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r$ 18,00
p. 56 p. 64 p. 48 p. 80
Matemática: a influência a vida secreta e se...
invenção ou do nazismo das obras todo mundo
descoberta? em hollywood. de arte. fosse vegano?
Fundada em 1950
VICTOR CIVITA ROBERTO CIVITA
(1907-1990) (1936-2013)
O mestre
Carvalho (revisão) Atendimento ao Leitor: Walkiria Giorgino
ambicioso. E posso dizer que isso Pool Administrativo: Mara Cristina Piola (coordenadora).
dias por ano (366 no caso de 2020). isso aconteceu em sete das doze ABRILPRESS Alessandra Collado
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como um Rolex: um produto
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dedicação de seus artífices. Sim, D i r etor d e Re dação
meses: boa parte do conteúdo que Alexandre.Versignassi@abril.com.br
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20 Capa
A ciência do
destino
Até o mês em que a sua mãe engravidou
pode fazer uma grande diferença no seu
futuro – e estamos falando de ciência para
valer, não de astrologia.
64 Passada de pano
Antes da Segunda Guerra, os nazistas
monitoraram (e censuraram) alguns filmes
de Hollywood – com o aval dos estúdios.
15 de grão em grão
A receita para fazer o café
essencial espresso perfeito, segundo
a ciência.
Número
incrível oráculo E se...
6 uma imagem... 74 chocante 80 sai um Bife de soja!
A arte abstrata das algas, Dá para aproveitar a energia E se todo mundo virasse
num rio seco da Califórnia. elétrica dos raios? vegano?
16 eu, robô
Os autômatos mais me-
moráveis da cultura pop: os
bons, os maus, os burros e os
espertos. 75 cara-crachá
8 ... uma opinião Reconhecimento facial
A ficção científica 18 Cinema em casa funciona com gêmeos?
é a história do Conheça o “efeito novela”–
futuro. Respeite-a. e a tecnologia que promete 77 cada país com o seu
eliminar esse problema.
4,7 Quantos padrões de to-
mada existem no mundo?
12 Enquanto isso... quilômetros.
A ficção
científica É o centenário de
é a história
Isaac Asimov. Já
passou do tempo,
então, de enten-
dermos que sci-fi
do futuro.
não é literatura de
segundo escalão –
ela ajuda a anteci-
par e construir as
próximas décadas.
Mais respeito
por ela. por Salvador nogueira
I
isaac asimov (1920-1992) , um dos mais celebrados escritores de
ficção científica em todos os tempos completaria 100 anos em 2020.
Mesmo assim, o gênero ao qual ele se dedicou ainda é considerado
algo menor dentro da literatura. Não faz sentido.
Para começar, a sci-fi é mais antigo do que muita gente supõe. O
primeiro livro que merece ganhar esse rótulo foi escrito em 1608,
pelo famoso astrônomo alemão Johannes Kepler (1571-1630). Junto
com a obra nasceu o preconceito com o gênero.
Kepler na ocasião estava encantado com o então novíssimo (e
ultracontroverso) copernicanismo – a noção de que a Terra não está
no centro do Universo, e que a tal percepção de “centro" é relativa.
Quem está na Terra vê os movimentos celestes como se ela fosse
71
mais longas: é o
quanto viagens de
carro se tornam
devido ao trânsito
em Bangalore,
na Índia. Ela foi a
campeã em um
estudo feito por
uma companhia
de tráfego holan-
desa, que analisou
416 cidades de
57 países.
A célula papa 2
-memórias
Já esqueceu o que
cientistas amadores descobrem novo tipo de aurora
almoçou ontem? A Batizada de “dunas” por lembrar morrinhos de areia, ela foi flagrada na Finlândia.
culpa pode ser das
defesas do seu orga- em finlandês, Revontulibongarin opa signi- tal formato inédito foi batizado de “dunas”
nismo. Um estudo fica algo como “Um guia para observado- por conta do seu aspecto ondulado, que lem-
com camundongos res de auroras boreais”. Trata-se do nome bra uma sequência de morrinhos de areia, e
descobriu que as do livro que Minna Palmroth, professora foi descrito em um artigo científico recente.
micróglias, células da Universidade de Helsinki e especialista Auroras ocorrem pela interação de partí-
do sistema imuno- no fenômeno, organizava no final de 2018. culas ionizadas que o Sol emite – e que ficam
lógico que atuam no Alguns dias antes da publicação, porém, acumuladas em regiões polares – e gases da
cérebro, quebram leitores fascinados por auroras que discu- ionosfera. As tais partículas (leia-se elétrons)
sinapses entre tiam o conteúdo do catálogo em um grupo fazem as moléculas dos gases ganharem ener-
grandes redes de de Facebook deram falta de um tipo espe- gia. A energia acumulada, então, é liberada
neurônios responsá- cífico de luz verde, que não estava descrita na forma de um show de luz. A cor verde
veis por armazenar na obra. E nem poderia, já que aquilo que o resulta da alta concentração do gás oxigênio.
lembranças. Com grupo fotografou no céu da Finlândia de forma Mas, dependendo da região dos polos onde
esse rompimento, a amadora se tratava de uma aurora completa- acontecem – e do tipo de gás disponível no
memória se perde. mente nova, jamais descrita pela ciência. O local –, auroras podem ganhar tons diferentes.
Parece ruim, mas o
processo é necessá-
rio: fazer faxina nas
memórias antigas “Capacetes da 1ª Guerra protegem bem”
abre espaço para
o cérebro guardar e poderiam prevenir contra ondas de choque tanto quanto capacetes modernos. A conclusão é de
novas informações. um estudo que testou designs atuais e antigos de escudos para a cabeça. Um modelo da 1ª Guerra, o
Agradeça às células francês M15 Adrian, inclusive, ofereceu proteção melhor que os equipamentos mais novos. Uma pessoa
comilonas. nem precisa ser atingida por estilhaços para se machucar. A energia liberada pela explosão de uma
Bruno Carbinatto bomba é capaz de gerar danos graves ao cérebro por conta de diferenças de pressão.
Ilustrações (1) Felipe Del Rio (2) Tayrine Cruz
março 2020 super 11
As redes sociais
foram tomadas por
comentários sobre o
Big Brother Brasil 20.
enquanto
isso...
Por Carolina Fioratti
e Lucas Jatobá
8 mi
2,5 mi
50 mil 150 mil
*Projeções baseadas em estudos distintos, que compreendem diferentes intervalos de tempo. As demais populações contam 32 mil indivíduos ou menos.
Fonte Lista vermelha de espécies ameaçadas da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza)
70%
Já foi o percentual de gás carbônico disponível na atmosfera terrestre. É o que indica
uma análise da composição de 59 meteoritos do período Arqueano, com 2,7 bilhões
de anos – os mais antigos já encontrados no planeta. A concentração de oxigênio, que
hoje representa 20% dos gases encontrados na atmosfera, era muito baixa nessa época.
