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FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS


MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

PERCEPÇÕES DOS TRABALHADORES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE


SOBRE O TELETRABALHO: UMA ANÁLISE NO CONTEXTO DA
PANDEMIA DE COVID-19

TRABALHO DE FINAL DE CURSO APRESENTADO À ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS


PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE

Brasília
2022
DANIELLE PEREIRA DE OLIVEIRA

PERCEPÇÕES DOS TRABALHADORES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE


SOBRE O TELETRABALHO: UMA ANÁLISE NO CONTEXTO DA
PANDEMIA DE COVID-19

Trabalho final de curso apresentado à Escola Brasileira


de Administração Pública e de Empresas da Fundação
Getúlio Vargas (EBAPE/FGV) para obtenção do grau de
mestre. Área de concentração: Administração Pública.
Orientadora: Profª. Drª Joana da Costa Martins Monteiro

Brasília
2022
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema de Bibliotecas/FGV

Oliveira, Danielle Pereira de


Percepções dos trabalhadores do Ministério da Saúde sobre o teletrabalho:
uma análise no contexto da pandemia de Covid-19 / Danielle Pereira de
Oliveira. – 2022.

65 f.

Dissertação (mestrado) – Escola Brasileira de Administração Pública e


de Empresas, Centro de Formação Acadêmica e Pesquisa.
Orientador: Joana da Costa Martins Monteiro .
Inclui bibliografia.

1. Teletrabalho. 2. Produtividade. 3. Qualidade de vida. 4. Bem-estar social.


5. COVID-19 Pandemia, 2020-. I. Monteiro, Joana. II. Escola Brasileira de
Administração Pública e de Empresas. Centro de Formação Acadêmica e
Pesquisa. III. Título.

CDD – 658.4

Elaborada por Maria do Socorro Almeida – CRB-7/4254


Dedico este trabalho primeiramente a Deus, aos meus
familiares, amigos, colegas de trabalho, aos
professores e a minha orientadora que juntos me
ajudaram chegar até aqui.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por permitir que eu participasse desse processo, e colocar pessoas
maravilhosas ao meu lado para me ajudar a vencer os obstáculos em meio aos tempos difíceis
vivenciados por todos.

Ao meu esposo William, minhas filhas Luíza e Lorena, a minha mãe Goreth e minha sogra
Margarida que me apoiaram e me ajudaram a administrar a minha vida pessoal, com paciência,
dedicação e amor, permitindo eu prosseguir na caminhada do conhecimento.

Ao Ministério da Saúde, que proporcionou essa oportunidade de capacitação dos servidores e


colaboradores, através da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde – SGTES,
em uma instituição tão renomada como a Fundação Getúlio Vargas, permitindo nos
profissionalizar para exercer nosso trabalho com excelência em administração pública.

Aos trabalhadores do Ministério da Saúde que colaboraram com esse estudo, fornecendo os
dados para o desenvolvimento dessa pesquisa.

Aos meus amigos que juntos compartilhamos as dificuldades desse processo, sendo um alicerce
para o outro, e mesmo passando por muitos momentos de lágrimas, vivenciamos também
grandes momentos de alegrias e vitórias.

Aos colegas de trabalho, aos professores e a minha orientadora Profª. Drª. Joana da Costa
Martins Monteiro por colaborarem com o desenvolvimento do meu estudo e pelo apoio que me
proporcionaram, me ajudando a vencer as etapas e completar essa jornada, contribuindo com a
evolução do meu conhecimento e ressaltando a relevância dos estudos mediante aos percalços
da vida.

Agradeço a todos os envolvidos, pois sem esse apoio eu não teria conseguido chegar até aqui e
que Deus recompense cada um no seu devido tempo. Gratidão a todos.
“Não fui eu que ordenei a você? Seja forte e corajoso! Não
se apavore nem desanime, pois, o Senhor, o seu Deus,
estará com você por onde você andar".
Josué 1:9
RESUMO

Objetivo – Compreender quais as percepções dos trabalhadores do Ministério da Saúde em


Brasília sobre o teletrabalho com análise no contexto da pandemia de COVID-19.

Metodologia – O estudo descritivo, com abordagem qualitativa e quantitativa, por meio de uso
de instrumento de coleta de dados a partir de aplicação de questionário criado no Survey Google
Forms e encaminhado aos participantes da pesquisa via correio. Instrumento estruturado de
forma a garantir o anonimato do participante, com questões direcionadas para explorar aspectos
sobre o clima organizacional de trabalho, com vistas a compreender nível de satisfação, bem-
estar, produtividade, flexibilidade, autonomia, dentre outros parâmetros, voltada para a
percepção do trabalhador quanto a sua atuação na modalidade de teletrabalho no período da
pandemia de Covid-19.

Resultados – Os resultados demonstraram que os trabalhadores estão satisfeitos com a


experiência vivenciada na pandemia, destacando-se a qualidade de vida, aumento da
produtividade, maior autonomia como principais benefícios proporcionados pelo teletrabalho.
Destaca-se que o ponto mais crítico de insatisfação dos trabalhadores não está relacionado
diretamente com o teletrabalho, mas com o posicionamento da instituição quanto a
infraestrutura e suporte necessário para execução das tarefas durante a pandemia. Esses
resultados mostram que há uma necessidade de um melhor planejamento e gestão do órgão para
implantação definitiva do teletrabalho, aprimorando o programa de gestão de desempenho para
o aproveitamento do potencial que a modalidade de teletrabalho proporciona tanto para os
trabalhadores, para a organização, para a sociedade e o meio ambiente. Conclui-se que a
experiência foi, em geral, satisfatória na visão dos trabalhadores, pois 84% gostariam de aderir
a modalidade de teletrabalho, mas na forma híbrida, pois manter o contato com os colegas é
necessário.

Limitações – Em relação às limitações do método, considerando que a natureza da pesquisa é


quantitativa, com escolha do instrumento de coleta de dados do tipo questionário. Foram
encaminhados mais de 1.500 e-mails aos trabalhadores de Brasília e faltando 2 dias do final da
coleta, foram enviados novamente aos mesmos trabalhadores reforçando a importância do
estudo para o Ministério da Saúde, e verificou-se a baixa adesão dos trabalhadores em colaborar
com o estudo, dificultando chegar em uma amostra ideal que representa os trabalhadores lotados
em Brasília. A escolha do questionário se deu devido à agilidade na obtenção dos dados, dando
fluidez e otimizando o tempo e o acesso aos sujeitos selecionados.

Aplicabilidade do trabalho – Apresenta aplicabilidade ao Ministério da Saúde em Brasília,


uma vez que seus resultados permitiram compreender as percepções dos trabalhadores sobre o
teletrabalho no contexto da pandemia de Covid-19, o que viabilizará a tomada de decisão para
a sua adoção de forma permanente.

Contribuições para a sociedade – Fornecer uma visão mais abrangente do teletrabalho, como
modalidades que possam ser admitidas no futuro de forma definitiva, demonstrando as
vantagens que o teletrabalho pode trazer ao trabalhador, a organização, a sociedade e ao meio
ambiente, gerando economia e melhores resultados na prestação de serviços ao público.

Originalidade – Devido ao Ministério da Saúde ser um órgão responsável pela gestão da crise
sanitária causada pelo COVID-19 e o teletrabalho ter sido implantado de maneira obrigatória,
o estudo se torna importante, pois demonstra como o órgão dispôs de sua força de trabalho
mediante ao estado de emergência e o aumento das demandas em saúde no período pandêmico.

Palavras-chave: Teletrabalho, produtividade, qualidade de vida, bem-estar, Covid-19.

Categoria do artigo: Dissertação de Mestrado


ABSTRACT

Objective – Understanding the perceptions of workers at the Ministry of Health in Brasilia


about telework with analysis in the context of the COVID-19 pandemic.

Methodology – The descriptive study, with qualitative and quantitative approach, through the
use of a data collection instrument from the application of a questionnaire created in the Survey
Google Forms and sent to the research participants by mail. Instrument structured in order to
guarantee the anonymity of the participant, with questions aimed at exploring aspects of the
organizational work climate, with a view to understanding the level of satisfaction, well-being,
productivity, flexibility, autonomy, among other parameters, focused on the perception of the
worker regarding his performance in the telework modality in the period of the Covid-19
pandemic.

Results – The results showed that workers are satisfied with their experience during the
pandemic, highlighting quality of life, increased productivity, greater autonomy as the main
benefits provided by telecommuting. It should be noted that the most critical point of worker
dissatisfaction is not directly related to telework, but to the institution's position regarding the
infrastructure and support needed to perform tasks during the pandemic. These results show
that there is a need for better planning and management of the body for the definitive
implementation of telework, improving the performance management program to take
advantage of the potential that the telework modality provides both for the workers, for the
organization, for the society and the environment. It is concluded that the experience was, in
general, satisfactory in the view of the workers, as 84% would like to join the telework modality,
but in a hybrid form, as maintaining contact with colleagues is necessary.

Limitations – Regarding the limitations of the method, considering that the nature of the
research is quantitative, with the choice of a questionnaire-type data collection instrument.
More than 1,500 e-mails were sent to workers in Brasilia and, two days before the end of
collection, they were sent again to the same workers, reinforcing the importance of the study
for the Ministry of Health, and it was verified that the workers' low adherence to collaborating
with the study, making it difficult to arrive at an ideal sample that represents the workers
assigned to Brasília. The choice of the questionnaire was due to the agility in obtaining the data,
giving fluidity and optimizing the time and access to the selected subjects.
Applicability of work – It presents applicability to the Ministry of Health in Brasilia, since its
results allowed understanding the perceptions of workers about telework in the context of the
Covid-19 pandemic, which will enable decision-making for its permanent adoption.

Contributions to society – Provide a broader view of telework, as modalities that can be


definitively accepted in the future, demonstrating the advantages that telework can bring to the
worker, the organization, society and the environment, generating savings and better results in
the provision of services to the public.

Originality – Due to the Ministry of Health being the body responsible for managing the health
crisis caused by COVID-19 and teleworking having been implemented in a mandatory manner,
the study becomes important, as it demonstrates how the body disposed of its workforce through
the state of emergency and the increase in health demands in the pandemic period.

Keywords: Telework, productivity, quality of life, well-being, Covid-19.


Article Category: Master's Thesis
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CGU Controladoria Geral da União


DOU Diário Oficial da União
SE/MS Secretaria Executiva
GM/MS Gabinete do Ministro do Ministério da Saúde
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
LGPD Lei Geral de Proteção de Dados
SEI Sistema Eletrônico de Informações
SERPRO Serviço Federal de Processamento de Dados
SIPEC Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal
TEAMS Plataforma de reuniões online
TICS Tecnologia de Informações e Comunicações
LISTA DE E TABELAS E GRÁFICOS

Tabela 1 Perfil dos trabalhadores do Ministério da Saúde


Gráfico 1 Relação dos trabalhadores com o teletrabalho
Gráfico 2 Tempo (meses) em teletrabalho
Gráfico 3 Dias de trabalho em casa
Tabela 2 Triagem das dificuldades
Tabela 3 Questões sobre o Teletrabalho
Gráfico 4 Em que área da residência o teletrabalho foi realizado
Com que frequência a sua conexão com a internet interferiu na execução do
Gráfico 5 seu teletrabalho
Gráfico 6 A sua carga horária em teletrabalho mudou em relação ao trabalho presencial
Do ponto de vista financeiro, como você avalia o custo-benefício do
Gráfico 7 teletrabalho
Do ponto de vista da produtividade, houve mudança em relação à realizada
Gráfico 8 presencialmente
Para você, o relacionamento com os colegas de trabalho após o teletrabalho
Gráfico 9 mudou
Gráfico 10 Gráfico do Ranking dos pontos positivos do teletrabalho
Gráfico 11 Gráfico do Ranking dos pontos negativos do teletrabalho
Gráfico 12 Gráfico de níveis de satisfação
Gráfico 13 Prática de atividade física
14

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 16

1.1. Problema de pesquisa .................................................................................................. 17

1.2. Objetivo geral ............................................................................................................... 17

1.4. Justificativa................................................................................................................... 17

1.5. Perguntas de Pesquisa ................................................................................................. 18

2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 19

2.1. Teletrabalho ................................................................................................................. 19

2.2. Efeitos da pandemia sobre o teletrabalho .................................................................. 20

2.3. Produtividade ............................................................................................................... 21

2.4. Bem-estar e Qualidade de vida ................................................................................... 22

2.5. Avaliação dos trabalhadores e das empresas ............................................................ 23

2.6. Vantagens e desvantagens no teletrabalho no Ministério da Saúde. ...................... 24

3. METODOLOGIA............................................................................................................... 29

3.1- Seleção da Instituição .................................................................................................. 29

3.2. Seleção dos sujeitos ...................................................................................................... 30

