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A Geopolítica Ambiental Global do Século 21: os Desafios para a América


Latina

Book · July 2019

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1 author:

Fernando Estenssoro
University of Santiago, Chile
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Tradução Eugenia dos Santos

Ijuí
2019
2019, Editora Unijuí
Rua do Comércio, 3000, Bairro Universitário
98700-000 – Ijuí – RS – Brasil
Fones: (0__55) 3332-0217
E-mail: editora@unijui.edu.br
www.editoraunijui.com.br
www.facebook.com/unijuieditora/
Editor: Fernando Jaime González
Capa: Alexandre Sadi Dallepiane
Imagem da capa: freepik.com
Responsabilidade Editorial, Gráfica e Administrativa:
Editora Unijuí da Universidade Regional do Noroeste
do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí; Ijuí, RS, Brasil)
Conselho Editorial: Daniel Rubens Cenci
Evelise Moraes Berlezi
Airton Adelar Mueller
Paulo Sérgio Sausen
Sandra Beatriz Vicenzi Fernandes
Vania Lisa Cossetin

Catalogação na Publicação:
Biblioteca Universitária Mario Osorio Marques – Unijuí
E79g Estenssoro, Fernando.
A geopolítica ambiental global do século 21: os desafios
para a América Latina / Fernando Estenssoro. – Ijuí: Ed. Unijuí,
2019. 208 p.
Formato impresso e digital.
ISBN 978-85-419-0276-2 (impresso)
ISBN 978-85-419-0275-5 (digital)
1. Meio ambiente. 2. Geopolítica ambiental. 3. Crise ambiental.
4. Geopolítica. 5. Ecodesenvolvimento. 6. Mudança climática.
I. Título.
CDU: 504.03

Bibliotecária Responsável:
Eunice Passos Flores Schwaste
CRB 10/2276
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO........................................................................................................................9

INTRODUÇÃO.........................................................................................................................13

– PARTE 1 –
A CRISE AMBIENTAL GLOBAL, UM PROBLEMA POLÍTICO E GEOPOLÍTICO

CAPÍTULO 1 – A TENSÃO NORTE-SUL NO DEBATE AMBIENTAL:


O Conceito de Crise Ambiental..............................................................................19

CAPÍTULO 2 – AMBIENTALISMO E ECOLOGISMO DO NORTE:


Uma Perspectiva Geopolítica e Neomalthusiana ..........................................................................27
2.1 – O Relatório do Clube de Roma: Os Limites do Crescimento............................................35
2.2 – A Hegemonia Ecomalthusiana no Caminho da Conferência
do Meio Humano de Estocolmo-72............................................................................39
2.3 – Um Problema Geopolítico e de Segurança Nacional para
os Estados Unidos: O Acesso aos Recursos Naturais Estratégicos.....................................43

CAPÍTULO 3 – A REAÇÃO DO SUL: Uma Perspectiva Ambiental Social e Soberana............................49


3.1 – Meio Ambiente e Desenvolvimento: O Relatório de Founex...........................................49
3.2 – A Posição do Brasil..................................................................................................51
3.3 – O Modelo Latino-Americano do Grupo Bariloche
Como Resposta a Os Limites do Crescimento..............................................................54
3.4 – O Ecodesenvolvimento.............................................................................................57
3.4 – Ecodesenvolvimento como Respostas às Teses
do Clube de Roma e ao Crescimento Zero...................................................................58
3.5 – Os Latino-Americanos e o Ecodesenvolvimento............................................................60

CAPÍTULO 4 – A GRANDE NEGOCIAÇÃO POLÍTICA NORTE-SUL:


O Desenvolvimento Sustentável e a Conferênca Rio-92................................................................67
4.1 – Rio-92, A Conclusão de um Período...........................................................................69
CAPÍTULO 5 – DA RIO-92 À RIO-2012. DA ILUSÃO AO DESENGANO...............................................75
5.1 – Johannesburgo-2002..............................................................................................79
5.2 – Rio-2012 ou Rio+20...............................................................................................80

CAPÍTULO 6 – O EXEMPLO DA MUDANÇA CLIMÁTICA...................................................................85


6.1 – O Protocolo de Quioto.............................................................................................89
6.2 – A Conferência de Copenhague-2009..........................................................................91
6.3 – A Conferência de Paris-2015....................................................................................92
6.4 – O Fator Donald Trump.............................................................................................93

– PARTE 2 –
A DIMENSÃO AMBIENTAL DA GEOPOLÍTICA DO SÉCULO 21

CAPÍTULO 7 – O TEMA AMBIENTAL NA GEOPOLÍTICA:


O Norte Global Desde Estocolmo-72 à Pós-Guerra Fria..................................................................99
7.1 – Meio Ambiente e Segurança Nacional Estadunidense ................................................101
7.2 – Ambiente e Segurança na Europa ...........................................................................109

