Você está na página 1de 69

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

ESTUDO SOBRE O CINTO DE SEGURANÇA E A


PRESERVAÇÃO DA VIDA

Por: Lucimaria Pereira dos Santos

Orientadora
Professora Roberta Torres
Belo Horizonte
2014

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”


INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

ESTUDO SOBRE O CINTO DE SEGURANÇA E A

PRESERVAÇÃO DA VIDA

Apresentação de monografia ao
IAVM – Instituto A Vez do Mestre
como requisito parcial para obtenção
do grau de especialista em Gestão,
Educação e Segurança no Trânsito.
Por: Lucimaria Pereira dos Santos

Belo Horizonte
2014
Na vida, quanto mais se vive,
Mais se aprende. No trânsito, quanto
Mais se aprende, mais se vive.
(Anônimo)
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me proporcionado mais essa etapa em


minha vida.

Posteriormente aos meus pais, Laurita Pereira dos Santos e João Ricardo dos
Santos (in memorian), pela sabedoria em ter criado seus filhos com dignidade,
amor e muita disposição ao trabalho.

E, finalmente agradeço aos meus colaboradores: professora Renata e toda a


equipe do Setor de Atendimento do DER/ATU/Belo Horizonte, pela
disponibilização de materiais para execução deste trabalho e ainda aos meus
colegas que cursaram comigo esta Pós-graduação: Alberto Queiroz Soares,
Sergio Ramos Lopes, Geraldo Tarlei Ferreira e Helson Campos Soares.
RESUMO

Atualmente a questão de segurança e a preservação da vida do ser humano


tem sido um fator discutido e estudado, em várias áreas. Um dos principais
causadores de mortes é o trânsito, através da imprudência, a falta de
segurança e a má informação, acontecem muitas falhas que vem ocasionar
acidentes gravíssimos com mortes, e mesmos os que não morrem, ficam com
alguma sequela. O transito e a segurança são assuntos que demoram a
trabalhar em sintonia, quando o consumidor fosse comprar o veiculo,
geralmente pensava-se apenas na beleza e esquecia-se da segurança. Mas
com o passar do tempo houve uma conscientização em relação à segurança
que o veiculo poderia oferecer ao consumidor. Para a realização deste trabalho
foi realizado um estudo sobre os aspectos relacionados á utilização do cinto de
segurança por motoristas e passageiros na cidade de Formiga - MG, sendo
desenvolvidas através de questionários, entrevistas e analises de dados
fornecidos pelo Departamento de Estrada e Rodagem, entre o ano de 2011 e
2012. Em seguida foi analisada a importância dada pelos motoristas quanto ao
uso do cinto, para está analise foi estudado os dados relacionados ao uso do
cinto, demostrando que com o seu uso, os acidentes passaram a se reduzir.
Após estás analises foi realizado um estudo sobre a importância do trabalho de
conscientização do uso do cinto de segurança através dos agentes de trânsito.
Os resultados obtidos através desse estudo realizado apresenta que o cinto de
segurança serve para proteger as vidas e diminuir as consequências dos
acidentes, sendo que no Brasil ele ser tornou obrigatório a partir de 1994,
ficando evidente a necessidade de medidas preventivas com a finalidade de
conscientizar esta parcela da população.

Palavras chave: Cinto de segurança. Redução de acidentes. Conscientização.


ABSTRACT

Currently the issue of security and the preservation of human life has been a
factor discussed and studied in various areas. One of the main causes of
deaths is traffic, through carelessness, lack of security and the misinformation,
happen many flaws that cause serious accidents comes with death, and those
who do not die, they get a sequel. Traffic and safety are matters that it takes a
while to work in harmony, when consumers were buying the vehicle, generally
thought only in beauty and forget safety. But over time there's been an
awareness in relation to the security that the vehicle could offer consumers. For
the accomplishment of this work was conducted a study on aspects related to
the use of seat belts for drivers and passengers in the town of Formiga, Minas
Gerais, being developed through questionnaires, interviews and analysis of
data provided by the Department of road and shooting between the year of
2011 and 2012. Then was analyzed the importance given by drivers regarding
the use of the belt, is analyze was studied the data related to the use of belt,
showing that with its use, accidents started to reduce. After you analyze was
performed a study on the importance of awareness of the use of the safety belt
through the traffic agents. The results obtained through this study shows that
the safety belt serves to protect the lives and lessen the consequences of
accidents, and in Brazil it be made mandatory from 1994, evidencing the need
for preventive measures with the purpose of making this portion of the
population.

Key words: seatbelts. Reduction of accidents. Awareness.


LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

CID - Classificação Internacional de Doenças


CONTRAN - Conselho Nacional de Trânsito
CRT - Conselhos Regionais de Trânsito
CTB - Código de Trânsito Brasileiro
DENATRAN - Departamento Nacional de Trânsito
DER - Departamento de Estradas de Rodagem
FUNASA - Fundação Nacional de Saúde
IPEA - Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas
JAMA - Journal of the American Medical Association
NHTSA - National Highway Traffic Safety Administration
OMS - Organização Mundial de Saúde
ONG - Organização Não Governamental
PAM - Pronto Atendimento Municipal
PMMG - Polícia Militar de Minas Gerais
PPP - Parceria Público Privada
SENAT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
SEST - Serviço Social do Transporte
SIM - Sistema Internacional de Mortalidade
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Gráfico com número de mortes por acidente de trânsito (2011)......20

Figura 2 – Taxa de mortalidade por acidente de trânsito...................................21

Figura 3 – Percentual do município em relação ao total de óbitos no país.......22

Figura 4 - Biomecânica de uma colisão.............................................................39

Figura 5 - Dinâmica dos ocupantes, impacto sem cinto de segurança.............39

Figura 6 - Dinâmica dos ocupantes, impacto sem cinto de segurança.............40

Figura 7- Tipos de cinto de segurança...............................................................41

Figura 8 – Sistema de airbag..............................................................................49

Figura 9 - Sistema de abertura do airbag...........................................................49

Figura 10 – Ejeção do airbag..............................................................................50

Figura 11 - Tempo de inflação do airbag............................................................52

Figura 12 - Dispositivos de segurança para crianças........................................57

Figura 13 - Dispositivos de segurança para crianças........................................58

Gráfico 1 – Pesquisa Realizada na MG-050 .....................................................60

Gráfico 2 - Pesquisa realizada no perímetro urbano..........................................61


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Frota Veicular da cidade de Formiga...............................................19


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..............................................................................11
1.1 Justificativa...................................................................................12
1.2 Objetivos.......................................................................................14
1.2.1 Objetivo Geral...............................................................................14
1.2.2 Objetivos Específicos...................................................................14
2 METODOLOGIA...........................................................................15
2.1 Modalidade de pesquisa...............................................................15
2.2 Técnicas de pesquisa...................................................................15
3 A CIDADE DE FORMIGA.............................................................16
3.1 O Trânsito de Formiga..................................................................17
3.2 Sobre o órgão de Trânsito de Formiga.........................................21
4 O TRÂNSITO, OS MEIOS DE TRANSPORTE E OS
MECANISMOS DE SEGURANÇA...............................................23
4.1 Trânsito e suas definições...........................................................23
4.2 Os Meios de Transporte...............................................................24
4.3 Segurança do Trabalho................................................................25
4.4 Acidentes de Trânsito...................................................................27
5 LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO......................................................30
6 O CINTO DE SEGURANÇA.........................................................36
6.1 A relação cinto de segurança e airbag na redução dos traumas
causados sem acidentes..............................................................45
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................57
CONCLUSÃO...............................................................................61
REFERÊNCIAS............................................................................63
11

1 INTRODUÇÃO

O cinto de segurança é um dos mecanismos mais conhecidos e universais de


proteção de ocupantes de veículos. É inquestionável o poder que esse
mecanismo possui de reduzir a probabilidade de mortes e de lesões graves de
ocupantes e, ainda hoje, não há qualquer outra solução de engenharia que
suplante a proteção proporcionada pelo cinto de segurança [9]. Em torno desse
mecanismo, no entanto, legisladores, autoridades públicas, a mídia e pessoas
comuns ergueram inúmeros mitos que, tomados literalmente, fariam do cinto o
que ele não é – um instrumento mágico que tornaria imunes a ferimentos e à
morte, em quaisquer circunstâncias, aqueles que o usassem.

Cabe aos órgãos gerenciadores de trânsito, exigir melhores condições de


segurança no deslocamento dos passageiros dos transportes coletivos e
particulares, visando assim à preservação da integridade física, bem como a
redução de sequelas no passageiro fazendo cumprir o que já é estabelecido
em lei. Comprovado por inúmeros estudos, o uso deste equipamento reduz
significativamente as proporções das lesões, e evita, de maneira eficaz, a
morte dos envolvidos em acidentes.

Para tanto, percebemos a necessidade de elaborar uma pesquisa para verificar


os motivos pelo qual, a grande maioria dos passageiros de transporte
intermunicipal não utiliza o cinto de segurança, e a partir deste levantamento,
elaborar campanha educativa junto aos usuários do transporte coletivo e as
empresas de ônibus.

No terceiro capítulo foi apresentado o campo de estudo, onde foram descritos o


município de Formiga – MG, e a forma como é organizado seu trânsito.

No quarto capítulo, foi abordada a temática do trânsito, os meios de transporte


e seus mecanismos de segurança, a fim de demonstrar a segurança que é
12

transmitida através do cinto, e também demonstrar os acidentes que ocorrem


pela falta do seu uso.

O quinto capítulo tratou da legislação de trânsito e seu processo evolutivo,


como surgiram às leis, e normas de obrigatoriedade, como elas começaram a
vigorar e qual importância que elas tiveram no trânsito.

No sexto capítulo foi desenvolvida a temática central deste estudo, abordando


as questões que envolvem o uso do cinto de segurança, sua associação com
outros dispositivos de proteção e sua eficiência na redução de traumas
provenientes de acidentes automobilísticos.

Por fim, nos sétimo e oitavo capítulos foram expostos os resultados do estudo
realizado com motoristas na rodovia que margeia o município e as conclusões
referentes ao estudo.

1.1 Justificativa

Conforme o art. 65 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) o uso de cinto é


obrigatório para o condutor e passageiro em todas as vias públicas do território
nacional, salvo as exceções regulamentadas pelo CONTRAN [27].

Os acidentes de trânsito constituem-se um sério problema de saúde pública em


nações desenvolvidas, pois causa elevados custos humanos e sociais,
necessitando de uma assistência com equipes treinadas no sentido de
minimizar danos. Entretanto, o país detentor do título de campeão mundial de
acidentes de trânsito é o Brasil. Vários fatores contribuem para esta realidade,
entre eles, aumento do número de veículos em circulação, impunidade dos
infratores, falta de fiscalização adequada, frota de veículos antiga, má
conservação das vias públicas e, muitas vezes, sinalização precária,
acrescidos muitas vezes da imprudência de motoristas que não se utilizam dos
equipamentos de proteção como o cinto de segurança [17].
13

De acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN)


somente em 2004 ocorreram 7.639 acidentes com ônibus e micro-ônibus nas
rodovias federais, nos quais morreram no local, 754 pessoas e 7.254 ficaram
feridas. Segundo levantamentos da ONG SOS Estradas, se esses passageiros
usassem cinto, o número cairia em pelo menos 75%. Estatisticamente, o
estado de Minas Gerais ocupa o segundo lugar no número de acidentes, onde
foram contabilizados 1.070 casos e o recorde de mortos com 121 vítimas fatais
e 1.567 feridos [2].

