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Variações da radiação solar (MARIA INÊS)

- Variação ao longo do dia e com a latitude

O movimento de rotação é responsável pela sucessão dos dias e das noites. Ao longo do dia,
a inclinação dos raios solares altera-se: por exemplo, ao nascer e ao pôr do sol, a inclinação
é máxima e os raios incidem de forma muito obliqua; ao meio-dia, pelo contrário, os raios
solares incidem mais na vertical. Assim, quanto maior a obliquidade, maior a superfície
recetora e menor a intensidade da radiação solar.

A diferença na duração dos dias e das noites também varia em função da latitude.

A intensidade da radiação solar varia, sendo tanto menor quanto maior for a latitude e, por
isso, maior a obliquidade dos raios solares. Ou seja, diminui em direção aos polos. A região
equatorial é a região onde a radiação solar incide mais na vertical, fazendo com que seja
uma zona quente. Portugal está situado nas latitudes médias, onde se localizam todos os
climas temperados, facto associado à obliquidade intermédia da radiação solar.

- Variação ao longo do ano

As estações do ano são consequência de o movimento de rotação da Terra sobre o seu eixo
não ser perpendicular ao seu plano de órbita em volta do Sol. Assim, o hemisfério norte
recebe mais radiação solar durante metade do ano. Durante a outra metade do ano, é o
hemisfério sul que fica mais exposto à radiação solar. Estes dias são conhecidos como
solstícios.
O solstício de verão, que marca o início desta estação, acontece a 20 ou 21 de junho, que é o
maior dia do ano. Ao invés, o dia com a menor duração ocorre no solstício de inverno, a 21
ou 22 de dezembro, marcando o início desta estação no hemisfério norte. Pelas razões já
referidas, no hemisfério sul dá-se a situação inversa.

Durante os equinócios, a radiação solar incide na vertical sobre o equador, fazendo com que
ambos os hemisférios recebam a mesma quantidade de radiação solar e os dias tenham a
mesma duração das noites, em todo o globo. O equinócio de primavera ocorre a 20 ou 21 de
março, enquanto o equinócio de outono acontece a 22 ou 23 de setembro.

- Outros fatores que contribuem para a variação da radiação solar

A exposição geográfica - uma vertente com inclinação igual a dos raios solares, mas de
orientação oposta, faz com que estes possam incidir mais na vertical, nas latitudes médias,
aumentando desta forma a sua intensidade.

A nebulosidade e as características da atmosfera, como a sua espessura, o teor em vapor de


água e poeiras em suspensão - podem alterar os processos de absorção, reflexão e difusão
da radiação solar incidente, influenciando a quantidade de radiação solar recebida num
local.

Variação da insolação

A insolação, que corresponde ao número de horas de sol, varia ao longo do ano e de acordo
com a latitude. Junto ao equador registam-se, ao longo do ano, dois máximos de insolação
que traduzem a dupla passagem do Sol, no seu movimento anual aparente. Nas latitudes de
Portugal, a insolação máxima regista-se nos meses de junho, julho e agosto.

A distribuição geográfica no Mundo e na Península

Os valores mais elevados de radiação solar registam-se nas regiões tropicais e vão
diminuindo em direção aos polos. Apesar de o equador ser a zona onde os raios solares
incidem com menor obliquidade, o valor máximo regista-se sobre os trópicos de Câncer e de
Capricórnio, onde se localizam os grandes desertos quentes.

Também à escala da Península Ibérica a distribuição espacial da radiação solar apresenta


grandes contrastes. Em primeiro lugar, essa desigualdade traduz-se num claro contraste
entre o Norte e o Sul, devido, fundamentalmente, ao fator latitude. Em segundo lugar, o
Norte da Península é muito mais chuvoso do que o Sul, o que, relacionado com uma maior
nebulosidade, faz diminuir, de forma substancial, a radiação solar.

Os contrastes espaciais no território português

Considerando o território português, é possível identificar fortes contrastes espaciais. O


primeiro contraste que se observa, em Portugal continental, é entre um Norte mais
montanhoso e frio e um Sul mais plano e quente. No entanto, este não é um padrão linear.
Os pontos mais elevados das principais montanhas correspondem aos pontos mais frios e,
mesmo no Norte, podemos encontrar temperaturas elevadas, em particular nos vales
encaixados da região do Douro.

Nos Açores e na Madeira, há um contraste nítido entre o litoral mais quente e ameno e o
interior de elevadas altitudes, bastante mais frio. A origem vulcânica destas ilhas origina este
relevo típico em vários cones vulcânicos, cujos pontos mais elevados se encontram no
interior.

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