3.3. Coleta dos Dados .......................................................................................................... 30

3.4. Tratamento e Análise dos Dados ................................................................................ 31

3.5. Limitações do Método ................................................................................................. 31

4. RESULTADOS ................................................................................................................... 32

4.1. Perfil dos entrevistados ............................................................................................... 32

4.2. Questões do Teletrabalho ............................................................................................ 35

4.3. Pontos positivos e Pontos Negativos do teletrabalho na percepção dos trabalhadores


.............................................................................................................................................. 41

4.3.1. Pontos Positivos Ranking ......................................................................................... 41

4.3.2. Pontos Negativos Ranking........................................................................................ 42

4.4. Níveis de Satisfação ...................................................................................................... 44


15

4.5. Validação das Perguntas de Pesquisa ........................................................................ 50

6. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 55

7. APÊNDICE ......................................................................................................................... 58
16

1. INTRODUÇÃO

O mundo passou por uma grande revolução em decorrência da pandemia do COVID-19


tanto social, econômica, cultural e política, o que obrigou mudanças nas relações de trabalho,
nas relações pessoais e com o meio ambiente. Boa parte da população economicamente ativa
teve de alterar sua forma de trabalho de presencial para remoto, alterando-se a rotina familiar e
laboral. A iniciativa pública e privada viu-se obrigada a obedecer às medidas restritivas de
circulação de pessoas (FIOCRUZ, 2020).
O teletrabalho ganhou espaço nas empresas e foi elemento crucial da estratégia de
mitigação da transmissão do vírus, como medida de segurança e isolamento social para a
proteção dos trabalhadores e seus familiares (OLIVEIRA, 2020). O trabalho remoto,
entretanto, já havia sido implantado pré-pandemia e regulamentado pela reforma trabalhista,
ganhando força devido ao avanço das tecnologias de informação e comunicações
(BENAVIDES, 2021). Diante dessa situação, tanto a administração pública quanto à privada
teve de adotar mecanismos para manter a regularidade dos serviços, com qualidade e eficiência,
já que não contava mais com a presença de boa parte dos colaboradores no ambiente
organizacional.
O Ministério da Saúde é um órgão da administração pública que desenvolve atividades
típicas do Poder Executivo, previstas na Lei Orgânica da Saúde, 8.080 de 19 de setembro de
1990, sendo responsável por organizar e elaborar os planos e políticas públicas direcionados
para a promoção, prevenção e a assistência à saúde da população brasileira, cuja função é dispor
das condições de proteção e recuperação da saúde, diminuindo as enfermidades, controlar as
doenças endêmicas e parasitárias, melhorar a vigilância à saúde, dando mais qualidade de vida
aos brasileiros.
Até o início da pandemia não era uma prática costumeira a flexibilização da modalidade
remota, presencial ou hibrida para os trabalhadores do Ministério da Saúde. Seus servidores e
colaboradores trabalhavam em regime integral ou parcial de trabalho, entretanto existem relatos
de exceções acordadas com as chefias, para o trabalho remoto de profissionais terceirizados
(consultores), em situações específicas, sem que isso representasse uma parcela considerável
da força de trabalho.
As medidas de isolamento social adotadas trouxeram grandes desafios ao Ministério da
Saúde, que durante o momento mais crítico da saúde no Brasil, teve que dispor de parte de sua
força de trabalho para o teletrabalho, sendo ele um dos órgãos centrais da Administração
Pública mais relevantes, responsável pelo gerenciamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e
17

da crise sanitária causada pelo coronavírus, cujo funcionamento dependia diretamente da sua
força de trabalho na prestação dos serviços.
O Ministério da Saúde é um bom caso a ser estudado, por atuar tanto na “linha de frente”
do combate à pandemia, através dos hospitais federais, e também atuar no suporte e
desenvolvimento da resposta de combate do vírus, através da alocação dos recursos,
disseminação de informações seguras à população, incorporação de tecnologias, dentre outras.

1.1. Problema de pesquisa

Esse estudo visa compreender as percepções do teletrabalho através da experiência


vivenciada dos trabalhadores do Ministério da Saúde durante a pandemia da Covid – 19, com
levantamento de dados referentes aos pontos positivos e negativos e satisfação do trabalhador.
Em especial, busca-se entender: Quais as percepções dos trabalhadores do Ministério da Saúde
em Brasília sobre o teletrabalho com análise no contexto da pandemia de COVID-19?

1.2. Objetivo geral

Compreender quais as percepções dos trabalhadores do Ministério da Saúde em Brasília


sobre o teletrabalho com análise no contexto da pandemia de COVID-19.

1.3. Objetivos específicos

 Identificar o perfil dos trabalhadores do Ministério da Saúde e como esse órgão se


adaptou ao contexto pandêmico;

 Discutir as vantagens e desvantagens do trabalho remoto;

 Analisar os pontos positivos e pontos negativos do teletrabalho sob a ótica dos


trabalhadores do Ministério da Saúde, em Brasília.

1.4. Justificativa

A partir de 2020, com a pandemia de Covid-19, o trabalho remoto deixou de ser uma
tendência global em ascensão para uma recomendação como forma de evitar a disseminação do
vírus no ambiente de trabalho. Um estudo elaborado pela Fundação Instituto de Administração
(FIA), em 2020, afirmou que 55% das grandes empresas no Brasil aderiram ao trabalho remoto
18

durante a pandemia. Das que aderiram, um terço pretende manter com essa modalidade para
até 25% do quadro de trabalhadores.
Muitos trabalhadores tiveram de adaptar seus processos laborais, outros, no entanto, não
tiveram tantas dificuldades. Contradições, limites e potencialidades permeiam a noção dos
trabalhadores de diversas áreas quanto aos benefícios e malefícios do trabalho remoto. O
Ministério da Saúde atuou de maneira direta e indireta para mitigar os efeitos da disseminação
do Covid-19 no Brasil, sendo assim parte de seu quadro esteve em home office e parte não.
Segundo Barros e Silva (2010), as principais vantagens aos trabalhadores apontadas na
realização do teletrabalho dizem respeito à flexibilização da jornada de trabalho; à organização
do tempo de modo a melhor conciliar demandas sociais, familiares, laborais e de lazer; à
economia de tempo com transporte casa-trabalho; e à autonomia para organização do modo de
trabalhar, principalmente no que diz respeito ao espaço e ao tempo. Porém conforme Mello
(2000), os principais aspectos desvantajosos do teletrabalho se referem à dificuldade de controle
sobre os trabalhadores e à perda de sua integração e vínculo com a organização. Esses dois
fatores apresentam forte conexão entre si, dizendo respeito à relação estabelecida entre o
trabalhador e o demandante do trabalho.
O teletrabalho mesmo com muitas vantagens, não é suficiente para a adesão dos
teletrabalhadores de forma generalizada, uma vez que as dificuldades oriundas da modalidade
acarretam na não adaptação de alguns teletralhadores, que preferem exercer suas atividades de
forma presencial, ainda mais em um cenário de pandemia, onde os desafios de colocar os
trabalhadores em teletrabalho, sem planejamento, afetou tanto os trabalhadores quanto as
organizações.
Surge a premente necessidade de apresentar, dentro do Ministério da Saúde, como se
viram os trabalhadores inseridos nesse contexto, diante de uma nova realidade e como essa
alterou suas rotinas de trabalho.

1.5. Perguntas de Pesquisa

1. Os trabalhadores têm uma visão positiva do teletrabalho?


2. Houve aumento da prática de atividade física, durante a pandemia, devido flexibilização
de horário permitida pelo teletrabalho?
3. Os trabalhadores que gastam maior tempo de deslocamento, entre casa-trabalho-casa,
preferem dar continuidade no teletrabalho após o fim da pandemia?
4. Na visão dos trabalhadores o teletrabalho apresenta custo benefício financeiro?
19

2. REFERENCIAL TEÓRICO

O embasamento teórico para a elaboração da pesquisa se deu a partir da definição dos


assuntos mais relevantes para melhor compreensão do problema de pesquisa e foi dividido em
quatro tópicos: surgimento do teletrabalho, efeitos da pandemia sobre o teletrabalho,
produtividade, Bem-estar e qualidade de vida, avaliação dos trabalhadores e das empresas e
vantagens e desvantagens do teletrabalho no Ministério da Saúde.

2.1. Teletrabalho

O teletrabalho é o processo de levar as atividades de trabalho aos empregados em vez


de levar os empregados à organização para realizá-lo (MELLO, 1999). O teletrabalho é mais
do que trabalhar de casa mantendo a comunicação com a organização utilizando a
telecomunicação, e sim que as estações de trabalho podem ser implantadas em centros satélites
e também em centros de trabalho na vizinhança, de acordo com Nilles (1994).
Segundo Boonen (2008), o teletrabalho nasceu em resposta à crise econômica mundial,
como forma de trabalho descentralizado. Sendo que no teletrabalho utiliza-se de aparelhos
eletrônicos, tais como smartphones, tablets, computadores e telecomunicações como
ferramentas principais para a mudança da estrutura de trabalho, onde envolve muitos aspectos
sociais, organizacionais, econômicos, legais e ambientais, conforme interpretação de Sakuda e
Vasconcelos (2005).
Segundo Rocha (2018), a possibilidade de trabalhar em casa tem crescido cada dia mais
entre os trabalhadores e empresas. Ultimamente, o número de trabalhadores que não estão sendo
pressionados a se deslocar de suas residências para realizar as atividades laborais tem
aumentado consideravelmente, seja trabalhando por conta própria, seja por ter essa modalidade
de trabalho disponibilizada por seus empregadores.
O conceito brasileiro de Teletrabalho compreende a “prestação de serviços
preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de
informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo”
(BRASIL, 1943). A regulamentação desta modalidade de prestação de serviços é determinada
pela Lei 13.467/2017 no capítulo II – A, pelos Arts. 75 -A ao E:
“Art. 75-A. A prestação de serviços pelo empregado em regime de teletrabalho
observará o disposto neste Capítulo;
Art. 75-B. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora
das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de
comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo;
20

Parágrafo único. O comparecimento às dependências do empregador para a realização


de atividades específicas que exijam a presença do empregado no estabelecimento não
descaracteriza o regime de teletrabalho;
Art. 75-C. A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar
expressamente do contrato individual de trabalho, que especificará as atividades que
serão realizadas pelo empregado;
§ 1° Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de teletrabalho desde que
haja mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo contratual;
§ 2° Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial por
determinação do empregador, garantido prazo de transição mínimo de quinze dias, com
correspondente registro em aditivo contratual;
Art. 75-D. As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção ou
fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada
à prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo
empregado, serão previstas em contrato escrito;
Parágrafo único. As utilidades mencionadas no caput deste artigo não integram a
remuneração do empregado;
Art. 75-E. O empregador deverá instruir os empregados, de maneira expressa e
ostensiva, quanto às precauções a tomar a fim de evitar doenças e acidentes de trabalho.
Parágrafo único. O empregado deverá assinar termo de responsabilidade
comprometendo- se a seguir as instruções fornecidas pelo empregador. ” (BRASIL,
2017)

Porém a Organização Internacional do Trabalho (OIT) opta pelo


termo teletrabalho (telework, em inglês), com categorias específicas quanto a diferentes
variáveis: a) local/espaço de trabalho; b) horário/tempo de trabalho (integral ou parcial); c) tipo
de contrato (assalariado ou independente); e d) competências requeridas (conteúdo do trabalho)
(ROCHA, 2018).