CAPÍTULO 8 – A ASCENSÃO DA CHINA E SEU “INGRESSO” AO NORTE .........................................115


8.1 – China na América Latina........................................................................................119

CAPÍTULO 9 – A AMÉRICA LATINA NO OLHO DO FURACÃO GEOPOLÍTICO DO SÉCULO 21.................123


9.1 – A Amazônia.........................................................................................................126
9.2 – Biodiversidade e Biopirataria..................................................................................131
9.3 – Os Recursos Naturais ............................................................................................137
9.4 – O Tema da Água...................................................................................................140
9.5 – O Caso da Antártida..............................................................................................144
9.6 – América Latina: Teatro de Enfrentamentos das Grandes Potências?..............................148

CAPÍTULO 10 – O NORTE DIANTE DAS PROPOSTAS EQUATORIANAS YASUNI – ITT.........................153


10.1 – A Proposta Equatoriana na Perspectiva Ambiental Histórica do Sul ...............................155
10.2 – A Jogada de Mestre do Norte: O Fracasso da Iniciativa Yasuni-ITT..............................157
CAPÍTULO 11 – A HEGEMONIA DO NORTE SOBRE O IMAGINÁRIO GEOAMBIENTAL..........................161
11.1 – O Imaginário Geográfico Eurocêntrico ....................................................................162
11.2 – A Crise Ambiental no Imaginário Geográfico............................................................165
11.3 – O Imaginário Geoambiental na Estratégia do Norte
para Terminar com a Soberania do Estado-nação.....................................................168
11.4 – O “Antropoceno” e as “Fronteiras Planetárias”.......................................................173

REFLEXÕES FINAIS...............................................................................................................179

REFERÊNCIAS.......................................................................................................................185
APRESENTAÇÃO

O livro do professor doutor Fernando Estenssoro é apaixonante, resul-


tado de uma seleção de ideias desenvolvidas na academia e produções de
artigos, debatendo os temas socioambientais latino-americanos. A preocu-
pação e visão geopolíticas dos conflitos socioambientais trabalhados nesta
obra constituem muito mais que recortes de pesquisa, pois traduzem as ideias
políticas para uma sociedade mais justa, sustentável e de paz para a região.
Por isso, construir um prólogo para a obra A Geopolítica Ambiental Global do
Século 21: os desafios para América Latina, constitui uma responsabilidade para
além da leitura acadêmica, que alcança o compromisso do autor, nos campos
acadêmico, político e sociocomunitário, e a instigante busca do autor, na
perspectiva de dias melhores para a América Latina.
O desafio assumido neste espaço decorre da convivência com o autor
por já longos anos, o que tornou real a oportunidade de realizar estudos de
Pós-Doutorado, tendo como referência o professor Estenssoro, com quem
pude debater os temas nos quais, em que pesem as diferentes áreas de for-
mação, se constituem interdisciplinarmente e pelas características necessita
de uma percepção e discussão global. Estamos falando da “casa comum”, do
“Lar da Humanidade”, do planeta único, que nas diferentes escolhas, trata-
-se de debates sobre como serão distribuídas as condições de vida e de acesso
às riquezas que estão disponíveis na Terra e que são fundamentais para a
existência humana.
A obra apresenta uma acurada análise dos impactos produzidos no
processo de desenvolvimento econômico e os arranjos sociopolíticos constru-
ídos pela humanidade, seus paradoxos que não condizem com as linguagens
discursivas da “comunidade internacional” e, tampouco, cumprem com as
promessas da modernidade e da globalização. Ao contrário, Estenssoro é claro
ao apresentar as contradições deste debate. Embates muito mais que teóricos
e que se constituem como bases dos conflitos mundiais de dominação, por
países capitalistas que vivem e consomem bens do planeta em níveis máximos
e que submetem grande parte da humanidade à sobrevivência com níveis
mínimos, tão insignificantes que comprometem a própria subsistência, a
dignidade e a vida de milhões de pessoas.
9
Daniel Rubens Cenci

