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ABNT/CB-177

PROJETO ABNT NBR 17076


OUT 2022

Projeto de sistema de tratamento de esgoto de menor porte — Requisitos

APRESENTAÇÃO
1) Este Projeto foi elaborado pela Comissão de Estudo de Projetos para Sistemas de
Saneamento (CE-177:001.001) do Comitê Brasileiro de Saneamento Básico (ABNT/CB-177),
Projeto em Consulta Nacional

com número de Texto-Base 177:001.001-005, nas reuniões de:

15.03.2017 05.04.2017 10.05.2017


07.06.2017 12.07.2017 09.08.2017
14.09.2017 18.10.2017 08.11.2017
13.12.2017 14.03.2018 11.04.2018
08.05.2018 09.05.2018 13.07.2018
14.07.2018 08.08.2018 12.09.2018
10.10.2018 11.10.2018 12.12.2018
13.12.2018 12.06.2019 17.07.2019
18.07.2019 14.08.2019 15.08.2019
11.09.2019 12.09.2019 09.10.2019
10.10.2019 06.11.2019 07.11.2019
11.12.2019 12.12.2019 11.03.2020
12.03.2020 16.07.2020 16.09.2020
17.09.2020 07.10.2020 08.10.2020
11.11.2020 12.11.2020 18.11.2020
12.12.2020 18.02.2021 11.03.2021
15.04.2021 13.05.2021 10.06.2021
15.07.2021 12.08.2021 23.09.2021
07.10.2021 11.11.2021

a) é previsto para cancelar e substituir as ABNT NBR 7229:1993 e ABNT NBR 13969:1993,
quando aprovado, sendo que, nesse ínterim, a referida norma continua em vigor;

b) não tem valor normativo.

© ABNT 2022
Todos os direitos reservados. Salvo disposição em contrário, nenhuma parte desta publicação pode ser modificada
ou utilizada de outra forma que altere seu conteúdo. Esta publicação não é um documento normativo e tem
apenas a incumbência de permitir uma consulta prévia ao assunto tratado. Não é autorizado postar na internet
ou intranet sem prévia permissão por escrito. A permissão pode ser solicitada aos meios de comunicação da ABNT.

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2) Aqueles que tiverem conhecimento de qualquer direito de patente devem apresentar esta
informação em seus comentários, com documentação comprobatória.

3) Analista ABNT – Flávio Amaral.


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Projeto de sistema de tratamento de esgoto de menor porte — Requisitos

Design Small domestic wastewater treatment systems — Requirements


Projeto em Consulta Nacional

Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As Normas


Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos
de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE), são
elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas pelas partes interessadas no tema objeto
da normalização.

Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras da ABNT Diretiva 2.

A ABNT chama a atenção para que, apesar de ter sido solicitada manifestação sobre eventuais direitos
de patentes durante a Consulta Nacional, estes podem ocorrer e devem ser comunicados à ABNT
a qualquer momento (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996).

Os Documentos Técnicos ABNT, assim como as Normas Internacionais (ISO e IEC), são voluntários
e não incluem requisitos contratuais, legais ou estatutários. Os Documentos Técnicos ABNT não
substituem Leis, Decretos ou Regulamentos, aos quais os usuários devem atender, tendo precedência
sobre qualquer Documento Técnico ABNT.

Ressalta-se que os Documentos Técnicos ABNT podem ser objeto de citação em Regulamentos
Técnicos. Nestes casos, os órgãos responsáveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar
as datas para exigência dos requisitos de quaisquer Documentos Técnicos ABNT.

A ABNT NBR 17076 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Saneamento Básico (ABNT/CB-177), pela
Comissão de Estudo de Projetos para Sistemas de Saneamento (CE-177:001.001). O Projeto circulou
em Consulta Nacional conforme Edital nº XX, de XX.XX.XXXX a XX.XX.XXXX.

A ABNT NBR 17016 cancela e substitui as ABNT NBR 7229:1993 e ABNT NBR 13969:1993.

O Escopo em inglês da ABNT NBR 17076 é o seguinte:

Scope
This Standard specifies the requirements for a sewage treatment system with daily sewage flow up to
12,000 L/day and total organic load up to 3.80 kgDBO/day in areas not served by a sewage system.

The alternatives cited here should be selected according to the local needs and conditions where
the treatment system is implemented. The alternatives may be used complementarily to each other,
to comply with greater legal strictness or for effective environmental and public health protection,
at the discretion of the competent inspection agency.

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Introdução

Esta Norma apresenta alternativas técnicas para sistemas de tratamento local de esgoto, com vazão
diária de esgoto de até 12 000 L/dia e carga orgânica total de até 3,80 kgDBO/dia em área não atendida
por sistema de esgotamento sanitário.
Projeto em Consulta Nacional

Para seleção das alternativas que compõem o sistema local de tratamento de esgotos, é importante que
seja considerada a legislação vigente aplicável, as características e condições locais, a especificidade
de cada projeto, garantindo a eficiência mínima exigida pelos órgãos e Leis ambientais e os estabelecidos
pela prestadora de serviços em saneamento ou contratante.

Esta Norma não visa a exaurir as tecnologias ou soluções possíveis de serem aplicadas, permitindo
o desenvolvimento de outras soluções mais compactas, econômicas e eficientes, desde que atendam
aos requisitos estabelecidos nesta Norma.

Os anexos normativos apresentam alternativas técnicas que podem compor o sistema de tratamento,
as soluções técnicas para o sistema de tratamento de esgoto não se limitam às apresentadas nestes
anexos.

A escolha do processo de tratamento a ser selecionado, as faixas de remoção das alternativas


apresentadas e as respectivas características principais, devem atender às normas específicas se
existirem e ser consultada literatura específica em complemento aos requisitos estabelecidos nesta
Norma e em seus anexos.

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Projeto de sistema de tratamento de esgoto de menor porte — Requisitos

1 Escopo
Projeto em Consulta Nacional

Esta Norma especifica os requisitos para sistema de tratamento de esgoto com vazão diária de esgoto
até 12 000 L/dia e carga orgânica total até 3,80 kgDBO/dia em área não atendida por sistema de
esgotamento sanitário.

As alternativas aqui citadas devem ser selecionadas de acordo com as necessidades e condições locais
onde é implantado o sistema de tratamento. As alternativas podem ser utilizadas complementarmente
entre si, para atender ao maior rigor legal ou para efetiva proteção ambiental e da saúde pública, a
critério do órgão fiscalizador competente.

2 Referências normativas
Os documentos a seguir são citados no texto de tal forma que seus conteúdos, totais ou parciais,
constituem requisitos para este Documento. Para referências datadas, aplicam-se somente as edições
citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as edições mais recentes do referido documento
(incluindo emendas).

ABNT NBR 8160, Instalações prediais de esgoto sanitário – Projeto e execução

ABNT NBR 9800, Critérios para lançamento de efluentes líquidos industriais no sistema coletor público
de esgoto sanitário – Procedimento

ABNT NBR 12209, Elaboração de projetos hidráulico-sanitários de estações de tratamento de esgotos

ABNT NBR 16783, Uso de fontes alternativas de água não potável em edificações

3 Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes termos e definições.

3.1
área específica do meio suporte
área total de superfície de uma unidade de volume de um meio-suporte

3.2
coeficiente k1
coeficiente de variabilidade máxima diária do fluxo

3.3
coeficiente k2
coeficiente de variabilidade máxima horária do fluxo

3.4
coeficiente k3
coeficiente de variabilidade mínima do fluxo

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3.5
decantação
processo em que, por gravidade, um líquido se separa dos sólidos em suspensão

3.6
demanda bioquímica de oxigênio de cinco dias, a 20°C [DBO5,20]
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quantidade de oxigênio consumido para estabilizar bioquimicamente o material orgânico biodegradável


contido no esgoto, sob condição aeróbia, no teste de incubação durante cinco dias, a 20 °C

3.7
demanda química de oxigênio [DQO]
quantidade de oxigênio consumida para oxidação da matéria orgânica contida no esgoto, estimada
por meio de reação química, utilizando o dicromato de potássio como reagente, sob condição ácida
e quente

3.8
desidratação de lodos
processos naturais ou mecânicos, através dos quais se reduz o conteúdo líquido do lodo, para posterior
disposição final

3.9
diâmetro nominal
DN
simples número que serve para classificar, em dimensões, os elementos de tubulações (tubos, juntas,
conexões, acessórios)

NOTA O diâmetro nominal (DN) não é objeto de medição, nem de utilização para fins de cálculos.

3.10
digestão
decomposição da matéria orgânica em substâncias progressivamente mais simples e estáveis

3.11
dispositivo de descarga de lodo
instalação tubular para retirada, por pressão hidrostática, do conteúdo da zona de digestão

3.12
dispositivo de entrada
dispositivo interno destinado a orientar a entrada do esgoto no tanque ou da câmara, prevenindo
sua saída em curto-circuito

3.13
dispositivo de saída
dispositivo interno destinado a orientar a saída do efluente do tanque ou da câmara, evitando
curto-circuito, e a reter escuma

3.14
efluente
parcela líquida que sai de qualquer unidade do sistema de tratamento

3.15
efluente industrial
resíduo líquido de operação industrial

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3.16
escuma
matéria graxa e sólidos em mistura com gases, que flutuam no líquido em tratamento

3.17
esgoto afluente
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água residuária que chega ao sistema de tratamento pelo dispositivo de entrada

3.18
esgoto comercial
efluentes líquidos oriundos de atividades comerciais, passíveis de serem tratados biologicamente

3.19
esgoto doméstico
efluente líquido resultante do uso da água para higiene, necessidades fisiológicas humanas, atividades
domésticas

3.20
esgoto não doméstico
efluente líquido resultante, de serviços e/ou processos produtivos, com características físicas, químicas
e/ou biológicas diferentes dos esgotos domésticos e que podem causar danos aos sistemas de
esgotamento sanitário, ao meio ambiente e à saúde pública

3.21
esgoto ou efluente líquido industrial
efluente líquido proveniente de unidade industrial, compreendendo efluentes de processo industrial,
águas de refrigeração poluídas, águas pluviais poluídas e esgoto doméstico

3.22
esgoto ou efluente de processo industrial
efluente líquido proveniente das áreas de processamento industrial, incluindo os originados
nos processos de produção, as águas de lavagem de operação de limpeza e outras fontes, que
comprovadamente apresentem poluição por produtos utilizados ou produzidos no estabelecimento
industrial

3.23
esgoto sanitário
efluente líquido constituído de esgoto doméstico, esgoto não doméstico tratado conforme requisitos
da prestadora de serviço em saneamento responsável pelo sistema de esgotamento sanitário e/ou
ABNT NBR 9800, água de infiltração e a contribuição pluvial parasitária

3.24
interferência negativa
efeito causado no sistema por substância tóxica (biológica, química), por temperatura muito elevada
ou muito baixa, que afetam e/ou prejudicam o processo de tratamento

3.25
lodo digerido
lodo estabilizado por processo de digestão

3.26
lodo fresco
lodo instável, em início de processo de digestão

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3.27
lodo biológico
material formado de flocos biológicos, sólidos orgânicos e inorgânicos, resultantes do crescimento
biológico no processo de tratamento

3.28
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meio filtrante
material destinado a reter e/ou ao crescimento de microrganismos na sua superfície para formação
de biofilme aderido e depurar o esgoto

3.29
meio suporte
material destinado a fixar microrganismos na sua superfície, remover poluentes com baixa concentração
de sólidos suspensos e depurar o esgoto

3.30
microrganismos patogênicos
agentes biológicos contidos no esgoto, responsáveis pela transmissão de doenças

EXEMPLO Vírus, bactérias, protozoários.

3.31
período de detenção do esgoto
tempo médio de permanência da parcela líquida do esgoto dentro da zona de decantação do tanque
ou da câmara

3.32
período de digestão
tempo necessário à estabilização da parcela orgânica do lodo

3.33
profissional capacitado
aquele que recebe capacitação sob orientação e responsabilidade de profissional legalmente habilitado

3.34
profissional habilitado
aquele que comprove conclusão de curso específico para sua atividade em instituição reconhecida
pelo sistema oficial de ensino e com registro no competente conselho de classe

3.35
profundidade total
medida entre a face inferior da laje de fechamento e o nível da base do tanque ou da câmara

3.36
profundidade útil
medida entre o nível mínimo de saída do efluente e o nível da base do tanque ou da câmara

3.37
sedimentação
processo de separação por gravidade dos sólidos em suspensão contidos no líquido

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3.38
sistema de esgotamento sanitário
conjunto de instalações que reúne coleta, tratamento e disposição das águas residuárias e resíduos
sólidos resultantes

3.39
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sistema local de tratamento de esgotos


sistema de saneamento onde as distâncias entre as fontes geradoras de esgotos, seu tratamento
e disposição final são próximas entre si, não necessitando normalmente de rede coletora extensa,
coletor-tronco, poços de visita, emissários, elevatórias etc.

3.40
taxa de evapotranspiração
altura da coluna de água, dada em milímetros, perdida pelos mecanismos de transpiração da vegetação
e da evaporação

3.41
taxa de aplicação hidráulica superficial
relação entre a vazão de esgoto e a área superficial de uma unidade do sistema de tratamento

3.42
tempo de detenção hidráulica
tempo médio que a massa hidráulica fica dentro de um tanque ou câmara

3.43
taxa de acumulação de lodo digerido
número de dias de acumulação de lodo fresco equivalente ao volume de lodo digerido a ser armazenado
no tanque ou na câmara, considerando redução de volume de quatro vezes para o lodo digerido

3.44
volume útil
volume que representa a capacidade operacional da unidade do sistema de tratamento no qual ocorre
o processo

4 Requisitos gerais
4.1 Desenvolvimento do projeto

O sistema de tratamento deve ser projetado de forma completa indicando a disposição final dos
resíduos gerados no processo. Quando necessário, projetar solução técnica para o aproveitamento
dos subprodutos gerados no sistema de tratamento.

O sistema de tratamento deve ser projetado por profissional com habilitação, atribuição legal e
competência técnica, registro em órgão de classe. Os dados de registro do profissional responsável
técnico devem constar nos memoriais de cálculo e descritivo, nas peças gráficas do projeto.

4.1.1 Elementos necessários para o desenvolvimento do projeto

Os elementos necessários para o desenvolvimento do projeto são os seguintes:

 a) caracterização do sistema de tratamento a ser aplicado, avaliação das opções e alternativas
para o processo de tratamento e para a disposição final dos subprodutos do processo,

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vazão de dimensionamento, características físico-químicas e biológicas do esgoto, níveis de


enchente/inundação/alagamento no local, alimentação de energia elétrica quando usada no
sistema, plano de contingências para possíveis problemas no sistema de tratamento;

 b) levantamento planialtimétrico da área de instalação do sistema de tratamento, com detalhes


da vegetação, acesso e circulação de veículos, obras especiais, indicação das interferências;
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 c) informações/levantamentos ambientais, geotécnicas, geológicas, quando necessários e compatíveis


com a alínea “a” deste item;

 d) as sondagens em função do porte do sistema de tratamento devem ser em número, tipo e
profundidade que permitam identificar as características do solo, o nível do lençol freático, definir
a fundação do sistema de tratamento, elaborar o projeto das obras especiais, o processo de
escavação, a fundação;

 e) cadastro de unidade(s) relacionada(s) ao sistema de tratamento e de interferências;

 f) plano de urbanização, legislação relativa ao uso e ocupação do solo;

 g) restrições ambientais que interferem na área de influência do projeto;

 h) condições mínimas de segurança e medicina do trabalho conforme legislação e normas vigentes;

 i) legislações pertinentes vigentes;

 j) critérios, procedimentos e diretrizes da prestadora de serviço em saneamento/da contratante/


da autoridade ambiental.

4.1.2 Atividades necessárias para o desenvolvimento do projeto

As atividades necessárias para o desenvolvimento do projeto são as seguintes:

 a) realizar estudo técnico, econômico, financeiro e ambiental;

 b) analisar as instalações do sistema de tratamento existente e seu ciclo operacional elaborando
diagnóstico que permita a otimização e a adequação técnica do mesmo, quando for o caso;

 c) avaliar e considerar na solução técnica as restrições ambientais incidentes, quando existirem;

 d) avaliar e definir a área para implantação do sistema de tratamento de vias de acesso, de espaço
para movimentação de carga e descarga de equipamentos;

 e) complementar os levantamentos topográficos, as interferências, os estudos geológicos, e


geotécnicos, quando necessário;

 f) determinar as vazões de projeto do sistema de tratamento;

 g) definir o traçado das tubulações de entrada, interligações, saída, encaminhamento do efluente
líquido;

 h) dimensionar as unidades que compõem o sistema de tratamento, aplicando as normas específicas;

 i) avaliar os diferentes materiais aplicáveis, de modo a compatibilizar as melhores soluções técnicas
e econômicas com o tempo de vida útil requerido no estudo e/ou projeto;

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 j) avaliar as especificações técnicas de todos os componentes do sistema de tratamento;

 k) avaliar a resistência mecânica das partes componentes do sistema de tratamento às ações
internas e externas atuantes;

 l) prever a implantação de dispositivos que permitam os procedimentos de limpeza, esgotamento


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do sistema de tratamento;

 m) prever dispositivo para coleta de amostras de entrada e/ou de saída, se necessário;

 n) compatibilizar o projeto do sistema de tratamento com os demais projetos complementares


(estruturais, hidrossanitário, elétrico, de automação, inspeção, segurança), quando aplicáveis;

 o) avaliar a possibilidade do sistema de tratamento estar sujeito a vandalismo, incêndio, impacto
contra a estrutura, enchente/inundação/alagamento.

4.2 Sistema de tratamento existente

Para o sistema de tratamento existente, as considerações são as seguintes:

 a) para sistema de tratamento existente, deve ser exigido estudo com avaliação do sistema e das
condições operacionais, com a apresentação dos cálculos, análises, medições resultantes das
vistorias realizadas e a descrição pormenorizada de todos os equipamentos instalados;

 b) em instalações existentes, quando os diagnósticos indicarem eficiência inferior aos valores
mínimos estabelecidos pelo projeto/fabricante/literatura específica, indicar a realização de
ações de manutenção no sistema de forma a reestabelecer as condições mínimas operacionais
necessárias;

 c) na elaboração de novos estudos e projetos, as partes com aproveitamento total e/ou parcial
existentes devem satisfazer às condições desta Norma ou adaptar-se a ela, mediante alterações
ou complementações, e deve ser analisado o impacto do sistema projetado sobre o sistema
existente.

4.3 Elementos e documentos que devem compor o projeto

Os elementos que devem compor o projeto são os seguintes:

 a) Memorial de cálculo – contendo os estudos e os dimensionamentos.

 b) Memorial descritivo e justificativo da solução técnica adotada.

4.3.1 Peças gráficas do projeto, em escalas adequadas, atendendo às normas técnicas em vigência
e as recomendações e padronizações da prestadora de serviço em saneamento ou da contratante,
contendo no mínimo:

 a) planta de situação do sistema de tratamento;

 b) planta de localização das unidades do sistema de tratamento;

 c) plantas, cortes e detalhes, indicando no mínimo as dimensões externas e dimensões internas
(diâmetro/medidas, volume útil, altura útil).

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4.3.2 Orçamento das obras contemplando materiais e serviços.

4.3.3 Manual de uso, operação, manutenção necessária (sobre processo) e controle previsto para
o sistema de tratamento, detalhamento das vazões máximas e mínimas operacionais, os períodos
de limpeza e manutenção, vida útil do projeto, quando aplicável.

4.3.4 Documento de comprovação da responsabilidade técnica pelo projeto do profissional habilitado.


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4.4 Aplicação do sistema de tratamento de esgoto de menor porte

4.4.1 Os sistemas de tratamento indicados nesta Norma se aplicam ao tratamento de esgoto doméstico.

NOTA Sendo tecnicamente justificado, pode ser aplicada para tratamento de esgoto sanitário, desde que
atenda aos requisitos previstos nas resoluções, normas sanitárias e/ou legislações vigentes aplicáveis.

4.4.2 O emprego destes sistemas de tratamento é limitado ao atendimento de empreendimentos


residenciais e de outras atividades com vazão diária de esgoto até 12 000 L/d e carga orgânica total
até 3,80 kg DBO/d, o sistema antes de ser implantado deve ter as licenças necessárias do órgão
ambiental.

4.4.3 Outras configurações para o sistema de tratamento, não contempladas por esta Norma ou em
complementação a esta, podem ser utilizadas sob responsabilidade de profissional habilitado, que
deve justificar sua adoção, definir parâmetros de qualidade específicos e procedimentos operacionais
e de controle que visem a garantia dos resultados projetados, desde que atendidos os requisitos
gerais desta Norma.

4.5 Etapas do processo de tratamento

4.5.1 Tratamento preliminar

O tratamento preliminar é destinado principalmente à remoção de sólidos grosseiros, areia, óleos


e graxas.

