mundo? Há que se dizer que
culpar terceiros sempre nos traz alívio(A).
Mas não é um simples papelzinho... Se jogarmos três ao dia, serão quatorze por semana, e se mi-
lhões de pessoas de todo o mundo jogarem três míseros papéis por dia? Um dos maiores respon-
sáveis por alagamentos nas cidades é o lixo(B), acarreta entupimento de bueiros e canalizações,
levando a dispersar doenças e incômodo à população em geral.
O âmago desta questão é a consciência. Nos dias de hoje coletamos informações prontas(C) e não
levamos questões reflexivas ao cotidiano agitado e quase atropelado pelo que não nos afeta(D)
tanto por enquanto(E).
O que seremos no futuro? Seremos seres abastecidos virtualmente, mas submergidos no lixo? A
grande preocupação é que a realidade virtual se sobreponha à realidade real!
A vida no planeta como a conhecemos acabará de forma dramática, e somente através desse
processo de conscientização poderemos garantir a sustentabilidade ambiental. Sustentabilidade:
“Pensar globalmente, agir localmente”. Não é um simples papelzinho. É questão de educação, ca-
ráter, reflexão!
(Mario Sergio Cortella. http://mariosergiocortella.com. Adaptado)

Uma expressão que atribui à frase um tom de generalização está destacada em:
a) Há que se dizer que culpar terceiros sempre nos traz alívio.
b) Um dos maiores responsáveis por alagamentos nas cidades é o lixo...
c) Nos dias de hoje coletamos informações prontas...
d) ... cotidiano agitado e quase atropelado pelo que não nos afeta...
e) ... quase atropelado pelo que não nos afeta tanto por enquanto.

QUESTÃO 15: VUNESP - GCM (PREF OLÍMPIA)/PREF OLÍMPIA/2019


Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Na passagem – Naquela manhã de sábado ele tomava seu gim-tônica no terraço, e a mulher um
banho de sol, estirada de maiô à beira da piscina… –, o verbo tomar está implícito no trecho des-
tacado: “a mulher [tomava] um banho de sol”. Observando-se os dois contextos, é correto afirmar
que esse verbo,

a) no primeiro trecho, tem sentido de assumir.


b) no trecho destacado, tem sentido de cobrir-se com.
c) no primeiro trecho, tem sentido de inalar.

358
d) em ambos os trechos, tem sentido de ingerir.
e) no trecho destacado, tem sentido de expor-se.

QUESTÃO 16: VUNESP - CDEM (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/2019


Assunto: Significação de vocábulo e expressões

Leia o texto para responder à questão.

No front da alfabetização, a rede municipal de educação da cidade de São Paulo obteve conquista
apreciável: 92% dos alunos sabiam ler e escrever ao término do segundo ano, ante não mais de
77% em 2017. Com isso, a prefeitura estipulou a meta de 85% de alfabetização no primeiro ano,
quando as crianças em geral têm seis anos.
Uma ousadia, quando se tem em vista que, até recentemente, a diretriz nacional se limitava a
preconizar leitura e escrita até o final do terceiro ano. Só em 2018, com a Base Nacional Comum
Curricular, esse objetivo foi antecipado para o segundo ano, algo que a rede paulistana já havia
adotado com um ano de antecedência.
Fica assim comprovado, na experiência de São Paulo, que metas ambiciosas nada têm de incom-
patível com progresso de aprendizado – ao contrário. Em particular no campo da alfabetização,
base de tudo que virá a seguir, um nível alto de exigência dará motivação extra para educadores e
estudantes se aplicarem mais.
Conforme se avança no ensino fundamental, contudo, os descaminhos e a leniência do passado se
fazem manifestar nos parcos resultados obtidos por estudantes em provas padronizadas.
A deficiência manifesta-se em todas as grandes áreas de conhecimento. Quando concluem o quin-
to ano, final da fase 1 do fundamental, só 39% das meninas e dos meninos alcançam desempenho
satisfatório em língua portuguesa. Pior, são apenas 27% em matemática e 20% em ciências.
A perda agrava-se na fase seguinte. Quando saem do fundamental 2, no nono ano, apenas 25%
dos estudantes estão no nível adequado de língua. E há inaceitáveis 10% e 9% nessa faixa de
desempenho, respectivamente, nas áreas de matemática e ciências naturais, o que torna fácil de
entender o desastre que hoje se observa no ensino médio.
Não deixa de ser animador constatar que ao menos nos fundamentos do aprendizado – a alfabe-
tização – houve avanço em São Paulo. Mas a cidade mais populosa e rica do país ainda precisa
fazer mais e melhor por suas crianças e jovens.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 02.01.2019. Adaptado)

Considere as passagens do texto:


• … a diretriz nacional se limitava a preconizar leitura e escrita até o final do terceiro ano.

• Conforme se avança no ensino fundamental, contudo, os descaminhos e a leniência do passa-


do se fazem manifestar nos parcos resultados obtidos por estudantes em provas padronizadas.

Os termos em destaque significam, correta e respectivamente:


a) recomendar; brandura na cobrança de obrigações; escassos.
b) impor; desorganização na cobrança de obrigações; contundentes.
c) aconselhar; falta de cobrança de obrigações; abundantes.
d) sugerir; severidade na cobrança de obrigações; impactantes.

359
e) prever; receio de cobrança de obrigações; limitados.

QUESTÃO 17: VUNESP - PROF EF (PREF ARUJÁ)/PREF ARUJÁ/2019


Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Leia a resenha do livro Solar da Fossa, escrito por Toninho Vaz, para responder à questão.

Misto de pensão e apart-hotel da zona sul carioca(A), o lendário Solar da Fossa serviu, entre 1964
e 1971(B), de moradia e ponto de encontro para jovens artistas e intelectuais oriundos de diversos
cantos do país(C).
Estes o procuravam não só pelo aluguel acessível, mas também pela considerável liberdade que
desfrutavam ali, em pleno regime militar. Paulinho da Viola, Gal Costa, Tim Maia, Ítala Nandi e
Paulo Leminski estão entre as dezenas de personagens do livro, cuja narrativa transita pelos 85
apartamentos(D), revelando detalhes do cotidiano dos moradores, inconfidências e causos diverti-
dos(E), além de traçar um painel cultural da época.
(Carlos Calado. Guia Folha. Adaptado)

Tendo em vista o contexto, os dois termos entre parênteses que apresentam o mesmo sentido do
termo destacado no trecho do texto estão na alternativa:
a) Misto de pensão e apart-hotel da zona sul carioca... (união, arremedo)
b) ... o lendário Solar da Fossa serviu, entre 1964 e 1971... (notório, afamado)
c) ... jovens artistas e intelectuais oriundos de diversos cantos do país. (procedentes, irreveren-
tes)
d) ... cuja narrativa transita pelos 85 apartamentos... (passa, se dissipa)
e) ... detalhes do cotidiano dos moradores, inconfidências e causos divertidos... (agressões, in-
fidelidades).

QUESTÃO 18: VUNESP - ALUN OF (PM SP)/PM SP/2019


Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Considere o cartum para responder às questão.

(Pancho. www.gazetadopovo.com.br, 09.09.2015)

Com relação à afirmação que a antecede, a frase “Mas sem excessos...” exprime uma
a) conjectura.
b) exemplificação.
c) justificativa.
d) restrição.
e) comparação.

QUESTÃO 19: VUNESP - AUXP MPE SP/MPE SP/ELETRICISTA/2019


Assunto: Significação de vocábulo e expressões
360
Leia um trecho do romance Um certo Capitão Rodrigo, de Érico Veríssimo, para responder à ques-
tão.
Toda gente tinha achado estranha a maneira como o Capitão Rodrigo Cambará entrara na vida de
Santa Fé(A). Um dia chegou a cavalo, vindo ninguém sabia de onde(B), com o chapéu de barbi-
cacho1 puxado para a nuca, a bela cabeça de macho altivamente erguida, e aquele seu olhar de
gavião que irritava e ao mesmo tempo fascinava as pessoas. Devia andar lá pelo meio da casa
dos trinta, montava um alazão2, vestia calças de riscado, botas com chinelas de prata(C) e o busto
musculoso apertado num dólmã3 militar azul, com gola vermelha e botões de metal. Tinha um vio-
lão a tiracolo; sua espada, apresilhada aos arreios, rebrilhava ao sol daquela tarde de outubro de
1828 e o lenço encarnado que trazia ao pescoço esvoaçava no ar como uma bandeira(D). Apeou
na frente da venda do Nicolau, amarrou o alazão no tronco dum cinamomo4, entrou arrastando
as esporas, batendo na coxa direita com o reben-que5, e foi logo gritando, assim com ar de velho
conhecido(E):
– Buenas e me espalho! Nos pequenos dou de prancha e nos grandes dou de talho!
(Um certo Capitão Rodrigo. Editora Abril Cultural, 1981)

1 barbicacho: cordão
2 alazão: cavalo de pelo castanho
3 dólmã: casaco curto
4 cinamomo: tipo de árvore 5 rebenque: pequeno chicote

Assinale a alternativa cujos trechos do texto apresentam, correta e respectivamente, as ideias de


comparação e de simultaneidade.
a) ... estranha a maneira como o Capitão Rodrigo Cambará entrara na vida de Santa Fé. / Devia
andar lá pelo meio da casa dos trinta, montava um alazão...
b) Um dia chegou a cavalo, vindo ninguém sabia de onde... / ... e o busto musculos o apertado num
dólmã militar azul...
c) ... vestia calças de riscado, botas com chinelas de prata.../...entrou arrastando as esporas...
d) ... o lenço encarnado que trazia ao pescoço esvoaçava no ar como uma bandeira./...e aquele
seu olhar de gavião que irritava e ao mesmo tempo fascinava as pessoas.
e) ... e foi logo gritando, assim com ar de velho conhecido.../...a bela cabeça de macho altivamente
erguida...

QUESTÃO 20: VUNESP - PEB I (PREF GARÇA)/PREF GARÇA/2018


Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Leia o trecho da entrevista da professora Magda Soares à Pesquisa Fapesp para responder à
questão.

O sociólogo Pierre Bourdieu foi meu grande guru. Ele mostrou como a linguagem é usada como
instrumento de poder na sociedade. Portanto, é importante dar às pessoas esse instrumento. As
camadas populares têm que lutar muito contra a discriminação e a injustiça, e a linguagem é um
instrumento fundamental. Alfabetização e letramento têm esse objetivo: dar às pessoas o domínio
da língua como instrumento de inserção na sociedade e de luta por direitos fundamentais. Em rela-
ção à língua escrita, a criança tem que aprender duas coisas. Uma é o sistema de representação,

361
que é o sistema alfabético. Esse é um processo que trabalha determinadas operações cognitivas
e tem que levar em conta as características do sistema alfabético, é saber decodificar o que está
escrito, ou codificar o que deseja escrever. Mas isso deve ser feito em contexto de letramento, com
textos reais, não com o clássico exemplo “Eva viu a uva”. Que Eva? Que uva? Tradicionalmente a
alfabetização se resumia a codificar e decodificar, porque o foco era a criança aprender apenas o
código. Mas a questão é que a criança precisa aprender o código sabendo para o que ele serve.
A escrita é uma tecnologia como outras. É importante aprender a escrever, conhecer a relação
fonema-letra, saber que se escreve de cima para baixo, da esquerda para a direita, aprender as
convenções da escrita. Mas essa tecnologia, como toda tecnologia, só tem sentido para ser usada:
para saber interpretar textos, fazer inferências, ler diferentes gêneros, o que significa outra coisa
e exige outras habilidades e competências. Aprender o sistema de escrita é alfabetização. Aprender
os usos sociais do sistema de escrita é letramento.
(http://revistapesquisa.fapesp.br. Adaptado)

Leia as passagens do texto:


• O sociólogo Pierre Bourdieu foi meu grande guru.
• Tradicionalmente a alfabetização se resumia a codificar e decodificar ...
• É importante aprender a escrever, [ ... ] aprender as convenções da escrita.
• ... só tem sentido para ser usada: para saber interpretar textos, fazer inferências ...

As expressões em destaque reportam, correta e respectivamente, aos sentidos de:

a) mentor; se restringia; os acordos; concluir.


b) ídolo; se baseava; as regras; imaginar.
c) mestre; se limitava; as possibilidades; sintetizar.
d) símbolo; se concentrava; os usos; deduzir.
e) fã; se reportava; as normas; argumentar.

QUESTÃO 21: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/II/ARTES/2018


Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Leia o texto para responder à questão.

Na Finlândia, alunos agora ensinam tecnologia para professores e idosos

No pouco ortodoxo modelo de ensino que levou a Finlândia ao topo dos rankings globais de edu-
cação, uma inovadora inversão de papéis começa a tomar corpo: alunos estão dando aulas aos
professores, para ensinar os mestres a otimizar o uso de tecnologias de informação e comunicação
nas escolas.
O projeto OppilasAgentti (“Agentes Escolares”, em tradução livre) está sendo conduzido em cerca
de cem escolas finlandesas, e a ideia é levar a nova experiência a um número cada vez maior do
universo de 3.450 instituições de ensino do país.
Trata-se de um modelo para desenvolver as competências tecnológicas não apenas dos profes-
sores, mas de toda a comunidade escolar — e também do seu entorno: os alunos da escola Hä-
meenkylä, por exemplo, também estão dando aulas aos idosos de um asilo local sobre como usar
redes sociais, iPads e outros dispositivos eletrônicos.
“Acreditamos que é importante ensinar nossas crianças a descobrir seus potenciais e a desenvol-
362
ver seus valores, e mostrar a elas o impacto positivo que cada indivíduo pode exercer na socieda-
de”, observa Pasi Majasaari, diretor da escola Hämeenkylä, na cidade de Vantaa, próxima à capital
Helsinki.
Os alunos do projeto têm entre 10 e 16 anos de idade. Pelo sistema, os estudantes interessados
em participar se apresentam como voluntários e relatam suas competências e habilidades em
determinadas áreas. As escolas também oferecem treinamento aos alunos, em aulas ministradas
por especialistas de diferentes empresas finlandesas que revendem soluções tecnológicas para o
sistema de ensino do país.
A partir daí, os estudantes produzem um mapeamento das necessidades digitais da escola, sob a
orientação de um professor. Eles fazem então um planejamento das atividades necessárias e pas-
sam a atuar em três frentes. Na sala dos professores, os alunos dão aulas ocasionais sobre como
usar diferentes dispositivos e aplicativos. Professores também podem contatar os estudantes para
pedir assistência individual, a fim de solucionar pequenos problemas. E os alunos-mestres também
atuam como professores assistentes nas salas de aula, para prestar ajuda tanto aos professores
quanto a outros colegas de classe quando determinada lição envolve o uso de tecnologia.
Inverter o papel tradicional dos alunos nas escolas é mais um pensamento fora da caixa do cele-
brado sistema finlandês, que conquistou resultados invejáveis nos
rankings mundiais de educação com um receituário que inclui menos horas de aulas, poucas lições
de casa, férias mais longas e uma baixa frequência de provas.
(Claudia Wallin. www.bbc.com. Adaptado)

Duas expressões que veiculam a mesma ideia, no texto, são:


A) inversão de papéis (1º parágrafo); ensinar nossas crianças 4º parágrafo).
B) pouco ortodoxo modelo (1º parágrafo); pensamento fora da caixa (7º parágrafo).
C) valores (4º parágrafo); necessidades digitais (6º parágrafo).
D) voluntários (5º parágrafo); especialistas (5º parágrafo).
E) competências e habilidades (5º parágrafo); assistência individual (6º parágrafo).

QUESTÃO 22: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/II/ARTES/2018


Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Leia o texto para responder à questão.

Na Finlândia, alunos agora ensinam tecnologia para professores e idosos


No pouco ortodoxo modelo de ensino que levou a Finlândia ao topo dos rankings globais de edu-
cação, uma inovadora inversão de papéis começa a tomar corpo: alunos estão dando aulas aos
professores, para ensinar os mestres a otimizar o uso de tecnologias de informação e comunicação
nas escolas.
O projeto OppilasAgentti (“Agentes Escolares”, em tradução livre) está sendo conduzido em cerca
de cem escolas finlandesas, e a ideia é levar a nova experiência a um número cada vez maior do
universo de 3.450 instituições de ensino do país.
Trata-se de um modelo para desenvolver as competências tecnológicas não apenas dos profes-
sores, mas de toda a comunidade escolar — e também do seu entorno: os alunos da escola Hä-
meenkylä, por exemplo, também estão dando aulas aos idosos de um asilo local sobre como usar
redes sociais, iPads e outros dispositivos eletrônicos.
“Acreditamos que é importante ensinar nossas crianças a descobrir seus potenciais e a desenvol-
ver seus valores, e mostrar a elas o impacto positivo que cada indivíduo pode exercer na socieda-
363
de”, observa Pasi Majasaari, diretor da escola Hämeenkylä, na cidade de Vantaa, próxima à capital
Helsinki.
Os alunos do projeto têm entre 10 e 16 anos de idade. Pelo sistema, os estudantes interessados
em participar se apresentam como voluntários e relatam suas competências e habilidades em
determinadas áreas. As escolas também oferecem treinamento aos alunos, em aulas ministradas
por especialistas de diferentes empresas finlandesas que revendem soluções tecnológicas para o
sistema de ensino do país.
A partir daí, os estudantes produzem um mapeamento das necessidades digitais da escola, sob a
orientação de um professor. Eles fazem então um planejamento das atividades necessárias e pas-
sam a atuar em três frentes. Na sala dos professores, os alunos dão aulas ocasionais sobre como
usar diferentes dispositivos e aplicativos. Professores também podem contatar os estudantes para
pedir assistência individual, a fim de solucionar pequenos problemas. E os alunos-mestres também
atuam como professores assistentes nas salas de aula, para prestar ajuda tanto aos professores
quanto a outros colegas de classe quando determinada lição envolve o uso de tecnologia.
Inverter o papel tradicional dos alunos nas escolas é mais um pensamento fora da caixa do cele-
brado sistema finlandês, que conquistou resultados invejáveis nos
rankings mundiais de educação com um receituário que inclui menos horas de aulas, poucas lições
de casa, férias mais longas e uma baixa frequência de provas.
(Claudia Wallin. www.bbc.com. Adaptado)

Considere as seguintes passagens:


• ... os estudantes [...] relatam suas competências e habilidades em determinadas áreas. (5º
parágrafo)
• E os alunos-mestres também atuam [...] para prestar ajuda [...] quando determinada lição en-
volve o uso de tecnologia. (6º parágrafo)

Em ambas as passagens, o vocábulo destacado atribui às palavras a que se vincula o sentido de


a) convicção.
b) intensidade.
c) indefinição.
d) quantidade.
e) obstáculo.

QUESTÃO 23: VUNESP - ESC POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Debaixo da ponte

Moravam debaixo da ponte. Oficialmente, não é lugar onde se more, porém eles moravam. Nin-
guém lhes cobrava aluguel, imposto predial, taxa de condomínio: a ponte é de todos, na parte
de cima; de ninguém, na parte de baixo. Não pagavam conta de luz e gás porque luz e gás não
consumiam. Não reclamavam da falta d’água, raramente observada por baixo de pontes. Problema
de lixo não tinham; podia ser atirado em qualquer parte, embora não conviesse atirá-lo em parte
alguma, se dele vinham muitas vezes o vestuário, o alimento, objetos de casa. Viviam debaixo da
ponte, podiam dar esse endereço a amigos, receber amigos, fazer os amigos desfrutarem como-
didades internas da ponte.