2.2. Efeitos da pandemia sobre o teletrabalho

Segundo Bridi 2020, o enfrentamento da pandemia da Covid-19 teve como alicerce


central o distanciamento social. Empresas, escolas, universidades e outras instituições passaram
a utilizar o trabalho remoto e seus trabalhadores enfrentaram diversas dificuldades devido à
necessidade de terem de se ajustar ao trabalho remoto de forma emergencial.
As medidas de segurança adotada pelo governo no início de 2020, devido à propagação
do vírus COVID-19 foram instituídas através da Portaria n° 65/2020 (DOU): “[...]que
estabelece as orientações referentes às medidas de proteção a serem adotadas durante a
pandemia, seguindo o plano de contingenciamento do governo federal, para preservar os
servidores e a comunidade. ” (BRASIL, 2020). Segundo pesquisas realizadas pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística -IBGE nos períodos de 2017 a 2018 e 2020, foi
demonstrado um aumento considerável na mudança do regime de trabalho presencial para o
teletrabalho, devido à pandemia. Em 2017 a 2018, o percentual de teletrabalhadores era de
21,1% no setor privado e no setor público era de 8%, e em junho 2020, durante a pandemia, o
21

setor público ultrapassou em 3 vezes o percentual de 24,7% do setor privado no mesmo período
de 2020 (IBGE, 2020)
A pandemia da COVID-19 acelerou o processo de implementação no governo federal
através da Instrução Normativa n° 65/2020, que expõe as orientações para a adoção do
teletrabalho nos órgãos e entidades integrantes do Sistema de Pessoal Civil da Administração
Federal (SIPEC). Seu objetivo é facilitar o programa de gestão, simplificando as regras para
adesão do teletrabalho, com foco na entrega de resultados e redução das despesas
administrativas (BRASIL, 2020).
No Ministério da Saúde, os trabalhadores foram autorizados a entrarem em regime de
teletrabalho no começo da pandemia, assim que se instituiu a declaração de “Emergência em
Saúde Pública de Importância Internacional” pela Organização Mundial de Saúde, em 30 de
janeiro de 2020; a declaração de “Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional”, por
meio da Portaria GM/MS nº 188, de 03 de fevereiro de 2020; a Lei Federal nº 13.979, de 06 de
fevereiro de 2020, bem como o disposto na Portaria GM/MS nº 356, de 11 de março de 2020
que dispõe sobre a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº 13.979, de 6 de
fevereiro de 2020, que estabelece as medidas para enfrentamento da emergência de saúde
pública de importância internacional decorrente do Coronavírus (Covid-19) (BRASIL, 2020).
O teletrabalho no órgão foi aplicado de duas formas: total e híbrida. No modelo de
teletrabalho total, os trabalhadores deveriam se enquadrar nos termos da portaria, ter
autorização da chefia imediata e preencherem a autodeclaração de não exercer atividades
remuneradas além das suas atribuições durante o período de atividade remota e passaram a
realizar suas atribuições exclusivamente em seu ambiente residencial. A modalidade
teletrabalho híbrida era exercida através de revezamento da equipe, onde se respeitava uma
escala e o trabalhador exercia suas funções parte no trabalho presencial, parte em teletrabalho,
alternando os dias (NOGUEIRA, 2022).

2.3. Produtividade

A produtividade tem sido definida como: “[...] o grau de aproveitamento dos meios
utilizados para produzir bens e serviços. Em geral, a perspectiva é aproveitar ao máximo os
recursos disponíveis para chegar a resultados cada vez mais competitivos.” (LIMONGI-
FRANÇA, 2001, p. 28). Para Mello, Santos, Shoiti et al. (2014) o teletrabalho reduz custos,
melhora a produtividade e a qualidade de vida dos teletrabalhadores, reduzindo ou eliminando
22

o tempo de deslocamento e atuando no âmbito da responsabilidade social pela inclusão social


e digital de pessoas com deficiência.
O teletrabalho é visto como um novo horizonte da incorporação laboral na atualidade,
que proporciona uma maior administração do tempo, da matéria e traz melhores resultados,
onde o teletrabalhador que tem acesso a internet de alta velocidade e aparelhos modernos
conseguem realizar as mesmas tarefas como se estivesse presencialmente na organização
(REIS, 2017).
A implantação do teletrabalho, como ferramenta de inovação, tem como objetivo de
impulsionar e, ao mesmo tempo, criar mecanismos de trabalho, onde as tarefas sejam
desenvolvidas de maneira mais harmoniosa, criativa, inovadora, possibilitando a criação de um
novo organograma de funções gerenciais e competências dos agentes na execução do serviço.
Esses objetivos acarretam mudanças na forma de gerenciar, adotando medidas mais
compatíveis além de forçar uma modernização da administração pública para melhoria da
eficiência, com o aumento da produção, melhores resultados e maior desempenho, sem
prejuízos as atividades administrativas e ao interesse público (CARVALHO FILHO, 2012).
Outro fator que vem auxiliando com o aumento da produtividade, segundo Limongi-França
(2001), é o aperfeiçoamento em tecnologia da informação e comunicação, pois além de reduzir
os custos também eleva as taxas de crescimento e produtividade das empresas.

2.4. Bem-estar e Qualidade de vida

Segundo pesquisa de Tremblay (2002) realizada em Quebec (Canadá), constatou-se que


há formas diferentes na percepção das vantagens e desvantagens do teletrabalho, mas homens
e mulheres que aderiram essa modalidade concordam que a flexibilidade do horário e a
flexibilidade do trabalho, além de não gastar tempo com deslocamento são vantagens palpáveis.
Já na pesquisa de Troup e Rose (2012) concluiu-se que existe diferença na satisfação
do teletrabalho e na distribuição de serviços entre homens e mulheres com crianças, sugerindo
que essa nova forma de trabalho pode afetar as relações familiares e de trabalho.
A preocupação com a qualidade de vida no trabalho iniciou-se na década de 1960 por
conta da maior conscientização dos trabalhadores e crescente responsabilidade social das
empresas na busca por melhores maneiras de realizar o trabalho e alcançar o bem-estar
(RODRIGUES, 2009).
O teletrabalho é uma tendência na administração moderna que vem se expandindo
consideravelmente nos órgãos públicos, sendo embasado no princípio da eficiência. Existem
23

muitas desvantagens no processo que necessitam ser superadas tanto pela Administração
Pública quanto pelo teletrabalhador, mas é evidente que surgiram mudanças positivas na relação
entre eles, sem afetar o interesse público e a entrega de resultados, trazendo incontáveis
benefícios a todos os envolvidos (FILARDI; CASTRO; ZANINI, 2020).
Oliveira (2021), aponta em seu estudo, que há predominância da ideia de bem-estar e
qualidade de vida associada ao teletrabalho, ela sugere que as organizações públicas definam
melhor suas estratégias e políticas de gestão de pessoas para introduzirem o teletrabalho no
cotidiano de seus trabalhadores.
O Governo Federal publicou dados oficiais sobre a economia de R$ 1.419 bilhão gerada
aos cofres públicos com o teletrabalho durante a pandemia da Covid-19 e informou que a
experiência foi positiva com o trabalho realizado durante esse período, mas a adesão
permanente da modalidade foi realizada apenas por 9 órgãos da Administração Federal para o
período pós pandemia, dentre eles o Ministério da economia, Ministério do Desenvolvimento
Regional, Controladoria Geral da União (CGU), Advocacia Geral da União (BRASIL, 2020).
O Ministério da Economia, como forma de incentivar os órgãos federais, pretende
transformar o teletrabalho em modalidade permanente em alguns órgãos, em atividades que não
é necessário a presença física do servidor, através do Programa de Gestão (BRASIL, 2020).

2.5. Avaliação dos trabalhadores e das empresas

Antes da pandemia, o conceito de trabalhar em casa era impraticável para muitas


pessoas, sobretudo porque o regime home office exige um espaço tranquilo e dedicado à
realização de tarefas laborais, sendo um verdadeiro desconforto para quem vive em apartamento
(BRIDI; BOHLER; ZANONI, 2020).
A questão do isolamento vai além da habilidade de gerenciar a ausência de colegas de
trabalho. Ao se afastar da empresa como local e como organização, o trabalhador vivencia uma
menor clareza profissional, problema considerado crucial para os trabalhadores (RAFALSKI;
DE ANDRADE, 2013). A diminuição dos contatos profissionais tem como uma das
consequências a redução da possibilidade de desenvolvimento profissional, principalmente
devido à menor exposição (BOONEN, 2003).
Os indivíduos envolvidos diretamente são os gerentes e colaboradores da instituição. Na
perspectiva do gerente, o teletrabalho consegue se alcançar melhores resultados, isto é, serviços
eficientes, que concentram para o bem-estar do colaborador e o crescimento da empresa
24

(MELLO; TACHIZAWA, 2003). Por estes motivos muitos gestores têm buscado conhecer o
teletrabalho e implementar em suas instituições.
O trabalho remoto tem ocupado uma parte importante das mudanças nas instituições,
gerando muitas vezes consequências benéficas ou prejudiciais para os diversos indivíduos
envolvidos (SAKUDA; VASCONCELOS, 2005).
Entretanto, Lakshimi, Rigam e Mishra (2017), demonstram que as grandes empresas
mundiais perceberam que quando os funcionários estão satisfeitos com o trabalho, exercem
suas atividades com suas melhores habilidades. Além disso, funcionários satisfeitos,
conseguem manter um equilíbrio entre vida pessoal e profissional e possuem a tendência de
produzir mais.
Trabalhadores nesta modalidade afirmaram que o trabalho remoto possibilita um maior
bem-estar, promovendo equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, menor estresse no
deslocamento e também permite maior produtividade no trabalho (GLOET; KURNIA;
MENDOZA; YONG, 2013).

2.6. Vantagens e desvantagens no teletrabalho no Ministério da Saúde.

Os aspectos positivos e negativos do teletrabalho são bastante discutidos na literatura e


não é incomum que uma mesma variável possa se tornar tanto uma vantagem, como uma
desvantagem, como é o caso do equilíbrio/desequilíbrio entre vida pessoal e profissional
(FILARDI; CASTRO; ZANINI, 2020).
Porém, para Goulart (2009) a viabilidade de avaliar as vantagens e desvantagens
oriundas do teletrabalho, depende da organização e do planejamento do programa. A
diminuição dos problemas desse novo tipo de organização do trabalho está ao alcance dos
gestores e dos trabalhadores e para tanto, as tarefas, práticas, processos e comunicação no
regime de teletrabalho devem ser integrados à cultura organizacional e à estrutura tecnológica
disponibilizada (ADERALDO et al., 2017).

Quadro 1: Vantagens do teletrabalho


Redução da rotatividade
Redução dos índices de absenteísmo
Gestão de Pessoas
Redução do presenteísmo
Redução no número de licenças médicas
25

Inclusão de pessoas com deficiência


Inclusão de pessoas com dificuldade de locomoção
Maior motivação dos empregados
Melhora na qualidade de vida dos empregados
Melhora no clima organizacional
Maior facilidade para a participação em processos
seletivos
Maior acesso ao mercado de trabalho global
Empregabilidade Maior acesso ao mercado de trabalho a partir de
cidades menores
Maior acesso ao mercado de trabalho a partir das
áreas rurais
Maior motivação e engajamento
Melhor aproveitamento do tempo
Agilização no cumprimento de tarefas
Maior quantidade de entregas
Produtividade
Maior qualidade nas entregas
Maior foco no trabalho
Menos interrupções
Mais silêncio
Diminuição das despesas de transporte
Diminuição das despesas com combustível
Redução de Custos para trabalhador Diminuição das despesas com estacionamento
Diminuição das despesas com vestuário
Diminuição das despesas com alimentação
Horário de trabalho mais flexível
Local de trabalho mais flexível
Maior coordenação entre as atividades profissionais
e as prioridades pessoais
Flexibilidade Maior aproveitamento dos picos individuais de
trabalho
Autonomia para organizar tarefas
Maior facilidade de adaptação para pessoas
retornando de licença maternidade ou paternidade
Aumento da produtividade
Fomento à cultura de gestão por resultados
Melhores tempos de resposta
Experiência Operacional
Melhor administração do trabalho
Estímulo à prática da gestão por competências
Estímulo à prática da gestão por projetos
26

Redução das despesas gerais


Redução das despesas com treinamento
Redução de áreas de estacionamento
Redução de custos com acidentes de trabalho em
trânsito
Redução da demanda de locais para escritórios
Maior flexibilidade organizacional
Aumento da responsabilidade social empresarial
Estratégia Ganho na imagem corporativa
Aumento da qualidade da entrega ao cliente
Continuidade dos serviços em casos de contingência
Maior participação dos teletrabalhadores em
atividades comunitárias
Desenvolvimento Econômico e
Desenvolvimento das cidades de forma mais
Social
distribuída
Valorização dos centros comerciais locais
Maior facilidade para pessoas com deficiência
Maior acesso de pessoas com dificuldade de
locomoção
Maior facilidade de adaptação para pessoas
retornando de licenças médicas Qualidade de vida
Equilíbrio entre trabalho e vida pessoal
Maior contato com a família
Liberação das tensões do tráfego
Redução dos níveis de estresse
Melhora na saúde física
Melhora na saúde mental
Melhoria na alimentação
Oportunidade de Trabalho e Redução das possibilidades de contaminação por
Inclusão doenças infectocontagiosas
Maior segurança
Maior oferta de trabalho para pessoas com
deficiência
Maior oferta de trabalho para pessoas com
dificuldade de locomoção
Maior oferta de trabalho para pessoas idosas
Maior inclusão de pessoas em condições vulneráveis
Retenção de talentos na comunidade
Maior oferta de trabalho nas áreas rurais Qualidade
de vida nas cidades
Maior mobilidade urbana
Diminuição do congestionamento
27

Diminuição dos acidentes de trânsito


Diminuição da poluição urbana
Superação mais rápida de crises sanitárias
Redução do nível de poluição do ar
Redução no consumo de energia
Redução na emissão de gases CO2
Sustentabilidade
Menor dependência de combustíveis fósseis
Diminuição no uso de papel
Diminuição no uso de plásticos
Fonte: elaboração própria com base em Filard et al.

