Você está na página 1de 13

Artigo de Revisão/Review Paper

Hoehnea 44(3): 315-327, 2 fig., 2017 http://dx.doi.org/10.1590/2236-8906-82/2016

A restauração de ecossistemas e a produção de água

Eliane Akiko Honda1,2 e Giselda Durigan1


Recebido: 27.09.2016; aceito: 15.05.2017

ABSTRACT - (Ecosystem restoration and water yield). Although there is a widespread belief that planting forests increases
water yield and rainfall, science has demonstrated that, at the scale of a watershed, the proportion of annual rainfall that
flows through the river or recharges groundwater reserves is inversely proportional to the tree biomass and that increasing
forests does not increases rain in the same watershed. It follows, therefore, that open ecosystems such as grasslands and
savannas are more efficient than forests in water yield and also that restoration through planting trees cannot increase the
amount of water produced by a watershed, in spite of improving water quality and regulation of hydrological flows. Besides
preserving natural ecosystems, adopting soil conservation and suitable cultivation practices that increase the infiltration of
rain throughout the catchment area can have greater contribution than planting forests if the goal is to feed the river flow
even in dry months, ensuring the ecosystem services depending on that water.
Keywords: ecological restoration, ecosystem services, hydrology, land use, water yield

RESUMO - (A restauração de ecossistemas e a produção de água). Embora exista uma crença generalizada de que plantar
florestas aumenta a água dos rios e a quantidade de chuva, a ciência tem demonstrado que, na escala de microbacia
hidrográfica: 1) a proporção da chuva anual que se torna recurso hídrico renovável é inversamente proporcional à biomassa
arbórea e 2) mais floresta não significa mais chuva na mesma bacia. Ecossistemas naturais abertos como campos e savanas
são, portanto, mais eficientes que florestas como geradores de recurso hídrico renovável e plantar árvores não aumenta a
produção de água, embora melhore sua qualidade e contribua para regulação da vazão ao longo do ano. Uma vez preservados
os ecossistemas naturais, adotar práticas de cultivo e conservação do solo que aumentem a infiltração da chuva em toda a
bacia, trará contribuição maior do que o plantio de florestas para assegurar a vazão dos rios mesmo nos meses de estiagem,
proporcionando os serviços ecossistêmicos dependentes dessa água.
Palavras-chave: ciclo hidrológico, hidrologia, restauração, serviços ecossistêmicos, uso da terra

Introdução 2016) e que, até o ano de 2025, o aumento da demanda


por água exercerá influência maior sobre o estado dos
Os usos da água envolvem consumo humano, sistemas hídricos do planeta do que o aquecimento
irrigação de cultivos e jardins, dessedentação de global (Vörösmarty et al. 2000).
rebanhos, produção industrial, geração e fornecimento A degradação dos ecossistemas naturais e o
de energia e até mesmo a manutenção dos ecossistemas, manejo inadequado do solo reduzem a oferta de
que também necessitam de água para manter seu água com padrão de qualidade aceitável para os
funcionamento (Postel 1996, 2000, Baron et al. 2002, diferentes usos e agravam os conflitos diante da
Poff et al. 2003, Coates et al. 2012). O aumento de escassez (Falkenmark & Molden 2008, Balaji et al.
demanda de bens e alimentos exigidos pela população 2012). Algumas estratégias podem contribuir para
humana crescente, a degradação ambiental e as a solução do problema: 1) diminuir o consumo da
mudanças climáticas têm levado ao aumento das água; 2) melhorar a eficiência do uso da água; 3)
incertezas quanto à disponibilidade futura de água em otimizar o compartilhamento dos recursos disponíveis
todo o planeta (Postel 1998, Jackson et al. 2001, Balaji (Mekonnen & Hoekstra 2016), e 4) controlar as
et al. 2012, IPCC 2014). Estudos têm demonstrado que perdas evaporativas na bacia hidrográfica, de forma
grande proporção da população mundial já vivencia a aumentar o volume do recurso hídrico explorável.
escassez hídrica (FAO 2003, Mekonnen & Hoekstra Todavia, ainda que o consumo possa ser racionalizado,

1. Floresta Estadual de Assis, Instituto Florestal do Estado de São Paulo, Caixa Postal 104, 19802-970 Assis, SP, Brasil
2. Autor para correspondência: eahonda@gmail.com
316 Hoehnea 44(3): 315-327, 2017

a tendência global é de aumento progressivo da ou florestas chamam chuva (Bruijnzeel 2004, Calder
demanda (Postel 1998, Vörösmarty et al. 2000 2007, Hamilton 2008). Também no Brasil, a maioria
Coates et al. 2012) e muitas das ações que objetivam das pessoas acredita, equivocadamente, que plantar
a melhoria da eficiência do uso e o compartilhamento árvores faz aumentar a água dos rios e a quantidade
solidário da água esbarram em dificuldades técnicas, de chuva no local onde a ação foi executada (Lima
biológicas e sociais (Postel 1998, 2000, Jackson 2010). No entanto, a ciência tem demonstrado que, na
et al. 2001, Falkenmark 2003, 2013, Poff et al. 2003, maioria das vezes, o funcionamento hidrológico dos
Falkenmark & Rockstrom 2008, Gordon et al. 2010, ecossistemas é muito diferente do que prega o senso
Connor & Stoddard 2012, Hoekstra 2014). Controlar comum.
as perdas evaporativas na bacia, por outro lado, tem A correta compreensão dos processos hidrológicos
sido a solução proposta para aproveitar melhor a água e de sua relação com a vegetação depende de estudos
da chuva (Rockstrom et al. 1999) e, com isso, obter multidisciplinares e da tradução do conhecimento
acréscimo da água que pode ser efetivamente utilizada para a sociedade como um todo e, em especial,
em uma bacia hidrográfica. Trata-se de um grande para formuladores de políticas públicas (Poff
desafio, de solução complexa (Huxman et al. 2005, et al. 2003, Falkenmark 2003, 2013, Gordon et al.
Wilcox et al. 2006, Doody et al. 2011), que nem sempre 2010, Falkenmark et al. 2014). Buscando facilitar
resulta em aumento da produção hídrica (Hawtree et essa compreensão, reunimos, neste artigo, os
al. 2015, Smethhurst et al. 2015), mas que é factível, conhecimentos existentes sobre as relações entre a
com base nos resultados de décadas de estudos em cobertura vegetal e a produção de água, provenientes
hidrologia florestal (Bosch & Hewlett 1982, Swank de estudos já realizados, e construímos nossa
et al. 1988, Brown et al. 2005, Jackson et al. 2005). argumentação relativa aos benefícios que se pode
Cabe esclarecer que, neste artigo, utilizamos o termo esperar da restauração de ecossistemas em relação à
produção de água para nos referirmos ao recurso produção de água em bacias hidrográficas em nível
hídrico renovável (Postel 1996, Jackson et al. 2001, local.
Huxman et al. 2005) ou, conforme definição da FAO Embora existam publicações brasileiras
(2003), ao fluxo anual dos rios e recarga dos aquíferos, abordando as relações entre a vegetação e os
gerados pela precipitação. Ou seja, ao conceito mais processos hidrológicos (Lima 1993, 2010, Tucci &
tradicionalmente utilizado, que abrange apenas a água Clarke 1997, Lima & Zakia 2010, Tucci 2002, Tucci
que abastecerá os corpos d’água superficiais (descarga & Mendes 2006, Salemi et al. 2011), raramente esta
ou deflúvio - Hewlett & Hibbert 1967), acrescentamos relação tem sido explorada no contexto da restauração
a proporção da chuva que recarrega reservas mais de ecossistemas, que foi objeto do nosso estudo. A
profundas, como os grandes aquíferos que hoje em restauração ecológica é definida como o processo e
dia são considerados estratégicos para o futuro da prática de auxiliar a recuperação de um ecossistema que
humanidade (Rocha 1997, Balaji et al. 2012). foi degradado, danificado ou destruído (SER, 2004).
O papel dos ecossistemas naturais ou restaurados Embora a Sociedade Internacional de Restauração
na proteção da qualidade da água superficial é Ecológica (SER 2004) recomende que as ações de
relativamente bem compreendido, especialmente restauração busquem restabelecer um ecossistema
em se tratando de zonas ripárias (Neary et al. 2009, o mais semelhante possível ao pré-existente, este
Dosskey et al. 2010, Sweeney & Newbold 2014). Os entendimento não é consensual (Choi 2007). Alguns
ecossistemas naturais contribuem para a regulação estudos indicam que esta não é uma meta factível
do microclima, do regime de fluxo de rios e do (Rey-Benayas et al. 2009, Suding 2011) e, em
ciclo geoquímico (MEA 2005). Todavia, as relações diferentes regiões do mundo, a literatura traz exemplos
entre a cobertura vegetal e a produção hídrica, de intervenções de reabilitação, sistemas agroflorestais
embora amplamente estudadas e relativamente bem ou mesmo silvicultura que têm sido consideradas
compreendidas pelos hidrólogos, ainda não têm como restauração (Li 2006, Moreno-Calles et al.
sido assimiladas por outros campos da ciência e não 2010, Cao et al. 2011, Deng et al. 2016). Além disso,
são devidamente compreendidas pelos tomadores nem sempre existem informações históricas sobre os
de decisão e pela sociedade como um todo. Para ecossistemas e, especialmente no Brasil, é comum
Falkenmark (2003), o entendimento equivocado sobre que a restauração seja baseada, unicamente, no plantio
as questões hídricas é baseado em mitos amplamente de árvores, sendo negligenciadas outras formas de
disseminados, como o de que florestas criam água vida e tipos de vegetação não-florestal (Durigan
Honda & Durigan: Restauração de ecossistemas e água 317