364
À tarde surgiu precisamente um amigo que morava nem ele mesmo sabia onde, mas certamente
morava: nem só a ponte é lugar de moradia para quem não dispõe de outro rancho. Há bancos
confortáveis nos jardins, muito disputados; a calçada, um pouco menos propícia; a cavidade na
pedra, o mato. Até o ar é uma casa, se soubermos habitá-lo, principalmente o ar da rua. O que
morava não se sabe onde vinha visitar os de debaixo da ponte e trazer-lhes uma grande posta de
carne.
(Carlos Drummond de Andrade. A bolsa e a vida. Adaptado)

Na passagem – Problema de lixo não tinham; podia ser atirado em qualquer parte, embora não
conviesse atirá-lo em parte alguma... – os pronomes destacados expressam, correta e respectiva-
mente, as ideias de
a) parte inadequada; parte adequada.
b) parte indeterminada; parte nenhuma.
c) parte toda; parte certa.
d) parte incerta; parte certa.
e) parte indiscriminada; parte definida.

QUESTÃO 24: VUNESP - ESC POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Significação de vocábulo e expressões

Como a tecnologia ameaça a democracia

“Foi mal, desculpa aí.” Mais ou menos assim, Mark Zuckerberg tentou explicar ao Congresso nor-
te-americano o uso ilegal dos dados de 87 milhões de usuários do Facebook pela empresa de
marketing político Cambridge Analytica (CA). Não convenceu ninguém. Foi, até agora, o momento
mais dramático de uma batalha que se tornará mais intensa. A disputa latente entre política e tec-
nologia se tornou explícita. Da utopia digital do Vale do Silício, emergiu a realidade dos monopólios
corporativos, da manipulação política e do tribalismo antidemocrático. O resultado do choque com
as instituições é incerto. “Nos próximos anos, ou a tecnologia destruirá a democracia e a ordem
social ou a política imprimirá sua autoridade sobre o mundo digital”, escreve o jornalista britânico
Jamie Bartlett no recém-lançado The people vs. Tech (O povo contra a tecnologia).
(Hélio Gurovitz. https://epoca.globo.com. 14.04.2018. Adaptado)

São expressões sinônimas de latente e emergiu adequadas ao contexto, respectivamente,


a) ilógica e despertou.
b) gritante e veio à luz.
c) encoberta e veio à tona.
d) oculta e introduziu-se.
e) potencial e submergiu.

QUESTÃO 25: VUNESP - DIR DF (CM JALES)/CM JALES/2018


Assunto: Significação de vocábulo e expressões

Emoções são uma construção social. Essa é, numa frase, a tese central de Lisa Feldman Barrett
em “How Emotions Are Made” (“Como são feitas as emoções”). Não haveria nada de surpreen-
dente se Barrett fosse professora em algum departamento de estudos de gênero, mas ela é uma
365
neurocientista e afirma que suas conclusões estão amparadas em sólida evidência empírica.
O ponto forte do livro é justamente a parte em que Barrett mostra que há problemas nos modelos
tradicionais que fazem com que cada emoção corresponda à ativação de um circuito neural espe-
cífico. Por esse paradigma, emoções seriam universais e teriam uma assinatura biológica incon-
fundível.
O problema, diz Barrett, é que ela passou anos num laboratório em busca dessas assinaturas e não
as encontrou. Não temos dificuldade para reconhecer a emoção medo num ator fazendo uma ca-
reta estereotipada, mas isso não passa de uma convenção cultural. Nem todos que sentem medo
apresentam as mesmas expressões faciais e nem sequer os mesmos sinais fisiológicos.
A partir daí — e essa é a parte em que o livro fica aquém do que promete —, Barrett conclui que o
modelo tradicional está errado e propõe outro no qual as emoções são construídas pelo cérebro no
instante em que ele classifica as sensações positivas ou negativas que experimenta. A cultura e a
própria linguagem seriam parte indispensável desse processo.
Minha impressão é de que Barrett foi com muita sede ao pote. Seus achados fragilizam as versões
mais fortes do modelo tradicional, mas não bastam para pôr abaixo um edifício construído com a
colaboração da maior parte dos filósofos ocidentais, do próprio Charles Darwin e de um número
ainda maior de neurocientistas contemporâneos. Até pode ser que Barrett tenha razão, mas ain-
da é cedo para decretá-lo.
(Hélio Schwartsman. “Como são feitas as emoções”. Folha de S.Paulo. 04.03.2018. Adaptado)

Na opinião do autor, as conclusões de Barrett são


a) rasas e ortodoxas.
b) consistentes e definitivas.
c) objetivas e irrefutáveis.
d) caóticas e ilógicas.
e) incipientes e precipitadas.

QUESTÃO 26: VUNESP - AG TEL POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Escravos no século XXI

Esses retratos, junto com muitos outros, formam uma galeria que o país não gosta de ver. São vá-
rios Antônios, vários Franciscos, vários Josés que dão carne e osso a um grande drama brasileiro:
o trabalho em condições análogas às de escravidão. Sim, todas essas pessoas foram escravizadas
– em pleno século XXI.
Enredadas em dívidas impagáveis, manipuladas pelos patrões e submetidas a situações deplo-
ráveis no trabalho, elas chegaram a beber a mesma água que os porcos, e algumas sofreram a
humilhação máxima de ser espancadas, para não falar de constantes ameaças de morte.
Quando os livros escolares informam que a escravidão foi abolida no Brasil em 13 de maio de 1888,
há exatos 130 anos, fica faltando dizer que se encerrou a escravidão negra – e que, ainda hoje, a

366
escravidão persiste, só que agora é multiétnica.
Estima-se que atualmente 160 000 brasileiros trabalhem e vivam no país em condições semelhan-
tes às de escravidão – ou seja, estão submetidos a trabalho forçado, servidão por meio de dívi-
das, jornadas exaustivas e circunstâncias degradantes (em relação a moradia e alimentação, por
exemplo). Comparada aos milhões de africanos trazidos para o país para trabalhar como escravos,
a cifra atual poderia indicar alguma melhora, mas abrigar 160 000 pessoas escravizadas é um
escândalo humano de proporções épicas. Em 1995, o governo federal reconheceu oficialmente a
continuidade daquele crime inclassificável – e criou uma comissão destinada a fiscalizar o trabalho
escravo. O pior é que, em vez de melhorar, a situação está ficando mais grave.
(Jennifer Ann Thomas, Veja, 09 de maio de 2018. Adaptado)

A afirmação de que, atualmente, a escravidão é multiétnica equivale a dizer que ela


a) não respeita a cultura dos povos.
b) se restringe a migrantes de algumas regiões.
c) expressa variadas formas de crueldade.
d) se restringe a etnias desconhecidas.
e) atinge várias raças e culturas.

QUESTÃO 27: VUNESP - APP (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Leia o texto para responder à questão.

O aspecto mais perverso da brutal recessão de 2014-16 – e da lenta recuperação que a sucedeu
até agora – é o custo desproporcional imposto aos mais pobres.
Como primeiro impacto, o fechamento de vagas no mercado de trabalho e a queda da renda rever-
teram uma trajetória de avanços sociais que já completava uma década. Durante o longo ciclo de
retração, a taxa de desemprego subiu de 6,5% para 13,7%, ou, dito de outro modo, 5,9 milhões de
pessoas perderam seus postos de trabalho.
A retomada do crescimento econômico, iniciada no ano passado, tem se mostrado tímida e, embo-
ra a desocupação tenha caído um pouco, a qualidade das vagas geradas deixa a desejar.
Não surpreende, pois, que os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicí-
lios (Pnad) do IBGE mostrem um quadro deteriorado.
A partir deles, a consultoria LCA calculou que em 2017 a pobreza extrema se elevou em 11%. Con-
forme os números publicados pelo jornal Valor Econômico, 14,8 milhões de brasileiros são mise-
ráveis – considerando uma linha de R$ 136 mensais. O Nordeste abriga 55% desse contingente.
Embora não se possa afirmar com certeza, uma vez que o IBGE alterou a metodologia da Pnad e
ainda não divulgou as novas séries históricas, é plausível que também a exorbitante desigualdade
social brasileira tenha aumentado com a recessão.
(Miséria brasileira, editorial. Folha de S.Paulo. 14.04.2018. Adaptado)

Considere o último parágrafo do texto para responder à questão.


Embora não se possa afirmar com certeza, uma vez que o IBGE alterou a metodologia da Pnad e
ainda não divulgou as novas séries históricas, é plausível que também a exorbitante desigualdade
social brasileira tenha aumentado com a recessão.

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No trecho, os termos “plausível” e “exorbitante”, em destaque, significam, respectivamente:
a) alegável; que age indiscriminadamente.
b) reconhecível; sem solução.
c) admissível; que ultrapassa os limites.
d) considerável; difícil de ser interrompida.
e) incontestável; impossível de mensurar.

QUESTÃO 28: VUNESP - AG TEL POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Significação de vocábulo e expressões

Frei Caneca e a Virgem Maria

No dia 13 de janeiro de 1825, um condenado caminhava com passos firmes na direção da forca, no
centro do Recife. Era o frei Joaquim do Amor Divino Caneca, o lendário Frei Caneca, lutador in-
cansável pela independência do Brasil. Ele tinha participado da revolta da Confederação do Equa-
dor, sufocada pelo governo de Pernambuco. Vestia o hábito da Irmandade da Madre de Deus.
Sob o olhar curioso da multidão, foi submetido ao degradante ritual da desautoração*, perdendo os
direitos eclesiásticos, para que pudesse enfrentar o suplício da forca.
Impassível e altivo, deixou que os monges despissem suas vestes sagradas. Permaneceu firme
quando recebeu na tonsura** o golpe simbólico da excomunhão. O carrasco já se preparava para o
gesto fatal, quando recuou, com o rosto pálido, dizendo que a Virgem Maria estava junto ao conde-
nado. Veio então o ajudante do carrasco, que também se recusou a executar Frei Caneca, diante
da visão da Virgem Maria. Aí foram buscar dois escravos. E esses, mesmo duramente açoitados,
negaram-se a participar da execução. O juiz mandou trazer dois presos da cadeia pública e lhes
ofereceu a liberdade em troca da execução de Frei Caneca. E eles igualmente se negaram, alegan-
do a visão da Virgem Maria.
Mas era preciso matar Frei Caneca de qualquer jeito, como exemplo para desencorajar futuros
conspiradores. O juiz então ordenou que ele fosse fuzilado. Percebendo que os soldados tremiam
com as armas na mão, Frei Caneca procurou exortá-los:
– Vamos, meus amigos. Não me façam sofrer muito. Virgem Maria há de compreender os vossos
temores. Tenham fé, ela já os perdoou. E os tiros provocaram um arrepio na multidão silenciosa.
(Eloy Terra. 500 anos: Crônicas pitorescas da história do Brasil. Adaptado)
*Desautoração: privação da dignidade do cargo, como medida punitiva.
**Tonsura: corte redondo dos cabelos no topo da cabeça dos clérigos.

Assinale a alternativa que expressa adequadamente o sentido contextual das palavras “impassível”
e “altivo”, em destaque no início do segundo parágrafo.
a) Importunado e cheio de orgulho.
b) Intranquilo e cheio de desconfiança.
c) Calmo e cheio de esperança.
d) Imperturbável e cheio de brio.
e) Emudecido e cheio de si.

QUESTÃO 29: VUNESP - AG TEL POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Significação de vocábulo e expressões

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O exorcismo

Rosário, a feiticeira andaluza, estava há muitos anos lutando contra os demônios. O pior dos sa-
tanases tinha sido seu sogro. Aquele malvado tinha morrido estendido na cama, na noite em que
blasfemou*, e o crucifixo de bronze soltou-se da parede e quebrou-lhe o crânio.
Rosário se ofereceu para desendemoniar-nos. Jogou no lixo a nossa bela máscara mexicana de
Lúcifer e esparramou uma fumaçarada de arruda, manjerona e louro bendito. Depois pregou na
porta uma ferradura com as pontas para fora, pendurou alguns alhos e derramou, aqui e acolá,
punhadinhos de sal e montões de fé.
– Ao mau tempo, cara boa, e para a fome, viola – disse. E disse que dali para a frente era conosco,
porque a sorte não ajuda quem não a ajuda a ajudar.
(Eduardo Galeano, O livro dos abraços. Adaptado)
*Proferiu palavras ofensivas à divindade.

As palavras do texto que se associam por compartilharem um núcleo comum de sentido são:
a) feiticeira, malvado e viola.
b) andaluza, sogro e arruda.
c) blasfemou, crânio e máscara.
d) desendemoniar-nos, ferradura e fome.
e) demônios, satanases e Lúcifer.

QUESTÃO 30: VUNESP - AG POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Leia o texto para responder à questão.

Pela primeira vez, vício em games é considerado distúrbio mental pela OMS
A 11ª Classificação Internacional de Doenças (CID) irá incluir a condição sob o nome de “distúrbio
de games”. O documento descreve o problema como padrão de comportamento frequente ou per-
sistente de vício em games, tão grave que leva “a preferir os jogos a qualquer outro interesse na
vida”. A última versão da CID foi finalizada em 1992, e a nova versão do guia será publicada neste
ano. Ele traz códigos para as doenças, sinais ou sintomas e é usado por médicos e pesquisadores
para rastrear e diagnosticar uma doença.
O documento irá sugerir que comportamentos típicos dos viciados em games devem ser observa-
dos por um período de mais de 12 meses para que um diagnóstico seja feito. Mas a nova CID irá
reforçar que esse período pode ser diminuído se os sintomas forem muito graves. Os sintomas do
distúrbio incluem: não ter controle de frequência, intensidade e duração com que joga video game;
priorizar jogar video game a outras atividades.
Richard Graham, especialista em vícios em tecnologia no Hospital Nightingale em Londres, reco-
nhece os benefícios da decisão. “É muito significativo, porque cria a oportunidade de termos servi-
ços mais especializados.” Mas para ele é preciso tomar cuidado para não se cair na ideia de que
todo mundo precisa ser tratado e medicado. “Pode levar pais confusos a pensar que seus filhos têm
problemas quando eles são apenas ‘empolgados’ jogadores de video game”, afirmou.
(Jane Wakefield. BBC Brasil. www.bbc.com/portuguese. 02.01.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa que apresenta, correta e respectivamente, sinônimos para os vocábulos “per-

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sistente” (1º parágrafo) e “típicos” (2º parágrafo).
a) Contínuo e excepcionais.
b) Eventual e comuns.
c) Insistente e característicos.
d) Intermitente e específicos.
e) Consistente e eventuais.

QUESTÃO 31: VUNESP - PP (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Leia o texto para responder à questão.

Mal-estar

Causa inquietude a situação do mercado de trabalho desde o final do ano passado, conforme ob-
servada nas pesquisas mais recentes do IBGE. Os números decepcionantes acentuam as dúvi-
das em torno da força e da persistência da retomada do crescimento econômico.
A atividade no início deste ano se mostra, em geral, fraca. Em abril, os índices de confiança de con-
sumidores e empresas ou ficaram estagnados ou regrediram. Compreende-se a reticência, dados
os indicadores do mundo do emprego.
O poder de compra dos salários começou a se recuperar no ano passado, mas a melhora perde
ritmo. No primeiro trimestre, o rendimento médio do país não passou de R$ 2.169 mensais – o mes-
mo valor do mesmo período de 2017, considerada a inflação.
Descontados efeitos sazonais, a taxa de desocupação não cai desde setembro do ano passado.
A oferta de empregos permanece precária, baseada em vagas sem carteira assinada e trabalho por
conta própria, na maior parte dos casos, informal e mal remunerado.
As taxas de juros bancárias estão em níveis semelhantes ou superiores aos verificados no final de
2017. A tímida evolução dos rendimentos pode ter influência da estagnação do salário-mínimo. O
desempenho da agricultura, ainda bom, não iguala os resultados extraordinários do início do ano
passado.
A construção civil não conseguiu se recuperar e ainda desemprega.
Os investimentos no setor deixaram de cair apenas no final do ano passado. Não há dados mais
recentes, mas sabe-se que faltam novos canteiros de obras devido, em grande parte, à penúria
orçamentária em todos os níveis de governo.
Os indicadores de confiança econômica detectaram ligeiro aumento do pessimismo em relação aos
próximos meses. Ressalte-se que ainda existe crescimento, com taxa esperada entre 2,5% e 3%
neste ano. De todo modo, neste momento é inegável o mal-estar na recuperação econômica.
(Folha de S.Paulo, 30.04.2018. Adaptado)

Considere as passagens:
“Compreende-se a reticência, dados os indicadores do mundo do emprego.” (2º parágrafo);
“Descontados efeitos sazonais, a taxa de desocupação não cai desde setembro do ano passado.”
(4º parágrafo);
“... faltam novos canteiros de obras devido [...] à penúria orçamentária em todos os níveis de go-
verno.” (7º parágrafo).

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Os termos em destaque significam, correta e respectivamente:
a) hesitação; relativos a uma época do ano; miséria.
b) incredulidade; relativos a um tempo incerto; limitação.
c) desarmonia; relativos a uma estação do ano; pobreza.
d) inobservância; relativos a um mês do ano; escassez.
e) incerteza; relativos a um tempo passado; controle.

QUESTÃO 32: VUNESP - PP (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Leia a tira para responder à questão.

A fala de Calvin no último quadrinho – A vida é muito inconveniente. – significa que o menino a
considera
a) bastante adequada.
b) eventualmente inoportuna.
c) muito vantajosa.
d) demasiadamente incômoda.
e) provavelmente descomplicada.

QUESTÃO 33: VUNESP - CI (CM CAMPO LIMPO)/CM CAMPO LIMPO PTA/2018


Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Leia o texto para responder à questão.

O gosto na era do algoritmo

Às segundas-feiras pela manhã, os usuários do Spotify (serviço de transferência de dados via in-
ternet que dá acesso a músicas e outros conteúdos de artistas) recebem uma lista personalizada
de músicas que lhes permite descobrir novidades. O sistema se baseia em um algoritmo cuja evo-
lução e usos aplicados ao consumo cultural são infinitos. De fato, plataformas de transmissão de
dados cinematográficos, como a Netflix, começam a desenhar suas séries de sucesso rastreando
os dados gerados por todos os movimentos dos usuários para analisar o que os satisfaz. O algorit-
mo constrói assim um universo cultural adequado e complacente com o gosto do consumidor, que
pode avançar até chegar sempre a lugares reconhecíveis.
371
O algoritmo, sustentam seus críticos, nos torna chatos, previsíveis, e empobrece nossa curiosidade
por explorar o acervo cultural. Ramón Sangüesa, coordenador do Data Transparency Lab (Labora-
tório de Transparência de Dados), consegue ver vantagens, mas também riscos. “Esses sistemas
se baseiam no passado para predizer o futuro. A primeira dificuldade é conseguir a massa crítica
para que tenhamos mais dados e as projeções sejam melhores. Mas sempre se corre o risco de
ficar em uma mesma área de recomendação. No consumo cultural, o perigo está na uniformiza-
ção do gosto, o que chamamos de filtro bolha. E assim vão sendo criados comportamentos
padronizados”, afirma.
A questão, no entanto, é se os limites impostos na aprendizagem pelos sistemas fechados de com-
putação são equiparáveis aos erros e possíveis idiotices que cometemos durante anos formando
nosso próprio gosto. O escritor Eloy Fernández Porta não vê grande diferença. Segundo ele, antes
do Spotify e fora dele o gosto já vinha determinado por critérios de acesso, aceitação, atualidade e
distinção. “Sempre vivemos a música em um algoritmo, o que acontece é que em vez de chamá-lo
de matemática o chamamos de espontaneidade. O algoritmo do Spotify não me parece menos con-
fiável do que a fórmula caótica que cada ouvinte inventou. Nem menos humano: quando fazemos
analogias erradas ou nos empenhamos em recomendar o primeiro disco de Vincent Gallo, nossas
sinapses estão dando os mesmos maus passos”, afirma.
(Daniel Verdú. https://brasil.elpais.com/brasil/. 09.07.2016. Adaptado)

Uma palavra que substitui o vocábulo padronizados, em destaque ao final do segundo parágrafo,
sem prejuízo de sentido, é:
a) identitários.
b) rudimentares.
c) heterodoxos.
d) estereotipados.
e) estigmatizados.