Segundo o estudo realizado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas


– IPEA, cada acidente com ônibus rodoviário tem um custo de R$ 132 mil,
incluídos danos em veículos e pessoais, paralisação de rodovias, indenizações
e outros custos. Além disso, os passageiros envolvidos em acidentes de
trânsito, em especial nas rodovias, estão sujeitos ao stress pós-traumático, pois
em condições de distanciamento físico do atendimento e do resgate,
desenvolvem um quadro de co-morbidade onde a depressão e a ansiedade
são as consequências mais frequentemente descritas no cenário internacional
[16].

A rodovia com o maior número de acidentes é a BR 101 onde ocorreram 1.629


acidentes em 2004 com ônibus e micro-ônibus envolvidos, causando 1.234
feridos e 131 mortos. A BR 116 aparece em segundo lugar com 1.603
acidentes, 1.385 feridos e 144 mortos [16]. Dos acidentes registrados, 2.634 foi
colisões traseiras, o que é um indício de excesso de velocidade e cansaço dos
motoristas que, num rápido cochilo, acabam colidindo com a traseira de outro
veículo.

Dos chamados fatores contribuintes dos acidentes desses veículos de


passageiros, o principal fator foi à falta de atenção registrada em 2.609 casos,
o que representa 34% dos acidentes e confirma que o cansaço dos motoristas
profissionais e o excesso de velocidade podem ser as principais causas dos
acidentes.
14

Com o intuito de contribuir na preservação da vida e na diminuição dos


acidentes causados pela falta do uso do cinto de segurança, trazendo assim
uma conscientização para a população, esse trabalho foi desenvolvido.

Desta forma, a realização do deste trabalho contribui ao expor à importância do


uso do cinto de segurança, enfatizado a importância para a prevenção de
acidentes e na preservação da vida do ser humano.

Espera-se, também, que este trabalho seja um ponto de partida para o


incentivo no uso do cinto de segurança.

1.2 Objetivos

Objetivo Geral

Estudar aspectos relacionados à utilização do cinto de segurança por


motoristas e passageiros nos bancos dianteiros e/ou traseiros na cidade de
Formiga – MG.

1.2.1 Objetivos Específicos

• Analisar a importância dada pelos motoristas quanto ao uso do cinto de


segurança;
• Estudar os dados relacionados ao uso do cinto de segurança por
motoristas que transitam nas rodovias do município de Formiga – MG;
• Analisar a importância do trabalho de conscientização do uso do cinto de
segurança realizado pelos agentes de trânsito.
15

2. METODOLOGIA

Este estudo utilizará metodologias quantitativas para estudar vários objetos,


situações e processos relacionados ao uso do cinto de segurança. São elas:
• Pesquisa bibliográfica;
• Questionários;
• Entrevistas;
• Análise de dados.

2.1 Modalidade de pesquisa

De Campo sem abordagem (amostragem de infrações detectadas com


Operação Presença).

2.2 Técnicas de pesquisa

Levantamento bibliográfico, entrevistas (realizadas quando das abordagens


educativas) e análise de dados.

O estudo foi realizado através de questionários, entrevistas e análises de


dados fornecidos pelo Departamento de Estradas e Rodagens (DER) da cidade
de Formiga em Minas Gerais nos anos de 2011 a 2012, direcionados para o
publico mais jovem, com idade entre 18 a 30 anos, tanto no sexo feminino,
como masculino.
16
17

3 A CIDADE DE FORMIGA

O município de Formiga – MG está localizado no centro-oeste mineiro à


aproximadamente 190 km da capital do estado. Possui uma população
aproximada de 67.000 habitantes e sua área territorial é de 1.502 Km², fazendo
divisa territorial com os seguintes municípios: Arcos, Candeias, Cristais,
Córrego Fundo, Guapé, Itapecerica, Pains, Pedra do Indaiá, Pimenta e Santo
Antônio do Monte [21].

Formiga está posicionada às margens da Rodovia MG–050, importante


corredor de tráfego que interliga a Capital do Estado com a rica e cada vez
mais próspera região do interior paulista, onde se destacam cidades como
Ribeirão Preto e Araraquara. Este foi o motivo do estabelecimento da primeira
Parceria Público-Privada (PPP) no setor rodoviário brasileiro, firmada entre o
Governo do Estado de Minas Gerais e a Concessionária Nascente das Gerais,
empresa que obteve a concessão para administração da rodovia.

Esta parceria contribuiu para o desenvolvimento de todas as cidades que estão


situadas ao longo da rodovia, pois com a melhoria da infraestrutura e
consequentemente da sua trafegabilidade, empresas instalaram unidades de
produção e comércio na região. Também houve a implantação de serviços de
utilidade pública em algumas delas, como a criação do Pelotão do Corpo de
Bombeiros nas cidades de Formiga e Piumhi.

Pela sua posição geográfica, Formiga está situada no “Coração da MG-050”,


há 200 quilômetros de Belo Horizonte e 230 km da Divisa do Estado de Minas
Gerais com São Paulo, distando ainda de outros importantes centros urbanos
do Brasil, como por exemplo, Ribeirão Preto (330 km), São Paulo (450 km), Rio
de Janeiro (500 km).
18

3.1 O Trânsito de Formiga

O trânsito urbano da cidade de Formiga caracteriza-se pela precária situação


viária existente, pois, se não bastasse o número expressivo da frota veicular
registrada, e que gera tumulto nos horários de pico, há ainda o problema do
estreitamento das vias, que ademais são mal sinalizadas.

A Prefeitura Municipal, preocupada com a precariedade da organização do


trânsito local, vem envidando esforços na implantação de um novo projeto
viário para a cidade. No entanto, até que as mudanças estejam de fato
viabilizadas e surtindo algum efeito em termos de fluidez, ainda assim persistirá
o excessivo número de veículos existentes que, somados àqueles vindos das
cidades vizinhas, torna a contagem volumétrica nos horários de pico algo
realmente expressivo.

Aliás, bem mais do que expressivo, torna-o caótico em vista da falta de espaço
para transitar e, também, para estacionar. Ocasião em que surge o mau
comportamento de muitos que, aproveitando-se da falta de fiscalização,
praticam as mais variadas infrações e com isto, promovem a irritação de outros
que ainda conscientes e educados, fazem por onde ter uma participação
responsável. Na TAB.1 apresenta-se a frota veicular registrada de acordo com
os dados do DENATRAN na cidade de Formiga, no período de Março do ano
de 2012.
19

Tabela 1 – Frota Veicular da cidade de Formiga

Tipo do Veículo Quantidade (und.)


Autómoveis 19.168
Motocicletas 9.527
Caminhetes 2.640
Caminhões 1.649
Motonetas 1.143
Reboques 536
Caminhões-Tator 344
Ônibus 232
Micro-ônibus 151
Ciclomotor 54
Utilitários 47
Total 35.491
Fonte: DENATRAN (2012)

Na tabela acima se observa que 19.168 são veículos particulares apresentando


54,00% da frota total sendo um valor alto, sendo que se somar a frota de todos
os veículos são 35.491 unidades de veículos, os quais, se divididos pelos
65.128 habitantes da cidade geram um coeficiente de 1,835 habitantes por
veículo.

Segundo Ferreira [16] na cidade de Formiga não existe um trabalho voltado


para a educação de base dos futuros cidadãos. Uma das poucas ações
educativas é a realização da Semana Nacional de Trânsito que ocorre por
iniciativa dos participantes do Comando Educativo composto por Militares da
Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) lotados na 13ª Companhia
Independente, pelos Militares Rodoviários do 3º Pelotão da Polícia Militar
Rodoviária Estadual, os Militares do Corpo de Bombeiros, os Instrutores do
Serviço Social do Transporte (SEST), Serviço Nacional de Aprendizagem do
Transporte (SENAT), os Agentes Fiscais e os Educadores de Trânsito da
Equipe de Fiscalização da 20ª Coordenadoria Regional do DER-MG.

Acresceram ainda sobre a situação caótica para fins de circulação verificada na


área médico-hospitalar, existente na Rua Dr. Teixeira Soares, onde está
20

situado o Hospital São Luiz, a Santa Casa de Misericórdia, a Maternidade


Santa Mônica, o Centro Regional de Hemodiálise, o Pronto Atendimento
Municipal (PAM), a Secretaria Municipal de Saúde com todas as suas divisões.
Estes também são motivadores de movimentação extra de todos àqueles que a
procuram para os fins previstos e por fim, clínicas e consultórios médicos
diversos.

De acordo com o levantamento elaborado pelo Sistema de Informações sobre


Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, a FIG.1 apresenta o gráfico para
identificação dos óbitos na cidade de Formiga no ano de 2011, levando em
consideração os óbitos por causas externas, registrados.

Segundo o CID-10 (Classificação Internacional de Doenças-10) como


decorrentes de acidentes de transporte (Grande Grupo CID-10 Acidentes de
Transporte, categorias V01 a V99), tópico que agrupa entre outros acidentes de
transporte os acidentes envolvendo pedestres, ciclistas, motociclistas,
ocupantes de automóvel, camionete, ônibus, veículos de transporte pesado,
triciclo e outros.

Figura 1 – Gráfico com número de mortes por acidente de trânsito (2011)

Fonte: Jornal Deepask (2012)


21

A Figura 2 apresenta uma relação da taxa de mortalidade por acidentes no


trânsito comparando esses acidentes municipais e nacionais, observa-se que o
índice de mortes no município de Formiga é muito maior em relação ao estado
de Minas Gerais, sendo que a pesquisa foi realizada com 100 mil acidentes.

Figura 2 – Taxa de mortalidade por acidente de trânsito

Fonte: Jornal Deepask (2012)

A Figura 3 apresenta o percentual do município em relação ao total de óbitos


no trânsito do Brasil, demostrando a qual é participação da cidade de Formiga
em relação os acidentes em todo o país.
22

Figura 3 – Percentual do município em relação ao total de óbitos no país

Fonte: Jornal Deepask (2012)

É, portanto, fato público e notório na cidade importante trabalhar em


campanhas educativas, para o uso do cinto de segurança, trazendo uma
melhor conscientização nos condutores e passageiros, evitando assim muitos
acidentes e perdas de vidas.

3.2 Sobre o órgão de trânsito de Formiga

No município de Formiga – MG não existe Órgão regulador de trânsito, desta


maneira, é a prefeitura que estabelece as normas dentro de cidade, conforme
abaixo: A prioridade no projeto de reorganização do trânsito de Formiga foi à
segurança dos pedestres e o bem estarem da comunidade nas intercessões.
Além disso, a fluidez do tráfego também foi objeto de estudo da Planum que
realizou trabalho de campo e elaborou as modificações de acordo com a
realidade de cada localidade. Diante disso, o trânsito foi descentralizado para
melhorar o tráfego. A implantação do projeto custou cerca de R$3 milhões [23].

Entre as mudanças que foram previstas estavam:


23

Movimento Operacional Facilitado: Isto significa que todas as manobras no


entorno de praças e alguns pontos de conflito deverão ser feitas em um sentido
único, o da esquerda, para evitar acidentes. Esta regra é baseada no Conselho
Nacional de Trânsito (Contran).

Diminuição do Tráfego de Passagem: O trânsito de todos os veículos que


estiverem apenas de passagem pelo município será desviado do centro. O
objetivo é dar fluidez e melhorar o tráfego local e o transporte coletivo urbano.

Previsão de instalação de semáforos eletrônicos: O tempo dos semáforos


será ajustado de acordo com o fluxo do trânsito de veículos e de pedestres no
local, com variação automática de horários.