4.5.2 Tratamento primário

O tratamento primário é destinado a remoção de sólidos em suspensão sedimentáveis e/ou sólidos


flutuantes.

4.5.3 Tratamento secundário

O tratamento secundário destina-se a remoção da matéria orgânica.

A matéria orgânica pode se apresentar nas seguintes formas:

 a) matéria orgânica dissolvida (DBO solúvel ou filtrada), a qual não é removida por processos
meramente físicos, como o de sedimentação, que ocorre no tratamento primário;

 b) matéria orgânica em suspensão (DBO suspensa ou particulada), a qual é em grande parte
removida no tratamento primário, no qual os sólidos de sedimentação mais lenta persistem na
massa líquida.

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4.5.4 Tratamento terciário

O tratamento terciário é composto por um conjunto de operações e processos unitários que visam,
principalmente a remoção de nutrientes ou de microrganismos.

4.5.5 Disposição final


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A disposição final do efluente tratado pode ser por meio de sumidouro, lançamento em corpo receptor,
infiltração, evapotranspiração, reúso.

4.5.6 Composição do sistema de tratamento de menor porte

O sistema de tratamento pode ser composto conforme esquema representativo apresentado na Figura 1.

Figura 1 – Esquema representativo do sistema de tratamento

A Figura 2 apresenta o sistema de tratamento considerando a etapa de tratamento aplicada no


processo.

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Sistema de tratamento completo

Disposição
Tratamento Tratamento Tratamento Tratamento final do
preliminar primário secundário terciário efluente
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tratado

caixa
filtro
retentora de tanque sép�co desinfecção infiltração em solo
anaeróbio
gordura

caixa corpo receptor de


MTEC primária filtro aeróbio
desarenadora água

disposi�vo de MTEC
reúso
gradeamento anaeróbia

MTEC aeróbia evapotranspiração

lodo a�vado fluxo con�nuo

ECTE

RAC

wetlands

lodo a�vado por batelada

vermifiltro

Pode haver combinações de processos de tratamentos para complementar a eficiência requerida


e atender a legislação vigente.

Figura 2 – Sistema de tratamento com as etapas de tratamento

4.6 Locais indicados à aplicação do sistema de tratamento de esgoto de menor porte


A aplicação do sistema tratamento de esgoto de menor porte é indicado para:

 a) área desprovida de sistema de esgotamento sanitário;

 b) unidade de contribuição isolada, comunidades isoladas;

 c) retenção prévia dos sólidos sedimentáveis, quando da utilização de rede coletora com diâmetro
e/ou declividade reduzidos, para atender as diretrizes da prestadora de serviço em saneamento
responsável pelo sistema de esgotamento sanitário e/ou contratante e normas aplicáveis;

 d) alternativa de tratamento de esgoto provisório em áreas providas de rede coletora com inviabilidade
técnica de interligação.

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4.7 Condições para o uso do sistema de tratamento de esgoto de menor porte


4.7.1 O sistema deve ser projetado e construído de maneira à preservar a qualidade das águas
superficiais e subterrâneas.

4.7.2 É vedado o encaminhamento ao sistema de tratamento de esgoto de:


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 a) águas pluviais;

 b) efluentes capazes de causar interferência negativa em qualquer fase do processo de tratamento
ou a elevação excessiva da vazão do esgoto afluente, como os provenientes de piscinas e de
lavagem de reservatórios de água;

 c) lançamento de efluentes acima da vazão projetada;

 d) lançamentos de efluentes oriundos de processo industrial que não atendam ao 4.4.1;

 e) material sólido em geral, como por exemplo: papel higiênico, subproduto gerado no triturador de
alimentos, absorvente higiênico, camisinha, cabelos, barra de calça, entre outros.

5 Requisitos específicos
5.1 Localização e distâncias mínimas
5.1.1 Localização

O sistema de tratamento deve ser instalado em local:

 a) de fácil ligação do coletor predial de esgoto à futura rede coletora a ser implantada na via pública;

 b) com facilidade de acesso, tendo em vista a necessidade de remoção do lodo;

 c) que permita a inspeção do sistema de tratamento;

 d) que respeite a proximidade às residências, área de trânsito das pessoas ou animais domésticos,
quanto a segurança, odor, ruído.

5.1.2 Distâncias mínimas

O sistema de tratamento deve observar as seguintes distâncias horizontais mínimas:

 a) 1,5 m dos limites do terreno, de construções, ramal predial de água;

 b) 3,0 m das tubulações da rede pública de abastecimento de água;

 c) 15,0 m de poços freáticos e de corpos de água de qualquer natureza;

 d) 3,0 m de árvores e plantas com raízes que interfiram e afetem as instalações do sistema de
tratamento;

 e) 3,0 m de sumidouros, de valas de infiltração.

NOTA As distâncias mínimas são computadas a partir da face externa mais próxima aos elementos
considerados e dependem das características do solo local.

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5.1.2.1 O sistema de tratamento deve observar distâncias verticais mínimas conforme necessidade
de cada tipo de tratamento a ser instalado.

5.1.2.2 No caso de impossibilidade de atender aos requisitos estabelecidos em 5.1.1 e 5.1.2, o


projeto deve indicar solução técnica de forma a não interferir, contaminar e/ou prejudicar as estruturas
existentes.
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5.2 Aproveitamento/lançamento dos efluentes líquidos


5.2.1 Aproveitamento como fonte alternativa de água não potável

Os efluentes líquidos tratados do sistema local de tratamento de esgotos podem ser aproveitados,
atendendo aos requisitos estabelecidos na ABNT NBR 16783 para edificações.

5.2.2 Aproveitamento para outros usos

Para outros usos, devem ser estudados os parâmetros de qualidade específicos necessários para
cada situação, pelo profissional responsável técnico pelo projeto do sistema de tratamento, e atendidas
Normas, diretrizes, legislações vigentes específicas aplicáveis.

5.2.3 Lançamento do efluente líquido nas águas superficiais

Os efluentes líquidos tratados do sistema local de tratamento de esgotos podem ser lançados
diretamente nas águas superficiais, desde que atenda aos parâmetros de lançamento do corpo
receptor, fixados na legislação vigente federal, estadual ou municipal aplicável.

5.2.3.1 O lançamento do efluente líquido tratado pode ser realizado por meio de dispositivo direto
ou indireto, sendo necessário:

 a) lançamento direto:

— atender a legislação vigente aplicável;

— serem previstas proteções adequadas para o lançamento do efluente no corpo receptor, de


modo a não causar erosão na margem (dissipador de energia), não causar obstrução no
fluxo da água ou ao trânsito das pessoas, resistir às enchentes ou marés, evitar o refluxo da
água. Estas proteções devem ser aprovadas pelos órgãos competentes, quando necessário.

 b) lançamento indireto:

— atender a legislação vigente aplicável;

— executar tratamento do efluente líquido compatível com a qualidade da água no ponto de


lançamento;

— para lançamento em galeria de água pluvial, quando autorizado, obrigatório atender aos
requisitos ambientais locais.

5.2.4 Lançamento do efluente líquido tratado no solo

 a) atender a legislação vigente aplicável;

 b) por meio de sumidouro ou vala de infiltração, desde que, fiquem asseguradas a salubridade da
população vizinha à área de tratamento e a preservação do meio ambiente, principalmente a
qualidade da água do lençol freático.

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5.3 Quanto ao procedimento de limpeza do sistema de tratamento

5.3.1 Os sólidos gerados e acumulados no sistema de tratamento devem ser removidos a intervalos
equivalentes ao período de limpeza adotado no projeto.

5.3.2 O intervalo pode ser encurtado ou alongado quanto aos parâmetros de projeto, sempre que
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se verificarem alterações nas vazões efetivas de operação em relação às estimadas.

5.3.3 A remoção periódica destes sólidos deve ser feita por empresa especializada, licenciada
ambientalmente, que cumpram a legislação aplicável. Quando for necessária a remoção manual
e/ou de pequenas quantidades, pode ser realizada pelo profissional habilitado ou pelo usuário do
sistema, desde que atenda as normas de segurança ver [4], [5], [6] e [7] , outra Norma aplicável e
recomendação do fabricante.

5.3.4 Anteriormente a qualquer operação que venha a ser realizada no interior de(s) tanque(s) ou
câmara(s) do sistema de tratamento, as tampas devem ser mantidas abertas por tempo suficiente
à remoção de gases tóxicos ou explosivos, atender as normas de segurança ver [6] e [7] ou Norma
aplicável.

5.4 Aproveitamento/disposição dos sólidos gerados no processo

5.4.1 Os sólidos gerados no processo de tratamento, como os provenientes de


gradeamento/peneiramento, de escuma, húmus, gordura e lodo biológico e/ou físico-químico, devem
ter transporte e disposição licenciados, conforme legislação vigente aplicável.

5.4.2 Os sólidos gerados no sistema local de tratamento de esgotos podem ser aproveitados, desde
que atendam as legislações vigentes e regulamentos aplicáveis.

5.4.3 O lançamento do lodo, em estações de tratamento de esgotos ou em pontos determinados do


sistema de esgotamento sanitário, deve ter a aprovação e regulamentação por parte da prestadora
de serviço em saneamento responsável pelo sistema de esgotamento sanitário na área considerada.

5.4.4 O tratamento do lodo gerado no processo de tratamento pode ser realizado conforme a
ABNT NBR 12209.

5.5 Componentes do sistema de tratamento

5.5.1 Os componentes do sistema de tratamento devem apresentar:

 a) resistência mecânica compatível aos esforços atuantes;

 b) resistência às substâncias contidas no solo, no esgoto afluente ou as geradas no processo


de digestão;

 c) resistência às intempéries;

 d) estanqueidade, a ser verificada conforme 5.18.

NOTA Convém avaliar a necessidade de impermeabilização quando da aplicação de estruturas de


concreto, alvenaria, ferrocimento, outros materiais montados ou moldados in loco e o atendimento aos
requisitos específicos estabelecidos pela prestadora de serviço em saneamento ou contratante.

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5.5.2 Todo material aplicado no sistema de tratamento indicado no projeto deve atender à Norma
brasileira específica em vigência e na inexistência adotar Normas Internacionais.

NOTA Exceção quanto a aplicação de aço desde que o material seja especificado conforme a API, ANSI,
ASTM ou AWWA.

5.5.3 Verificar a compatibilização e intercambiabilidade entre os diferentes materiais aplicados


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no sistema de tratamento. Prever os devidos elementos para a transição quando necessário.

5.6 Dispositivo de retenção de gordura (caixa de gordura)


O esgoto gerado no preparo de alimentos, nas pias de cozinha e na máquina de lavar louça, deve
passar por caixa de gordura, projetada de acordo com a ABNT NBR 8160.

5.7 Dispositivo para remoção de areia


Quando necessário, deve ser instalado dispositivo para remoção de areia conforme a
ABNT NBR 12209.

5.8 Dispositivo de gradeamento


Quando necessário, deve ser instalado dispositivo de gradeamento conforme a ABNT NBR 12209.

5.9 Dispositivo de inspeção, de acesso e/ou de visita


O sistema de tratamento deve conter dispositivos de inspeção e/ou de acesso/visita, que permitam
a manutenção, a remoção do lodo e da escuma acumulados, a desobstrução dos dispositivos de
entrada, de saída, de drenagem de fundo quando existir, e em outras partes onde for necessário.
Quando da definição do local de instalação deste dispositivo, deve ser observada a facilidade de
acesso.

Eventual revestimento de piso executado na área do sistema de tratamento não pode impedir
a abertura destes dispositivos.

5.9.1 Dispositivo de inspeção

Deve ser observada a dimensão mínima de 0,20 m.

Deve ser prevista pelo menos uma abertura por tanque ou câmara.

5.9.2 Dispositivo de acesso e/ou de visita

Quando necessário, prever dispositivo(s) de acesso e/ou visita.

Deve ser observada a dimensão mínima de 0,60 m.

5.9.3 Dispositivo de limpeza

Deve ser instalado tubo-guia para permitir o acesso de equipamento de limpeza e esgotamento do
tanque ou câmara.

Deve ser observada a dimensão mínima de 0,20 m.

NOTA A adoção de dimensão 0,15 m é para aplicação exclusiva em unidades de tratamento de contribuição
isolada.

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5.9.4 Fechamento do(s) dispositivo(s)

Deve permitir vedação, e ser facilmente instalado ou removido.

As juntas, quando existirem, devem ser quimicamente resistentes aos contaminantes do sistema
de tratamento.
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5.10 Dispositivo de ventilação

5.10.1 Para o sistema de tratamento, devem ser previstas condições ou dispositivos para dispersar
os gases gerados no processo de acordo com as normas de segurança vigentes, de modo a evitar
a concentração destes gases.

5.10.2 Pode ser avaliada a possibilidade destes gases serem dispersados pelo sistema de ventilação
predial.

5.10.3 Devem ser cumpridos os requisitos estabelecidos reside na ABNT NBR 8160.

5.10.4 Anteriormente a qualquer operação que venha a ser realizada no interior das partes componentes
do sistema de tratamento, as tampas devem ser mantidas abertas por tempo suficiente, não inferior
a 5 min., para a remoção de gases tóxicos ou explosivos.

5.11 Vazão para dimensionamento

5.11.1 O sistema deve ser dimensionado e implantado de forma a receber o esgoto afluente. Quando
for sistema coletivo, considerar as taxas de contribuição de infiltração na rede e vazão máxima diária.

5.11.2 Deve ser verificada a condição operacional para a vazão máxima do horizonte do estudo ou
do projeto e mínima de início de operação, considerando a(s) etapa(s) intermediária(s), a operação
intermitente, relacionadas à eficiência do processo.

5.11.3 Para o dimensionamento da vazão:

 a) adotar a contribuição unitária em litro/pessoa/dia ou em litro/unidade/dia, obtido junto a prestadora


de serviço em saneamento ou contratante;

 b) obter a contribuição unitária com dados em campo, considerando 80 % do consumo médio
histórico de água (histórico de no mínimo 1 ano);

NOTA Em casos tecnicamente justificados, podem ser adotados percentuais diferentes de 80 %.

 c) em caso de usos mistos (comercial, industrial, outros), a vazão total de contribuição resulta da
soma das vazões correspondentes a cada tipo de ocupação;

 d) incluir a água que infiltra na rede de interligação no caso de sistema coletivo;

 e) na impossibilidade de obtenção destes dados reais, podem ser adotados os valores descritos
na Tabela 1 a seguir apresentada ou valores indicados em literatura específica.

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Tabela 1 – Contribuição diária de efluente (q) por unidade


Contribuição de
Lodo fresco (Lf) b
Tipo de contribuição Unidade efluente (q) a
Litro/unidade/dia
Litro/unidade/dia
1. Ocupantes permanentes    
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residência padrão alto Pessoa 160 1


residência padrão médio Pessoa 130 1
residência padrão baixo Pessoa 100 1
hotel (exceto banheira, lavanderia e cozinha) Pessoa 100 1
hotel com cozinha e lavanderia, exceto banheira Pessoa 240 1
hotel com cozinha, lavanderia e banheira Pessoa 360 1
alojamento provisório Pessoa 80 1
orfanato - asilo Pessoa 120 1
escola (internato) Pessoa 150 1
presídio Pessoa 240 1
quartel Pessoa 120 1
área rural Pessoa 100 1
2. Ocupantes temporários
fábrica em geral Pessoa 70 0,30
escritório Pessoa 50 0,20
edifício público ou comercial Pessoa 50 0,20
escola de meio período Pessoa 50 0,20
escola de período integral Pessoa 100 0,30
creche Pessoa 50 0,20
bar Pessoa 6 0,10
restaurante e similares Refeição 25 0,10
cinema, teatro, templo, igreja e locais de curta
Lugar 2 0,02
permanência
ambulatório Pessoa 25 0,20
estação ferroviária, rodoviária e metroviária Passageiro 25 0,20
Bacia
sanitário público 480 4
sanitária
a q – contribuição de efluente (esgoto)
b Lf – contribuição de lodo fresco

NOTA Para garantir a eficiência do sistema, avaliar os efeitos da contribuição direta no sistema de
tratamento de máquina de lavar roupa, banheira ou outro equipamento com alta contribuição pontual.

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5.12 Requisitos mecânicos


5.12.1 Quando da existência de um conjunto de peças especiais que necessite manutenção, prever
acessório que facilite a sua montagem e desmontagem.

5.12.2 Deve ser verificada a estabilidade à pressão hidráulica externa (subpressão/empuxo), em


zonas suscetíveis a este esforço gerado pelo nível freático (nível de água subterrânea, inundação,
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alagamento, enchente).

NOTA Podem ser aplicadas medidas preventivas para atenuar os esforços e garantir a estabilidade
estrutural do sistema de tratamento, a serem definidas no projeto.

5.12.3 Deve ser aplicado fator de segurança compatível ao esforço gerado, para garantia desta
estabilidade.

5.12.4 Recomenda-se avaliar as condições do entorno da estrutura do sistema de tratamento e


as possíveis influências na sua estabilidade.

5.13 Etapas de implantação, plano de execução da obra ou de instalação


5.13.1 Etapas de implantação

As etapas de implantação devem ser detalhadas atendendo aos estudos de viabilidade técnica,
econômica e financeira, com atendimento à legislação vigente aplicável, e diretrizes definidas pela
prestadora de serviço em saneamento ou contratante.

5.13.2 Plano de execução ou de instalação

5.13.2.1 Definir o plano de execução e/ou de instalação do sistema de tratamento, considerando


a interdependência das atividades, quando necessário.

5.13.2.2 Adotar solução técnica compatível ao risco onde o sistema de tratamento estiver sujeito a
avarias de qualquer natureza, provocadas por agentes reais ou potenciais (vandalismo, incêndio,
impacto contra a estrutura).

5.13.2.3 Indicar no projeto, para a fase de execução das obras, a obrigatoriedade no atendimento
às normas nacionais, às especificações da prestadora de serviço em saneamento quando aplicáveis,
e considerar as instruções do fabricante nas partes aplicáveis.

5.13.2.4 Prever no projeto as fases construtivas e solução para as interferências, espaços para tráfego
ou acesso para manutenção, e demais detalhes necessários à execução da obra, atendendo também
aos aspectos de segurança.

5.13.2.5 Prever e considerar no orçamento:

 a) local adequado para acondicionamento dos materiais, se necessário;

 b) a realização do teste de estanqueidade do sistema de tratamento, conforme 5.18 ou conforme


norma técnica aplicável;

 c) a realização de verificação de estabilidade à pressão hidrostática externa;

 d) a limpeza interna das unidades construídas e da área na finalização e entrega da obra;

 e) a localização da destinação final dos entulhos e resíduos da construção civil para local adequado
e licenciado, quando necessário.

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5.14 Especificações técnicas

As especificações técnicas devem ser detalhadas, claras e objetivas, contendo todos os elementos
necessários à caracterização dos serviços a serem executados, dos materiais, equipamentos
eletromecânicos, acessórios a serem utilizados e produtos a serem aplicados, atendendo aos requisitos
desta norma e de outras normas técnicas vigentes e aplicáveis.
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5.14.1 As especificações técnicas devem incluir a exigência de garantias quanto a alterações, reparos,
substituições, reposições e consertos de todo e qualquer material que apresentar anomalias, vícios
ou defeitos decorrentes de matéria-prima empregada em sua produção e/ou decorrentes de erros de
concepção do projeto e/ou da fabricação do componente ou do equipamento; assistência técnica;
reposição de peças do componente ou do equipamento acessório especificado.

5.14.2 Para cada tipo de componente ou equipamento aplicado, podem ser exigidos documentos
específicos pertinentes, como laudos técnicos, testes, ensaios complementares.

5.14.3 Na especificação, deve constar a exigência de fornecimento do manual de instalação, operação,


uso e manutenção, de acordo com 5.16.

5.15 Identificação

O sistema de tratamento pré-fabricado e/ou construído por empresas especializadas deve conter
identificação indelével, em lugar facilmente visível, com no mínimo as seguintes informações:

 a) identificação: nome do fabricante (razão social), CNPJ;

 b) produto, lote ou data de fabricação, peso do componente vazio;

 c) vazão máxima e carga orgânica máxima admissível;

 d) indicação do número da Norma de referência.

