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registradas nos discursos publicados por alguns desses excursionistas, apontando, nelas, os artefatos que eram
consumidos. Cumpre, em um segundo momento, ponderar em que grau o olhar sobre o estado de Goiás desses
primeiros turistas determinou os focos que foram potencializados pelas políticas públicas de fomento ao turismo
neste estado analisadas por Carvalho (2015). Em decorrência disso, este projeto justifica-se pela necessidade
de mostrar, em relação à identidade goiana, se a gastronomia, o folclore, o artesanato, o patrimônio histórico-
artístico e o lazer na natureza têm sido compreendidos e apresentados, na contemporaneidade, sob a
interferência dos discursos publicados por esses primeiros turistas entre as décadas de 1930 e 1960. Com este
projeto, mediante o estudo do processo de formação de representações sobre o campo cultural goiano, espera-
se contribuir a que alunos da UFG possam aprofundar no conhecimento da identidade deste estado assimilando
um instrumento utilizável para, transversalmente, reconhecerem os traços que vêm sendo projetados acerca do
modo de ser dos goianos e do território goiano.
Resumo:
A partir da década de 1930, foram publicados textos, de diversos gêneros, sobre Goiás, por parte de sujeitos,
brasileiros e estrangeiros, que visitaram este estado sem uma declarada finalidade acadêmica. Esse traço –
discursos sobre estadias no estado de Goiás sem uma motivação acadêmica – diferenciava esses textos dos que
foram produzidos por viajantes naturalistas – botânicos, geógrafos e cientistas em geral (destacadamente
Auguste de Saint-Hilaire e Francis de Castelnau) no séc. XIX. Esses viajantes percorreram regiões goianas com,
deliberadamente, o intuito de registrar e mostrar, sobretudo para entidades acadêmicas estrangeiras, as
características que tinham identificado, dentro das suas áreas de conhecimento, das regiões visitadas e
estudadas. As viagens decorrentes a esses planos de observação, registro e difusão não foram planejadas pelos
naturalistas do séc. XIX como estadias na procura de lazer, descanso e distinção; tratava-se de estadias, em
Goiás, a trabalho – um trabalho científico. Todavia, com a chegada da estrada de ferro a Goiás na década de
1920, a melhora das rodovias, a consolidação do direito às férias e a associação do tempo de descanso com
viagens de recreio, começaram a chegar a este estado excursionistas que procuravam desfrutar, com distinção,
em Goiás, do seu tempo livre. Neste projeto de extensão e cultura procura-se, como alvo, expor e difundir,
entre a comunidade em geral, os discursos que alguns desses excursionistas publicaram acerca das suas
experiências de ócio em Goiás; a posteriori, o propósito didático é contribuir à observação de se esses discursos
continham enunciados que permaneceram nas representações positivas sobre o Planalto Central que, desde a
fundação de Brasília, vêm sendo expostas para incentivar o Turismo em Goiás. Com vistas ao desenvolvimento
do projeto, o principal embasamento teórico é o exposto por John Urry na obra O olhar do turista (2001).