QUESTÃO 34: VUNESP - CI (CM CAMPO LIMPO)/CM CAMPO LIMPO PTA/2018


Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Leia o texto para responder à questão.

Em busca do outro

Não é à toa que entendo os que buscam caminho. Como busquei arduamente o meu! E como hoje
busco com sofreguidão e aspereza o meu melhor modo de ser, o meu atalho, já que não ouso mais
falar em caminho. Eu que tinha querido. O Caminho, com letra maiúscula, hoje me agarro ferozmen-
te à procura de um modo de andar, de um passo certo. Mas o atalho com sombras refrescantes
e reflexo de luz entre as árvores, o atalho onde eu seja finalmente eu, isso não encontrei. Mas sei
de uma coisa: meu caminho não sou eu, é outro, é os outros. Quando eu puder sentir plenamente
o outro estarei salva e pensarei: eis o meu porto de chegada.
(LISPECTOR, Clarice. Aprendendo a viver. Rio de Janeiro, Rocco Digital, 2013, p. 48.)

Ao final do texto, verifica-se no emprego combinado das formas verbais puder e sentir a
a) alusão a um evento ocorrido recentemente.
b) descrição de uma ação habitual.
c) constatação de um fato presente.
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d) expressão de um desejo.
e) evocação de uma reminiscência.

QUESTÃO 35: VUNESP - CI (CM CAMPO LIMPO)/CM CAMPO LIMPO PTA/2018


Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Leia o texto para responder à questão.

Em busca do outro

Não é à toa que entendo os que buscam caminho. Como busquei arduamente o meu! E como hoje
busco com sofreguidão e aspereza o meu melhor modo de ser, o meu atalho, já que não ouso mais
falar em caminho. Eu que tinha querido. O Caminho, com letra maiúscula, hoje me agarro ferozmen-
te à procura de um modo de andar, de um passo certo. Mas o atalho com sombras refrescantes
e reflexo de luz entre as árvores, o atalho onde eu seja finalmente eu, isso não encontrei. Mas sei
de uma coisa: meu caminho não sou eu, é outro, é os outros. Quando eu puder sentir plenamente
o outro estarei salva e pensarei: eis o meu porto de chegada.
(LISPECTOR, Clarice. Aprendendo a viver. Rio de Janeiro, Rocco Digital, 2013, p. 48.)

Duas expressões do texto que remetem a ideias contrastantes são:


a) sofreguidão; aspereza.
b) atalho; Caminho.
c) andar; passo.
d) sombras; árvores.
e) porto; chegada.

SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS

QUESTÃO 1: VUNESP - ANATC MPE SP/MPE SP/ADMINISTRADOR/2019


Assunto: Sinônimos e Antônimos

Progresso, enfim

Em atraso nas grandes reformas da Previdência Social e do sistema de impostos, o Brasil tem obti-
do avanços em uma agenda que, tomada em seu conjunto, mostra-se igualmente essencial – a da
melhora do ambiente de negócios.
Trata-se de objetivos tão diferentes quanto facilitar a criação de empresas, reduzir o custo de licen-
ças ou ampliar o acesso ao crédito. Grande parte dessas providências não depende de votações
no Congresso, mas sim do combate persistente a empecilhos burocráticos e ineficiências do setor
público(2ºpar.
A boa notícia é que o país subiu 16 posições no mais conhecido ranking dessa modalidade, di-
vulgado a cada ano pelo Banco Mundial. A má é que a 109a colocação, num total de 190 nações
consideradas, permanece vergonhosa.
O progresso ocorreu, basicamente, em quatro indicadores – fornecimento de energia elétrica, pra-
zo para abertura de empresa com registro eletrônico, acesso à informação de crédito e certificação
eletrônica de origem para importações.
Pela primeira vez em 16 anos de publicação do relatório, o desempenho brasileiro se destacou na
373
América Latina. Os países mais bem posicionados da região, casos de México (54º lugar), Chile
(56º) e Colômbia (65º), apresentaram pouca ou nenhuma melhora.
Numa perspectiva mais ampla, o ambiente de negócios vai se tornando mais amigável na maior
parte do mundo(6ºpar. A edição mais recente do ranking catalogou número recorde de 314 refor-
mas realizadas em 128 economias desenvolvidas e emergentes no período 2017/2018.
Fica claro, no documento, que o maior atraso relativo do Brasil se dá no pagamento de impostos,
dados a carga elevada e o emaranhado de regras dos tributos incidentes sobre o consumo(7ºpar.
Nesse quesito em particular, o país ocupa um trágico 184º lugar no ranking.
O caminho óbvio a seguir nesse caso é uma reforma ambiciosa, que racionalize essa modalidade
de taxação. Mesmo que não seja possível abrir mão de receitas, a simplificação já traria ganhos
substanciais em eficiência ao setor produtivo.
(Editorial, Folha de S.Paulo, 06.11.2018. Adaptado)

Considere as passagens:
• ... combate persistente a empecilhos burocráticos e ineficiências do setor público. (2º parágrafo)

• Numa perspectiva mais ampla, o ambiente de negócios vai se tornando mais amigável na maior

parte do mundo. (6º parágrafo)


• ... dados a carga elevada e o emaranhado de regras dos tributos incidentes sobre o consumo.

(7º parágrafo) Conforme o contexto em que ocorrem, as expressões em destaque significam, cor-
reta e respectivamente:
a) intermitente; justo; grupo restrito; que têm efeitos.
b) fortuito; amistoso; conjunto ordenado; que se refletem.
c) continuado; favorável; mistura confusa; que recaem.
d) ocasional; sentimental; ajuntamento incoerente; que amenizam.
e) frequente; harmonioso; compilação minuciosa; que se revertem

QUESTÃO 2: VUNESP - ADM JUD (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Leia o texto e responda à questão.

Assassinos culturais

Sou um assassino cultural, e você também é. Sei que é romântico chorar quando uma livraria fecha
as portas. Mas convém não abusar do romantismo – e da hipocrisia. Fomos nós que matamos
aquela livraria e o crime não nos pesa muito na consciência.
Falo por mim. Os livros físicos que entram lá em casa são cada vez mais ofertas – de amigos ou
editoras.
Aos 20, quando viajava por territórios estranhos, entrava nas livrarias locais como um faminto na
capoeira. Comprava tanto e carregava tanto que desconfio que o meu problema de ciática é, na sua
essência, um problema livresco.
Hoje? Gosto da flânerie*. Mas depois, fotografo as capas com o meu celular antes de regressar
para o psicanalista – o famoso dr. Kindle. Culpado? Um pouco. E em minha defesa só posso
afirmar que pago pelos meus vícios.
E quem fala em livrarias, fala em todo o resto. Eu também ajudei a matar a Tower Records e a Virgin
Megastore. Havia lá dentro uma bizarria chamada CD – você se lembra?

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Hoje, com alguns aplicativos, tenho uma espécie de discoteca de Alexandria onde, a meu bel-pra-
zer, escuto meus clássicos e descubro novos. Se juntarmos ao pacote o iTunes e a Netflix, você
percebe por que eu também tenho o sangue dos cinemas e dos blockbusters nas mãos.
Eis a realidade: vivemos a desmaterialização da cultura. Mas não é apenas a cultura que se des-
materializa e tem deixado as nossas salas e estantes mais vazias. É a nossa relação com ela.
Não somos mais proprietários de “coisas”; somos apenas consumidores e, palavra importante,
assinantes.
O livro “Subscribed”, de Tien Tzuo, analisa a situação. É uma reflexão sobre a “economia de assi-
naturas” que conquista a economia global. Conta o autor que mais de metade das empresas da
famosa lista da “Fortune” já não existiam em 2017. O que tinham em comum? O objetivo meritório
de vender “coisas” – muitas coisas, para muita gente, como sempre aconteceu desde os primór-
dios do capitalismo.
Já as empresas que sobreviveram e as novas que entraram na lista souberam se adaptar à econo-
mia digital, vendendo serviços (ou, de forma mais precisa, acessos).
Claro que na mudança algo se perde. O desaparecimento das livrarias não acredito que seja total
no futuro (e ainda bem). Além disso, ler no papel não é o mesmo que ler na tela.
Mas o interesse do livro de Tzuo não está apenas nos números; está no retrato de uma nova ge-
ração para quem a experiência cultural é mais importante do que a mera posse de objetos.
Há quem veja aqui um retrocesso, mas também é possível ver um avanço – ou, para sermos bem
filosóficos, o triunfo do espírito sobre a matéria. E não será essa, no fim das contas, a vocação
mais autêntica da cultura?
(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 28.08.2018. Adaptado)
* Flânerie: ato de passear, de caminhar sem compromisso.

Considere os trechos do texto.


Mas convém não abusar do romantismo... (1º parágrafo)
... vendendo serviços (ou, de forma mais precisa, acessos). (10º parágrafo)
... não está apenas nos números; está no retrato de uma nova geração... (12º parágrafo)
... o triunfo do espírito sobre a matéria. (último parágrafo)

Sem alteração do sentido do texto, as expressões destacadas podem ser substituídas, respectiva-
mente, por:

a) do sentimentalismo; acurada; na descrição; o êxito.


b) do narcisismo; exata; na exaltação; o malogro.
c) do padecimento; chula; na síntese; a conquista.
d) da compaixão; delicada; na condenação; a vitória.
e) da emotividade; indevida; na crítica; a imposição.

QUESTÃO 3: VUNESP - CONTJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Leia o texto para responder à questão.

Mundo arriscado

375
O próximo governo não encontrará um ambiente econômico internacional sereno. Dúvidas sobre
a continuidade do crescimento do Produto Interno Bruto global, juros em alta nos EUA, riscos de
conflitos comerciais e de queda do fluxo de capitais para países emergentes são apenas alguns
dos itens de um cardápio de problemas potenciais.
Tudo indica, assim, que o governo brasileiro terá de lidar de pronto com as fragilidades domésticas,
em especial o rombo das contas públicas. Não tardará até que investidores hoje aparentemente
otimistas comecem a cobrar resultados concretos.
As projeções para o avanço do PIB mundial têm sido reduzidas nos últimos meses. O Fundo Mo-
netário Internacional cortou sua previsão para 2018 e 2019 em 0,2 ponto percentual – 3,7% em
ambos os anos – e apontou um cenário de menor sincronia entre os principais motores regionais.
Se até o início deste ano EUA, Europa e China davam sinais de vigor, agora acumulam-se decep-
ções nos dois últimos casos.
Mesmo com juros ainda perto de zero, a zona do euro não deverá crescer mais que 1,5% neste ano.
Há crescente insegurança no âmbito político, neste momento centrada na Itália e seu governo de
direita populista, que propõe expansão do déficit de um setor público já endividado em excesso.
Não é animador que a Comissão Europeia tenha tomado a decisão inédita de rejeitar a proposta
orçamentária da administração italiana. Embora o país ainda conserve o selo de bom pagador, os
juros cobrados no mercado para financiar sua dívida dispararam.
Quanto à China, sua economia mostra menos vigor, e as autoridades precisam tomar decisões
difíceis entre conter as dívidas já exageradas e estimular o crescimento.
O risco de escalada nos conflitos comerciais também é concreto, dado que o governo americano
ameaça impor uma terceira rodada de tarifas, desta vez sobre os US$ 270 bilhões em vendas
anuais chinesas que ainda não foram taxadas.
Nos EUA, a alta dos juros, num contexto de emprego elevado e inflação perto da meta, já leva parte
do mercado a temer uma desaceleração abrupta do PIB em 2019. A vantagem do Brasil, hoje,
é que há ampla ociosidade nas empresas, baixa inflação e, portanto, espaço para uma retomada
mais forte.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 01.11.2018. Adaptado)

Considere as passagens:
• O próximo governo não encontrará um ambiente econômico internacional sereno. (1º parágrafo)

• Não tardará até que investidores hoje aparentemente otimistas comecem a cobrar resultados

concretos. (2º parágrafo)


• Nos EUA, a alta dos juros, num contexto de emprego elevado e inflação perto da meta, já leva

parte do mercado a temer uma desaceleração abrupta do PIB em 2019. (9º parágrafo)

Os termos destacados significam, correta e respectivamente:


a) impassível; verdadeiros; previsível.
b) tranquilo; reais; brusca.
c) intempestivo; sensíveis; conturbada.
d) ordeiro; maciços; inopinada.
e) confiante; efetivos; paulatina.

QUESTÃO 4: VUNESP - Ana Leg (CM Serrana)/CM Serrana/2019


Assunto: Sinônimos e Antônimos

376
Por que temos filhos?

A pergunta do título comporta vários níveis de resposta. No plano biológico, a reprodução é um im-
perativo(A, fazendo parte de várias das definições de vida. Mas a biologia é só parte da história.
A paternidade também encerra dimensões culturais(B, econômicas e emocionais.
Inspirado em “Anti-Pluralism”, de William Galston, arrisco algumas reflexões sobre a matéria.
Até o começo do século 19, filhos eram um ativo econômico. Ajudavam desde cedo com o traba-
lho doméstico, colaborando para o bem-estar da família, e ainda faziam as vezes de plano de
aposentadoria para os pais.
Hoje, contudo, crianças ficaram caras. E, para piorar, elas demoram muito até começar a trazer
contribuições econômicas. Como observa Galston, no espaço de dois séculos, a criação de filhos
deixou de ser um bem privado para tornar -se um bem público.
Embora a paternidade possa trazer recompensas emocionais, do ponto de vista estritamente eco-
nômico, ela favorece a sociedade como um todo, enquanto a maior parte dos custos recai sobre
os genitores.
E por que crianças beneficiam a sociedade? A crer na análise de economistas como Julian Simon,
riqueza são pessoas. Quanto mais gente, melhor, já que são indivíduos que têm ideias (além de
consumir produtos) e são as novas ideias que vêm assegurando o brutal aumento de produtividade
a que assistimos nos últimos 200 anos.
E isso nos coloca diante de um dos grandes dilemas dos tempos modernos. Para assegurar a sus-
tentabilidade da exploração dos recursos naturais do planeta, precisaríamos estabilizar ou até
reduzir a população. Só que fazê-lo é uma espécie de suicídio econômico, já que ficaria muito
difícil manter taxas positivas de crescimento, sem as quais instituições como previdência e até
democracia representativa podem entrar em colapso.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 18.11.2018. Adaptado)

Considere as frases:
• No plano biológico, a reprodução é um imperativo...

• A paternidade também encerra dimensões culturais...

• ... do ponto de vista estritamente econômico...

As expressões destacadas nas frases têm como sinônimos adequados ao contexto


a) uma imposição; contém; precisamente.
b) um propósito; estende; plenamente.
c) um estímulo; propicia; manifestamente.
d) uma obsessão; sobrepõe; devidamente.
e) uma afirmação; atenua; incontestavelmente.

QUESTÃO 5: VUNESP - ADM (UFABC)/UFABC/2019


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Leia o texto, para responder a questão abaixo.

Redes pessoais e vulnerabilidade social

377
Redes sociais têm sido cada vez mais consideradas como elementos importantes na construção de
uma grande variedade de processos, desde a mobilização política em movimentos sociais ou par-
tidos políticos, até as ações e a estrutura de relações formais e informais entre as elites políticas e
econômicas ou na estruturação de áreas de políticas públicas, entre muitos outros temas. Número
significativo de estudos tem examinado as redes pessoais, aquelas que cercam os indivíduos em
particular. Essas análises visam a estudar os efeitos da sociabilidade de diversos grupos sociais,
para compreender como os laços sociais são construídos e transformados e suas consequências
para fenômenos como integração social, imigração e apoio social.
No caso específico da pobreza, a literatura tem estabelecido de forma cada vez mais eloquente
como tais redes medeiam o acesso a recursos materiais e imateriais e, ao fazê-lo, contribuem de
forma destacada para a reprodução das condições de privação e das desigualdades sociais. A
integração das redes ao estudo da pobreza pode permitir a construção de análises que escapem
dos polos analíticos da responsabilização individual dos pobres por sua pobreza (e seus atributos),
assim como de análises sistêmicas que foquem apenas os macroprocessos e constrangimentos
estruturais que cercam o fenômeno.
A literatura brasileira sobre o tema tem sido marcada por uma oposição entre enfoques centrados
nesses dois campos, embora os últimos anos tenham assistido a uma clara hegemonia dos es-
tudos baseados em atributos e ações individuais para a explicação da pobreza. Parece-nos evi-
dente que tanto constrangimentos e processos supraindividuais (incluindo os econômicos) quanto
estratégias e credenciais dos indivíduos importam para a constituição e a reprodução de situações
de pobreza. Entretanto, essas devem ser analisadas no cotidiano dos indivíduos, de maneira que
compreendamos de que forma medeiam o seu acesso a mercados, ao Estado e às trocas sociais
que provêm bem-estar.
(Eduardo Marques, Gabriela Castello e Renata M. Bichir.Revista USP, no 92, 2011-2012. Adaptado)

Para responder a questão abaixo, considere esta passagem do texto:


(I) A literatura brasileira sobre o tema tem sido marcada por uma oposição entre enfoques cen-
trados nesses dois campos,
(II) embora os últimos anos tenham assistido
(III) a uma clara hegemonia dos estudos baseados em atributos e ações individuais
(IV) para a explicação da pobreza.

As palavras “hegemonia” e “atributos” têm sinônimos adequados ao contexto em:


a) supremacia e concessões.
b) preponderância e peculiaridades.
c) identidade e qualidades.
d) disparidade e valores.
e) decadência e atrativos.

QUESTÃO 6: VUNESP - ADM (UFABC)/UFABC/2019


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Leia o texto, para responder a questão abaixo.

Organograma

378
Dizem que em matéria de organização aquele Ministério é de amargar. De vez em quando um
processo cai no vazio e desaparece para nunca mais. Por quê? Porque o único Ministro que se
lembrou de organizá-lo, segundo me contaram, tinha mania de organização.
Mania oriunda de uma sensibilidade estética o seu tanto exacerbada, capaz de exteriorizar-se em
requintes de planejamento burocrático. Aparentemente, essa marca de sua personalidade condi-
zia com as altas funções que já lhe cabiam.
Mas só aparentemente: a primazia do fator estético, feito de equilíbrio, proporção e harmonia, pas-
sou a ser a determinante principal de todos os seus atos – tudo mais no Ministério que se danasse.
Como no remédio para nascer cabelo: não nascia, mas dava brilho.
Dizem que, quando tomou posse do cargo, a primeira coisa que fez foi encomendar a confecção de
um artístico organograma. Quando lhe trouxeram o trabalho, encomendado no Departamento do
Pessoal, que por sua vez o encomendou a um desenhista particular, o Ministro não fez mais nada
a não ser estudar a galharia daquela árvore geométrica, em função da qual as atividades de sua
Pasta passariam a desenvolver-se.
– Este organograma está uma droga. Não posso dependurar uma coisa destas na parede de meu

gabinete.
Pôs-se imediatamente a inventar novas repartições, serviços disso e daquilo – tudo fictício, irreal,
imaginário – para estabelecer o equilíbrio organogramático com departamento disso, departamento
daquilo.
O certo é que o novo organograma foi executado, e todo aquele que tivesse a ventura de penetrar
em seu gabinete podia admirá-lo.
– Tudo isso sob seu controle, Ministro?