Instituir o teletrabalho traz vantagens para a organização, para o teletrabalhador e para


a sociedade, tais como: redução de custos com transporte; possibilita a admissão de portadores
de deficiência; segurança; flexibilidade de horários e de trabalho; melhoria na produtividade;
redução no tempo de deslocamento; gerenciamento por objetivos; liberdade; melhor qualidade
do trabalho; menor absenteísmo; concentração; menos interrupções; menos stress com
deslocamentos; equilíbrio entre o trabalho e a vida profissional; melhor planejamento das
atividades; redução da poluição; menos tráfego nas vias públicas; autonomia; amadurecimento
profissional dos jovens; maior interação com a família; economia de recursos naturais; melhoria
na mobilidade urbana, dentre outros (FILARD; CASTRO; ZANINI, 2020, p. 31).

Quadro 2: Desvantagens do teletrabalho


Isolamento social
Hiperconexão
Saúde Física e Mental
Compulsões
Ergonomia
Aumento da jornada de trabalho
Organização do Trabalho Má administração do tempo
Falta de espaço adequado na residência
Distanciamento da empresa
Produtividade de médio e longo
Diminuição do intercâmbio de conhecimento
prazo
Impacto na progressão na carreira
Fonte: elaboração própria com base em Filard et al.

Nesse modelo também, é possível identificar desvantagens que devem ser contornadas para
o sucesso da implementação, sendo elas: falta de infraestrutura; descontrole da carga horária de
trabalho; falta de supervisão; maior cobrança; dificuldade no controle e na avaliação de
desempenho; aumento do custo de água e luz para o teletrabalhador; gastos com equipamentos
28

mais modernos; falta de treinamento especifico para o teletrabalho; mudanças na estrutura


organizacional; falha na conexão da internet, nos programas e nos sistemas de integração do
governo; custos com a adaptação da estrutura residencial para execução do teletrabalho;
distração com as atividades domésticas; diminuição do crescimento profissional na
organização; dificuldade no desenvolvimento; dificuldade na motivação; falta de
reconhecimento dos colegas de trabalho; isolamento profissional; não adequação ao
teletrabalho; percepção de perda de status; medo de ser mal avaliado; conflito entre o trabalho
e a vida familiar; problemas psicológicos; isolamento social (FILARD; CASTRO; ZANINI
2020, p. 31).
29

3. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo qualitativo e quantitativo, transversal, de caráter descritivo. A


abordagem quantitativa foi realizada a partir da aplicação de questionário criado no Survey
Google Forms e encaminhado o link de forma eletrônica, via e-mail institucional para os
trabalhadores do Ministério da Saúde lotados em Brasília, desenvolvido para a análise do perfil
e para percepção dos respondentes quanto ao objeto da pesquisa.
A análise realizada foi conduzida de forma descritiva para os dados sócio demográficos.
Os dados coletados foram tabulados no programa Microsoft Excel e a partir dessa tabulação
foram extraídas as tabelas e gráficos apresentados juntamente com a utilização do Software
Power Bi para confecção do gráfico de satisfação e a nuvem de palavras. As perguntas
formuladas basearam-se em temas como o clima organizacional, nível de satisfação com o
teletrabalho, com respostas diretas, a partir da identificação do perfil do trabalhador e utilização
da escala likert para medir o nível de satisfação, o bem-estar, a produtividade, flexibilidade,
autonomia, dentre outros parâmetros, voltada para a percepção do trabalhador.
A análise dos dados foi realizada através de técnicas estatísticas para análise
quantitativa, utilizando gráficos, tabelas para apresentação das frequências e nuvem de palavras,
com realização da revisão da literatura sobre o tema, atualizando a pesquisa com novos estudos
e legislações.
A abordagem qualitativa foi realizada a partir da aplicação das questões abertas que
constam no questionário. Nesse não foram identificados os respondentes, respeitando a Lei de
Geral de Proteção de Dados (LGPD - Lei n° 13.709 de 14 de agosto 2018), impossibilitando a
identificação do trabalhador e garantindo o anonimato e a segurança dos dados.
A análise dos dados se deu através do método de análise de conteúdo proposto por
Bardin (1978), utilizando tabela e nuvem de palavras que permitem agrupar as palavras mais
utilizadas na opinião dos respondentes referente as questões sobre os benefícios, dificuldades e
desafios do teletrabalho questionados nas perguntas abertas. Haverá algumas transcrições de
trechos relatados pelos trabalhadores, permitindo uma melhor compreensão das suas
percepções sobre a temática proposta.

3.1- Seleção da Instituição

A instituição estudada foi o Ministério da Saúde, que compõe o Executivo Federal,


sendo responsável pela elaboração de planos e políticas públicas direcionados a promoção,
30

prevenção e assistência à saúde da população brasileira, e tem como função dispor de condições
de proteção e recuperação da saúde da população, diminuir as enfermidades, controlar as
doenças endêmicas e parasitárias e melhorar a vigilância à saúde, permitindo que os brasileiros
tenham melhor qualidade de vida (BRASIL, 2021).

3.2. Seleção dos sujeitos

Os sujeitos foram selecionados através de listas de e-mails de cada unidade lotada em


Brasília e a lista de e-mails dos servidores disponibilizadas pelo setor de recursos humanos do
Ministério da Saúde. O fato da pesquisadora ser servidora do órgão e estar inserida no ambiente
organizacional foi um facilitador para a seleção dos sujeitos.

3.3. Coleta dos Dados

A entrada no campo se deu no período 07 a 18 de junho de 202, através de formulário


criado no Google Forms e encaminhado o link via e-mail institucional de 1560 trabalhadores
do ministério da saúde lotados em Brasília. O formulário foi submetido ao comitê de ética da
FGV e continha o termo de consentimento no corpo do mesmo. O questionário não foi
identificado, impossibilitando a identificação do participante. Para acessar as questões do
formulário o participante deveria responder SIM ao termo de consentimento, caso contrário, ele
era encaminhado para o final do formulário.
A primeira parte do questionário identificou o perfil do entrevistado, com identificação
de sexo, se era deficiente, o ano do nascimento, estado civil, quantidade de filhos, escolaridade,
tempo no serviço público, vínculo com o Ministério da saúde, setor em que trabalha no MS,
tempo de deslocamento ao trabalho no trajeto ida e volta casa-trabalho, e mais 3 perguntas sobre
o teletrabalho. Os trabalhadores que respondiam “NÃO” à questão “Você esteve de teletrabalho
durante a pandemia? ”, eram encaminhados para o final do questionário, e os demais que
respondiam SIM para essa questão davam continuidade até o final do questionário.
Antes de encaminhar os e-mails, foi realizado um teste piloto com 5 trabalhadores do
órgão, e após o retorno dos mesmos, deu-se prosseguimento com à coleta de dados.
A segunda parte do questionário se aprofundava ao tema teletrabalho, com identificação
das percepções dos trabalhadores sobre o tema, pontuando as vantagens e desvantagens
verificadas por eles e também os níveis de satisfação percebidos durante a experiência do
teletrabalho, interferência da internet e dos equipamentos utilizados durante as execuções do
31

trabalho. Ao final foi proposta uma pergunta aberta onde o participante podia contribuir sobre
o tema através da sua experiência vivenciada durante o processo. A saída do campo foi realizada
através de agradecimento no final do questionário e em alguns casos o agradecimento se deu
em forma de resposta ao e-mail que os trabalhadores haviam encaminhados informando a sua
participação na equipe.

3.4. Tratamento e Análise dos Dados

Os dados foram salvos em planilha do Excel, onde foi realizado a limpeza dos mesmos,
padronizando os dados obtidos por meio das perguntas abertas a fim de ajudar na realização das
análises estatísticas. Foram criadas tabelas, nuvem de palavras e gráficos para melhor
visualização e compreensão dos dados obtidos na coleta. Os gráficos foram produzidos com o
auxílio das ferramentas da Microsoft, o Excel e o Power Bi.

3.5. Limitações do Método

Foram encaminhados mais de 1.500 e-mails aos trabalhadores de Brasília e faltando 2


dias do final da coleta, foram enviados novamente aos mesmos trabalhadores reforçando a
importância do estudo para o Ministério da Saúde, e verificou-se a baixa adesão dos
trabalhadores em colaborar com o estudo, dificultando chegar em uma amostra ideal que
representa os trabalhadores lotados em Brasília.
A escolha do questionário se deu devido à agilidade na obtenção dos dados, dando
fluidez e otimizando o tempo e o acesso aos sujeitos selecionados. A amostra total não
representativa dos profissionais do Ministério da Saúde foram 448 pessoas de um total de 452
formulários respondidos.
Infelizmente não foi possível comparar o perfil das pessoas entrevistadas com o perfil
dos trabalhadores do Ministério da Saúde, devido a falta do quantitativo dos trabalhadores de
Brasília, com os perfis demográficos dos mesmos.
O quantitativo foi solicitado junto ao departamento de recursos humanos do órgão, o
qual informou que não possuía esses dados, assim foi solicitado a informação via Sistema
Eletrônico do Serviço de Informação ao Cidadão (e-SIC) e também esses dados não foram
disponibilizados.
32

4. RESULTADOS

Os resultados foram divididos e apresentados em seis etapas: caracterização do perfil


dos entrevistados; análise das questões referentes ao teletrabalho; pontos positivos e pontos
negativos do teletrabalho na percepção dos trabalhadores; análise dos níveis de satisfação dos
trabalhadores diante a modalidade; transcrição de depoimentos de alguns trabalhadores
referente as suas percepções em relação ao benefícios, dificuldades e desafios do teletrabalho e
finalizando com a validação das perguntas de pesquisa.

4.1. Perfil dos entrevistados

Os entrevistados são trabalhadores do Ministério da Saúde alocados em Brasília, de


forma a ser possível compreender as percepções dos trabalhadores sobre o teletrabalho no
contexto da pandemia de Covid-19, o que viabilizará a tomada de decisão para a sua adoção de
forma permanente.
Como passo inicial da pesquisa, o participante deveria concordar com o termo de
consentimento para uso dos dados, onde 452 trabalhadores do Ministério da Saúde lotados em
Brasília responderam à pesquisa, sendo que 04 deles discordaram em dar continuidade, sendo
direcionados para o final do formulário.
A Tabela 1 apresenta o perfil dos respondentes, destacando aspectos como sexo, faixa
etária, estado civil, quantidade de filhos, escolaridade, vínculo com o Ministério da Saúde,
tempo no serviço público, tempo de deslocamento da residência até o trabalho (ida e volta).

Tabela 1 - Perfil dos trabalhadores do Ministério da Saúde que responderam ao


questionário
Total
FA FR
Feminino 291 64,96%
Sexo
Masculino 157 35,04%
15 a 24 anos 2 0,44%
25 a 34 anos 66 14,73%
35 a 44 anos 210 46,88%
Faixa etária 45 a 54 anos 102 22,77%
55 a 64 anos 59 13,17%
65 anos 74 anos 8 1,79%
75 ou (+ )anos 1 0,22%
Solteiro (a) 134 29,91%
Estado civil
Casado (a) 231 51,57%
33

União estável (a) 49 10,93%


Divorciado (a) 29 6,48%
Outro - Viúvo (a),
5 1,11%
Separado (a) (5)
Nenhum 169 37,73%
Um 114 25,45%
Quantidade de Filhos Dois 127 28,34%
Três 35 7,82%
Quatro ou (+) 3 0,66%
Fundamental completo 1 0,22%
Médio completo 4 0,89 %
Superior incompleto 10 2,23 %
Escolaridade
Superior completo 78 17,41%
Pós-graduação 215 47,99%
Mestrado/Doutorado 140 31,26%
Servidor Público Federal 256 57,15%
Servidor Comissionado 7 1,57%
Servidor Cedido (a) 3 0,67%
Terceirizado 11 2,46%
Prestador de serviços 4 0,89%
Vínculo com o Ministério da Saúde
Pesquisador 1 0,22%
Estagiário 1 0,22%
Consultor 29 6,47%
Celetista 40 8,93%
Bolsista 96 21,42%
0 a 10 anos 182 40,63%
11 a 20 anos 188 41,97%
Tempo no Serviço Público 21 a 30 anos 43 9,60%
31 a 40 anos 29 6,47%
41 a 50 anos 6 1,33%
até 30 minutos 217 48,43%
de 31 a 1 hora e 30
167 37,27%
minutos
Tempo de Deslocamento
de 1 hora e 31 minutos a 2
47 10,50%
horas
acima de 2 horas 17 3,80%
Fonte: Dados da pesquisa. FA: Frequência Absoluta; FR: Frequência Relativa (%).