Metodologia:
Na primeira fase deste projeto, proceder-se-á à pesquisa documental. Assim, para recopilar publicações acerca
do turismo, em periódicos goianos, entre 1930 e 1960, recorrer-se-á à Hemeroteca Digital da Biblioteca
Nacional (). Nessa primeira fase, procurar-se-á também reunir o corpus dos livros publicados narrando
experiências de viagem em Goiás. Trata-se de obras como Un turista en el Brasil (CASAIS, 1940), Caçando e
pescando por todo o Brasil: Mato Grosso e Goiás (BARROS JUNIOR, 1947), Nos Sertões do Araguaia (SILVA,
1949), O que eu vi nos sertões de Goiás (OLIVEIRA, 1950) ou Viagem através do Brasil: Goiás e Mato Grosso
(SOUZA, 1956). Incluem-se nesse corpus discursos que se referem a experiências de viagem em Goiás entre os
anos 1930 e 1960, embora tenham sido publicadas posteriormente, como Promised Land (LOWELL, 1952) ou
Tristes Trópicos (LÉVI-STRAUSS, 1996). Além disso, serão recopiladas as guias informativas, e turísticas, que,
no período, foram publicadas sobre Goiás – por exemplo, Monografia corográfica histórica da nova Capital de
Goiaz (ARTIAGA, [194-?]), Guia Geral da Cidade de Goiânia (VELOSO; BRASILIENSE, 1949) e Guia Informativo
e Turístico do Estado de Goiás (LEITE, 1963). Em terceiro lugar, na primeira fase, serão reunidas as obras que
trataram das peregrinações em Goiás, tomado como ponto de partida o romance O Ermitão do Muquém:
História da fundação da Romaria de Muquém na Província de Goyaz (GUIMARÃES, 1869). Finalmente, serão
incluídas no corpus obras editadas por órgãos públicos com o intuito de dar a conhecer o estado, as vantagens
no investimento em alguns dos seus setores e as suas possibilidades de desenvolvimento material: por
exemplo, Goiás: uma nova fronteira humana (LATOUR, 1949), O “Mato Grosso de Goiás” (FAISSOL, 1952),
Enciclopédia dos Municípios Brasileiros: Goiás (FERREIRA, 1958), Síntese da História e da Geografia de Goiás –
Conheça Goiás (ARTIAGA, 1958). Na segunda fase, em diálogo com a Rede GALABRA coordenada pelo Prof.
Elias Torres Feijó, da Universidade de Santiago de Compostela, submeter-se-á o corpus de discursos reunido na
primeira fase a um classificador a fim de observar e criticar as denotações que, em relação ao caso goiano, o
olhar turista deu ou associou, entre o ano 1930 e o ano 1960, aos campos semânticos (1.) pescaria, (2.)
caçaria, (3.) termas, (4.) sertão, (5.) ferrovia, (6.) estradas, (7.) hospedagem, (8.) doces, (9.) Cidade de Goiás
e (10.) Goiânia. Na terceira e derradeira fase, visar-se-á à difusão e ao debate dos resultados obtidos nas duas
fases anteriores. Com esse intuito, serão organizados, via YouTube, seis minicolóquios em que se apresentarão
e discutirão as questões analisadas em torno aos itens: (a) Por que alguns indivíduos, entre os anos 1930 e
1960, investiram o seu tempo de lazer em Goiás? e (b) Que impressões publicaram a respeito dessas
experiências e sob o amparo de que justificativas?
Referências:
ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo.
Tradução de Denise Bottman. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. ARTIAGA, Zoroastro. Monografia
corográfica histórica da nova Capital de Goiaz. Goiânia: Escola Técnica de Goiânia, [194-?]. ARTIAGA,
Zoroastro. Síntese da História e da Geografia de Goiás – Conheça Goiás. Goiânia: [s.n.], 1958. BARROS
JUNIOR, Francisco de. Caçando e pescando por todo o Brasil: Mato Grosso e Goiás. São Paulo: Melhoramentos,
1947. (2. Série). BOURDIEU, P. Esquisse d’une théorie de la pratique, précédé de trois études d’ethnologie
kabyle. Genebra; Paris: Librairie Droz, 1972. CARRAL V., Emilio; CARREIRA, X. Carlos; VILA, Breogão M.;
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TORRES FEIJÓ, Elias. A inter-relação entre gastronomia, cultura, turismo e comércio local em Santiago de
Compostela. Primeiros resultados. In: II SIMPÓSIO INTERNACIONAL “ALIMENTAÇÃO E CULTURA: TRADIÇÃO E
INOVAÇÃO NA PRODUÇÃO E CONSUMO DE ALIMENTOS”, 24-26 de maio de 2016. Atas do... Vila Real:
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, 2016. p. 263-76. CARVALHO, Gisélia Lima. A Política de Turismo
no estado de Goiás: um estudo sobre as escalas institucionais de intervenção. 2015. 211 f. Tese (Doutorado em
Geografia) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2015. Disponível em: . Acesso em: 09 jun. 2021.
CASAIS, José. Un turista en el Brasil. Rio de Janeiro: Franz Timon, 1940. CASTRO, Celso; GUIMARÃES, Valeria
Lima; MAGALHÃES, Aline Montenegro. História do Turismo no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2013.