O resultado? Um forte efeito estufa que mantinha a Terra quentinha, e possibilitou a
existência de água em estado líquido – mesmo com a luz do Sol sendo 30% mais fraca
do que é hoje. Bruno Carbinatto
Bacté-
3 notícias sobre
rias
Selfies revelam
A ineficácia dos filtros de gatinho, autorretratos marcianos e nudes do bem. Rafael Battaglia
a sua
idade
Os microrganis-
mos que vivem
no seu corpo
podem refletir
mais do que há-
bitos alimentares
ou de higiene.
A partir delas
dá para estimar,
também, seu nú-
mero de aniver-
sários. Cientistas
da Universidade
da Califórnia
treinaram um al-
goritmo de com-
putador para a
1 tarefa. Amostras
da pele foram
1. 2. 3.
as que tiveram a
maior precisão,
indicando a idade
dos voluntários
com margem
Sem filtro Life on Mars Por uma causa nobre de erro de 3,8
Selfies com filtros e efeitos Uma selfie do robô Curiosity A influencer Kaylen Ward, anos. No caso
geram menos curtidas. E mostrou os efeitos de se que vive nos EUA, teve uma dos micróbios
postar muitos retratos do passar sete anos em Marte. O ideia inusitada para ajudar as
próprio rosto piora a percep- rover da Nasa chegou ao pla- vítimas de incêndios na Aus-
encontrados na
ção que as pessoas têm de neta no final de 2012, após um trália: quem doasse ao menos saliva, a estimati-
você. É o que diz um estudo ano de viagem pelo espaço. A US$ 10 receberia um nude. A va variava em 4,5
que analisou 1.873 fotos no máquina, que vaga pelo solo iniciativa viralizou, e ela arre- anos, em média.
Instagram. Quer mandar marciano analisando o clima cadou mais de US$ 1 milhão. Já as bactérias
bem nas redes? Dê contexto local, já perdeu todo o brilho O Instagram cancelou sua
às selfies, com elementos da lataria e está 100% coberta conta, mas Ward segue firme
das fezes erra-
que mostrem onde você está por pó. Não à toa: sua missão no Twitter. Sua alcunha na vam os cálculos
e o que está sentindo. Palavra deveria durar dois anos. Isso é internet vai direto ao ponto: em 11,5 anos.
da ciência.(1) que é fazer hora extra.(2) “a filântropa nua”.(3)
menos vinhas
Um au men t o de 2 gr aus na 60% 60% 59% 54% 66% 61% 31% 66% 43%
temper at ur a gl oba l pode
pr ej u dica r a produção de
v inho. V eja a l gum as das
va r ieda des de u va que se-
r i a m m a is comprometidas Chassel as chardonnay cabernet grenache SYRAH
pel o ca l or em excesso (4).
sauvignon
A notícia
Vassouras param
em pé por causa
do movimento de
rotação “perfeito”
da Terra.
O que ela dizia
2
Bastava ir até a lavan-
deria e conferir: era
possível equilibrar uma
vassoura na vertical,
Ilustrações Tayrine Cruz Fontes (1) Do you filter who you are?: Excessive self-presentation, social cues,
and user evaluations of Instagram selfies (2) Nasa (3) Insider
março 2020 super 15
inteligente
ultron
marvin
optimus prime Vingadores
Guia do Mochileiro
Transformers smith
das Galáxias
Matrix
hal 9000
2001
r2-d2 t-800 roy batty
Star Wars O Exterminador Blade Runner dolores
do Futuro
Westworld
AVA
c-3p0 samantha karen
Ex_Machina
do bem
do mal
Star Wars Ela
Bob Esponja
Rosie
Os Jetsons
baymax
Big Hero 6 t-1000
O Exterminador
Wall-e
bender do Futuro 2
Wall-E
Futurama
burro
CANAL canal
Pula Muralha Technology
YouTube Connections
O dia a dia nas megalópoles YouTube
Pérolas do chinesas, os bastidores
das fábricas, a vida nas
As primeiras TVs eram me-
30
A injustiça do século
A psicopata de 9 anos
benni é uma criança terrível, que grita,
xinga e agride brutalmente todo mundo, inclu-
sive os irmãos mais novos. Desesperada, a mãe
entrega a menina para uma creche do Estado, de
min.
é a duração
média dos micro-
onde ela também é expulsa. Um professor aceita books oferecidos pelo
ficar três semanas com Benni – para, finalmente, aplicativo Esens: são
descobrir de onde vem tanto ódio. Filme ven- versões em áudio
cedor do Urso de Prata no Festival de Berlim. hiper-resumidas,
System Crasher. Estreia dia 26 nos cinemas. mas surpreendente-
alfred dreyfus odiava alemães, mente informativas,
e com razão: sua família teve que de best-sellers sobre
‘efeito novela’
os filmes ficarem parecendo novelas
mexicanas. Mas uma nova tecnologia
promete ajudar. Texto Bruno Garattoni
o selo
Ele identificará as
TVs que possuem
o Filmmaker
Mode – que esta-
rá presente nos
modelos de vários
fabricantes.
a PIONEIRA
A HZ 2000, da
Panasonic, é a
primeira com o
recurso. Trata-se
de uma OLED de
65”, cujo preço
não foi divulgado.
de brilho, contraste e cores – e gerar imagens de TruMotion (LG) ou imagem fica mais sua-
acordo com o que o diretor do filme tinha em mente. MotionFlow (Sony). ve e detalhada, e com
LG e Panasonic são as primeiras marcas a aderir. cores mais corretas.
A Ferrari
dos patinetes Cerveja automática
kickstarter.com
o dragonfly hyperscooter (US$
5.000) é feito de alumínio e fibra Projeto Beermkr
de carbono e tem dois motores elétri- O que é Uma máquina de fa-
cos de 1.800 watts, o suficiente para zer cerveja. Você adiciona os
alcançar intimidantes 61 km/h. Sobe ingredientes (que vêm num
kit), coloca água e o gadget
ladeiras bem íngremes, com até 28
se encarrega de cozinhar,
graus de inclinação, e a autonomia
misturar, fermentar e filtrar
da bateria é de 45 km. Tem uma touchs- a bebida. Segundo seus
creen de 4,5 polegadas que sincroniza criadores, ele produz 4 litros
com o seu smartphone (bom para ver de cerveja por semana.
mapas) e sistema de segurança com Meta US$ 100 mil
GPS, que localiza o patinete e trava as
rodas em caso de furto.