– Para você ver, meu filho: se não fosse eu, todo esse complexo administrativo já teria desabado

para um lado, como uma árvore desgalhada. Dizem, mesmo, que até hoje o magnífico organogra-
ma figura no tal Ministério, como uma das mais importantes realizações de sua gestão.
(Fernando Sabino, A mulher do vizinho. Adaptado)

A alternativa contendo palavras que afirmam o sentido contrário das destacadas em – Mania
oriunda de uma sensibilidade estética o seu tanto exacerbada... / a
primazia do fator estético, feito de equilíbrio, proporção e harmonia, passou a ser a determinante
principal de todos os seus atos ... – é:
a) abrandada e excelência.
b) acomodada e excesso.
c) ordinária e consideração.
d) amenizada e menosprezo.
e) indefinida e precedência.

QUESTÃO 7: VUNESP - CONT (CM ORLÂNDIA)/CM ORLÂNDIA/2019


Assunto: Sinônimos e Antônimos

Agência da ONU insta países das Américas a livrar continente da malária

O Paraguai foi certificado por ter eliminado a malária de seu território em junho deste ano. A Argen-
tina está trilhando o caminho para obter sua certificação em 2019. Belize, Costa Rica, Equador, El
Salvador, México e Suriname têm o potencial de alcançar a eliminação até 2020. Outros países, no
entanto, registraram aumento no número de casos, o que põe em risco a consecução das metas
379
de redução e eliminação da doença na região até 2030.
No Dia de Luta contra a Malária nas Américas (6 de novembro), a Organização Pan-Americana
da Saúde (OPAS) insta os países da região a tomar medidas urgentes para conter o aumento de
casos, manter as conquistas e libertar o continente da doença que, durante o último século, foi a
principal causa de morte em quase todas as nações do mundo.
“A eliminação da malária está mais próxima do que nunca”, disse a diretora da OPAS, Carissa F.
Etienne. No entanto, ela também advertiu que “não podemos confiar nem relaxar nas ações já
tomadas”. “Os esforços devem ser intensificados onde a incidência da doença aumentou”, acres-
centou.
Desde 2015, os casos de malária nas Américas aumentaram em 71%; 95% do número total destes
casos estão concentrados em cinco países, principalmente em áreas específicas onde os esforços
contra a doença estão enfraquecidos. Muitos dos afetados são populações indígenas, pessoas que
vivem em situação de vulnerabilidade, trabalhadores mineiros e migrantes.
“Se queremos eliminar a malária, precisamos melhorar o investimento e ampliar o acesso a preven-
ção, diagnóstico e tratamento oportunos da doença em comunidades onde a maioria dos casos
está concentrada”, afirmou Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis e
Determinantes Ambientais da Saúde na OPAS.
(Agência da ONU insta países das Américas a livrar continente da malária. ONU Brasil. https://nacoesunidas.org/agencia-da-o-
nu-insta-paises- -das-americas-a-livrar-continente-da-malaria/amp/. 06.11.18. Acesso em 07/11/2018)
Considere os seguintes trechos:
• ... a Organização Pan- Americana da Saúde (OPAS) insta os países da região a tomar medidas

urgentes …
• … “não podemos confiar nem relaxar nas ações já tomadas”.

• “Os esforços devem ser intensificados onde a incidência da doença aumentou”...

São sinônimos das palavras destacadas, adequados ao contexto, respectivamente:


a) impulsiona, distrair, confluência.
b) convida, condescender, convergência.
c) roga, negligenciar, afluência.
d) determina, descuidar, ocorrência.
e) adverte, afrouxar, existência.

QUESTÃO 8: VUNESP - BIBLIO (UNIFAI)/UNIFAI/2019


Assunto: Sinônimos e Antônimos

Acabo de levantar-me; logo serão cinco horas da manhã; procuro não fazer barulho, vou até a
cozinha e preparo uma xícara de chá enquanto tento resgatar fragmentos de meus entressonhos,
esses entressonhos que, aos 86 anos, aparecem- me atemporais, misturados com lembranças da
infância. Nunca tive boa memória, sempre sofri essa desvantagem; mas talvez seja um modo de
recordar apenas o que se deve, talvez a maior coisa que nos aconteceu na vida, a que tem algum
significado profundo, a que foi decisiva – para o bem e para o mal – nesta complexa, contraditória
e inexplicável viagem rumo à morte que é a vida de toda pessoa. Por isso minha cultura é tão ir-
regular, repleta de enormes lacunas, como que construída com restos de belíssimos templos cujos
pedaços se encontram entre detritos e plantas selvagens. Os livros que li, as teorias que frequen-
tei, deveram-se a meus próprios tropeços com a realidade.

380
Quando me param na rua, numa praça ou no trem, para perguntar-me que livros é preciso ler, res-
pondo sempre: “Leiam o que os apaixone, apenas isso os ajudará a suportar a existência”.
(Ernesto Sabato. Antes do fim. Trad. Sérgio Molina. São Paulo: Companhia das Letras, 2000)

Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, sinônimos adequados ao contexto para os


termos destacados a seguir.
• ... entressonhos que, aos 86 anos, aparecem-me atemporais, misturados com lembranças da

infância.
• Os livros que li, as teorias que frequentei, deveram-se a meus próprios tropeços com a realidade.

• “Leiam o que os apaixone, apenas isso os ajudará a suportar a existência”.

a) Devaneios, estudei, tolerar.


b) Imaginações, visitei, confrontar.
c) Fantasias, refutei, aguentar.
d) Conjecturas, aceitei, carregar.
e) Sonhos, consultei, enfrentar.

QUESTÃO 9: VUNESP - MJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto:Sinônimos e Antônimos

Após avanços tecnológicos, medicina deve mirar empatia

Médicos sempre ocuparam uma posição de prestígio na sociedade. Afinal, cuidar do maior bem do
indivíduo – a vida – não é algo trivial. Embora a finalidade do ofício seja a mesma, o modus operan-
di mudou drasticamente com o tempo.
O que se pode afirmar é que o foco da atuação médica deve ser cada vez menos o controle sobre
o destino do paciente e mais a mediação e a interpretação de tecnologias, incluindo a famigerada
inteligência artificial. Já o lado humanístico, que perdeu espaço para os exames e as máquinas,
tende a recuperar cada vez mais sua importância.
De meados do século 20 até agora, concomitantemente às novas especialidades, houve avanço
tecnológico e a proliferação de modalidades de exames. Cresceu o catálogo dos laboratórios e
também a dependência do médico em relação a exames. A impressão dos pacientes passou a ser
a de que o cuidado é ruim, caso o médico não os solicite.
O tema é caro a Jayme Murahovschi, referência em pediatria no país. “Tem que haver progressão
tecnológica, claro, mas mais importante que isso é a ligação emocional com o paciente. Hoje mé-
dicos pedem muitos exames e os pacientes também.”
Murahovschi está entre os que acreditam que a profissão está sofrendo uma nova reviravolta, qua-
se que voltando às origens clássicas, hipocráticas: “Os médicos do futuro, os que sobrarem, vão
ter que conhecer o paciente a fundo, dar toda a atenção que ele precisa, usando muita tecnologia,
mas com foco no paciente.”
Alguns profissionais poderão migrar para uma medicina mais técnica, preveem analistas.
Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface entre o conhecimento biomédico
e a tecnologia por trás de plataformas de diagnóstico e reabilitação. Ou ainda atuariam alimentando
com dados uma plataforma de inteligência artificial, tornando-a mais esperta.
Outra tecnologia já presente é a telemedicina, que descentraliza a realização de consultas e exa-

381
mes. Clínicas e médicos generalistas podem, rapidamente e pela internet, contar com laudos de es-
pecialistas situados em diferentes localidades; uma junta médica pode discutir casos de pacientes
e seria possível até a realização, a distância, de consultas propriamente ditas, se não existissem
restrições do CFM nesse sentido.
Até cirurgias podem ser feitas a distância, com o advento da robótica. O tema continua fascinando
médicos e pacientes, mas, por enquanto, nada de droides médicos à la Star Wars – quem controla
o robô ainda é o ser humano.
(Gabriela Alves. Folha de S.Paulo, 19.10.2018. Adaptado)

Considere os trechos do texto.


• Afinal, cuidar do maior bem do indivíduo – a vida – não é algo trivial.

• ... e mais a mediação e a interpretação de tecnologias, incluindo a famigerada inteligência artifi-

cial.
• Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface entre o conhecimento biomé-

dico e a tecnologia...

Os termos destacados podem ser substituídos, respectivamente e sem alteração do sentido do


texto, por:
a) banal; afamada; interação.
b) inusitado; arrojada; colaboração.
c) corriqueiro; temida; contradição.
d) evidente; exaltada; incompatibilidade.
e) irrelevante; depreciada; subordinação.

QUESTÃO 10: VUNESP - ENFJ (TJ SP)/TJ SP/2019


Assunto: Sinônimos e Antônimos

Saúde não é brinquedo político, diz diretor da OMS

“A saúde não é um brinquedo político, ela deve ser usada para promover o bem-estar e a qualidade
de vida. E isso só vai acontecer quando nos comprometermos a fazer da atenção primária à saúde
a base da assistência universal.”
A afirmação é do diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghe-
breyesus, durante a assinatura nesta quinta (25/10/2018) de um acordo internacional em Astana,
capital do Cazaquistão, em que 194 países membros da OMS, incluindo o Brasil, comprometeram-
-se a fortalecer a atenção primária.
Chamado de “Declaração de Astana”, o acordo também comemora o 40º aniversário da histórica
Declaração de Alma Alta, que exortou o mundo a fazer dos cuidados primários de saúde o pilar da
cobertura universal de saúde em 1978.
Ocorre que, embora nos últimos 40 anos a expectativa de vida tenha aumentado e a mortalidade
infantil, caído pela metade, por exemplo, o progresso em saúde tem sido desigual e injusto entre
países e dentro dos países.
“Devemos reconhecer que não alcançamos esse objetivo [saúde para todos]. Em vez de saúde
para todos, conseguimos saúde para alguns. Temos ficado muito focados em combater doenças
específicas, muito focados no tratamento, em detrimento da prevenção de doenças”, disse Ghe-

382
breyesus.
Quase metade da população mundial não tem acesso a serviços essenciais de saúde e, segundo a
OMS, 100 milhões de pessoas são empurradas para a pobreza a cada ano por causa de gastos
catastróficos em saúde. A atenção primária à saúde pode fornecer de 80% a 90% das necessida-
des de saúde de uma pessoa durante sua vida.
A Declaração de Astana aponta a necessidade de uma ação multissetorial que inclua tecnologia,
conhecimento científico e tradicional, juntamente com profissionais de saúde bem treinados e re-
munerados, e participação das pessoas e da comunidade para que seja alcançada a tão sonhada
saúde para todos com qualidade.
(Cláudia Collucci, Saúde não é brinquedo político, diz diretor da OMS. Em: Folha de S.Paulo, 25.10.2018. Adaptado)

Na passagem do 3º parágrafo “... que exortou o mundo a fazer dos cuidados primários de saúde
o pilar da cobertura universal de saúde em 1978.”, os termos destacados significam, correta e
respectivamente,
a) obrigou e desejo.
b) amainou e suporte.
c) dissuadiu e modelo.
d) orientou e incremento.
e) estimulou e arrimo.

QUESTÃO 11: VUNESP - AG (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/ADMINISTRAÇÃO PÚ-


BLICA/2019
Assunto: Sinônimos e Antônimos
Leia o texto para responder a questão.

O Marajá

A família toda ria de dona Morgadinha e dizia que ela estava sempre esperando a visita de alguém
ilustre. Dona Morgadinha não podia ver uma coisa fora do lugar, uma ponta de poeira em seus mó-
veis ou uma mancha em seus vidros e cristais. Gemia baixinho quando alguém esquecia um sapato
no corredor, uma toalha no quarto ou – ai, ai, ai – uma almofada fora do sofá da sala. Baixinha,
resoluta, percorria a casa com uma flanela na mão, o olho vivo contra qualquer incursão do pó, da
cinza, do inimigo nos seus domínios.
Dona Morgadinha era uma alma simples. Não lia jornal, não lia nada. Achava que jornal sujava os
dedos e livro juntava mofo e bichos. O marido de dona Morgadinha, que ela amava com devoção
apesar do seu hábito de limpar a orelha com uma tampa de caneta Bic, estabelecera um limite para
sua compulsão por limpeza. Ela não podia entrar em sua biblioteca. Sua jurisdição acabava na
porta. Ali dentro só ele podia limpar, e nunca limpava. E, nas raras vezes em que dona Morgadinha
chegava à porta do escritório proibido para falar com o marido, esse fazia questão de desafiá-la.
Botava os pés em cima dos móveis. Atirava os sapatos longe. Uma vez chegara a tirar uma meia e
jogar em cima da lâmpada só para ver a cara da mulher. Sacudia a ponta do charuto sobre um cin-
zeiro cheio e errava deliberadamente o alvo. Dona Morgadinha então fechava os olhos e, incapaz
de se controlar, lustrava com a sua flanela o trinco da porta.
(Luis Fernando Veríssimo. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. Adaptado)

Considere as frases:
383
• ... estava sempre esperando a visita de alguém ilustre.
• Baixinha, resoluta, percorria a casa com uma flanela na mão...

• Sacudia a ponta do charuto sobre um cinzeiro cheio e errava deliberadamente o alvo.

Os termos em destaque nas frases têm como sinônimos adequados ao contexto, correta e respec-
tivamente:
a) notável; determinada; propositalmente.
b) imponente; hábil; impensadamente.
c) sentencioso; indolente; manifestamente.
d) observador; servil; insistentemente.
e) crítico; obstinada; indiscriminadamente.

QUESTÃO 12: VUNESP - PEB I (PREF ITAPEVI)/PREF ITAPEVI/PEB I/2019


Assunto: Sinônimos e Antônimos

No primeiro quadrinho, o sentido da fala da personagem altera-se caso, no lugar de “severa”, seja
empregado o termo

a) implacável.
b) rigorosa.
c) inflexível.
d) austera.
e) indulgente.

QUESTÃO 13: VUNESP - ANTI (CM MONTE ALTO)/CM MONTE ALTO/2019


Assunto: Sinônimos e Antônimos

Leia o texto para responder à questão.

Chris Bolin, engenheiro de software da Formidable, empresa de Seattle (EUA), criou uma página de
internet cujo conteúdo só pode ser lido offline – ou seja, você tem que desconectar sua internet
no PC ou celular e só assim a página mostrará o texto. Se você ainda não está pronto para desligar
384
sua internet por dois minutos, a gente te ajuda: Veja abaixo o manifesto de Chris Bolin:
“2017. 2 minutos de leitura.
Você quer ser produtivo? Basta desligar, pois manter uma conexão constante com a internet é man-
ter uma conexão constante com interrupções, tanto externas como internas.
As interrupções externas são uma legião e bem documentadas: você tem uma nova mensagem
no Gmail, Slack, Twitter, Facebook, Instagram, Snapchat, LinkedIn. Amigos, familiares, colegas de
trabalho e spammers: cada um tem acesso direto à sua preciosa atenção.
Mas são as distrações internas verdadeiramente perniciosas. Você pode silenciar as notificações
do Twitter e sair do Slack, mas como você impede sua própria mente de descarrilar sua atenção?
Passei horas capturadas em teias da minha própria curiosidade. O mais perigoso é o capricho di-
vidido, a propósito do nada: ‘Eu me pergunto qual é o segundo idioma mais falado?’ Aqueles 500
milissegundos poderiam mudar seu dia, porque nunca é apenas uma pesquisa no Google, apenas
um artigo da Wikipédia. A desconexão da internet faz um curto-circuito desses caprichos, permitin-
do que você se mova sem embaraços.
Esta página em si é um experimento nesta veia: e se certo conteúdo nos obrigasse a desconectar?
E se os leitores tivessem acesso a essa gloriosa atenção que faz devorar um romance por horas
de uma forma tão gratificante? E se os criadores pudessem emparelhar isso com o poder dos apa-
relhos modernos? Nossos telefones e laptops são incríveis plataformas para novos conteúdos – se
apenas pudéssemos aproveitar nossa própria atenção.
O conteúdo offline apenas obrigaria os criadores a pensar de forma diferente. Olhe para esta pági-
na: não há um único link, nenhuma oferta de nota de rodapé para distrair os leitores. Quantos bons
artigos você deixou a metade da leitura porque você caçou um cintilante link sublinhado? Quando
você está offline, aqui é o único lugar em que você pode estar.
Eu já posso ouvir os gemidos: ‘Mas eu tenho que estar online para o meu trabalho.’ Eu não ligo.
Crie tempo. Aposto que o que o torna valioso não é a sua capacidade para o Google, mas a sua
capacidade de sintetizar informações. Faça suas pesquisas online, mas crie offline.
Agora volte para sua internet acessada regularmente. Apenas lembre-se de se dar um presente
ocasional de desconexão.”
(https://uoltecnologia.blogosfera.uol.com.br. Adaptado)

Considere as passagens do texto:


• As interrupções externas são uma legião...

• Mas são as distrações internas verdadeiramente perniciosas.

• “Apenas lembre-se de se dar um presente ocasional de desconexão.”

Conforme o contexto em que estão empregados, os termos em destaque significam, correta e res-
pectivamente:
a) uma porção significativa; tendenciosas; fortuito.
b) um número restrito; perturbadoras; raro.
c) uma quantia razoável; benéficas; eventual.
d) um quinhão expressivo; provocadoras; progressivo.
e) uma grande quantidade; nocivas; incomum.