& Melo 2011, Durigan & Engel 2012, Overbeck os recursos hídricos renováveis, tanto superficiais
et al. 2015). A verdade é que todas essas formas de como subsuperficiais, onde este é um recurso escasso.
intervenção que visam recuperar a cobertura vegetal,
independentemente da sua adequação ao conceito Florestas e produção de água
adotado pela SER (2004), exercem influência sobre
O funcionamento hidrológico de bacias
os recursos hídricos.
hidrográficas e suas relações com a cobertura vegetal
Abordar a produção hídrica no contexto da
têm sido objeto de estudo há décadas, o que possibilitou
restauração é de extrema importância no momento
algumas generalizações. Salvo em casos específicos
em que iniciativas e acordos globais se propõem a
(Huxman et al. 2005, Wilcox et al. 2006, Doody
plantar florestas em larga escala em todo o planeta,
et al. 2011), a regra, válida para a unidade espacial de
sem que as consequências dessas ações de plantio
uma microbacia hidrográfica, é que: 1) a proporção
sobre os recursos hídricos em escala local tenham
de água da chuva que comporá os recursos hídricos
sido devidamente avaliadas. Para Falkenmark (2003),
renováveis é inversamente proporcional à biomassa da
as ideias de sequestro de carbono em países tropicais
vegetação arbórea (Lima et al. 1990, Le Maitre et al.
pobres para que os países ricos de clima temperado
1999, Zou et al. 2014, Oliveira et al. 2016); e 2) o
resolvam suas culpas relativas às mudanças climáticas
aumento da vegetação florestal dificilmente aumenta
é uma demonstração cabal do descaso com as questões
o volume de chuva na mesma bacia hidrográfica, a
hídricas, a que a autora se refere como water blindness.
menos que a área da bacia hidrográfica seja muito
Entre os grandes acordos globais de restauração
extensa (Eltahir & Bras 1996, Tremberth 1999,
florestal destaca-se o Bonn Challenge (IUCN 2011),
Ellison et al. 2012). Tremberth (1999) menciona que,
que tem mobilizado diversos países a restaurar em uma extensão de 500 km, apenas cerca de 8,9%
150 milhões de hectares de florestas até 2020, sem da precipitação total sobre a superfície terrestre são
que haja iniciativas correspondentes para restaurar provenientes de evapotranspiração dentro da mesma
savanas, campos, áreas úmidas ou outros tipos de região. Geralmente, a água evaporada precipita em
ecossistemas não florestais. Os autores do mapa global algum local distante de onde evaporou ou até mesmo
das regiões prioritárias para a restauração (Laestadius nos oceanos ou em qualquer outro lugar do planeta,
et al. 2011), base para as ações relativas ao Bonn que dependerá da movimentação das massas de ar em
Challenge (IUCN 2011), apontam a existência de escala global (Tremberth 1999, Ellison et al.2012).
mais de 2 bilhões de hectares de terras ‘disfuncionais’, Entretanto, neste artigo, não tratamos da influência da
quantificadas como oportunidades para restauração vegetação sobre o ciclo da água em escala planetária.
de paisagens florestais. No entanto, esse mapa inclui Conforme afirmamos anteriormente, nesse artigo
pelo menos 900 milhões de hectares de campos e abordaremos aspectos relativos à microbacia, escala
savanas, que foram considerados disfuncionais e, por em que é possível aplicar o conceito de manejo
isso, erroneamente mapeados como áreas prioritárias integrado de vegetação, água e solo e identificar os
para restauração florestal (Veldman et al. 2015). Esta efeitos decorrentes dos tratamentos aplicados.
interpretação de que savanas e campos são terras Para entender as relações entre a cobertura vegetal
disfuncionais norteia também as orientações técnicas e a quantidade de água da chuva que fará parte dos
para a priorização de áreas para restauração em todo recursos hídricos é preciso, primeiramente, saber que
o mundo (IUCN & WRI 2014), que, inclusive, tratam essas relações se estabelecem no espaço territorial de
plantações florestais homogêneas com espécies uma bacia hidrográfica, sendo mais fácil quantificar,
exóticas de rápido crescimento como uma das técnicas compreender ou manejar a produção de água em
que podem ser utilizadas para cumprir as metas globais bacias de pequenas dimensões - as microbacias
de restauração. hidrográficas. A quantidade de água da chuva que
Partindo da premissa de que os benefícios da pode vir a ser recurso hídrico renovável em uma bacia
restauração florestal sobre a qualidade da água hidrográfica pode ser estimada pela seguinte equação:
são razoavelmente bem compreendidos, nosso
objetivo maior neste artigo é elucidar as relações V = P-(I + T + E)
entre as ações de restauração de ecossistemas e Onde:
a água como recurso renovável. A compreensão V: quantidade anual de água que pode vir a ser
dessas relações pode contribuir para evitar ações recurso hídrico (corpos d’água superficiais ou reservas
inadequadas de restauração, que possam comprometer subterrâneas)
318 Hoehnea 44(3): 315-327, 2017