5.16 Manual de instalação, operação, uso e manutenção

5.16.1 O manual de instalação, operação, uso e manutenção deve ser elaborado a partir das informações
do projeto, contemplando no mínimo:

 a) dados com o número máximo de usuário, vazão de dimensionamento;

 b) modelo e características dos componentes e/ou equipamentos contidos no sistema de tratamento,
como resistência mecânica, pressão externa, pressão interna, vida útil, dimensões externas,
dimensões internas (diâmetro/medidas, volume útil, altura útil) e características do meio suporte
ou material de enchimento, características dos equipamentos (vazão de ar, potência do motor,
tensão, corrente etc.);

 c) descrição do funcionamento com diretrizes de operação e manutenção do sistema de tratamento


e de seus componentes;

 d) diagrama geral, mostrando componentes do sistema de tratamento e suas inter-relações;

 e) identificação de pontos de amostragem, monitoramento da eficiência do sistema de tratamento,


quando aplicável;

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 f) procedimentos para início de operação, situações de emergência e segurança;

 g) procedimentos para manutenção preditiva, preventiva, limpeza periódica, com descrição de cada
rotina e sua frequência;

NOTA Quando da execução da limpeza, observar a necessidade de manter parte do material biológico
para garantir a eficiência do sistema de tratamento.
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 h) identificação dos problemas operacionais mais frequentes e procedimentos a adotar em cada
caso.

5.16.2 O manual deve ser em português. E, quando o sistema de tratamento for importado, deve ser
anexado o manual original deste.

5.17 Orçamento

5.17.1 O orçamento do projeto deve atender as orientações e diretrizes da prestadora de serviço em


saneamento ou contratante, considerar 5.13 e especificações técnicas elaboradas conforme 5.14,
contemplando composições de custos específicos, quando necessários.

5.17.2 O orçamento do projeto deve considerar todas as etapas necessárias à implantação do sistema
de tratamento, dos serviços preliminares à desmobilização da obra.

5.18 Verificação de estanqueidade do sistema de tratamento

5.18.1 Antes do sistema de tratamento entrar em funcionamento, as partes componentes do sistema


(tanque(s) ou câmaras), devem ser submetidas ao ensaio de estanqueidade, realizado após estas
partes terem sido saturadas por no mínimo 24 h.

5.18.2 A estanqueidade é medida pela variação do nível de água, após enchimento, até a altura
da geratriz inferior do tubo de saída, decorridas 12 h. Se a variação for superior a 3 % da altura útil,
a estanqueidade é insuficiente, devendo-se proceder à correção de trincas, fissuras ou juntas, e a
impermeabilização necessária. Após a correção, novo ensaio deve ser realizado.

5.19 Outros requisitos

5.19.1 As peças gráficas devem estar de acordo com as normas técnicas aplicáveis e atender
às diretrizes específicas da prestadora de serviço em saneamento quando aplicável ou contratante.

5.19.2 Deve-se prever a proteção quanto aos ruídos gerados no sistema de tratamento conforme
a ABNT NBR 10152 (ver [8]), ABNT NBR IEC 60034-9 (ver [9]), e a norma de segurança ver [5],
quando aplicável.

5.19.3 Convém a adoção de medidas para a redução ou limitação da emissão de odores nas partes
componentes do sistema de tratamento e em seu entorno, quando da concepção do sistema de
tratamento.

5.20 Amostragem para análise do desempenho e de monitoramento

De acordo com a legislação vigente ambiental aplicável e o porte do sistema de tratamento abrangido
nesta Norma, o sistema pode ser submetido à avaliação periódica de desempenho, verificando a sua
eficiência.

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5.21 Alternativas/arranjos de aplicação

5.21.1 O sistema de tratamento deve garantir a eficiência mínima exigida pelos órgãos e legislações
vigentes ambientais, os estabelecidos pela prestadora de serviços em saneamento ou contratante.

5.21.2 Os Anexos A ao M apresentam alternativas técnicas que podem compor o sistema de tratamento,
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com diferentes arranjos entre as alternativas descritas, contemplam indicação de possíveis tratamentos
dos subprodutos gerados no processo.

5.21.3 A escolha do processo a ser selecionado e as faixas de remoção das alternativas apresentadas,
e as respectivas características principais, devem atender às normas específicas, se existirem, e ser
consultada literatura específica em complemento aos requisitos estabelecidos nesta Norma e em seus
anexos.

5.21.4 As soluções técnicas para o sistema de tratamento de esgoto não se limitam às apresentadas
nestes Anexos.

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Anexo A
(normativo)

Tanque séptico (TS)


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A.1 Generalidades
Este Anexo abrange o projeto de tanque séptico, pré-fabricados ou moldados in loco, para sistemas
locais de tratamento de esgoto com vazão diária até 12 000 L/dia e carga orgânica total até
3,80 kgDBO/dia, para instalação em sistemas que possuam condições diferenciadas de execução,
operação e manutenção, se comparadas aos sistemas de médio e grande portes de tratamento de
esgoto, usualmente implantados em empreendimentos não atendidos por sistema de esgotamento
sanitário, em empreendimentos distantes.

A elaboração do projeto deve atender aos requisitos estabelecidos nesta Norma e à legislação vigente
aplicável, com a devida adequação dos requisitos específicos indicados em A.2 a A.8.

O tanque séptico é uma unidade de fluxo horizontal, para tratamento de esgotos por processos
de sedimentação, flotação e digestão.

A.2 Dimensionamento do tanque séptico


No dimensionamento, calcular o volume útil total pela equação:

V = 1 000 + N × (q × T + K × Lf)

onde

V é o volume útil, expresso em litros (L);

N é o número de pessoas ou unidades de contribuição, expressa em unidades (ud);

q é a contribuição de efluente (esgoto), expressa em litros/unidade/dia (L/ud/d);

T é o período de detenção, expresso em dias (d);

K é a taxa de acumulação de lodo digerido, expressa em dias (d);

Lf é a contribuição de lodo fresco, expressa em litro/dia (L/d).

Quando houver tanque séptico em paralelo, dividir a contribuição e utilizar a equação para cada
tanque.

Quando houver contribuições de diferentes ocupações, somar as contribuições e determinar um único


tempo de detenção para cada tanque séptico.

O valor de 1 000 L da equação deve ser repetido para cada tanque séptico.

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A.2.1 Vazão de contribuição de efluentes (q)

No cálculo da vazão de contribuição de efluentes (q), adotar 5.11.

A.2.2 Período de detenção dos efluentes T


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O sistema deve ser projetado para períodos mínimos de detenção, conforme a Tabela A.1.

Tabela A.1 – Período de detenção dos efluentes, por faixa de contribuição diária

Contribuição diária Tempo de detenção


L Dia Horas
Até 1 500 1,00 24
Acima de 1 501 até 3 000 0,92 22
Acima de 3 001 até 4 500 0,83 20
Acima de 4 501 até 6 000 0,75 18
Acima de 6 001 até 7 500 0,67 16
Acima de 7 501 até 9 000 0,58 14
Acima de 9 001 até 12 000 0,50 12

A.2.3 Taxa de acumulação total de lodo K

A taxa de acumulação total de lodo, em dias, é obtida na Tabela A.2, em função de:

 a) faixas de temperatura ambiente (média do mês mais frio, em graus Celsius);

 b) intervalo entre limpezas, em anos.

Tabela A.2 – Taxa de acumulação total de lodo (K), em dias, por intervalo entre limpezas
e temperatura do mês mais frio
Valores de K por faixa de temperatura ambiente
Intervalo entre limpezas
Temperatura ambiente
anos
°C
t ≤ 10 10 ≤ t ≤ 20 t > 20
1 94 65 57
2 134 105 97
3 174 145 137
4 214 185 177
5 254 225 217

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A.3 Geometria do tanque séptico


O tanque séptico pode ser cilíndrico ou prismático retangular, conforme detalhes representativos
apresentados nas Figuras A.1 a A.3. As medidas internas mínimas devem observar o seguinte:

 a) profundidade útil: varia entre os valores mínimos e máximos recomendados na Tabela A.3,
de acordo com o volume útil obtido mediante a equação conforme A.2;
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 b) diâmetro interno mínimo: 1,10 m;

 c) largura interna mínima: 0,80 m;

 d) relação comprimento/largura (para tanque prismático retangular): mínimo 2:1; máximo 4:1.

No projeto, as peças gráficas devem ser apresentadas indicando no mínimo diâmetro/medidas


internas, altura total, altura útil, volume útil.

Tabela A.3 – Profundidades úteis mínima e máxima, por faixa de volume útil
Profundidade útil
Volume útil m
m3
Mínima Máxima
Até 6,00 1,20 2,20
Acima de 6,00 até 10,00 1,50 2,50
Acima de 10,00 1,80 2,80

A.4 Dispositivos de entrada e saída


Os dispositivos de entrada e saída devem ser constituídos por tês sanitários ou septos, e observar
as seguintes relações de medidas:

 a) dispositivo de entrada: parte emersa, pelo menos 0,10 m acima da geratriz superior do tubo de
entrada, e parte imersa aprofundada até 0,10 m acima do nível correspondente à extremidade
inferior do dispositivo de saída;

 b) dispositivo de saída: parte emersa nivelada, pela extremidade superior, ao dispositivo de entrada,
e parte imersa medindo um terço da altura útil do tanque a partir da geratriz inferior do tubo de
saída;

NOTA Sugerida a instalação de filtro-cartucho na saída do tanque séptico, de maneira facultativa,


para melhorar o desempenho do sistema, detalhe representativo de instalação na Figura A.3.

 c) as geratrizes inferiores dos tubos de entrada e saída são desniveladas em 0,10 m;

 d) entre a extremidade superior dos dispositivos de entrada e saída e o plano inferior da laje de
cobertura do tanque, deve ser preservada uma distância mínima que permita entre o nível de
água e o plano inferior da laje de cobertura do tanque distância ≥ a 0,30 m.

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A.5 Sistema para acesso, limpeza e retirada de lodo do tanque séptico


O tanque séptico deve possuir:

 a) tubo-guia para facilitar a retirada periódica do lodo digerido acumulado no tanque, diâmetro
mínimo de 0,15 m;
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 b) tubo-guia prolongado até 2/3 da altura útil do tanque séptico;

 c) tampa de inspeção/acesso localizada sobre dispositivo de entrada, com diâmetro mínimo de
0,60 m. Para tanque séptico com raio maior que 1,5 m prever inspeção sobre o dispositivo
de saída. Quando for utilizado filtro com tela no dispositivo de saída, deve ter inspeção sobre
o mesmo Figura A.3;

 d) a altura da chaminé de inspeção/acesso convém ser de no máximo 0,50 m.

A.6 Periodicidade de limpeza/retirada de lodo


Os intervalos de limpeza devem ser indicados, quando do dimensionamento da unidade.

A.7 Operação
Deve ser disponibilizado pelo fabricante, o manual de operação do sistema para o correto funcionamento
deste.

NOTA Convém incluir no projeto e manual de operação observação para que durante a construção do
empreendimento, não ocorra contaminações do tanque séptico por caliças, resíduos diversos, químicos
como tintas, solventes e/ou soluções de limpeza da obra.

A.8 Manutenção do sistema


Para manter o funcionamento adequado do sistema de tratamento, convém realizar o seguinte
procedimento de manutenção:

 a) abrir a(s) tampa(s) de inspeção;

 b) aguardar tempo suficiente para saída de gases;

 c) inspecionar a estrutura periodicamente, visando a identificar possíveis vazamentos, conferindo


o nível de líquido com o nível do tubo de saída;

 d) drenar camada de escuma por meio da tampa de inspeção;

 e) inserir mangote através do tubo-guia para drenar lodo digerido. Manter a zona neutra e parte do
lodo em digestão dentro do tanque para preservar o processo de tratamento. O lodo acumulado
no tanque séptico retirado periodicamente deve ser encaminhado para a unidade de tratamento
de lodo ou ser realizada sua remoção para disposição final conforme legislação vigente aplicável;

 f) caso seja identificado vazamento na estrutura, na inspeção conforme alínea b), esvaziar todo
o tanque conforme alíneas d) e e), proceder lavagem e posterior recuperação da estrutura para
manter sua estanqueidade;

 g) a limpeza do sistema deve ser feita com emprego de materiais e equipamentos adequados para
impedir o contato direto do esgoto e lodo com o operador.

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Figura A.1 – Esquema representativo de tanque séptico prismático com tê sanitário,


opção com septo

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Figura A.2 – Esquema representativo de tanque séptico circular com tê, opção com séptico

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Figura A.3 – Opção de saída com instalação de filtro cartucho

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Anexo B
(normativo)

Equipamento compacto de tratamento de esgoto (ECTE)


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B.1 Generalidades
Este Anexo abrange o projeto de equipamento compacto de tratamento de esgoto completo (ECTE),
pré-fabricado, para sistemas locais de tratamento de esgoto com vazão diária até 12 000 L/dia e carga
orgânica total até 3,80 kgDBO/dia, para instalação em sistemas que possuam condições diferenciadas
de execução, operação e manutenção, se comparadas aos sistemas de médio e grande portes de
tratamento de esgoto, usualmente implantados em empreendimentos não atendidos por sistema de
esgotamento sanitário, em empreendimentos distantes.

A elaboração do projeto do sistema de tratamento por meio de ECTE, deve atender aos requisitos
estabelecidos nesta Norma e à legislação vigente aplicável, com a devida adequação dos requisitos
específicos indicados em B.2 a B.4.

O ECTE pode ser constituído por um ou mais módulos de tratamento de esgoto compacto (MTEC).
Um módulo MTEC único ou associado a outro módulo de tratamento complementar somente é
considerado como um ECTE quando atender aos requisitos para o tratamento de esgoto técnica e
legalmente exigíveis.

Os módulos MTEC que compõem o ECTE podem ser compostos de processo anaeróbio, aeróbio
ou misto e podem ser utilizados nas diferentes etapas do sistema de tratamento, depende das
características de cada projeto e função específica de cada módulo no processo. As alternativas de
aplicação podem ser compostas conforme a Figura 2 em 4.5.6.

B.2 Dimensionamento e detalhamento do equipamento compacto de tratamento


de esgoto (ECTE) e dos módulos (MTEC) componentes do sistema
Para o dimensionamento e detalhamento do equipamento compacto de tratamento de esgoto
(ECTE) e/ou de cada módulo do sistema de tratamento de esgoto compacto (MTEC), atender ao 5.11
e demais itens da Norma quando aplicáveis.

B.3 Requisitos de eficiência do equipamento compacto de tratamento de


esgoto (ECTE)
B.3.1 O equipamento deve atingir sua eficiência média em até 180 dias de funcionamento, conforme
dimensionamento do sistema.

B.3.2 A eficiência do MTEC é declaratória e deve ser informada pelo fabricante com base nas
eficiências de cada módulo de MTEC-tipo, por processo específico aplicado ao módulo, conforme
procedimento de verificação de eficiência descrito em B.4.

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B.3.3 O MTEC pode ser um componente do sistema de tratamento ou operar individualmente como
um sistema total, de acordo com as características de cada projeto e função específica projetada para
o módulo.

B.3.4 O ECTE pode contemplar individualmente o processo completo de tratamento, funcionando


como um sistema total ou ser composto por módulos de tratamento de esgoto compacto (MTEC).
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B.3.4.1 Quando o ECTE atuar como um sistema completo de tratamento, além da “eficiência
declarada”, deve ser observado o atendimento à legislação ambiental aplicável.

NOTA De maneira facultativa a ABNT NBR ISO 30500 (ver [2]) traz em seu contexto requisitos de
desempenho para unidades de tratamento integradas pré-fabricadas, que podem ser considerados quando
da definição das eficiências a serem atingidas.

B.4 Procedimento de verificação de eficiência do equipamento


Um equipamento-tipo é um ECTE ou MTEC referência para a avaliação da eficiência do processo
de tratamento.

A avaliação de eficiência do equipamento-tipo, ECTE-tipo ou MTEC-tipo, deve ser realizada conforme


procedimentos a seguir descritos:

B.4.1 Considera-se como uma família de equipamentos, os ECTE ou MTEC que compartilhem o
mesmo projeto: desenho, características geométricas, regime hidráulico, características construtivas,
função específica no processo, elemento filtrante, se necessário; materiais aplicados e equipamentos
provenientes da mesma unidade produtiva.

B.4.2 Considera-se como grupo-padrão de equipamento, o conjunto de ECTE ou MTEC pertencentes


à mesma família com variação máxima da vazão nominal de referência (média) de projeto de 3 m3/dia.

B.4.3 Considera-se como equipamento-tipo, para os testes de referência, os equipamentos de


menor e maior vazão dentro um grupo-padrão.

B.4.4 A eficiência do equipamento deve ser verificada para os equipamentos-tipo para cada
grupo-padrão.

B.4.5 A eficiência do equipamento-tipo, com base neste procedimento é a “eficiência declarada”,


adotada para o grupo-padrão.

B.4.6 A verificação da eficiência do equipamento-tipo deve ser realizada a partir da avaliação da


alteração da qualidade entre o esgoto afluente e efluente ao equipamento avaliado.

B.4.7 A coleta e as análises de qualidade do esgoto devem ser realizadas por laboratório
reconhecido por entidade metrológica regional ou nacional.

B.4.8 As análises devem ser realizadas por profissionais capacitados sob a supervisão de
profissional habilitado.

B.4.9 Os resultados das análises devem ser registrados e conter os dados de registro do profissional
habilitado.

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B.4.10 As condições de implantação do sistema, as coletas e os resultados das análises devem ser
acompanhados e avaliados por entidade ou profissional capacitado, independente, de reconhecida
idoneidade e competência técnica responsável pela emissão de relatório de “eficiência declarada”
do ECTE equipamento-tipo.

B.4.11 Condições de instalação do sistema de tratamento para o teste de avaliação de eficiência


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do ECTE equipamento-tipo:

 a) para o teste de avaliação da eficiência o ECTE equipamento-tipo deve ser instalado em um sistema
de tratamento de efluentes em condições de funcionamento real;

 b) as características do local da instalação-teste devem estar em acordo com os parâmetros


de projeto utilizados pelo fabricante do ECTE ou de cada MTEC que compõem o ECTE. São
objetos dessa conformidade o número de usuários e as condições de uso e ocupação do local
de instalação;

 c) o sistema deve ser dotado de pré-tratamento. Recomenda-se que o sistema de pré-tratamento
utilizado para o teste de avaliação de eficiência seja composto por: gradeamento, caixa de areia
e caixa de gordura. Quando necessário, o sistema pode ter tratamento complementar;

 d) o sistema deve ser instalado conforme instruções do fabricante;

 e) o sistema de teste deve conter uma caixa de equalização e coleta de amostra imediatamente
antes da entrada e outra imediatamente após a saída do equipamento a ser testado, seja um
ECTE ou um MTEC.

 f) para avaliação do MTEC, deve ser feita a sua instalação considerando o projeto completo da
ECTE. A caixa de equalização e coleta de amostra deve ser compatível com as vazões de projeto
do sistema e permitir a coleta das amostras para avaliação de qualidade do esgoto;

 g) a caixa de equalização deve ser projetada com tempo de detenção hidráulico (TDH) de 1 h;

 h) convém que as caixas de equalização sejam removidas do sistema após o período de análise
do equipamento-tipo.

B.4.12 Coleta de amostras – local, frequência e duração

 a) as amostras devem ser coletadas diretamente nas caixas de equalização;

 b) as amostras para verificação da eficiência do equipamento-tipo devem ser compostas, com coletas
horárias durante um período mínimo de 6 h, contemplando dois horários de pico;

 c) a coleta de amostras deve ser realizada em três dias consecutivos e repetida a cada três meses
durante o período de avaliação do ECTE ou do MTEC.

B.4.13 Avaliação do equipamento-tipo

 a) o equipamento-tipo deve ser avaliado pelo período de 12 meses;

 b) o período de partida do sistema não pode ser considerado como parte integrante do período
de avaliação;

 c) convém que o tempo de partida seja considerado como 180 dias a partir do início da operação;

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 d) quaisquer interrupções de alimentação de esgoto durante o teste de avaliação do


equipamento-tipo devem ser informadas e registradas;

 e) em caso de interrupção de alimentação por 30 dias ou mais, deve-se interromper a avaliação,
considerar novamente o período de partida e, somente então, retomar o período de avaliação;

 f) o valor de “eficiência declarada” do equipamento-tipo deve ser a média das eficiências diárias
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do conjunto total das amostras para cada parâmetro.

B.4.14 Parâmetros aplicáveis à avaliação de eficiência do equipamento-tipo

A avaliação de eficiência do equipamento-tipo deve considerar os parâmetros descritos na Tabela B.1

Tabela B.1 – Parâmetros aplicáveis à avaliação de eficiência do equipamento-tipo


Equipamento-tipo Equipamento-tipo Equipamento-tipo
Parâmetro
anaeróbio aeróbio misto
Ph X X X
Temperatura X X X
DBO X X X
DQO X X X
Sólidos sedimentáveis X X X
Sólidos em suspensão totais X X X
Óleos e graxas X X X
Nitrogênio amoniacal – X X
Fósforo total – X X
Oxigênio dissolvido – X X

B.4.15 O relatório de eficiência do equipamento-tipo deve contemplar no mínimo:

 a) descrição do equipamento-tipo – nome do fabricante, nome comercial do equipamento, modelos


adotados para o teste, capacidade de atendimento de projeto do equipamento; descrição da
família e do grupo-padrão;

 b) condições de instalação – local da instalação, descrição da implantação, descrição do sistema


de tratamento preliminar ou complementar, número de usuários e condições de uso e ocupação,
atendimento ao manual de instalação do fabricante;

 c) atendimento ao dimensionamento - compatibilidade entre o número de usuários e a capacidade


de atendimento de projeto do equipamento;

 d) verificação se o laboratório é reconhecido por entidade regional ou nacional;

 e) acompanhamento das coletas de amostras – condições das coletas, respeito ao prazo de partida
do sistema e ao método estabelecido, interrupções de alimentação;

 f) resultado das análises – resultados das análises de qualidade das águas obtidas no período de
avaliação, eficiências diárias e a “eficiência declarada” para o equipamento-tipo.