Previsão de, no máximo, dois movimentos por intercessão: O fluxo do


trânsito será canalizado de maneira a simplificar a vida do motorista.

Carga e descarga: Normatização de carga e descarga em alguns setores e


nova regulamentação de estacionamentos rotativos e outros.
24

4. O TRÂNSITO, OS MEIOS DE TRANSPORTE E OS


MECANIMOS DE SEGURANÇA

4.1 Trânsito e suas definições

Dentre as várias definições da palavra trânsito, Arrudão [5], diz que, o trânsito é
o deslocamento de pessoas ou coisas, pelas vias de circulação e distingui do
tráfego, referindo que seria o mesmo que trânsito, porém em missão de
transporte. O dicionário Aurélio [11], define trânsito como “a circulação de
pessoas ou de veículos”.

Para Vasconcelos [30], o trânsito é o “conjunto de todos os deslocamentos


diários, feitos pelas calçadas e vias da cidade e que aparece na rua na forma
da movimentação geral de pedestres e veículos”.

Rozestraten [28] define trânsito como “o conjunto de deslocamentos de


pessoas e veículos nas vias públicas, dentro de um sistema convencional de
normas, que tem por fim assegurar a integridade de seus participantes”. O
autor refere que este sistema funciona através de uma série bastante extensa
de normas e construções; é constituído de vários subsistemas, sendo os três
principais: o homem, a via e o veículo.

Segundo o Código de Trânsito Brasileiro - CTB, “trânsito” é “a utilização das


vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou
não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga e
descarga.” [8].

Rizzardo [27] tem uma definição mais ampla, quando menciona que todos que
se locomovem, seja caminhando, por meio de veículos ou animais estão
abrangidos no conteúdo da lei, independente da qualificação do local destinado
ao deslocamento.
25

É importante ressaltar que houve um grande avanço no Brasil no âmbito


político-administrativo quanto à segurança e educação no trânsito. O novo
Código de Trânsito Brasileiro, de 1997 e outras medidas governamentais
provocaram mudanças positivas. No entanto, a implementação na prática não
tem sido satisfatória [27].

As responsabilidades no que se refere à educação para o trânsito, nas várias


esferas do governo (federal, estadual e municipal) levam a um grande número
de programas e campanhas, porém, a maioria constitui ações isoladas e
raramente têm monitoramento e avaliação quanto a sua eficácia [7]. A
tendência da acidentalidade viária no Brasil pode ficar ainda mais grave se
medidas apropriadas não forem implantadas, uma vez que o número de mortes
e de vítimas no trânsito voltou a crescer a partir de 2001, após experimentar
uma redução nos anos de 1998, 1999 e 2000 em decorrência do inicio do novo
Código de Trânsito Brasileiro em 28/01/1998.

4.2 Os Meios de Transporte

Os meios de transporte podem ser: terrestres (rodoviários, ferroviários e


condutos diversos), aéreo, marítimo e fluvial (navegação fluvial/lacustre).
Podem ser ainda, transporte de passageiros e de mercadorias. Ambos utilizam
mesma infraestrutura: rodovias, ferrovias e aeroportos [2].

De acordo com Rizzardo [27] os meios de transportes permitem o


deslocamento em diferentes escalas: urbana, regional, nacional, continental e
intercontinental. As modernas infraestruturas dos meios de transporte permitem
a combinação e articulação dos diferentes meios de transporte.

Esta evolução também marca uma mudança na mobilidade das pessoas assim
como proporcionou uma grande mudança nas comunicações, no consumo em
geral e mesmo nas relações humanas. Todos os meios de transporte oferecem
26

riscos à saúde do homem ou à natureza. Estes riscos estão fortemente


associados à natureza do meio de transporte de que se trata [25].

A maior parte dos estudos brasileiros, sobre trânsito, dizem respeito aos meios
de transporte terrestres, seguidos dos transportes aéreos, em menor número.
Os estudos que tratam de problemas relativos aos meios de transporte
marítimo e fluvial, apesar de despertar menos interesse científico, também são
geradores de grandes acidentes e com sérias consequências tanto para o
homem quanto para a natureza [20].

Dentre as diferenças destes meios de transportes temos: rápidas variações


climáticas que requerem um alto poder de adaptação, o horário de trabalho
imposto pela necessidade das atividades a serem desempenhadas que alteram
o ritmo das funções orgânicas bem como o estresse da responsabilidade. É o
caso de estudos de estresse em pilotos de avião e a recente preocupação com
trabalhadores de plataformas de exploração de petróleo. Estes meios de
transporte requerem maior atenção dos pesquisados e mais estudos científicos
visando trabalhos preventivo de danos à saúde inclusive de acidentes de
transporte1 que, na maioria dos casos, resultam em óbito além dos grandes
estragos à natureza [1]

4.3 Segurança no trânsito

De acordo com a Organização Mundial de Saúde – OMS, os acidentes de


trânsito são considerados a segunda causa de mortes por fatores externos em
todo o mundo, também no Brasil, segundo a Fundação Nacional de Saúde –
FUNASA os acidentes de trânsito são apontado como a segunda causa de
mortes, principalmente entre jovens da região Sul e Sudeste. Harré [18]

1
Acidente de transporte: é todo acidente que envolve um veículo destinado, ou usado no
momento do acidente, principalmente para o transporte de pessoas ou de mercadorias de um lugar para o outro.
(OMS/ CID-10, 1997).
27

destaca que o elevado índice de vítimas fatais ou não por acidentes de trânsito
no país tem sido apontado como um problema de saúde pública e tem
merecido maior atenção. Está afirmativa não significa que somente os jovens
são vítimas dos acidentes de trânsito, geralmente eles envolvem outras
pessoas, pedestres, familiares, amigos, que têm suas vidas ceifadas ou
marcadas por prejuízos irreversíveis. O certo é que os acidentes de trânsito
têm aumentado tão rapidamente e de tal forma que em muitos países eles se
tornaram mais graves do que as doenças que historicamente afetam mais a
população [19].

É possível afirmar, portanto, que a segurança no trânsito deve ser tratada como
um tema de proporções humanas, econômicas, sociais e de justiça
gigantescas. Neste sentido, é importante mencionar que no Brasil, as
estatísticas registram aproximadamente 30.000 fatalidades e mais de 340.000
pessoas feridas anualmente. Alguns chegam a estimar que o Brasil gasta
quase 10 bilhões de dólares por ano para custear os acidentes de trânsito,
envolvendo vítimas ou não [15]. Diante disso, diversos estudos e pesquisas
vêm sendo desenvolvidos no mundo, especialmente no campo da Psicologia,
onde se busca explicações para os fatores relacionados à direção segura e na
criação de técnicas alternativas que, associadas a campanhas publicitárias
efetivas, sejam capazes de reduzir os acidentes de trânsito.

Em 2010, o DENATRAN realizou pesquisa com o tema “A balada, o carona e a


Lei Seca”, com alunos do ensino médio de escolas particulares e públicas, na
faixa etária de 15 a 17 anos, em seis principais capitais [7]. Cerca de 2/3 dos
pesquisados, que corresponde a 65,5% do total de alunos, é carona em
veículos conduzidos por amigos ou pais, mas essa condição não está
associada a uma atitude de segurança efetiva. Apenas dois em cada dez
jovens, ou seja, 21,6% utilizam o conto de segurança, quando estão na
condição de carona no banco traseiro [6]. Enquanto são caronas de amigos, e
28

utilizam o banco traseiro, apenas 35% dos jovens afirmou que nunca usa o
cinto de segurança. Quando são conduzidos para a balada e no retorno para a
casa, pelo o pai ou mãe, os jovens, 28.9% afirmou que nunca usam o cinto de
segurança. E 44 % utilizam eventualmente.

Com relação ao álcool e direção, 84,9% conhecem a Lei Seca e 88,5%


defendem a proibição de beber antes de dirigir, mas 55% deles revelou que
volta para casa de carona no carro de amigo que ingeriu bebida alcoólica.

Rozestraten e Dotta [29] ressaltam ainda que, entre os elementos que se


relacionam com as causas dos acidentes, mais de 90% deles estão associados
a fatores humanos e apenas 10% têm suas causas relacionadas às condições
ambientais, condições da via ou condições do veículo. Esses dados quando
somados à prevalência do fenômeno entre os jovens vem confirmar a
necessidade de se investigar, principalmente sob uma perspectiva psicossocial,
as variáveis associadas ao comportamento de risco e aquelas que promovem o
comportamento seguro no trânsito e que, muitas vezes é relacionado à
imprudência, consumo de bebidas alcoólicas ou ao não uso de dispositivos de
segurança.

4.4 Acidentes de trânsito

Acidente de trânsito é todo evento danoso que envolva o veículo, a via, o


homem e/ou animais e para caracterizar-se, é necessário à presença de dois
desses fatores. Existem dois tipos de acidentes: o evitável e o não evitável. O
primeiro é aquele em que você deixou de fazer tudo que razoavelmente
poderia ter feito para evitá-lo, enquanto o segundo é aquele em que se
esgotando todas as medidas para impedi-lo, este veio a acontecer [6].
29

Normalmente as pessoas perguntam quem é o culpado, onde a pergunta


correta é quem poderia ter evitado o acidente. Uma das maiores causas dos
acidentes chama-se condutor de veículo. Estatisticamente, 75% dos acidentes
foram causados por falha humana (condutor), 12% por problemas nos veículos,
6% por deficiências das vias e 7% por causas diversas, ou seja, podemos dizer
que o homem, no mínimo, é responsável, direta ou indiretamente, por 93% dos
acidentes [15]. Na atualidade, o Brasil participa com apenas 3,3% do número
de veículos da frota mundial, mas é responsável por 5,5% dos acidentes com
vítima fatal, registrados em todo mundo. Conforme Braga [7] entre as diversas
causas pode citar:

• Imprudência dos condutores;


• Excesso de velocidade;
• Desrespeito à sinalização;
• Ingestão de bebidas alcoólicas;
• Ultrapassagens indevidas;
• Má visibilidade (chuva, neblina, cerração, noite);
• Falta de atenção;
• Defeitos nas vias;
• Falta de manutenção adequada dos veículos;
• Distração interna do condutor (rádio, passageiro, celular, objetos soltos
no interior do veículo);
• Ação evasiva inadequada, frente a um fator adverso (buraco, veículo
parado, etc.);
• Técnica inadequada ao dirigir veículo (não observar o retrovisor externo
e esquerdo, por exemplo);
• Avaliação errada de distância e velocidade de outro veículo, tanto no
mesmo sentido (andar na "cola") como em sentido contrário;
• Falta de cortesia no trânsito;
• Não obediência das normas de circulação e conduta (tanto para
condutores como para pedestres);
30

• Falta de conhecimento e obediência das leis de trânsito (condutores e


pedestres);
• Impunidade dos infratores;
• Sensação de onipotência advinda do comportamento inadequado ao
dirigir;
• Falta de educação para o trânsito;
• Travessia em locais perigosos e fora da faixa ou semáforo.
• Sonolência falta de descanso, drogas (remédios, psicotrópicos,
tranquilizantes, etc) e fadiga.

Esses fatores podem estar associados a diversos outros, como falta de


conservação e sinalização das vias, falta de fiscalização, falta de manutenção
do veículo, sono, cansaço, fadiga, animais e outros fatores que são discutidos
nas páginas de manuais de direção defensiva e dicas [22].

Diz o art.178 do CTB:

Deixar o condutor, envolvido em acidente sem vítima, de adotar


providências para remover o veículo do local, quando necessária tal
medida para assegurar a segurança e a fluidez do trânsito. Infração:
média – Penalidade: multa.