P: precipitação anual e da transpiração pelas plantas (Bucci et al. 2008,


I: interceptação anual da chuva (pela vegetação ou Giambelluca et al. 2009, del Campo et al. 2014). O
pela serapilheira) aumento da transpiração, por sua vez, é proporcional
T: transpiração anual pelas plantas (água que é retirada ao aumento da superfície foliar (Dietz et al. 2006,
do solo pelas plantas e lançada à atmosfera) Kramer & Holscher 2009, Del Campo et al. 2014) e
E: evaporação anual da superfície do solo ou dos do volume de solo explorado pelo sistema radicular
corpos d’água (Nepstad et al. 1994, Jackson et al. 1996, Calder et al.
1997, Wine et al. 2015). À medida que aumentam
Dessa forma, o volume anual de recurso hídrico as perdas evaporativas, diminui a quantidade de
renovável fornecido por uma bacia hidrográfica será água do solo (Bond et al. 2007, Bucci et al. 2008,
tanto maior quanto menores forem as perdas de água Giambelluca et al. 2009, del Campo et al. 2014, Zou
para a atmosfera (I + T + E). Extensos estudos de et al. 2014, Deng et al. 2016) e, por consequência,
revisão (Bosh & Hewlett 1982, Brown et al. 2005, diminui a recarga das reservas subterrâneas (Lima
Jackson et al. 2005) evidenciaram seguidamente et al. 1990, Le Maitre et al. 1999, Oliveira et al.
os resultados obtidos em bacias hidrográficas com 2016). Para exemplificar, a percentagem da água da
manipulação da vegetação, em que a redução da chuva interceptada em relação à precipitação anual
biomassa resultou em aumento da produção hídrica. total em florestas tropicais pode corresponder a 9,6%
Estudos baseados em bacias hidrográficas extensas a 31,8% (Carlyle-Moses & Gash 2011), enquanto
(Costa et al. 2003, no Tocantins e Coe et al. 2011, em estudo realizado no gradiente de biomassa entre
no Araguaia), assim como estudos baseados em o cerrado strictu sensu e o cerradão a interceptação
modelagem para escalas maiores (D’Almeida et al. variou de 3,4% a 20,3% da precipitação anual (Honda
2007, para a Amazônia como um todo), indicam que & Durigan 2016).
geralmente o desmatamento leva ao aumento da vazão, Em síntese, conforme ilustrado na figura 1, à
em diferentes escalas. medida que aumenta a biomassa aérea, é otimizado o
A ciência tem demonstrado que, quando há serviço ecossistêmico de armazenamento de carbono,
disponibilidade de água no solo, tanto maiores serão mas diminui a proporção de água da chuva que pode
as perdas evaporativas quanto maior for a biomassa da abastecer corpos d’água superficiais ou reservas
vegetação (Calder 1998, Huxman et al. 2005, Zhang subterrâneas (Lima et al. 1990, Le Maitre et al.
et al. 2005). As perdas evaporativas aumentam em 1999, Oliveira et al. 2016). Depreende-se, portanto,
função do aumento da interceptação - que é a água que ecossistemas naturais de menor biomassa,
retida pelas copas durante a chuva e que retorna como campos e savanas, são mais eficientes do que
para a atmosfera por evaporação (Carlyle-Moses & ecossistemas florestais no fornecimento de recurso
Gash 2011, Zou et al. 2014, Honda & Durigan 2016) hídrico renovável. Ou seja, para um mesmo volume

Figura 1. Representação esquemática do trade-off entre a oferta dos serviços ecossistêmicos de armazenamento de carbono e produção
de água em função da biomassa arbórea.
Figure 1. Schematic representation of the trade-off between the supply of the ecosystem services of Carbon storage and water yield as a
function of tree biomass.
Honda & Durigan: Restauração de ecossistemas e água 319

de chuvas, o volume de água que irá para os corpos O uso do solo exerce, portanto, forte influência
d’água superficiais ou reservas subterrâneas será maior sobre as proporções de todos esses processos e sobre
em uma bacia hidrográfica ocupada por vegetação de a distribuição da vazão ao longo do ano, conforme
baixa biomassa do que se a mesma bacia fosse ocupada representado na figura 2. Quando o solo é recoberto
por floresta. por vegetação nativa (campos, savanas ou florestas,
naturais ou restaurados), a infiltração é favorecida e
Uso da terra e regulação da vazão dos rios o escoamento superficial tende a ser mínimo, exceto
em eventos chuvosos de alta intensidade ou em locais
Nas situações em que regular a vazão da bacia onde os solos são rasos (Bonell 2005). Quando o solo
ao longo do ano é mais importante do que aumentar o é cultivado com práticas adequadas de conservação e
volume total produzido anualmente, o destino da água são preservadas as suas propriedades físicas favoráveis
da chuva é muito importante e mais complexo do que à infiltração e percolação da água (Derpsch et al.
na equação apresentada anteriormente. Tucci & Clarke 1991, Bonell 2005, Leite et al. 2009, Pinheiro et al.
(1997) descrevem o destino da parcela de precipitação 2009), o escoamento superficial também pode ser
que atinge o solo da seguinte forma: “pode infiltrar mínimo (Beutler et al. 2003, Panachuki et al. 2011).
ou escoar superficialmente dependendo da capacidade Cabe ressaltar, todavia, que, embora tanto florestas
do solo em infiltrar. (...). A água que infiltra pode quanto ecossistemas de baixa biomassa ou cultivos
percolar para o aquífero ou gerar um escoamento com boas práticas exerçam, igualmente, a função de
subsuperficial ao longo dos canais internos do solo, até regulação da vazão ao longo do ano, o volume será
a superfície ou um curso d’água. A água que percola comparativamente menor quando há florestas (naturais
até o aquífero é armazenada e transportada até os ou plantadas), conforme foi claramente demonstrado
rios, criando condições para manter os rios perenes por Zhang et al. (2001) e Brown et al. (2005). Porém,
nos períodos de longa estiagem”. Esta descrição está em pastagens ou cultivos com solos compactados e
correta, exceto pela omissão da proporção da água sem práticas de conservação, assim como em solos
que percola profundamente e ficará confinada em expostos, a infiltração é reduzida e o impacto direto das
aquíferos profundos, não alimentando corpos d’água gotas da chuva desagrega as partículas do solo e produz
superficiais. A recarga anual do Aquífero Guarany, por sedimentos que são carregados diretamente para os
exemplo, é estimada em 160 km³ ano-1 (Rocha 1997). rios pela água da chuva que não infiltrou (Tarolli &

Figura 2. Representação esquemática da variação na precipitação e no deflúvio ao longo do ano em região de clima estacional, em três
condições hipotéticas relativas ao tipo de cobertura vegetal e manejo do solo.
Figure 2. Schematic representation of the variation in rainfall and flow throughout the year in a region of seasonal climate, in three
hypothetical conditions related to the type of vegetation cover and soil management.
320 Hoehnea 44(3): 315-327, 2017