QUESTÃO 14: VUNESP - COOR PEDA (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019


Assunto: Sinônimos e Antônimos

385
A cada governo que entra, o assunto educação deixa os holofotes provisórios da campanha
eleitoral, onde costuma desfilar na linha de frente das promessas dos candidatos, e volta à
triste prateleira dos problemas que se arrastam sem solução. Desta vez foi diferente: encerra-
da a votação, a educação prosseguiu na pauta de discussões acirradas. Infelizmente, o saldo da
agitação não gira em torno de nenhuma providência capaz de pôr o ensino do Brasil nos trilhos da
excelência – a real prioridade.
A questão da hora é o projeto que pretende legislar sobre o que o professor pode ou, principalmen-
te, não pode falar em sala de aula. Com o propósito de impedir a doutrinação, por professores, em
classe, o projeto ameaça alimentar o oposto do que propõe: censura, patrulhamento, atitudes re-
trógradas e pensamento estreito. Segundo o especialista em educação Claudio de Moura Castro,
não há como definir o que é variedade de pensamento e o que é proselitismo.
Fruto do ambiente polarizado da sociedade brasileira, a discussão entrou pela porta da frente das
escolas. Nesse clima de paixões exaltadas, no entanto, é preciso um esforço adicional para se-
parar o joio do trigo. A doutrinação em sala de aula é condenável sob todos os aspectos – seja de
esquerda ou de direita, religiosa ou ateia, ou de qualquer outra natureza. A escola é um lugar para
o debate livre das ideias, e não para o proselitismo.
Todo conhecimento é socialmente construído e, portanto, a aventura humana, por definição, nunca
é neutra ou isenta de valores. A saída é discutir e chegar a um consenso sobre o que precisa ser
apresentado ao aluno, e não vigiar e punir.
Doutrinar é expor ideias e opiniões com o propósito de convencer o outro. A todo bom professor
cabe estimular o confronto de ideias e o livre pensar, inclusive expressando seu ponto de vista,
mas não catequizar – uma linha fina que exige discernimento constante.
O mundo é diverso em múltiplos aspectos, e a escola é o lugar adequado para que essa diversida-
de seja discutida livremente. A melhor escola ainda é a que faz pensar – sem proselitismo.
(Fernando Molica, Luisa Bustamante e Maria Clara Vieira, Meia-volta, volver. Veja, 14.11.2018. Adaptado)

As palavras “acirradas” (1º parágrafo) e “retrógradas” (2º parágrafo) têm antônimos, respectiva-
mente, em:
a) aguçadas e renovadoras.
b) retiradas e retrospectivas.
c) censuradas e incrementadas.
d) flexibilizadas e tolerantes.
e) abrandadas e progressistas.

QUESTÃO 15: VUNESP - COOR PEDA (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Leia o texto de Rubem Alves

A arte de educar

Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu. O educador diz: “Veja!” e, ao falar, aponta. O
aluno olha na direção apontada e vê o que nunca viu. Seu mundo se expande. Ele fica mais rico
interiormente… E ficando mais rico interiormente ele pode sentir mais alegria – que é a razão pela
qual vivemos.
Já li muitos livros sobre Psicologia da Educação, Sociologia da Educação, Filosofia da Educação…

386
Mas, por mais que me esforce, não consigo me lembrar de qualquer referência à Educação do
Olhar. Ou à importância do olhar na educação, em qualquer um deles.
A primeira tarefa da Educação é ensinar a ver… É através dos olhos que as crianças tomam con-
tato com a beleza e o fascínio do mundo… Os olhos têm de ser educados para que nossa alegria
aumente.
A educação se divide em duas partes: Educação das Habilidades e Educação das Sensibilidades.
Sem a Educação das Sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido. Os conheci-
mentos nos dão meios para viver. A sabedoria nos dá razões para viver.
Quero ensinar às crianças. Elas ainda têm olhos encantados. Seus olhos são dotados daquela
qualidade que, para os gregos, era o início do pensamento: a capacidade de se assombrar diante
do banal.
Para as crianças tudo é espantoso: um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o voo
dos urubus, os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu, um pião na terra. Coisas que os eru-
ditos não veem.
Na escola eu aprendi complicadas classificações botânicas, taxonomias, nomes latinos – mas es-
queci. E nenhum professor jamais chamou a minha atenção para a beleza de uma árvore… Ou
para o curioso das simetrias das folhas. Parece que naquele tempo as escolas estavam mais preo-
cupadas em fazer com que os alunos decorassem palavras que com a realidade para a qual elas
apontam.
As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para me-
lhorar os olhos. Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem… O ato de ver não é coisa
natural. Precisa ser aprendido. Quando a gente abre os olhos, abrem-se as janelas do corpo e o
mundo aparece refletido dentro da gente. São as crianças que, sem falar, nos ensinam as razões
para viver. Elas não têm saberes a transmitir. No entanto, elas sabem o essencial da vida. Quem
não muda sua maneira adulta de ver e sentir e não se torna como criança, jamais será sábio.
(Disponível em:< https://psicologiaacessivel.net>.Acesso em: 18.11.2018)

A expressões destacadas nas passagens – a capacidade de se assombrar diante do banal. / Ou


para o curioso das simetrias das folhas. – têm seu sentido preservado se substituídas, respec-
tivamente, por:
a) comum e contraposições.
b) singelo e comparações.
c) insuspeito e dimensões.
d) inédito e essências.
e) trivial e harmonias.

QUESTÃO 16: VUNESP - DIR ESC (PERUÍBE)/PREF PERUÍBE/2019


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Leia um trecho do conto “Tangerine-Girl”, de Raquel de Queiroz

De princípio a interessou o nome da aeronave: não “zepelim” nem dirigível; o grande fuso de me-
tal brilhante chamava-se modernissimamente blimp. Pequeno como um brinquedo, independente,
amável. A algumas centenas de metros da sua casa ficava a base aérea dos soldados americanos
e o poste de amarração dos dirigíveis. E de vez em quando eles deixavam o poste e davam
uma volta, como pássaros mansos que abandonassem o poleiro num ensaio de voo. Assim, aos

387
olhos da menina, o blimp1 existia como um animal de vida própria; fascinava-a como prodígio
mecânico que era, e principalmente ela o achava lindo, todo feito de prata,
librando − se2 majestosamente pouco abaixo das nuvens. Não pensara nunca em en-
trar nele; não pensara sequer que pudesse alguém andar dentro dele. Verdade que via
lá dentro umas cabecinhas espiando, mas tão minúsculas que não davam impressão de
realidade.
O seu primeiro contato com a tripulação do dirigível começou de maneira puramente ocasional.
Acabara o café da manhã; a menina tirara a mesa e fora à porta que dá para o laranjal, sacudir da
toalha as migalhas de pão. Lá de cima um tripulante avistou aquele pano branco tremulando entre
as árvores espalhadas e a areia, e o seu coração solitário comoveu-se. Vivia naquela base como
um frade no seu convento – sozinho entre soldados e exortações patrióticas. E ali estava, juntinho
ao oitão da casa, sacudindo um pano, uma mocinha de cabelo ruivo. O marinheiro agitou-se todo
com aquele adeus. Várias vezes já sobrevoara aquela casa, vira gente entrando e saindo; e pen-
sara quão distantes uns dos outros vivem os homens, quão indiferentes passam entre si, cada um
trancado na sua vida. Ele estava voando por cima das pessoas, vendo-as e, se algumas erguiam
os olhos, nenhuma pensava no navegador que ia dentro; queriam só ver a beleza prateada vogan-
do3 pelo céu.
Mas agora aquela menina tinha para ele um pensamento, agitava no ar um pano, como uma ban-
deira; decerto era bonita – o sol lhe tirava fulgurações de fogo do cabelo. Seu coração atirou-se
para a menina num grande impulso agradecido; debruçou-se à janela, agitou os braços, gritou:
“Amigo!, amigo!” – embora soubesse que o vento, a distância, o ruído do motor não deixariam ou-
vir-se nada. Gostaria de lhe atirar uma flor, um mimo. Mas que podia haver dentro de um dirigível
da Marinha que servisse para ser oferecido a uma pequena? O objeto mais delicado que encontrou
foi uma grande caneca de louça branca, pesada como uma bala de canhão. E foi aquela caneca
que o navegante atirou; atirou, não: deixou cair a uma distância prudente da figurinha iluminada,
num gesto delicado, procurando abrandar a força da gravidade, a fim de que o objeto não chegasse
sibilante como um projétil, mas suavemente, como uma dádiva.
(Os cem melhores contos brasileiros do século. Org. Italo Moriconi – Objetiva, 2001. Adaptado)
1. blimp: dirigível
2. librando-se: flutuando, equilibrando-se

3. vogando: flutuando

Assinale a alternativa em que o termo entre parênteses apresenta sentido oposto ao termo desta-
cado no trecho do texto.
a) Pequeno como um brinquedo, independente, amável.(autônomo)
b) ... começou de maneira puramente ocasional. (fortuita)
c) ... sozinho entre soldados e exortações patrióticas. (incitações)
d) ... deixou cair a uma distância prudente... (segura)
e) ... o objeto não chegasse sibilante como um projétil... (silente)

QUESTÃO 17: VUNESP - ANA GP (IPSM SJC)/IPSM SJC/CONTABILIDADE/2018


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Leia o texto para responder à questão a seguir.

Ensino com diretriz

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Está quase pronto o documento que definirá o padrão nacional para o que crianças e jovens devem
aprender até o 9° ano do ensino fundamental. Trata-se da quarta versão da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC).
Caso aprovada até janeiro, a diretriz deve começar a ser implementada nos próximos dois anos.
A BNCC define conteúdos a serem estudados e competências e habilidades que os alunos devem
demonstrar a cada passo da vida escolar. Soa como obviedade, mas não existe norma válida em
todo o país que estabeleça de modo preciso a progressão do ensino e o que se deve esperar como
resultado.
Note-se ainda que a base curricular não especifica como alcançar seus objetivos – isso será papel
dos currículos a serem elaborados por estados e municípios, que podem fazer acréscimos confor-
me necessidades regionais.
A existência de um padrão pode permitir a correção de desigualdades do aprendizado e avalia-
ções melhores. A partir de um limiar mediano de clareza, inteligência pedagógica e pragmatismo,
qualquer modelo é melhor do que nenhum. Nesse aspecto, a nova versão da BNCC está perto de
merecer nota de aprovação.
O programa ainda se mostra extenso em demasia, não muito diferente do que se viu nas escolas
das últimas décadas, quando raramente foi cumprido. O excesso de assuntos dificulta abordagens
mais aprofundadas e criativas.
A BNCC lembra a Constituição de 1988. Detalhista, arrojada e generosa, mas de difícil aplicação
imediata e integral. É indiscutível, de todo modo, a urgência de pôr em prática esse plano que pode
oferecer educação decente e igualitária às crianças.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 10.12.2017. Adaptado)

Nas passagens “A partir de um limiar mediano de clareza, inteligência pedagógica e pragmatis-


mo...” (5° parágrafo) e “A BNCC lembra a Constituição de 1988. Detalhista, arrojada e genero-
sa...” (7° parágrafo), os termos em destaque significam, respectivamente,
a) parâmetro; consideração das coisas de um ponto de vista técnico; arriscada.
b) patamar; consideração das coisas de um ponto de vista idealizado; moderna.
c) liminar; consideração das coisas de um ponto de vista filosófico; ousada.
d) limite; consideração das coisas de um ponto de vista prático; inovadora.
e) padrão; consideração das coisas de um ponto de vista científico; progressista.

QUESTÃO 18: VUNESP - PROF (SME BARRETOS)/PREF BARRETOS/I/2018


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Leia o texto para responder à questão.

Black Friday? Levantamento feito pela Folha* mostrou que boa parte dos “descontos” oferecidos
nesta sexta-feira não passa de manipulações até meio infantis de preços, com o objetivo de iludir
o consumidor.
Antes, porém, de imprecar contra a ganância dos capitalistas, convém perguntar se os consumi-
dores não desejam ser enganados. E há motivos para acreditar que pelo menos uma parte deles
queira.
No recém-lançado Dollars and Sense (dinheiro e juízo), Dan Ariely e Jeff Kreisler relatam um expe-
rimento natural que mostra que pessoas podem optar por ser “ludibriadas” voluntariamente e que,
em algum recôndito do cérebro, isso faz sentido.

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A JCPenney é uma centenária loja de departamentos dos EUA que se celebrizou por jogar seus
preços na lua para depois oferecer descontos “irresistíveis”. Ao fim e ao cabo, os preços efetiva-
mente praticados estavam em linha com os da concorrência, mas os truques utilizados proporcio-
navam aos consumidores a sensação, ainda que ilusória, de ter feito um bom negócio, o que lhes
dava prazer.
Em 2012, o então novo diretor executivo da empresa Ron Johnson, numa tentativa de moderni-
zação, resolveu acabar com a ginástica de remarcações e descontos e adotar uma política de
preços “justa e transparente”.
Os clientes odiaram. Em um ano, a companhia perdera US$ 985 milhões e Johnson ficou sem
emprego. Logo em seguida, a JCPenney remarcou os preços de vários de seus itens em até 60%
para voltar a praticar os descontos irresistíveis. Como escrevem Ariely e Kreisler, “os clientes da
JCPenney votaram com suas carteiras e escolheram ser manipulados”.
Num mundo em que o cliente sempre tem razão, não é tão espantoso que empresas se dediquem
a vender-lhe as fantasias que deseja usar, mesmo que possam ser desmascaradas com um clique
de computador.
* Jornal Folha de São Paulo
(‘Caveat emptor’. Hélio Schwartsman. http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/helioschwartsman/2017/11/1937658-ca-
veat-emptor.shtml 24.11.2017. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a palavra entre parênteses substitui, sem prejuízo de sentido ao tex-
to, o termo em destaque no trecho.
a) Antes, porém, de imprecar contra a ganância dos capitalistas... (abdicar)
b) ... um experimento natural que mostra que pessoas podem optar por ser “ludibriadas”... (elei-
tas)
c) ... em algum recôndito do cérebro, isso faz sentido. (bloqueio)
d) A JCPenney é uma centenária loja de departamentos dos EUA que se celebrizou... (notabilizou)
e) ... os preços efetivamente praticados estavam em linha com os da concorrência... (alterados)

QUESTÃO 19: VUNESP - CI (CM INDAIATUBA)/CM INDAIATUBA/2018


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Leia o texto, para responder à questão.

Há 28 anos um grupo de pessoas se reúne semanalmente na sede da ONG (organização não go-
vernamental) Anjos da Noite, em um sobrado no bairro de Artur Alvim, na Zona Leste de São Paulo.
Os voluntários dedicam-se a aplacar as carências dos moradores de rua. Além de entregar cober-
tores e roupas, o grupo tem como principal incumbência a distribuição de refeições. Aos sábados,
os colaboradores se organizam para preparar 200 quilos de comida. A distribuição de 800 marmitas
tem início ao cair da noite. Anteriormente, os voluntários rodavam quatro horas pelas ruas da região
central até entregar a última quentinha. Hoje, o trabalho é feito em menos de uma hora. Basta
estacionar o carro, e um grupo de pessoas carentes faz fila para ganhar o alimento.
A experiência dos Anjos da Noite confirma a percepção que tem qualquer cidadão dos maiores cen-
tros urbanos brasileiros: o número de pessoas que vivem nas ruas elevou-se, e muito, nos últimos
anos. As estatísticas são esporádicas e, por isso, não é fácil saber com exatidão a proporção desse
crescimento.
(Giovanni Magliano. A rua como único refúgio. Veja, 6.12.2017. Adaptado)

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Observe os termos destacados nas passagens:
– Os voluntários dedicam-se a aplacar as carências dos moradores de rua.

– ... o grupo tem como principal incumbência a distribuição de refeições.

– As estatísticas são esporádicas e, por isso, não é fácil saber com exatidão a proporção desse

crescimento.

Esses termos podem ser substituídos, sem prejuízo de sentido e respectivamente, por:
a) resolver; ônus; causais.
b) mitigar; encargo; fortuitas.
c) suprir; dever; determinadas.
d) abrandar; determinação; inconclusivas.
e) suprimir; objetivo; espaçadas.

QUESTÃO 20: VUNESP - CI (PAULIPREV)/PAULIPREV/2018


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Leia o texto para responder à questão.

Psiquiatras em pé de guerra

Os psiquiatras americanos estão em pé de guerra, e o motivo é Donald Trump, mais especificamen-


te seu estado mental.
Já durante a campanha eleitoral, alguns profissionais de saúde mental diziam que Trump não ba-
tia bem. Depois da posse e dos primeiros “tweets”* presidenciais, essas vozes se multiplicaram e
culminaram, em outubro, na publicação de The Dangerous Case of Donald Trump (O perigoso caso
de Donald Trump), volume organizado pela psiquiatra Bandy Lee, no qual profissionais de saúde,
advogados e jornalistas tentam mostrar que o presidente não estaria apto a exercer suas funções.
Os textos trazem considerações interessantes e muita informação, mas não dá para ignorar que a
obra é acima de tudo política.
O problema é que a Associação Psiquiátrica Americana (APA) tem, desde 73, uma diretriz, conhe-
cida como regra Goldwater, que autoriza profissionais a dividir com o público seu conhecimento
técnico, mas considera antiético que deem opinião sobre pessoas que não tenham examinado. A
regra foi reforçada em 2017. A ideia é evitar diagnósticos pela TV, bem como tornar mais robusta
a separação entre psiquiatria e política.
Os autores da obra sobre Trump estão cientes da norma. Ela é objeto de longo debate na parte
dois do livro. O que alegam é que, por vezes, a obrigação do médico de alertar a comunidade para
riscos que ela corre prevalece sobre a privacidade. Se o médico desconfia de que seu paciente
psicótico planeja assassinar alguém, precisa alertar a vítima potencial, mesmo que isso implique
violação do sigilo profissional.
A discussão é boa, e ambos os lados têm argumentos. Penso que, em teoria, a necessidade de se
fazer um alerta sobre a saúde mental de pacientes sobrepuja a regra Goldwater. Mas seria preciso
encontrar um modo de reduzir um pouco as investidas políticas dos psiquiatras. Se deixarmos que
a prática médica e a política se misturem, é quase certo que a medicina sairá perdendo.

* tweet: mensagem enviada pela rede social Twitter.

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(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo, 21.01.2018. Adaptado)

Considere o seguinte trecho do texto, para responder à questão.


• A regra foi reforçada em 2017. A ideia é evitar diagnósticos pela TV, bem como tornar mais robus-

ta a separação entre psiquiatria e política.


O termo robusta, em destaque no trecho, pode ser corretamente substituído, sem prejuízo de sen-
tido ao texto, por:
a) intermediária.
b) intermitente.
c) sólida.
d) presumível.
e) aplicável.

QUESTÃO 21: VUNESP - ANA LEG (CMSJC)/CM SJC/CONTADOR/2018


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Leia o texto, para responder à questão.