O surgimento da crise ambiental como tema que se coloca como


problema pretensamente mundial é trabalhado criticamente pelo autor na
perspectiva das leituras eurocêntricas e norte-americanas, ou seja, uma leitura
do Norte desenvolvido, que postula o lugar hegemônico e único com propos-
tas e imaginários que definem suas pretensões para a geopolítica ambiental
global. Ao contrário pugna o Norte, por privilégios de acesso às riquezas,
desde a energia, com as guerras por petróleo que temos assistido nos últimos
50 anos, passando por outros como água, oceanos, pesca, para citar alguns,
sempre impondo políticas que minimizam preços para os países produtores
e impõem controle sobre produção primária, numa lógica colonialista que se
apresenta com novas vestes, mas segue opressora, concentradora de riquezas
e promotora de exclusão. Significa que as crises ambientais agregam-se às
crises econômicas, aprofundando as distâncias entre pobreza e riqueza, entre
países desenvolvidos e não desenvolvidos.
Nos arranjos das políticas mundiais para fazer frente à crise ambien-
tal, em especial a mudança climática, materializa as diferenças referidas e no
desenrolar dos capítulos o autor analisa a enorme riqueza em recursos natu-
rais e patrimônio ecossistêmico, e como este tem sido o fator determinante
em processos econômicos e sociopolíticos na América Latina. Como se tem
assinalado, os recursos naturais têm sido na história latino-americana um
fator-chave da organização social e política, sejam controlados por oligarquias
locais, por capitais estrangeiros ou pelo Estado.
Em outra dimensão o autor abordará o conceito de Antropoceno,
que mesmo como conceito “pseudocientífico” quer assinalar que vivemos
uma espécie de nova era “geológica” que estaria sucedendo ao holoce-
no, e se caracterizaria porque “os seres humanos” constituem o motor
da mudança dominante no sistema da Terra, como consequência dos
altos impactos produzidos pelo crescimento exponencial das atividades
humanas.
Trata a crise ambiental como uma realidade amplamente demonstrada
por estudos em distintas partes do mundo e por especialistas de diferentes
áreas e alimentam discursos os quais, em importante medida, provêm das
Ciências Naturais, tais como a ecologia, assim como ciências do ambiente e
da Terra, entre outras, não se referem a um fenômeno originado de causas
naturais, mas sociais, e responsabiliza-se a conduta do homem moderno,

10
APRESENTAÇÃO

aquele gerado pela civilização industrial, de tê-la desencadeado, e tornou-


-se comum afirmar que a crise ambiental é de causas antropogênicas. Os
diferentes grupos humanos e/ou de sociedades que habitam este planeta o
fazem em condições muito diferenciadas e, portanto, representam a realidade
ambiental global e local de forma diferente, o que resulta em propostas de
solução com ênfases variadas.
Ao final da obra o autor busca identificar alternativas para sistemas
mais sustentáveis e responder grandes questionamentos na perspectiva da
sustentabilidade e do bem-estar para as presentes e futuras gerações. Pode-se
identificar alguns eixos que o texto nos leva a refletir, desde as precondições
planetárias que como humanidade precisamos afirmar e, portanto, temas não
negociáveis para a sustentabilidade, bem como limites que a humanidade deve
respeitar para evitar os riscos de catástrofes em escalas locais, continentais a
globais.
A sobrevivência da humanidade depende de mudanças globais e
locais, para os diferentes continentes, e depende fundamentalmente de
novos arranjos econômicos, políticos e sociais para alcançar as mudanças
ambientais necessárias para evitar catástrofes ecológicas. Neste contexto
emerge o conceito de governança ambiental global, com um papel como
uma espécie de aprofundamento da democracia e aumento do poder de
decisão da cidadania, mas na prática, com a atual correlação assimétrica
de forças na ordem internacional, é uma forma sutil, mas efetiva de atu-
alizar e ajustar o domínio que historicamente o Norte tem exercido sobre
o Sul, para os tempos extremamente complexos que enfrentamos. Sobre-
tudo, para o Norte é muito importante garantir o acesso aos recursos que
necessitam para sustentar o seu modo de vida e o seu predomínio, assim
como para garantir a sua sobrevivência diante uma possível agudização
catastrófica desta crise ambiental global ou de algumas das variáveis que
a compõem.
Neste mesmo sentido, para o Sul em geral, e a América Latina em
particular, é fundamental tomar consciência e responder a esse neocolonia-
lismo intelectual diante da crise ambiental, caso realmente se queira deixar
às gerações futuras da região um mundo social, político e economicamente
mais justo e ecologicamente saudável e sustentável. Com os destaques que
11
Daniel Rubens Cenci

nos autorizamos a trazer no texto, o intuito é despertar o interesse do leitor


para a leitura e o conhecimento dos fundamentos que o autor desenvolve em
pesquisa exaustiva e trazida com estrutura agradável de leitura.

Daniel Rubens Cenci


Doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento (UFPR), mestre em Direito
(Unisc), graduado em Direito (Unijuí). Professor do Programa de Mestrado
e Doutorado em Direitos Humanos da Unijuí. Pós-doutor em Geopolíti-
ca Ambiental Latino-americana na Universidade de Santiago – USACH
Chile. Coordenador do Grupo de Pesquisa Direitos Humanos, Justiça
Social e Sustentabilidade (CNPq). Coordenador do Projeto de Pesquisa O
Direito ao Meio Ambiente Ecologicamente Equilibrado no Contexto da
Sociedade de Risco: em Busca da Justiça Ambiental e da Sustentabilidade.

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