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7 princípios para a Música na Igreja

1. Amor é indispensável para cânticos que agradem a Deus:

Há coisas mais importantes que o tipo de música que cantamos. A música não deve
ser a cola que nos mantém unidos – a cruz, a glória de Jesus Cristo, a majestade de
Deus e o amor é que devem ser. Mas, mesmo igrejas centradas no evangelho têm
discordâncias sobre música. Então o amor é indispensável quando cantamos e
quando tentamos discernir o que é melhor cantar.
Antes de sermos rápidos em julgar as músicas ruins de que outros Cristãos gostam,
lembremos do relato de C.S. Lewis. Preste atenção em um dos mais famosos con-
vertidos aos Cristianismo do século falando sobre sua primeira impressão da música
da igreja:
Não gostei muito dos hinos deles, que considerei poema de quinta categoria em
música de sexta. Mas com o tempo, vi seu grande mérito. Eu fui confrontado com
pessoas de visões e educações diferentes, e gradualmente meu conceito começou a
se desfazer. Eu percebi que os hinos (que eram apenas música de sexta categoria)
estavam, no entanto, sendo cantados com devoção e benevolência por um santo
idoso calçado em botas simples no banco oposto, então você compreende que não
é digno de limpar essas botas. Isso faz você se libertar dessa presunção.  (God in
Dock, 62)
Imagino que o Apóstolo Paulo, se estivesse escrevendo à igreja de hoje, talvez
tivesse algo a dizer sobre o estilo de louvor. “Se eu cantar no estilo musical mais da
moda, mas não tiver amor, estarei apenas tocando bateria e dedilhando uma gui-
tarra. Se eu tiver o dom de interpretar música e apreciar os mais ricos hinos, mas
não tiver amor, nada serei. Se eu tenho perspicácia para excelente música e poesia
fina, mas não tiver amor, de nada tenho proveito”. O primeiro princípio para cantar
como uma congregação e escolher músicas para a congregação é o amor.

2. Nosso canto é para a glória de Deus e edificação do corpo de Cristo:

Deus é o único  que devemos querer impressionar, o único a quem mais devemos
querer honrar. Nosso primeiro objetivo não deve ser conquistar a cultura ou apelar
para o não regenerado. Adoração é para o Único Digno.
Seguir rigorosamente essa prioridade é o objetivo da edificação. As músicas can-
tadas no domingo de manhã devem ser benéfica ao povo de Deus. Essa é uma apli-
cação fiel das preocupações de Paulo em 1 Coríntios 14. Também faz parte ensinar
e admoestar uns aos outros com salmos, hinos e cânticos espirituais (Col. 3:16).
Nunca devemos colocar a música apenas como uma divertida introdução ao ser-
mão. Antes de aplicar música secular como música de fundo no prelúdio, reflita se
uma canção vagamente espiritual do U2 realmente edificará o corpo de Cristo.
Cânticos congregacionais fazem parte do ensino ministerial da igreja. Músicos e pa-
stores de igreja devem perguntar a si mesmos: se nosso povo aprendeu teologia por
meio de nossas músicas, o que vão saber daqui a 20 anos sobre Deus, a cruz, a
ressurreição, os obras de Cristo, o Espírito Santo, a Trindade, criação, justificação,
eleição, regeneração, a igreja, os sacramentos e todas as outras doutrinas funda-
mentais da fé?

3.  A igreja deveria nadar em sua própria história de cânticos:

A metáfora é proposital. Devemos nadar no grande oceano da música de igreja, um


oceano que está continuamente recebendo novos fluxos. Eu não estou defendendo
uma porcentagem definida de velho Vs. novo – toda igreja parecerá um pouco difer-
ente, mas sugiro que devemos entender a nós mesmo como parte desse oceano
profundo da música cristã.
Para mim, é chocante que uma igreja conscientemente (ou inconscientemente, se
for o caso) fuja completamente do oceano dos hinos históricos e entre na piscina
rasa de música exclusivamente contemporânea. Não estou dizendo que músicas
mais novas são inferiores às mais velhas (veja o ponto anterior). O que estou
dizendo é que é uma expressão de extrema arrogância e insensatez pensar  que
não temos nada a ganhar das velhas canções e nada a perder quando desprezamos
músicas cristãs que foram cantadas por milhares de anos.
Pense que no que você ganha com um hinário (seja um hinário de fato ou o con-
teúdo do hinário na projeção):
← Uma ligação com a história. Nosso povo, sem mencionar o
mundo, precisa saber que o Cristianismo não é uma invenção inédita. Can-
tamos juntos com dois milênios de crentes.
← Diversidade. Garanto que aquelas igrejas que cantam hinos
estão sendo expostas a uma variedade mais vasta de músicas cristãs que
aquelas que são exclusivamente contemporâneas. O hinário tem 20 séculos
de estilos: cânticos, canções populares e étnicas, cantigas, salmos, baladas
galesas, melodias britânicas, hinos alemães, música gospel (negra ou
branca) e dúzias de outros estilos musicais.
← Excelência. Sim, há algumas verdadeiras sucatas na maioria
dos hinários. Mas no geral, as músicas ruins foram descartadas.  Se esta-
mos ainda cantando uma música 500 anos depois, ela provavelmente tem
uma letra forte, boa poesia e uma tonalidade cantável.
← Todos os conselhos de Deus. Hinos dão a você um amplo
leque de temas e categorias bíblicas. A música contemporânea está melho-
rando esse quesito, mas o hinário é ainda o melhor lugar para encontrar
uma música de adoração e exaltação a Cristo ou uma canção de iluminação
ou uma lamentação ou um hino de comunhão.