A pesquisa foi respondida por 448 trabalhadores, onde 11 deles declararam possuir
deficiência. Em relação ao gênero, são 157 do sexo masculino, o que corresponde a 35,04 % e
291 do sexo feminino, equivalente a 64,96 % do total. A maior parte dos respondentes
concentra-se entre a faixa etária 35 a 44 anos, o que corresponde a 46,88%, seguido de 22,77%
dos respondentes na faixa etária dos 45 a 54 anos.
Referente ao estado civil a maioria dos respondentes 51,57% são casados, que
equivalem à 231 trabalhadores; seguidos de 134 solteiros, totalizando 29,91% dos
34

trabalhadores. Os demais respondentes se dividem em 49 com união estável e 29 divorciados,


que equivalem respectivamente 10,93% e 6,45% dos trabalhadores, seguidos da minoria que
são separados e viúvos que somados chegam a 1,11%.
Levando em consideração a quantidade de filho, nota-se que 37,73 % dos respondentes
informaram não terem filhos, o que equivale à 169 trabalhadores, dos demais 25,45% possui
um filho correspondendo à 114 trabalhadores, e 28,34% possuem 2 filhos que representam 127
trabalhadores, e o restante dos trabalhadores que somam 38, possuem de 3 ou mais filhos, que
equivale a aproximadamente 8,50% dos respondentes.
Observa-se, ainda que a formação dos trabalhadores do Ministério da Saúde
respondentes, estão na maioria, concentradas nas escolaridades de pós-graduação, mestrado e
doutorado totalizando 79,25% que representa 355 respondentes.
Foram identificadas ainda, dez categorias diferentes de vínculos com o Ministério da
Saúde, sendo as que mais se destacaram foram os servidores públicos federais, com 57,15%
dos respondentes, seguidos de 21,42% de bolsistas, 8,93 % celetistas e 6,47% consultores.
Nota-se que aproximadamente 59,37% dos respondentes afirmam ter mais de 10 anos
de atuação no serviço público.
Percebe-se que o tempo de deslocamento gasto pelo trabalhador está mais concentrado
na faixa de até 30 minutos, equivalente à 48,43%, seguido de 37,27 % que levam de 31 minutos
a 1 hora e trinta minutos diariamente. Observou-se ainda, que 57,14% dos entrevistados
estiveram em teletrabalho na pandemia.

Gráfico 1: Visão dos trabalhadores com o teletrabalho.

Fonte: elaboração própria

No gráfico 1, é possível verificar que 84,84% dos trabalhadores consideram que suas
atividades podem ser desempenhadas no regime de teletrabalho sem prejuízos de produtividade,
35

desempenho e resultados, e mesmo alguns trabalhadores que não estiveram em teletrabalho


gostariam de optar pela modalidade pós pandemia.

4.2. Questões do Teletrabalho

Os resultados encontrados nessa seção são referentes aos trabalhadores que estiveram em
regime de teletrabalho durante a pandemia, totalizando 256 respondentes equivalente à
57,14%, dos quais responderam o questionário até o final.

Gráfico 2: Tempo (meses) em teletrabalho

Não recorda 0,78%

acima de 25 13,28%

19 a 24 13,68%

13 a 18 19,54%

7 a 12 24,22%

0a6 28,52%

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Fonte: elaboração própria

O Gráfico 2, demonstra o tempo em meses que o trabalhador esteve em teletrabalho,


sendo que 28,52% dos respondentes o que equivale à 73 trabalhadores estiveram de 0 a 6 meses,
seguidos de 24,22% dos respondentes, equivalente à 62 trabalhadores estiveram de 7 a 12 meses
de teletrabalho. Tendo ainda, 19,54% dos respondentes que equivale à 50 trabalhadores que
estiveram de 13 a 18 meses de teletrabalho; com 13,68% dos respondentes que representa 35
dos trabalhadores que ficaram 19 a 24 meses no teletrabalho; sendo assim os demais 13,28%
respondentes que equivale a 34 trabalhadores estiveram acima de 25 meses de teletrabalho e os
0,78% respondentes que equivale a 02 trabalhadores não recordam quantos meses de
teletrabalho desenvolveram.
36

Gráfico 3: Dias de trabalho em casa

Todos os dias da semana em casa 62,11%

Revezamento, com 4 dias em casa 3,91%

Revezamento, com 3 dias em casa 12,50%

Revezamento, com 2 dias em casa 15,63%

Revezamento, com 1 dia em casa 5,9%

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180

Fonte: elaboração própria

No Gráfico 3, observa-se que 62,11% dos trabalhadores permaneceram todos os dias da


semana em casa, o que equivale à 159 trabalhadores, sendo que os demais, totalizando 97
trabalhadores realizaram o seu trabalho em modo de revezamento, trabalhando pelo menos um
dia presencialmente no local de trabalho.
A unidade do Ministério da Saúde mais favorável ao teletrabalho foi a SE/MS, pois 70
respondentes estiveram em teletrabalho durante a pandemia e 91 trabalhadores da mesma
unidade consideram que seu trabalho pode ser desempenhado nesta modalidade, sendo que 82
trabalhadores gostariam de adotar o teletrabalho pós-covid.
Quando questionados se houve dificuldades em realizar o trabalho em casa, observou-
se que 58 trabalhadores informaram ter tido dificuldade, na tentativa de entender os motivos
dos trabalhadores não se adaptarem a modalidade, foi relacionado o resultado obtido com as
respostas dos que tiveram dificuldades durante o teletrabalho. Realizando uma análise de
conteúdo, a dificuldade que mais se destacou foi a falta de equipamentos de qualidade, estrutura
física e mobiliário adequados com 9 aparições, seguidas dos filhos com 7. A falta de
concentração aparece foi relatada 6 vezes, na sequência aparece a dificuldade em conciliar a
rotina doméstica com o trabalho com 5 aparições, e empatadas com 4 aparições ficaram a
conectividade com a internet e a dificuldade de concentração, o excesso de demandas foi
relatado 2 vezes e a solidão apareceu uma única vez como dificuldades do teletrabalho,
conforme a Tabela 2 abaixo:
37

Tabela 2: Dificuldades apresentadas para exercer o teletrabalho

Falta de equipamento de qualidade, mobiliário e estrutura física adequados 9


Filhos 7
Falta de contato físico com os colegas 6
Dificuldade em conciliar a rotina doméstica com o trabalho 5
Conectividade 4
Dificuldade de concentração 4
Excesso de demandas 2
Solidão 1
Fonte: elaboração própria

Algumas respostas foram transcritas abaixo com a finalidade de demonstrar o que 5


trabalhadores responderam sobre as dificuldades encontradas durante o teletrabalho.

“Falta de ambiente adequado, internet intermitente, indisponibilidade de toda a equipe


quando necessário” (Trabalhador 292).

“Conciliar trabalho com a demanda por atenção da filha; Falta de contato imediato
com os colegas para construções coletivas rápidas e ágeis; Perda da sinergia do
trabalho em grupo; Conexão ruim de internet; Computador pessoal com configuração
inferior àquela requerida pelas atividades laborais” (Trabalhador 224).

“Problemas com conectividade, ergonomia do mobiliário utilizado e solidão”


(Trabalhador 142).

“Dificuldade em obter contato com colegas de outros setores e demora no tempo de


resposta para mensagens de e-mail” (Trabalhador 157).

“Filho com 1 ano de idade, falta de equipamento de qualidade e excesso de


solicitações fora de hora do expediente” (Trabalhador 36).

Tabela 3: Condições domésticas para exercício do Teletrabalho

FA FR
Você usou computador, tablet ou telefone próprio para realizar o seu
251 98,04%
trabalho?
Você precisou adquirir equipamentos eletrônicos para realizar o
107 41,79%
teletrabalho?

Você possui um ambiente ergonômico para o teletrabalho na sua casa? 128 50,00%

Você teve treinamento específico para começar o teletrabalho? 10 3,91%

Seus familiares respeitavam seus horários e momentos de reunião


223 87,11%
durante o teletrabalho?
Fonte: Dados da pesquisa. FA: Frequência Absoluta; FR: Frequência Relativa (%).
38

A Tabela 3 representa os resultados das respostas positivas sobre os temas expostos nas
questões evidenciadas acima, e percebe-se que 98,04% dos teletrabalhadores utilizaram
equipamentos próprios para exercer suas atividades, e apenas 3,91% dos teletrabalhadores
tiveram treinamento para o teletrabalho. E percebe-se que 87,11% tiveram o apoio dos
familiares durante a modalidade e metade dos teletrabalhadores possuíam um ambiente
ergonômico em casa para exercer seu trabalho.

Gráfico 4: Em que área da residência o teletrabalho foi realizado

Espaço de uso comum dos moradores 53,13%

Escritório próprio 46,87%

110 115 120 125 130 135 140

Fonte: Elaboração própria.

Ao serem questionados em que área da residência o teletrabalho foi realizado, 53,13%


responderam que no espaço comum dos moradores e 46,87% no escritório próprio, conforme
demonstrado no gráfico 4.

Gráfico 5: Com que frequência a sua conexão com a internet interferiu na execução do
seu teletrabalho?

Nunca 20,31%

Raramente 48,83%

Ocasionalmente 19,92%

Frequentemente 7,03%

Muito frequente 3,91%

0 20 40 60 80 100 120 140

Fonte: Elaboração própria.


39

Conforme Gráfico 5, verifica-se que 48,83% dos trabalhadores em teletrabalho


raramente tiveram problemas com a conexão da internet, o que equivale a 125 respondentes,
sendo que 3,91% tiveram problemas muito frequentes com a conexão da internet. Observa-se
que a internet interfere significativamente na execução do teletrabalho, pois 79,6% dos
trabalhadores apresentaram instabilidades na conexão com a internet, totalizando 204
trabalhadores e apenas 52 relataram que nunca tiveram problemas com a conexão.

Gráfico 6: A sua carga horária em teletrabalho mudou em relação ao trabalho


presencial?

Permaneceu a mesma 38,28%

Dimimuiu 8,59%

Aumentou 53,13%

0 20 40 60 80 100 120 140 160

Fonte: Elaboração própria.

No gráfico 6, dos teletrabalhadores 53,13% referente aos 136, afirmaram que houve
aumento da sua carga horária em relação ao trabalho presencial, seguido de 98 teletrabalhadores
que corresponde a 38,28% que afirmaram que a carga horária permaneceu a mesma e apenas
22 teletrabalhadores que representa 8,59 informaram que ela diminuiu.

Gráfico 7: Do ponto de vista financeiro, como você avalia o custo-benefício do


teletrabalho?

Indiferente 10,94%

Desfavorável 2,73%

Favorável 86,33%

0 50 100 150 200 250


Fonte: Elaboração própria.
40

De acordo com o Gráfico 7, pode-se observar que financeiramente o teletrabalho é


vantajoso, pois 86,3% dos trabalhadores avaliaram que o custo-benefício é favorável, 10,9%
são indiferentes e apenas 2,73% se declararam desfavoráveis no quesito financeiro.

Gráfico 8: Do ponto de vista da produtividade, houve mudança em relação à realizada


presencialmente?

Permaneceu a mesma 31,25%

Diminuiu 4,69%

Aumentou 64,06%

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180


Fonte: Elaboração própria.

Referente à produtividade, a pesquisa identificou que 64,06% dos respondentes


consideraram que houve aumento. Conforme Mello, Santos e Shoiti et al (2014) em seu estudo,
mostra que o teletrabalho melhora a produtividade, essa constatação é possível ser verificada
na percepção dos trabalhadores do Ministério da Saúde, conforme demonstrado no Gráfico 8.
Destaca-se nas falas dos trabalhadores 442 e 408 que houve benefícios do ponto de vista
da produtividade:
“Avalio que foi muito positivo do ponto de vista da produtividade...” (Trabalhador
442).
“Verifico a produtividade como o maior benefício desta importante ferramenta de
trabalho.” (Trabalhador 408).

Gráfico 9: Para você, o relacionamento com os colegas de trabalho após o teletrabalho


mudou?

Permaneceu a mesma 73,83%

Piorou 10,94%

Melhorou 15,23%

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200

Fonte: Elaboração própria.


41

Quando os teletrabalhadores foram questionados se o relacionamento com os colegas


de trabalho mudou após o teletrabalho, no Gráfico 9, vemos que 73,83% disseram que
permaneceu da mesma maneira o relacionamento após o teletrabalho, seguido de 15,23% que
disseram que melhorou o relacionamento e a minoria representada por 10,94% dos
trabalhadores relataram que o relacionamento piorou após a modalidade.

4.3. Pontos positivos e Pontos Negativos do teletrabalho na percepção dos trabalhadores

4.3.1. Pontos Positivos Ranking

Os dados foram organizados de acordo com a ordem de importância, conforme proposto


no formulário. Para conseguir avaliar em forma de ranking, foram atribuídos pesos de acordo
com o grau de importância, sendo que 1° é multiplicado por 5, 2° é multiplicado por 4, 3° é
multiplicado por 3, 4° é multiplicado por 2 e 5° é multiplicado por 1, sendo que o valor final é
a somatória dos votos multiplicados pelos referentes pesos. Através desse total os 5 primeiros
mais votados foram organizados em forma de tabela de ranking e gráfico dos 5 mais pontuados.