Sofia 2016). As consequências são a diminuição da Os estudos já realizados sobre as relações entre
vazão ou até a interrupção do fluxo na estiagem e a cobertura vegetal e a produção de água (volume de
cheias com maior volume e mais frequentes na estação água dos rios) em uma bacia hidrográfica, em conjunto,
chuvosa (Grip et al. 2005), além de assoreamento e levam a uma outra generalização altamente relevante
contaminação de fontes hídricas. A situação é agravada no contexto da restauração de ecossistemas: para que
em áreas impermeabilizadas, como zonas urbanas ou a mudança na vegetação afete significativamente a
rodovias, em que toda a água da chuva escoa pela produção de água em uma bacia hidrográfica, é preciso
superfície (Rijsdijk et al. 2007, Thomaz et al. 2013, que essa mudança ocorra em pelo menos 20% da
Ramos-Scharrón & LaFevor 2016). Nesses casos, área da bacia (Bosch & Hewlett 1982, Brown et al.
cabe ressaltar que a conservação ou restauração da 2005). Simplificadamente, ao contrário do que prega o
vegetação apenas nas faixas ciliares não impede que a senso comum, desmatar mais de 20% da bacia poderá
água que não infiltrou a montante escoe imediatamente aumentar a produção total de água e plantar florestas
para os rios. Este volume concentrado de água que em mais de 20% da bacia poderá diminuir o volume
escoa superficialmente, embora seja quantificado total de água dos rios. Mudanças em áreas menores
como parte da produção hídrica, permanece disponível normalmente não resultam em variação significativa
por um período muito curto de tempo, o que o torna, de vazão dos rios, embora possam exercer forte
na prática, indisponível (FAO 2003, Falkenmark & influência sobre a qualidade da água.
Rockstrom 2008, Falkenmark et al. 2014). Além disso,
essa água tem, frequentemente, qualidade abaixo A restauração e os serviços ecossistêmicos
dos padrões estabelecidos para consumo humano. O relacionados à água
excesso de água decorrente do escoamento superficial
Uma vez entendidos os componentes da equação
em picos de chuva pode se tornar um problema maior
que representa os processos envolvidos na produção
do que a escassez (Hamilton 2008), mesmo em regiões
de água em uma bacia hidrográfica, o papel das
com baixa pluviosidade. Os serviços esperados
intervenções de restauração sobre esses processos
dos ecossistemas protegidos ou restaurados são,
pode ser mais facilmente compreendido. Tais
portanto, dependentes da água que infiltra e abastece
intervenções, se adequadas, otimizam os serviços
os corpos d’água e as reservas subterrâneas (Postel
ecossistêmicos que dependem do volume de água
1998, Jackson et al. 2001, FAO 2003, Falkenmark &
disponível, da sua qualidade e da regulação da vazão
Rockstrom 2008).
dos rios. A conservação da água, tanto em quantidade
Se o ecossistema (natural ou restaurado) ou
como em qualidade, depende, primariamente, de
o uso adequado da terra otimizam a capacidade
práticas adequadas de conservação do solo em toda a
de infiltração da água da chuva em toda a bacia
bacia (Falkenmark & Rockstrom 2008, Gordon et al.
hidrográfica, a proporção de água que poderá vir a
2010, Falkenmark et al. 2014), que incluem também
ser recurso hídrico dependerá, essencialmente, da
a localização correta de carreadores e estradas.
diferença entre o volume de chuva que precipita (P)
Enfatizamos ainda que, enquanto os efeitos benéficos
e o que é interceptado (I) ou utilizado pelas plantas
das práticas de conservação do solo são percebidos
(T). A evaporação direta da superfície do solo
imediatamente após a aplicação das técnicas (Bodner
exposto (E) é um processo de perda da água para a
et al. 2015), os efeitos das funções de proteção aos
atmosfera em geral de menor importância, embora
recursos hídricos após as atividades de restauração só
possa atingir valores significativos na presença de
serão percebidos após o lento processo de crescimento
energia e suprimento contínuo de água (Reichardt &
da vegetação (Grip et al. 2005, Holscher et al., 2005,
Timm 2010). A presença de vegetação desfavorece
Mu et al. 2007, Vertessy et al. 2011). A recuperação
as perdas evaporativas da superfície do solo (Ritchie
da vegetação deve ser entendida, portanto, como uma
1972, Royer et al. 2012, Bodner et al. 2015), ao
ação complementar.
mesmo tempo que favorece as demais formas de
perda (interceptação e transpiração) (Sun & Liu 2013). As Áreas de Preservação Permanente - APP, somadas
Consequentemente, a proporção da evaporação direta à Reserva Legal, geralmente não ultrapassam 20% da
da superfície do solo, em ecossistemas naturais ou área de uma propriedade, proporção estabelecida pela
restaurados, torna-se ínfima em relação ao total de lei como área mínima a ser protegida ou recuperada
água perdida pelo sistema (Savenije 2004, Huxman na maioria dos casos no Brasil (exceto na Amazônia).
et al. 2005). Assim, a ação isolada de restauração florestal em
Honda & Durigan: Restauração de ecossistemas e água 321

APPs pode influenciar muito pouco o volume de água efetiva em eventos chuvosos de baixo a médio volume
fornecido por uma bacia hidrográfica com base nos (Bruijnzeel 2004, Ramos-Scharrón & MacDonald
limiares já conhecidos (Bosch & Hewlett 1982, Brown 2007). Além disso, para os processos erosivos
et al. 2005), embora possa melhorar sua qualidade. superficiais mais severos, como a erosão em sulcos ou
Cabe a ressalva de que, em alguns casos, o plantio de voçorocas ou no caso de erosão geológica, a vegetação
árvores, mesmo em áreas pequenas, pode influenciar florestal não é eficiente e nem evita a ocorrência de
negativamente a produção de água. Por exemplo, a eventos extremos de movimento de massa (Grip et al.
substituição equivocada de uma vegetação ripária de 2005, Steinacher et al. 2009).
pequeno porte, com baixa superfície foliar e sistema Se o benefício esperado é a qualidade da água,
radicular superficial (campos de altitude, campos as intervenções de restauração devem priorizar a
úmidos, veredas, etc.), por árvores com alto índice recuperação do solo e da vegetação nos locais mais
de área foliar e sistema radicular profundo, com frágeis, nas áreas descobertas e nos trechos da bacia
capacidade de acesso permanente à água subterrânea sujeitos a maior escoamento superficial e, portanto,
ou do próprio rio, pode acarretar aumento do consumo expostos a maiores riscos de erosão e assoreamento.
de água pela vegetação substituta (Le Maitre et al. Nascentes e terrenos inclinados devem ser, portanto,
1999, Doody et al. 2011), resultando em diminuição prioritariamente protegidos. Para esta finalidade,
da produção hídrica na bacia hidrográfica (Le Maitre florestas, savanas ou campos, se devidamente
et al. 2015). O plantio de floresta, nesses casos, restaurados, podem igualmente exercer a função
não pode, portanto, ser considerado uma ação de de proteção, que será mais efetiva quanto maior a
restauração. largura da faixa restaurada ao redor do corpo d’água
O papel da restauração na produção de água (Sweeney & Newbold 2014). Porém, sabe-se hoje
em uma bacia hidrográfica deve ser definido com que as principais causas de erosão e assoreamento,
base no serviço ecossistêmico esperado e, conforme não somente no Brasil, mas também em grande
demonstrado, não se deve esperar aumento da parte do planeta, são a localização inadequada das
produção hídrica como um dos serviços prestados estradas rurais e rodovias e a falta de preocupação
pela floresta. Ao contrário, o decréscimo da produção com o destino da água das chuvas por elas captadas
hídrica devido à presença da floresta é o preço por (Thomaz et al. 2014, Ramos-Scharrón & LaFevor
ela cobrado pelos outros serviços ecossistêmicos 2016, Tarolli & Sofia 2016). Esses problemas, todavia,
prestados, como a fixação de carbono (Jackson as intervenções de restauração não podem resolver.
et al. 2005). Entre os serviços ecossistêmicos mais Se o problema a resolver é a escassez local de
importantes prestados pela floresta merecem destaque água, o plantio de árvores pode contribuir pouco ou até
o controle da erosão superficial, a regulação do fluxo mesmo agravar o problema, caso a ação de restauração
dos rios, da ciclagem biogeoquímica e do microclima seja equivocada, como está acontecendo em extensas
e a melhoria da qualidade da água (extensa revisão em regiões na China (Mu et al. 2007, Cao et al. 2011,
MEA 2005, síntese em Costanza et al. 1997, e texto Deng et al. 2016). Estudos realizados naquele país
em português por Tambosi et al. 2015). têm demonstrado que a vazão dos rios foi severamente
A eficácia da cobertura florestal no controle da comprometida após o plantio de florestas substituindo
erosão superficial e na diminuição da frequência ecossistemas de menor biomassa ou utilizando
de cheias em escala de microbacia hidrográfica é espécies arbóreas de rápido crescimento em alta
comprovada (Rice et al. 1969, Montgomery et al. densidade. Nesses casos, é mais importante readequar
2000, Glade 2003, Ramos-Scharrón & MacDonald o uso e manejo do solo em toda a bacia, com base no
2007, Reubens et al. 2007, García-Ruiz et al. 2010). conhecimento de que o plantio de florestas poderá
Uma vez que a água atinge o solo, espera-se que a levar à diminuição da produção de água, ainda que
vegetação restaurada estimule a sua infiltração, para contribua para melhorar sua qualidade ou regularizar
evitar que escoe pela superfície, arrastando consigo o regime de fluxo. A restauração de vegetação não
os sedimentos, poluentes, contaminantes e detritos, florestal pode exercer igualmente a proteção contra
ou desencadeando processos erosivos mais severos. a erosão superficial e melhoria da qualidade da água,
Quanto maior a área restaurada, é de se esperar que sem comprometer a produção hídrica. A ameaça que
seja maior a eficácia no controle de cheias e menor plantações florestais oferecem aos recursos hídricos
a frequência desses eventos. É importante ressaltar, em regiões com escassez de água (Jackson et al. 2005,
porém, que a proteção oferecida pela floresta só é Cao et al. 2011, Deng et al. 2016) é ainda mais grave
322 Hoehnea 44(3): 315-327, 2017

