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ECOLOGIA MARXISTA

PARA PESSOAS
SEM TEMPO

Eduardo Sá Barreto

A Usina Editorial é uma editora sem fins lucrativos, independente e militante.


© 2022 do autor

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Sumário
no todo ou em parte, constitui violação do copyright (Lei no 9.610/98).
Prefácio .................................................................................................. 4
1ª edição publicada em 2022 pela Usina Editorial
1. Introdução: o pensamento ambiental hegemônico não nos serve ........... 7
Editor
PARTE I: Crítica ecológica do capitalismo
Bernardo Figueiredo de Lima
2. Metabolismo e ruptura metabólica .................................................... 25
Produção Editorial
Usina Editorial 3. O impulso expansivo insaciável do capital ........................................ 39
Revisão Ortográfica: 4. Tecnologia e o mito da desmaterialização ......................................... 57
Patrícia Mafra
5. Ética ambiental e a questão da objetividade dos valores .................. 75
Revisão Final
Bernardo Figueiredo de Lima 6. Consumo e o mito da moderação individual ..................................... 85
Capa, projeto gráfico e diagramação 7. Mecanismos de mercado (para resolver os males do mercado) ......... 105
com.tática
PARTE II: Debates importantes na Ecologia Marxista
8. Sobre a divisão do pensamento ecossocialista em fases .................. 125
CATALOGAÇÃO NA FONTE 9. Capitaloceno e ecologia-mundo: alternativa teórica
Responsável: Hugo da Silva Carlos CRB: 8/7389 a Antropoceno e metabolismo? ........................................................... 143
10. Um Marx supostamente antiecológico e produtivista ..................... 155
Sá Barreto, Eduardo
Ecologia marxista para pessoas sem tempo / Eduardo Sá Barreto PARTE III: Questões táticas e estratégicas
— São Paulo : Usina Editorial, 2022.
11. Uma crise para subordinar todas as demais: panorâmica
262 p. il. sobre mudanças climáticas .................................................................. 165

ISBN: 978-65-87277-17-2 12. Voluntarismo geológico no pensamento ecossocialista ................... 181


13. Green New Deal e a sedutora via legislativa ................................... 191
1. Comunismo e Ecologia 2. Ecologia - Marxismo I Título.
14. Crítica ecossocialista do desenvolvimentismo
( CDD ) 363.701 e a transição energética ...................................................................... 203
15. Por uma ecologia leninista ............................................................. 217
16. Política revolucionária diante da crise ecológica ............................ 225

17. Epílogo: capitalismo senil em crise pandêmica ............................... 237


usinaeditorial.com.br edi.usina@gmail.com
Bibliografia ......................................................................................... 256
Prefácio
Com o tempo, compreendi que há dois tipos de prefá- Em segundo lugar, essa mesma crítica ecológica, quan-
cios que são lidos: os curtos e os escritos por pensadores consa- do municiada da melhor compreensão científica que temos a
grados. Por tal motivo, este prefácio será bem curto. respeito dos processos de desestabilização/destruição ecológica
O material que você tem agora em mãos é a consolidação do planeta e do vasto conjunto de evidências a respeito desses
de um curso que venho dando há exatamente dez anos, ora na processos, nos leva a concluir que a superação da sociedade ca-
graduação, ora na pós-graduação. Evidentemente, muita biblio- pitalista é não apenas necessária, mas também urgente. Nesse
grafia nova foi sendo acrescentada ao longo dos anos e alguns momento, a humanidade é uma espécie de carro desgovernado
temas foram entrando no escopo do curso; as demonstrações prestes a atingir um muro de concreto em altíssima velocida-
teóricas foram sendo refinadas e o nível de abstração da reflexão de. Não faz muita diferença saber se a colisão será a 350km/h,
foi ficando cada vez mais próximo do concreto; temas candentes 375km/h ou 400km/h; ou se estou no banco do motorista, do
foram sendo incorporados. passageiro ou no banco de trás. Sequer faz tanta diferença saber
Com toda certeza, ainda haveria muito a avançar e apro- se estou usando cinto ou capacete. É suficiente saber que a velo-
fundar. Temas como imperialismo ecológico, racismo ambiental cidade implica uma colisão mortal e que, por isso, mantendo a
e transição justa não estão contemplados, por exemplo. Ao mes- imagem metafórica, a humanidade precisa encontrar meios de
mo tempo, o raciocínio teórico não avançou suficientemente so- puxar o freio de emergência, dar um “cavalo de pau” sem prece-
bre tópicos como crise estrutural, capital fictício, precarização do dentes históricos e sobreviver ao capotamento.
trabalho etc. em sua relação com questões ecológicas. Por vezes, Daqui por diante, minha pesquisa se volta a essas ques-
pensadoras e pensadores ecossocialistas aparecem apenas par- tões. Não com o intuito de contribuir para o aperfeiçoamento
cialmente apresentados, sem que suas principais virtudes ou de- de técnicas conhecidas de “enxugar gelo” ou “ganhar tempo”. Ao
bilidades sejam plenamente discutidas (ou mesmo apresentadas). contrário, se a crítica ecológica do capitalismo nos informa que
Apesar de todas essas óbvias lacunas, no entanto, com a revolução é necessária e urgente, então é preciso encontrar
este livro interrompo meu esforço de pesquisa sistemática e con- meios de realizá-la.
centrada no tema. O motivo é duplo e, creio eu, relevante. Em
primeiro lugar, a ecologia marxista já tem pronta (mesmo que
não acabada) uma crítica ecológica demolidora do capitalismo. Rio de Janeiro, 8 de fevereiro de 2022
Com a crítica que temos à disposição – e que procuro apresentar
nos capítulos iniciais do livro – é possível demonstrar o caráter
necessariamente devastador da lógica do capital sobre o plane- ***
ta. Com a crítica que temos, portanto, não é possível mais res-
tar qualquer dúvida de que o capitalismo precisa ser superado.
Acréscimos teóricos, temáticos ou bibliográficos a essa crítica Este livro é dedicado a Iara, Enzo e Bruna
reforçam ainda mais seu poder, mas, tal como se encontra, ela já
não deixa pedra sobre pedra.
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