RANKING 1° 2° 3° 4° 5° TOTAL
Melhora na qualidade de vida 81 26 17 11 13 595
Redução no tempo de deslocamento
24 47 22 18 22 432
até o trabalho
Flexibilidade de horários 14 16 30 40 20 324
Desafogamento do trânsito nas
39 11 9 10 22 308
cidades
Redução de custo com transporte 12 26 15 14 18 255
Equilíbrio entre trabalho e vida
16 15 20 15 10 240
pessoal
Melhora na saúde mental 9 23 22 12 5 232
Maior produtividade 13 17 10 16 19 214
Redução de custo com alimentação 4 10 28 15 13 187
Maior concentração 13 10 9 8 9 157
Mais tempo para desenvolvimento
6 4 9 12 21 118
pessoal e profissional
Maior autonomia na vida pessoal 4 10 9 10 7 114
Agilidade na execução de tarefas 4 9 8 12 7 111
Melhora na saúde física 2 5 15 8 7 98
Melhora no relacionamento familiar 4 9 7 6 1 90
Redução de custo com vestuário 2 3 5 15 14 81
Diminuição no risco de acidentes no
3 1 5 5 16 60
trajeto casa-trabalho
Diminuição de absenteísmo 3 3 2 9 8 59
Maior criatividade 1 2 4 4 2 35
42

Diminuição na rotatividade de
1 0 1 2 5 17
pessoal
Maior diversidade no quadro de
0 0 0 3 4 10
servidores
Fonte: elaboração própria

Gráfico 10: Gráfico do Ranking dos pontos positivos do teletrabalho

Pontos Positivos
700
595
600

500
432
400
324 308
300 255

200

100

0
Melhora na qualidade Redução no tempo de Flexibilidade de Desafogamento do Redução de custo com
de vida deslocamento até o horários trânsito nas cidades transporte
trabalho

Fonte: elaboração própria

Destaca-se que, em primeiro lugar, os trabalhadores elegeram como ponto positivo a


melhora da qualidade de vida, com 595 pontos, em segundo lugar ficou a redução no tempo de
deslocamento até o trabalho com 432 pontos, em terceiro lugar a flexibilidade de horários com
324 pontos, em quarto lugar com 308 pontos ficou o Desafogamento do trânsito nas cidades e
em quinto lugar ficou a redução de custos com transporte com 255.
4.3.2. Pontos Negativos Ranking

Os pontos negativos seguiram o mesmo padrão dos pontos positivos sendo os dados
organizados de acordo com a ordem de importância, conforme proposto no formulário. Para
conseguir avaliar em forma de ranking, foram atribuídos pesos de acordo com o grau de
importância, sendo que 1° é multiplicado por 5, 2° é multiplicado por 4, 3° é multiplicado por
3, 4° é multiplicado por 2 e 5° é multiplicado por 1, sendo que o valor final é a somatória dos
43

votos multiplicados pelos referentes pesos. Através desse total os 5 primeiros mais votados
foram organizados em forma de tabela de ranking e gráfico dos 5 mais pontuados.

RANKING 1° 2° 3° 4° 5° TOTAL
Perda de integração e convívio com
36 33 44 30 20 524
chefes e colegas
Dificuldade na separação da hora de
36 32 16 19 21 415
lazer e hora de trabalho
Jornada de trabalho extensa 29 27 27 24 19 401
Aumento no custo pessoal com
42 13 16 15 28 368
equipamentos e internet
Esforço maior para sincronizar
18 29 23 15 11 316
ações com os demais colegas
Maiores distrações dentro de casa 15 27 20 20 18 301
Aumento de metas 10 12 15 17 14 191
Menor colaboração com a equipe 3 16 14 18 9 166
Dificuldade em receber promoção
6 11 12 18 16 162
dentro da equipe
Estresse 10 7 4 7 13 117
Risco de acidentes ergonômicos e
de segurança no ambiente de 5 6 8 8 7 96
teletrabalho
Dificuldade no uso de novas
4 6 6 12 9 95
tecnologias
Maior controle da chefia 2 6 8 10 10 88
Alimentação inadequada 6 6 5 4 7 84
Piora na saúde mental 6 3 8 6 6 84
Aumento nos vícios com tabaco e
3 3 3 3 6 48
álcool
Piora na saúde física 4 1 1 7 5 46
Perda de motivação 5 1 2 2 5 44
Piora no convívio familiar 4 1 2 1 8 40
Menor criatividade 0 1 1 3 1 14
Fonte: elaboração própria
44

Gráfico 11: Gráfico do Ranking dos pontos negativos do teletrabalho

Pontos Negativos
600

524
500

415
401
400 368
316
300

200

100

0
Perda de integração e Dificuldade na Jornada de trabalho Aumento no custo Esforço maior para
convívio com chefes e separação da hora de extensa pessoal com sincronizar ações com
colegas lazer e hora de equipamentos e os demais colegas
trabalho internet

Fonte: elaboração própria

O ponto mais negativo que os trabalhadores elegerem foi a perda de integração e convívio
com chefes e colegas, com 524 pontos, na sequência vem a dificuldade na separação da hora de
lazer e hora de trabalho, recebendo 415 pontos, seguido de 401 pontos da jornada de trabalho
extensa, em penúltimo lugar ficou o aumento no custo com equipamentos e internet que
obtiveram 368 pontos, ficando como o ultimo mais votado com 316 pontos o esforço maior
para sincronizar ações com os demais colegas.

4.4. Níveis de Satisfação

Para classificar os níveis de satisfação dos trabalhadores, referente ao teletrabalho foi


realizado perguntas dos quais eles respondiam de acordo com o nível de satisfação, sendo que
cada resposta atribuía-se um número, onde: muito insatisfeito(a) equivalia ao número 1, seguido
de Insatisfeito (a) ao número 2, Indiferente ao 3, Satisfeito(a) ao 4 e Muito Satisfeito equivalente
ao 5, assim os dados foram tabulados de acordo com as 16 questões propostas sobre o
teletrabalho e os níveis de satisfação que cada trabalhador avaliaram em cada questão, no final
foi realizado a contagem de quantas vezes os números se repetiam para calcular o percentual
baseado no total de 256 respondentes que estiveram em teletrabalho.
45

Muito Muito
Satisfeito Insatisfeito
Questões Satisfeito Indiferente Insatisfeito
(a) (a)
(a) (a)
Benefícios proporcionados pelo
teletrabalho quando comparado
Q1 36% 36% 18% 6% 4%
ao cumprimento das metas de
desempenho que preciso atingir

Q2 Condições de trabalho em casa 3% 9% 28% 30% 30%

Preocupação da instituição com a


Q3 saúde ocupacional dos servidores 4% 8% 27% 29% 32%
sob regime de teletrabalho
Infraestrutura necessária para o
Q4 2% 9% 27% 24% 39%
teletrabalho fornecida pelo MS
Sistemas de informática
corporativos (Teams, portal e
Integra MS, webmail, SEI, entre
Q5 17% 44% 21% 12% 6%
outros) necessários ao
cumprimento das minhas
atividades
Jornada de trabalho necessária
(carga horária diária e semanal
Q6 dedica às atividades do trabalho) 13% 41% 26% 15% 5%
a cumprir integralmente a meta
para manter o serviço em dia
Possibilidade de planejar as
Q7 próprias atividades/tarefas de 29% 45% 16% 7% 3%
trabalho
Autonomia na execução de
Q8 minhas atividades/tarefas do 33% 45% 14% 4% 3%
trabalho
Feedback por parte do gestor da
Q9 unidade, ou chefia imediata sobre 15% 36% 25% 13% 11%
o resultado do meu trabalho
Igualdade de tratamento com
Q10 integrantes da equipe e 10% 25% 35% 16% 14%
oportunidades de crescimento
Interação com colegas de trabalho
para dirimir dúvidas, tratar de
Q11 15% 42% 22% 15% 6%
assuntos do trabalho, trocar
informações
Equilíbrio de tempo que preciso
dispor para cumprir minha meta
Q12 para manter o serviço em dia e a 20% 41% 20% 15% 5%
disponibilidade de tempo para
vida pessoal
Equilíbrio entre minha vida
Q13 30% 39% 14% 13% 5%
profissional e minha vida familiar
Equilíbrio entre minha vida
Q14 profissional e o tempo para o 25% 39% 16% 16% 4%
lazer
Segurança para se manter
Q15 (continuar) no regime de 25% 25% 20% 17% 14%
teletrabalho
Sobre minha qualidade de vida
Q16 45% 34% 8% 8% 4%
em regime de teletrabalho
Fonte: elaboração própria
46

Na tentativa de melhorar a visualização dos níveis de satisfação, o gráfico abaixo


possibilita verificar em quais itens os trabalhadores estavam mais satisfeitos e menos satisfeitos
em suas experiências vivenciadas no teletrabalho, também é possível identificar a neutralidade
dos níveis de satisfação dos trabalhadores que são indiferentes as questões propostas, uma vez
que elas alteram aos resultados obtidos nos níveis de satisfação e insatisfação dos respondentes.

Gráfico 12: Gráfico de níveis de satisfação.

Fonte: elaboração própria

Para analisar os níveis de satisfação e insatisfação foi realizado a soma dos percentuais
das respostas de cada questão, sendo o nível de satisfação adquirido pela soma dos percentuais
de “Muito Satisfeito” com “Satisfeito”, e para o nível de insatisfação foi realizado a soma dos
percentuais das respostas “Insatisfeito” e “Muito Insatisfeito”, não levando em consideração o
percentual das respostas “Indiferente”, pois elas não alteram análise.
Dentre as 16 questões apresentadas para avaliar o nível de satisfação dos entrevistados
quanto à modalidade de trabalho remoto foi utilizada a escala Likert com cinco opções de
avaliação, quanto ao grau de satisfação. Utilizando o gráfico acima, as 3 questões que trazem
47

maior satisfação entre os trabalhadores são a questão 16 “Sobre minha qualidade de vida em
regime de teletrabalho” que obteve maior grau de satisfação, equivalente à 79%, esse indicador
ratifica o Gráfico 10, onde a melhora na qualidade de vida é apontada, pelos respondentes, como
o principal ponto positivo do teletrabalho. Em segundo lugar os trabalhadores estão satisfeitos
quanto à questão 8 “Autonomia na execução de minhas atividades/tarefas do trabalho” com
78%, e em terceiro lugar de satisfação está a questão 7 “Possibilidade de planejar as próprias
atividades/tarefas de trabalho” com 74% dos trabalhadores.
Destaca-se que na percepção dos trabalhadores, a qualidade de vida fica evidenciada
quando associada ao teletrabalho, conforme encontrado no estudo de Oliveira (2021) que
aponta que há predominância da ideia de bem-estar e qualidade de vida nessa modalidade,
também é possível verificar essa predominância nas respostas dos trabalhadores 164 e 423.
“Benefícios: melhora na qualidade de vida, pois temos tempo para cuidar de outras
áreas pessoais [...]” (Trabalhador 164).

“Eu nunca trabalhei tão feliz em todo os meus 22 anos de serviço público, como no
teletrabalho. Iniciava o trabalho muito mais disposta e mesmo que a jornada as vezes
se estendia, eu me sentia bem[...]” (Trabalhador 423).

Quanto aos níveis de insatisfação dos trabalhadores se destaca em primeiro lugar a


questão 4 “Infraestrutura necessária para o teletrabalho fornecida pelo MS”, que equivale a 63%
o que remete ao demonstrado no Gráfico 11 onde mostra que houve o aumento no custo pessoal
com equipamentos e internet como ponto negativo do teletrabalho, causando o maior percentual
dos trabalhadores que estão insatisfeitos devido o Ministério da Saúde não fornecer os
equipamentos e nem a infraestrutura necessária para exercer o trabalho em casa. Na segunda
posição de insatisfação dos trabalhadores ficou a questão 3 “ Preocupação da instituição com a
saúde ocupacional dos servidores sob regime de teletrabalho” com 61%, na terceira posição
ficou a questão 2 “Condições de trabalho em casa” com 60%.
Infere-se que a insatisfação dos trabalhadores não está relacionada diretamente com o
teletrabalho vivenciado e sim com o posicionamento da instituição referente a modalidade de
trabalho durante a pandemia. Filard, Castro e Zanini (2020) também destacam que a falta de
infraestrutura é identificada como uma desvantagem, assim a pesquisa está alinhada com alguns
autores da literatura. O trabalhador 289 aponta que “Como dificuldade a falta de infraestrutura
quanto aos equipamentos necessários, local adequado e horário excessivo[...]”
48

4.5. Transcrição da questão aberta

A nuvem de palavras apresentadas acima permite verificar os termos que mais se


destacaram nas respostas à questão “Faça considerações sobre os benefícios, desafios e
dificuldades vivenciados por você no regime de teletrabalho (Home Office). ”, onde os
trabalhadores poderiam escrever sobre sua experiência no teletrabalho no período da pandemia.
Dessa maneira, abaixo foram transcritas as respostas de 10 trabalhadores sobre a temática acima
proposta.