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Anexo C
(normativo)

Reator anaeróbio compartimentado (RAC)


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C.1 Generalidades
Este Anexo abrange o projeto de reator anaeróbio compartimentado (RAC), para sistemas locais
de tratamento de esgoto com vazão diária até 12 000 L/dia e carga orgânica total até 3,80 kgDBO/dia
em área não atendida por sistema de esgotamento sanitário.

A elaboração do projeto deve atender aos requisitos estabelecidos nesta Norma e à legislação vigente
aplicável, com a devida adequação dos requisitos específicos indicados em C.2 a C.5.

O reator anaeróbio compartimentado (RAC) é componente do sistema de tratamento de esgotos


constituído por múltiplas câmaras sequenciais em relação ao fluxo hidráulico onde o esgoto é tratado
por processo anaeróbio em fluxo ascendente. No interior de cada câmara, ocorre o desenvolvimento
de biomassa de forma dispersa, responsável pelo tratamento biológico. O esgoto é introduzido no
fundo de cada câmara de digestão e é recolhido em sua parte superior de forma a permitir o contato
do esgoto com a biomassa, que se concentra na parte inferior de cada câmara.

O biogás produzido é coletado de maneira unificada na parte superior das câmaras, sendo encaminhado
para dispersão na atmosfera ou para a queima.

O lodo deve ser removido do interior do equipamento, observando-se a qualidade do efluente tratado.

A disposição final do efluente tratado dos RACs depende da legislação ambiental e das características
ambientais do local de implantação.

C.2 Dimensionamento e detalhamento do reator anaeróbio compactado (RAC)


Para o dimensionamento e detalhamento do reator anaeróbio compactado (RAC), atender C.2.1
a C.2.7 e demais itens da Norma quando aplicáveis.

C.2.1 O dimensionamento do RAC pode ser feito com base em modelos simplificados de cálculo
relacionados ao tempo de detenção hidráulica (TDH) (em horas) e à velocidade ascensional (em
metros /hora) em cada câmara de digestão.

C.2.2 O tempo de detenção hidráulica para o tratamento de efluentes sanitários, calculado para
a vazão média e considerando a temperatura média do esgoto para o mês mais frio, deve ser igual
ou superior a:

 a) 8 h para temperatura do esgoto superior a 22 °C;

 b) 10 h para temperatura do esgoto entre 18 °C e 22 °C;

 c) 12 h para temperatura do esgoto entre 15 °C e 18 °C.

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C.2.3 O valor adotado do TDH se refere ao total de câmaras estabelecido (no mínimo três câmaras).
O volume de cada câmara é função da vazão média de esgoto, do valor de TDH adotado e da relação
de volumes escolhida entre a primeira e as demais câmaras.

C.2.4 A velocidade ascensional em cada câmara de digestão deve ser igual ou inferior a 0,65 m/h
para a vazão média e inferior a 0,90 m/h para a vazão máxima.
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C.2.5 Os cálculos do tempo de detenção hidráulica e da velocidade ascensional em cada câmara


devem ser realizados utilizando-se a vazão média de esgoto afluente à unidade.

C.2.6 Deve ser previsto sistema de ventilação e exaustão dos gases gerados pelo processo de
tratamento atendendo a 5.10.

C.2.7 Deve ser prevista uma forma de remoção de lodo e/ou esvaziamento para cada uma das
câmaras constituintes do RAC.

NOTA No caso de utilização de tubulação para descarte do lodo, convém que o diâmetro mínimo das
tubulações de descarga seja de 150 mm.

C.3 Câmaras de digestão


C.3.1 O RAC deve ser projetado com no mínimo três câmaras de digestão anaeróbias.

C.3.2 O volume das câmaras pode ser distribuído igualmente ou a primeira câmara pode ter volume
maior, pois é nela que ocorre a maior retenção de partículas sólidas e a remoção biológica da matéria
orgânica.

C.3.3 Câmaras complementares subsequentes podem ser incorporadas ao RAC como condição
equivalente ao tratamento complementar. As câmaras complementares podem ser anaeróbias,
aeróbias com sistema de aeração por ar dissolvido, contar ou não com o uso de meio suporte ou ser
projetadas como elementos para promover a sedimentação de sólidos.

NOTA No caso de as câmaras complementares serem projetadas como aeróbias, o reator passa a ser
um reator híbrido anaeróbio/aeróbio.

C.3.4 A profundidade útil total dos RACs deve ser entre 1,40 m e 2,00 m.

C.3.5 Recomenda-se altura livre mínima de 0,30 m entre nível do líquido e a superfície de cobertura
do RAC.

C.4 Sistema de distribuição de esgoto nos RAC


Para o sistema de distribuição de esgoto nos RAC, considerar o seguinte:

 a) o diâmetro interno mínimo dos tubos de distribuição de esgoto deve ser de 100 mm;

 b) cada ponto de distribuição de esgoto nas câmaras que compõem o RAC deve estar restrito a uma
área de distribuição inferior a 2 m2;

 c) convém que a tubulação de distribuição do esgoto nas câmaras seja vertical;

 d) os pontos de distribuição devem estar localizados em altura de 0,10 m a 0,20 m acima do fundo
da câmara;

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 33/91


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 e) deve ser previsto dispositivo no sistema de alimentação para a identificação de pontos de
entupimento:

— a transição do percurso horizontal para o vertical em cada tubo de distribuição deve ser
realizada utilizando-se de uma conexão tipo tê com uma das suas extremidades virada para
cima;
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— quando a alimentação for realizada apenas com tubos instalados verticalmente, deve-se
utilizar caixa de distribuição dotada de vertedores que permita isolar cada tubo de alimentação
em um compartimento exclusivo;

— os dispositivos de entrada e saída devem ser constituídos por septos ou tubulações com
conexões tipo tê;

— os dispositivos de entrada devem ter parte emersa, pelo menos 10  cm acima da geratriz
superior do tubo de entrada;

— os dispositivos de saída devem ter parte emersa nivelada à parte emersa do dispositivo de
entrada e parte imersa aprofundada em, ao menos, 10 cm abaixo da geratriz inferior do tubo
de saída;

— as geratrizes inferiores dos tubos de entrada de cada câmara devem estar a, pelo menos,
10 cm acima das geratrizes inferiores dos tubos de saída.

C.4.1 As áreas sobre as câmaras de digestão devem ser cobertas e ter toda a estrutura acima
do nível de água protegida contra corrosão.

C.4.2 As aberturas de inspeção dos RAC devem ser em número e ter disposição tais que permitam
a remoção do lodo e da escuma acumulados, assim como a desobstrução dos dispositivos internos
atendendo a 5.9.

C.5 Operação
C.5.1 Deve-se realizar a remoção do lodo e da escuma acumulados nos RAC nos intervalos
recomendados no projeto ou conforme necessidades operacionais do sistema.

C.5.2 A altura de lodo em cada câmara, após descarte, deve ser mantida em no mínimo 1/4
da altura útil.

C.5.3 Anteriormente a qualquer operação que venha a ser realizada no interior do RAC, atender 5.3.

C.5.4 Devem-se prever sistemas de tratamento e descarte adequados do lodo gerado pelo processo
de tratamento via RAC, atender 5.4.

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Anexo D
(normativo)

Filtro anaeróbio de leito fixo com fluxo ascendente, filtro anaeróbio


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D.1 Generalidades
Este Anexo, abrange o projeto de filtro anaeróbio de leito fixo com fluxo ascendente, filtro anaeróbio,
para sistemas locais de tratamento de esgoto com vazão diária até 12 000 L/dia e carga orgânica total
até 3,80 kgDBO/dia, para instalação em sistemas que possuam condições diferenciadas de execução,
operação e manutenção, se comparadas aos sistemas de médio e grande portes de tratamento de
esgoto, usualmente implantados em empreendimentos não atendidos por sistema de esgotamento
sanitário, em empreendimentos distantes.

A elaboração do projeto deve atender aos requisitos estabelecidos nesta Norma e à legislação vigente
aplicável, com a devida adequação dos requisitos específicos indicados em D.2 a D.10.

O filtro anaeróbio consiste em um reator biológico de fluxo ascendente no qual o esgoto é depurado
por meio de microrganismos anaeróbios, dispersos tanto no espaço vazio do reator quanto nas
superfícies do meio suporte ou de material de enchimento.

D.2 Dimensionamento do filtro anaeróbio


No dimensionamento, calcular o volume útil do filtro anaeróbio (Vu), em litros, pela equação:

Vu = Iv × N × q × T

onde

Iv é a taxa de compensação pelo volume ocupado pelo material do meio suporte, depende
do índice de vazios do material aplicado. Na indefinição da taxa para o material específico,
adotar 1,6.

N é o número de contribuintes, expresso em unidade (ud);

q é a contribuição de efluentes, expressa em litros/unidade/dia (L/ud/dia);

T é o tempo de detenção hidráulica, expresso em dias (d) – ver a Tabela D.1.

O volume útil mínimo do filtro anaeróbio deve ser de 1 000 L.

D.2.1 Vazão de contribuição de efluentes (q)

No cálculo da vazão de contribuição de efluentes (q), ver 5.11.

D.2.2 Tempo de detenção dos efluentes T

O sistema deve ser projetado para tempos mínimos de detenção, conforme a Tabela D.1.

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Tabela D.1 – Tempo de detenção hidráulica de esgoto (T), por faixa de vazão e temperaturas
do esgoto (em dias)

Vazão Temperatura média do mês mais frio


Litro/dia Abaixo de 15 °C Entre 15 °C e 25 °C Maior do que 25 °C
Até 1 500 1,17 1,00 0,92
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Acima de 1 501 até 3 000 1,08 0,92 0,83


Acima de 3 001 até 4 500 1,00 0,83 0,75
Acima de 4 501 até 6 000 0,92 0,75 0,67
Acima de 6 001 até 7 500 0,83 0,67 0,58
Acima de 7 501 até 9 000 0,75 0,58 0,50
Acima de 9 001 até 12 000 0,75 0,50 0,50

D.2.3 Altura do filtro anaeróbio

A altura total do filtro anaeróbio, em metros (ver a Figura D.1), é obtida pela equação:

H = h + h1 + h2

onde

H é a altura total interna do filtro anaeróbio, expressa em metros (m);

h é a altura útil do filtro anaeróbio, expressa em metros (m);

h1 é a altura da calha coletora, expressa em metros (m);

h2 é a altura sobressalente (variável), expressa em metros (m).

A altura útil do filtro anaeróbio, somando a altura do fundo falso e do meio suporte, deve ser ≥ a 1,20 m.

A altura do fundo falso deve ser ≤ a 0,60 m, já incluindo a espessura da laje.

D.3 Sistema de distribuição de esgoto no filtro anaeróbio

D.3.1 Com fundo falso

A distribuição de esgoto afluente no fundo do filtro anaeróbio deve ser feita:

 a) por meio de tubos verticais com bocais perpendiculares ao fundo plano, com distância entre
as descidas e o fundo de 0,30 m, conforme a Figura D.1;

 b) a área do fundo do filtro a ser abrangida por cada descida de distribuição deve ser inferior a 3,0 m2.

D.3.2 Com preenchimento total por meio suporte ou de material de enchimento

O volume útil do filtro pode ser totalmente preenchido por meio suporte ou material de enchimento.

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Nesse caso, o esgoto afluente deve ser distribuído por todo o fundo do filtro por meio de tubos
perfurados, conforme a Figura D.2;

D.4 Divisão de vazão nos casos de múltiplas descidas ou reatores múltiplos


A divisão equitativa de vazão de esgoto entre as múltiplas descidas de um mesmo reator ou entre
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os reatores é de fundamental importância para o bom desempenho dos reatores. Sendo:

 a) no caso de divisão de vazão entre as descidas de um mesmo reator, o dispositivo interno para
divisão pode ser conforme representado na Figura D.3;

 b) no caso de se dividir a vazão entre os reatores distintos ou quando se quiser dividir a vazão
externamente a um reator, dimensionar e distribuir as unidades de acordo com os requisitos
estabelecidos anteriormente.

D.5 Coleta de efluentes


A coleta de efluentes deve ser feita por meio de:

 a) canaletas, conforme representado na Figura D.4;

 b) tubos perfurados ou com ranhuras conforme representado na Figura D.4.

A quantidade de canaleta(s) ou tubo(s) perfurado(s) deve ser dimensionada para realizar a coleta total
do efluente, de forma distribuída na cota da altura útil do filtro anaeróbio minimizando zonas mortas
e caminhos preferenciais.

Os vertedores da(s) canaleta(s) ou furos do(s) tubo(s) coletores de efluentes do filtro anaeróbio devem
ser dispostos horizontalmente e nivelados, de modo a coletar os efluentes uniformemente em toda
a sua extensão.

D.6 Sistema de drenagem dos filtros anaeróbios


Todos os filtros devem possuir um dispositivo que permita a drenagem destes pelo fluxo no sentido
descendente, conforme os casos a seguir:

 a) nos casos de filtros com fundo falso, um tubo-guia (Ø 200 mm) para cada 3 m2 do fundo;

 b) o fundo de filtros totalmente preenchidos, com distribuição de esgotos por meio de tubos
perfurados, deve ter declividade mínima de 1 % em direção ao poço de drenagem. Prever um
tubo-guia (Ø 200 mm) até 0,40 m do fundo do poço de drenagem, quando necessário.

D.7 Especificações do material do meio suporte ou de material de enchimento


O material do meio suporte ou de enchimento deve ser adequado para esta aplicação, ser resistente
aos esforços atuantes, às atividades biológicas e químicas que ocorrem no leito, possibilitar aderência
para a formação de biofilme, apresentar formato não achatado de modo a permitir a percolação do
esgoto nos espaços vazios, ser isento de solos e partículas finas.

NOTA No caso da aplicação de brita, utilizar a granulometria entre 5 cm a 7,5 cm, com as dimensões
mais uniformes possíveis.

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D.8 Furos no fundo falso e nos tubos de distribuição e coleta de esgotos


No fundo falso, o diâmetro dos furos deve ser de 2,50 cm. O número total de cavas deve ser de tal
modo que a somatória da área das cavas corresponda no mínimo a 5 % da área do fundo falso,
conforme representado na Figura D.4.

Nos tubos de distribuição do fundo, os furos devem ter diâmetro da ordem de 1,00 cm ou ranhuras
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com área equivalente, com a variação admissível de mais ou menos 5 %.

No caso de não se utilizar brita como meio suporte ou material de enchimento, o fundo falso pode
ser substituído por telas em aço inoxidável ou por outro material estrutural resistente a agressividade
do meio.

D.9 Cobertura do filtro anaeróbio


O filtro anaeróbio deve possuir uma cobertura removível, com tampa de inspeção localizada em cima
do tubo-guia para drenagem. Esta pode ser substituída pela camada de brita, nos casos de se ter
tubos perfurados ou ranhurados para coleta de efluentes e onde não houver acesso de pessoas,
animais, carros ou problemas com odor, com a parede sobressalente acima do solo, de modo a impedir
o ingresso de águas superficiais.

D.10 Manutenção e limpeza do filtro anaeróbio


Para a manutenção e limpeza do filtro anaeróbio:

 a) deve-se prever tubo-guia que alcance abaixo do fundo falso ou até o poço de sucção, e atender
aos requisitos estabelecidos em 5.9, para a limpeza do fundo falso e/ou do poço de sucção;

 b) convém realizar periodicamente a limpeza, pode ter como referência a periodicidade definida
no tratamento primário ou ser realizada em menor período quando constatada a necessidade.

 c) recomenda-se o seguinte procedimento:

— abrir a(s) tampa(s) de inspeção;

— aguardar tempo suficiente para saída de gases;

— inspecionar a estrutura periodicamente, visando a identificar possíveis vazamentos, conferindo


o nível de líquido com o nível da canaleta vertedora;

— inserir o mangote através do tubo-guia para drenar o lodo do fundo falso e/ou poço de sucção.
O lodo acumulado no filtro retirado periodicamente deve ser encaminhado para a unidade
de tratamento de lodo ou deve ser realizada sua remoção para disposição final conforme
a legislação aplicável;

— durante a drenagem, aplicar água limpa sobre o meio suporte para retrolavagem;

— limpar a canaleta vertedora;

— caso seja identificado vazamento na estrutura, na inspeção realizada, esvaziar todo o


filtro, proceder lavagem e posterior recuperação/substituição da estrutura para manter a
estanqueidade do sistema de tratamento;

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— a limpeza do sistema deve ser feita com emprego de materiais e equipamentos adequados
para impedir o contato direto do esgoto e lodo com o operador.
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Figura D.1 – Filtro anaeróbio prismático ou circular de 1 entrada

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 39/91


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Figura D.2 – Filtro anaeróbio circular ou prismático totalmente preenchido

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Figura D.3 – Filtro anaeróbio múltiplas descidas

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Figura D.4 – Detalhes do filtro anaeróbio

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Anexo E
(normativo)

Filtro aeróbio submerso aerado forçado


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E.1 Generalidades
Este Anexo abrange o projeto de filtro aeróbio submerso aerado, para sistemas locais de tratamento
de esgoto com vazão diária até 12 000 L/dia e carga orgânica total até 3,80 kgDBO/dia, para instalação
em sistemas que possuam condições diferenciadas de execução, operação e manutenção, se
comparadas aos sistemas de médio e grande portes de tratamento de esgoto, usualmente implantados
em empreendimentos não atendidos por sistema de esgotamento sanitário, em empreendimentos
distantes.

A elaboração do projeto deve atender aos requisitos estabelecidos nesta Norma e à legislação vigente
aplicável, com a devida adequação dos requisitos específicos indicados em E.2 a E.7.

O filtro aeróbio submerso aerado é o processo de tratamento de esgoto que utiliza meio suporte
para fixação dos microrganismos, imerso no reator, sendo o oxigênio necessário fornecido por ar
introduzido por meio de equipamento. Sua característica é a capacidade de fixar grandes quantidades
de microrganismos nas superfícies do meio suporte, reduzindo o volume do reator biológico, permitindo
depuração do esgoto, sem necessidade de recirculação forçada do lodo.

E.2 Dimensionamento das câmaras e características dos elementos componentes


O filtro aeróbio submerso é composto de duas câmaras, sendo uma de reação e outra de sedimentação.

A câmara de reação pode ser subdividida em outras menores.

A câmara de sedimentação deve ser separada da câmara de reação por meio de uma parede com
abertura na sua parte inferior para permitir o retorno dos sólidos por gravidade.

E.2.1 Volume útil das câmaras

Os volumes úteis, em litros, de cada câmara são calculados conforme a seguir:

 a) câmara de reação:

Vur = 400 + 0,25 N × C

 b) câmara de sedimentação:

Vus = 150 + 0,20 N × C

onde

Vur e Vus são volumes úteis das câmaras de reação e de sedimentação, expresso em metros
cúbicos (m3);

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N é o número de unidade contribuinte, expresso em unidade (ud);

C é o volume de esgoto por unidade contribuinte por dia, expresso em litros/unidade/dia (L/ud/d) –
ver a Tabela 1.

E.2.2 Divisão da câmara de reação


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Pode-se optar pela divisão da câmara de reação em duas ou mais partes, para obter melhor remoção
de poluentes.

Na divisão em duas câmaras, é feita a primeira aeróbia e a segunda anóxica. A proporção de volumes
deve ser de 3:1, conforme a Figura E.1.

Para divisão em três câmaras, a sequência deve ser aeróbia-anóxica-aeróbia, com proporção de
volumes de 2:1:1, conforme a Figura E.2.

E.2.3 Área superficial da câmara de sedimentação

A área superficial (As) da câmara de sedimentação deve ser calculada pela equação:

As = 0,07 + (N × C)/15

onde

As é a área superficial, expressa em metros quadrados (m2);

N é o número de unidade contribuinte, expresso em unidades (ud);

C é o volume de esgoto por unidade contribuinte por dia, expresso em metros


cúbicos/unidade/dia (m3/ud/d).

E.2.4 Emprego de dispositivo acelerador de sedimentação

Para o emprego do dispositivo acelerador de sedimentação:

 a) permite-se o emprego de dispositivo acelerador de sedimentação para redução da área superficial
da câmara de sedimentação e amortecimento do choque hidráulico;

 b) deve-se prever o uso deste quando é prevista intensa variação de vazão afluente, mesmo quando
a área superficial da câmara de decantação obtida satisfaça aos valores convencionais da taxa
de aplicação superficial.