Meu bem, meu mal

Na psicologia social, há uma definição de comportamento conhecida como “licença moral”. É o


consentimento que autoriza as pessoas que praticam uma boa ação a compensá-la com o avesso.
Dito de outro modo: quando alguém está certo de ter feito o bem, com compaixão e generosidade,
pode sentir-se liberado para fazer o mal, com posturas egoístas, preconceituosas, antiéticas e –
que surpresa! – até corruptas. No mundo corporativo, em que se aplaudem as companhias que
cultivam valores morais e éticos, com doações e responsabilidade social, os desvios costumam
cair como baldes de água fria e decepção – e estão longe de representar uma raridade. “No Brasil,
muitas das empresas que são investigadas em esquemas de corrupção têm o seu instituto e sua
fundação com ações filantrópicas, mas ao mesmo tempo estão envolvidas em conluio setorial, car-
tel implícito ou formas de ganhar recursos de bancos públicos”, diz o professor Sérgio Lazzarini,
colunista de VEJA.
Esse fenômeno acaba de receber amparo acadêmico. Um trabalho realizado pelos economistas
John List e Fatemeh Momeni, da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, põe em xeque a
tese da benevolência como uma postura inquebrantável. O estudo revela que trabalhar para uma
empresa socialmente responsável pode motivar os empregados a agir de forma exatamente opos-
ta em outras searas. Eles se tornam irresponsáveis, mais propensos a trapacear. Para os autores,
o gesto de bondade deflagra uma espécie de crédito para praticar desvios em outros contextos.
Mas, afinal de contas, todas as pessoas que doam trapaceiam? É atávico? Não necessariamente.
A construção psicológica que diz que, “se fiz um bem, posso então relaxar e fazer algo errado”
não é aplicada a todos, de modo incondicional. Há regras morais claras, muitas vezes jogadas
para debaixo do tapete, mas que nunca deixam de incomodar, silenciosamente. Diz a psicóloga
e professora Denise Ramos: “Nenhum corrupto é inconsciente. A pessoa sempre sabe o que está
fazendo”. O nó, descoberto pelos professores de Chicago, é que, numa brincadeira com o batido
adágio, assim como não há mal que dure para sempre, também não há bem que se eternize. É uma
pena. Mas é humano, demasiadamente humano.
(Natália Cuminale. Veja, 07.03.2018. Adaptado)

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Assinale a alternativa na qual se apresentam, nos colchetes e respectivamente, um sinônimo e um
antônimo da palavra destacada no trecho do texto.
a) … pessoas que praticam uma boa ação compensá-la com o avesso. [oposto; diverso]
b) … acaba de receber amparo… [aporte; sustento]
c) … a tese da benevolência como uma postura inquebrantável. [inflexível; persistente]
d) … não é aplicada a todos, de modo incondicional. [limitado; imperioso]
e) … envolvidas em conluio setorial, cartel implícito… [inevidente; manifesto]

QUESTÃO 22: VUNESP - ASR I (ARSESP)/ARSESP/RELAÇÕES INSTITUCIONAIS,


RECURSOS HUMANOS, PROTOCOLO E ADMINISTRATIVO/2018
Assunto: Sinônimos e Antônimos

Há pessoas que têm vergonha de viver: são os tímidos, entre os quais me incluo. Desculpem, por
exemplo, estar tomando lugar no espaço.Desculpem eu ser eu. Quero ficar só! grita a alma do
tímido que só se liberta na solidão. Contraditoriamente quer o quente aconchego das pessoas.
E para pedir aumento de salário- a tortura. Como começar? Apresentar-se com fíngida segurança
de quem sabe quanto vale em dinheiro - ou apresentar-se como se é, desajeitado e excessivamen-
te humilde.
O que faz então? Mas é que há a grande ousadia dos tímidos. E de repente cheio de audácia pelo
aumento com um tom reivindicativo que parece contundente. Mas logo depois, espantado, sente-se
mal, julga imerecido o aumento, fica todo infeliz.
( Clarice Lispector, Vergonha de viver, Aprendendo a viver. Rio de Janeiro, Rocco Digital, 2013, Adaptado)

São empregadas como sinônimas, no texto, as palavras:


a) alma; aconchego
b) ousadia; audácia
c) vergonha; solidão
d) reivindicativo; contundente
e) espantado; imerecido

QUESTÃO 23: VUNESP - INV POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Sinônimos e Antônimos

Derivada do latim, língua portuguesa é a sétima mais falada no mundo

O português é a língua oficial de nove países e tem mais de 260 milhões de falantes. De acordo
com o instituto americano SIL International, há mais de 7 000 idiomas no mundo, e o português é
o sétimo mais falado.
Parte do grupo das línguas românicas, que inclui o espanhol e o italiano, entre outras, o português é
derivado do latim – idioma que teve origem na Itália, na pequena região do Lácio, onde está Roma.
O latim disseminou-se na Europa juntamente com a expansão do domínio do Império Romano.
Foi com as tropas romanas que o latim chegou à face sul do continente europeu (onde hoje estão
os territórios de Portugal e Espanha), entre os séculos 3º e 2º a.C.
Devido a ocupações anteriores, a Península Ibérica já tinha a presença de outros povos (e suas
línguas, por consequência), como os celtas. Ao longo do tempo, o latim falado foi incorporando
elementos linguísticos dessas e de outras populações.
393
Quando o Império Romano ruiu, no século 5º d.C., a Península Ibérica já estava totalmente latini-
zada, e o idioma manteve-se em uso por seus habitantes.
No século 15, com a expansão marítima de Portugal, a língua foi espalhada por suas colônias. O
uso de outros idiomas ou dialetos locais era, muitas vezes, proibido. Hoje há muito mais falantes de
português fora de Portugal, que tem apenas 10 milhões de habitantes.
(https://www1.folha.uol.com.br. Adaptado)

Nas passagens – … o português é derivado do latim… – ; – … o latim falado foi incorporando


elementos linguísticos… – e – Quando o Império Romano ruiu… –, os termos em destaque signifi-
cam, correta e respectivamente:
a) oriundo; absorvendo; desmoronou.
b) origem; integrando; se consolidou.
c) originário; buscando; desmantelou.
d) fonte; descaracterizando; se desfez.
e) procedente; modificando; ressurgiu.

QUESTÃO 24: VUNESP - INV POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Leia o texto para responder à questão.

Nos EUA, a psicanálise lembra um pouco certas seitas – as ideias do fundador são instituciona-
lizadas e defendidas por discípulos ferrenhos, mas suas instituições parecem não responder às
necessidades atuais da sociedade. Talvez porque o autor das ideias não esteja mais aqui para
atualizá-las.
Freud era um neurologista, e queria encontrar na Biologia as bases do comportamento. Como a
tecnologia de então não lhe permitia avançar, passou a elaborar uma teoria, criando a psicanálise.
Cientista que era, contudo, nunca se apaixonou por suas ideias, revisando sua obra ao longo da
vida. Ele chegou a afirmar: “A Biologia é realmente um campo de possibilidades ilimitadas do qual
podemos esperar as elucidações mais surpreendentes. Portanto, não podemos imaginar que res-
postas ela dará, em poucos decêndios, aos problemas que formulamos. Talvez essas respostas
venham a ser tais que farão o edifício de nossas hipóteses colapsar”. Provavelmente, é sua frase
menos citada. Por razões óbvias.
(Galileu, novembro de 2017. Adaptado)

Nas passagens – … as ideias do fundador são institucionalizadas e defendidas por discípulos fer-
renhos… – ; – … não lhe permitia avançar…– e – Por razões óbvias. –, os termos destacados
são antônimos, respectivamente, de:
a) previsíveis; alcançar; manifestas.
b) perspicazes; progredir; fortuitas.
c) dóceis; superar; incontestáveis.
d) obstinados; recuar; flagrantes.
e) tolerantes; retroceder; inevidentes.

QUESTÃO 25: VUNESP - ESC POL (PC SP)/PC SP/2018


Assunto: Sinônimos e Antônimos

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As crianças e os adolescentes estão vivendo boa parte de seu tempo no mundo virtual, principal-
mente por meio de seus aparelhos celulares. Em relatório divulgado em dezembro de 2017, o UNI-
CEF usou a expressão “cultura do quarto” para indicar um dos efeitos desse fenômeno. Os mais
novos têm escolhido o isolamento do espaço privado em detrimento do uso do espaço público para
se dedicarem à imersão nas redes.
Você certamente já viu agrupamentos de adolescentes que interagiam mais com seu celular do
que uns com os outros, não é? Pois bem: esse comportamento gera consequências, sendo que
algumas delas não colaboram para o bom desenvolvimento dos mais novos. Como eles aprendem
a se relacionar, por exemplo? Relacionando- se com seus pares! Acontece que o relacionamento
no mundo virtual é radicalmente diferente daquele que ocorre na vida real, o que nos faz levantar a
hipótese de que eles têm se desenvolvido com deficit no processo de socialização.
E como se aprenderia a ter – e a proteger – privacidade? Primeiramente sabendo a diferença entre
intimidade e convívio social. Explorar o mundo social simultaneamente ao real cria uma grande difi-
culdade nessa diferenciação. Não é à toa que já se expôs na rede a privacidade de tantas crianças
e jovens, com grande prejuízo pessoal!
(Rosely Sayão, As crianças e as tecnologias. Veja, 28-02-2018. Adaptado)

A oposição de sentido que há entre as palavras virtual e real, empregadas no texto, está presente
também entre
a) simultâneo e concomitante.
b) privacidade e individualidade.
c) imersão e submersão.
d) deficitário e superavitário.
e) detrimento e deturpação.

QUESTÃO 26: VUNESP - AA (PREF N ODESSA)/PREF NOVA ODESSA/2018


Assunto: Sinônimos e Antônimos

Medo de injeção

Descartes disse que o bom senso é a coisa mais bem repartida do mundo. Descartes estava errado
também nisso. Visto que não faltam provas empíricas de que o bom senso não foi tão bem repartido
assim.
Um caso eloquente é o da vacinação contra a febre amarela em São Paulo. Assim que as notícias
sobre o recrudescimento do surto ganharam destaque, a porção mais ansiosa dos paulistas correu
aos postos de saúde, provocando megafilas e espalhando um pouco de caos no sistema.
Agora, esgotados os mais aflitos, autoridades sanitárias têm tido dificuldade para fazer com que o
contingente mais desencanado da população se vacine. Pelos dados oficiais, apenas 50% do pú-
blico-alvo foram imunizados. Por que a resistência?
Minha hipótese é que ficamos mal-acostumados. Algumas décadas com um razoável arsenal de
vacinas à disposição nos fizeram esquecer quão letais e devastadoras podem ser as epidemias
que campanhas de imunização previnem. Hoje é preciso ir ao interior da África para ver uma crian-
ça com pólio e as mortes por sarampo se tornaram uma raridade, mas moléstias infecciosas foram,
desde o surgimento da agricultura, um dos maiores assassinos da humanidade, perdendo apenas
para a fome e superando em muito as guerras.
A ciência, ao desenvolver imunizantes, mudou essa história. Extinguimos a varíola e reduzimos
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drasticamente os óbitos por doenças infecciosas em todo o mundo. A OMS estima que, hoje, va-
cinações previnam entre 2 milhões e 3 milhões de mortes por ano. Daria para acrescentar mais
1,5 milhão de vidas poupadas, desde que a taxa de cobertura, atualmente estacionada nos 86%,
melhorasse.
Por falta de bom senso, porém, grupos ideologicamente tão díspares quanto fundamentalistas islâ-
micos do interior da África e liberais da classe média alta dos países desenvolvidos uniram esforços
para fazer campanhas contra a vacinação. Pior, há quem os ouça.
(Helio Schwartsman. Medo de injeção. Disponível em: https:// www1.folha.uol.com.br/colunas/ Acesso em 10.03.2018. Adaptado)

Considere os seguintes trechos do texto:


“Um caso eloquente é o da vacinação contra a febre amarela em São Paulo”. “Assim que as notí-
cias sobre o recrudescimento do surto ganharam destaque,...”
Os termos em destaque nas frases podem ser corretamente substituídos, sem alteração do senti-
do, por
a) convincente, agravo
b) conciso, contenção
c) sucinto, restrição
d) elucidado, limitação
e) expressivo, diminuição

QUESTÃO 27: VUNESP - AA (PREF N ODESSA)/PREF NOVA ODESSA/2018


Assunto: Sinônimos e Antônimos

Medo de injeção

Descartes disse que o bom senso é a coisa mais bem repartida do mundo. Descartes estava errado
também nisso. Visto que não faltam provas empíricas de que o bom senso não foi tão bem repartido
assim.
Um caso eloquente é o da vacinação contra a febre amarela em São Paulo. Assim que as notícias
sobre o recrudescimento do surto ganharam destaque, a porção mais ansiosa dos paulistas correu
aos postos de saúde, provocando megafilas e espalhando um pouco de caos no sistema.
Agora, esgotados os mais aflitos, autoridades sanitárias têm tido dificuldade para fazer com que o
contingente mais desencanado da população se vacine. Pelos dados oficiais, apenas 50% do pú-
blico-alvo foram imunizados. Por que a resistência?
Minha hipótese é que ficamos mal-acostumados. Algumas décadas com um razoável arsenal de
vacinas à disposição nos fizeram esquecer quão letais e devastadoras podem ser as epidemias
que campanhas de imunização previnem. Hoje é preciso ir ao interior da África para ver uma crian-
ça com pólio e as mortes por sarampo se tornaram uma raridade, mas moléstias infecciosas foram,
desde o surgimento da agricultura, um dos maiores assassinos da humanidade, perdendo apenas
para a fome e superando em muito as guerras.
A ciência, ao desenvolver imunizantes, mudou essa história. Extinguimos a varíola e reduzimos
drasticamente os óbitos por doenças infecciosas em todo o mundo. A OMS estima que, hoje, va-
cinações previnam entre 2 milhões e 3 milhões de mortes por ano. Daria para acrescentar mais
1,5 milhão de vidas poupadas, desde que a taxa de cobertura, atualmente estacionada nos 86%,
melhorasse.
Por falta de bom senso, porém, grupos ideologicamente tão díspares quanto fundamentalistas islâ-
396
micos do interior da África e liberais da classe média alta dos países desenvolvidos uniram esforços
para fazer campanhas contra a vacinação. Pior, há quem os ouça.
(Helio Schwartsman. Medo de injeção. Disponível em: https:// www1.folha.uol.com.br/colunas/ Acesso em 10.03.2018.
Adaptado)

O termo destacado na frase – Por falta de bom senso, porém, grupos ideologicamente tão díspa-
res... – tem sentido contrário, respectivamente, de
a) desiguais.
b) diferentes.
c) idênticos.
d) diversos.
e) heterogêneos.

QUESTÃO 28: VUNESP - CONT (PREF N ODESSA)/PREF NOVA ODESSA/2018


Assunto: Sinônimos e Antônimos

Cotas têm prós e contras

Levantamento feito pela Folha de São Paulo ao final de 2017 mostrou que, em boa parte dos cur-
sos universitários, alunos que ingressam por meio de cotas se formam com notas próximas dos
demais. O estudo usou os resultados de mais de 250 mil estudantes nas três últimas edições do
Enade e constatou que alunos cotistas chegam a ter notas melhores que os outros, por exemplo,
em odontologia.
É refrescante dispormos de dados objetivos sobre um assunto tantas vezes poluído por ideologias.
É inegável que ações afirmativas, como as cotas, são importantes mecanismos de justiça social em
um país tão profundamente injusto como o nosso. E as conclusões do levantamento indicam que
tais ferramentas são válidas também no plano acadêmico: não se confirmam os prognósticos de
que o ingresso de alunos cotistas resultaria em degradação da qualidade dos cursos.
O perigo é alguém acreditar que cotas resolvem alguma coisa no médio prazo. Nosso sistema edu-
cacional está doente, e cotas são como um antitérmico, que reduz o desconforto do paciente, mas
não ataca as causas da febre. O que precisamos é que a escola pública, democrática e gratuita,
ofereça formação de qualidade, para que as cotas se tornem desnecessárias. Não é uma utopia:
acontece em muitos outros países, inclusive mais pobres que o Brasil.
Ações afirmativas não podem servir de álibi para continuarmos oferecendo formação inferior aos
filhos das classes mais desfavorecidas. Até porque propiciar acesso à universidade a alguns des-
ses jovens deixa muita coisa por resolver. O mesmo levantamento mostra que as notas de cotistas
são sim inferiores à média nos cursos de exatas, possivelmente os mais críticos para o desenvol-
vimento do país.
Não é difícil aventar uma explicação. Em matemática, cada etapa prepara a seguinte, não é pos-
sível pular. Quem não aprendeu multiplicação, não vai nunca entender frações. Se a matemática
não é ensinada na escola, na faculdade é simplesmente tarde demais. E aí os benefícios da ação
afirmativa foram desperdiçados.
Na virada do ano, outra notícia alvissareira: a Unicamp, talvez a mais inovadora de nossas universi-
dades, aprovou a criação de até 10% de vagas extras em seus cursos para candidatos premiados
em competições escolares, como as Olimpíadas Brasileiras de Matemática e Física. Uma espécie
de “cotas por mérito”.
397
Como todas as ideias inteligentes e com potencial para fazer diferença, essa também desperta
oposição. Inclusive de setores que advogam as cotas sociais, o que talvez não seja surpreendente,
mas é certamente lamentável. Tomara que a inteligência prevaleça.
(Marcelo Viana. Folha de S.Paulo, 21.01.2018. Adaptado)

Considere as frases:
• Ações afirmativas não podem servir de álibi para continuarmos oferecendo formação inferior...

• Até porque propiciar acesso à universidade a alguns desses jovens...

• Na virada do ano, outra notícia alvissareira...

As palavras destacadas nas frases têm como sinônimos, respectivamente:


a) influência; conquistar; conflitante.
b) justificativa; oferecer; promissora.
c) motivo; realizar; polêmica.
d) iniciativa; permitir; inconsistente.
e) propósito; disponibilizar; impactante.

QUESTÃO 29: VUNESP - CONT (PREF N ODESSA)/PREF NOVA ODESSA/2018


Assunto: Sinônimos e Antônimos

Cotas têm prós e contras

Levantamento feito pela Folha de São Paulo ao final de 2017 mostrou que, em boa parte dos cur-
sos universitários, alunos que ingressam por meio de cotas se formam com notas próximas dos
demais. O estudo usou os resultados de mais de 250 mil estudantes nas três últimas edições do
Enade e constatou que alunos cotistas chegam a ter notas melhores que os outros, por exemplo,
em odontologia.
É refrescante dispormos de dados objetivos sobre um assunto tantas vezes poluído por ideologias.
É inegável que ações afirmativas, como as cotas, são importantes mecanismos de justiça social em
um país tão profundamente injusto como o nosso. E as conclusões do levantamento indicam que
tais ferramentas são válidas também no plano acadêmico: não se confirmam os prognósticos de
que o ingresso de alunos cotistas resultaria em degradação da qualidade dos cursos.
O perigo é alguém acreditar que cotas resolvem alguma coisa no médio prazo. Nosso sistema edu-
cacional está doente, e cotas são como um antitérmico, que reduz o desconforto do paciente, mas
não ataca as causas da febre. O que precisamos é que a escola pública, democrática e gratuita,
ofereça formação de qualidade, para que as cotas se tornem desnecessárias. Não é uma utopia:
acontece em muitos outros países, inclusive mais pobres que o Brasil.
Ações afirmativas não podem servir de álibi para continuarmos oferecendo formação inferior aos
filhos das classes mais desfavorecidas. Até porque propiciar acesso à universidade a alguns des-
ses jovens deixa muita coisa por resolver. O mesmo levantamento mostra que as notas de cotistas
são sim inferiores à média nos cursos de exatas, possivelmente os mais críticos para o desenvol-
vimento do país.
Não é difícil aventar uma explicação. Em matemática, cada etapa prepara a seguinte, não é pos-
sível pular. Quem não aprendeu multiplicação, não vai nunca entender frações. Se a matemática
não é ensinada na escola, na faculdade é simplesmente tarde demais. E aí os benefícios da ação
afirmativa foram desperdiçados.
398
Na virada do ano, outra notícia alvissareira: a Unicamp, talvez a mais inovadora de nossas universi-
dades, aprovou a criação de até 10% de vagas extras em seus cursos para candidatos premiados
em competições escolares, como as Olimpíadas Brasileiras de Matemática e Física. Uma espécie
de “cotas por mérito”.
Como todas as ideias inteligentes e com potencial para fazer diferença, essa também desperta
oposição. Inclusive de setores que advogam as cotas sociais, o que talvez não seja surpreendente,
mas é certamente lamentável. Tomara que a inteligência prevaleça.
(Marcelo Viana. Folha de S.Paulo, 21.01.2018. Adaptado)

Considere o trecho:
• Como todas as ideias inteligentes e com potencial para fazer diferença, essa também desperta

oposição. Inclusive de setores que advogam as cotas sociais...


