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Jer 6,1-15.

Jeremias anunciou a iminente destruição de Jerusalém frente a obstinação do pecado do povo de


reino de judá.

Existem semelhanças entre o contexto que anuncia a eminente destruição do povo de Jerusalém
com um contexto que muitas vezes determinam o insucesso e os erros em nossas vidas.

COMO LIDAR COM OS ERROS EM NOSSA VIDA?

I - PRIMEIRO LIDE COM O CARÁTER COMPULSIVO DE NOSSOS ERROS

Como a fonte produz as suas águas, assim ela produz a sua malícia; violência e
estrago se ouvem nela; enfermidade e feridas há diante de mim continuamente.
Jeremias 6:7
Uma das marcas do nosso tempo é o caráter compulsivo por não sabermos lidar com a dimensão de
insaciabilidade existente em cada um de nós.

A velocidade da vida e de estímulos acabou por aumentar ainda mais essa tendência compulsiva do
homem.

A compulsão nos leva objetificar o outro em nossas relações como objeto do nosso desejo que não
tem fim.

Porque desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à avareza; e desde o


profeta até ao sacerdote, cada um usa de falsidade.
Jeremias 6:13
A relação com Deus é o reconhecimento de nossa própria finitude e a compreensão dos limites éticos
e morais de nosso próprio desejo.

Portanto, não lute apenas contra as forças da água, procure lidar com as forças presentes no fundo
da fonte que fazem jorrar as águas. Não lide apenas com o comportamento em si, mas, com as
intenções, as finalidades do comportamento.

A religião lida com a superfície do materalismo, mas, não consegue enxergar a escravidão também
presente no fanatismo religioso.

II - EM SEGUNDO LUGAR LIDE COM A INSENSIBILIDADE PARA COM OS ERROS.

A quem falarei e testemunharei, para que ouça? Eis que os seus ouvidos estão
incircuncisos, e não podem ouvir; eis que a palavra do Senhor é para eles coisa
vergonhosa, e não gostam dela.
Jeremias 6:10
Essa luta para estancar em nós os efeitos do pecado também é uma luta que se trava em nossa
mente:

Ouve tu, ó terra! Eis que eu trarei mal sobre este povo, o próprio fruto dos seus
pensamentos; porque não estão atentos às minhas palavras, e rejeitam a minha
lei.
Jeremias 6:19
A compulsividade ao erro gera um pensamento automático para lidar com as questões da vida.

Digo efeito porque o pecado não apenas aprisiona os nossos pensamentos, também o nosso corpo,
nossos sentimentos, nossos afetos.

Portanto, estamos falando de uma insensibilidade não apenas quanto a palavra, mas, ao ser, ao
sentir, ao se relacionar com a vida.

Estamos vivendo o imperialismo do automatismo, que nos torna muitas vezes máquinas que não
responde mais a vida e seus afetos.

III - BUSCAMOS MUITAS VEZES OS DISCURSOS QUE ESCONDEM NOSSOS ERROS.

E curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando
não há paz.
Jeremias 6:14
Contudo a vida enquanto princípio divino exerce seu poder e promove o desconforto. Traz a angústia
porque nãos sabemos como preencher o vazio, ou então o fazemos com que não pode ser
preenchido.

Viver com o desconforto não é uma experiência possível, então, optamos por procurar aqueles
discursos que tragam respostas paliativas.

Optamos pelos discursos que nos afastem da não possibilidade de responder de uma forma
onipotente ao nosso desejo. Paz, se tornou para nós o podemos tudo, sem respeitar os princípios da
vida, incluindo dor e prazer como habitantes da mesma realidade.

Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as
palavras da vida eterna.
João 6:68

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