E.2.5 Dimensionamento do dispositivo de sedimentação

Para o dimensionamento do dispositivo de sedimentação:

 a) os aceleradores de sedimentação podem ser de tubo circular ou quadrado, placas paralelas ou
de outros formatos que permitam, comprovadamente, a boa remoção das partículas no decantador.
Pode-se utilizar material similar empregado como meio suporte na câmara de reação, com área
específica maior;

 b) o ângulo de inclinação do dispositivo deve ser igual a 60° em relação à horizontal;

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 c) a disposição dos sedimentadores deve ser executada de tal forma que facilite sua lavagem periódica;

 d) o dispositivo de sedimentação, como acima especificado, pode ser substituído por meio suporte
similar ao utilizado no reator, porém com área específica do meio de pelo menos 150 m2/m3.
A espessura da camada filtrante deve ser de pelo menos 0,50 m, devendo permitir sua fácil
lavagem/remoção, quando necessário.
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E.2.6 Características do material de sedimentadores

Os sedimentadores devem ser fabricados em material resistente contra a agressividade do meio,


e não podem apresentar deformações durante o uso. Eles devem ser modulados e permitir a fácil
remoção, substituição ou lavagem.

E.2.7 Inclinação das paredes e abertura da câmara de sedimentação

As paredes da câmara devem ter inclinação de 60° em relação à horizontal, para permitir deslizamento
por gravidade dos sólidos sedimentados e seu retorno para a câmara de reação. A abertura inferior
da parede separadora entre as câmaras de sedimentação e de reação deve ser de 0,15 m.

E.2.8 Passagem do esgoto da câmara de reação para a câmara de sedimentação

O esgoto efluente da câmara de reação deve ser introduzido para a câmara de sedimentação por meio
de uma passagem com largura de no mínimo 0,05 m. Não deve ser utilizada a abertura inferior da
câmara de sedimentação para tal fim.

E.2.9 Características do material do meio suporte

O leito filtrante da câmara de reação deve ser enchido por material que permita o crescimento dos
microorganismos na sua superfície. Assim sendo, a área específica do material (em m2/m3m3) deve
ser considerada no seu projeto. Deve ser evitado o emprego de materiais com elevado valor de área
específica, que causem obstrução precoce do leito ou que dificultem a limpeza do leito filtrante, assim
como aqueles com formato que permita passagem direta do fluxo (by-pass).

O material de enchimento deve ser resistente ao meio corrosivo, evitando-se o emprego de materiais
que sofram desgastes ou deformações ao longo do tempo.

E.2.10 Modulação dos meios filtrantes

Os meios filtrantes devem ser dispostos em módulos menores, de modo que permitam fácil retirada
destes para manutenção.

E.2.11 Altura do leito filtrante

A altura do leito filtrante deve ser definida deixando-se uma distância de no mínimo 0,40 m entre
o fundo da câmara e a parte inferior do leito filtrante.

E.2.12 Equipamentos de aeração

O oxigênio necessário ao tratamento aeróbio é fornecido por meio de equipamentos de aeração de


modo contínuo e ininterrupto. Para tanto, os equipamentos de aeração devem satisfazer às condições
de E.2.12.1 a E.2.12.4.:

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E.2.12.1 Vazão de ar

Para o cálculo da vazão de ar a ser utilizada na câmara de reação, devem ser seguidos os itens a seguir:

 a) a vazão de ar necessária, em litros/minuto, para o filtro aeróbio submerso deve ser calculada
como segue:
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Qar = 30 N × C/1440

onde

Qar é a vazão de ar, expressa em litros/dia (L/d);

N é o número de contribuintes ao filtro aeróbio submerso, expresso em unidades (ud);

C é a contribuição de esgoto por unidade contribuinte, expressa em litros/unidade/dia


(L/ud/d) – ver a Tabela 1;

 b) para casos em que o sistema recebe esgotos de origem não exclusivamente doméstica (como
bares, restaurantes etc.), a vazão de ar deve ser calculada considerando o valor de 80 m3 de
ar/dia por kg de DBO removido, e deve prever a concentração mínima de oxigênio dissolvido (OD)
de 1,0 mg/L no efluente do reator aerado.

E.2.12.2 Cálculo da potência necessária do soprador

Para o cálculo da potência de soprador, adotar literatura específica ou do fabricante do equipamento.

Deve-se atender ao disposto a seguir:

 a) a potência necessária do soprador deve ser obtida levando-se em consideração todas as perdas
relativas ao difusor de ar, tubos, curvas, válvulas, medidor de ar etc., calculadas para o ponto
mais desfavorável do sistema de aeração;

 b) a pressão de saída do soprador deve ser obtida somando-se a perda de apurada no item a com
a altura máxima de lâmina de água acima do difusor;

 c) a potência requerida do soprador pode ser obtida pela equação abaixo:

Ps = (((w × R × T0) × (P0,283/P0)) – 1))/(8,41 × e)

onde

Ps é a potência requerida do soprador, expressa em quilowatts (kw);

w é a vazão da massa de ar, expressa em quilogramas por segundo (kg/s);

R é a constante de gás, igual a 8,314 kJ/kmol.K;

T0 é a temperatura do ar na entrada, expressa em Kelvins (k);

P0 é a pressão absoluta da entrada, expressa em quilopascals (kPa);

P é a pressão absoluta de saída, expressa em quilopascals (kPa);

e é a eficiência da máquina.

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 d) dependendo do local e do ambiente a ser instalado, deve ser previsto filtro de ar no soprador, cuja
perda de carga deve ser computada nos cálculos.

E.2.12.3 Dispositivos de difusão do ar

A difusão de ar no filtro aeróbio deve ser feita por meio de dispositivos que não permitam a fácil
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obstrução, como a seguir:

 a) tubos perfurados;

 b) difusores de bolhas grossas;

 c) outros.

E.2.12.4 Disposição do(s) difusor(es) de ar

A disposição do(s) difusor(es) de ar no fundo da câmara de reação deve ser de tal modo que permita
a distribuição uniforme das bolhas de ar no volume do meio suporte.

E.3 Material e cuidados na construção do reator


Devem ser atendidos os requisitos estabelecidos nesta Norma.

E.4 Instalação, manutenção e operação dos equipamentos eletromecânicos


Na definição da instalação, a manutenção e a operação dos equipamentos eletromecânicos devem
atender a E.4.1 a E.4.4.

E.4.1 Soprador

O soprador deve ser acondicionado em uma caixa-abrigo e deve estar protegido contra chuva e
umidade. A troca de ar desta caixa-abrigo deve estar adequadamente dimensionada para evitar
sobreaquecimento. O conjunto deve ser instalado, preferencialmente, sobre a tampa do reator. A
caixa ou soprador deve estar munida de uma lâmpada-piloto para sinalização do funcionamento do
soprador.

E.4.2 Bomba de retirada do lodo biológico

Nas unidades maiores, o lodo biológico desprendido do meio suporte deve ser removido periodicamente
para impedir a deterioração da qualidade do efluente tratado e a obstrução precoce do meio suporte.
Deve ser prevista a instalação de uma bomba para retirada e envio do lodo para o tratamento primário
ou para o leito de secagem.

E.4.3 Sistema de operação dos equipamentos

O soprador deve ter operação contínua e a bomba deve ter acionamento/desligamento manual,
devendo possuir lâmpada-piloto.

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E.4.4 Manutenção dos equipamentos eletromecânicos

Os equipamentos eletromecânicos devem ser inspecionados periodicamente, de acordo com


as recomendações dos fabricantes, para manter o adequado funcionamento do processo.
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E.5 Montagem e teste de funcionamento


O fabricante do filtro aeróbio submerso deve proceder à montagem do filtro no campo e dar a partida
inicial do processo, deve garantir a qualidade do efluente conforme legislação vigente aplicável.

E.6 Sistema de limpeza/retirada de lodo


Deve ser previsto, para cada câmara fechada de reação, um tubo-guia para limpeza desta. Para
reatores com maiores dimensões, deve-se prever a instalação de uma bomba hidráulica de pequena
potência para retirada periódica do lodo biológico acumulado no fundo para aumento do intervalo
de limpeza.

E.7 Uso, operação e manutenção do sistema


Para manter um funcionamento adequado do sistema de tratamento, deve ser observado o seguinte:

 a) o sistema de filtro aeróbio submerso deve ser inspecionado periodicamente;

 b) o lodo acumulado no fundo do reator deve ser removido periodicamente conforme a instrução
do fabricante;

 c) o meio suporte, assim como o sedimentador (quando houver) devem ser lavados com jato de
água, após a drenagem do líquido do filtro;

 d) o lodo acumulado no filtro e retirado periodicamente pode ser retornado a unidade de tratamento
instalada a montante do filtro desde que a unidade seja dimensionada para esta condição, ser
encaminhado para a unidade de tratamento de lodo ou ser realizada a remoção para disposição
final;

 e) a limpeza do sistema deve ser feita com emprego de materiais e equipamentos adequados para
impedir o contato direto do esgoto e lodo com o operador;

 f) o fabricante do filtro aeróbio submerso deve fornecer manual de uso e operação do sistema para
correto funcionamento do mesmo.

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Figura E.1 – Esquema representativo de filtro aeróbio submerso aerado forçado – Tipo
retangular (exemplo para cinco pessoas)

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Figura E.2 – Esquema representativo de filtro aeróbio submerso aerado forçado – tipo
retangular (exemplo para capacidades maiores)

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Anexo F
(normativo)

Lodo ativado fluxo contínuo


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F.1 Generalidades
Este Anexo estabelece o projeto de lodo ativado fluxo contínuo, para sistemas locais de tratamento
de esgoto com vazão diária até 12 000 L/dia e carga orgânica total até 3,80 kgDBO/dia, para instalação
em sistemas que possuam condições diferenciadas de execução, operação e manutenção, se
comparadas aos sistemas de médio e grande portes de tratamento de esgoto, usualmente implantados
em empreendimentos não atendidos por sistema de esgotamento sanitário, em empreendimentos distantes.

A elaboração do projeto deve atender aos requisitos estabelecidos nesta Norma e à legislação vigente
aplicável, com a devida adequação dos requisitos específicos indicados em F.2 a F.12.

O processo de tratamento por lodo ativado fluxo contínuo é um processo biológico aeróbio de
tratamento de esgoto.

É fundamental que o esgoto a ser tratado não possua outros componentes (gordura, efluentes
químicos, outros) que prejudiquem a vida das bactérias presentes no lodo.

F.2 Fases do processo de tratamento


F.2.1 O tratamento por processos de lodo ativado deve ser precedido pelo menos por remoção
de sólidos grosseiros, óleos e graxas.

F.2.2 É possível incluir uma câmara seletora biológica antecedendo os reatores, a qual pode ser
aeróbia, anóxica ou anaeróbia.

F.2.3 Remoção adicional de fósforo pode ser obtida com a aplicação de produtos químicos adequados
nos seguintes pontos:

 a) no reator biológico;

 b) antes da clarificação do efluente em decantadores secundários em sistemas de operação contínua;

 c) antes da fase de decantação nos sistemas com operação em bateladas.

Nestes casos, na estimativa da produção de lodo, os sólidos resultantes da aplicação do produto


químico devem ser somados aos sólidos do tratamento biológico.

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F.3 Dimensionamento do processo de tratamento


No dimensionamento do processo de tratamento por lodo ativado fluxo contínuo, calcular o valor da
concentração de substrato solúvel no efluente “S”, pela equação:

K s × (1 + K d × θc )
S=
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θc × ( Y × k − K d ) − 1

onde

S é a concentração de substrato solúvel no efluente, expresso em miligramas por litro (mg/L);

Ks é a constante de saturação (meia-velocidade), expresso em miligramas por litro (mg/L): Ks é


a concentração de substrato à metade da taxa máxima de utilização do substrato;

Y é o coeficiente de síntese, expresso em gramas substrato/gramas microrganismo


(g microrganismo/g substrato);

K é a taxa máxima de utilização do substrato, expressa em gramas substrato/gramas


microrganismo por dia (g substrato/g microrganismo × dia);

θc é a idade do lodo, expressa em dias (dias);

Kd é o coeficiente de decaimento endógeno, expresso em dias−1 (d−1).

F.3.1 Parâmetros a serem considerados no dimensionamento

Para o dimensionamento do processo de tratamento, adotar literatura específica ou os valores


recomendados na Tabela F.1.

A Tabela F.1 apresenta valores para o esgoto bruto, com indicação do valor de referência teórico
e entre parênteses valores com aplicação usual, para a temperatura de 20 °C.

NOTA Para outras temperaturas, é necessário aplicar fator de correção.

Tabela F.1 – Valores recomendados para esgoto bruto a 20 °C


Y K Ks Kd
Substrato
(mgSSV/mg substrato) (g substrato/gSSV.dia) (mg substrato/L) (g SSV/ gSSV.d)
0,60 30
DBO
(0,40 a 0,80) 6 (20 a 60) 0,10
0,45 (4 a 12) 15 (0,06 a 0,15)
DQO solúvel
(0,40 a 0,60) (5 a 30)

NOTA Dados obtidos do livro tratamento de efluentes e recuperação de recursos (ver [3]). A vazão
de dimensionamento para o processo de lodo ativado tem que ser a vazão média afluente ao sistema de
tratamento.

F.3.2 O tempo de detenção hidráulica não pode ser utilizado como parâmetro determinante no
dimensionamento dos reatores biológicos.

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F.3.3 Os valores dos parâmetros de dimensionamento dos reatores biológicos devem ser
compatíveis a finalidade a que se destinam, sendo:

 a) idade do lodo – acima de 25 dias.

 b) relação alimento/microrganismos (A/M) – menor ou igual a 0,15 kg DBO5 aplicado/kg SSVTA.d.
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NOTA Valores distintos podem ser adotados, desde que justificados, quando aplicado em conjunto com
outro processo de tratamento.

F.3.4 Nos seletores biológicos, a relação A/M deve ser igual ou superior a 1,8 kg DBO5/kg SSV.d.

F.3.5 A concentração de sólidos em suspensão no interior dos reatores biológicos deve estar
compreendida no intervalo de 1500 mg/L a 4500 mg/L.

F.3.6 Quando se utiliza material suporte para biomassa no interior dos reatores biológicos (de leito
móvel), a massa de sólidos suspensos voláteis (SSV) aderida ao material suporte deve ser somada
à massa de sólidos em suspensão voláteis presentes no tanque de aeração (SSVTA), constituindo
a massa de sólidos em suspensão voláteis de referência para fins de dimensionamento. A massa
de SSV aderida não deve ser considerada superior a 12 gSSV/m2 de área superficial específica do
material suporte de biomassa.

F.4 Processos biológicos com biomassa suspensa – Lodo ativado


F.4.1 Os requisitos desta Seção abrangem os reatores biológicos, o decantador secundário e
a recirculação de lodo, quando existentes, e seus dispositivos auxiliares.

F.4.2 De acordo com a finalidade a que se destinam, os sistemas de lodo ativado com operação
contínua apresentam:

 a) reatores aeróbios (denominados tanques de aeração), quando se pretende a remoção da matéria
orgânica carbonácea com ou sem nitrificação;

 b) reatores aeróbios e anóxicos, quando se pretende a remoção da matéria orgânica carbonácea,
conversão de nitrogênio por nitrificação e remoção por desnitrificação;

 c) reatores anaeróbios e aeróbios, quando se pretende a remoção da matéria orgânica carbonácea
e remoção biológica de fósforo sem nitrificação;

 d) reatores aeróbios, anóxicos e anaeróbios, quando se pretende a remoção da matéria orgânica
carbonácea, remoção biológica de nitrogênio por nitrificação e desnitrificação, e também remoção
biológica de fósforo;

 e) reatores aeróbios, quando se pretende a remoção da matéria orgânica carbonácea e são
especificamente projetados para a nitrificação e desnitrificação simultânea.

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F.5 Massa de oxigênio e tanque de aeração


F.5.1 A massa de oxigênio a ser disponibilizada para o processo deve ser calculada e atender
aos seguintes valores mínimos:

 a) duas vezes e meia a carga média de DBO5 aplicada ao tanque de aeração para esgoto bruto;
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 b) quatro vezes a carga média de DBO5 aplicada ao tanque de aeração, para alimentação do sistema
com efluente de sistemas anaeróbios.

F.5.2 A concentração de oxigênio dissolvido no tanque de aeração (CL) a ser considerada no


dimensionamento do equipamento de aeração deve ser de pelo menos 1,5 mgO2/L nos casos de
lodo ativado de aeração prolongada ou lodo ativado de taxa convencional, e de 2,0 mgO2/L quando
pretende-se obter nitrificação simultânea.

F.5.3 Para o dimensionamento do equipamento de aeração, a capacidade nominal de transferência


de oxigênio para água limpa a 20 °C, isenta de oxigênio dissolvido e ao nível do mar, deve ser indicada
nas especificações, cabendo ao fornecedor garantir os valores informados.

F.5.4 A capacidade efetiva (Ce) de transferência de oxigênio do equipamento de aeração deve ser
calculada para as condições de campo (pressão barométrica, temperatura, salinidade, concentração
de oxigênio dissolvido no reator, densidade de potência, geometria do tanque).

F.5.5 Os sistemas de aeração incluem os seguintes tipos: sistemas com ar difuso, sistemas de
aeração por aspiração, por ejetores; aeradores superficiais, aeradores submersos, aeradores com
rotor de fundo.

F.5.6 O tanque de aeração com equipamento de aeração superficial, montado sobre suportes
fixos, deve ter dispositivo que permita a variação da submergência do rotor de aeração.

F.5.7 Os equipamentos de aeração devem ser providos de dispositivos que reduzam o nível de
emissão dos aerossóis, ou serem instalados equipamentos submersíveis que têm baixo nível de
aerossóis.

F.5.8 A geometria do tanque de aeração com aeradores superficiais deve ser compatível com
o tipo, potência e capacidade de homogeneização do equipamento escolhido.

F.5.9 A densidade de potência no tanque de aeração, dotado de equipamento de aeração


superficial, deve ser igual ou superior a 10 W/m3. Valores menores devem ser justificados.

F.5.10 A aeração por ar difuso pode ser efetuada por meio de difusores porosos ou não porosos.
A aeração por ar difuso pode ser:

 a) de bolha grossa, com diâmetro superior a 6 mm. A eficiência nominal de transferência de oxigênio
considerada deve ser inferior a 3 % por metro de submergência;

 b) de bolha fina, com diâmetro inferior a 3 mm. A eficiência nominal de transferência de oxigênio
considerada deve ser inferior a 6 % por metro de submergência;

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F.6 Alimentação e distribuição de ar para aeração


F.6.1 A seleção dos tubos para alimentação e distribuição de ar para aeração por ar difuso deve
considerar o seguinte:

 a) o material empregado deve ser especificado para as condições de temperatura, umidade e
pressão piezométrica do ar transportado;
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 b) nos casos de emprego de difusores porosos, não se permite o revestimento interno destes tubos,
que devem ser resistentes à corrosão, interna e externamente.

F.6.2 Na aeração por ar difuso, no caso de emprego de difusor poroso, o ar deve ser filtrado e
conter no máximo 3,5 mg de material particulado por 1 000 m3 de ar.

F.6.3 Para garantir o grau de mistura necessário ao tratamento, a vazão específica mínima de ar
fornecida aos tanques de aeração que utilizam aeração por ar difuso dever ser de no mínimo 0,6 m3/h
de ar (a 20 °C e 1 atm) por m3 de reator.

F.6.4 Reatores não aerados devem ser projetados com dispositivos que garantam um grau de
mistura suficiente para assegurar uma concentração uniforme do lodo.

F.7 Valo de oxidação


No processo de lodo ativado que emprega valo de oxidação, os seguintes parâmetros e condições
devem ser aplicados:

 a) quando não for empregado decantador secundário, o sistema deve dispor de meios que o tornem
capaz de manter a concentração de SSTA em um mínimo de 2 500 mg/L;

 b) o equipamento de aeração, além de sua capacidade de transferência de oxigênio, deve manter
a massa líquida em movimento, com velocidade de translação capaz de impedir a sedimentação
de lodo no fundo do valo;

 c) o valo de oxidação deve ter o fundo e paredes impermeáveis até 0,30 m acima do nível máximo
de operação.

F.8 Recirculação e decantação de lodo


F.8.1 O valor mínimo da relação de recirculação de lodo ativado, de decantadores secundários
para reatores biológicos, deve ser tal que a concentração máxima de SST do lodo recirculado não
exceda o valor de 10 000 mg/L.

F.8.2 Convém que seja projetado dispositivo de medição da vazão de recirculação de lodo ativado.