se a silvicultura for realizada em larga escala ou se as florestas faça aumentar o volume total de água que
árvores tiverem acesso permanente ao lençol freático, pode ser utilizado como recurso renovável (vazão dos
como tem ocorrido, por exemplo, na África do Sul (Le rios + recarga de água subterrânea). Ao contrário, o
Maitre et al. 1999, 2015), Argentina (Jackson et al. aumento da biomassa fará diminuir a água utilizável.
2005, Nosetto et al. 2005), Estados Unidos (Zou et al. Este pode não ser um problema em regiões em que não
2014) e India (Calder 2007). Estudo baseado em mais há escassez hídrica, mas pode impactar diretamente
de 600 conjuntos de dados de bacias hidrográficas em a economia regional e as populações humanas em
todo o mundo, em regiões com estação seca prolongada, regiões onde a água é um recurso limitado.
demonstrou números alarmantes de diminuição da Além das mudanças decorrentes do plantio de
vazão dos rios (em média 52% de diminuição do fluxo) árvores, outras causas de mudança estrutural da
e de rios que secaram completamente por no mínimo vegetação que resultem em aumento de biomassa
um ano (13%), quando foram efetuadas plantações (adensamento da vegetação nativa, invasão das
florestais em áreas que não tinham florestas, sendo o savanas por espécies florestais nativas ou exóticas)
risco maior em regiões com índice pluviométrico anual também devem ser contabilizadas como ameaça à
inferior a 1.000 mm (Jackson et al. 2005). Embora produção hídrica (Huxman et al. 2005, Zou et al.
não se trate, na maioria dos casos, de restauração 2014, Le Maitre et al. 2015, Honda & Durigan
ecológica conforme definida pela SER (2004), o 2016). Esta constatação é de extrema importância
comprometimento da produção hídrica é a ameaça para o planejamento das ações de restauração. Se o
que se coloca quando grandes acordos internacionais objetivo da restauração em relação à produção de água
propõem o plantio de florestas sobre savanas e campos é restabelecer o regime de fluxo histórico, ou seja,
(Veldman et al. 2015), já que plantações florestais têm anterior à conversão dos ecossistemas naturais (Poff
sido tratadas nos acordos como uma das alternativas et al. 1997, Baron et al. 2002), a restauração nunca
técnicas de restauração (IUCN & WRI 2014). deve resultar em vegetação com biomassa diferente do
ecossistema natural pré-existente que foi degradado.
Considerações finais Por exemplo, plantar árvores em alta densidade
(florestas) sobre campos naturais (campos sulinos,
Neste artigo tratamos da produção de água campos úmidos, veredas) ou em regiões de Cerrado
em uma bacia hidrográfica e de suas relações não pode ser considerada uma ação de restauração.
com intervenções que visam a restauração da Ao contrário, pode ser um desastre ambiental para
cobertura vegetal. Abordamos as implicações dessas quem busca aumentar a produção de água, já que
intervenções e da conservação dos solos sobre a oferta quanto mais árvores, menos água estará disponível
dos serviços ecossistêmicos relacionados com a água para proporcionar os serviços ecossistêmicos dos quais
para as populações locais. Esta abordagem é distinta tanto dependemos.
dos estudos de modelagem baseados no ciclo da água
em escala planetária, que apontam para a importância Agradecimentos
das grandes massas de floresta na alimentação dos
chamados rios voadores (Makarieva et al. 2009, 2014) As autoras agradecem aos cinco revisores
e, portanto, sobre o clima global. Sob esta perspectiva, anônimos pelas sugestões para aprimoramento do
teoricamente, a implantação de florestas em larga artigo e a Dora Souza Dias, pela melhoria da qualidade
escala em todo o planeta seria capaz de influenciar o das figuras. G.D. agradece ao Conselho Nacional de
clima. Este seria, porém, um serviço ecossistêmico Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq,
difuso potencialmente oferecido pelos ecossistemas pela bolsa de produtividade em pesquisa (Processo
restaurados, assim como o sequestro de carbono, 303179/2016-3).
cujo benefício não pode ser percebido localmente,
conforme destacado por Parr et al. (2014). Literatura citada
Não questionamos os benefícios que são
Balaji, R., Connor, R., Glennie, P., Van der Gun, J.,
proporcionados pelas florestas em relação à qualidade Lloyd, G.J. & Young, G. 2012. The water resource:
da água e à regulação da vazão dos rios na escala de variability, vulnerability and uncertainty. In: WWAP
microbacias hidrográficas, que, cabe ressaltar, também (World Water Assessment Programme). The United
são proporcionados por outros tipos de ecossistemas Nations World Water Development Report 4, Volume
que não florestas. No entanto, buscamos destacar 1: Managing Water under Uncertainty and Risk. Paris,
neste artigo que não se pode esperar que o plantio de UNESCO, pp. 77-100.
Honda & Durigan: Restauração de ecossistemas e água 323

Baron, J.S., Poff, N.L., Angermeier, P.L., Dahm, Cao, S., Chen, L., Shankman, D., Wang, C., Wang, X. &
C.N., Gleick, P.H., Hairston, N.G., Jackson , R.B., Zhang, H. 2011. Excessive reliance on afforestation in
Johnston, C.A., Richter, B.D. & Steinman, A. China’s arid and semi-arid regions: lessons in ecological
D. 2002. Meeting ecological and societal needs for restoration. Earth-Science Reviews 104: 240-245.
freshwater. Ecological Applications 12: 1247-1260. Carlyle-Moses, D.E., Gash, J.H.C. 2011. Rainfall
Rey-Benayas, J.M, Newton, A.C., Diaz,A. & Bullock,J.M. interception loss by forest canopies. In: D.F. Levia, D.
2009. Enhancement of biodiversity and ecosystem Carlyle-Moses, T. Tanaka (eds.). Forest Hydrology and
services by ecological restoration: a meta-analysis. Biogeochemistry: Synthesis of Past Research and Future
Science 325: 1121-1124.
Directions. Springer, Dordrecht Heidelberg London
Beutler, J.F., Bertol, I., Veiga, M. & Wildner, L.P.
New York. (Ecological Studies 216).
2003. Perdas de solo e água num Latossolo Vermelho
aluminoférrico submetido a diferentes sistemas de Choi Y.D. 2007. Restoration Ecology to the Future: A Call
preparo e cultivo sob chuva natural. Revista Brasileira for New Paradigm. Restoration Ecology 15: 351-353.
de Ciência do Solo 27: 509-517. Coates, D., Connor, R., Leclerc, L., Rast, K.S. & Webber,
Bodner, G., Nakhforoosh, A. & Kaul, H.P. 2015. M. 2012. Water demand: what drives consumption? In:
Management of crop water under drought: a review. WWAP (World Water Assessment Programme). The
Agronomy for Sustainable Development 35: 401-442. United Nations World Water Development Report 4,
Bond, B.J., Meinzer, F.C., & Brooks, J.R. 2008. Volume 1: Managing Water under Uncertainty and Risk.
How trees influence the hydrological cycle in forest UNESCO, Paris, pp. 44-76.
ecosystems. In: P.J. Wood, D.M. Hannah, J.P. Sadler Coe, M.T., Latrubesse, E.M., Ferreira, M.E., & Amsler,
(eds.). Hydroecology and Ecohydrology: Past, present M.L. 2011. The effects of deforestation and climate
and future. Wiley & Sons, NewYork, pp. 7-28. variability on the streamflow of the Araguaia River,
Bonell, M. 2005. Runoff generation in tropical forests. In: Brazil. Biogeochemistry 105: 119-131.
M. Bonell, L.A. Bruijnzeel (eds.). Forests, Water and Connor, R. & Stoddard, H. 2012. Recognizing the
People in the Humid Tropics: Past, present and future
centrality of water and its global dimensions. In: WWAP
hydrological research for integrated land and water
(World Water Assessment Programme). The United
management. Cambridge University Press, Cambridge,
pp. 314-406. Nations World Water Development Report 4, Volume 1:
Managing Water under Uncertainty and Risk. UNESCO,
Bosch, J.M. & Hewlett, J.D. 1982. A Review of catchment
experiments to determine the effect of vegetation Paris, pp. 22-42.
changes on water yield and evapotranspiration. Journal Costa, M. H., Botta, A., & Cardille, J. A. 2003. Effects
of Hydrology 55: 3-23. of large-scale changes in land cover on the discharge of
Brown, A.E., Zhang, L., McMahon, T.A., Western, A.W. the Tocantins River, Southeastern Amazonia. Journal of
&Vertessy, R.A. 2005. A Review of paired catchment Hydrology 283: 206-217.
studies for determining changes in water yield resulting Costanza, R., d’Arge, R., De Groot, R., Farber, S.,
from alterations in vegetation. Journal of Hydrology Grasso, M., Hannon, B., Limburg, K, Naeem, S,
310: 28-61. O’Neil, R.V., Paruelo, J., Raskin, R.G., Sutton, P.
Bruijnzeel, L.A. 2004. Hydrological functions of tropical & van dern Brlt, M. 1997. The Value of the World’s
forests: not seeing the soil for the trees? Agriculture, Ecosystem Services and Natural Capital. Nature
Ecosystems and Environment 104: 185-228. 387: 253-260.
Bucci, S.J., Scholz, F.G., Goldstein, G., Hoffmann, D’Almeida, C., Vörösmarty, C.J., Hurtt, G.C., Marengo,
W.A., Meinzer, F.C., Franco, A.C., Giambelluca, J.A., Dingman, S.L. &Keim, B.D. 2007. The effects
T. & Miralles-Wilhelm, F. 2008. Controls on stand
of deforestation on the hydrological cycle in Amazonia:
transpiration and soil water utilization along a tree
a review on scale and resolution. International Journal
density gradient in a Neotropical savanna. Agricultural
and Forest Meteorology 148: 839-849. of Climatology 27: 633-647.
Calder, I.R., Rosier, P.T., Prasanna, K.T. & Del Campo, A.D., Fernandes, T.J. & Molina, A.J. 2014.
Parameswarappa, S. 1997. Eucalyptus water use Hydrology-oriented (adaptive) silviculture in a semiarid
greater than rainfall input-possible explanation from pine plantation: How much can be modified the water
southern India. Hydrology and Earth System Sciences cycle through forest management? European Journal of
Discussions 1: 249-256. Forest Research 133: 879-894.
Calder, I.R. 1998. Water use by forests, limits and controls. Deng, L., Yan, W., Zhang, Y. & Shangguan, Z. 2016.
Tree Physiology 18: 625-631. Severe depletion of soil moisture following land-use
Calder, I.R. 2007. Forests and water-ensuring forest changes for ecological restoration: Evidence from
benefits outweigh water costs. Forest Ecology and northern China. Forest Ecology and Management
Management 251: 110-120. 366: 1-10.
324 Hoehnea 44(3): 315-327, 2017