O fim da sinusite Chance de rolar
bbbb
é o que promete o Tivic ClearUp (US$ 149), um gadget
que aplica corrente elétrica de baixíssima intensidade
sobre o rosto. Isso estimula nervos que ficam sob a
pele, reduzindo o inchaço e aliviando a congestão. Grafeno da Tesla
Basta passar lentamente o aparelho, que tem aprova- indiegogo.com
ção da FDA (a Anvisa dos EUA), sobre a região do nariz. Projeto Flash
Ele vibra ao detectar um ponto de congestão. Aí, você O que é Um carregador por-
deve manter o aparelho parado naquele local, e ele tátil com bateria da marca
libera a corrente elétrica. O tratamento completo do Tesla, feita de lítio e grafeno.
rosto leva cinco minutos, e o efeito dura até seis horas. Ele parece um power bank
comum, mas é mais potente
(fornece 100 watts, o sufi-
ciente para alimentar até um
Mapa das galáxias notebook), sua bateria dura
mais (até 2.000 ciclos, con-
o telescópio eletrônico Stellina dezenas de imagens, compara todas tra 500 a 1.000 dos modelos
vem programado com as coordena- e, graças a isso, consegue eliminar a comuns), e carrega iPhone
das de cem corpos celestes (planetas, poluição luminosa típica das cidades e Samsung Galaxy sem usar
galáxias, estrelas, etc.). Basta sele- – você enxerga os astros como se fios – basta colocar o celular
cionar um deles e o aparelho move estivesse no deserto, sem nenhuma sobre o power bank.
a lente até encontrá-lo. Mas o mais lâmpada por perto. Pena que o apare- Meta US$ 5 mil
interessante é a câmera: ela captura lho custe tão caro: US$ 4.800. Chance bbbb
Texto Bruno Garattoni e Eduardo Szklarz Foto Tomás Arthuzzi Design Juliana Krauss
S
a sociedade, a estatística e a biologia determinam grande parte do que
O
vai acontecer com uma pessoa – antes mesmo de ela nascer.
que você vai almoçar hoje. Seria muito vemos que nossos comportamentos –
difícil provar que isso acontece; se é desde os mais simples até os mais com-
que acontece. Mas isso não significa plexos – parecem ter uma base biológica,
que essas escolhas sejam totalmente hereditária”, afirma Hannah Critchlow,
livres. A pressão evolutiva, a genética neurocientista da Universidade de Cam-
e o ambiente em que nossos pais vive- bridge e autora do livro The Science of
ram têm efeitos profundos, e às vezes Fate (“A Ciência do Destino”, inédito no
surpreendentes, sobre nós. “À medida Brasil). Novos estudos têm revelado que
que vamos descobrindo como o cérebro a genética, e sobretudo a epigenética (ati-
funciona, e como os genes fornecem vação ou desativação de genes provocada
instruções para os circuitos neurais, por fatores ambientais), influem mais do
programado
preferências alimentares têm raízes mais
profundas do que se imagina.
O que você come na primeira infância in- que cada pessoa gostava ou não de comer,
fluencia as escolhas alimentares pelo resto quando criança, se mantinha na idade adulta.
da vida. Um estudo francês, que acompanhou Também há fatores genéticos em jogo. As
341 voluntários por duas décadas, comprovou pessoas que possuem uma variação do gene
isso. Os cientistas analisaram 45 mil refeições TAS2R38, por exemplo, sentem gosto amargo
feitas por essas pessoas, em duas etapas – nos brócolis, e por isso tendem a detestá-los.
quando elas eram crianças pequenas, de 2 a Já a repulsa ao coentro pode ser condicionada
3 anos, e quando tinham 17 a 22 anos. Houve por determinada versão do gene rs72921001,
forte correlação entre os dois momentos: o que faz esse alimento ter gosto de sabão.
20
que você carrega.
Estudos feitos com crianças adotadas
ilustram bem a influência da genética
(e da epigenética) no gênio de alguém.
Quando as crianças adotadas são peque-
nas, elas têm características em comum
com os pais adotivos e com os pais bio-
é o aumento
lógicos. À medida que crescem, contudo, de cortisol,
há uma reviravolta. “Elas continuam se
o hormônio
parecendo com os pais biológicos, mas a
semelhança com os pais adotivos quase
% do estresse,
desaparece. Isso inclui grau de inteli-
gência, personalidade, longevidade e até nas gestantes
opiniões”, diz Bryan Caplan, professor durante o
da Universidade George Mason, nos
EUA, e autor de uma série de estudos inverno.
amigos
córtex fino. Mas ao medir novamente conhece alguém, e esco- imagens dos cérebros
os cérebros daquelas pessoas, alguns lhe ser amigo daquela de 42 estudantes en-
anos depois, os pesquisadores encon- pessoa, porque ela gosta quanto eles viam víde-
são pare- traram uma diferença crucial: entre as
crianças e os adolescentes mais pobres,
das mesmas coisas que
você – e essa concor-
os diversos (comédia,
drama, política). E des-
A amígdala é formada por dois grupos de sobre suas posições políticas. “Indivíduos
neurônios, que ficam próximos ao centro do com amígdala grande são mais sensíveis ao
cérebro e desempenham uma função igual- medo”, teoriza o estudo inglês. Já os voluntários
mente primordial: detectar ameaças. Pessoas com opiniões mais à esquerda tinham maior
conservadoras, à direita no espectro político, córtex cingulado anterior (ACC) – o que, para
possuem amígdala maior. Foi o que descobriram os cientistas, também pode ajudar a explicar
dois estudos, feitos na Inglaterra e nos EUA, que suas posições. Na opinião dos pesquisadores, é
escanearam o cérebro de voluntários e pediram possível que indivíduos com ACC maior sejam
a eles que preenchessem um questionário mais abertos ao desconhecido.
definido. Os fatores sociais, por exem- central da física quântica. Ele afirma
plo, sempre podem mudar. Afinal, a que é impossível determinar, ao mes-
sociedade é uma construção humana, mo tempo, a velocidade e a posição de
não um fenômeno natural imutável. E uma partícula subatômica – porque a
mesmo as certezas da neurologia, da observação de uma dessas grandezas
genética e da natureza podem não ser inevitavelmente altera a outra.
tão inabaláveis. Que o diga o Princípio Percebeu? Só de existir, e olhar o Uni-
da Incerteza, formulado em 1927 pelo verso, você já altera o Universo. Tudo
alemão Werner Heisenberg e elemento está escrito. E nada está. S
Brasil
abaixo de zero
A ciência produzida pelo programa antártico nacional vai além da
recém-inaugurada Estação Comandante Ferraz. Entenda as perguntas
que cientistas brasileiros tentam responder – e a importância de se
fazer pesquisa na Antártida.
O
o cont�nente gelado nunca esteve satélite (e em tempo real) para pes-
tão quente. Pode parecer algo estranho quisadores que estão no Brasil.
de se dizer sobre a Antártida, já que, por Parte importante da ciência glacial
lá, os termômetros ficam no negativo brasileira – principalmente os estudos
a maior parte do tempo. Mas dados sobre o clima e os efeitos do aqueci-
recentes confirmam: em fevereiro de mento global – é feita dessa maneira,
2020 a temperatura na Ilha Seymour, nos chamados módulos automatizados.
na Península Antártica, superou os Cientistas que participam desses pro-
20 ºC – atingindo 20,75 ºC – pela pri- jetos só visitam a Antártida para fazer
meira vez na história. manutenção e calibrar instrumentos,
A descoberta tem assinatura que funcionam sem pausas captando
brasileira: o grupo que registrou a informações sobre o ambiente. A maior
alta inédita foi o Terrantar, projeto parcela dos trabalhos de campo, porém,
nacional que mantém 26 pontos de ainda exige que os pesquisadores pas-
pesquisa climática espalhados pela sem dias a fio no gelo para recolher
Antártida. Na estação da Ilha Sey- novas amostras por conta própria.
mour, os equipamentos de medição Hoje, a Operação Antártica nacional
são movidos a energia solar e tra- envolve 23 projetos de campo e 250
balham de forma 100% autônoma. pesquisadores. Dezenas deles viajam
Isso permite transmitir os dados via para a Antártida todos os anos. Em
acontecem
do continente.
