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www.feevale.br/bloco
bloco@feevale.br
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Associação Pró-Ensino Superior em Novo Hamburgo - ASPEUR
Centro Universitário Feevale
o arquiteto e a sociedade
REITOR DA FEEVALE
Ramon Fernando da Cunha
PRÓ-REITORA DE ENSINO
Inajara Vargas Ramos
PRÓ-REITOR DE PESQUISA,
TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
Cleber Cristiano Prodanov
PRÓ-REITORA DE EXTENSÃO E
ASSUNTOS COMUNITÁRIOS
Angelita Renck Gerhardt
COORDENAÇÃO EDITORIAL
Inajara Vargas Ramos
REALIZAÇÃO
Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas - ICET
Diretora: Cláudia Gonçalves Pereira
Curso de Arquitetura e Urbanismo
Coordenador: Leandro Manenti
EDITORA FEEVALE
Celso Eduardo Stark
Helena Bender Hennemann
Maiquel Délcio Klein
Maurício Barth
Moris Mozart Musskopf
IMPRESSÃO
Gráfica Nova Prova
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O Bloco mudou.
Depois de três volumes, a coleção Mantivemos o tradicional formato no âmbito da Feevale daquela gerada
Bloco(s) passa a se apresentar com quadrado, mas abandonamos a fora dos muros da instituição. O
outra cara. Agora, tetra, ficou com divisão em apenas duas partes. equilíbrio entre elas é o segredo
mais jeito de livro. Ou de revista? Agora, o livro organiza-se em seções deste volume, já que acreditamos no
Pois é... mudou, mas manteve suas que reúnem textos cujos temas conhecimento, ainda que produzido
ambigüidades. Afinal de contas, a apresentem afinidades entre si. em âmbito privado, como bem
verdade é que ser ambíguo pode ser A organização do Bloco(4) visa a público. E essa é uma via de mão
muito interessante. diferenciar (mas, ao mesmo tempo, dupla. O Bloco, portanto, é pretexto
integrar) a produção desenvolvida para produzir, registrar e disseminar
o conhecimento.
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Apresentação do Bloco(1) na PUC do Chile. Apresentação do Bloco na UIA 2008, na Apresentação do Bloco na UIA 2008, na Lançamento do Bloco(3), na 53ª Feira do
Santiago, 2006. Itália. Torino, 2008. Itália. Torino, 2008. Livro de Porto Alegre, 2007.
Foto: Renata Marques Foto: Leandro Manenti Foto: Leandro Manenti Foto: Leandro Manenti
O Bloco(4) tornou-se mais portátil. Depois de três volumes em preto e Da mesma forma que nós e nossos as contribuições sob uma linha em
A supressão das capas duras internas branco, agora o Bloco vem a cores. leitores, desde que a coleção comum. Além disso, mantivemos a
possibilitou-nos uma publicação Uma importante conquista, já que a começou, o Bloco amadureceu. prática de convidar colaboradores
fisicamente mais leve – o que é bem cor é condição fundamental para o Nosso livro perdeu um pouco da externos, os quais gentilmente nos
importante, já que nossos Blocos entendimento da arquitetura. Não cara despojada com a qual se cedem suas contribuições, tão caras
viajam o mundo conosco, visitando é novidade que Le Corbusier definia apresentou nos três anos que para a ratificação de nossa busca
bibliotecas não apenas brasileiras, a arquitetura como “o jogo sábio, passaram. Depois de encerrar a pelo intercâmbio de conhecimento
mas também internacionais. Essa correto e magnífico dos volumes primeira trilogia bem-sucedida, com outras instituições de ensino.