Derpsch, R., Roth, C., Sidiras, N. & Köpek, U. 1991. FAO – Food and Agriculture Organization of the United
Controle de erosão no Paraná, Brasil: sistemas Nations. 2003. Review of world water resources by
de cobertura do solo, plantio direto e preparo country. Water Reports 23.
conservacionista do solo. GTZ, Eschborn. Giambelluca, T.W., Scholz, F.G., Bucci, S.J., Meinzer,
Dietz, J., Hölscher, D. & Leuschner, C. 2006. Rainfall F.C., Goldstein, G., Hoffmann, W.A., Franco,
partitioning in relation to forest structure in differently A.C. & Buchert, M.P. 2009. Evapotranspiration and
managed montane forest stands in Central Sulawesi, energy balance of Brazilian savannas with contrasting
Indonesia. Forest Ecology and Management tree density. Agricultural and Forest Meteorology
237: 170‑178.
149: 1365‑1376.
Doody, T.M., Nagler, P.L., Glenn, E.P., Moore, G.W.,
García-Ruiz, J.M., Beguería, S., Alatorre, L.C. &
Morino, K., Hultine, K.R. & Benyon, R.G. 2011.
Potential for water salvage by removal of non-native Puigdefábregas, J. 2010. Land cover changes and
woody vegetation from dryland river systems. shallow landsliding in the flysch sector of the Spanish
Hydrological Processes 25: 4117-4131. Pyrenees. Geomorphology 124: 250-259.
Dosskey, M.G., Vidon, P., Gurwick, N.P., Allan, C.J., Glade, T. 2003. Landslide occurrence as a response to land
Duval, T.P. & Lowrance, R. 2010. The role of riparian use change: a review of evidence from New Zealand.
vegetation in protecting and improving chemical water Catena 51: 297-314.
quality in streams. Journal of the American Water Gordon, L.J., Finlayson, C.M. & Falkenmark, M. 2010.
Resources Association 46: 261-277. Managing water in agriculture for food production
Durigan, G. & Melo, A.C.G. 2011. Panorama das políticas and other ecosystem services. Agricultural Water
públicas e pesquisas em restauração ecológica no Management 97: 512-519.
estado de São Paulo, Brazil. In: E. Figueroa (org.). Grip, H., Fritsch, J.M. & Bruijnzeel, L.A. 2005. Soil and
Conservación de la biodiversidad en las Américas: water impacts during forest conversion and stabilisation
lecciones y recomendaciones de política. Universidad to new land use. In: M. Bonell, L.A. Bruijnzeel. (eds.).
de Chile, Santiago, pp. 355-387.
Forests, Water and People in the Humid Tropics: Past,
Durigan, G. & Engel, V.L. 2012. Restauração de present and future hydrological research for integrated
ecossistemas no Brasil: onde estamos e para onde
land and water management. Cambridge University
podemos ir? In: S.V. Martins (org.). Restauração
Press, Cambridge, pp 561-589.
ecológica de ecossistemas degradados. Editora UFV,
Viçosa, pp. 41-68. Hamilton, L.S. 2008. Forests and water. UNESCO, Roma.
Ellison, D., Futter, M.N. & Bishop, K. 2012. On the forest (FAO Forestry Paper 155).
cover-water yield debate: from demand-to supply-side Hawtree, D., Nunes, J.P., Keizer, J.J., Jacinto, R., Santos,
thinking. Global Change Biology 18: 806-820. J., Rial-Rivas, M.E., Boulet, A.-K., Tavares-Wahren
Eltahir, E.A., & Bras, R.L. 1996. Precipitation recycling. & Feger, K. H. 2015. Time series analysis of the long-
Reviews of Geophysics 34: 367-378. term hydrologic impacts of afforestation in the Águeda
Falkenmark, M. 2003. Freshwater as shared between watershed of north-central Portugal. Hydrology and
society and ecosystems: from divided approaches to Earth System Sciences 19: 3033-3045.
integrated challenges. Philosophical Transactions of the Hewlett, J.D. & Hibbert, A.R. 1967. Factors affecting the
Royal Society of London B 358: 2037-2049. response of small watersheds to precipitation in humid
Falkenmark, M. 2013. Growing water scarcity in areas. In: W.E. Sopper, & H.W. Lull (eds.). Symposium
agriculture: future challenge to global water security. of Forest Hydrology. Oxford: Pergamon. pp 275-290.
Philosophical Transactions of the Royal Society of Hoekstra, A.Y. 2014. Sustainable, efficient, and equitable
London A: Mathematical, Physical and Engineering water use: the three pillars under wise freshwater
Sciences 371: 20120410.
allocation. Wiley Interdisciplinary Reviews: Water
Falkenmark, M., Jägerskog, A. & Schneider, K. 2014. 1: 31-40.
Overcoming the land-water disconnect in water-
Hölscher, D., Mackensen, J. & Roberts, J.M. 2005. Forest
scarce regions: time for IWRM to go contemporary.
International Journal of Water Resources Development recovery in the humid tropics: changes in vegetation
30: 391-408. structure, nutrient pools and the hydrological cycle.
Falkenmark, M. & Molden, D. 2008. Wake up to realities In: M. Bonell, L.A. Bruijnzeel (eds.). Forests, water
of river basin closure. International Journal of Water and people in the humid tropics. Cambridge University
Resources Development 24: 201-215. Press, Cambridge, pp. 598-621.
Falkenmark, M. & Rockström, J. 2008. Building Honda, E.A. & Durigan, G. 2016. Woody encroachment
resilience to drought in desertification-prone savannas and its consequences on hydrological processes in the
in Sub-Saharan Africa: The water perspective. Natural savannah. Philosophical Transactions of the Royal
Resources Forum 32: 93-102. Society of London B 371: 1703.
Honda & Durigan: Restauração de ecossistemas e água 325