2.
49
0
k
m
estação polo sul
comandante ferraz criosfera 1
667 km
18
crorganismos
no permafrost. – solo congelado – de diferentes ilhas
da Península Antártica, à procura de
fungos escondidos nas camadas mais
superficiais de gelo.
“A maioria desses fungos está
presente no permafrost na forma de
MI esporos, mas quando colocados em
condições favoráveis são capazes de
germinar e crescer. Em outras pala-
vras, eles estão vivos”, explica. Como
os fungos nativos da Antártida estão
isolados há milhares de anos, eles
É o investimento federal nas podem sintetizar substâncias únicas.
pesquisas antárticas para o Segundo testes preliminares, tais subs-
Coleta de
período entre 2019 e 2022. tâncias podem ter um amplo espectro
temperatura
corporal na
Antártida. Imagens Luiz Rosa / Proantar / Divulgação
90
anticongelantes úteis à aeronáutica.
O Laboratório de Microbiologia Polar, Boa vizinhança
que centraliza os estudos com fungos, é Mais do que para expandir o que a
uma das estruturas que ficam a bordo humanidade conhece sobre ambien-
do Navio Polar Almirante Maximiano. tes gelados, fazer pesquisa na Antár-
A embarcação oferece uma vida bem tida também é importante do ponto de
diferente daquela enfrentada por pes- vista diplomático. Isso porque a região
quisadores acampados, por exemplo. E é a única do mundo que não está sob
o principal fator por trás disso não são o controle de um país. Foi o que esta-
nem as temperaturas ou a umidade, mas beleceu o Tratado Antártico, que vale
a incidência de luz. desde 1961: segundo o documento,
E isso também é alvo das pesqui- assinado por 54 nações, o continente
sas de outro grupo da UFMG. A ideia deve ser usado exclusivamente para fins
do gelo e 70%
deles é estudar as particularidades de pacíficos – leia-se produção científica.
se viver nos diferentes ambientes ICE Países estão impedidos, assim, de ban-
(do inglês “isolados, frios e extremos”) car quaisquer pretensões militares ou
a que pesquisadores estão expostos econômicas ali.
63
da água doce do mundo.
metros
89ºC
pamentos onde os cientistas vivem País ganhou status de membro con-
durante coletas de campo, o excesso sultivo. Esse grupo reúne os 29 países
de luz mostrou ter relação direta com que têm poder de voz e veto sobre as
alterações na concentração de alguns decisões. Em resumo, são aqueles que
hormônios. Quando a lona das barra- podem apitar sobre o que será feito do
cas é o único escudo capaz de parar os continente antártico.
raios solares, costuma haver aumento O simbolismo da Antártida como
nas taxas de cortisol – hormônio rela- patrimônio intocado da humanidade
cionado ao estresse. No navio, que é permanece pelo menos até 2048. É a
um ambiente mais fechado, e, natu-
ramente, mais escuro, os níveis de
cortisol diminuem.
Dados coletados no último verão
negativos
No Domo A, ponto mais
partir desse ano que membros consul-
tivos poderão propor outros usos para
a região. Trata-se de um dos únicos
momentos na história recente da diplo-
antártico permitirão aos cientistas elevado da Antártida. macia em que o Brasil poderá opinar
estudar o impacto desse regime de em pé de igualdade com outras potên-
luz no ritmo circadiano. “A falta de cias mundiais. Tudo graças à relevância
escuridão gera uma alienação quanto Espessura de seu programa antártico.
4.776
aos horários. Me vi várias vezes tra-
balhando de manhã até de madrugada.
máxima A escolha mais racional, claro, seria
manter o acordo que deixa a pesquisa
Olhava para a janela e ainda estava do manto científica reinar sozinha. Mas, com inte-
de dia”, conta Thiago Mendes, que
voltou de uma temporada na Esta-
de gelo resses financeiros globais em jogo – e
especulações sobre supostas reservas
metros
ção Comandante Ferraz em fevereiro ainda não mapeadas de gás, minérios e
de 2020. Em 2021, Mendes pretende petróleo na Antártida –, isso não deverá
acompanhar um grupo de militares da ser tão fácil. S
Texto Bruno Garattoni e Maurício Silva –– Ilustração Hugo Hissashi –– Design Carlos Eduardo Hara
1964 foi um ano turbulento. O Brasil sofreu secreto envolvendo a CIA, a Força Aérea e a fabri-
um golpe militar, a China testou sua primeira bomba cante de aviões Lockheed, que se juntaram para criar
atômica, os EUA mergulharam de cabeça no Vietnã – e uma aeronave de espionagem capaz de sobrevoar o
a União Soviética, depois de uma década afrouxando território da URSS, e de outros países inimigos dos
as políticas de Stálin, voltou à linha dura com a posse EUA, e tirar fotos sem nenhum risco de ser abatida. O
de Leonid Brejnev. Mas naquele 22 de dezembro, ao Blackbird voava tão alto – a 85 mil pés, ou 26 km de
se preparar para decolar da base aérea Plant 42, na altitude, mais que o dobro dos aviões comerciais – e
Califórnia, o piloto Robert Gilliland provavelmente tão rápido que não existia nenhum míssil capaz de
não pensou em nada disso. Ele estava prestes a voar, alcançá-lo. A Lockheed construiu 32 aeronaves, que
pela primeira vez, o avião mais rápido já construído. juntas fizeram mais de 3.500 missões de espionagem;
Uma aeronave projetada para alcançar Mach 3,5 nenhuma delas foi abatida. O SR-71 encerrou sua
(3,5 vezes a velocidade do som – o que dá 3.600 km/h carreira em 1998. Até hoje, 55 anos depois daquele
na altitude em que ele voa, 80 mil pés), e que tinha primeiro voo, continua sendo o avião mais veloz de
uma característica bizarra e ligeiramente preocupante: todos os tempos. Mas, no que depender de seus in-
quando estava no chão, e durante os primeiros está- ventores, ele poderá ganhar um sucessor ainda mais
gios de voo, ela vazava combustível, de propósito. É impressionante: o SR-72, que está em desenvolvimento
que sua fuselagem, feita de titânio, iria esquentar e e promete ser o primeiro avião hipersônico, capaz
se dilatar ao atingir velocidades supersônicas. Então de alcançar inacreditáveis Mach 6 (o que dá apro-
toda a estrutura, incluindo os tanques de combustível, ximadamente 6.400 km/h a 80 mil pés de altitude).
tinha de ser montada com folgas entre as peças; do Seria o suficiente para ir de Nova York a Londres em
contrário, o avião se desintegraria durante o voo. 52 minutos – ou, crucialmente, alcançar Moscou em
As linhas estranhas e a pintura preta (na verdade, pouco mais de uma hora.