F.8.3 A separação de sólidos do efluente pode ser através de decantador final do tipo convencional,
de decantador tubular ou lamelar, ou de flotação por ar dissolvido. No caso de uso de decantadores
tubulares ou lamelares ou de flotação por ar dissolvido, os parâmetros utilizados no projeto devem ser
justificados.

F.8.4 O decantador secundário nos processos de lodos ativados pode ser do tipo convencional,
ou do tipo lamelar ou tubular.

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F.9 Decantador secundário convencional


F.9.1 O decantador secundário deve ser dimensionado para taxa de escoamento superficial igual
ou inferior a 10 m3/m2.d.

F.9.2 No decantador secundário, a taxa de aplicação de sólidos deve ser igual ou inferior a
120 kg SS/m2.d, quando a idade do lodo for superior a 18 dias ou a relação A/M é inferior a
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0,15 kg DBO5/kg SSVTA.d.

NOTA Valores distintos aos indicados em F.9.1 e F.9.2 podem ser adotados, desde que justificados.

F.9.3 No decantador secundário, o tempo de detenção hidráulica, relativo à vazão média, deve ser
igual ou superior a 1,5 h.

F.9.4 A taxa de escoamento no vertedor de saída do decantador final deve ser igual ou inferior
a 290 m3/m.d de vertedor.

F.9.5 No caso de decantador secundário final com remoção mecanizada de lodo:

 a) a alimentação do esgoto ao decantador deve estar de acordo com uma repartição criteriosa do
fluxo afluente, de forma a se garantir uma distribuição homogênea de vazão e evitar a formação
de caminhos preferenciais;

 b) para decantador retangular, esta distribuição homogênea pode ser obtida através de múltiplas
entradas e anteparo; no caso de decantador circular, o esgoto afluente deve adentrar na unidade
através de defletor central, concêntrico ao decantador, com submergência mínima de 0,80 m;

 c) os dispositivos de remoção do lodo devem ser constituídos de materiais resistentes à corrosão
e abrasão;

 d) o dispositivo de remoção do lodo deve ter velocidade igual ou inferior a 20 mm/s no caso de
decantador retangular, e velocidade periférica igual ou inferior a 40 mm/s no caso de decantador
circular;

 e) para decantador secundário retangular, a velocidade de escoamento horizontal deve ser igual
ou inferior a 20 mm/s;

 f) considera-se o volume útil do decantador como o produto da área de decantação pela profundidade
mínima de água;

 g) para decantador circular, a declividade do fundo do tanque deve ser igual ou superior a 1:12;

 h) o dispositivo de arraste da escuma, no caso de decantador retangular, pode ser constituído do
próprio mecanismo de remoção do lodo, sendo a escuma retida em defletor ou escumadeira
apropriados, na superfície.

F.9.6 No caso de decantador secundário final, sem remoção mecanizada de lodo

Para decantador secundário final, sem remoção mecanizada de lodo:

 a) a profundidade de água na parede lateral deve ser igual ou superior a 0,50 m para decantadores
circulares ou quadrados em planta;

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 b) admite-se que o decantador seja circular ou quadrado em planta, com poço de lodo único cônico
ou piramidal de base quadrada, descarga de lodo por gravidade, inclinação de paredes igual ou
superior a 1,5 na vertical por 1 na horizontal;

 c) admite-se que o decantador seja retangular em planta com alimentação pelo lado menor, desde
que a parte inferior seja totalmente constituída de poços tronco-piramidais, de bases quadradas,
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com descargas individuais de lodo; nesse caso a velocidade de escoamento horizontal deve
ser de no máximo 20 mm/s;

 d) no caso da alínea b), define-se o volume útil como sendo o volume de líquido contido no terço
superior da altura do poço, até o nível de água;

 e) carga hidrostática mínima, para a remoção de lodo, igual a duas vezes a perda de carga hidráulica
para água e não inferior a 0,50 m;

 f) tubulação de descarga de lodo com diâmetro mínimo de 150 mm.

F.10 Remoção do lodo do decantador


F.10.1 A remoção de lodo do fundo do decantador secundário final por pressão hidrostática ou
sucção deve ser feita de modo a permitir a observação e controle de lodo removido.

F.10.2 A frequência de remoção deve ser realizada conforme recomendação de projeto.

F.10.3 O lodo removido deve ter destinação adequada, conforme 5.4.

F.11 Emprego de dispositivo acelerador de sedimentação


Permite-se o emprego de dispositivo acelerador de sedimentação para redução da área superficial
da câmara de sedimentação e amortecimento do choque hidráulico.

F.12 Dimensionamento do dispositivo de sedimentação


Os valores dos parâmetros utilizados no dimensionamento de decantador secundário do tipo lamelar
ou tubular para sistema de lodo ativado devem ser tecnicamente justificados.

Para o dimensionamento do dispositivo de sedimentação:

 a) os aceleradores de sedimentação podem ser de tubo circular ou quadrado, placas paralelas ou,
ainda, de outros formatos que permitam, comprovadamente, a boa remoção das partículas no
decantador;

 b) recomenda-se espaçamento entre lamelas/tubos de 0,05 m;

 c) o ângulo de inclinação do dispositivo deve ser igual a 60° em relação à horizontal;

 d) a disposição dos sedimentadores deve ser executada de tal forma que facilite sua lavagem periódica.

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Anexo G
(normativo)

Lodo ativado por batelada (LAB)


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G.1 Generalidades
Este Anexo abrange o projeto de lodo ativado por batelada, para sistemas locais de tratamento de
esgoto com vazão diária até 12 000 L/dia e carga orgânica total até 3,80 kgDBO/dia, para instalação
em sistemas que possuam condições diferenciadas de execução, operação e manutenção, se
comparadas aos sistemas de médio e grande portes de tratamento de esgoto, usualmente implantados
em empreendimentos não atendidos por sistema de esgotamento sanitário, em empreendimentos
distantes.

A elaboração do projeto deve atender aos requisitos estabelecidos nesta Norma e à legislação vigente
aplicável, com a devida adequação dos requisitos específicos indicados em G.2 a G.6.

O processo de tratamento de lodo ativado por batelada, é uma variante do processo de lodos
ativados que utiliza um reator de mistura completa conforme a ABNT NBR 12209, dentro do qual
se desenvolvem todas as etapas do processo de tratamento, no qual se processam a remoção de
poluentes, aeração, sedimentação dos sólidos, e descarte dos sólidos em excesso e do efluente
líquido tratado. Operacionalmente se caracteriza pela intermitência do processo depurativo.

Uma parte do lodo biológico gerado no processo deve ser retirada periodicamente (lodo excedente)
e ser dada a destinação adequada, conforme 5.4.

 a) Os ciclos dos sistemas de lodo ativado com operação intermitente (em batelada) são compostos
pelas etapas de alimentação, reação, sedimentação, retirada do clarificado, eventual repouso,
e descarte do excesso de lodo. Opcionalmente, pode ser inserida uma etapa anóxica para a
remoção complementar de Nitrogênio. Com relação às etapas de alimentação e reação, tem-se
as seguintes modalidades:

 b) etapa de alimentação e aeração ocorrendo simultaneamente, quando se pretende a remoção


da matéria orgânica carbonácea com ou sem nitrificação;

 c) etapa de alimentação com mistura em condição anóxica, quando se pretende a remoção do
nitrogênio por desnitrificação;

 d) etapa de alimentação com mistura em condição anaeróbia, quando se pretende a remoção
biológica de fósforo;

 e) etapa de reação sem alimentação, totalmente aerada, quando se pretende a remoção da matéria
orgânica carbonácea e conversão de nitrogênio por nitrificação;

 f) etapa de reação sem alimentação, parcialmente aerada e parcialmente com mistura, quando se
pretende a remoção da matéria orgânica carbonácea e remoção de nitrogênio.

Os ciclos do tratamento devem ser controlados automaticamente.

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G.2 Dimensionamento do processo

G.2.1 Geral
O dimensionamento do LAB deve considerar os seguintes itens aplicando as considerações do 5.11:

 a) vazões afluentes máxima e média;


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 b) demanda bioquímica de oxigênio (DBO) ou demanda química de oxigênio (DQO);

 c) sólidos em suspensão (SS).

Os valores dos parâmetros de b) e c), devem ser determinados por meio de avaliação laboratorial
do afluente. Na ausência dessa determinação, podem ser usados os valores de 54g de DBO/hab.d
e 60 g de SS/hab.d ou conforme literatura específica aplicável, os valores adotados devem ser
tecnicamente justificados.

G.2.2 Volume do tanque


O volume útil total do tanque deve ser o somatório dos seguintes volumes:

Vls é o volume útil ocupado pelo lodo (mistura) após sedimentação, expresso em metros cúbicos (m3);

Ved é o volume útil ocupado pelo efluente líquido a ser descartado no ciclo, expresso em metros
cúbicos (m3);

Vs é o volume útil correspondente à altura sobressalente mínima de 0,25 m que separa o volume
a ser descartado de efluente líquido tratado do volume a ser retido do lodo sedimentado,
expresso em metros cúbicos (m3).

G.3 Aeração
A aeração deve ser dimensionada conforme o Anexo F. Os equipamentos de aeração devem ser
providos de dispositivos que reduzam o nível de emissão dos aerossóis, ou serem instalados
equipamentos submersíveis que têm baixo nível de aerossóis.

G.3.1 O dimensionamento do tanque de aeração deve ser efetuado pelos parâmetros a seguir:

 a) idade do lodo maior que 25 dias;

 b) relação alimento/microrganismos (A/M) menor que 0,15 DBO5/Kg SSVTA.d; sendo SSVTA-
Sólidos em suspensão voláteis no tanque de aeração;

 c) tempo de detenção hidráulica no tanque de aeração, referindo à vazão de dimensionamento,


deve ser igual ou superior a 15 h;

 d) concentração de sólidos em suspensão no interior do tanque de aeração (SSTA) deve estar
compreendida no intervalo de 1 500 mg/L a 6 000 mg/L.

G.3.2 A massa de oxigênio a ser fornecida ao tanque de aeração deve igual ou superior a:

 a) duas vezes e meia a carga média de DBO5 aplicada ao tanque de aeração para esgoto bruto;

 b) quatro vezes a carga média de DBO5 aplicada ao tanque de aeração, para alimentação do sistema
com efluente de reatores anaeróbios.

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G.3.3 A concentração de oxigênio dissolvido no tanque de aeração, a ser considerada no


dimensionamento do equipamento de aeração, deve ser igual ou superior a 1,50 mg/L.

G.3.4 A geometria do tanque de aeração deve ser estabelecida em função do tipo, potência e
capacidade de homogeneização do equipamento de aeração escolhido.

G.3.5 Deve ser avaliada a condição técnica operacional para a definição da quantidade de tanques
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mínimas necessárias.

G.3.6 Para o dimensionamento do equipamento de aeração, a capacidade nominal de transferência


de oxigênio para água limpa a 20 °C, isenta de oxigênio dissolvido e ao nível do mar, deve ser indicada
nas especificações técnicas.

G.3.7 A capacidade efetiva de transferência de oxigênio do equipamento de aeração deve ser


calculada para as condições de campo (pressão barométrica, temperatura, salinidade, concentração
de oxigênio dissolvido no reator, densidade de potência, geometria do tanque).

G.3.8 Os equipamentos de aeração devem ser providos de dispositivos que reduzam o nível de
emissão dos aerossóis.

G.3.9 A densidade de potência no tanque de aeração, dotado de equipamento de aeração superficial,


deve ser igual ou superior a 10 W/m3. Valores menores devem ser justificados.

G.3.10 A aeração por ar difuso pode ser efetuada por meio de difusores porosos ou não porosos.
A aeração por ar difuso pode ser:

 a) de bolha grossa, com diâmetro superior a 6 mm. A eficiência nominal de transferência de oxigênio
considerada deve ser inferior a 3 % por metro de submergência;

 b) de bolha fina, com diâmetro inferior a 3 mm. A eficiência nominal de transferência de oxigênio
considerada deve ser inferior a 6 % por metro de submergência.

G.4 Dispositivo de coleta e drenagem de líquido tratado (clarificado)


O dispositivo de coleta e de drenagem do efluente líquido tratado (clarificado) deve ter dimensionamento
e localização adequada dentro do reator para evitar a deterioração do efluente líquido final na fase
inicial da operação de drenagem.

A coleta e a drenagem do efluente líquido devem ser feitas:

 a) por dispositivo flutuante, de modo a captar o efluente a partir da superfície do líquido. O dispositivo
flutuante deve possuir tubos-guia para não causar seu tombamento;

 b) por dispositivo fixo, com altura do bocal de captação situado acima da altura de transição.

G.5 Misturador
Conforme o nível de remoção exigido dos nutrientes contidos no efluente líquido tratado, principalmente
o nitrogênio, pode-se instalar um misturador submersível ou similar para promover a mistura entre
o esgoto e a massa biológica, acrescentando-se uma etapa anóxica ao ciclo para a desnitrificação.

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G.6 Operação
Para a operação do LAB, deve-se executar as seguintes etapas: alimentação, reação, sedimentação,
retirada do clarificado, eventual repouso, e descarte do excesso de lodo.

O ciclo completo com o esquema operacional de um LAB está representado na Figura G.1.
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Para a operação adequada do LAB, observar os seguintes aspectos:

 a) o controle do processo biológico deve ser feito por volume de lodo retirado do reator e enviado
à local adequado;

 b) para promover a remoção complementar de nitrogênio, podem ser introduzidos ciclos alternados
de fase aeróbia e fase de carência de oxigênio (anóxica), desligando-se o equipamento de aeração
e ligando-se o misturador, tomando o cuidado para não ocorrer a obstrução precoce dos dispositivos
difusores de ar;

 c) a aeração do conteúdo do reator deve ser feita por dispositivo capaz de atender à demanda de
oxigênio e a manutenção dos sólidos em suspensão em regime de mistura completa;

 d) o tempo de sedimentação deve ser suficiente para que os sólidos em suspensão se acomodem
no volume destinado ao lodo e não sejam carreados no momento do descarte do efluente líquido
final;

 e) as etapas do processo devem ser controladas de forma automática, sem a necessidade de
manobras operacionais (interferência do operador);

 f) a frequência de remoção de lodo do processo deve ser realizada conforme especificação técnica
e necessidade local.

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Figura G.1 – Esquema representativo operacional de um reator de lodo ativado por batelada,
com dispositivo flutuante

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Anexo H
(normativo)

Wetlands construídos
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H.1 Generalidades
Este Anexo abrange o projeto de wetlands construídos, para sistemas locais de tratamento de esgoto
com vazão diária até 12 000 L/dia e carga orgânica total até 3,80 kgDBO/dia em área não atendida
por sistema de esgotamento sanitário.

A elaboração do projeto deve atender aos requisitos estabelecidos nesta Norma e à legislação vigente
aplicável, com a devida adequação dos requisitos específicos indicados em H.2 a H.5.

Wetlands construídos são componentes do sistema de tratamento de esgoto constituídos por bacia,
canal ou tanque raso, preenchido por leito de meio suporte apropriado onde vegetação adequada
é plantada e através do qual o esgoto percola para ser tratado por processo predominantemente
biológico. Pode ser projetado para funcionar com escoamento hidráulico horizontal subsuperficial ou
vertical.

Os wetlands construídos referenciados na presente Norma devem ser utilizados como tratamento
complementar de tanque séptico ou de unidade equivalente de tratamento destinada ao tratamento
primário dos esgotos.

NOTA Os wetlands construídos projetados como unidades principais do sistema de tratamento não são
objeto desta Norma.

H.2 Dimensionamento
Para o dimensionamento, aplicar as considerações em 5.11 e de H.2.1 a H.2.5:

H.2.1 Wetlands construídos devem ser dimensionados com base nos modelos de cálculo de cinética
de reações e hidráulica de reatores a partir de parâmetros obtidos localmente.

H.2.2 Na ausência de parâmetros mais adequados, o dimensionamento pode ser feito com
base em modelos simplificados de cálculo relacionados à taxa de aplicação orgânica superficial
(gDBO.m–2.d–1) e à taxa de aplicação hidráulica superficial (m3.m–2.d–1)

H.2.3 Wetlands de fluxo horizontal


 a) a taxa de aplicação orgânica superficial máxima deve estar entre 6 e 15 gDBO.m–2.d–1 calculada
com base na área da superfície do leito de meio suporte;

 b) a taxa de aplicação orgânica máxima na seção transversal deve ser de 250 gDBO.m–2.d–1;

 c) a taxa de aplicação hidráulica superficial máxima deve estar entre 0,02 e 0,08 m3.m–2.d–1 quando
utilizado tanque séptico como tratamento primário. Quando outro processo de tratamento for
utilizado a montante do wetland, a taxa de aplicação hidráulica superficial máxima pode, a critério do
responsável técnico pelo projeto do sistema de tratamento, ser aumentada até 0,12 m3.m–2.d–1;

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 d) os cálculos das taxas de aplicação orgânica e hidráulica devem ser realizados utilizando-se
a vazão média de esgoto afluente à unidade;

 e) os valores apresentados para as taxas de aplicação para wetlands de fluxo horizontal têm por
referência meio suporte com dimensões e características de escoamento hidráulico equivalentes
às da brita nº 1. Meios suportes com dimensões ou características diferentes devem ter os valores
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de cargas aplicadas ajustados e justificados em memorial de cálculo no projeto executivo.

NOTA Dependendo das características do meio suporte utilizado, podem ser criadas zonas de entrada
e zonas de saída com material de maior granulometria que o utilizado no leito para facilitar a distribuição
hidráulica.

H.2.4 Wetlands de fluxo vertical

Os Wetlands de fluxo vertical:

 a) devem ser projetadas para funcionamento em ciclos de operação intermitentes, com alimentação
em batelada;

NOTA 1 Convém que os ciclos de operação sejam inferiores a 30 dias com alternância entre
funcionamento e descanso do sistema.

NOTA 2 Convém que o intervalo entre as bateladas de alimentação seja inferior a 8 h.

 b) a taxa de aplicação orgânica superficial máxima deve estar entre 10 e 20 gDBO.m–2.d–1, calculada
com base na área da superfície do leito de meio suporte;

 c) a taxa de aplicação hidráulica superficial máxima deve estar entre 0,05 e 0,12 m3.m–2.d–1;

 d) as taxas de aplicação orgânica e hidráulica para wetlands de fluxo vertical devem ser calculadas
em referência à parcela da área do sistema em funcionamento durante um ciclo de operação.
A área total do sistema compreende a parcela em operação e a parcela em descanso;

 e) os cálculos das taxas de aplicação orgânica e hidráulica devem ser realizados utilizando-se
a vazão média de esgoto afluente à unidade;

 f) os valores apresentados para as taxas de aplicação para wetlands de fluxo vertical têm por
referência meio suporte com dimensões e características de escoamento hidráulico equivalentes
às da areia grossa para a camada de filtração. Meios suportes com dimensões ou características
diferentes devem ter os valores de cargas aplicadas ajustados e justificados em memorial de
cálculo no projeto executivo.

H.2.5 Outras configurações de wetlands não contempladas por esta Norma podem ser utilizadas
sob responsabilidade de profissional habilitado, que deve justificar sua adoção, definir parâmetros de
qualidade específicos e procedimentos operacionais e de controle que visem a garantia dos resultados
projetados.

H.2.6 A Figura H.1 apresenta um esquema representativo de wetland construído de fluxo vertical.

H.3 Detalhes construtivos


H.3.1 Convém que o plano de fundo da unidade tenha inclinação de 1 % na direção da saída.

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H.3.2 As paredes laterais devem ser projetadas para garantir a estabilidade da unidade e a
resistência aos esforços atuantes.

H.3.3 Os materiais e o método construtivo do wetland construído devem ser selecionados de modo
que permitam a estanqueidade e durabilidade da unidade.

H.3.4
Projeto em Consulta Nacional

A altura do leito do meio suporte deve variar entre:

— 0,50 m e 0,90 m para wetlands de fluxo horizontal;

— 0,70 m e 1,10 m para wetlands de fluxo vertical.

NOTA A altura do leito de meio suporte para wetlands de fluxo vertical compreende, de acordo com
o projeto, as camadas de: distribuição superior, tratamento, transição inferior e drenagem.

H.3.5 Para os wetlands de escoamento horizontal, a altura máxima de projeto da lâmina líquida
deve ser 0,10 m menor que a altura do leito de material suporte de modo que o esgoto em tratamento
não fique acessível a animais, insetos ou ao contato humano.

H.3.6 Convém altura livre mínima de 0,20 m entre o nível do leito de material suporte e a borda
da unidade ou nível do terreno.

H.3.7 A relação comprimento: largura para wetlands de fluxo horizontal deve estar compreendida
entre 2:1 a 4:1.

NOTA Convém que a largura de cada wetland construído de fluxo horizontal seja inferior a 30 m para
facilitar a distribuição uniforme da vazão do esgoto.