Os termos em destaque no trecho têm como antônimos, respectivamente,
a) incerteza e exigem.
b) aceitação e combatem.
c) indicação e contestam.
d) indiferença e repelem.
e) confrontação e desprezam.

QUESTÃO 30: VUNESP - ADV (PREF REGISTRO)/PREF REGISTRO/2018


Assunto: Sinônimos e Antônimos

Eram dez da noite, estava escuro, e a americana Elaine Herzberg, de 49 anos, resolveu atravessar
uma avenida em Tempe, cidade de 160 mil habitantes no sul dos EUA. Ela estava fora da faixa,
o sinal estava aberto para os carros, e logo aconteceu o pior. Elaine foi atropelada por um veículo
utilitário esportivo de 2 000 quilos, a 61 km/h. Morreu no ato. Seria apenas mais uma vítima do
trânsito, não fosse por um motivo: um robô estava dirigindo o veículo. Elaine foi a primeira pedestre
morta por um carro autônomo. Eles provavelmente vão atropelar mais pessoas. E, toda vez que
isso acontecer, a opinião pública ficará assustada (a empresa dona do carro que matou Elaine
interrompeu seus testes após o acidente) Mas já existe uma tecnologia que promete erradicar os
acidentes com veículos autônomos e mudar outros aspectos da vida humana: a quinta geração da
telefonia celular, ou 5G.
Ela é tão importante que o governo dos EUA chegou a cogitar a construção de uma rede 5G estatal,
só para não ficar atrás dos chineses (que vão inaugurar a sua no final deste ano). As operadoras
americanas se mexeram, e agora prometem montar redes 5G em 30 cidades do país até dezembro
– antes mesmo dos celulares compatíveis com essa tecnologia, que só vão começar a chegar ao
mercado ano que vem.
A grande novidade das redes 5G é que elas trabalham em frequências mais altas, ou seja, nas
quais as ondas eletromagnéticas oscilam mais vezes por segundo. Graças a isso, o 5G promete
três vantagens: mais velocidade, maior número de conexões e menor latência.
Essa terceira novidade das redes 5G, a baixa latência, consiste no tempo que cada antena ou pon-
to de rede leva para processar – e, se for o caso, repassar – os dados. As ondas eletromagnéticas
usadas para transmitir informações (seja no 5G, no Wi-Fi, ou qualquer outra rede sem fio) viajam
sempre na mesma velocidade: a da luz. Porém, na prática, a transmissão de dados sempre é mais
lenta. Na tecnologia 5G, a latência é 50 vezes menor. A transmissão é praticamente instantânea – e

399
isso abre várias possibilidades.

Mas talvez o benefício mais imediato de todos seja o fim das franquias de dados. A capacidade da
rede 5G é tão enorme que as operadoras poderão oferecer planos sem limites de dados – e você
poderá usar seu celular à vontade, como hoje usa a internet da sua casa.
(Superinteressante, maio de 2018. Adaptado)

Considere os trechos:
• Mas já existe uma tecnologia que promete erradicar os acidentes com veículos autônomos...

• As operadoras americanas se mexeram...

• ... as ondas eletromagnéticas oscilam mais vezes por segundo.

Os termos destacados significam, correta e respectivamente:


a) avaliar; se apressaram; se agitam.
b) amenizar; se mobilizaram; se mexem.
c) eliminar; se apressaram; se movem.
d) evitar; se aperfeiçoaram; se fixam.
e) prever; se estimularam; se espalham.

QUESTÃO 31: VUNESP - CONT (CM COTIA)/CM COTIA/2017


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Leia o texto a seguir para responder à questão.

Notícias falsas sempre circularam. Sobretudo nos estratos menos expostos ao jornalismo e a ou-
tras formas de conhecimento verificável, boatos encontram terreno para se propagar.
Basta recordar a persistente crença sobre a falsidade das viagens tripuladas à Lua, cujas imagens
teriam sido forjadas pela Nasa. No âmbito nacional, murmurou-se durante anos que o presidente
Tancredo Neves fora vítima de um atentado que se dissimulara como doença.
A novidade é que as redes sociais da internet se mostram o veículo ideal para a difusão de notícias
falsas. Não apenas estapafúrdias, como seria de esperar, mas às vezes inventadas de modo a fa-
vorecer interesses e prejudicar adversários.
A circulação instantânea, própria desse meio, propicia a formação de ondas de credulidade. Esti-
muladas pelos algoritmos das empresas que integram o oligopólio da internet, essas ondas confe-
rem escala e ritmo inéditos à tradicional circulação de boatos.
Dado que as pessoas, nas redes sociais, tendem a se agregar por afinidade de crenças, não é difí-
cil que os rumores se disseminem sem serem confrontados por crítica ou contraponto.
O melhor antídoto para os males da liberdade de expressão é a própria liberdade de expressão,
que tende a encontrar formas de se autocorrigir. E o melhor antídoto contra as falsidades apresen-
tadas como jornalismo é a prática do bom jornalismo, comprometido com a veracidade dos fatos
que relata e com a pluralidade de pontos de vista no que concerne às questões controversas.
Embora haja remédios legais para reparar os excessos, a maioria dos casos passará despercebida
no ruído incessante da internet.
(Folha de S.Paulo, 26.02.2017. Adaptado)

Observe as passagens do texto:

400
– ... boatos encontram terreno para se propagar. (1º parágrafo);
– Não apenas estapafúrdias, como seria de esperar... (3º parágrafo);

– ... tendem a se agregar por afinidade de crenças... (5º parágrafo);

– E o melhor antídoto contra as falsidades apresentadas como jornalismo... (6º parágrafo).

No contexto em que estão empregados, os termos destacados podem ser substituídos, sem altera-
ção de sentido, respectivamente, por:
a) campo; improváveis; comparar; contraveneno.
b) espaço; coerentes; relacionar; veneno.
c) extensão; excêntricas; conduzir; recurso.
d) condição; esdrúxulas; reunir; corretivo.
e) propriedade; singulares; juntar; prejuízo.

QUESTÃO 32: VUNESP - PSIJ (TJ SP)/TJ SP/2017


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Leia o texto para responder à questão.

Com quase quatro anos, minha filha começa a compreender um elemento fundamental da exis-
tência: o tempo. Meu filho, de dois, não tem a menor ideia
haja um antes e um depois. Sua vida é um agora contínuo, uma tela diante passam mamadeira,
berço, carrinho, pudim, avó, banho, Lego, minhoca.
Outro dia me meti numa encrenca resolvi falar que “amanhã” seria aniversário
dele e ele iria ganhar presente. Ele abriu um sorriso, pediu o presente. Eu disse “amanhã”. Ele
pediu de novo, educadamente, mas já sem o sorriso. Não entendia eu não lhe dava o pre-
sente. Repeti, educadamente (e sorrindo muitíssimo), que o presente seria dado “amanhã”. Foi
aquela choradeira. Claro.
(Antonio Prata, “Eu não quero ficar velhinha”. Folha de S.Paulo, 19.02.2017. Adaptado)

Na frase “Sua vida é um agora contínuo...”, o termo em destaque significa


a) intermitente.
b) imediato.
c) efêmero.
d) inconstante.
e) perene.

QUESTÃO 33: VUNESP - ASJ (TJ SP)/TJ SP/2017


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Leia os quadrinhos.

401
(Folha de S.Paulo, 28.03.2017)

Nas palavras da personagem, o termo “sublime” significa


a) introspectivo.
b) comum.
c) repreensível.
d) utópico.
e) magnífico.

QUESTÃO 34: VUNESP - CI (IPRESB)/IPRESB/2017


Assunto: Sinônimos e Antônimos

A questão baseia no texto apresentado abaixo.

Um dos problemas que democracias enfrentam é o de como lidar com aqueles que negam seus
princípios elementares, mas não chegam a conspirar para dar um “putsch”*. Entra nessa categoria
a manifestação orquestrada por supremacistas brancos em Charlottesville, na Virgínia.
Não há como conciliar uma ideologia francamente racista, como a defendida pelos organizadores
da marcha, em que se viam suásticas e se gritavam slogans contra negros, com a noção, nuclear
para a democracia, de que os direitos de minorias precisam ser sempre respeitados. Mas usar a lei
para silenciar esses grupos também não é uma solução satisfatória, pois viola outro pressuposto
essencial da democracia, a liberdade de expressão. Como sair do paradoxo? Quão tolerante a de-
mocracia deve ser com os intolerantes?
Penso que os americanos lidam bem com esse tipo de situação. Os EUA são um dos poucos paí-
ses que levam a liberdade de expressão realmente a sério, permitindo que qualquer grupo exponha
qualquer ideia e mobilize seus simpatizantes para defendê-la. E “qualquer” aqui não é força de
expressão. Nos anos 70, a Suprema Corte ratificou o direito de um grupo nazista de realizar uma
passeata em Skokie, cidade habitada por vários sobreviventes do Holocausto.
Como a democracia nos EUA nunca foi seriamente ameaçada por grupos extremistas domésticos,

402
não dá para dizer que a virtual sacralização da liberdade de expressão pelos tribunais seja um tiro
no pé. Fica claro, porém, que o país se vale de outros mecanismos (sociais) para manter o radica-
lismo sob controle. É aqui que surgem motivos para preocupação.
O grave não é que supremacistas brancos tenham conseguido fazer uma manifestação nos EUA,
mas sim que o presidente do país, que deveria atuar como uma espécie de bússola nas grandes
questões morais, tenha relutado tanto em condenar o evento racista de forma inequívoca. (Hélio
Schwartsman, Tolerar a intolerância?
http://www1.folha.uol.com.br. 15.08.2017. Adaptado) *putsch: golpe.

Considere as seguintes passagens: … a Suprema Corte ratificou o direito de um grupo nazista de


realizar uma passeata em Skokie… … não dá para dizer que a virtual
sacralização da liberdade de expressão… As palavras destacadas têm, respectivamente, como
sinônimo e antônimo adequados ao contexto:
a) anulou e destituição.
b) cerceou e beatificação.
c) avaliou e entronização.
d) monitorou e maculação.
e) validou e profanação.

QUESTÃO 35: VUNESP - AFF (TCE-SP)/TCE-SP/”SEM ÁREA”/2017


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Leia a charge para responder à questão:

(Duke. http://www.otempo.com.br)

No plano da linguagem verbal, o humor da charge advém do fato de o marido, no pedido da mulher,
entender o verbo “acertar” com significado de
a) resolver.
b) consertar.
c) endireitar.
d) atingir.
e) ajustar.

QUESTÃO 36: VUNESP - AFF (TCE-SP)/TCE-SP/”SEM ÁREA”/2017


Assunto: Sinônimos e Antônimos

Avaliar os servidores

403
Instituições funcionam bem quando conseguem promover os incentivos corretos. Em se tratando
do serviço público, isso significa recompensar o mérito e o esforço, evitando que funcionários su-
cumbam às forças da inércia.
Uma das razões do fracasso do socialismo real, recorde- -se, foi a ausência de estímulos do gê-
nero aos trabalhadores. Para estes, a escolha racional era não chamar a atenção dos superiores,
negativa ou positivamente.
A gestão de pessoal no Estado brasileiro não chega a reproduzir um modelo soviético, mas carece
de sistema eficaz de incentivos e sanções. Com efeito, políticas de bônus por produtividade nas
carreiras públicas ainda são tímidas e raramente bem desenhadas.
Já a dispensa de servidores por insuficiência de desempenho, embora prevista na Constituição,
não pode ser posta em prática porque o Congresso nunca elaborou uma lei complementar que
regulamentasse a avaliação dos profissionais, como a Carta exige.
Vislumbra-se, agora, uma possibilidade de avanço. Discute- se no Senado projeto que cria um sis-
tema de avaliação periódica, a ser adotado por União, Estados e
municípios, que poderá levar à exoneração de servidores que obtenham, por sucessivas vezes (o
número exato ainda é objeto de negociação), notas inferiores a 30% da pontuação máxima.
Será ingenuidade, entretanto, contar com uma aprovação fácil – os sindicatos da categoria já se
mobilizam contra o texto.
Tampouco se deve imaginar que basta uma lei para alterar o statu quo. Sistemas de avaliação de
servidores já existentes em alguns órgãos muitas vezes não passam de um jogo de cena corpora-
tivista, que acaba por distribuir premiações quase generalizadas.
As dificuldades, contudo, não podem ser pretexto para o imobilismo. O projeto se apresenta como
um passo inicial importante; uma vez posto em prática, a experiência servirá de base para even-
tuais aperfeiçoamentos.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 29.09.2017. Adaptado)

Nas passagens – … evitando que funcionários sucumbam às forças da inércia. – e – … políticas


de bônus por produtividade nas carreiras públicas ainda são tímidas e raramente bem desenha-
das. –, os termos em destaque significam, correta e respectivamente:
a) cedam, apatia, débeis, planejadas.
b) obedeçam, mobilização, precárias, delineadas.
c) entreguem-se, incapacidade, omissas, visíveis.
d) oponham-se, estagnação, fracas, forjadas.
e) aspirem, transformação, simples, concebidas.

QUESTÃO 37: VUNESP - AFF (TCE-SP)/TCE-SP/”SEM ÁREA”/2017


Assunto: Sinônimos e Antônimos

Briga de irmãos... Nós éramos cinco e brigávamos muito, recordou Augusto, olhos perdidos num
ponto X, quase sorrindo. Isto não quer dizer que nos detestássemos. Pelo contrário. A gente gos-
tava bastante uns dos outros e não podia viver na separação. Se um de nós ia para o colégio (era
longe o colégio, a viagem se fazia a cavalo, dez léguas na estrada lamacenta, que o governo não
consertava.), os outros ficavam tristes uma semana. Depois esqueciam, mas a saudade do mano
muitas vezes estragava o nosso banho no poço, irritava ainda mais o malogro da caça de passari-

404
nho: “Se Miguel estivesse aqui, garanto que você não deixava o tiziu fugir”, gritava Édison. “Você
assustou ele falando alto... Miguel te quebrava a cara”. Miguel era o mais velho, e fora fazer o seu
ginásio. Não se sabe bem por que a sua presença teria impedido a fuga do pássaro, nem ainda
por que o tapa no rosto de Tito, com o tiziu já longínquo, teria remediado o acontecimento. Mas o
fato é que a figura de Miguel, evocada naquele instante, embalava nosso desapontamento e de
certo modo participava dele, ajudando-nos a voltar para casa de mãos vazias e a enfrentar o risinho
malévolo dos Guimarães: “O que é que vocês pegaram hoje?” “Nada”. Miguel era deste tamanho,
impunha -se. Além disto, sabia palavras difíceis, inclusive xingamentos, que nos deixavam de boca
aberta, ao explodirem na discussão, e que decorávamos para aplicar na primeira oportunidade, em
nossas brigas particulares com os meninos da rua. Realmente, Miguel fazia muita falta, embora
cada um de nós trouxesse na pele a marca de sua autoridade. E pensávamos com ânsia no seu
regresso, um pouco para gozar de sua companhia, outro pouco para aprender nomes feios, e bas-
tante para descontar os socos que ele nos dera, o miserável.
(Carlos Drummond de Andrade, A Salvação da Alma. Em: O sorvete e outras histórias.)

Nas passagens – … irritava ainda mais o malogro da caça de passarinho … – e – …com o tiziu já
longínquo … –, os termos destacados têm como antônimos, respectivamente:
a) infortúnio e distante.
b) êxito e apartado.
c) revés e perto.
d) sorte e imperceptível.
e) sucesso e próximo.

QUESTÃO 38: VUNESP - AFF (TCE-SP)/TCE-SP/ADMINISTRAÇÃO/2017


Assunto: Sinônimos e Antônimos

A eletricidade produzida a partir da luz do sol, ou energia fotovoltaica, aparece como a grande es-
trela do relatório “Renováveis 2017 – Análise e Previsões para 2022”, da Agência Internacional de
Energia (AIE.) E a maior responsável por isso, mais uma vez, é a China.
A geração solar foi a que mais cresceu entre as energias renováveis, alcançando quase a metade
(45%) dos 165 gigawatts de capacidade adicionada em 2016, excluídas fontes de origem fóssil
(carvão, petróleo e gás natural) e nuclear.
O Brasil instalou 7,8 GW de renováveis no ano passado – de um total de 9,5 GW no país –, re-
partidos entre usinas hidrelétricas (5,2 GW) e eólicas (2,6 GW). Mantém uma das matrizes de
geração mais limpas, mas contribui com menos de 5% do crescimento verde mundial.
Já a China responde por 40% da capacidade renovável adicionada em 2016, e a maior parte disso
provém da energia solar. O governo de Pequim incentiva essa fonte limpa na tentativa de minorar
a poluição do ar gerada por termelétricas a carvão, grave problema de saúde pública e inquietação
social.
Sob esse estímulo, o país asiático já representa 50% da demanda global por painéis fotovoltaicos
e manufatura 60% desses equipamentos.
Salta aos olhos a irrelevância do Brasil no que respeita à energia solar fotovoltaica. Algumas gran-
des centrais começam a ser instaladas, mas o investimento nacional na mais dinâmica fonte alter-
nativa é desprezível, em termos mundiais.
O país só se destaca, no relatório da AIE, na seara das fontes renováveis para o setor de trans-

405
porte. Embora o noticiário se concentre na voga dos veículos elétricos, o estudo ressalta que os
biocombustíveis – como etanol e biodiesel – permanecerão como opções mais viáveis.
Sim, o Brasil conta com a matriz elétrica mais limpa entre nações de grande porte e liderança in-
conteste em álcool combustível. O futuro, no entanto, é solar.
(Editorial. Império do sol. Folha de S.Paulo, 10.10.2017. Adaptado)

Nas passagens “aparece como a grande estrela do relatório”, “Já a China responde por 40% da
capacidade renovável” e “na tentativa de minorar a poluição do ar”, os termos em destaque
significam, correta e respectivamente:
a) atração; corresponde a; extinguir.
b) insígnia; é produtora de; relativizar.
c) influência; retribui; incentivar.
d) figura; equivale a; amenizar.
e) destaque; é responsável por; diminuir.

QUESTÃO 39: VUNESP - AFF (TCE-SP)/TCE-SP/ADMINISTRAÇÃO/2017


Assunto: Sinônimos e Antônimos

A vontade do falecido

Alguns dias depois, deu-se o evento. Seu Irineu pisou no prego e esvaziou. Apanhou um resfriado,
do resfriado passou à pneumonia, da pneumonia passou ao estado de coma e do estado de coma
não passou mais. Levou pau e foi reprovado. Um médico do SAMDU*, muito a contragosto, com-
pareceu ao local e deu o atestado de óbito.
Tudo que era parente com razoáveis esperanças de herança foi velar o morto.
Tomou-se conhecimento de uma carta que estava cuidadosamente colocada dentro do cofre, sobre
o dinheiro deixado por seu Irineu. E na carta o velho dizia: “Quero ser enterrado junto com a quantia
existente nesse cofre, que é tudo o que eu possuo e que foi ganho com o suor do meu rosto, sem
a ajuda de parente vagabundo nenhum”. E, por baixo, a assinatura com firma reconhecida para
não haver dúvida: Irineu de Carvalho Pinto Boaventura.
Para quê! Nunca se chorou tanto num velório, sem se ligar pro morto. A parentada chorava às pam-
pas, mas não apareceu ninguém com peito para desrespeitar a vontade do falecido.
Foi quase na hora do corpo sair. Desde o momento em que se tomou conhecimento do que a carta
dizia, que Altamirando imaginava um jeito de passar o morto para trás. Era muita sopa deixar aque-
le dinheiro ali pro velho gastar com minhoca. Pensou, pensou e, na hora que iam fechar o caixão,
ele deu o grito de “pera aí”. Tirou os sessenta milhões de dentro do caixão, fez um cheque da mes-
ma importância, jogou lá dentro e disse “fecha”.
– Se ele precisar, mais tarde desconta o cheque no Banco.