Portanto, nesse caso, deve o condutor retirar o veículo da via, para não causar
congestionamentos, outro acidente ou qualquer outra situação que ponha em
risco a segurança do trânsito ou que venha a ser notificado (multado) pelo
policial quando da sua chegada. Caso o veículo não tenha condições de ser
removido da via, deve o condutor providenciar a imediata sinalização para não
incorrer em multa (ex: triângulo, pequenos galhos de árvores ou gestos), e
nunca usar objetos grandes e pesados, como pedras.
31

5. LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

Em 27 de Outubro de 1910, treze anos após a chegada do primeiro carro ao


Brasil, foi publicado o Decreto n°8.324 que aprovou o regulamento para o
serviço subvencionado de transportes por automóveis, conforme texto original
BRASIL, Departamento Nacional de Trânsito, 2010 em seus artigos 21, 22 e
23, dentre outras prescrições estabelecia:

Art. 21. O motorneiro deve estar constantemente senhor da velocidade


de seu vehiculo, devendo diminuir a marcha ou mesmo pará o
movimento, todas as vezes que o automóvel possa ser causa de
accidentes. A velocidade deverá ser reduzida o mais possível nos
pontos da estrada, onde, por qualquer obstáculos, não se possa
extender á distancia o raio visual, ou quando atravessar caminhos ou
ruas de povoados.

Art. 22. A velocidade commercial mínima para o transporte de


mercadorias será se 6 kilometros por hora e a do transporte de
viajantes, de 12 kilometros, devendo os automóveis empregados
satisfazer a essas condições de serviços.

Art. 23. A approximação dos automóveis deverá ser annunciada á


distancia por uma buzina ou trompa.

Posteriormente surgiu o Decreto Legislativo n° 4.460 de 11 de Janeiro de 1922


que fez referência à construção de estradas, proibiu a circulação dos
chamados carros de boi, cuidou da carga e largura máxima dos veículos, além
de usar pela primeira vez, a expressão mata-burros, que significava uma ponte
destinada a impedir a passagem de animais sem embaraçar o tráfego de
automóveis [8].

Durante a gestão do Presidente Washington Luiz, caracterizada pelo grande


incentivo à construção de estradas, criou-se o Decreto Legislativo n° 5.141 de
05 de Janeiro de 1927, o qual mencionou pela primeira vez os auto-caminhões
e criou o Fundo Especial para a Construção e Conservação de estradas de
rodagem federais.

O Decreto n° 18.223 de 24 de Julho de 1928 compostos de 93 artigos, aprovou


a circulação internacional de automóveis no território brasileiro, trazendo
32

inovações referentes à sinalização, à segurança do trânsito e à forma de


atuação da polícia na estrada [8].

Em 17 de Dezembro de 1929 o Decreto n° 10.038 foi promulgado a convenção


internacional à circulação de automóveis, firmada em 24 de abril de 1926 em
Paris [8].

O primeiro Código Nacional de Trânsito foi instituído pelo Decreto Lei n° 2.994
em 28 de Janeiro de 1941, mas teve pouca duração, apenas oito meses depois
foi revogado pelo Decreto Lei n° 3.651 de 25 de Setembro de 1941 que deu
nova redação criando o CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito)
subordinado ao Ministério da Justiça, e a CRT (Conselhos Regionais de
Trânsito) nas capitais dos Estados [8].

A Lei n° 5.108 de 21 de Setembro de 1966 promulgou o segundo código


nacional de trânsito composto de 131 artigos. Essa lei vigorou por 31 anos até
a aprovação do atual CTB, Lei 9.503 de 23 de Setembro de 1997, mas entrou
em vigor em 22 de Janeiro de 1998. O novo e atual Código de Trânsito
Brasileiro trouxe muitas inovações, é composta de leis, decretos e resoluções
respeitando a abrangência na posição hierárquica das leis.

Atualmente o trânsito brasileiro é regulamentado pela Lei 9.503/97 – Código de


Trânsito Brasileiro – CTB, e pelas Resoluções complementares do Denatran.
Além do CTB e das Resoluções, os Estados complementam a legislação por
meio de Portarias e Decretos. Os órgãos de trânsito municipais também têm
autonomia para normatizar detalhes do trânsito, que não são os mesmos em
todas as cidades, exigindo atenção por parte dos condutores.

É importante salientar a importância da educação para o trânsito. O capítulo VI


do Código de Trânsito Brasileiro diz que:

Art. 74. A educação para o trânsito é direito de todos e constitui dever


prioritário para os componentes do Sistema Nacional de Trânsito.
33

§ 1º É obrigatória a existência de coordenação educacional em cada


órgão ou entidade componente do Sistema Nacional de Trânsito.

§ 2º Os órgãos ou entidades executivos de trânsito deverão


promover, dentro de sua estrutura organizacional ou mediante
convênio, o funcionamento de Escolas Públicas de Trânsito, nos
moldes e padrões estabelecidos pelo CONTRAN.

Art. 75. O CONTRAN estabelecerá, anualmente, os temas e os


cronogramas das campanhas de âmbito nacional que deverão ser
promovidas por todos os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de
Trânsito, em especial nos períodos referentes às férias escolares,
feriados prolongados e à Semana Nacional de Trânsito.

§ 1º Os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito


deverão promover outras campanhas no âmbito de sua circunscrição
e de acordo com as peculiaridades locais.

§ 2º As campanhas de que trata este artigo são de caráter


permanente, e os serviços de rádio e difusão sonora de sons e
imagens explorados pelo poder público são obrigados a difundi-las
gratuitamente, com a freqüência recomendada pelos órgãos
competentes do Sistema Nacional de Trânsito.

Art. 76. A educação para o trânsito será promovida na pré-escola e


nas escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio de planejamento e ações
coordenadas entre os órgãos e entidades do Sistema Nacional de
Trânsito e de Educação, da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, nas respectivas áreas de atuação.

Parágrafo único. Para a finalidade prevista neste artigo, o Ministério


da Educação e do Desporto, mediante proposta do CONTRAN e do
Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras, diretamente ou
mediante convênio, promoverá:

I - a adoção, em todos os níveis de ensino, de um currículo


interdisciplinar com conteúdo programático sobre segurança de
trânsito;

II - a adoção de conteúdos relativos à educação para o trânsito nas


escolas de formação para o magistério e o treinamento de
professores e multiplicadores;

III - a criação de corpos técnicos interprofissionais para levantamento


e análise de dados estatísticos relativos ao trânsito;

IV - a elaboração de planos de redução de acidentes de trânsito junto


aos núcleos interdisciplinares universitários de trânsito, com vistas à
integração universidades-sociedade na área de trânsito.

Art. 77. No âmbito da educação para o trânsito caberá ao Ministério


da Saúde, mediante proposta do CONTRAN, estabelecer campanha
nacional esclarecendo condutas a serem seguidas nos primeiros
socorros em caso de acidente de trânsito.

Parágrafo único. As campanhas terão caráter permanente por


intermédio do Sistema Único de Saúde - SUS, sendo intensificadas
nos períodos e na forma estabelecidos no art. 76.
34

Art. 77-A. São assegurados aos órgãos ou entidades componentes


do Sistema Nacional de Trânsito os mecanismos instituídos nos arts.
77-B a 77-E para a veiculação de mensagens educativas de trânsito
em todo o território nacional, em caráter suplementar às campanhas
previstas nos arts. 75 e 77. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).

Art. 77-B. Toda peça publicitária destinada à divulgação ou


promoção, nos meios de comunicação social, de produto oriundo da
indústria automobilística ou afim, incluirá, obrigatoriamente,
mensagem educativa de trânsito a ser conjuntamente veiculada.
(Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).

§ 1o Para os efeitos dos arts. 77-A a 77-E, consideram-se produtos


oriundos da indústria automobilística ou afins: (Incluído pela Lei nº
12.006, de 2009).

I – os veículos rodoviários automotores de qualquer espécie,


incluídos os de passageiros e os de carga; (Incluído pela Lei nº
12.006, de 2009).

II – os componentes, as peças e os acessórios utilizados nos veículos


mencionados no inciso I. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).

§ 2o O disposto no caput deste artigo aplica-se à propaganda de


natureza comercial, veiculada por iniciativa do fabricante do produto,
em qualquer das seguintes modalidades: (Incluído pela Lei nº 12.006,
de 2009).

I – rádio; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).


II – televisão; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
III – jornal; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
IV – revista; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
V – outdoor. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).

§ 3o Para efeito do disposto no § 2 o, equiparam-se ao fabricante o


montador, o encarroçador, o importador e o revendedor autorizado
dos veículos e demais produtos discriminados no § 1o deste artigo.
(Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).

Art. 77-C. Quando se tratar de publicidade veiculada em outdoor


instalado à margem de rodovia, dentro ou fora da respectiva faixa de
domínio, a obrigação prevista no art. 77-B estende-se à propaganda
de qualquer tipo de produto e anunciante, inclusive àquela de caráter
institucional ou eleitoral. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).

Art. 77-D. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) especificará o


conteúdo e o padrão de apresentação das mensagens, bem como os
procedimentos envolvidos na respectiva veiculação, em conformidade
com as diretrizes fixadas para as campanhas educativas de trânsito a
que se refere o art. 75. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).

Art. 77-E. A veiculação de publicidade feita em desacordo com as


condições fixadas nos arts. 77-A a 77-D constitui infração punível com
as seguintes sanções: (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).

I – advertência por escrito; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).


35

II – suspensão, nos veículos de divulgação da publicidade, de


qualquer outra propaganda do produto, pelo prazo de até 60
(sessenta) dias; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).

III – multa de 1.000 (um mil) a 5.000 (cinco mil) vezes o valor da
Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou unidade que a substituir,
cobrada do dobro até o quíntuplo, em caso de reincidência. (Incluído
pela Lei nº 12.006, de 2009).
§ 1o As sanções serão aplicadas isolada ou cumulativamente,
conforme dispuser o regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.006, de
2009).

§ 2o Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, qualquer


infração acarretará a imediata suspensão da veiculação da peça
publicitária até que sejam cumpridas as exigências fixadas nos arts.
77-A a 77-D. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).

Art. 78. Os Ministérios da Saúde, da Educação e do Desporto, do


Trabalho, dos Transportes e da Justiça, por intermédio do
CONTRAN, desenvolverão e implementarão programas destinados à
prevenção de acidentes.

Parágrafo único. O percentual de dez por cento do total dos valores


arrecadados destinados à Previdência Social, do Prêmio do Seguro
Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos Automotores
de Via Terrestre - DPVAT, de que trata a Lei nº 6.194, de 19 de
dezembro de 1974, serão repassados mensalmente ao Coordenador
do Sistema Nacional de Trânsito para aplicação exclusiva em
programas de que trata este artigo.

Art. 79. Os órgãos e entidades executivos de trânsito poderão firmar


convênio com os órgãos de educação da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, objetivando o cumprimento das
obrigações estabelecidas neste capítulo.

O Código de Trânsito Brasileiro é um código de Paz, um código ao cidadão,


traz um capítulo inteiro destinado ao cidadão, um à condução de escolares,
sobre os crimes de trânsito e um exclusivo para pedestres e veículos não
motorizados. Diretamente o Código de Trânsito atinge toda a população com o
intuito de proteger e proporcionar maior segurança, fluidez, eficiência e
conforto. Prevê que o cidadão tem o direito de solicitar, por escrito, aos órgãos,
alterações/sugestões à sinalização, fiscalização, implantação de equipamentos
(ex. fiscalização eletrônica de velocidade) ou alterações em normas.