Huxman, T., Wilcox, B.P., Breshears, D.D., Scott, R.L., Lima, W.D.P., Zakia, M.B., Libardi, P.L. & de Souza
Snyder, K.A., Small, E.E., Hultine, K., Pockman, Filho, A.P. 1990. Comparative evapotranspiration of
W.T. & Jackson, R.B. 2005. Ecohydrological Eucalyptus, Pine and natural “Cerrado” vegetation
implications of woody plant encroachment. Ecology measure by the soil water balance method. IPEF
86: 308-319. International 1: 5-11.
IUCN - International Union for Conservation of Nature. Makarieva, A.M., Gorshkov, V.G. & Li, B.L. 2009.
2011. Bonn Challenge. Disponível em http://www. Precipitation on land versus distance from the ocean:
bonnchallenge.org (acesso em 6-VIII-2016). evidence for a forest pump of atmospheric moisture.
IUCN & WRI – International Union for Conservation Ecological complexity 6: 302-307.
of Nature &World Resources Institute. 2014. A Makarieva, A.M., Gorshkov, V.G., Sheil, D., Nobre, A.D.,
guide to the Restoration Opportunities Assessment Bunyard, P. & Li, B.L. 2014. Why does air passage
Methodology (ROAM): Assessing forest landscape over forest yield more rain? Examining the coupling
restoration opportunities at the national or sub-national between rainfall, pressure, and atmospheric moisture
level. Working Paper (Road-test edition). IUCN, Gland. content. Journal of Hydrometeorology 15: 411-426.
Jackson, R.B., Canadell, J., Ehleringer, J.R., Mooney, MEA - Millenium Ecosystem Assessment. 2005.
H.A., Sala, O.E. & Schulze, E.D. 1996. A global Ecosystems and human well-being: current state and
analysis of root distributions for terrestrial biomes. trends - findings of the Condition and Trends Working
Oecologia 108: 389-411. Group. Island Press, Washington DC.
Jackson, R.B., Carpenter, S.R., Dahm, C.N., McKnight, Mekonnen MM, Hoekstra AY. 2016. Four billion
D.M., Naiman, R.J., Postel, S.L. & Running, S. people facing severe water scarcity. Science Advances
W. 2001. Water in a changing world. Ecological 2: e1500323.
Applications 11: 1027-1045.
Montgomery, D.R., Schmidt, K.M., Greenberg, H.M.
Jackson, R.B., Jobbágy, E.G., Avissar, R., Roy, S.B.,
& Dietrich, W.E. 2000. Forest clearing and regional
Barrett, D.J., Cook, C.W., Farley, K.A., Le Maitre,
landsliding. Geology 28: 311-314.
D.C., McCarl, B.A. & Murra, B.C. 2005. Trading
water for carbon with biological carbon sequestration. Moreno-Calles, A.I. & Casas, A. 2010. Agroforestry
Science 310: 1944-1947. systems: restoration of semiarid zones in the Tehuacán
Valley, Central Mexico. Ecological Restoration
Krämer, I. & Hölscher, D. 2009. Rainfall partitioning
along a tree diversity gradient in a deciduous old-growth 28: 361‑368.
forest in Central Germany. Ecohydrology 2: 102-114. Mu, X., Zhang, L., McVicar, T.R., Chille, B. & Gau, P.
Laestadius, L., Maginnis, S. Minnemeyer, S., Potapov, 2007. Analysis of the impact of conservation measures
P.V., Reytar, K. & Saint-Laurent C. 2015. Sparing on stream flow regime in catchments of the Loess
grasslands: map misinterpreted. Science 347: 1210‑1211. Plateau, China. Hydrological Processes 21: 2124-2134.
Le Maitre, D.C., Gush, M.B. & Dzikiti, S. 2015. Impacts Neary, D.G., Ice, G.G. & Jackson, C.R. 2009. Linkages
of invading alien plant species on water flows at stand between forest soils and water quality and quantity.
and catchment scales. AoB Plants plv 043. Forest Ecology and Management 258: 2269-2281.
Le Maitre, D.C., Scott, D.F. & Colvin C. 1999. Review Nepstad, D.C., de Carvalho, C.R., Davidson, E.A.
of information on interactions between vegetation and & Jipp, P.H. 1994. The role of deep roots in the
groundwater. Water SA 25: 137-152. hydrological and carbon cycles of Amazonian forests
Leite, M.H.S., Couto, E.G., Amorim, R.S.S., Costa, E.L. and pastures. Nature 372: 666-669.
& Maraschin, L. 2009. Perdas de solo e nutrientes Nosetto, M.D., Jobbagy, E.G. & Paruelo, J.M. 2005.
num Latossolo Vermelho-Amarelo ácrico típico, com Land‐use change and water losses: the case of grassland
diferentes sistemas de preparo e sob chuva natural. afforestation across a soil textural gradient in central
Revista Brasileira de Ciência do Solo 33: 689-699. Argentina. Global Change Biology 11: 1101-1117
Li, M.S. 2006. Ecological restoration of mineland with Oliveira, P.T.S., Leite, M.B., Mattos, T., Nearing,
particular reference to the metalliferous mine wasteland M.A. Scott, R.L., Xavier, R.O., Matos, D.M.S.
in China: a review of research and practice. Science of &Wendland, E. 2016. Groundwater recharge decrease
the Total Environment 357: 38-53. with increased vegetation density in the Brazilian
Lima, W.P. 1993. Impacto Ambiental do Eucalipto. 2. cerrado. Ecohydrology.
EdUSP, São Paulo. Overbeck, G.E., Vélez-Martin, E., Scarano, F.R.,
Lima, W.P. 2010. A silvicultura e a água: ciência, dogmas, Lewinsohn, T.M., Fonseca, C.R., Meyer, S.T., Müller,
desafios. Cadernos do Diálogo 1: 1-68. SC., Ceotto, P, Dadalt, L., Durigan, G., Ganade, G.,
Lima, W.P. & Zákia, M.J.B. (org.). 2010. As Florestas Gossner, M.M., Guadagnin, D.L., Lorenzen, K.,
Plantadas e a Água: Implementando o conceito da Jacobi, C.M., Weisser, W.W. & Pillar, V.D. 2015.
microbacia hidrográfica como unidade de planejamento. Conservation in Brazil needs to include non-forest
RiMa Editora, São Carlos. ecosystems. Diversity and Distributions 21: 1455-1460.
326 Hoehnea 44(3): 315-327, 2017