espécie de “apostolado” – ao qual reunidos sob a luz”. E não é verdade partimos agora para uma nova fase, Desta vez, tivemos a honra de
nos referimos na apresentação que luz e cor são interdependentes e em busca de aprimoramento da receber, em âmbito local, os
do Bloco(2) – tem contribuído que, às vezes, até se confundem? O forma e do conteúdo, sem perder o colegas Cicero Alvarez, Barbara
não apenas para a difusão do Bloco, enfim, iluminou-se. caráter descontraído que, segundo Mello, Rodrigo Rosinha e Edson
conhecimento produzido aqui acreditamos, ajuda na conquista de Mahfuz. De São Paulo, Ruth Verde
na Feevale, mas também para a nossos leitores, tão desabituados do Zein animadamente enviou-nos seu
divulgação de nossa instituição, mundo analógico das letrinhas. texto. O convidado internacional é
que, diga-se de passagem, vem Os textos, cada vez mais o renomado crítico de arquitetura
nos apoiando e incentivando qualificados, continuam Josep Maria Montaner, que, desde
incondicionalmente nos últimos apresentando experiências o primeiro contato, mostrou-
anos. Agora, portanto, ficou mais desenvolvidas no âmbito do curso, se disposto e comprometido,
fácil levar nosso livro para conhecer além de artigos sobre temas de colaborando generosamente para
(e ser conhecido por) outros mundos. interesse pessoal dos seus autores. qualificar ainda mais o nosso livro. A
Desta vez, entretanto, voltados todos estes – e aos colegas da casa,
para um tema que visa a unificar evidentemente – nosso sincero e
profundo agradecimento.
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O arquiteto e a sociedade.
Desta vez, o Bloco tem um tema arquitetura; experiências acadêmicas; A idéia deste Bloco(4), portanto, é
central. O arquiteto e a sociedade. etc. Os textos distribuem-se em cinco reforçar a necessidade da reflexão a
Ao encontro da linha de atuação seções, de acordo com os assuntos respeito de tema de tanta relevância,
que nosso curso tem adotado, do desenvolvidos e o com o caráter dos que, apesar de constituir – segundo
encaminhamento das disciplinas no artigos: acreditamos – o cerne do ofício do
âmbito do ensino, e das atividades Do lado de dentro: apresenta um arquiteto, por repetidas e históricas
de extensão, a idéia foi publicar ponto de vista pessoal a respeito de vezes caiu no esquecimento. Sempre
textos que abordassem, de alguma experiência realizada no âmbito do é hora de ratificar o fim maior de
maneira, a fundamental relação do curso. nossa profissão – o bem estar da
arquiteto com a sociedade. De dentro para fora: visa a socializar sociedade – e de lembrar que o
Assim, selecionamos as contribuições atividades relevantes desenvolvidas termo “sociedade”, evidentemente,
que mais se adequaram a esse viés, com a participação dos acadêmicos não se restringe à fatia carente de
e contamos com a colaboração de do curso, nas dimensões de ensino, nossa população, mas sim envolve
professores e estudantes da casa, pesquisa e extensão. (inclusive através dos textos) seus
além de nossos seis convidados, De fora para dentro: a seção mais diferentes grupos e indivíduos:
autores de quatro textos que também apresenta os textos dos professores estudantes, turistas, comunidades
passam pelo tema central escolhido convidados. carentes (também), professores,
para o Bloco(4). Lá fora aqui dentro: reúne os textos arquitetos, leigos, leitores... e você.
O tema “o arquiteto e a sociedade” de professores do curso a respeito de Boa leitura e até o próximo Bloco!
foi desenvolvido à luz de variadas outras cidades e outras arquiteturas.
abordagens, desde as mais diretas, Botando para fora: depoimentos Ana Carolina Pellegrini e Juliano
até as mais sutis, as quais abrangem de professores, em tom pessoal, a Caldas de Vasconcellos.
campos do conhecimento como respeito de assuntos pertinentes à
educação; teoria, história e crítica da temática do livro.
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sumário
82 I-TOTEM
Informação livre + Conectividade + Mobilidade
Thaís Luft
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LÁ FORA AQUI DENTRO BOTANDO PARA FORA
152 Arquitetura e identidade: A proposta de Hundertwasser 200 Cinco aspectos de arquitetura para a sociedade
em Viena contemporânea
Leandro Manenti José Arthur Fell
160 Aprendendo com São Paulo: A imagem da cidade limpa 210 Caminhos em arquitetura e sociedade
Juliano Caldas de Vasconcellos Vinicius de Moraes Netto
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Do lado de dentro
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Pão e circo
ANA CAROLINA PELLEGRINI
A
lgum dia, dos muitos deste costumam levar-me às lágrimas. do museu paulista. Entretanto, esta
ano nos quais tive o prazer Juliano, então, falou-me sobre o vão não havia sido uma experiência
de desfrutar da companhia do MASP. Relatou-me sobre como exclusivamente arquitetônica. Aos
de meus colegas de trabalho, eu aqueles 74 metros livres de apoios poucos, e com o tempo, comecei a
conversava com meu amigo, Juliano, foram capazes de emocioná-lo. E foi vasculhar a mente e o coração em O vão do MASP, o Museu de Arte de
parceiro de Bloco, sobre arquitetura aí que me dei conta de que uma das busca de “emoções arquitetônicas”. São Paulo. Projeto de Lina Bo Bardi.