Seu foco principal é nos elementos do trânsito – o homem, o veículo, a via –


que oferecem maior risco do trânsito procurando produzir o equilíbrio entre eles
36

e proporcionar o desenvolvimento das três áreas: engenharia, esforço legal e


educação, formando o trinômio do trânsito [22].
37

6. O CINTO DE SEGURANÇA

De acordo com Veiga [31], há muito tempo os pesquisadores veem se


preocupando com o comportamento humano no trânsito com estudos que
derivam da necessidade de compreender particularmente a influencia dos
eventos privados (fatores de personalidade) sobre as condutas. Segundo Veiga
[31], o comportamento no trânsito é considerado uma manifestação do sistema
cultural de um povo, no sentido do costume do dia a dia. O carro representa o
poder, o status. Onde o motorista com o carro mais moderno, potente, significa
o seu poder, a sua posição social, o proprietário do veiculo é visto de acordo
com o carro que possui como se fosse sua vestimenta.

Para Dotta e Dotta [12] os problemas do trânsito são, portanto, em grande


parte, de ordem comportamental, onde de tenta controlar o comportamento
pelas regras.

Segundo a ABRAMET [1] o comportamento no trânsito também é controlado


por regras legais previstas no CTB, mas portarias e nas resoluções baixadas
pelo CONTRAN (CONTRAN).

Para que as regras legais de trânsito no Brasil fossem cumpridas, tornam-se


necessárias algumas medidas como: prioridade dada à educação, a
fiscalização, a engenharia, a punição, aos crimes de trânsito com a finalidade
de controle de redução de acidentes [22].

Segundo Almeida [3], o trânsito brasileiro é uma catástrofe nacional em termos


de saúde pública, conforme o DETRAN-PR [10], o acidente de trânsito é o
segundo maior problema de saúde pública do país, só perdendo para a
desnutrição. O retrato do trânsito brasileiro é um quadro de tragédias e de
calamidades, no qual a maioria das pessoas que fazem parte desse quadro
não tem consciência da gravidade da situação do veículo, transitar sempre em
38

velocidade compatível, estar em perfeita saúde físico mental e psicológico, usar


os equipamentos necessários para segurança.

Os cintos de segurança são o meio mais eficaz que se dispõe para reduzir o
risco de ferimentos graves e mortes em acidentes de automóvel [6]. Para sua
própria proteção e dos demais ocupantes do veículo utilize sempre os cintos de
segurança quando o veículo estiver em movimento. Gestantes e pessoas
fisicamente debilitadas também devem utilizar os cintos de segurança, elas
estão mais propensas a ficarem seriamente feridas se não estiverem usando
cintos de segurança.

O cinto de segurança é um dispositivo simples que serve para proteger sua


vida e diminuir as consequências dos acidentes. Ele impede, em caso de
colisão, que seu corpo se choque contra o volante, painel e para-brisas, ou que
seja projetado para fora do carro. Os passageiros sentados no banco traseiro,
sem os cintos de segurança, não somente se põem em perigo, como também
colocam em perigo os passageiros dos bancos dianteiros. Numa colisão frontal
eles também se moverão para frente onde podem bater e ferir o motorista ou
passageiro do banco dianteiro (Figura 4).

Em uma colisão de veículos a apenas 40km/h, o motorista pode ser atirado


violentamente contra o para-brisas ou arremessado para fora do carro. Alguns
motoristas pensam que podem amortecer o choque segurando firmemente no
volante. Isto é ilusório, porque a força dos braços só é eficaz a uma velocidade
de até 10 km/h [7].
39

Figura 4 - Biomecânica de uma colisão

Fonte: Jornal Zero Hora

Estatísticas sobre acidentes mostram que passageiros que usam corretamente


os cintos de segurança, têm um risco menor de se ferirem e uma chance muito
maior de sobreviverem num acidente. Por este motivo, a utilização dos cintos
de segurança é exigida legalmente na maioria dos países [16]. A dinâmica dos
ocupantes mediante impacto frontal contra barreira indeformável (bloco de
concreto) a 50 km/h pode ser visualizada no esquema abaixo (FIG. 5-6):

Figura 5 - Dinâmica dos ocupantes, impacto sem cinto de segurança

Fonte: Jornal Zero Hora


40

Figura 6 - Dinâmica dos ocupantes, impacto sem cinto de segurança

Fonte: Jornal Zero Hora

O cinto de segurança tem a finalidade de proteger os ocupantes de um veículo


em caso de acidente.

Caso o veículo sofra um impacto, a finalidade do cinto de segurança é não


deixar que as pessoas estejam ejetadas e, no interior do veículo, reduzir os
riscos de ferimentos contra a estrutura do veículo.

A Legislação expressa no CTB diz que:

Art. 65 - É obrigatório o uso do cinto de segurança para o condutor e os


passageiros em todas as vias do território nacional, salvo em situações
regulamentadas pelo CONTRAN.

Art. 167. (Constitui infração de trânsito) deixar o condutor ou


passageiro de usar o cinto de segurança, conforme previsto no art. 65:
Infração - grave;
Penalidade - multa; Medida administrativa - retenção do veículo até
colocação do cinto pelo infrator.

A prioridade do CTB é voltada para a educação no trânsito, que figura como


seu princípio fundamental. A simples cominação de pena pecuniária e
pontuação na Carteira de Habilitação do infrator não serviriam aos propósitos
do Código, eis que a conduta infratora prosseguiria.

Não se defende aqui a “farra dos sem cintos”, e sim um procedimento


adequado ao ordenamento jurídico, cabendo ao Estado o aprimoramento dos
41

seus mecanismos de fiscalização de modo a fazer valer os interesses gerais,


mas que não sejam agredidos os interesses dos indivíduos.

Em suma, o disposto no art. 167 do CTB, que prevê a retenção do veículo até
colocação do cinto pelo infrator, é bastante para a inafastável conclusão de que
é indispensável à abordagem do condutor no caso de não utilização do cinto de
segurança.

Entre as medidas de proteção e/ou segurança, que são referentes ao uso do


cinto de segurança destacam-se:

1. O cinto de segurança - deve ser colocado com o veículo ainda parado,


evitando-se assim o risco de nos envolvermos em um acidente ao desviarmos
a atenção para colocá-lo com o veículo já em movimento (FIG.7);

Figura 7- Tipos de cinto de segurança

Fonte: DENATRAN

2. Mantém os ocupantes no lugar com a parada brusca do veículo (colisão ou


freada de emergência);
42

3. Absorve parte do impacto e distribui o restante pelos pontos mais fortes do


corpo dos ocupantes;

4. Evita que as pessoas sejam lançadas para fora do veículo (uma vez que, ao
contrário do que se imagina, nossas chances de sobreviver é cerca de cinco
vezes maior se permanecermos dentro do automóvel);

5. Impede a ‘2ª colisão’, ou seja, que os ocupantes se choquem contra o


interior do veículo e/ou entre si;

6. Diminui a possibilidade de perda da consciência num acidente, o que poderia


inviabilizar a rápida saída dos ocupantes do veículo;

7. Garante uma posição correta e estável de dirigir, sem que tenhamos de nos
preocupar em nos segurarmos no volante em curvas acentuadas, solavancos
e/ou freadas bruscas, diminuindo assim a fadiga e as chances de nos
envolvermos em um acidente.

Diversas pesquisas têm sido desenvolvidas com o objetivo de melhorar a


segurança dos veículos automotivos. Cada vez mais, torna-se evidente a
preocupação com a segurança dos motoristas e passageiros. Assim, vários
estudos e testes são realizados para conferir proteção aos usuários de
automóveis. Dentre os dispositivos de proteção de um carro, estão incluídos o
cinto de segurança de três pontas automático, combinado a um tipo proteção
para joelhos, que consiste em um material para absorver parte do atrito em
colisões automobilísticas (atualmente, o denominado airbag) [22].

Há uma evidência da negligência por parte da grande maioria dos motoristas e


passageiros, que não utilizam o cinto de segurança manual, em cerca de 50%
a 71% das vezes em que fazem uso do carro [6]. Alguns trabalhos,
anteriormente realizados, acerca da eficácia do uso do cinto de segurança
automático, produziram certa divergência entre este sistema de segurança
43

automático e o sistema manual. Vários pesquisadores evidenciaram lesões


graves e até mortes causadas pelo uso incorreto do cinto de segurança de
duas pontas [24].

Nos Estados Unidos existem aproximadamente dez milhões de carros com


sistema automático de cinto de segurança trafegando pelas ruas. Entretanto,
pesquisas acerca da utilização desse tipo de sistema de contenção de
passageiros têm revelado resultados divergentes quanto a sua eficácia [17]. Na
década de 80, mais especificamente, desde 1987, mais de vinte e sete milhões
de veículos foram produzidos por montadoras contendo cinto de segurança
automático de duas pontas. Desse total de carros produzidos
aproximadamente dez milhões ainda estão trafegando pelas ruas.

Aproximadamente cinco mil casos de veículos envolvidos em acidentes são


escolhidos anualmente em um sistema de amostragem, para sua avaliação
quanto ao uso de cinto de segurança. Esse sistema é baseado na inspeção do
veículo, em entrevistas realizadas com tripulantes e testemunhas, no relato da
polícia, em dados obtidos pela realização de necropsias dos corpos de
indivíduos envolvidos nos acidentes automobilísticos, e nos registros dos
hospitais. Nesse sistema de levantamento de dados de acidentes, são
incluídos ocupantes do assento traseiro do veículo que tenham idade superior
a quinze anos. A gravidade dos ferimentos causados pela colisão do automóvel
foi codificada através de um sistema de graduação da lesão (escala da
gravidade das lesões), denominada Abbreviated Injury Scale [2].

Diversos estudos anteriores verificaram os riscos de lesões fatais por impacto,


usando sistema de contenção (cinto de segurança) automático e concluíram
que nos casos do uso (mesmo inapropriado) do cinto de segurança, houve uma
redução de 29% dos riscos de morte de passageiros.
Um estudo publicado em junho de 2000 pela revista JAMA - Journal of the
American Medical Association, avaliou a eficácia do uso do cinto de segurança
automático, quando utilizado separadamente, ou associado ao cinto de
44

segurança manual [14]. Para tentar determinar a eficácia de sistemas


automáticos de proteção (mais especificamente, dos cintos de segurança
automáticos diagonais) na redução dos riscos de lesões graves e de morte
entre os passageiros dos assentos dianteiros dos veículos, pesquisadores
americanos conduziram um estudo onde o número de veículos estudados é
bastante elevado.

Nesse trabalho, foram avaliados dados obtidos através de consulta ao National


Highway Traffic Safety Administration Crashworthiness Data System (um
sistema de dados da administração nacional de segurança no trânsito, dos
Estados Unidos), acerca dos motoristas e passageiros que se envolveram em
acidentes de tráfego, durante o período entre os anos de 1993 e 1996. Os
autores verificaram os dados de, aproximadamente, 25.811 acidentes que
envolveram colisões diretas entre veículos, afetando motorista e passageiro do
assento dianteiro do carro; colisões entre veículos de transporte de
passageiros; caminhões pequenos; caminhonetes e carros esportivos [14].

Os aspectos avaliados incluíram ferimentos graves em determinadas regiões


do corpo e morte, causados pelo uso dos vários tipos de cintos de segurança:
cinto de três pontas, manual; cinto automático diagonal, com cinto manual
horizontal (cinto de segurança de três pontas); e cinto automático de três
pontas; comparados aos casos em que não houve a utilização desse tipo de
proteção. Foi verificada uma redução de 34% em todos os tipos de acidentes e
uma redução de 29% em acidentes causados por colisão frontal entre veículos
pelo uso do cinto de segurança [14].