Panachuki, E., Bertol, I., Alves Sobrinho, T., Oliveira, Ritchie, J.T. 1972. Model for predicting evaporation from
P.T.S.D. & Rodrigues, D.B.B. 2011. Perdas de solo e a row crop with incomplete cover. Water Resources
de água e infiltração de água em Latossolo Vermelho Research 8: 1204-1213.
sob sistemas de manejo. Revista Brasileira de Ciência Rocha, G.A. 1997. O grande manancial do Cone Sul.
do Solo 35: 1777-1786. Estudos Avançados 11: 191-212.
Parr, C.L., Lehmann, C.E., Bond, W.J., Hoffmann, Rockström, J., Gordon, L., Folke, C., Falkenmark, M. &
W.A. & Andersen, A.N. 2014. Tropical grassy biomes: Engwall, M. 1999. Linkages among water vapor flows,
misunderstood, neglected, and under threat. Trends in food production, and terrestrial ecosystem services.
Ecology & Evolution 29: 205-213. Conservation Ecology 3.
Pinheiro, A., Teixeira, L.P. & Kaufmann, V. 2009. Royer, P.D., Breshears, D.D., Zou, C.B., Villegas, J.C.,
Capacidade de infiltração de água em solos sob Cobb, N.S. & Kurc, S.A. 2012. Density-dependent
diferentes usos e práticas de manejo agrícola. Revista ecohydrological effects of piñon-juniper woody
Ambiente e Água 4: 188-199. canopy cover on soil microclimate and potential soil
Poff, N.L., Allan, J.D., Bain, M.B., Karr, J.R., evaporation. Rangeland Ecology & Management
Prestegaard, K.L., Richter, B.D., Sparks, R.E. 65: 11-20.
& Stromberg, J.C. 1997. The natural flow regime. Salemi, L.F., Groppo, J.D., Trevisan, R., De Moraes,
BioScience 47: 769-784. J.M., Lima, W.P. & Martinelli, L.A. 2011. Aspectos
Poff, N.L., Allan, J.D., Palmer, M.A., Hart, D.D., Richter, hidrológicos da recuperação florestal de áreas de
B.D., Arthington, A.H., Rogers, KH, Meyer, J.L. preservação permanente ao longo dos corpos de água.
& Stanford, J.A. 2003. River flows and water wars: Revista do Instituto Florestal 23:69-80.
emerging science for environmental decision making. Savenije, H.H. 2004. The importance of interception and
Frontiers in Ecology and the Environment 1: 298-306. why we should delete the term evapotranspiration from
Postel, S.L., Daily, G.C., & Ehrlich, P.R. 1996. Human our vocabulary. Hydrological Processes 18: 1507-1511.
appropriation of renewable fresh water. Science SER - Society for Ecological Restoration International
271: 785-788. Science & Policy Working Group. 2004. The SER
International Primer on Ecological Restoration. Society
Postel, S.L. 1998. Water for food production: Will there be
for Ecological Restoratiuon International, Tucson.
enough in 2025? BioScience 48: 629-637.
Smethurst, P.J., Almeida, A.C. & Loos, R.A. 2015.
Postel, S.L. 2000. Entering an era of water scarcity: the
Stream flow unaffected by Eucalyptus plantation
challenges ahead. Ecological Applications 10: 941-948.
harvesting implicates water use by the native forest
Ramos-Scharrón, C.E., & MacDonald, L.H. 2007. streamside reserve. Journal of Hydrology: Regional
Measurement and prediction of natural and anthropogenic Studies 3: 187-198.
sediment sources, St. John, US Virgin Islands. Catena
Steinacher, R., Medicus, G., Fellin, W. & Zangerl, C.
71: 250-266.
2009. The influence of deforestation on slope (in-)
Ramos-Scharrón, C.E. & LaFevor, M.C. 2016. The role stability. Austrian Journal of Earth Sciences 102: 90-99.
of unpaved roads as active source areas of precipitation Suding, K.N. 2011. Toward an era of restoration in
excess in small watersheds drained by ephemeral ecology: successes, failures, and opportunities ahead.
streams in the Northeastern Caribbean. Journal of Annual Review of Ecology, Evolution, and Systematics
Hydrology 533: 168-179. 42: 465-487.
Reichardt, K. & Timm, L.C. 2012. Solo, planta e Sun, G. & Liu, Y. 2013. Forest influences on climate and
atmosfera: conceitos, processos e aplicações. 2 ed. water resources at the landscape to regional scale. In: B.
Manole, São Paulo. Fu, & Jones (eds.). Landscape Ecology for Sustainable
Reubens, B., Poesen, J., Danjon, F., Geudens, G. & Environment and Culture. Netherlands, Springer.
Muys, B. 2007. The role of fine and coarse roots in pp. 309-334.
shallow slope stability and soil erosion control with Swank, W.T., Swift Jr, L.W. & Douglass, J.E. 1988.
a focus on root system architecture: a review. Trees Streamflow changes associated with forest cutting,
21: 385-402. species conversions, and natural disturbances. In: W.T.
Rice, R.M., Crobett, E.S. & Bailey, R.G. 1969. Soil slips Swank & D.A. Crossley Jr. (eds.). Forest hydrology and
related to vegetation, topography, and soil in southern ecology at Coweeta. Springer, New York. pp. 297-312.
California. Water Resources Research 5: 647-659. Sweeney, B.W. & Newbold, J.D. 2014. Streamside forest
Rijsdijk, A., Bruijnzeel, L.S. & Sutoto, C.K. 2007. buffer width needed to protect stream water quality,
Runoff and sediment yield from rural roads, trails and habitat, and organisms: a literature review. Journal
settlements in the upper Konto catchment, East Java, of the American Water Resources Association 50:
Indonesia. Geomorphology 87: 28-37. 560-584.
Honda & Durigan: Restauração de ecossistemas e água 327

Tambosi, L.R., Vidal, M.M., Ferraz, S.F.D.B. & Metzger, Veldman, J.W., Overbeck, G.E., Negreiros, D., Mahy,
J.P. 2015. Funções eco-hidrológicas das florestas G., Le Stradic, S., Fernandes, G.W., Durigan, G.,
nativas e o Código Florestal. Estudos Avançados Buisson, E., Putz, F.E. & Bond, W. J. 2015. Where tree
29:151-162. planting and forest expansion are bad for biodiversity
and ecosystem services. BioScience biv118.
Tarolli, P. & Sofia, G. 2016. Human topographic signatures
and derived geomorphic processes across landscapes. Vertessy, R.A., Watson, F.G. & Sharon, K.O. 2011.
Factors determining relations between stand age and
Geomorphology 255: 140-161.
catchment water balance in mountain ash forests. Forest
Thomaz, E.L., Vestena, L.R. & Ramos Scharrón, C.E. Ecology and Management 143: 13-26.
2014. The effects of unpaved roads on suspended Vörösmarty, C.J., Green, P., Salisbury, J. & Lammers, R.B.
sediment concentration at varying spatial scales-a case 2000. Global water resources: vulnerability from climate
study from Southern Brazil. Water and Environment change and population growth. Science 289: 284-288.
Journal 28: 547-555. Wine, M.L., Hendrickx, J.M., Cadol, D., Zou, C.B. &
Trenberth, K.E. 1999. Atmospheric moisture recycling: Ochsner, T.E. 2015. Deep drainage sensitivity to climate,
Role of advection and local evaporation. Journal of edaphic factors, and woody encroachment, Oklahoma,
Climate 12: 1368-1381. USA. Hydrological Processes 29: 3779‑3789.
Tucci, C.E. 2002. Impactos da variabilidade climática e uso Wilcox, B.P., Owens, M.K., Dugas, W.A., Ueckert, D.N.
do solo sobre os recursos hídricos. Fórum Brasileiro de & Hart, C.R. 2006. Shrubs, streamflow, and the paradox
Mudanças Climáticas-Câmara Temática de Recursos of scale. Hydrological Processes 20: 3245-3259.
Hídricos, Brasília. Zhang, L., Dawes, W.R. & Walker, G.R. 2001. Response of
mean annual evapotranspiration to vegetation changes at
Tucci, C.E. & Clarke, R.T. 1997. Impacto das mudanças catchment scale. Water Resources Research 37: 701-708.
da cobertura vegetal no escoamento: revisão. Revista Zou, C.B., Turton, D.J., Will, R.E., Engle, D.M. &
Brasileira de Recursos Hídricos 2: 135-152. Fuhlendorf, S.D. 2014. Alteration of hydrological
Tucci, C.E., & Mendes, C.A. 2006. Curso de Avaliação processes and streamflow with juniper (Juniperus
ambiental integrada de bacia hidrográfica. Ministério do virginiana) encroachment in a mesic grassland
Meio Ambiente/SQA. MMA/SQA, Brasília. catchment. Hydrological Processes 28: 6173-6182.

Você também pode gostar