FAISSOL, Speridião. O “Mato Grosso de Goiás”. Rio de Janeiro: IBGE, 1952. (Biblioteca Geográfica Brasileira,
Série A “livros”, n. 9). FERREIRA, Jurandyr Pires (Org.). Enciclopédia dos Municípios Brasileiros: Goiás. Rio de
Janeiro: IBGE, 1958. v. XXXVI. GUIMARÃES, Bernardo. O Ermitão do Muquém: História da fundação da Romaria
de Muquém na Província de Goyaz. Rio de Janeiro: Livraria Garnier, 1869. LATOUR, Jorge (Org.). Goiás: uma
nova fronteira humana. Rio de Janeiro: Conselho de Imigração e Colonização, 1949. LEITE, Celina Monteiro da
S. Guia Informativo e Turístico do Estado de Goiás. Information Guide for Tourists. Belo Horizonte: Gráfica São
José, 1963. n. XVIII. LÉVI-STRAUSS, Claude. Tradução de Rosa Freire d’Aguiar. São Paulo: Companhia das
Letras, 1996. LIMA, Elder Rocha. Guia afetivo da Cidade de Goiás. 1. reimpr. Brasília: IPHAN/ 14ª
Superintendência Regional, 2012. LOWELL, Joan. Promised Land. Nova Iorque: Duell Sloan and Pearce, 1952.
OLIVEIRA, Erdner Costa e. O que eu vi nos sertões de Goiás. [S.l.]: [s.n.], 1950. SILVA, Hermano Ribeiro da.
Nos Sertões do Araguaia. São Paulo: Saraiva, 1949. SOUZA, Elza Coelho de. Viagem através do Brasil: Goiás e
Mato Grosso. 2. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1956, v. 10. TORRES FEIJÓ, Elias. Bem-estar comunitário e
visitantes através do Caminho em Santiago. Grandes narrativas, ideias e práticas culturais na cidade. Santiago
de Compostela: Andavira, 2019. VELOSO, Hilarino; BRASILIENSE, Eli. Guia Geral da Cidade de Goiânia.
Goiânia: [s.n.], 1949. n. 1. URRY, John. O olhar do turista: Lazer e viagens nas sociedades contemporâneas.
Tradução de Carlos Eugênio Marcondes de Moura. 3. ed. São Paulo: Studio Nobel; SESC, 2001. (Coleção
megalópolis).
Membros da Equipe
Nome Categoria Função Departamento Início Fim
MARIA DEL MAR PARAMOS
EXTERNO Participante 26/07/2021 28/07/2025
CEBEY
Aluno em Atividade
KAMILA NOVAIS MIRANDA DISCENTE 26/07/2021 28/07/2025
Curricular
IGOR KOPCAK DOCENTE Participante 26/07/2021 28/07/2025
ANTONIO CORBACHO
DOCENTE Coordenador 26/07/2021 28/07/2025
QUINTELA
Discentes com Planos de Trabalho
Nome Vínculo Situação Início Fim
Discentes não informados
Ações Vinculadas ao PROJETO
Código - Título Tipo
Não há ações vinculadas
Ações das quais o PROJETO faz parte
Código - Título Tipo
Esta ação não faz parte de outros projetos ou programas de extensão
Objetivos / Resultados Esperados
Objetivos Gerais Quantitativos Qualitativos
2. Que impressões sobre espaços goianos foram registradas nos discursos
publicados por esses excursionistas?
1. Por que alguns sujeitos não-goianos decidiram, entre o ano 1930 e o ano
1960, vir a Goiás para desfrutar de experiências de lazer e recreio?
3. Como as comunidades dos espaços visitados por esses primeiros
excursionistas reagiram ao início do turismo e à publicação de impressões sobre
o seu território e o seu modo de vida?
Cronograma
Descrição das ativadades desenvolvidas Período
• Em relação à segunda questão dos objetivos gerais, visa-se à: Realização
do levantamento das narrativas e dos poemas publicados por excursionistas
sobre as suas experiências de lazer no território goiano, focando, sobretudo, 24/07/2023 a 22/07/2024
a análise dos discursos em que se respondia às questões: Onde ir? Que
fazer? Que consumir?
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