* SAMDU – Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência, já extinto. (Stanislaw Ponte Preta. Dois ami-
gos e um chato, 1986. Adaptado)
Nas passagens “Um médico do SAMDU, muito a contragosto, compareceu ao local…” e “A paren-
tada chorava às pampas…”, as expressões em destaque opõem-se, quanto ao sentido, respecti-
vamente, a:
a) com alegria; metodicamente.
b) com ojeriza; placidamente.

406
c) com esmero; intensamente.
d) com desdém; ocasionalmente.
e) com satisfação; comedidamente.

QUESTÃO 40: VUNESP - CUP (SEPOG SP)/SEPOG SP/ORÇAMENTO E CONTABILI-


DADE PÚBLICA/2017
Assunto: Sinônimos e Antônimos
Leia o texto para responder à questão a seguir.

A cada dia que passa, amplia-se o cerco do sistema político sobre o aparato de Justiça. O mais
recente movimento veio com a inclusão, na reforma política, de um limite de dez anos para o man-
dato dos ministros do Supremo Tribunal Federal. O objetivo é reduzir o poder do tribunal, tornando
os ministros mais dependentes do poder político e cautelosos ao tomar decisões que afetem in-
teresses dos poderosos.
A reação do corpo político contra o protagonismo assumido pelo sistema de Justiça nos últimos
anos não deve causar surpresa. Esse é o padrão observado em países como a Rússia, África do
Sul, Colômbia, ou mesmo Itália, onde a ambição da Justiça de controlar a corrupção e o arbítrio foi
duramente punida pelas forças políticas.
Nesse cenário, não surpreende que muitas pessoas estejam cada vez mais céticas de que a Jus-
tiça irá levar a cabo a sua função de aplicar a lei de forma imparcial a todos. O grande desafio do
sistema de Justiça neste momento é não capitular.
(Oscar Vilhena Vieira. “O desafio da Justiça é não capitular às pressões dos demais Poderes”. Em: Folha de S.Paulo,
19.08.2017. Adaptado)

Na passagem do segundo parágrafo “A reação do corpo político contra o protagonismo assumido


pelo sistema de Justiça...”, o termo em destaque significa
a) segundo plano.
b) postura populista.
c) papel central.
d) posição auxiliar.
e) condição de espectador.

QUESTÃO 41: VUNESP - CUP (SEPOG SP)/SEPOG SP/ORÇAMENTO E CONTABILI-


DADE PÚBLICA/2017
Assunto: Sinônimos e Antônimos
Leia o texto para responder à questão a seguir.

A cada dia que passa, amplia-se o cerco do sistema político sobre o aparato de Justiça. O mais
recente movimento veio com a inclusão, na reforma política, de um limite de dez anos para o man-
dato dos ministros do Supremo Tribunal Federal. O objetivo é reduzir o poder do tribunal, tornando
os ministros mais dependentes do poder político e cautelosos ao tomar decisões que afetem in-
teresses dos poderosos.
A reação do corpo político contra o protagonismo assumido pelo sistema de Justiça nos últimos
anos não deve causar surpresa. Esse é o padrão observado em países como a Rússia, África do
Sul, Colômbia, ou mesmo Itália, onde a ambição da Justiça de controlar a corrupção e o arbítrio foi
duramente punida pelas forças políticas.
407
Nesse cenário, não surpreende que muitas pessoas estejam cada vez mais céticas de que a Jus-
tiça irá levar a cabo a sua função de aplicar a lei de forma imparcial a todos. O grande desafio do
sistema de Justiça neste momento é não capitular.
(Oscar Vilhena Vieira. “O desafio da Justiça é não capitular às pressões dos demais Poderes”. Em: Folha de S.Paulo,
19.08.2017. Adaptado)

No trecho do último parágrafo “... a Justiça irá levar a cabo a sua função de aplicar a lei de forma
imparcial a todos.”, a oração em destaque sintetiza a ideia de
a) equanimidade.
b) lealdade.
c) segregação.
d) honra.
e) cisão.

QUESTÃO 42: VUNESP - CUP (SEPOG SP)/SEPOG SP/ORÇAMENTO E CONTABILI-


DADE PÚBLICA/2017
Assunto: Sinônimos e Antônimos
Leia o texto para responder à questão a seguir.

As leis contra a corrupção ficaram mais duras. Os juízos estão mais rigorosos. Os procuradores
têm mais meios para investigar os casos suspeitos. E a população hoje é mais bem informada e
reage instantaneamente – nas redes sociais ou nas ruas – aos escândalos envolvendo pessoas
públicas. Na América Latina, na Europa e em algumas regiões da Ásia, essa é a nova realidade
da política. Manifestações organizadas pelo mundo, como na Romênia no início de 2017 ou na Co-
reia do Sul em 2016 – que levou ao impeachment da presidente Park Geun-hye –, são alguns dos
exemplos desse novo cenário. É a reação de quem há muito tempo está descrente.
No mundo, a punição aos crimes de corrupção também cresceu num ritmo notável. Segundo um
relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), de 1999 a
2014, foram revelados mais de 400 casos de corrupção internacional, nos quais mais de 260 indi-
víduos e 160 empresas e órgãos públicos foram investigados, denunciados e receberam algum tipo
de sanção. O país mais ativo no combate a esses crimes ainda são, de longe, os Estados Unidos
– o que mostra que os demais têm um longo caminho pela frente. A boa notícia é que isso vem
acontecendo. Alemanha, Coreia do Sul, Itália, Suíça, Reino Unido e França também aparecem na
lista dos países que conseguiram identificar e punir os crimes.
(Felipe Serrano. “Não é só no Brasil que os corruptos ficaram sem lugar”. Exame, 02.08.2017. Adaptado)

Nas passagens “As leis contra a corrupção ficaram mais duras” (1° parágrafo), “e reage instanta-
neamente” (1° parágrafo), “cresceu num ritmo notável” (2°parágrafo) e “receberam algum tipo
de sanção” (2° parágrafo), os termos destacados estão empregados, correta e respectivamente,
com os sentidos de
a) árduas, paulatinamente, memorável, agravo.
b) resistentes, vigorosamente, ínfimo, orientação.
c) severas, rapidamente, extraordinário, pena.
d) complexas, plenamente, considerável, castigo.
e) implacáveis, diuturnamente, vultoso, sentença.

408
QUESTÃO 43: VUNESP - ADV (CM BARRETOS)/CM BARRETOS/2017
Assunto: Sinônimos e Antônimos
Leia o texto para responder à questão a seguir. Utilidades demais

Flanando outro dia pela avenida Rio Branco, vi-me sem querer numa galeria formada por came-
lôs na cidade do Rio de Janeiro. E, como estava ali, caí na tentação de procurar um objeto: uma
lanterninha, daquelas micro, de plástico, a pilha. O camelô me mostrou uma pequena peça, que
acoplou a seu celular, e produziu um jatinho de luz. Agradeci e respondi que não me servia – “Não
uso celular”, expliquei.
O camelô se escandalizou: “Não usa celular???”, perguntou, com vários pontos de interrogação e
num volume que o fez ser ouvido por todo mundo em volta. A frase se espalhou pelos demais
camelôs e, em segundos, à medida que eu passava pelo corredor humano, podia sentir os dedos
apontados para mim e a frase: “Não usa celular!!!”. Para eles, eu devia equivaler a alguém que
ainda não tinha aderido ao banho quente ou à luz elétrica. Acho até que um camelô me fotografou,
talvez para mostrar a algum amigo incrédulo – como pode haver, em 2017, quem não use celular?
Consciente de ser um anacronismo ambulante, confesso-me esta pessoa e me atrevo a dizer que o
celular nunca me fez falta – e continua não fazendo. Para me comunicar, vivo hoje mais ou menos
como em 1990, quando o treco ainda não existia e nem se pensava no assunto.
Ninguém deixa de falar comigo por falta de telefone. Se estou em casa, atendo àquele aparelho
que hoje chamam, com desprezo, de “fixo”. Se tiver de sair, faço as ligações de que preciso e vou
alegremente para a rua. Se eu estiver fora e alguém me telefonar, paciência – se for importante,
ligará de novo.
Por que não uso celular? Porque, com suas 1001 utilidades, tipo Bombril, ele é capaz de me escra-
vizar. O único jeito é manter-me à distância – até o dia em que, com ou sem ele, provavelmente
ficarei inviável de vez.
(Ruy Castro. Folha de S.Paulo. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/ruycastro/2017/07/1905766-utili-
dades-demais.shtml. Publicado em 31.07.2017. Adaptado)

O termo destacado na frase “Flanando outro dia pela avenida Rio Branco...” pode ser corretamente
substituí- do, sem alteração do sentido do texto, por
a) perambulando.
b) procurando.
c) observando.
d) voltando.
e) correndo.

QUESTÃO 44: VUNESP - BIBLIO (CM MARÍLIA)/CM MARÍLIA/2017


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Leia o texto para responder s questão a seguir.

A fórmula chinesa A China vai virar uma democracia? Liberais, especialmente os da vertente ins-
titucionalista, apostam que ou ela se transforma numa sociedade aberta ou verá o fim de sua
pujança econômica. Pequim, porém, parece empenhada em desmentir os liberais.
Um resumo rápido do último quinquênio sob a liderança de Xi Jinping é que o dirigente, que acaba
de ser escolhido para permanecer mais cinco anos à frente do Partido Comunista chinês, con-

409
seguiu concentrar poderes e sufocar as tímidas tentativas de abertura, tudo isso sem ameaçar o
crescimento.
Os liberais, porém, não precisam, por enquanto, atirar a toalha. Como nunca deram um prazo pre-
ciso para que sua profecia se concretizasse, não foram formalmente contraditados. É até possível
que tenham razão e que, em horizontes mais dilatados, a China ou promova uma abertura ou sofra
um apagão econômico.
O pressuposto teórico dessa tese é bastante razoável. A prosperidade sustentável, afinal, depende
de um fluxo constante de inovações e ganhos de produtividade que são coibidos quando indiví-
duos não podem trocar ideias livremente.
Dá para construir uma boa argumentação mostrando que esse foi um grande problema na antiga
URSS e contribuiu para seu ocaso* econômico.
O ponto central é descobrir se a liberdade é condição necessária para o desenvolvimento científico
e econômico ou só um tempero desejável. Gostaria de acreditar na primeira alternativa, mas receio
que ela não passe de um desejo liberal. Não me parece “a priori” impossível criar um sistema for-
temente autoritário na política e suficientemente liberal nas áreas científicas. A China pelo menos
tem conseguido.
(Hélio Schwartsman. Folha de São Paulo. 27.10.2017. Adaptado)
* enfraquecimento que leva à destruição; perda de influência, de poder; decadência.

Assinale a alternativa cujo termo apresentado entre parênteses substitui, sem prejuízo de sentido
do texto, o termo destacado na frase.
a) Liberais, especialmente os da vertente institucionalista… (objeção)
b) … se transforma numa sociedade aberta ou verá o fim de sua pujança econômica. (presunção)
c) … não foram formalmente contraditados. (esnobados)
d) É até possível que tenham razão e que, em horizontes mais dilatados… (previsíveis)
e) … fluxo constante de inovações e ganhos de produtividade que são coibidos quando indiví-
duos não podem trocar ideias livremente. (impedidos)

QUESTÃO 45: VUNESP - ARQ (PREF MARÍLIA)/PREF MARÍLIA/2017


Assunto: Sinônimos e Antônimos
Leia o texto para responder à questão.

Rubem Braga e Mário de Andrade, dois bicudos que não se davam

Qual a razão da desavença entre Rubem Braga e Mário de Andrade, dois dos mais influentes es-
critores brasileiros do século 20? Era sabido que os bicudos jamais se beijaram, e a leitura de “Os
Moços Cantam & Outras Crônicas Sobre Música” – um dos três títulos de uma caixa recém-lançada
– põe mais lenha na fogueira da vaidade literária.
Em texto que permanecia inédito em livro, publicado em 1957 no “Diário de Notícias”, Rubem Braga
conta que, em cartas, o autor modernista se referia a ele como “asa negra da minha vida”. Macabro,
não?
O cronista desconfia que a hostilidade começou durante a Revolução de 1932. Com 19 anos, Braga
cobriu a revolta armada contra Getúlio Vargas, chegando a ser preso como espião. O paulista não
teria gostado do tom irônico das reportagens. Um ano depois, os dois se encontraram na redação
do jornal “Diário de São Paulo”. Braga, que ocupava a mesa ao lado daquela em que Mário vinha à

410
noite escrever sua crítica de música, tentou uma aproximação – mas não foi bem recebido.

Já tendo se transformado no velho Braga, com as vastas sobrancelhas e o bigode em forma de


trapézio que lhe conferiam um ar ainda mais carrancudo, o “Sabiá da Crônica” não poupou bicadas:
“Em assuntos de amizade, tenho horror dessa história de ‘trocar de bem’ e ‘trocar de mal’, e o maior
tédio a confissões, acertos de conta, explicações sentimentais com homens”.
O fato é que Rubem Braga foi, entre os jovens intelectuais dos anos 1930, o único que não recebeu
uma carta do guru Mário de Andrade. Se tivessem trocado um bilhetinho que seja, poderiam ter
sido amigos. Ao menos, por correspondência.
(Álvaro Costa e Silva. Folha de S.Paulo, 11.10.2016. Adaptado)

Na frase que abre o texto, o vocábulo influentes está corretamente substituído pelo sinônimo:
a) pretensiosos.
b) extravagantes.
c) prestigiosos.
d) austeros.
e) renitentes.

DESIGNERS
PEDRO ANTÔNIO - @PEDROANTONIO50
LUIS FELIPE - @LUISFELIPE.MELO.12

411
GABARITO


CLASSES DE PALAVRAS

1) A 26) B
2) E 27) C
3) A 28) B
4) B 29) C
5) D 30) D
6) C 31) E
7) E 32) C
8) E 33) B
9) D 34) A
10) C 35) A
11) A 36) E
12) D 37) B
13) C 38) D
14) D 39) E
15) A 40) B
16) D 41) A
17) A 42) B
18) C 43) A
19) A 44) B
20) B 45) E
21) C 46) E
22) D 47) D
23) A 48) C
24) E 49) E
25) E 50) A
COLOCAÇÃO PRONOMINAL

1) C 22) C
2) C 23) E
3) C 24) C
4) E 25) D
5) B 26) A
6) A 27) E
7) A 28) C
8) D 29) A
9) A 30) E
10) E 31) A
11) D 32) A
12) A 33) E
13) A 34) A
14) E 35) D
15) D
16) B
17) E
18) C
19) D
20) C
412
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL

1) E 28) C
2) A 29) A
3) E 30) C
4) E 31) A
5) E 32) A
6) A 33) C
7) B 34) A
8) A 35) B
9) C
10) D
11) B
12) B
13) D
14) C
15) C
16) C
17) B
18) C
19) D
20) B
21) C
22) C
23) C
24) A
25) C
26) A
27) A
CRASE

1) E 22) A
2) A 23) E
3) E 24) D
4) C 25) A
5) D 26) E
6) D 27) C
7) C 28) A
8) C 29) A
9) B 30) C
10) D 31) B
11) E 32) C
12) E 33) D
13) E 34) E
14) E 35) A
15) E
16) A
17) B
18) C
19) D
20) C
21) C

413
INTERPRETAÇÃO
1) E 51) E 101) A
2) A 52) B 102) B
3) D 53) D 103) B
4) B 54) B 104) E
5) C 55) A 105) D
6) D 56) D 106) B
7) A 57) A 107) E
8) B 58) B 108) C
9) A 59) C 109) B
10) E 60) D 110) E
11) C 61) B 111) E
12) D 62) B 112) D
13) D 63) A 113) E
14) B 64) C 114) C
15) D 65) C 115) A
16) A 66) D 116) D
17) D 67) B 117) C
18) C 68) A 118) C
19) D 69) B 119) B
20) B 70) D 120) E
21) D 71) D 121) D
22) E 72) C 122) D
23) B 73) A 123) E
24) E 74) D 124) D
25) B 75) D 125) D
26) C 76) C 126) A
27) D 77) B 127) B
28) C 78) A 128) E
29) A 79) D 129) C
30) C 80) C 130) C
31) D 81) A 131) A
32) C 82) C 132) D
33) D 83) D 133) D
34) E 84) A 134) C
35) D 85) B 135) B
36) D 86) B 136) C
37) C 87) E 137) D
38) D 88) C 138) C
39) C 89) D 139) B
40) D 90) A 140) D
41) B 91) C 141) E
42) B 92) B 142) C
43) D 93) A 143) C
44) E 94) C 144) E
45) E 95) B 145) A
46) C 96) C 146) D
47) E 97) B 147) B
48) A 98) E 148) E
49) B 99) A 149) C
50) B 100) C 150) D
414
PONTUAÇÃO
1) B 30) E
2) A 31) E
3) D 32) A
4) C 33) A
5) A 34) A
6) C 35) A
7) B 36) D
8) C 37) B
9) B 38) B
10) C 39) C
11) B 40) E
12) C 41) D
13) D 42) E
14) C 43) D
15) C 44) B
16) C 45) A
17) B
18) C
19) A
20) A
21) D
22) E
23) B
24) A
25) D
26) D
27) D
28) E
29) A
REGÊNCIA
1) D 23) E
2) A 24) A
3) D 25) D
4) D 26) E
5) B 27) E
6) B 28) A
7) E 29) D
8) B 30) D
9) B 31) D
10) D 32) C
11) C 33) E
12) C 34) B
13) B 35) B
14) E
15) A
16) A
17) D
18) B
19) E
20) D
21) A
22) A

415
SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS

1) D 26) E
2) B 27) C
3) E 28) E
4) B 29) B
5) B 30) E
6) E 31) E
7) B 32) B
8) E 33) C
9) B 34) E
10) D 35) D
11) C
12) B
13) C
14) A
15) D
16) E
17) D
18) C
19) E
20) C
21) A
22) B
23) B
24) C
25) B
SINGIFICAÇÃO CONTEXTUAL DE PALAVRAS E EXPRESSÕES

1) A 25) E
2) C 26) E
3) D 27) C
4) A 28) D
5) E 29) E
6) C 30) C
7) D 31) A
8) E 32) D
9) E 33) D
10) D 34) D
11) E 35) B
12) C
13) A
14) A
15) E
16) A
17) B
18) D
19) D
20) A
21) B
22) C
23) B
24) C
416
SINONIMOS E ANTÔNIMOS

1) C 31) D
2) A 32) E
3) B 33) E
4) A 34) E
5) B 35) D
6) D 36) A
7) D 37) E
8) A 38) E
9) A 39) E
10) E 40) C
11) A 41) A
12) E 42) C
13) E 43) A
14) E 44) E
15) E 45) C
16) E
17) D
18) D
19) B
20) C
21) E
22) B
23) A
24) E
25) D
26) A
27) C
28) B
29) B
30) C

417

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