Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

Departamento de Ciências Biológicas

BIO 029 – Morfologia e Anatomia Vegetal

Interpretação de Cladogramas (árvores

filogenéticas)

Profa. Dayana M. T. Francino

Revisando . . .

Sistemas de Classificação em uma

perspectiva histórica...

 Primórdios da Humanidade: espécies úteis, medicinais, venenosas

 Sec. XVIII: Lineu lança as bases da classificação que prevalecem ainda

hoje

 Mais recentemente: início do séc. XX – Escola Catalográfica – Quanto

mais importante e respeitado o autor, mais aceita a classificação. Alto
grau de subjetivismo

 1940-1960- Escola Gradista: refletir os graus (“grades”) da evolução

Revisando . . .

Sistemas de Classificação em uma

perspectiva histórica...
 1950-1960 – Escola Fenética ou Taxonomia Numérica – sem
preocupações em refletir a evolução. Mérito: se baseava em
método numérico bastante objetivo (primeiros computadores).
Escola extinta.

 1970 – Escola Filogenética – conhecida também como Cladismo –

inferir relações de parentesco utilizando metódo mais objetivo
possível => delimitação de grupos naturais.
Revisando . . .

Sistemas de Classificação Filogenéticos

• Surgem após difusão das idéias de Darwin
(1859)
• Tomou nova dimensão a partir do surgimento
da Cladística (2ª metade do sec. XX)
• Forte impacto na Botânica a partir de 1990
• Atuais ferramentas de análise como a
cladística representa o que há de mais
adequado para a classificação dos vegetais
Entendendo os estudos filogenéticos

Que característica é considerada mais

importante em um estudo
filogenético?
 Não existe a priori, determinado
caráter que seja mais importante na
análise filogenética. Todos tem o
mesmo peso. Somente ao final da
análise pode-se definir qual caráter
terá mais peso na análise filogenética
Entendendo os estudos filogenéticos

Existem caracteres que podem ser

considerados derivados em relação a
outros que podem ser considerados
primitivos nas Angiospermas?
Entendendo os estudos filogenéticos

Se existem, quais as tendências

evolutivas nas Angiospermas?
Cronsquist (1919-1992), influenciado pelas idéias de
Bessey (1845-1915) acreditava que sim: proteção,
redução e fusão

Flor com poucos estames mais derivada que

flor com muitos estames (redução)

Citrus aurantium

Ovário ínfero mais

derivado que súpero
(proteção)

Corola gamopétala mais derivada que dialipétala (fusão)

Na cladística porém estas idéias são abandonadas e
novos conceitos são considerados. Como se segue

Flor com poucos estames mais derivada que

flor com muitos estames (redução)

Citrus aurantium

Ovário ínfero mais

derivado que súpero
(proteção)

Corola gamopétala mais derivada que dialipétala (fusão)

 Entendendo os estudos filogenéticos
Caráter X Estado de caráter

Caráter: é um atributo retirado do organismo para uma

análise qualitativa ou quantitativa. Ex.: cor das pétalas

Estado de caráter: a variação observada no caráter. Ex.:

pétalas vermelhas ou amarelas.

Tipos de caracteres:
Morfológicos
Macromoleculares e micromoleculares
Fisiológicos, etc
 Com isto, vamos definir alguns termos úteis:

Caráter e estado de caráter

Caráter: cor da flor.
Estado de caráter: flor lilás
Caráter: posição do ovário
Estado de caráter: ovário súpero
ovário ínfero

Citrus aurantium

Na cladística os estados de caráter não seguem determinadas tendências

(derivado/primitivo)
 Portanto,
Um determinado estado de caráter pode ser
plesiomórfico (“primitivo”) em um grupo e
apomórfico (“derivado”) em outro.
Quem responderá a esta questão é a própria
análise.
Além disto podem ocorrer reversões: os estados
podem caminhar de um sentido para o outro
várias vezes na história evolutiva de um grupo.
Enfim, não existem a priori, tendências
evolutivas nas Angiospermas que possam ser
assumidas. Apenas um estudo filogenético
pode diagnosticar quais estados de caráter
são plesiomórficos (primitivos) e quais são
apomórficos (derivados).
 Sistemas de Classificação Filogenéticos
• Willi Hennig (1950-1966)

Propôs a Sistemática Filogenética (menor subjetividade)

Somente estados APOMÓRFICOS são informativos para recuperação de
parentesco
 Somente grupos MONOFILÉTICOS devem ser utilizados para classificação
Princípio primordial da sistemática passou a ser a ANCESTRALIDADE
São os caracteres, e não os táxons, que apresentam estado plesiomórfico
(primitivo) ou apomórfico (derivado, evoluído)
Táxons passaram a ser definidos por compartilharem características
derivadas herdadas de um ancestral comum, as SINAPOMORFIAS
Classificações passaram a buscar o reconhecimento exclusivo de grupos
monofiléticos.
Como construir uma árvore filogenética?
 METODOLOGIA CLADÍSTICA
Do grego: “clados” = ramo novo
Define os grupos taxonômicos de acordo com os antepassados comuns
recentes

Utiliza as melhores ferramentas disponíveis pela tecnologia para gerar

resultados e novos conhecimentos que são reproduzíveis. Metodologia
Atualmente a grande maioria dos taxonomistas que realizam trabalhos
filogenéticos, recorrem às técnicas moleculares.

