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Mestrado em Comunicação Audiovisual

Especialização em Fotogra a e Cinema Documental

SEMINÁRIO I

Docente: José Quinta Ferreira

Ano le vo: 21_22

INFORMAÇÕES ACADÉMICAS

Nome do aluno: Diogo Machado Ferreira

Nº do aluno: 40210014

TÍTULO DO EVENTO: Distopia (Porto 2007-2021)

DATA: 25 de Novembro de 2021

HORA: 21h

LOCAL: Passos Manuel

DURAÇÃO: 62’

PROGRAMA / APRESENTAÇÃO DO EVENTO

O Porto/Post/Doc: Film & Media Fes val é um fes val do cinema do real do Porto. Como
ponto de encontro para criadores, público e pro ssionais do cinema, o Porto/Post/Doc
tem como objec vo promover a cultura cinematográ ca, exibindo as novas formas do
cinema contemporâneo. Com uma loso a eclé ca, composta por uma Compe ção
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Internacional e vários programas paralelos (tais como Transmission, para documentários
sobre música e festas nocturnas; ou o Fórum do Real, com debates com especialistas e
académicos), o fes val ocupa vários espaços da cidade do Porto.

RESUMO BIOGRÁFICO DO AUTOR OU INVESTIGADOR

Tiago Afonso é Cineasta formado pela ESAP/Ateliers Varan/IPP-ESMAE. Doutorando em


Arte Contemporânea, Universidade de Coimbra, onde inves ga a relação entre o ín mo e
o polí co. Realizou cerca de 30 lmes documentais, encomendas (Fundação Gulbenkian,
Fundação de Serralves, entre outros), ensaios visuais, lmes de intervenção, de carácter
biográ co (A Causa e a Sombra, sobre a vida de Alípio de Freitas, Porto/post//Doc e
Mostra de S. Paulo, RTP2) e também de carácter auto-biográ co ‒ em vídeo:
lugardoreal.com/lugar-do-real?tag= ago-afonso, canal youtube fajuto78 - assim como
vídeo-instalações: Yuri vimeo.com/1474138. Programa regularmente ciclos temá cos de
cinema. Par cipou na programação de Panorama 2010. Programador de Cinema para a
Fundação de Serralves (2009-13) e para a Doclisboa (2014). Programou e co-dirigiu o
fes val doclisboa.org/2015. Deu formações intensivas em colaboração com a Associação
Os Filhos de Lumiére, dirigiu ateliers de realização para jovens adultos e crianças, tendo
prosseguido por conta própria com formações dadas em acampamentos ciganos, prisões
(homens, mulheres e menores) e em bairros camarários. Alguns dos seu prémios foram
atribuídos nos fes vais de Múrcia, Vila do Conde, Ovar, Lisboa. Colaborou com realizadores
como Edgar Pêra, Paulo Rocha, Catarina Alves Costa, Rodrigo Areias, Saguenail, entre
outros. Lecciona Montagem e Realização no curso de Comunicação Audiovisual e
Mul média na Universidade Lusófona do Porto desde 2013. Em 2021 venceu os prémios
de Melhor Filme das Compe ções Nacionais dos fes vais DocLisboa e Porto Post-Doc.

REFLEXÃO / INVESTIGAÇÃO / DESENVOLVIMENTO

Distopia, é um lme do cineasta portuense no qual acompanha a mudança no tecido social


da cidade do Porto ao longo de catorze anos (2007-2021). Ao longo deste tempo, comum
ao tempo em que Rui Rio e Rui Moreira ao leme da Câmara Municipal do Porto, Tiago
Afonso vai lmando e dando a conhecer demolições, expulsões e realojamentos que
afectam a comunidade cigana do Bacelo, a população do bairro do Aleixo e os vendedores
da Feira da Vandoma.

A de nição gentri cação é apresentada no início do lme: “usado pela primeira vez
por Ruth Glass em 1964 ao analisar as transformações sociais do espaço urbano londrino.
Designa o processo de apropriação da cidade – em par cular, do centro – pelas classes
altas, a gentry, esta subs tuiu gradualmente as classes trabalhadoras que viviam nos
bairros centrais”.

Acompanhando as transformações da cidade, podemos perceber a forma como estas três


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comunidades foram sendo deixadas para trás em função de uma noção da cidade que
privilegia determinados interesses económicos, nomeadamente imobiliários, em
detrimento de quem já cá estava e, por sinal, é mais desfavorecida.

Com o objec vo de fazer chegar às pessoas imagens que não viam nos média tradicionais,
Afonso começou em 2007 por lmar na zona do Bacelo, Freixo, 16 famílias de uma
comunidade cigana que se preparavam para car sem o acampamento onde viviam. O
sen mento era de urgência e Tiago Afonso assumiu a necessidade de responsabilizar a
autarquia pelo que se estava a passar. A sua arma: uma câmara de lmar.

Ao longo de 14 anos foi construindo um lme que ia ganhando força com o tempo pelo
facto da situação estar a car cada vez pior e por sen r a responsabilidade perante as
pessoas que se entregaram e deixaram lmar.

O cariz de resiliência destas pessoas ca bem presente no lme de Afonso. Passados sete
anos de abandonarem o acampamento em Bacelo, um dos habitantes assume perante a
sua câmara que conseguiram adaptar-se à nova realidade. Parece car claro que mesmo
perante as condições tão feias, o ser humano tem sempre capacidade de superação.
Parece ser esta a condição, que deveria ser apenas uma força, para que as injus ças
perdurem há tanto tempo e não haja previsão de virem a acabar tão cedo.

Um lme-documento poderosíssimo que tem as pessoas do seu lado e que sem ele já não
se pode escrever a história do Porto deste século ainda recém-iniciado.
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