um azul bem escuro), cor escolhida porque ajudava a Os primeiros rumores surgiram em 2007, quando
dissipar o calor dos motores e não chamava atenção a imprensa americana obteve informações de que a
em voos noturnos, davam a ele um aspecto belo e ao Lockheed Martin (nome que a empresa utiliza desde
mesmo tempo sinistro. Tanto que, embora seu nome 1995, quando se fundiu com a rival Martin Marietta)
fosse SR-71 (“SR” significa “reconhecimento estra- estaria desenvolvendo um avião hipersônico a pe-
tégico”, em inglês), o avião logo ganhou um apelido dido da Força Aérea dos EUA. Em 2013, a empresa
icônico: Blackbird. confirmou o projeto, e chegou a revelar dois dese-
O pássaro negro foi o resultado de um projeto nhos do novo Blackbird. Em julho de 2017, a revista →
turbina
semanas sobre mecânica e manutenção do Blackbird, pessoas, que ficavam em cockpits separados. O piloto
para entender como cada sistema funcionava. Depois, comandava toda a operação da aeronave. No outro
pilotavam um simulador que reproduzia as piores assento ficava o oficial de sistemas de reconhecimento,
condições de voo possíveis, em 12 missões com grau responsável pela parte mais importante das missões:
crescente de dificuldade – inclusive uma vestindo o tirar fotos do solo inimigo. Isso podia acontecer em
traje pressurizado, que lembrava bastante uma roupa qualquer lugar do planeta. Segundo o coronel Richard
de astronauta e era obrigatório a bordo do Blackbird H. Graham, que pilotou um Blackbird de 1974 a 1981,
(a cabine do SR-71 era parcialmente pressurizada, o avião nunca chegou a invadir o espaço aéreo da
mas o traje servia como proteção adicional). Você URSS ou da China. A aeronave passou perto das
precisava gabaritar as 120 horas de testes no simula- fronteiras desses países, e apontou as câmeras para
dor antes de entrar de fato no avião – quem falhasse dentro deles. Já com nações mais fracas, a história foi
era cortado do programa. Depois disso, eram mais diferente. “Diga o nome de qualquer país do Tercei-
100 horas de voos de teste até ser liberado para as ro Mundo, e as tripulações do SR-71 provavelmente
missões propriamente ditas. voaram sobre ele”, escreveu no livro Flying the SR-71
A tripulação do Blackbird era formada por duas Blackbird (“pilotando o Blackbird”, inédito no Brasil). →
março 2020 super 43
H
Hidrogênio
A tabela
Li Be dos elementos
em perigo
Lítio Berílio
Na Mg
Sódio Magnésio
Edição Alexandre Versignassi
K Ca Sc Ti
Potássio Cálcio Titânio
V
Vanádio
Cr Mn Fe Co
Cromo
Escândio Manganês Ferro Cobalto
Rb Sr
Rubídio Estrôncio
Y Ítrio
Zr Nb Mo
Zircônio Nióbio Molibdênio
Ru Rh
Rutênio Ródio
Cs Ba
Césio Bário
Hf Ta W Re Os
Háfnio Tântalo Tungstênio Rênio Ósmio
Ir
Irídio
Ra
Rádio**
La Ce Pr Nd
Lantânio Cério Praseodímio Neodímio
Sm Eu
Samário Európio
Ac Th Pa
Actínio** Tório Protactínio**
U
Urânio
*Os elementos que não estão aqui tendem a não ocorrer naturalmente: foram sintetizados em laboratório, como o tecnécio e o oganésson.
46 super março
junho 2017
2020 **Estes elementos radioativos são extremamente raros, e quase não possuem aplicações na indústria – o que dificulta uma estimativa de preço.
Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
Níquel Cobre Zinco Gálio Germânio Arsênio Selênio Bromo Criptônio
Pd Ag Cd In Sn Sb Te
Paládio Prata Cádmio Índio Estanho Antimônio Telúrio
I
Iodo
Xe Xenônio
Pt Au Hg Tl Pb Bi Po
Platina Ouro Mercúrio Tálio Chumbo Bismuto Polônio**
Rn Radônio**
Nota: um elemento
pode ser raro, mas
não necessariamente
escasso, já que não é tão
utilizado - caso do ouro.
Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
Gadolínio Térbio Disprósio Hólmio Érbio Túlio Itérbio Lutécio
Legenda
Escassez do elemento Preço (US/kg) Abundância no planeta (mg/kg da Terra)
500 - 999
0,0009
0,1 5-9 1.000 - 4.999
0,1 - 0,49 10 - 49 5.000 - 9.999 10 - 99
Oferta Disponibilidade Ameaça Risco 0,5 - 0,9 50 - 99 10.000 - 49.999
abundante limitada crescente sério 1 - 4,9 100 - 499 50.000 - 99.999 100.000 - 999.999
Fonte The periodic table: icon and inspiration, University of Nottingham. março 2020 super 47
Nos trinques
Pense em um quadro do século 18. Se
ele nunca tiver recebido um trato, estará
um trapo. Mas alguns truques podem
ajudá-lo a se aproximar daquilo que o
artista viu no dia em que terminou a
obra e disse “parla”. Um deles é retirar
o verniz da tela, que geralmente é apli-
cado na finalização de uma pintura. Ele
fica amarelado com o tempo, e muda
totalmente a cor do que está por trás.
“Uma vez estávamos restaurando uma
obra que tinha o fundo verde, mas, de-
pois que tiramos o verniz, vimos que o
fundo verdadeiro era azul”, diz Cecília
Winter, restauradora do MASP.
Tanto o colecionador quanto o Outras intervenções são bem mais
museu podem recusar o pedido, na- urgentes e precisam ser feitas para ga-
turalmente. O Louvre não empresta a rantir a sobrevivência da obra. Após
Mona Lisa de jeito nenhum – de acor- alguns anos, a tinta de um quadro pode
do com uma estimativa do próprio descolar da tela, assim como acontece
museu parisiense, dos 10 milhões de com um adesivo que perde a aderên-
visitantes que passam lá por ano, 80% cia. Nesse caso, os restauradores gru-
vão para ver o quadro de Da Vinci. dam delicadamente a pintura original
Sozinha, a Mona atrai mais turistas de volta, de modo que ela resista por
do que o Brasil inteiro, que recebe só mais tempo.
6,5 milhões de estrangeiros por ano. Esse tipo de cuidado pode ser ne-
Para tirar ela de lá, só rou- cessário antes de embarcar
bando (o que aconteceu para uma exposição. A obra
de fato, em 1911). Uma boa passa horas no vaivém do
Os colecionadores transporte, então todo cui-
restauração
particulares também dado é pouco. Se ela pre-
têm seus caprichos. O pode revelar cisar de um preparo extra,
dono de uma obra pode a verdadeira o museu de origem faz a
estar organizando uma cor de um restauração e a conta ge-
festa, e vai querer sua quadro — do ralmente vai para o museu
obra estampada na pa- jeito que de destino.
rede no grande dia. Elas o artista Além dos danos causa-
ficam bem mais seguras pintou na dos pelo tempo, há as fa-
em reservas de arte, e só época. lhas humanas. Em 2006,
saem para passear em o colecionador americano
ocasiões específicas. Pa- Steve Wynn acidental-
ra evitar que a exposição mente bateu o cotovelo
fique com espaços vazios, então, a lista na obra Le Rêve – uma das mais fa-
dos curadores costuma ser maior do mosas de Pablo Picasso – enquanto
que o museu pode suportar. mostrava o quadro para seus amigos.