A B C D E F

CLADOGRAMAS
COMO REPRESENTAR FILOGENIAS?

ÁRVORES FILOGENÉTICAS
QUAL A IMPORTÂNCIA DE UMA
ÁRVORE FILOGENÉTICA?
COMO REPRESENTAR FILOGENIAS?

CLADOGRAMAS
 ELEMENTOS DE UM CLADOGRAMA

Terminais A B C D E F
Táxon ou OTU Ramo terminal
(unidades taxonômicas
operacionais)

Ramo interno (internó)

Nó

Raiz
ELEMENTOS DE UM CLADOGRAMA
Conjunto de processos atuantes na evolução

(Presente) A B C D E F

Tempo

Cladogênese
Anagênese
(especiação)
(diferenciação)

(Passado) Quebras do fluxo

gênico, gerando Modificação da
especiação e o forma ao longo do
aumento da tempo
Biodiversidade
ELEMENTOS DE UM CLADOGRAMA
Conjunto de processos atuantes na evolução

Extinção

(Presente) B C D E F

Tempo

Cladogênese
Anagênese
(especiação)
(diferenciação)

(Passado)
ELEMENTOS DE UM CLADOGRAMA
 RECONHECIMENTO DE GRUPOS
Grupo MONOFILÉTICO consiste de:
um ancestral comum + todos os seus descendentes

Grupo monofilético Grupo monofilético

X Y Z X Y Z
 RECONHECIMENTO DE GRUPOS
Grupo PARAFILÉTICO consiste de:
um ancestral comum, mas não todos os descendentes

Grupo parafilético

X Y Z

não são naturais, discordantes da história evolutiva e não deveriam ser reconhecidos
 RECONHECIMENTO DE GRUPOS
Grupo POLIFILÉTICO consiste de:
dois ou mais grupos sem o ancestral comum incluído

Grupo polifilético

W X Y Z

não são naturais, discordantes da história evolutiva e não deveriam ser reconhecidos
 Aplicação da cladística na taxonomia

Ancestral comum Um táxon parafilético

de A,B e C inclui apenas, mas não
todos os descendentes
de um único ancestral
Ancestral comum
de B e C
Um táxon polifilético
Ancestral cotem organismos que
comum não compartilham o
mesmo ancestral comum

Ancestral
comum de D,E e
Um táxon monofilético
F
inclui todos os
descendente de um
Ancestral comum único ancestral
de E e F

Monofiletismo ou Monofilese: somente grupos monofiléticos são considerados como táxons

 Monenclatura dos clados

Porque não foi atribuído um nome a

este clado que é monofilético?

Nem tudo que é monofilético deve ser

reconhecido como um táxon
 Alguns conceitos importantes na filogenia

Ancestral comum Um táxon parafilético

de A,B e C inclui apenas, mas não
todos os descendentes
de um único ancestral
Ancestral comum
de B e C

Ancestral
comum

Ancestral
comum de D,E e F

Ancestral comum
de E e F
Alguns conceitos importantes na filogenia

Ex.: Dicotiledôneas

NÃO SÃO UM GRUPO

MONOFILÉTICO, PORTANTO NÃO
TEM VALOR COMO GRUPO
TAXONÔMICA. SÃO ATUALMENTE
REFERIDAS COMO

EUDICOTILEDÔNEAS
 Alguns conceitos importantes na filogenia

Ancestral comum Um táxon parafilético

de A,B e C inclui apenas, mas não
todos os descendentes
de um único ancestral
Ancestral comum
de B e C
Um táxon polifilético
Ancestral cotem organismos que
comum não compartilham o
mesmo ancestral comum

Ancestral
comum de D,E e F

Ancestral comum
de E e F
 Alguns conceitos importantes na filogenia

Ancestral comum Um táxon parafilético

de A,B e C inclui apenas, mas não
todos os descendentes
de um único ancestral
Ancestral comum
de B e C
Um táxon polifilético
Ancestral cotem organismos que
comum não compartilham o
mesmo ancestral comum

Ancestral
comum de D,E e F
Um táxon monofilético
inclui todos os
descendente de um único
Ancestral comum ancestral
de E e F