“A experiência com teletrabalho foi surpreendente, excelente mesmo, graças às


tecnologias disponíveis que eliminaram barreiras de distância, tivemos a oportunidade
de realizar tarefas com atores do País inteiro e muitas vezes com Países estrangeiros
sem nenhuma dificuldade. A inclusão de colaboradores fora de Brasília proporcionou
um intercâmbio de informações fantástico o que traz ganho ao MS em todas as esferas.
Tivemos a oportunidade de atuar com especialistas que só o teletrabalho possibilitou.
A economia de tempo, a mitigação de riscos de acidentes de trânsito, assaltos,
economia de recursos, redução de poluentes, etc, foram outros ganhos significativos.
Oportunidade de estender a jornada sem exposição a estes riscos já que atuo na área
de TI onde frequentemente trabalhamos em horário noturno ou em finais de
semana\feriados foi no mínimo uma tranquilidade para atuar. ” (Trabalhador 133)

“A pandemia me fez perceber que todo o desgaste emocional e financeiro no


deslocamento e permanência no local de trabalho é totalmente desnecessário. Todos
as atividades foram realizadas sem nenhum prejuízo. ” (Trabalhador 213).

“Benefícios: melhora na qualidade de vida, pois temos tempo para cuidar de outras
áreas pessoais. Dificuldades: equipamentos e mobiliário adequados, desafios
mensurar a produtividade e definir as metas. ” (Trabalhador 164).
49

“Especificamente para mim que tenho filha autista que faz terapias em horários
variados e trabalho 6h o teletrabalho foi uma benção. Poder levar e buscar minha filha
na escola. Levar as terapias e retomar o trabalho quando voltar. Ter essa flexibilidade
foi muito bom. Dificuldades que enfrentei foi uma mudança de equipe novas
atribuições mais complexas e estar presencial com os demais facilitou muito o
aprendizado que senti dificuldade via Teams vídeo chamada até porque fica mais
complicado as pessoas pararem o que está fazendo para ensinar, isso no presencial é
mais fácil. ” (Trabalhador 111).

“Avalio que foi muito positivo do ponto de vista da produtividade. As reuniões via
Teams e outras plataformas proporcionaram maior pontualidade e dinamismo das
reuniões. A plataforma permitiu melhor registro das reuniões. Além disso, muito o
tempo de deslocamento para o trabalho, o que também contribuiu para melhor
produtividade. Outro ponto positivo foi a utilização do Teams, Planner e outras
ferramentas para compartilhamento e monitoramento dos trabalhos, de forma
compartilhada e integrada por toda e equipe. A melhor produtividade também
permitiu também que eu pudesse dedicar algum tempo no cuidado dos meus filhos, o
que foi muito importante especialmente durante a Pandemia. Entre as dificuldades, no
início da Pandemia, antes da disseminação do Teams, tivemos algumas dificuldades
para que alguns usuários se familiarizassem com plataformas digitais de reunião, mas
isso foi resolvido com o decorrer dos tempos. ” (Trabalhador 442).

“Essa experiência trouxe à tona potencialidades do teletrabalho, contudo também se


inseriu em um contexto de extrema insegurança e medo das pessoas, devido ao cenário
da pandemia e pela incerteza de quando retornariam as atividades de rotina, o que
aumentou a ansiedade das pessoas. Situações que geraram sentimentos que se
misturam. Sob o meu ponto de vista, o melhor regime seria o hibrido, pois proporciona
a convivência entre os colegas e chefes, o que facilita a resolução de problemas
práticos e aproxima as pessoas aumentando a confiança entre elas. Além de
proporcionar momentos de maior flexibilidade de horários, facilitando a resolução de
problemas pessoais sem afetar o desempenho no trabalho, menor gasto de transporte,
alimentação e vestuários, e momentos de maior concentração, o que contribui para a
produtividade do profissional, especialmente para algumas agendas. “ (Trabalhador
345).

“Eu acredito que os benefícios são infinitamente maiores que os desafios e


dificuldades, a possibilidade de acompanhar de perto a vida dos filhos, em especial
quando ainda estão na primeira infância, a flexibilidade no horário, o fato de não
perder pelo menos duas horas por dia no deslocamento, a economia com gastos de
alimentação, vestuário e veículo, não ter desgaste enfrentando engarrafamentos e
procurando vaga para estacionar. Na experiência que tive com o teletrabalho vejo que
as dificuldades, como por exemplo a diminuição da interação com a equipe, podem
ser superadas com pequenos ajustes e acordos entre os integrantes, acredito que uma
boa comunicação entre as partes é suficiente para superar os desafios que a meu ver
são muito pequenos em frente aos benefícios. E uma coisa é certa, possivelmente se
não houver a possibilidade de me candidatar ao teletrabalho no meu setor, com certeza
irei procurar essa oportunidade em outras áreas ou se preciso for em outros órgãos. ”
(Trabalhador 85).

“Eu nunca trabalhei tão feliz em todo os meus 22 anos de serviço público, como no
teletrabalho. Iniciava o trabalho muito mais disposta e mesmo que a jornada as vezes
se estendia, eu me sentia bem. Pude ficar mais junto da minha família, principalmente
com minha mãe que tem doença renal terminal, eu conseguia conciliar o trabalho e a
alimentação, curativo, medicamentos dela, sem dizer o convívio mesmo.
Adicionalmente, com o teletrabalho, consegui trabalhar e fazer mestrado, sem precisar
de afastamento. ” (Trabalhador 423).

“Foi excelente a experiência de passar um tempo trabalhando em casa pois não


prejudicou meu desempenho nas atividades do MS. Nesse contexto, sou totalmente a
favor do Home Office. Isso é qualidade de vida para os servidores com ganho
50

financeiro para a União (tanto com economia de gastos com água, luz, telefone ou
aparelhos de tecnologia, como também com resultados apresentados pelos servidores
com um número maior de produtividade. ” (Trabalhador 405).

“Verifico a produtividade como o maior benefício desta importante ferramenta de


trabalho, elenco a instabilidade dos provedores de internet como desafio a ser
enfrentado para o melhor desempenho das atividades. ” (Trabalhador 408).

“Meu esposo faleceu de covid em Abril/2021. Nós estávamos no resguardo do nosso


segundo bebê quando isso aconteceu. Infelizmente ele não teve acesso à vacina. Não
há palavras para explicar quanto tudo isso foi, está sendo e será devastador. Estive em
teletrabalho em 2020 de início por ser de risco (tenho doença metabólica) e depois
também pela descoberta da gravidez. O teletrabalho foi uma experiência bastante
intensa e que nos exigiu bastante não só por ter sido algo que não foi planejado e
preparado, mas também porque "a casa" se tornou o único universo em que podíamos
estar... nós, nosso primeiro bebê e os outros familiares a quem demos abrigo no nosso
apartamento pequenininho. Foi um teletrabalho cercado de atipias. Não é possível
avaliar o teletrabalho como entidade neutra a partir da experiência na pandemia
porque justamente a pandemia nos atravessou com milhares de exigências e
peculiaridades. Exercer o teletrabalho na pandemia foi o pior dos mundos e também
o melhor dos mundos... foi o que nos poupou de sermos contaminados. Justamente
quando meu esposo retornou à atividade dele em Março/2021 é que ele se
contaminou... e com isso veio o desfecho mais temido. Quando citei a necessidade de
ajuda psicológica na pandemia, foi em razão de suporte psicoterápico para mim no
contexto do luto.” (Trabalhador 393).

4.5. Validação das Perguntas de Pesquisa

1. Os trabalhadores têm uma visão positiva do teletrabalho?

Os resultados corroboram para uma visão positiva do teletrabalho na visão dos


trabalhadores do Ministério da Saúde, através das percepções e devolutivas obtidas
através das respostas do questionário, e também das experiências que forma descritas
na resposta aberta ao final do formulário, onde eles puderam expor as experiências
vivenciadas durante a pandemia.

2. Houve aumento da prática de atividade física, durante a pandemia, devido


flexibilização de horário permitida pelo teletrabalho?
51

Gráfico 13: Prática de atividade física

109
Sim
70

60
Não
17

0 20 40 60 80 100 120

Mulheres Homens

Fonte: elaboração própria

Questionou-se aos teletrabalhadores se “Praticou alguma atividade física durante a


pandemia? ”, do total de 256 trabalhadores, 179 praticaram e 77 não praticaram, que equivalem
respectivamente 69,92% e 30,08%. Dentre os trabalhadores que praticaram atividade física
estão 109 mulheres e 70 homens e dos que não praticaram foram 60 mulheres e 17 homens,
assim, através dos resultados obtidos, é possível verificar um aumento na prática de atividade
física pelos trabalhadores, pois o percentual atingido foi acima do dobro dos que não praticaram.

3. Os trabalhadores que gastam maior tempo de deslocamento, entre casa-trabalho-


casa, preferem dar continuidade no teletrabalho após o fim da pandemia?

Na tentativa de encontrar resposta para essa pergunta, utilizou-se o número de


trabalhadores que que gastam acima de 30 minutos de deslocamento, sendo que a quantidade
desses trabalhadores totaliza 231, onde 174 optariam pelo teletrabalho pós pandemia e 52 não
optariam por aderir essa modalidade, assim, os resultados permitem verificar que o tempo gasto
no deslocamento interfere na adesão do trabalhador ao regime de teletrabalho pós pandemia.

4. Na visão dos trabalhadores o teletrabalho apresenta custo benefício financeiro;


52

De acordo com o Gráfico 7, pode-se observar que pelos resultados demonstrados,


verificou-se que 86,3% dos trabalhadores foram favoráveis ao custo benefício financeiro
gerando pela experiência do teletrabalho no Ministério da Saúde.
53

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo buscou compreender as percepções dos trabalhadores através das


experiências de teletrabalho vivenciadas durante a pandemia da COVID-19.
Muitos estudos evidenciam que a pandemia interferiu diretamente na forma de trabalho
das pessoas, e a obrigatoriedade do isolamento permitiu que trabalhadores tivessem a
oportunidade de trabalhar de casa.
Os resultados obtidos demonstram que a experiência vivenciada pelos trabalhadores do
Ministério da Saúde que participaram da pesquisa, de um modo geral foi avaliada como
satisfatória, devido a maioria dos trabalhadores apresentarem respostas favoráveis sobre sua
experiência durante o período pandêmico, mas é possível verificar um incomodo referente as
condições de trabalho tanto no ambiente doméstico quanto a infraestrutura fornecida pelo órgão
aos trabalhadores que exerceram suas atividades no ambiente domiciliar.
A falta de planejamento e o despreparo do órgão e dos trabalhadores na pandemia,
somadas a necessidade da continuidade dos serviços públicos, dificultaram o apoio fornecido
pelo órgão na pandemia, , devido as medidas de isolamento social impostas pela pandemia, na
qual interferiram na implantação da modalidade de maneira ordenada, pois o Ministério da
Saúde além de gerenciar a saúde no Brasil, também tinha que dispor de parte da sua força de
trabalho para o regime de teletrabalho interferindo na implantação e no aproveitamento dos
benefícios proporcionados pelo de teletrabalho.
Existem pontos críticos que afetaram os níveis de satisfação dos trabalhadores na
experiência vivenciada, mas eles podem ser revistos pela instituição e pelos trabalhadores para
melhorar o nível de satisfação.
Observou-se que 84% dos trabalhadores tem interesse em aderir a modalidade de
teletrabalho, mas destaca-se a importância do apoio da instituição e o aprimoramento do
programa de gestão de desempenho que foi adotado pelo Ministério da Saúde pós-pandemia,
com a finalidade de definir as regras da modalidade de forma clara e que seja favorável a todas
as partes envolvidas melhorando o desempenho do trabalhador, gerando economia e eficiência
na prestação dos serviços públicos, de forma a alcançar melhores resultados e níveis de
satisfação.
O estudo realizado analisou apenas a percepção dos trabalhadores do Ministério da
Saúde lotados em Brasília, cabe expandir as pesquisas sobre essa temática no órgão, ampliando
a amostra para os demais trabalhadores do Ministério em todas as unidades da instituição, para
54

identificar melhor as percepções sobre o teletrabalho quanto ao real aumento da produtividade


e da qualidade de vida, com índices para medição do impacto que essas vantagens causam na
vida dos trabalhadores e na rotina da organização. Aprofundar nesse estudo permite gerar
novos insigths para melhoria de estratégias de desempenho, que proporciona melhor
aprimoramento da modalidade de teletrabalho e o avanço de ações inovadoras na Administração
Pública, gerando um melhor gerenciamento das equipes, das atividades e aumentando a
eficiência na prestação de serviços aos cidadãos.
6. REFERÊNCIAS