-->
4 Confecção da embalagem
As caixas são feitas sob medi-
da, atendendo às necessidades
e especificidades de cada obra.
5 Embarque da obra
Um funcionário acompanha a
embalagem até o bagageiro do
avião para ser posicionada em
um pallet e embarcar no voo.
o centro das
7 Alfândega
Assim como a sua mala, as obras
precisam passar pela fiscalização. Em
alguns países, elas têm preferência
em relação a outras cargas.
8 Ambientação no
local da exposiçãO
A caixa deve ficar climatizando no
espaço de exposição durante 24h
antes de ser aberta.
atenções
A exposição
Tarsila Popular,
de 2019 e que
trouxe o “pezão”
ao Brasil, foi a
mais visitada da
história do MASP,
superando uma
mostra sobre
Monet de 1998 – e
formando filas
de mais de seis
horas de espera.
Ela fez parte de
um ciclo temático
de exposições
de artistas
femininas, que se
encerra com as
obras de Gego.
É o caso da Turtle box, a “Ferrari” das O caminhão que faz o transporte até o
caixas. O casco desse caixote é com- aeroporto geralmente é climatizado, tem
posto por painéis isolantes, espuma de suspensão a ar (para diminuir o impacto
poliuretano, madeira compensada, pa- das vibrações) e rastreamento via satéli-
rafusos especiais e amortecedores, além te. Se o quadro for uma celebridade de
de se ajustar de acordo com o tamanho primeira linha, então, o cuidado é maior
da obra. Quase um transformer. ainda. O Museu Van Gogh, de Amsterdã,
O mais importante é que as caixas cedeu 75 quadros do pintor ruivo de ore-
mantenham a temperatura e umidade lha cortada, para o Hermitage, o fabuloso
que a obra precisa. Para isso, elas ficam museu de São Petersburgo. Eles saíram
“se refrescando” durante 24 horas no em diversos carros-fortes (cada um le-
museu para absorver o clima antes da vava poucos quadros, dado o tamanho
obra entrar. A partir daí, os materiais das Turtle boxes). Tudo numa operação
isolantes e térmicos da caixa se encar- acompanhada de perto pela polícia.
regam de manter essas condições até o Como em toda regra, existem ex-
destino final. Além disso, a caixa ainda ceções. Enquanto algumas obras
é totalmente vermifugada para evitar são protegidas por caixas high tech
qualquer risco de cupins. e escolta policial, outras não recebem
As obras viajam basicamente de tantas mordomias. “Já vimos um cole-
duas maneiras: avião e caminhão. cionador particular trazer um quadro
A opção marítima é descartada por amarrado no teto do carro”, dizem os
razões óbvias – quanto mais rápido diretores da ArtQuality, filial brasileira
ela voltar às condições ideais, melhor. da André Chenue.
abaporu, 1928
Manuseio
A equipe do museu é treinada para
manusear as obras e posicioná-las
no ambiente de exposição, sempre
com luvas e, às vezes, máscaras.
… como no céu
11 Abertura da exposição
A obra está pronta para ir a público.
Em casos de exposições itinerantes,
ela ainda pode passar por outros
museus antes de voltar para casa.
O começo
Abrir a caixa no local de exposição é quase um ritual.
Ela deve passar um dia climatizando no espaço de
exposição, até a temperatura no interior dela ficar
igual à do lado de fora. Só depois a força-tarefa do
museu se reúne para desparafusar e tirar a tampa.
Se tudo correr bem, os quadros vão para a parede.
Algumas obras, porém, ainda recebem atenção ex-
tra. Dependendo do museu que fez o empréstimo, ele
pode exigir a “microclimatização” – uma proteção de
vidro hermética que mantenha um clima específico e
evite qualquer flutuação na temperatura e na umidade.
A maioria dos quadros não precisa mais do que um
aviso de “não toque” para se proteger dos curiosos.
Não é o caso dos mais famosos. A Mona Lisa, que já
levou banho de ácido e pedrada, hoje vive protegida
por uma camada de vidro blindado. O Abaporu, de
Tarsila do Amaral, estava sempre ao lado de um se-
gurança quando fez sua visita a São Paulo, em 2019.
O Abaporu, diga-se, é a tela brasileira mais valio-
sa no mercado de arte – o seguro dela é de US$ 45
milhões. Mas ela saiu do Brasil por bem menos: o
colecionador argentino Eduardo Constantini comprou
a obra em 1995 por US$ 2,5 milhões. Constantini
mantém o quadro exposto no Museu de Arte Lati-
no-Americana, em Buenos Aires.
A obra com o valor de seguro mais caro da histó-
ria não poderia ser outra: a Mona Lisa. Em 1963, ela
ficou exposta nos EUA a pedido da primeira-dama
Jackie Kennedy. A apólice cobria US$ 850 milhões
em valores de hoje – em reais, 3,7 bilhões.
O irônico é que isso não valeria de nada. Não há
bilhão ou trilhão capaz de repor os quadros de Da
Vinci, Picasso, Van Gogh, Tarsila – nenhum deles irá
pintá-los de novo. S
Texto Bruno Vaiano
Foto Tomás Arthuzzi
Design Maria Pace
Edição Alexandre
Versignassi
A MATEMÁTICA
A geometria famosa sequência de Fibonacci, na qual
euclidiana é cada número corresponde à soma dos
plana. Ou seja:
dois anteriores (1, 2, 3, 5, 8, 13, 21…) surgiu
DA IMAGINAçÃO é feita para
funcionar em
uma folha de
como algo abstrato. Depois, descobriu-se
que ela está por trás da geometria dos
abacaxis, dos girassóis, das conchas… Ela
papel. Trata-se
de uma abstração é, de fato, parte da natureza.
completa, incapaz Um caso importante dessa aplicação
de representar o “passiva” – em que uma área da matemá-
mundo real. tica é primeiro desenvolvida como uma
pura abstração e só depois, por acidente,
é encontrada pelos físicos na natureza
– está por trás da Relatividade Geral de
-->
DA NATUREZA de descrever o
Universo como
ele é: cheio de
curvas. Depois
de Einstein, essa
matemática passou
a descrever uma
entidade básica mundo seja uma simulação, caso você
da natureza: esteja se perguntando. O exemplo acima
a força da é só didático. O que eles propõem é algo
gravidade. mais sutil: que o Universo real, como o de
Matrix, está sim escrito em um código, o
código da matemática. E que, conforme
os seres humanos aperfeiçoam a mate-
mática, eles estão apenas hackeando aos
poucos a linguagem a que a realidade
obedece. São Neos do mundo real. Para
os platonistas, portanto, a matemática
é uma descoberta, e não uma invenção
humana. Ela já está lá.