A utilização de cintos de segurança automáticos, sem o cinto de segurança


manual, aparentemente, se mostrou melhor do que a não utilização de nenhum
sistema de contenção de passageiros de um veículo. Entretanto, o uso deste
tipo de cinto de segurança, conferiu menor proteção, quando comparado ao
uso do cinto de segurança de três pontas. O cinto de segurança automático
(que passa pelo ombro, atravessando o corpo, em posição diagonal), sem uma
45

contenção na região do quadril do indivíduo (cinto de segurança horizontal), foi


associado a um aumento significativo dos riscos de sérios ferimentos torácicos
e abdominais.

O uso de cintos de segurança automáticos de duas pontas foi associado à


diminuição do risco de morte nos acidentes, se comparado ao não uso desses
sistemas de proteção de passageiros. Essa diminuição não se mostrou
estatisticamente significativa, nos casos de acidentes automobilísticos
analisados pelos pesquisadores, após a verificação de dados como: a idade
dos passageiros, o sexo, o ano de fabricação do veículo, a presença de airbag,
a velocidade do impacto e a principal direção da força da colisão.

Nos resultados obtidos, os usuários de cintos de segurança (diagonais)


automáticos, apresentaram um risco semelhante ao risco dos passageiros que
não faziam uso de um sistema de contenção, de sofrerem lesões cranianas em
todos os tipos de colisões. Além disso, a utilização desse tipo de proteção
aumentou significativamente o risco de lesões torácicas, principalmente, nas
colisões frontais. Em relação às lesões abdominais, foram encontrados
resultados similares aos descritos. O risco deste tipo de lesão foi aumentado
com o uso desse tipo de proteção. Não foi evidenciada diferença significativa
entre os tipos de cinto de segurança e o risco de lesões da medula espinhal ou
das extremidades (membros inferiores).

A conclusão dos pesquisadores é de que existe uma limitação do número de


acidentes com veículos que possuem sistemas, de contenção de passageiros,
automáticos (cintos de segurança automáticos). Portanto, o verdadeiro efeito
atenuante do uso de cinto de segurança nos acidentes automobilísticos, sobre
os riscos de morte, pode ser encontrado em qualquer ponto, com desde uma
redução de 58% até a um aumento de 6%.

Os pesquisadores advertem que, apesar do uso ainda bastante difundido, do


cinto de segurança automático, devem ser elaborados programas educativos,
46

para a conscientização das pessoas a respeito da importância do uso de cintos


de segurança de três pontas, na prevenção de ferimentos muitas vezes letais,
provenientes de acidentes automobilísticos. Os dados obtidos evidenciaram
que o uso inadvertido de sistemas de proteção automáticos (cintos de
segurança diagonais) pode ser menos eficaz do que o uso de cintos de
segurança de três pontas; esses cintos de segurança automáticos associam-se
a um aumento do risco de lesões torácicas e abdominais sérias. Devido ao uso
difundido destes sistemas automáticos, programas educacionais deveriam ser
realizados entre a população [24].

6.1 A relação cinto de segurança e airbag na redução dos


traumas causados em acidentes

As violências e os acidentes constituem duas das mais importantes causas de


mortalidade na sociedade brasileira contemporânea. Genericamente
denominadas Causas Externas, as diversas formas de acidentes e de
violências têm sido responsáveis pela quase totalidade das mortes de
brasileiros com idades entre 15 e 24 anos [6].

A mortalidade não é, porém, o único indicador de profundos impactos


humanos, sociais e econômicos de longo prazo engendrados pelas Causas
Externas. A maior parte das vítimas de acidentes e violências sobrevive a
esses eventos, demandando atenção dos serviços de saúde. Na última
década, a título de exemplo, para cada morto em acidente de trânsito no Brasil,
os estatísticos oficiais registraram cerca de treze feridos. Em números
absolutos, mais de 3 milhões e 300 mil pessoas sobreviveram aos acidentes de
trânsito, requerendo, em maior ou menor grau, assistência médico-hospitalar.

No conjunto de internações por Causa Externas nos Hospitais da Rede


SARAH, os acidentes de trânsito ocupam o primeiro lugar, destacando-se
como eventos que geraram o maior número de internações de pacientes que
47

sofreram Lesão Medular (paraplegia ou tetraplegia) e Lesão Cerebral


(Traumatismo Crânioencefálico) [26].

A obrigatoriedade de instalação de airbags nos automóveis fabricados no Brasil


poderia contribuir de maneira importante para a redução do número de mortes
e para a prevenção de lesões gravemente incapacitantes (especialmente
traumatismos crânioencefálicos), tais como a que são tratadas na Rede
SARAH de Hospitais do Aparelho Locomotor. A introdução da obrigatoriedade
de instalação de airbags acarreta, entretanto, riscos à integridade física dos
ocupantes de veículos que devem ser consideradas cuidadosamente,
principalmente se considerarmos a grande discrepância das taxas de uso do
cinto de segurança por motoristas e passageiros nas grandes metrópoles
brasileiras [4].

O uso do cinto de segurança é um fator crítico a ser considerado no caso de


legislação que torne obrigatória a instalação de airbags nos veículos
produzidos no país. No entanto, ainda hoje, mais de seis anos após a
promulgação do Código de Trânsito Brasileiro (Lei no 9.503 de 23/09/1997), o
uso do cinto de segurança constitui tema central das infrequentes e
assistemáticas campanhas de educação das autoridades públicas de trânsito
em todos os níveis da federação, inexistindo sequer como tema o uso do cinto
de segurança pelos passageiros dos bancos traseiros.

O cinto de segurança de três pontos é um dos mecanismos mais conhecidos e


universais de proteção de ocupantes de veículos. É inquestionável o poder que
esse mecanismo possui de reduzir a probabilidade de mortes e de lesões
graves de ocupantes e, ainda hoje, não há qualquer outra solução de
engenharia que suplante a proteção proporcionada pelo cinto de segurança.

O cinto de segurança é um mecanismo de retenção dos ocupantes de um


veículo em seus assentos. É uma decorrência da ação desse mecanismo que
ele também contribua para reduzir a probabilidade de choque dos corpos dos
48

ocupantes contra a estrutura interna dos veículos (painel de instrumentos,


volante e, principalmente, para-brisa) e, principalmente, de ejeção do ocupante
para fora do veículo, nos casos de colisão ou freada brusca. O cinto não foi
desenvolvido para impedir que braços, pernas e cabeça dos ocupantes se
movimentem no interior do veículo e se choquem contra a estrutura rígida
desse interior, vindo a sofrer lesões diversas. O cinto diminui a probabilidade
de morte de seu usuário, mas não o faz, necessariamente, nem na mesma
proporção, no que toca aos possíveis ferimentos das várias partes do corpo por
ele não protegidas [14].

Airbags são denominados mecanismos de retenção suplementares porque eles


foram desenvolvidos para funcionar combinados ao cinto de segurança,
formando um sistema integrado de proteção dos ocupantes [13]. Os cintos de
segurança ajudam a reduzir o risco de lesão em muitos tipos de colisões.
Airbags frontais não foram desenvolvidos para funcionar em impactos laterais,
impactos traseiros ou em capotamentos. Os airbags suplementam o cinto de
segurança ao reduzir a chance de que a cabeça e o tórax do ocupante venham
a colidir com alguma parte do interior do veiculo. Os airbags funcionam como
um aparato adicional de absorção de energia do impacto da colisão, reduzindo
o risco de lesões graves ao distribuírem as forcas da colisão mais
homogeneamente ao longo do corpo do ocupante. Mas é preciso considerar
que a eficácia dos airbags apenas suplementa aquela proporcionada pelo cinto
de segurança. O cinto ajuda a posicionar apropriadamente os ocupantes para
maximizar o benefício do airbag e eles ajudam a reter os ocupantes durante a
colisão inicial e em colisões subsequentes – quando, então, o airbag já terá
perdido utilidade, uma vez que o airbag é acionado uma única vez e desinfla
rapidamente depois do impacto inicial. Portanto, é extremamente importante
que os cintos de segurança sejam utilizados, mesmo em veículos equipados
com airbags (FIG. 8).
49

Figura 8 – Sistema de airbag

Fonte: Esteves (2013)

O sistema do airbag consiste de três partes básicas – o modulo do airbag, os


sensores de colisão e a unidade de diagnostico. Alguns sistemas podem
também possuir um mecanismo de desativação do airbag (FIG. 9).

Figura 9 - Sistema de abertura do airbag


50

Fonte: Esteves (2013)

O módulo do airbag contem uma unidade de disparo de balão e o balão


propriamente dito, que é feito de um tecido leve e tem a dimensão de uma
pequena boia.

O modulo do airbag do motorista se localiza no centro do volante e o airbag do


passageiro está localizado no painel de instrumentos.

Os sensores de colisão estão localizados na frente do veiculo e/ou no


compartimento dos ocupantes. Os veículos podem ter um ou mais sensores.
Os sensores são tipicamente ativados por forcas geradas em colisões frontais
ou quase frontais.

Os sensores medem a desaceleração. Por esse motivo, a velocidade do


veiculo na qual os sensores ativam o airbag variam de acordo com a natureza
da colisão. Os airbags não foram desenvolvidos para ativar durante frenagens
bruscas ou durante a direção em terrenos irregulares [13]. (FIG. 10)

Figura 10 – Ejeção do airbag

Fonte: Esteves (2013)


51

A unidade de diagnóstico monitora a prontidão do sistema do airbag. A unidade


é ativada quando a ignição do veiculo é acionada. A maioria das unidades de
diagnóstico conte um mecanismo que armazena energia elétrica suficiente para
acionar o airbag caso a bateria do veiculo seja destruída imediatamente na
sequência da colisão.

Os airbags são tipicamente desenvolvidos para acionarem em colisões frontais


ou quase frontais, que são comparáveis a uma colisão contra uma barreira
sólida a uma velocidade entre 12 e 22,5 km/h. Os sensores do airbag medem a
desaceleração, por isso a velocidade do veiculo e o estrago físico não são bons
indicadores de se o airbag deve ou não ser acionado. Quando uma colisão
ocorre, o veiculo rapidamente desacelera enquanto sua estrutura absorve a
maioria das forças da colisão. Ocupantes sem cinto de segurança continuam a
se mover para frente à mesma velocidade inicial do veículo até que a estrutura
interna do veículo (volante, painel de instrumentos, para-brisa) pare o
movimento do ocupante. Ocupantes utilizando o cinto de segurança serão
levados a uma parada mais gradual por estarem retidos na estrutura do
veiculo. Em colisões graves, mesmo ocupantes com cinto de segurança podem
entrar em contato com o interior do veiculo [24].