H.3.8 O material do leito do meio suporte deve ser adequado a esta aplicação, ser resistente aos
esforços atuantes, às atividades biológicas e químicas que ocorrem no leito, possibilitar aderência
para a formação de biofilme biológico e crescimento vegetal, apresentar formato não achatado de
modo a permitir a percolação do esgoto nos espaços vazios, ser isento de solos e partículas finas.

H.4 Dispositivos de entrada e saída


H.4.1 Os dispositivos de entrada devem permitir a distribuição do esgoto a ser tratado em toda
a largura do leito, no caso dos wetlands horizontais, e por toda a superfície do leito, no caso dos
wetlands verticais.

H.4.2 Convém que os dispositivos de entrada sejam projetados com base em cálculos hidráulicos,
visando a garantir a distribuição uniforme do afluente.

H.4.3 Recomenda-se a localização do dispositivo de entrada abaixo do nível do leito de meio


suporte, quando possível, para evitar a exposição do esgoto ao contato com pessoas ou vetores.

H.4.4 No caso de o dispositivo de entrada ser constituído por tubulações ou canais abertos, de
forma a facilitar a limpeza, recomenda-se a existência de proteção ao contato humano e à proliferação
de mosquitos.

H.4.5 Os dispositivos de saída devem permitir a coleta do efluente, após sua passagem pelo
sistema de tratamento, em toda a largura inferior do leito, no caso de wetlands horizontais, e em toda
a área inferior do leito, no caso de wetlands verticais.

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H.4.6 O dispositivo de saída deve ser projetado com base em cálculos hidráulicos.

NOTA Na ausência de dados mais adequados, recomenda-se a utilização de tubulação de drenagem


com diâmetro nominal mínimo de 100 mm, com furos de 20 mm de diâmetro espaçados a cada 100 mm
localizados acima da linha média da tubulação.

H.4.7 O sistema de drenagem de fundo, ligado ao dispositivo de saída, deve ser dotado de
Projeto em Consulta Nacional

tubos-guia com terminações acima da superfície do leito e que possibilitem a ventilação do leito e
eventual limpeza com jato d’água.

H.4.8 Para wetlands de fluxo horizontal, o dispositivo de saída deve permitir a variação da altura
do nível saturado no interior do leito até a altura de projeto e também permitir que seja feita sua
drenagem, caso necessário.

H.4.9 Deve ser utilizada vegetação adaptada ao cultivo em ambientes com as condições operacionais
impostas ao sistema.

NOTA Convém a utilização preferencial de vegetação nativa adequada.

H.5 Operação
H.5.1 A vegetação integrante da unidade deve ter manejo adequado, com o corte da parte aérea
das plantas realizado durante a fase de crescimento para potencializar a capacidade de extração de
nutrientes.

H.5.2 As partes cortadas das plantas devem ser removidas da unidade de tratamento.

H.5.3 Deve-se controlar o crescimento de espécies vegetais invasoras.

Figura H.1 – Esquema representativo de wetland construído de fluxo vertical

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Anexo I
(normativo)

Vermifiltro
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I.1 Generalidades
Este Anexo abrange o projeto de vermifiltro para sistemas locais de tratamento de esgoto com vazão
diária até 12 000 L/dia e carga orgânica total até 3,80 kgDBO/dia em área não atendida por sistema
de esgotamento sanitário.

A elaboração do projeto deve atender aos requisitos estabelecidos nesta Norma e à legislação vigente
aplicável, com a devida adequação dos requisitos específicos indicados em I.2 a I.4.

O vermifiltro é um processo de tratamento de esgotos no qual predominam processos biológicos,


sendo constituído por um tanque preenchido com camadas de meio suporte, serragem e minhocas
detritívoras epigeicas, preferencialmente das espécies Eisenia fetida e Eisenia andrei.

O húmus gerado pelas minhocas compõe o material do leito, misturando-se à serragem.

O esgoto a ser tratado deve ser aplicado na superfície do sistema e percorrer verticalmente todo
o leito do tanque.

Pode ser utilizado como tratamento complementar ao tratamento primário dos esgotos.

I.2 Dimensionamento
Para o dimensionamento aplicar as considerações em 5.11 e I.2.1 a I.2.4:

I.2.1 O dimensionamento de vermifiltros pode ser feito com base no volume diário de esgoto
a ser tratado e na taxa de aplicação hidráulica superficial (m3.m–2.d–1), a partir da qual se determina
a área superficial do tanque.

I.2.2 A taxa de aplicação hidráulica superficial máxima deve estar entre 0,50 m3.m–2.d–1. e
1,00 m .m–2.d–1.
3

I.2.3 Outras configurações e dimensionamentos de vermifiltros, não contempladas por esta


norma,podem ser utilizadas sob responsabilidade do projetista, que deve justificar sua adoção, definir
parâmetros de qualidade específicos e procedimentos operacionais e de controle que visem a garantia
dos resultados projetados.

I.2.4 A entrada de esgoto no vermifiltro deve ser intermitente. Podem ser adotados sistemas de
controle de dosagens, como caixas que permitam a transferência de efluente por sifão em U. Convém
que a caixa de transferência e o sifão em U sejam projetados com base em cálculos hidráulicos, de
modo que o volume de dosagem de esgoto em relação à área superficial do leito do vermifiltro esteja
entre 0,010 m3.m–2 e 0,015 m3.m–2.

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I.3 Detalhes construtivos do vermifiltro


A construção dos vermifiltros pode ser conforme esquema representativo apresentado na Figura I.1,
e atender aos itens seguintes:

 a) podem ter formato prismático ou cilíndrico;


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 b) o tanque deve ser projetado e construído para garantir a durabilidade, estanqueidade, estabilidade
e a resistência aos esforços atuantes;

 c) a altura da camada de meio drenante deve variar entre 0,30 m e 0,50 m;

 d) a altura da camada de serragem deve variar entre 0,30 m e 0,40 m;

 e) a altura total do leito deve variar de 0,60 m a 0,90 m;

 f) convém que a altura livre mínima de 0,20 m entre o nível da camada de serragem e a borda da
unidade ou nível do terreno;

 g) a serragem não deve ser compactada;

 h) a serragem deve ser preferencialmente oriunda de madeiras claras (por exemplo pinus) com
tamanho de lascas variando entre 1 mm e 10 mm. Excesso de pó de serra, com partículas
menores que 1 mm, deve ser evitado;

 i) o material do leito drenante (abaixo da serragem) deve ser adequado a esta aplicação. Ele deve
ser resistente aos esforços atuantes, às atividades biológicas e químicas que ocorrem no leito,
possibilitar aderência para a formação de biofilme biológico, apresentar formato não achatado de
modo a permitir a percolação do esgoto nos espaços vazios e ser isento de solos e partículas
finas. O leito drenante pode ser substituído por sistema equivalente mantendo as características
mecânicas e hidráulicas necessárias para a drenagem do efluente;

 j) a camada drenante deve permitir a passagem de efluente sem o carreamento de serragem;

 k) convém que a camada drenante tenha granulometria estratificada, ordenada de tal forma que:

— a porção de partículas mais finas (logo abaixo à serragem) tenha uma granulometria de
1 mm a 6 mm.

— a porção de partículas mais grossa (alojada no fundo do tanque) tenha uma granulometria
que não permita sua saída pelos orifícios do dispositivo de saída de efluente.

 l) os dispositivos de entrada devem permitir a distribuição/dispersão do esgoto a ser tratado de


forma homogênea em toda a área superficial do leito de serragem. Um anteparo (placa) pode
ser posicionado na superfície do leito para auxiliar na distribuição do líquido;

 m) convém que os dispositivos de entrada sejam projetados com base em cálculos hidráulicos;

 n) os dispositivos de saída devem permitir a coleta do efluente após sua passagem por todo o leito,
de forma a drenar todo o líquido na parte inferior do tanque;

 o) o dispositivo de saída deve ser projetado com base em cálculos hidráulicos. Na ausência de dados
mais adequados, recomenda-se a utilização de tubulação de drenagem com diâmetro nominal

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mínimo de 100 mm, com furos de pelo menos 10 mm de diâmetro espaçados a cada 100 mm
localizados acima da linha média da tubulação;

 p) o sistema de drenagem de fundo, ligado ao dispositivo de saída, deve ser dotado de tubos-guia
com terminações acima da superfície do leito, de modo a possibilitar ventilação do leito e eventual
limpeza do sistema.
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I.4 Operação
Na operação do sistema:

 a) para o início de operação, minhocas detritívoras epigeicas (preferencialmente da espécie Eisenia
fetida ou Eisenia andrei) devem ser liberadas na superfície da serragem;

 b) convém que a massa inicial da população de minhocas em relação ao volume de serragem
da unidade seja entre 10 kg.m–3 e 12,50 kg.m–3;

 c) convém a retirada do húmus gerado e acumulado na camada superficial da serragem, pelo menos
uma vez ao ano;

 d) a retirada do excesso de húmus deve ser efetuada conforme 5.3;

 e) o húmus retirado deve ser considerado como resíduo sólido do processo e atender 5.4;

 f) após a remoção de húmus, deve-se repor a serragem até atingir-se a altura original da camada.

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Figura I.1 – Esquema representativo do vermifiltro

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Anexo J
(normativo)

Desinfecção
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J.1 Generalidades
Este Anexo abrange o tratamento por meio de desinfecção.

A elaboração do projeto deve atender aos requisitos estabelecidos nesta Norma e à legislação vigente
aplicável, com a devida adequação dos requisitos específicos indicados em J.2.

A desinfecção de efluente tratado é um processo de tratamento que permite a destruição ou eliminação


de determinadas espécies de organismos presentes no esgoto sanitário, desta forma melhorando a
qualidade dos efluentes.

Deve ser realizada levando em conta as exigências ambientais, legais e de saúde pública aplicáveis,
e ser compatível com a qualidade do corpo receptor dos efluentes.

J.2 Realização da desinfecção


A desinfecção pode ser realizada por meio de um dos seguintes processos:

J.2.1 Reação com compostos à base de cloro

J.2.1.1 A desinfecção com composto à base de cloro pode realizada por meio da aplicação de
hipoclorito de sódio (líquido), hipoclorito de cálcio e cloro orgânico (sólido) uma vez que estes representam
menor preocupação em nível operacional.

J.2.1.2 A aplicação da solução à base de cloro ao esgoto deve ser feita com:

 a) cloradores de pastilhas;

 b) bombas dosadoras;

 c) dosadores de solução com orifício de controle.

J.2.1.3 O esgoto clorado deve conter, após o tempo de contato, uma concentração de cloro livre
de pelo menos 0,50 mg/L.

J.2.1.4 O menor tempo de detenção hidráulica para o contato ser considerado é de 30 min em
relação a vazão média.

J.2.1.5 O tanque de contato onde o composto à base de cloro é mantido em contato com o esgoto
deve ser dimensionado para atender as condições de tempo de detenção.

J.2.1.6 Quando necessário, a decloração deve ser considerada.

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J.2.2 Radiação ultravioleta


J.2.2.1 A desinfecção deve ser realizada pela exposição do efluente tratado à radiação emitida
por lâmpadas ultravioleta, abrangendo todas as partículas para que recebam uma dose equivalente
de radiação em todos os pontos.

J.2.2.2 Convém, para que haja uma desinfecção eficiente, que se observe a qualidade físico-química
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do efluente tratado de acordo com recomendação do fabricante.

J.2.2.3 O conjunto de lâmpadas pode estar imerso ou emerso.

J.2.2.4 Deve ser facilitada a remoção periódica do conjunto de lâmpadas para fins de limpeza
e manutenção.

J.2.2.5 Na aplicação de desinfecção por meio de radiação ultravioleta, convém utilizar:

 a) efluente com concentração de SST inferior a 40 mg/L.

 b) dose de aplicação entre 25 mJ/cm2 a 40 mJ/cm2.

J.2.2.6 Intervalo de comprimento de onda na faixa de 245 nm a 285 nm.

J.2.2.7 Tempo ideal de exposição do efluente à radiação entre 5 s a 15 s.

J.2.2.8 Atenção ao tempo de vida útil das lâmpadas.

J.2.2.9 A dose necessária à inativação dos microrganismos deve ser considerada em função
das características do efluente.

NOTA Considerar os parâmetros que afetam a eficiência da irradiação ultravioleta como: a turbidez do
efluente, os microrganismos presentes, a densidade do fluído, quando da definição da dose necessária à
inativação destes microrganismos.

J.2.3 Ozonização
J.2.3.1 O ozônio deve ser produzido no local da aplicação, por meio de sistema de geração e
transferência de ozônio.

J.2.3.2 Os materiais aplicados no sistema de geração e transferência de ozônio devem ser


resistentes ao ataque químico do produto.

J.2.3.3 Para a transferência do ozônio, adotar solução técnica e econômica mais adequada para
cada situação.

J.2.3.4 Na aplicação de desinfecção por ozonização, o esgoto tratado afluente ao sistema deve
ter concentrações de DBO e de SST inferiores a 10 mg/L.

J.2.3.5 A dose necessária à inativação dos microrganismos, entendida como o produto da concentração
de ozônio residual e o tempo em que deve ser mantida para garantir a inativação desejada, deve ser
compatível com características do efluente e com os próprios organismos a serem destruídos.

J.2.4 Outras formas de desinfecção


J.2.4.1 A adoção de outras formas de desinfecção como, por exemplo: o tratamento no solo, processos
oxidativos alternativos, ou outra forma, deve ser técnica e economicamente justificada.

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Anexo K
(normativo)

Disposição final do efluente líquido tratado no solo em sumidouro


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K.1 Generalidades
Este Anexo abrange o projeto de sumidouro para sistemas locais de tratamento de esgoto com vazão
diária até 12 000 L/dia e carga orgânica total até 3,80 kgDBO/dia em área não atendida por sistema
de esgotamento sanitário.

A elaboração do projeto deve atender aos requisitos estabelecidos nesta Norma e à legislação vigente
aplicável, com a devida adequação dos requisitos específicos indicados em K.2 a K.4.

O sistema de sumidouro é aplicado para a disposição final do efluente líquido tratado no solo. Convém
aplicação preferencialmente nas áreas nas quais o aquífero é profundo, e se possa garantir a distância
mínima de 1,50 m (exceto areia) entre o seu fundo e o nível máximo do aquífero. Casos específicos
de distância mínima menor que a recomendada devem ser justificados, levando em consideração
as características do solo, topografia do terreno, sazonalidade, regime pluviométrico, entre outras
características do local, como tipo de vegetação na área.

K.2 Disposição do efluente líquido tratado no solo


Para a disposição do efluente líquido pós tratados no solo por meio do sumidouro, o projeto do sistema
de tratamento deve considerar os parâmetros mínimos a seguir:

 a) a disposição de efluentes no solo, mesmo tratados, não pode causar poluição ou contaminação
das águas subterrâneas ou do próprio solo com composto que gerem salinização, alteração em
metais e elevação de nutrientes prejudiciais a níveis que comprometam seus usos ou enquadramento;

 b) óleos e graxas animais e vegetais: < 20 mg/L, diminuindo assim os efeitos de selamento superficial
do sistema

 c) pH: > 6,5 e < 8,5;

 d) temperatura: 20 °C a 40 °C;

 e) materiais sedimentáveis: até 1 ml/L em teste de 1 h em cone Imhoff;

 f) ausência de materiais flutuantes visíveis;

 g) DBO5,20: inferior a 120 mg/L ou remoção de 60 %;

 h) sólidos em suspensão totais: inferior a 100 mg/L.

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K.3 Dimensionamento
Para o dimensionamento da vazão de contribuição, aplicar as considerações do 5.11 e de K.3.1
a K.3.2.

Para o dimensionamento do sumidouro, deve-se considerar principalmente os testes de percolação


do solo realizados conforme o Anexo N e seus resultados expressos em min/m e assim encontrar
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a taxa máxima de aplicação expressas em m3.m–2.d–1, conforme a seguinte equação:

A = Qprojeto/Tx.inf

onde

A é a área para absorção do líquido, expressa em metros quadrados (m2);

Qprojeto é a vazão de dimensionamento, conforme 5.11;

Tx.inf é a taxa de infiltração conforme ensaio de percolação, expressa em metros cúbicos/metro


quadrado/ dia (m3.m–2.d–1), ver Anexo N.

Os sumidouros não devem ter profundidade superior a 3,5 m, assim testes de percolação devem levar
em consideração a profundidade de aplicação dentre esta faixa para obtenção da taxa de percolação
média (Kmédio).

K.3.1 Sumidouro na região não arenosa (Kmédio > 500 min/m)

Neste caso, o dimensionamento deve seguir os parâmetros prescritos em K.3.1.1 a K.3.1.8.

K.3.1.1 Cálculo da área de infiltração

Para o cálculo da área de infiltração, deve ser considerada a superfície lateral abaixo da geratriz
inferior da tubulação de lançamento do afluente, acrescida da área de superfície do fundo.

NOTA Para garantir o bom funcionamento do sumidouro, atender a periodicidade de limpeza do sistema de
tratamento indicado na norma e/ou projeto específico, visando a reduzir o risco de colmatação especialmente
da área do fundo.

K.3.1.2 Cálculo da área total

O cálculo da área total necessária deve ser obtido conforme K.3.

K.3.1.3 Altura útil

A altura útil do sumidouro deve ser determinada de modo a manter distância vertical mínima de
1,50 m entre o fundo do poço e o nível máximo do aquífero. Distância vertical mínima inferior deve
atender K.3.1.4.

K.3.1.4 Redução da altura útil

Caso haja necessidade de reduzir a altura útil do sumidouro, devido à proximidade do nível do aquífero,
pode-se reduzir a profundidade, alterando o diâmetro e/ou o número de unidades para atingir a área
de infiltração necessária, conforme representado nas Figuras K.1 e K.2.

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A instalação de sumidouro com distâncias verticais até o aquífero inferiores aos 1,50 m deve ser
precedida de uma avaliação técnica que considere o grau de contaminação do aquífero causado
por compostos nitrogenados, fósforo ou microrganismos patogênicos. Nesta avaliação técnica,
devem ser respeitados os parâmetros estabelecidos na legislação aplicável, observando os usos e
enquadramento da água subterrânea.
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K.3.1.5 Distâncias

Na implantação de sumidouro, considerar que:

 a) o sumidouro deve ser locado com afastamento de 3 vezes o diâmetro, ou no mínimo a 3,00 m
do sistema de tratamento adotado, considerando a área de infiltração calculada;

 b) a distância mínima entre as paredes dos poços múltiplos deve ser de 3,00 m. Na existência
de outros obstáculos, respeitar distância mínima de 1,50 m, como muros, ou outros;

 c) na existência de vegetação de porte, deve ser verificada a interferência de raízes com o sumidouro;

 d) a distância mínima do sumidouro de taludes ou áreas com inclinação de mais de 20° deve ser
de no mínimo 5 m, mesmo que estes taludes sejam estruturados e consolidados;

 e) para edificações, o sumidouro deve respeitar a estrutura de fundação dessa edificação e/ou
ter no mínimo 3,0 m de distância. Distâncias inferiores devem ser justificadas.

NOTA Aplicados como referência técnica os dados dos Manuais Técnicos da Funasa do Programa de
Melhorias Sanitárias Domiciliares – MSD (ver [1]).

K.3.1.6 Diâmetro interno

O menor diâmetro interno do sumidouro deve ser de 1,00 m. Diâmetros menores devem ser justificados.

1.1.1.1 Distribuição do esgoto

A distribuição do esgoto aos sumidouros múltiplos deve ser feita por meio de caixa distribuidora de
vazão.

K.3.1.7 Alternância do uso

Deve ser previsto uso alternado do sistema. O número mínimo de sumidouros deve ser dois, cada um
correspondendo a 100 % da capacidade total necessária. Pode-se optar por três, cada uma com 50 %
da capacidade total. Quando a adoção de mais de um sumidouro não for possível, deve ser justificado.

Convém a alternância de uso dos sumidouros em um prazo máximo de seis meses, visando ao
adiamento da saturação do sistema para manutenção e desobstrução dos poros do solo.

K.3.1.8 Operação

Convém a exposição ao ar livre das paredes internas do sumidouro que não estiver em uso, durante
pelo menos seis meses, para permitir a recuperação da capacidade infiltrativa, tomando-se o cuidado
para não ocorrer acidentes.

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K.3.2 Sumidouro na região arenosa

Para região arenosa, com baixo valor de K (menor que 500 min/m), visando a mitigar a contaminação
do aquífero, deve-se adotar:

 a) o uso de uma camada filtrante envolvente do sumidouro com solo, com espessura mínima de
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0,50 m, tendo K > 500 min/m, conforme representado na Figura K.1. Esta camada não deve sofrer
compactação mecânica durante a montagem do sumidouro, e respeitar o nível de permeabilidade
indicada.

 b) uma distância entre o fundo do sumidouro e o nível máximo do aquífero superior a 1,50 m.
A instalação de sumidouro com distâncias verticais até o aquífero inferiores aos 1,50 m deve
ser precedida de uma avaliação técnica que considere o grau de contaminação do aquífero
causado por compostos nitrogenados, fósforo ou microrganismos patogênicos. Nesta avaliação
técnica, devem ser respeitados os parâmetros estabelecidos na legislação vigente aplicável,
observando os usos e enquadramento da água subterrânea;

K.3.3 Avaliação do sistema de infiltração

O sistema deve ser monitorado para não causar danos ambientais e evitar contaminação a aquíferos,
atendendo à legislação vigente aplicável.