4. Devemos nos empenhar pela excelência na musicalidade e nas letras das


canções que cantamos:

Não estou, nem de perto, sugerindo elitismo. Uma melodia tem de ser relativamente
simples para que centenas ou milhares de pessoas cantem ao mesmo tempo. Mas
podemos ainda persistir em não nos distrairmos pela falta de excelência. Queremos
que a cruz seja a pedra de tropeço, não nossa musicalidade pobre ou o Power Point
cheio de erros.
Enquanto acredito que uma grande variedade de estilos pode ser usada na ado-
ração, não sou um relativista musical. Algumas músicas são melhores que outras.
Alguns estilos funcionam melhor que outros. E quando se trata de letra, evitamos
deslizes óbvios como usar tu e você na mesma música ou acumular clichês banais.
Ouvi uma canção no rádio há algumas semanas cujo refrão tinha algo sobre uma
rosa perfumada no início da primavera e uma águia voando alto a estender suas
asas. Se sua igreja canta isso no domingo, ame seu líder de louvor do mesmo jeito. 
Mas se você é o líder de louvor escolhendo essa música, tente algo com um pouco
mais de arte, algo que não soe como vindo de uma página aleatória do seu cal-
endário inspirativo de bolso.
Algumas músicas são simplesmente profundas e algumas são profundamente sim-
ples, mas há uma forma de fazer ambos bem. Com tantas músicas a escolher, não
há razão para as igrejas não fazerem um esforço para cantar músicas com algum
senso de poesia e integridade musical. O refrão de Aleluia é repetitivo, mas é musi-
calmente interessante. A maioria das canções, refrões e versos não são suficientes
para serem repetidos por tanto tempo.
5. O principal som a ser ouvido no momento de louvor é o som da congre-
gação cantando:

Todos são responsáveis por cantar. A jovem com suas mãos erguidas e o idoso can-
tando o baixo. O que as pessoas querem ver na sua adoração é aquilo que você
quer dizer. E não importa quão relaxada ou reverente sua adoração é, se ninguém
está cantando, é ruim.

6. A congregação também deve ser forçada, de tempo em tempo, a aprender


novas canções e ampliar seu horizonte musical:

Toda igreja terá um núcleo musical.  Você não deve reinventá-lo toda semana. Mas
você também não deve ser escravo disso. Precisamos ser forçados de vez em
quando, não apenas com uma música nova, mas com um novo tipo de música –
algo da igreja afro-americana ou algo da África ou América Latina. É bom ser lem-
brado que pertencemos a uma igreja antiga e global.

7. Todas as nossas canções devem ter letras explicitamente bíblicas

Devemos começar perguntando sobre todas as nossas músicas: isso é verdadeiro?


Não apenas verdadeiro, mas em conformidade com o texto bíblico. Nossas músicas
devem ser explicitamente verdadeiras. Isso é, não devemos ter que forçar uma inter-
pretação para a letra ficar ok. Não queremos cantar músicas que nos levem a pen-
sar “o que isso quer dizer exatamente?”
Por outro lado, não seja muito duro com canções do tipo “eu”. Cerca de 100 dos 150
salmos têm a palavra “eu”. “Eu” não é o problema. O problema é com as músicas
que são coloquiais demais ou usam o “eu” impensadamente (“eu só quero te louvar”
– bem, então louve), ou nunca passam de como estou me sentindo em relação a
Deus para quem Deus é e o que Ele fez para que eu me sinta desta forma.
Em todas as nossas músicas queremos ensinar as pessoas sobre Deus. Se não es-
tamos aprendendo boa teologia e verdade bíblica com nossas músicas, então não
temos cuidado com nossas músicas ou não ligamos muito para as verdades bíbli-
cas, ou ambos.

Texto original traduzido por Carla Ventura | iPródigo.com |


Adaptações Thiago Candonga

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