Quando ocorre uma colisão frontal de moderada a grave, que demanda o


acionamento do airbag, um sinal é enviado à unidade de inflação no interior do
módulo do airbag. Começa uma reação que produz um gás que preenche o
airbag, acionando o balão para fora do compartimento do módulo. Airbags
devem inflar rapidamente para serem eficazes, e, portanto saem do centro do
volante ou do painel de instrumento com uma força considerável, geralmente a
uma velocidade superior a 160 km/h. O processo inteiro de acionamento do
airbag demora apenas 1/20 milisegundo. Uma vez que o airbag tenha sido
acionado, a deflação começa imediatamente na medida em que o gás escapa
através da trama do tecido do airbag (FIG. 11).
52

Figura 11 - Tempo de inflação do airbag

Fonte: Esteves (2008)

Por causa da força inicial de explosão do mecanismo do airbag, o contato com


um airbag sendo inflado pode causar lesões, em geral lesões leves. Mas há
também problemas com os airbags – eles têm causado lesões graves e
mortes. Um ocupante sem cinto de segurança ou que o utilize
inapropriadamente pode ser gravemente ferido ou morto pelo acionamento do
airbag – situação em que se encontravam os ocupantes de quase todas as
mortes relacionadas ao airbag, de acordo com o NHTSA (National Highway
Traffic Safety Administration), órgão do governo norte-americano.
53

Os airbags têm reduzido em cerca de 14% as mortes de condutores e de cerca


de 11% a morte de passageiros dos bancos dianteiros em acidentes de
trânsito, de acordo as estatísticas mais recentes do governo norte-americano.
[17].

A eficácia do airbag também é comprovada na redução de lesões moderadas


ou severas nas várias regiões do corpo. A combinação de um airbag e do cinto
de segurança reduz o risco de lesões moderadas de cabeça em 83%,
comparado com ocupantes que estivessem sem cinto de segurança em
veículos sem airbags. Airbags e cinto de segurança reduzem em 59% o risco
de lesões moderadas de tórax e em 45% as lesões moderadas de membros
superiores. Airbags tem reconhecida capacidade de proteção contra lesões
medulares de maneira geral em colisões frontais. No entanto, esses dados
gerais devem ser detalhados para uma melhor avaliação da eficácia do airbag
comparativamente à eficácia do conjunto airbag e cinto de segurança.

Cabeça – A eficácia estimada do airbag sozinho é de 46% na redução de


lesões moderadas de cabeça. Essa eficácia de 46% para o airbag sozinho é
muito maior do que a eficácia de 18% na redução de lesões moderadas a
quaisquer outras regiões do corpo e sugere que o airbag sozinho representa
boa proteção para lesões de cabeça. Entretanto, muito pode ser ganho com a
adição de um cinto de três pontos (a eficácia aumenta de 46 para 83%).
Analises mais aprofundadas indicam que o airbag sozinho provê bem menos
proteção para lesões graves de cabeça (cerca de 16%), enquanto os
benefícios de proteção do cinto de três pontos permanecem altos (cerca de
38%).

Tórax – Em lesões graves, a eficácia do cinto de três pontos aumenta para


54%, comparada com a eficácia de 14% de proteção nos casos de lesões
54

moderadas. O airbag sozinho está associado com um aumento do risco de


lesões moderadas do tórax, mas no caso de lesões graves, o airbag fornece
alguma proteção (cerca de 18%). Uma possível explicação para o grande
benefício da combinação do airbag com o cinto de três pontos na proteção de
níveis moderados de lesão pode ser o fato de que o efeito de retenção dos
mecanismos de cinto de segurança, inibindo o movimento para frente dos
ocupantes em uma colisão, podem resultar em esterno ou costelas fraturadas,
lesões do diafragma ou lacerações menores de órgãos abdominais, todos
classificados como lesões AIS 2. A adição do airbag pode servir de colchão
para o movimento para frente do ocupante, fazendo assim com que o choque
do condutor contra o próprio cinto tenham menos forca e portanto menor
chance dessas lesões AIS 2 no tórax e abdome.

Membros superiores – Cintos de segurança de três pontos fornecem proteção


estatisticamente significativa contra lesões moderadas. Motoristas usando cinto
experimentam uma redução estimada de 54% no risco de lesões moderadas
de braços e de 28% em lesões severas de braços, comparando se eles não
estivessem usando o cinto. Entretanto, a adição de um airbag reduz o beneficio
de proteção para lesões de membros superiores para 45% em um nível
moderado de lesões e aumentam o risco de lesões severas de braço para
40%. Parece que condutores com cinto têm maior chance de sofrerem lesões
moderadas ou severas de braço por causa do acionamento do airbag do que
têm aqueles condutores que não usam o cinto. O condutor utilizando cinto de
segurança em uma colisão experimenta um movimento para frente contra o
airbag, enquanto o torso dele é mantido no assento, permitindo possivelmente
que seus braços sejam projetados para frente na direção do airbag no
momento de explosão do balão. O airbag em expansão pode então lesionar o
braço do ocupante, ou projetar os braços para cima ou lateralmente contra as
estruturas internas do veiculo. Outro mecanismo de lesão do braço envolve o
posicionamento cruzado dos braços no volante, diretamente no caminho do
airbag em expansão, enquanto o veiculo vira pra a esquerda ou direita.
55

Membros inferiores – O cinto de segurança de três pontos fornece proteção


estatisticamente significante de 53% no risco de lesões moderadas de
membros inferiores. A adição do airbag prove uma redução de 37% no risco,
enquanto o airbag sozinho fornece uma redução de 21% de lesões moderadas
nessa região do corpo. Para lesões severas de membros inferiores, o cinto de
três pontos oferece um alto grau de proteção, quase 80% de eficácia, enquanto
a eficácia do airbag sozinho é negativa, sugerindo a possibilidade de que o
airbag aumenta o risco de lesões severas de membros inferiores.

Da análise do padrão de lesão das principais regiões do corpo, conclui-se que


a adição de um airbag ao sistema do cinto de segurança de três pontos parece
envolver uma escolha de perdas e ganhos: reduções de lesões moderadas e
severas na cabeça e tórax, lesões que impõem risco de vida maior, em troca
do risco crescente de lesões dos membros superiores e dos membros
inferiores. O sistema do airbag sozinho parece estar associado com o aumento
do risco de lesões moderadas do tórax, ao passo que provê menor proteção
para a cabeça e membros superiores do que os demais sistemas de cinto de
segurança.

Reforça-se, assim, a evidência de que é necessário sempre utilizar o cinto de


segurança, independentemente de o veiculo possuir ou não airbags. Lesões
severas ou fatais podem ocorrer quando alguém está muito próximo ou em
contato direto com o modulo do airbag no momento do acionamento. Qualquer
um, a despeito de tamanho ou idade, que esteja sobre ou muito próximo do
airbag está em risco.

A maioria das mortes causadas por airbags envolve pessoas que não estavam
usando cinto de segurança, estavam usando o cinto incorretamente, ou
estavam posicionados inapropriadamente – o que ajuda a explicar o alto
56

número de crianças ou recém-nascidos mortos pelo airbag nos últimos anos


nos Estados Unidos da América. O transporte de crianças abaixo de 12 anos
em veículos automotores é ainda um grave problema na América e também no
Brasil. Esse é outro ponto delicado que a discussão de uma lei tornando
obrigatória a instalação de airbags nos veículos nacionais terá que levar em
consideração [7].

Pessoas sem cinto de segurança ou que utilizem os cintos incorretamente,


especialmente passageiros, estão em risco porque eles têm maior chance de
se moverem para frente durante freadas bruscas ou manobras violentas
durante as colisões. Então, eles têm maior chance de estarem muito próximos
ou sobre o airbag antes da inflação acontecer. Pessoas posicionadas
inapropriadamente incluem os motoristas que se sentam muito perto do volante
– 25 centímetros ou menos – e crianças em cadeiras especiais com encosto
reverso posicionado nos bancos da frente. Não é a estatura, gênero, ou idade
que determina o risco. É a posição em relação ao airbag. A maioria dos adultos
pode virtualmente eliminar o risco simplesmente colocando o cinto de
segurança. Nem mulheres de baixa estatura nem motoristas idosos são
especialmente vulneráveis se usarem o cinto e sentarem a pelo menos 25
centímetros de distância do volante.

Condutores com cinto de segurança em risco de sofrerem sérias lesões por


causa do airbag são aqueles que se sentam muito perto do volante. Mas esses
mesmos condutores estariam em risco sem airbags porque eles provavelmente
se chocariam com força contra o volante – usualmente com a face – em uma
colisão grave. Eles podem reduzir o risco do airbag sem sacrificar os benefícios
sentando mais para trás e longe do volante.
57

O Governo dos Estados Unidos da América estabeleceu critérios para os


poucos casos em que um mecanismo de desligamento do airbag pode ser
necessário para evitar o risco de lesões [6]. Mas esses mecanismos somente
fazem sentido quando alguém – por exemplo, uma pessoa de baixa estatura –
tentou varias posições e não pode confortavelmente dirigir sentando-se a uma
distância segura mínima do airbag. Seria também o caso de mulheres grávidas,
em final de gestação, que não consigam manter o abdome longe do volante.
Elas também podem solicitar permissão para o mecanismo de desligamento do
airbag de acordo com recomendações medicas. Mas é bom lembrar que,
nesses casos, em uma colisão grave sem um airbag, sentar-se muito próximo
do volante significa, ainda assim, um alto risco de choque do abdome contra o
volante. A maior causa de morte fetal é a morte da mãe.

A proteção da mulher gestante com o cinto de segurança de três pontos é vital.


Do lado do passageiro, não há nenhum risco importante de lesão para adultos
que se sentem com o banco suficientemente recuado. O risco para bebês e
crianças pode ser eliminado garantindo-se que eles sejam transportados
sempre nos bancos traseiros e apropriadamente seguros. (Figuras 12 e 13)

Figura 12 - Dispositivos de segurança para crianças


58

Fonte: A autora

Figura 13 - Dispositivos de segurança para crianças

Fonte: A autora
59

7. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A coleta de dados foi realizada entre os anos de 2001 e 2012 a realização de


blitz educativas, promovida pelo DER, onde foram abordados veículos de
passeio que transitavam nas rodovias que margeiam o município de Formiga.
As abordagens foram direcionadas para o publico mais jovem, com idade entre
18 a 30 anos, tanto no sexo feminino, como masculino, sendo realizado na
cidade de Formiga e região, para obter dados [10].

Foi possível verificar que, o resultado observado demonstrou que 80% das
autuações são de passageiros do banco traseiro que não utilizam o cinto de
segurança.

Este fato pode ocorrer divido a um pensamento errôneo de que a


obrigatoriedade do cinto é somente para quem está no banco da frente. Este
fato pode ser confirmado quando se observa que inúmeros veículos têm seus
cintos de segurança guardados em baixo do banco traseiro. E em outros casos,
carros mais antigos nem possuem o dispositivo.

É preciso, portanto, conscientizar os motoristas e passageiros de que, o uso de


cinto de segurança no banco traseiro protege todos os passageiros do veículo
em caso de acidente.

Este dispositivo deve ser utilizado em todos os bancos, até porque o


passageiro de trás sem cinto pode causar lesão no passageiro sentado na
frente e pode até agravar as lesões [24].

O gráfico 1 ilustra a realidade do uso do cinto de segurança por motoristas que


transitam na MG-050.
60

Gráfico 1 – Pesquisa Realizada na MG-050

Fonte: O autor (2013)

É possível observar que no caso dos veículos que transitam em rodovias o uso
do cinto é maior, no entanto, ainda podem ser encontrados passageiros que
não consideram seu uso necessário.

No gráfico 2, no entanto, o uso do cinto no perímetro urbano é muitas vezes


omitido, de acordo com a fala de alguns motoristas, quando estão em vias
urbanas, não visualizam risco ao transitarem sem o uso de cinto.
61

Gráfico 2 - Pesquisa realizada no perímetro urbano

Fonte: O autor (2013)

Conforme Rozestraten (2003), tendo em vista ser o homem uma das estruturas
mais complexas do universo e já estando comprovado que por volta de 90%
dos acidentes de trânsito são devidos a fatores humanos, é necessário que
sejam traçadas políticas públicas no sentido de se apropriar de todo o
conhecimento a respeito do trânsito, voltadas para o levantamento e a análise
de todas as violências e suas consequências desastrosas no trânsito, voltada
para o estudo das soluções apresentadas nos diversos países do mundo e que
deram certo, procurando implantá-las no país [14].