K.4 Processo construtivo


Quando da construção do sumidouro:

 a) o fundo e as paredes laterais não devem sofrer qualquer compactação durante a sua construção;

 b) convém a instalação de manta geotêxtil na interface entre sumidouro e solo natural.

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Figura K.1 – Esquema representativo de disposição final do efluente líquido tratado no solo
em sumidouro com enchimento

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Figura K.2 – Esquema representativo de disposição final do efluente líquido tratado no solo
em sumidouro sem enchimento lateral e com enchimento lateral

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Anexo L
(normativo)

Disposição final do efluente líquido tratado no solo em vala de infiltração


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L.1 Generalidades
Este Anexo abrange o projeto de vala de infiltração, para sistemas locais de tratamento de esgoto com
vazão diária até 12 000 L/dia e carga orgânica total até 3,80 kgDBO/dia. A instalação deste sistema
deve ser avaliada de acordo com as normas e legislação vigente no local da instalação.

A elaboração do projeto deve atender aos requisitos estabelecidos nesta Norma e à legislação vigente
aplicável, com a devida adequação dos requisitos específicos indicados em L.2 a L.4.

A vala de infiltração é um sistema de disposição final do efluente líquido tratado, que consiste na
sua percolação e interação no solo.

O desempenho do tratamento depende das características do solo, de seu grau de saturação por
água e da área disponível.

A definição do local de instalação de vala de infiltração deve levar em consideração a posição


e profundidade do aquífero para evitar sua contaminação. Não pode usar a vala de infiltração onde
o lençol freático é raso.

Convém a aplicação de forma intermitente do efluente do processo de tratamento na vala de infiltração,


buscando melhorar a eficiência e aumentar a durabilidade do sistema de infiltração.

L.2 Dimensionamento da vala de infiltração


A vala de infiltração deve ser dimensionada para a vazão adotada no processo de tratamento, conforme
5.11 e os seguintes:

 a) valores de taxa de aplicação conforme a Tabela N.1;

 b) o cálculo da área total necessária é feito conforme a Tabela N.1;

 c) para efeito de cálculo da área de infiltração, devem ser consideradas as superfícies das laterais
e do fundo situadas no nível inferior ao tubo de distribuição do efluente, conforme na Figura L.1;

 d) para o dimensionamento do diâmetro dos tubos de distribuição do interior da vala, deve-se
considerar a vazão do efluente e o sistema de tratamento adotado;

 e) os tubos de distribuição devem conter orifícios laterais de 10 mm espaçados uniformemente,


de forma a permitir a distribuição do efluente ao longo de toda a vala;

 f) recomenda-se o diâmetro mínimo de 100 mm para os tubos de distribuição;

 g) para sistema unifamiliar com até 5 habitantes, pode ser adotado diâmetro mínimo de 50 mm para
os tubos de distribuição;

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 h) a declividade do tubo de distribuição deve ser entre 1:300 e 1:500 para aplicação por gravidade
e contínua;

 i) no lançamento do efluente por conduto forçado, a declividade do tubo de distribuição pode
ser zero;
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 j) os materiais de enchimento da vala de infiltração podem ser brita número três ou pedras com
características correspondentes, dispostos conforme representado na Figura L.1;

 k) a distância, em planta, dos eixos centrais das valas de infiltração paralelas não deve ser inferior
a 2 m;

 l) o comprimento máximo de cada vala de infiltração não deve ultrapassar 30 m.

L.3 Fatores determinantes no projeto e no uso da vala de infiltração


Para o projeto e o uso da vala de infiltração devem ser observados os seguintes parâmetros:

L.3.1 Características do solo do local de instalação

O sistema de vala de infiltração depende das características do solo onde ocorre sua instalação. Nesse
sentido, a capacidade de percolação do solo é o parâmetro fundamental para o dimensionamento.
A capacidade de percolação no solo deve ser determinada por meio do teste descrito no Anexo N.

L.3.2 Distância mínima do aquífero

Deve ser mantida uma distância mínima vertical entre o fundo da vala de infiltração e o nível máximo
da superfície do aquífero de 1,50 m.

NOTA Exceção a esta distância mínima vertical inferior a 1,50 m pode ser assumida desde que realizada
avaliação técnica detalhada do grau de comprometimento do aquífero, sob a responsabilidade técnica do
projetista.

A instalação de vala de infiltração deve ser precedida de uma avaliação quanto a contaminação do
aquífero causada por compostos nitrogenados, fósforo e microrganismos patogênicos. Nesta avaliação,
devem ser respeitados os parâmetros estabelecidos na legislação vigente aplicável.

L.3.3 Manutenção da condição aeróbia no interior da vala

O sistema de vala de infiltração deve ser construído e operado de modo a manter condições aeróbias
no solo. Para isso, devem ser instalados tubos de exaustão a tubulação de distribuição do efluente
do processo de tratamento. Também deve ser previsto o uso alternado das valas, conforme L.3.5.
e representado nas Figuras L.1 e L.2.

L.3.4 Distância mínima do poço de captação de água

A vala de infiltração deve manter uma distância horizontal mínima conforme 5.1.2, considerar
as características do solo e respeitar uma distância adequada de poço de captação de água.

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L.3.5 Alternância do uso

Para manutenção da condição aeróbia no interior da vala de infiltração e degradação da área colmatada
do solo, deve ser previsto uso alternado de valas.

O número mínimo de valas deve ser dois, cada uma correspondendo a 100 % da capacidade total
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necessária. Pode-se optar por três valas, cada uma com 50 % da capacidade total.

Cada vala deve ficar em operação contínua por um prazo máximo de seis meses.

L.3.6 Águas pluviais

Deve ser evitado o ingresso de águas pluviais para o interior das valas de infiltração, visando a
minimizar o arraste de microrganismos patogênicos retidos no solo.

Para isso deve ser prevista uma sobrelevação do solo na superfície das valas, visando a drenagem
das águas pluviais no entorno do campo de infiltração, conforme Figura L.2.

L.4 Processo construtivo


No projeto e na construção do sistema de valas de infiltração para a disposição final do efluente
líquido no subsolo, os detalhes construtivos exercem influência fundamental na sua durabilidade e
funcionamento, devem ser observados os seguintes aspectos:

 a) o fundo e as paredes laterais não devem sofrer qualquer compactação durante a sua construção;

 b) quando houver compactação voluntária ou involuntária, as paredes e o fundo da vala devem ser
escarificadas até uma profundidade de 0,10 m a 0,20 m;

 c) revestir fundo, paredes laterais e topo da vala com manta geotêxtil;

 d) as tubulações de transporte e distribuição de esgoto devem ser protegidas contra cargas rodantes
para não causar danos ao sistema;

 e) quando houver o desejo de melhorar a distribuição do efluente, pode-se optar pelo emprego de
conduto forçado;

 f) deve ser construída uma sobrelevação na superfície da vala (ver a Figura L.2), visando a diminuir
a possibilidade de erosão do solo e a entrada de água pluvial para o interior do sistema;

 g) nas encostas do morro ou em locais onde o terreno tem inclinação acentuada, as valas devem
ser instaladas acompanhando as curvas de nível. No caso, a tubulação de distribuição deve respeitar
a declividade mínima exigida [ver L.2-h) e Figura L.2];

 h) não permitir plantio de árvores próximo às valas, para não danificar o sistema devido ao crescimento
das raízes;

 i) os detalhes de uma vala de infiltração típica estão representados nas Figuras L.1, L.2 e L.3.

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Figura L.1 – Esquema representativo de uma vala de infiltração

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Figura L.2 – Esquema representativo da distribuição da vala de infiltração

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Figura L.3 – Esquema representativo da caixa de distribuição da vala de infiltração

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Anexo M
(normativo)

Disposição final do efluente líquido tratado em tanque


de evapotranspiração
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M.1 Generalidades
O tanque de evapotranspiração é utilizado para o tratamento do esgoto exclusivamente originário
de bacia sanitária de banheiro e pode ser adotado em locais com boa ventilação, alta taxa de
evapotranspiração e disponibilidade de área.

Sua aplicação é indicada para residências unifamiliares com até cinco moradores.

A elaboração do projeto deve atender aos requisitos estabelecidos nesta Norma e à legislação vigente
aplicável, com a devida adequação dos requisitos específicos indicados em M.2 a M.6.

O sistema consiste no direcionamento do efluente líquido para um tanque impermeabilizado, composto


de uma câmara que o recebe e direciona para camadas de diferentes materiais filtrantes conforme a
Figura M.1.

Na superfície do tanque devem ser plantadas espécies vegetais que possuam raízes pouco profundas
e com alto potencial de evapotranspiração, tendo uma média anual superior a 1 500 mm.

No interior do sistema, ocorre a degradação da matéria orgânica devido a processos físicos, químicos
e biológicos e as plantas presentes na superfície do sistema podem aproveitar os nutrientes presentes
no esgoto.

O principal objetivo do tanque de evapotranspiração é a redução do volume de esgoto.

Convém como medida preventiva para disposição final um sistema complementar para infiltração
de eventuais excessos não evapotranspirados.

M.2 Dimensionamento do tanque de evapotranspiração


O tanque de evapotranspiração deve ser dimensionado com base na taxa de evapotranspiração
da planta adotada e na pluviosidade do local de instalação, garantindo a total evapotranspiração
do afluente.

Na ausência de parâmetros mais adequados, o tanque de evapotranspiração pode ser dimensionado


considerando o número de contribuintes e a contribuição da bacia sanitária, conforme 5.11.

Devem ser considerados:

 a) profundidade entre 1,00 m e 1,50 m e largura de 1,00 m a 2,00 m;

 b) para a área superficial utilizar no mínimo 2,00 m2 por pessoa contribuinte;

 c) o comprimento máximo de cada tanque de evapotranspiração não deve ultrapassar 10 m;

 d) convém que o plano de fundo da unidade tenha inclinação mínima de 1 % na direção da saída.

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M.3 Processo construtivo


No projeto e construção do sistema de tanque de evapotranspiração devem ser observados os
seguintes aspectos:

M.3.1 Estanqueidade e impermeabilização do fundo e das paredes


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O fundo e as paredes laterais devem ser estanques e projetados para garantir a estabilidade da
unidade e a resistência aos esforços atuantes.

M.3.2 Os dispositivos de entrada, de distribuição do efluente e de saída

Para os dispositivos de entrada, de distribuição do efluente e de saída, considerar que:

 a) as tubulações de transporte de esgoto devem ser protegidas contra cargas rodantes para não
causar danos ao sistema;

 b) o esgoto deve ser encaminhado por meio de tubo de 100 mm até a câmara central. Esse tubo
deve ser acessível a partir da superfície do terreno de forma a facilitar a limpeza e remoção de
lodo. Recomenda-se a existência de proteção ao contato humano e à proliferação de insetos;

 c) a câmara central que recebe o esgoto deve ser construída com tubo de 500 mm perfurado com
furos de 20 mm para garantir boa distribuição do esgoto ao longo da extensão do tanque de
evapotranspiração;

 d) o tubo da câmara central pode ser substituído por outros materiais que permitam o recebimento e
a distribuição do esgoto. O material adotado deve ser adequado a esta aplicação, sendo resistente
aos esforços atuantes e às atividades biológicas e químicas que ocorrem no leito;

 e) a tubulação de saída do efluente deve partir do interior da câmara central e deve permitir a
saída e a coleta do eventual efluente não evapotranspirado. Deve existir um desnível de 0,10 m
em relação à tubulação de entrada. Recomenda-se a utilização de tubos com diâmetro mínimo
de 50 mm.

M.3.3 Materiais de enchimento

O tanque deve ser preenchido com material estratificado de forma que tenha:

 a) uma camada superficial de solo retirado da escavação;

 b) camadas intermediárias de partículas finas e médias que dificultem o arraste de solo para
a camada inferior;

 c) camada de fundo com partículas mais grossas que permitam a circulação do esgoto presente
na câmara central para o interior do leito.

Os materiais adotados devem resistir aos esforços atuantes e às atividades biológicas e químicas que
ocorrem no leito, possibilitar aderência para a formação de biofilme biológico e crescimento vegetal,
apresentar formato não achatado de modo a permitir a passagem do esgoto nos espaços vazios e ser
isento de solos e partículas finas.

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M.4 Águas pluviais


Para as águas pluviais:

 a) deve ser construída uma sobrelevação do solo no tanque de evapotranspiração, visando a diminuir
a possibilidade de entrada de água pluvial para o interior do sistema;
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 b) nas encostas de morro ou em locais nos quais o terreno tem inclinação acentuada, os tanques
de evapotranspiração devem ser instalados acompanhando as curvas de nível.

M.5 Plantas de superfície


Sobre a superfície do tanque de evapotranspiração, devem ser introduzidas plantas com raízes de
pequeno porte e com alta capacidade de evapotranspiração (média anual superior a 1 500 mm),
adaptadas ao cultivo em ambientes com as condições operacionais impostas pelo sistema.

M.6 Instalação e manutenção do tanque


Para a instalação e manutenção:

 a) o tanque de evapotranspiração deve ser instalado em local aberto, com boa ventilação e insolação;

 b) não permitir plantio de árvores em distância inferior a 3,0 m, para não danificar o sistema devido
ao crescimento das raízes;

 c) deve-se evitar o crescimento de espécies vegetais invasoras;

 d) deve ser prevista a remoção de lodo a cada 2 anos.

Figura M.1 – Esquema representativo de um tanque de evapotranspiração

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Anexo N
(normativo)

Procedimento para estimar a capacidade de percolação do solo (k)


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N.1 Generalidades
Os instrumentos necessários para a realização do ensaio são os seguintes:

— relógio;

— cronômetro;

— régua;

— trado com diâmetro 150 mm;

— dispositivo para medição do nível d’água na cava;

— água em abundância.

N.2 Conversão de valores


Para a conversão de valores da taxa de percolação em taxa de aplicação superficial, adotar literatura
específica ou os valores recomendados na Tabela N.1.

Tabela N.1 – Conversão de valores de taxa de percolação em taxa de aplicação superficial


Taxa de percolação Taxa máxima de Taxa de percolação Taxa máxima de
aplicação diária aplicação diária
min/m m3/m2.d min/m m3/m2.d
40 ou menos 0,20 400 0,065
80 0,14 600 0,053
120 1,12 1200 0,037
160 0,10 1400 0,032
200 0,09 2400 0,024

N.3 Para a vala de infiltração


O ensaio para estimar a capacidade de percolação deve ser feito cuidadosamente, o modo de
execução pode resultar em valores bastante distintos para um mesmo tipo de solo.

A época de execução do ensaio é também fator que influencia nos resultados.

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O ensaio deve ser precedido de uma etapa preliminar para simular a condição de solo saturado
(condição crítica no sistema de absorção).

Este ensaio é o mais simples que se conhece e, desde que seja utilizado em conjunto com os ensaios
de tato e visual do solo, pode ser instrumento útil para avaliação da capacidade de infiltração do solo.
Projeto em Consulta Nacional

O nível máximo do aquífero na área prevista deve ser conhecido antecipadamente.

N.3.1 Procedimentos a serem seguidos para a ensaio de percolação

 a) o número de locais de ensaio deve ser no mínimo três pontos, distribuídos de modo a cobrir áreas
aproximadamente iguais no local indicado para campo de infiltração;

 b) com o trado de diâmetro 150 mm, escavar uma cava vertical, de modo que o fundo da cava
esteja aproximadamente no mesmo nível previsto para os fundos das valas. Este nível deve ser
determinado, levando em conta a distância mínima do fundo da vala em relação ao nível máximo
do aquífero local (cerca de 1,50 m) e cota de saída do efluente do sistema de tratamento;

 c) retirar os materiais soltos no fundo da cava e cobrir o fundo com cerca de 0,05 m de brita;

 d) encher a cava com água até a profundidade de 0,30 m do fundo e manter esta altura durante
pelo menos 4 h, completando com água na medida em que desce o nível. Este período deve
ser prolongado para 12 h ou mais se o solo for argiloso; esta constitui uma etapa preliminar para
saturação do solo;

 e) se toda a água inicialmente colocada infiltrar no solo dentro de 10 min, pode se começar o ensaio
imediatamente;

 f) exceto para solo arenoso, o ensaio de percolação não deve ser feito 30 h após o início da etapa
de saturação do solo;

 g) determinar a taxa de percolação como a seguir:

— colocar 0,15 m de água na cava acima da brita, cuidando-se para que durante todo o ensaio,
não seja permitido que o nível da água supere 0,15 m;

— imediatamente após o enchimento, determinar o abaixamento do nível d’água na cava a cada


30 min (queda do nível) e, após cada determinação, colocar mais água para retornar ao nível
de 0,15 m;

— o ensaio deve prosseguir até que se obtenha diferença de rebaixamento dos níveis entre
as duas determinações sucessivas inferiores a 0,015 m, em pelo menos três medições
necessariamente;

— no solo arenoso, quando a água colocada se infiltra no período inferior a 30 min, o intervalo
entre as leituras deve ser reduzido para 10 min, durante 1 h; assim sendo, nesse caso, o valor
da queda a ser utilizado é aquele da última leitura;

 h) calcular a taxa de percolação para cada cava escavada, a partir dos valores apurados, dividindo-se
o intervalo de tempo entre determinações pelo rebaixamento lido na última determinação.

EXEMPLO Se o intervalo utilizado é de 30 min e o desnível apurado é de 0,03 m, tem-se a taxa


de percolação de 30/0,03 = 1 000 min/m.

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 i) o valor médio da taxa de percolação da área é obtido calculando-se a média aritmética dos
valores das cavas;

 j) o valor real a ser utilizado no cálculo da área necessária da vala de infiltração deve ser
o especificado na Tabela N.1;
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 k) obtém-se o valor da área total necessária para área de infiltração dividindo-se o volume total
diário estimado de esgoto (m3/dia) pela taxa máxima de aplicação diária.

N.4 Para o sumidouro


O sumidouro é uma unidade de infiltração vertical, que atravessa frequentemente algumas camadas
de solos com características distintas.

Neste caso, o ensaio para estimar a capacidade de infiltração no solo deve ser feito por camada
(desde que estas camadas sejam consideradas áreas de infiltração no sumidouro, ou seja, abaixo da
tubulação de entrada do esgoto).

O valor final da taxa de percolação deve ser obtido fazendo a média ponderada destes valores.

Todos os dispositivos, assim como os procedimentos para obtenção dos valores da taxa de percolação,
são idênticos à seção anterior, conforme descritos a seguir:

 a) a cota do fundo da cava para ensaio deve ser aproximadamente a mesma do sumidouro. Por
sua vez, aquela cota é determinada a partir da distância mínima da cota máxima do aquífero local
e da cota de saída da tubulação do sistema de tratamento;

 b) quando é feito ensaio sobre várias camadas, o resultado de cada cava é obtido pela equação:

Kmédia = ∑ (Ki x Hi)/∑ (Hi)

onde

Kmédia é a taxa de percolação média, expressa em minutos por metro (min/m);

Ki é a taxa de percolação no solo de onde foram realizados os ensaios, expressa em minutos


por metro (min/m);

Hi é a altura das camadas de onde foram realizados os ensaios, expressa em metros (m).

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BIbliografia

[1]  Manuais Técnicos da Funasa do Programa de Melhorias Sanitárias Domiciliares – MSD.


Projeto em Consulta Nacional

[2]  ABNT NBR ISO 30500, Sistemas de saneamento não ligados à rede de esgoto – Unidades
de tratamento integradas pré-fabricadas – Requisitos gerais de segurança e desempenho para
projeto e ensaio

[3]  Metcalf & Eddy, AECOM; “Tratamento de Efluentes e Recuperação de Recursos”, 5ª Edição,
Porto Alegre, Ed. AMGH, 2016; pp 569-580

[4]  NR 12, Norma Regulamentadora NR12, Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos


confinados do Ministério do Trabalho e Emprego

[5]  NR 15, Norma Regulamentadora NR15, Atividades e operações insalubres confinados do Ministério
do Trabalho e Emprego

[6]  NR 33, Norma Regulamentadora NR33, Segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados
do Ministério do Trabalho e Emprego

[7]  NR 35, Norma Regulamentadora NR35, Trabalho em altura do Ministério do Trabalho e Emprego

[8]  ABNT NBR 10152, Acústica – Níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações

[9]  ABNT NBR IEC 60034-9, Máquinas elétricas girantes – Parte 9: Limites de ruído

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