ADERALDO, I. L., ADERALDO, C. V. L., & LIMA, A. C. (2017). Aspectos críticos do


teletrabalho em uma companhia multinacional. Cadernos EBAPE.BR, 15(spe), 511–533.
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deficiência no contexto de emergência em saúde pública decorrente do novo Coronavírus,
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https://junin7.jusbrasil.com.br/artigos/612507652/o-teletrabalho-e-a-lei-13467-2017.Acesso
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ganha-impulso-na-pandemia-mas-regulacao-e-objeto-de-controversia. Acesso em: 22 agosto
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Administração de Empresas, v. 42, n. 3, p. 54-65, 2002.
7. APÊNDICE

O teletrabalho na visão dos trabalhadores do Ministério da Saúde lotados em Brasília

Termo de Consentimento

Pesquisa anônima

Prezado (a) participante,

Meu nome é Danielle Pereira de Oliveira, sou servidora do Ministério da Saúde e mestranda em
Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas-EBAPE e estou realizando esta pesquisa
para embasar os dados do meu trabalho de conclusão do curso de Mestrado Profissional em
Administração Pública da EBAPE/FGV, cujo tema é “O teletrabalho na visão dos trabalhadores
do Ministério da Saúde lotados em Brasília, com a orientação da Prof.ª Dr.ª Joana da Costa
Martins Monteiro.
Sua participação não é obrigatória, a qualquer momento você poderá desistir de participar e
retirar seu consentimento. Sua recusa, desistência ou retirada de consentimento não acarretará
prejuízo.
Suas respostas são muito importantes para o processo de coletas de dados que não serão
identificados, assegurando a sua privacidade e a confidencialidade das informações. Os riscos
serão mínimos, pois há possibilidade de cansaço e aborrecimento ao responder o questionário e
não haverá custos relacionados à sua participação.
Para o preenchimento do questionário, será gasto aproximadamente 12 minutos. Não haverá
identificação pessoal, e sua privacidade será mantida. Todas as respostas serão utilizadas para
fins acadêmicos.
Os benefícios de sua participação compreendem não apenas o ensejo de acompanhar o processo
de investigação, como as oportunidades de colaborar para o aprofundamento dessa pesquisa e
evoluções nos estudos acadêmicos sobre o tema, através de sua experiência vivenciada no
Ministério da Saúde, permitindo uma melhor reflexão sobre a modalidade teletrabalho e gerando
valor não só para pesquisa, mas para a organização e a sociedade.
Pedimos que retorne o quanto antes para dar prosseguimento ao estudo.
Esse questionário é destinado a todos os trabalhadores lotados em Brasília, independente do
vínculo e se estiveram em teletrabalho ou não.
Nesta pesquisa não existem respostas certas ou erradas.
Contato da Pesquisadora: Danielle Pereira de Oliveira – E-mail institucional:
danielle.deoliveira@saude.gov.br ou E-mail particular: danyoliverpereira@gmail.com
Comitê de Conformidade Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Fundação Getulio Vargas
– CEPH/FGV: Praia de Botafogo, 190, sala 1611, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, CEP 22250-900.
Telefone (21) 3799-6216. E-mail: etica.pesquisa@fgv.br.
*Obrigatório

Consentimento para uso de dados*

( ) Concordo
( ) Não concordo

Caso a resposta seja “Não concordo”, o respondente será encaminhado diretamente


ao final do questionário, caso contrário o questionário segue para a próxima pergunta

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

O presente questionário tem por objetivo investigar dentre os trabalhadores do Ministério da


Saúde lotados em Brasília-DF as suas percepções sobre o teletrabalho, através da experiência
vivenciada no período da pandemia COVID-19 e sua relação com a qualidade de vida no
trabalho.

PERFIL DO RESPONDENTE

1. Sexo (biológico)?

( ) Feminino ( ) Masculino

2. É pessoa com deficiência?

( ) Sim ( ) Não

3. Ano do nascimento? *preencher os 4 dígitos do ano ex: (1983)

________________________________________________________________________

4. Estado civil?

( ) Solteiro (a) ( ) Casado (a) ( ) União estável ( ) Outros

5. Quantidade de filhos?

( ) Nenhum ( ) 01 ( ) 02 ( ) 03 ( ) 04 ou mais
6. Nível de ensino?
( ) Fundamental completo ( ) Médio completo ( ) Superior completo
( ) Superior incompleto ( ) Pós-graduação ( ) Mestrado/Doutorado
7. Quanto tempo de serviço público? Preencher em anos, caso seja menor que 1 ano, favor
colocar 0 (zero).

___________________________________________________________________________

8. Vínculo com Ministério da Saúde?

( ) Servidor Público Federal ( ) Servidor Comissionado ( ) Consultor

( ) Bolsista ( ) Celetista ( ) Terceirizado ( ) Prestador de Serviços

( ) Outro

9. Qual seu setor no MS? Preencher com sigla igual à utilizada no SEI. Ex: GAB/SGTES

10. O tempo de deslocamento que você gasta de casa para o trabalho, do trabalho para a casa
é de?

( ) até 30 minutos ( ) de 31 minutos a 1 hora e 30 minutos


( ) 1 hora e 31 minutos a 2 horas ( ) acima de 2 horas

11. Você considera que seu trabalho pode ser desempenhado na modalidade teletrabalho, sem
prejuízo de produtividade, desempenho e resultado?

( ) Sim ( ) Não

12. Você gostaria de optar pelo teletrabalho pós pandemia do COVID-19?


( ) Sim ( ) Não

13. Você esteve de teletrabalho durante a pandemia?


( ) Sim ( ) Não

TELETRABALHO

14. Quantos meses de serviço em regime de teletrabalho?


___________________________________________________________________________

15. A respeito dos dias de trabalho em casa foi?

( ) Revezamento, com 1 dia em casa ( ) Revezamento com 2 dias em casa


( ) Revezamento com 3 dias em casa ( )Revezamento com 4 dias em casa
( ) Todos os dias da semana em casa

16. Você teve dificuldades em realizar seu trabalho em casa?

( ) Sim ( ) Não

17. Em caso afirmativo à questão anterior, quais as dificuldades encontradas?

18. O teletrabalho foi realizado em que área da residência?

( ) Escritório próprio ( ) Espaço de uso comum dos moradores

19. Você usou computador, tablet ou telefone próprio para realizar seu trabalho?
( ) Sim ( ) Não

20. Você precisou adquirir equipamentos eletrônicos para realizar o teletrabalho?


( ) Sim ( ) Não
21. Com que frequência a sua conexão com a internet interferiu na execução do seu trabalho?
( ) Muito frequente ( ) Frequentemente ( ) Ocasionalmente ( ) Raramente
( ) Nunca

22. Você possui um ambiente ergonômico para o teletrabalho em sua casa?


( ) Sim ( ) Não

23. Você teve treinamento específico para começar o teletrabalho?

( ) Sim ( ) Não

24. A sua carga horária em teletrabalho mudou em relação ao trabalho presencial?

( ) Aumentou ( ) Diminuiu ( ) Permaneceu a mesma

25. Do ponto de vista financeiro, como você avalia o custo-benefício do teletrabalho?

( ) Favorável ( ) Desfavorável ( ) Indiferente


26. Seus familiares respeitavam seus horários e momentos de reunião durante o teletrabalho?
( ) Sim ( ) Não

27. Do ponto de vista da produtividade, houve mudança em relação à realizada


presencialmente?

( ) Aumentou ( ) Diminuiu ( ) Permaneceu a mesma

28. Para você, o relacionamento com os colegas de trabalho após o teletrabalho mudou?

( ) Melhorou ( ) Piorou ( ) Não houve mudanças

AVALIE OS PONTOS POSITIVOS DO TELETRABALHO

29. Escolha 5 dentre as opções abaixo e classifique-as de 1 a 5 de acordo com o grau de


importância os pontos positivos do teletrabalho. Onde o 1° é a opção que mais acha importante,
e 5° a menos importante. Obs.: Não repetir o número.
Pergunta 1° 2° 3° 4° 5°
Desafogamento do trânsito nas cidades
Redução no tempo de deslocamento até o
trabalho
Redução de custo com alimentação
Redução de custo com vestuário
Redução de custo com transporte
Melhora na qualidade de vida
Melhora no relacionamento familiar
Maior autonomia na vida pessoal
Equilíbrio entre trabalho e vida pessoal
Melhora na saúde mental
Melhora na saúde física
Flexibilidade de horários
Agilidade na execução de tarefas
Maior criatividade
Maior concentração
Maior produtividade
Mais tempo para desenvolvimento pessoal e
profissional
Maior diversidade no quadro de servidores
Diminuição na rotatividade de pessoal
Diminuição de absenteísmo
Diminuição no risco de acidentes no trajeto
casa-trabalho
Outro: ___________________
AVALIE OS PONTOS NEGATIVOS DO TELETRABALHO
30. Escolha 5 dentre as opções abaixo e classifique-as de 1 a 5 de acordo com o grau de
importância os pontos negativos do teletrabalho. Onde o 1° é a opção que mais acha importante,
e 5° a menos importante. Obs.: Não repetir o número.

Linhas 1° 2º 3° 4° 5°
Aumento no custo pessoal com equipamentos e
internet
Dificuldade na separação da hora de lazer e hora
de trabalho
Piora no convívio familiar
Alimentação inadequada
Aumento nos vícios com tabaco e álcool
Estresse
Piora na saúde física
Piora na saúde mental
Maiores distrações dentro de casa
Esforço maior para sincronizar ações com os
demais colegas
Perda de integração e convívio com chefes e
colegas
Menor colaboração com a equipe
Jornada de trabalho extensa
Risco de acidentes ergonômicos e de segurança no
ambiente de trabalho
Dificuldade no uso de novas tecnologias
Aumento de metas
Menor criatividade
Perda de motivação
Dificuldade em receber promoção dentro da
equipe
Maior controle da chefia
Outro:__________________

SAÚDE DO TRABALHADOR
31. Você sentiu necessidade de ajuda psicológica durante a pandemia?
( ) Sim ( ) Não

32. Em caso afirmativo à questão anterior, você buscou ajuda psicológica durante a
pandemia?
( ) Sim ( ) Não
33. Praticou alguma atividade física durante a pandemia?
( ) Sim ( ) Não

NÍVEIS DE SATISFAÇÃO NO TELETRABALHO

34. Em relação aos níveis de satisfação no teletrabalho, avalie de 1 a 5 os itens


abaixo:

1 - Muito Insatisfeito(a), 2 - Insatisfeito(a), 3 - Indiferente , 4 - Satisfeito(a),

5 - Muito Satisfeito (a)

1 2 3 4 5
Benefícios proporcionados pelo teletrabalho quando comparado ao
cumprimento das metas de desempenho que preciso atingir.
Condições de trabalho em casa.

Preocupação da instituição com a saúde ocupacional dos servidores sob


regime de teletrabalho.
Infraestrutura necessária para o teletrabalho fornecida pelo MS.

Sistemas de informática corporativos (Teams, portal e Integra MS,


webmail, SEI, entre outros) necessários ao cumprimento das minhas
atividades.
Jornada de trabalho necessária (carga horária diária e semanal dedica às
atividades do trabalho) a cumprir integralmente a meta para manter o
serviço em dia.
Possibilidade de planejar as próprias atividades/tarefas de trabalho.

Autonomia na execução de minhas atividades/tarefas do trabalho.

Feedback por parte do gestor da unidade, ou chefia imediata sobre o


resultado do meu trabalho.
Igualdade de tratamento com integrantes da equipe e oportunidades de
crescimento.
Interação com colegas de trabalho para dirimir dúvidas, tratar de assuntos
do trabalho, trocar informações.
Equilíbrio de tempo que preciso dispor para cumprir minha meta para
manter o serviço em dia e a disponibilidade de tempo para vida pessoal.
Equilíbrio entre minha vida profissional e minha vida familiar.

Equilíbrio entre minha vida profissional e o tempo para o lazer.


Segurança para se manter (continuar) no regime de teletrabalho.

Sobre minha qualidade de vida em regime de teletrabalho.


36. PERGUNTA ABERTA

Sua resposta nessa questão é muito importante para o resultado da pesquisa, pois aqui você
poderá especificar algum aspecto relevante percebido por você.

Faça considerações sobre os benefícios, desafios e dificuldades vivenciados por você no


regime de teletrabalho (Home Office).

Agradecemos a sua participação! Obrigada!

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