Quanto aos números em si, bem... para
os platonistas, eles existem na natureza,
mas na forma de “objetos abstratos”. Essa
história é meio difícil de engolir para um
leigo. Um objeto abstrato, na definição
de um filósofo, é algo que está fora do
espaço-tempo, que não mantém relações
causais com o que acontece entre nós.
Isto é, um número não pode ser carre-
gado no seu bolso nem abraçado por vo-
cê, tampouco é capaz de machucá-lo. Os
algarismos existiriam em algum outro
plano, inacessível.
É por isso, inclusive, que o nome de
Platão entra no rolo: este tal plano eso-
térico remete ao seu mundo das ideias,
no qual o filósofo grego afirmava esta-
rem armazenadas as essências imutáveis
das coisas. Por exemplo: lá haveria um
“gato quintessencial”, que seria a refe-
rência com base na qual todos os gatos
do mundo real, imperfeitos por natureza,
são moldados (atualmente, é bom dizer,
o platonismo matemático está bem mo-
dificado em relação às ideias do Platão
original – ninguém fala em formas de
vida “quintessenciais”).
A visão que se opõe à dos platonis-
tas, enfim, é a dos nominalistas, como
Nietzsche. Eles dizem que os números,
na verdade, não existem. Eles não esta-
vam por aqui até nós pensarmos neles,
e deixarão de existir após a eventual ex-
tinção da espécie humana, simplesmente
porque são criações nossas, e não uma
parte da natureza. Se matemática é uma
linguagem ideal para vender pãezinhos
-->
março 2020 super 61
Hollywood
passou pano para o
nazismo
Na década de 1930, boa parte dos estúdios de cinema dos EUA aceitou
censuras impostas por Hitler para não perder as bilheterias alemãs. Enten-
da até onde pode chegar a intervenção de um regime totalitário na cultura.
O começo da história
Antes da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a Ale-
manha era o segundo maior mercado de exportação
de Hollywood, atrás do Reino Unido. A indústria do
cinema ainda engatinhava, mas alguns dos estúdios
mais tradicionais já haviam aberto suas portas (a Pa-
ramount e a Universal, por exemplo, são de 1912).
Com a derrota na guerra, os germânicos paga-
ram o pato. O Tratado de Versalhes, acordo de paz
assinado pelos países envolvidos no conflito, impôs
uma série de obrigações para a Alemanha. Ela perdeu
A reviravolta
Em 1938, as coisas começaram a mudar de figura. A
perseguição dos nazistas aos judeus atingiu outro
patamar. Na chamada Noite dos Cristais, em novem-
bro, milhares de lojas e casas de famílias judaicas
foram destruídas. Dias depois, um jornal panfletário
de Goebbels declarou que “um terço dos artistas de
Hollywood era judeu”.
Na mesma época, o Ministério da Propaganda
liberou uma lista com mais de 60 personalidades
do cinema americano. E afirmou: se alguma delas
tivesse um papel importante em determinado filme,
a produção não entraria em solo alemão.
A paranoia nazista aumentou drasticamente. A
marcação ficou tão cerrada que, a partir de 1938, só
três estúdios haviam sobrado por lá: MGM, Para-
mount e Twentieth Century-Fox. Em 1939, os cen-
sores permitiram apenas 20 filmes de Hollywood
nos cinemas alemães.
A Segunda Guerra começou em setembro daquele
ano, com a invasão nazista à Polônia. Os EUA ainda
não tinham entrado no conflito. Mas a relação entre
Hollywood e o governo alemão minguou de vez. Foi
aí que os projetos de filmes antinazistas, antes rejeita-
dos de prontidão pelos estúdios, começavam a surgir.
O primeiro deles foi Confissões de um Espião Na-
zista, da Warner. A produção foi envolta em segredos,
com medo de que o roteiro vazasse. O filme estreou
naquele mesmo ano. Agora, as portas estavam aber-
tas, e quem aproveitou foi um dos donos da United
Artists: Charles Chaplin. Em 1940, o gênio lançou
seu O Grande Ditador.
O filme tira sarro abertamente de Hitler, retratado
(muito justamente) como um imbecil megalomaníaco,
e traz um grande, belo, discurso antifascista no final.
Foi um sucesso estrondoso – que segue firme nas
listas de melhores filmes de todos os tempos. Mas
ele quase não aconteceu.
Ameaçado por nazistas desde o anúncio da pro-
dução, Chaplin pensou em desistir de levar o projeto
adiante. Mesmo décadas depois, em sua autobiografia,
o cineasta afirmou que, caso soubesse sobre os cam-
pos de concentração e toda a verdade da perseguição
aos judeus, provavelmente não conseguiria fazer piada
com a loucura nazista.
Mas o filme saiu, e se tornou a maior bilheteria de
Chaplin – ainda que proibido não só na Alemanha,
mas também na França, já ocupada por Hitler.
Em 1941, quando os EUA entraram na Segun-
da Guerra, Gyssling foi deportado. “Os estúdios
poderiam ter alertado o mundo para a ameaça do
nazismo?”, questiona o crítico de cinema america-
no David Denby, em uma reportagem sobre o tema.
“É difícil dizer. Ainda assim, teria sido bom se eles
tivessem tentado.” S
A cara do p
Estes rostos, reconstruídos pelo arqueólogo
sueco Oscar Nilsson a partir de ossadas desco-
bertas na Europa, mostram um pouco de como
era a vida na Pré-História e na Idade Antiga.
O
fazendeiro
desnutrido
Viveu em • 2.200 a.C
Morreu com • 25 a 35 anos
Brighton, inglaterra
Morte
à moda
Romana
Viveu no • século 3
Morreu com • cerca de 30 anos
Patcham, inglaterra
stone, inglaterra
Gibraltar
(território inglês na espanha)
aproveitar a
capaz de captar a energia dessas descargas elétricas. Mas,
mesmo que tal aparato saísse do papel um dia, fabricá-lo
não valeria a pena. Façamos as contas: um relâmpago
fornece, em média, 300 KWh. É pouco. Equivale ao
energia elétrica
consumo mensal de uma casa brasileira. Mesmo que
toda a energia de todos raios do mundo fosse coletada
integralmente – o que é impossível –, calcula-se que o
resultado só abasteceria a humanidade por uma sema-
dos raios?
na. Se, apesar da ineficácia, algum bilionário criasse um
sistema de “coleta de relâmpagos”, a brincadeira sairia
cara. Seriam necessárias torres muito altas distribuídas
por uma grande área, equipadas com circuitos capazes
@brunomarini, via Instagram de resistir a temperaturas altíssimas sem derreter. (1)
Pode. E nem precisa ser idêntico. Em alguns casos, uma pessoa bem parecida
já é suficiente. O software usa medidas como a distância entre os olhos ou
o tamanho do nariz para reconhecer o usuário. Celulares chiques, como o
IPhone 11, mapeiam em 3D. Com a adição da profundidade, a precisão au-
menta (dá para detectar, por exemplo, o comprimento do nariz, e não só a
largura). No entanto, a maioria dos aparelhos se limita a duas dimensões – o
que permite que sejam ludibriados por fotos. Os fabricantes de smartphones
admitem esse defeito: o Samsung S8, por exemplo, avisa que o reconheci-
mento facial é menos seguro que a senha – e recomenda utilizá-lo apenas
como complemento de outros métodos, como detecção do desenho da íris. (2)
7,7
influência do mitológico continente bomba sob o cobertor de grama e as árvores.
de Atlântida. Não é um marco para A água dos lençóis freáticos permanece con-
o início do uso dessa versão, ela foi taminada. Há áreas de risco menor, em que a
adotada desordenadamente. Essa é atividade econômica foi autorizada. Nesses
bilhões de litros. Foi a forma mais comum hoje, adotada locais ocorre, porém, uma “colheita de metal”
a quantidade de cerveja como padrão inclusive na SUPER. Em anual na época em que o solo é arado para
que a Ambev vendeu no Portugal, não é uma coisa nem outra: um novo plantio. Os exércitos da França e da
Brasil em 2018. (4) escreve-se “Antárctica”. (6) Bélgica passam coletando a sucata.