Entre as causas para não se usar o cinto no banco traseiro estão a falta de
hábito, o possível desconforto e ideia que os passageiros têm de achar que o
dispositivo não está associado à prevenção de riscos. O estudo "Cinto de
segurança no banco traseiro do automóvel: por que nós não usamos?",
realizado por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio de
62

Janeiro (PUC-Rio), Wilson Nobre, mestre em design e especialista em


ergonomia, e Anamaria de Moraes, coordenadora do Laboratório de Ergonomia
e Usabilidade da instituição, apontou que o banco de trás promove uma falsa
sensação de segurança [3].

A coordenadora de Educação para o Trânsito do Detran/PR acredita que com


alertas e campanhas, como as desenvolvidas pelo órgão, é possível diminuir o
número de mortes em acidentes com pessoas sem o dispositivo. ”A
conscientização sobre o uso do cinto de segurança não deve ser só dos
motoristas. Os passageiros também devem usá-lo e ter consciência de que a
falta do mesmo pode causar sérios danos à saúde”, finaliza [4].
63

CONCLUSÃO

O objetivo do presente trabalho foi Estudar aspectos relacionados à utilização


do cinto de segurança por motoristas e passageiros nos bancos dianteiros e/ou
traseiros na cidade de Formiga – MG, através de questionários, entrevistas e
analises de dados fornecidos pelo Departamento de Estradas e Rodagens
(DER) – Formiga entre os anos de 2011 e a 2012.

Portanto, no decorrer do presente trabalho destacou-se a importância do uso


do cinto de segurança, e seus os benefícios que se obtém ao fazer seu uso,
diminuindo o numero de acidentes com vitimas fatais, principalmente dos
jovens, os quais são uma parcela de condutores com grande imprudência
nesse quesito.

Tendo em base nas pesquisas, nos questionários e nas analises de dados


obteve-se as seguintes conclusões:

O cinto de segurança é um dispositivo simples que serve para proteger vidas e


diminuir as consequências dos acidentes, impedindo, em casos de colisão, que
os corpos se choquem contra o volante, painel e para-brisas, ou que sejam
projetados para fora do carro. Dispositivo de segurança de uso obrigatório no
Brasil desde novembro de 1994, o cinto de segurança vem reduzindo o índice
de vítimas fatais ou com lesões graves decorrentes dos acidentes
automobilísticos, sendo que ainda existem condutores que dão tanta
importância para o seu uso.

Na cidade de Formiga – MG existe um grande índice de pessoas que não


utilizam o cinto, cerca de 80% os quais estes são os passageiros, para uma
cidade com 65.128 hab. sendo um fator preocupante por se tratar de um alto
índice.
64

Que apesar de estarmos em nível aonde a informação chega de forma rápida e


precisa, ainda faz necessário trabalhar alguns temas de conscientização em
relação do uso do cinto de segurança na cidade de Formiga - MG.

Nesta linha, fica evidente a necessidade de medidas preventivas voltadas para


esses atores com a finalidade de conscientizar esta parcela da população
acerca dos riscos da falta do uso do cinto de segurança, inclusive para
passageiros que se encontrem no banco traseiro, pois como foi possível
observar no estudo realizado, o cinto de segurança apesar de não ser utilizado
pela totalidade dos motoristas abordados, apresentou um índice menor de não
utilização quando comparado com o uso que os passageiros dos bancos
traseiros fazem deste dispositivo de segurança.

Assim o tema e os objetivos propostos para a realização do presente trabalho


foi atingido com resultados satisfatórios, deixando com sugestão para
conscientização da população de Formiga, a realização de campanhas, no
centro da Cidade e nas principais vias de aceso, trabalhando em parceria com
a Universidade local, com a PMMG e também juntamente com o DER.
65

REFERÊNCIAS

1. ABRAMET - Associação Brasileira de Acidentes e Medicina de Tráfego


(2000) - Violência urbana: um problema social. Revista ABRAMET. São Paulo,
n°.33/34, nov/abr, p.6-15.
2. AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES (ANTT). Anuário
estatístico dos transportes terrestres – AETT 2009. Brasília: Agência
Nacional de Transportes Terrestres, 2009. Disponível em:
<http://www.antt.gov.br/InformacoesTecnicas/aett/aett_2009/principal.asp.>
Acesso em: 04 out. 2013.
3. ALMEIDA, N. D.V. Promoção e divulgação de medidas educativas em
circulação humana: em questão o fenômeno trânsito Psicol. Argum.
Curitiba, v. 24, n. 46 p. 45-53, 2006.
4. ANDRADE, S. M. Acidentes de transporte terrestre em Londrina -
Paraná: análise das vítimas, dos acidentes e das fontes de informação
[Tese de doutorado]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública/USP; 1998.
5. ARRUDÃO, M. Manual de direito automobilístico. Novo código nacional
de trânsito (comentado). São Paulo: Fulgor, 1966.
6. BACCHIERI, G.; BARROS, A. J. D. Acidentes de trânsito no Brasil de
1998 a 2010: muitas mudanças e poucos resultados. Rev. Saúde Pública,
2011; 45(5): 949-63. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v45n5/2981.
Acesso em: 19 dez. 2013.
7. BRAGA, M.. Acidentes de trânsito no Brasil: agressão cotidiana ao meio
ambiente urbano. Revista de Administração Pública, Brasil, 29, abr. 2013.
Disponível em:
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/view/8214/7012. Acesso
em: 11 jan. 2014.
8. CALDAS, G. Novo Código de Trânsito Brasileiro Anotado. São Paulo:
Ediprax Jurídica; 1998.
9. Centro de Pesquisas em Educação e Prevenção AIRBAGS – BREVE
ANÁLISE Rede SARAH. Disponível em: http://www.sarah.br/Cvisual/Sarah/AA-
66

Prevencao/PDF2012-11/PDF-FOLDERS/O%20airbag%20-%20Breve
%20analise.pdf. Acesso em: 11 jan. 2014.
10. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE
TRANSPORTES (DNIT). Diretrizes básicas para elaboração de estudos e
projetos rodoviários/Instruções para acompanhamento e análise. Brasília:
DNIT, Instituto de Pesquisas Rodoviárias, 2010. Disponível em:
http://ipr.dnit.gov.br/manuais/diretrizes_basicas_instrucoes_para_acompanham
ento_publ_ipr_739.pdf. Acesso em: 18 out. 2013.

11. FERREIRA, A. B. H. Aurélio século XXI: o dicionário da Língua


Portuguesa. 3. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

12. DOTTA, A. J., DOTTA, R. M. Acidentes de trânsito: Como evitá-los.


Porto Alegre, Brasil: Pallotti, 2000.

13. ESTEVES, L. P. de S. Airbag e sua concepção: redução de custos em


sacos airbag condutor: estudo de novos conceitos de sacos. Faculdade de
Engenharia da Universidade do Porto, 2008. Disponível em: http://repositorio-
aberto.up.pt/handle/10216/61869. Acesso em: 24 nov. 2013.
14. FERRAZ, Antônio Clovis Pinto; RAIA JUNIOR, Archimedes; BEZERRA,
Barbara Stolte. Segurança no Trânsito. São Carlos: Grupo Gráfico São
Francisco, 2008. 280 p.
15. FERREIRA, C. C.; Acidentes motocicleta-carro: um estudo das
representações sociais no trânsito em Goiânia, Universidade Católica de
Goiás, Goiânia, Março de 2006.
16. FERREIRA, R. M. P.; FARIA, S. D.; FONSECA, B. M. A geografia dos
acidentes na BR-381 entre Belo Horizonte e Governador Valadares: o que
pode ser explicado pela morfoestrutura regional? Geografias. Belo
Horizonte 08(1) 84-97 janeiro-junho de 2012. Disponível em:
http://cantacantos.com.br/revista/index.php/geografias/article/view/157/155.
Acesso em: 24 nov. 2014.
17. FREIBERGER, M. F.; SILVA, D. G. da; RODRIGUES, J. D. N.; LIMA, E.;
SILVA, P. M. Violência no trânsito com crianças e adolescentes: um relato de
experiência. Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente
67

2(Supl-I):80-82, 2011. Disponível em:


http://www.faema.edu.br/revistas/index.php/Revista-FAEMA/article/view/70/64.
Acesso em: 27 nov. 2013.

18. HARRÉ, N. Risk evaluation, driving and adolescents: A typology.


Developmental Review, 20, 206-226, 2000.

19. HOFFMANN,M.G., Cruz, R.M., Alchieri, J.C. Comportamento Humano no


Trânsito. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.

20. HOFFMANN, M.H. Comportamento humano no trânsito: reflexões e


perspectivas. Anais. Seminário Nacional sobre Comportamento Humano no
Trânsito. Florianópolis, SC, 2002.

21.INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOFRAFIA E ESTATÍSICA (IBGE).


Unidades da Federação. 2010. Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1. Acesso em: 10 out. de
2013.
22. JORGE, M. H. P. M. Acidentes de trânsito no Brasil: um atlas de sua
distribuição. São Paulo; Associação Brasileira de Medicina de Tráfego;
2013. 215 p. Disponível em: http://bases.bireme.br/cgi-
bin/wxislind.exe/iah/online/?
IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&expr
Search=695514&indexSearch=ID. Acesso em: 12 dez. 2013.
23. Jornal a cidade: Prefeitura Municipal de Formiga. (2012). Disponivél
em: http://www.formiga.mg.gov.br/?pg=20: Acesso em: 12 jan. 2014.
24. MALTA, D. C.; MASCARENHAS, M. D. M.; BERNAL, R. T. I.; SILVA, M. M.
A. da; PEREIRA, C. A.; MINAYO, M. C. de S.; MORAIS NETO, O. L. de.
Análise das ocorrências das lesões no trânsito e fatores relacionados
segundo resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(PNAD) – Brasil, 2008. Ciência & Saúde Coletiva, 16(9):3679-3687, 2011.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v16n9/a05v16n9.pdf. Acesso em:
24 nov. 2013.
68

25. MARÍN-LÉON, L., VIZZOTO, M. M. Comportamento no trânsito: Um


estudo epidemiológico com estudantes universitários. Cadernos de
Saúde Pública, 15, 515-523, 2003.
26. MELLO, J. M. H. P.; LATORRE, M. R. D. O. Acidentes de trânsito no
Brasil: dados e tendências. Cadernos de Saúde Pública 1994; 10:19-44.
27. RIZZARDO, A. Comentários ao Código de Trânsito Brasileiro. São
Paulo: Editora dos Tribunais, 1998.

28. ROZESTRATEN, R. J. Os prós e contras da análise de acidentes de


trânsito. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 53, 7-22, 2001.

29. ROZESTRATEN, R. J., DOTTA, A. J. Os sinais de trânsito e o


comportamento seguro. Porto Alegre, Brasil: Sagra-Luzzato, 1996.

30. VASCONCELOS, E.A. O que é Trânsito. São Paulo: Editora Brasiliense,


1985.

31. VEIGA, R. M. S. da. A psicologia do trânsito e o estudo do uso do


telefone celular na direção veicular como fator de distração. Monografia.
2011. Centro Universitário de Araras Dr. Edmundo Ulson. Disponível em:
http://www.unar.edu.br/portal/siteunar/images/monografias/psicologiacelular
%20.pdf. Acesso em: 18 ago. 2013.
69

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

Você também pode gostar