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Resenha: “ Tupperwares e espermatozoides?!

"

O artigo em questão propõe uma discussão a respeito dos microplásticos que


vem chamando bastante atenção da comunidade científica devido aos seus
impactos nos ecossistemas.Os microplásticos são pequenas partículas não
biodegradáveis libertadas pela degradação do plástico, e a acumulação dessas
partículas no meio ambiente,devido as 300 milhões toneladas de plástico
produzidas por ano,representa um grande problema para a saúde pública.
Vários estudos sugerem que estas pequenas partículas podem comprometer
de uma forma direta na fertilidade humana,pois já foram identificados como
contaminantes em inúmeros alimentos, particularmente em vegetais, leite e
peixe.Olhando para a saúde reprodutiva,aqueles microplásticos que
apresentam atividade hormonal quando absorvidos pelo organismo são
considerados os mais problemáticos,sendo esses compostos designados por
desreguladores endócrinos,podendo afetar o nosso microambiente
hormonal,ou seja,o equilíbrio entre síntese, transporte e degradação de
hormônios prejudicando o funcionamento do sistema reprodutor masculino e
feminino.

De acordo com o artigo apresentado,existem estudos que comprovam que a


exposição de mamíferos a microplásticos gera um decréscimo de fertilidade e
alterações na proporção entre machos e fêmeas na descendência.No caso do
sexo masculino, os efeitos são uma diminuição dos níveis de testosterona em
circulação, impactando no sistema reprodutor. No caso do sexo feminino, se
tem uma diminuição da qualidade oocitária e também distúrbios durante a
gravidez e amamentação.Outro estudo apontado pelo artigo diz que jovens
adultos cujas mães foram expostas a desreguladores endócrinos durante a
gravidez têm um risco acrescido de anomalias na espermatogénese,com isso
os indivíduos tinham o dobro da probabilidade, comparativamente ao grupo de
controle, de apresentarem um baixo número de espermatozoides no
ejaculado.Portanto,o artigo conclui que a redução do número de
espermatozoides sem efeito aparente na sua motilidade e morfologia sugere
que o problema seja a nível da formação das células de Sertoli durante o
período fetal,e estas células testiculares são essenciais para suportar o
desenvolvimento dos espermatozoides, sendo que uma redução no seu
número se traduz num decréscimo da capacidade gametogénica do tecido
reprodutor masculino.

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