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A marcha internacional deste ano teve como tema os efeitos nocivos do glifosato, o
agrotóxico mais vendido no mundo
Os manifestantes querem chamar atenção para a presença indesejável, nociva e cada vez
maior de resíduos não só nos grãos, legumes, verduras e frutas que recebem esse
agrotóxico como também em amostras de água da chuva, no leite materno, em fórmulas
para alimentação infantil e até em vacinas.
O tema é de grande importância para o Brasil, que tornou-se o maior consumidor de
agrotóxicos do mundo. Nos últimos dez anos, segundo o IBGE, a venda de pesticidas no
mercado agrícola brasileiro saltou de R$ 6 bilhões para R$ 26 bilhões, o que permitiu
ultrapassar a marca de 1 milhão de toneladas – um consumo médio de 5,2 kg de veneno
para cada habitante. Para piorar o quadro, avançam projetos de lei que pretendem
incentivar ainda mais esse mercado.
Estudos que a indústria e muitas agências governamentais tentam ignorar ou até mesmo
desqualificar apontam que o advento do glifosato está associado ao crescente registro de
doenças pouco comuns até o produto passar a ser largamente utilizado. São diversos
tipos de câncer, alterações neurológicas, endocrinológicas, digestivas e intestinais direta
ou indiretamente associadas a distúrbios degenerativos e do desenvolvimento, como no
Mal de Parkinson e no autismo, e malformações congênitas, como a microcefalia e
anencefalia, entre outras igualmente graves, incapacitantes e mortais.
Anencefalia
Mecanismo de ação
"Pedra nos sapatos" da Monsanto, ambos têm inúmeros estudos que apontam o
envolvimento do Roundup em diversas doenças. Em parceria com o pesquisador norte-
americano Anthony Samsel, Seneff desenvolveu pesquisas que classificam o glifosato
como o mais importante agente causador da epidemia da doença celíaca, causada por
inflamações intestinais que levam a deficiências nutricionais, alterações no sistema
reprodutivo, inclusive infertilidade, e aumentam as chances de desenvolvimento de
doenças na tireóide, insuficiência renal e também o câncer. Inflamações essas muito
semelhantes àquelas encontradas por outros estudos que constataram alterações em
bactérias intestinais de peixes expostos a esse herbicida.
Em cinco trabalhos que revisou todas as pesquisas feitas até então, a dupla Samsel &
Seneff encontrou elevadas correlações entre as quantidades usadas de glifosato e a
incidência de Alzheimer e Parkinson. Há inclusive uma apresentação que ela
disponibiliza na internet. Em inglês acessível, traz muita informação para os mais
interessados.
Autismo
"Essa flora intestinal, que evoluiu com o ser humano por bilhões de anos, é constituída
por 9 trilhões de células, quando todas as células do nosso corpo somam 1 trilhão. É por
isso que somos considerados apenas 10% humanos pela escritora inglesa Alanna
Collen", diz. "Esses 90% do nosso corpo não humano são afetados por essa substância."
Parkinson e depressão
Já na terceira patente, a Companhia declara que o glifosato tem ação antibiótica."A essa
altura, fica claro que se a pessoa ingerir, por tempo indeterminado, um antibiótico que
mata a maioria das formas de vida microbiológicas e um quelatizante, haverá
consequências nunca antes aventadas na história da Medicina".
Uma outra teoria que ele defende é que o glifosato afetaria as enzimas do sistema
hepático com papel de desintoxicar o organismo da ação de toxicinas externos. "Ao
afetar esse importante mecanismo, a substância contribuiria, indiretamente, para a nossa
intoxicação. Mas essa evidência necessita ser ainda melhor estudada".
Fonte/dsp: https://www.redebrasilatual.com.br/saude/2017/05/autismo-
parkinson-e-outras-doencas-modernas-na-rota-do-glifosato. Acesso em
10.04.2019