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Brasil Arquitetura e Lina Bo Bardi: continuidades e


independências
Entrevista com Marcelo Ferraz
Vitor Lima e Marta Galisteo

jornal
1. introdução | 2. A Lina é a Lina e nós somos nós | 3. É uma fixação, 085.01
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realmente… | 4. O Brasil inteiro ainda está por ser feito | 5. Ficha sinopses
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2. A Lina é a Lina e nós somos nós < 1 3 >
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original: português
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085

085.02
Preâmbulo
Fernando Tulio Salva
Rocha Franco, Sabrina
Fontenele, Mariana
Wilderom, Danilo
Hideki, Karina de Souza
e Abilio Guerra

Marcelo Ferraz e Lina Bo Bardi


Foto divulgação [Acervo Marcelo Ferraz]

Marta Galisteo: É um tema que você já falou muito, não é?

Marcelo Ferraz: Sim, mais uma vez Lina. Sempre estão tentando ligar a
Brasil Arquitetura à Lina. A Lina é a Lina e nós somos nós.

Vitor Lima: Mas você já se viu ou ainda se vê como um discípulo dela?

MF: Olha, é inegável que ter trabalhado com Lina por 15 anos, como eu
trabalhei, certamente influenciou o nosso modo de fazer arquitetura.
Principalmente o meu, porque fiquei continuamente com ela. O Chico
[Francisco Fanucci] trabalhou diretamente com Lina em dois momentos, dois
concursos; isso é outra confusão que fazem. Foi o [Marcelo] Suzuki, que
era nosso sócio, quem trabalhou com a Lina continuamente de 1986 até sua
morte, em 1992. Assim, é claro que o modo de Lina fazer arquitetura
deixou marcas em nós. Acho que Lina não fez escola no sentido formal de
repetição de soluções, de busca de uma linguagem ou até, se você quiser,
de materialidade, termo muito utilizado hoje em dia, mas um pouco vazio
de sentido. Ela formou, sim, uma escola de pensamento, um modo de pensar,
de encarar o problema, de olhar para o mundo. Nesse sentido, ela é uma
formadora, assim como Darcy Ribeiro, Gilberto Freyre, Lucio Costa,
Vilanova Artigas, e outros pensadores que influenciaram o nosso modo de
ver e atuar.

Durante 15 anos eu trabalhava meio período no nosso escritório e meio


período com Lina. Foi em 1982, com o projeto da reforma do MAM (Museu de
Arte Moderna de São Paulo), e após cinco anos trabalhando com Lina, que
André Vainer e eu passamos a assinar todos os projetos que fazíamos como
seus parceiros. Na Bahia, onde trabalhávamos Lina, Suzuki e eu, nós
sempre dividimos os honorários igualmente. O que também aconteceu no
projeto da Prefeitura de São Paulo com nós quatro, Lina, Suzuki, André e
eu. Isso significava que tínhamos responsabilidades iguais. É claro que
ela liderava, ela era a pessoa mais experiente, era a comandante, era
“Lina Bo Bardi”. Não era a Lina tão conhecida como é hoje, mas ela
liderava, e tinha sempre a última palavra. Era uma relação de muita
parceria, de muita troca. Nós aparecemos também como autores dessas
obras. No caso do Sesc Pompeia, onde trabalhamos por nove anos
(1977-1986), André e eu entramos como estagiários e, posteriormente,
passamos a colaboradores.

MG: Às vezes, essas informações não são dadas ou dão a entender outras
coisas.

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