OUTRO DADO
RELEVANTE SEM
NENHUMA LIGAÇÃO Por que alguns ani- Em tese, nada impede humanos de evoluírem manchas em seus pelos.
mais são manchados Ao longo dos 200 mil anos de nossa Pré-História, é até provável que
77
É o número de gerações
que separam Jesus de
de várias cores,
mas pele e cabelos
humanos são de uma
cor só?
@araujothamireseliane,
em algum momento tenham nascido sapiens malhados (uma mutação
genética hipotética talvez permita isso). Se variações desse tipo não se
fixaram na população, é porque elas não forneceram nenhuma vanta-
gem de sobrevivência. Gatos e cães descendem de animais selvagens
que tiravam alguma vantagem de se camuflar em seus habitats. Poste-
Adão, segundo o via Instagram riormente, as manchas que já existiam foram enfatizadas por seleção
Evangelho de Lucas. (5) artificial: humanos dão preferência a pets pintadinhos por estética.
Reportagem Bruno Vaiano, Carolina Fioratti, Guilherme Eler, Maria Clara Rossini, Rafael Battaglia. Fontes (1) Dr. Osmar Pinto Junior, coordenador do Grupo de Eletricidade
Atmosférica (Elat) do Inpe; Universidade da Flórida. (2) Routo Terada, professor do departamento de ciência da computação da USP; (3) NBA; (4) Relatório trimestral da
Ambev; (5) Bíblia; (6) Sérgio Rodrigues, no blog Sobre Palavras, da revista Veja. março 2020 super 75
Fontes (1) Professores Rita de Cássia Ariza da Cruz, Luiz Gonzaga Trigo e livro O território do Vazio: a praia e o imaginário ocidental; (2) SAG-AFTRA;
(3) Marilia Cecilia Machado, dermatologista, USP; Anomalies and Curiosities of Medicine: Human Book, livro de Walter L. Pyle. março 2020 super 77
Quem acende
férias proporcionais ao tempo ciente para irritar a região. A
de carreira (empregados com reação pré-programada do
mais de 15 anos de casa tiram corpo é produzir lágrimas
26 dias anuais). São dez feriados para expulsar a substância
os postes de
por ano. A única exceção são os nociva dos nossos olhos.
tripulantes oriundos da carreira E assim vem a choradeira
militar, que continuam servindo dramática. Com as lentes
as Forças Armadas e recebendo (bem como com óculos de
luz da rua?
salário e benefícios de acordo natação, uma opção menos
com as regras da Marinha, estilosa), o gás não encosta
Exército ou Aeronáutica. (1) no globo ocular. (2)
Matzav Kapit
em metrópoles como São Paulo, em que há 604 mil pontos de
luz e 15 mil pedidos de instalação de novos pontos pendentes.
O relé fotoelétrico se baseia em uma descoberta de Einstein
publicada em 1905: a luz é feita de partículas chamadas “fótons”.
Quando os fótons se chocam com um objeto, o objeto emite
elétrons. Se a emissão é interrompida, é porque o Sol parou Quando alguém está rindo tanto, mas tanto, que até coisas que não
têm graça fazem o ataque de riso se prolongar.
de incidir e é hora de acender as luzes.
omelete geleia
Fonte: sites Real Simple, BBC, HuffPost e canais Blossom, Tasty, Panelaterapia e Cozinha do Bom Gosto.
ingredientes: ingredientes:
• 2 ovos. • Frutas vermelhas.
• Leite. • Meia xícara de açúcar.
• Sal e pimenta a gosto. • 1 colher de sopa de
suco de limão.
preparo: Bata os ovos
em uma caneca. Ponha preparo: Amasse bem
sal, pimenta e um fio de as frutas. Despeje-as
leite. Misture recheios em um pote e acrescen-
à sua escolha, como te o açúcar e o suco de
cebola, queijo e ervas e limão. Misture e leve
aqueça no micro-ondas ao micro-ondas por 10
de dois a três minutos. minutos.
Fontes (1) NASA; (2) Amélia Kamegasawa, oftalmologista, Unesp. Março 2020 super 79
todo mundo
virasse vegano?
o engenheiro florestal comanda de frango, e o quarto maior de porco.
a equipe navegando pelo Rio Araguaia. Numa realidade subitamente vegana,
São responsáveis por avaliar a recu- o Brasil perderia quase 9% de seu PIB.
peração da Floresta Amazônica após A pecuária deixaria de fazer sentido
a grande mudança. A expectativa é como atividade econômica. Os terrenos
que levará ao menos um século para usados como pasto, então, teriam que
se tornar novamente viável – ainda ganhar outra função, e esses 213 milhões
que haja alguma esperança na notícia de bovinos virariam animais “sem teto”
recente de que a previsão de aqueci- (sem pasto, no caso). O ambiente selva-
mento global diminuiu. gem tampouco ajudaria: vacas (e porcos
No barco, toma-se café com leite de e cabras) são consideradas “espécies
castanha-do-Pará. O chefe lembra todo invasivas”. Ou seja: não têm como se
mundo de não esquecer seus suplemen- adequar ao ecossistema daqui. Na busca
tos. Ninguém esquece. Campanhas do pela sobrevivência, bovinos invadiriam
governo lembram às pessoas o tempo plantações e áreas urbanas. Idem para os Sem pasto.
Vírus de carona
Num voo, não tem como adivinhar se você vai cair ao lado de
alguém infectado pelo coronavírus ou algum outro agente. A solução
é evitar contato com outros passageiros. Veja como. Infográfico Maria
Clara Rossini, Juliana Krauss e Felipe Del Rio.
hora do lanche
Além do contato
físico direto, o vírus já era
pode ser transmitido Quem tem o azar
por superfícies de sentar nas
infectadas, fileiras próximas ao
como o assento infectado tem mais
ou a mesinha de 80% de chances
de refeição. de pegar a doença.
SEGURa o xixi
Não levantar
durante o voo
evita entrar
em contato
com outros
passageiros.
longe do banheiro
Quem senta próximo
ao banheiro tem
mais chances de
entrar em contato
com a pessoa
infectada, já que o
fluxo de passageiros
por ali é maior.