e emoção. Recém-chegado de mais recentes – e fortes – emoções Encontrei, então, minha primeira Fonte: http://farm2.static.flickr.com
um feriadão em São Paulo, ele que eu senti aconteceu justamente vez na Grand Place, em Bruxelas; /1113/1392372862_6d42f1a056_o.jpg
falava, empolgado, sobre como a ali, depois do almoço no restaurante um fim de tarde de tirar o fôlego Acesso em 19 de outubro de 2008.
arquitetura, dentre todas as artes,
era a que mais o emocionava. Eu, em
silêncio, admirava a sua empolgação
e pensava sobre o quão dura havia
me tornado nos últimos tempos.
Perguntei o que ele sentia quando
experienciava essa tal emoção –
afinal, considero-me sempre tão
insensível em relação ao belo…
Ele respondeu que, quando algo o
emocionava, não conseguia parar
de pensar. Quando se tratava de
arquitetura, lembrava do edifício
a toda hora, como uma idéia
fixa. A resposta, de certa forma,
surpreendeu-me. É que mulheres
costumam associar a emoção às
lágrimas. Aliás, emoção dessas,
de mulherzinha, eu senti mesmo
foi quando vi ao vivo “O Beijo”,
de Gustav Klimt. Fiquei paralisada
na frente do quadro exposto no
Belvedere, em Viena. Com um nó
na garganta, segurei-me para não
chorar, porque meu irmão estava
junto. E eu não sei bem o porquê,
mas não choro na frente de ninguém
da família. Agora, edifícios não
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Do lado de dentro
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O Convento de La Tourette. Projeto de Le Corbusier em L’Arbresle, no vale do Ródano, próximo a Lyon, na França.
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Do lado de dentro
O terraço-jardim da Unité
de Marseille, projeto de
Le Corbusier. Não resisti e
coloquei uma foto em que eu
também aparecia...
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Cartaz do Sabadarq
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Do lado de dentro
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Na parte esquerda da foto, o Conjunto do
Museu do Pão, Oficina de Panificação e
Moinho restaurado.
Fonte: A imagem foi retirada do livro
“Museu do Pão: caminho dos moinhos”,
coordenado por João Grinspum Ferraz.
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Do lado de dentro
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A fachada do pequeno auditório do Museu
do Pão.
Fonte: A imagem foi retirada do livro
“Museu do Pão: caminho dos moinhos”,
coordenado por João Grinspum Ferraz.
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Do lado de dentro
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A fachada sul do Museu do
Pão apresenta o logotipo,
inspirado numa antiga
pintura de uma das casas
da região.
Fonte: Leandro Manenti.
Abril de 2008.
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Do lado de dentro
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Ismael encaminha a turma
para a visita ao Moinho.
Fonte: Leandro Manenti.
Abril de 2008.
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Do lado de dentro
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móveis projetados com ela em sua
Marcenaria Baraúna. Acho lindos
esses encontros! Certamente a
arquiteta ítalo-brasileira teria ficado
satisfeita de ver uma cidade 98%
descendente de italianos tornar-se
palco para a arquitetura brasileira
de melhor qualidade. Itália e
Brasil, neste caso, unidos também
pelo convênio internacional que
possibilitou a restauração do museu.
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www.feevale.br/arquitetura bloco@feevale.br
De dentro para fora
Arqfeevale na internet
O nosso curso em rede, (inter)agindo socialmente
JULIANO CALDAS DE VASCONCELLOS
D
esde março de 2003, e Arquitetura e Comunidade (www. lá). Mesmo que a maioria dos
quando foi “inaugurado” feevale.br/aec), além de oferecer, assinantes não pariticipe de
o grupo arqfeevale no na íntegra, todas as edições do forma efetiva, não é raro ver a
Yahoogrupos, as discussões sobre Bloco gratuitamente, em PDF, com ressonância do que é dicutido
arquitetura e temas correlatos do o layout original do livro (www. virtualmente nos corredores e
nosso curso têm, cada vez mais, O SITE OFICIAL feevale.br/bloco). salas de aula. Este é o ciclo mais
utilizado a internet como meio www.feevale.br/arquitetura saudável em tempos de informação
de comunicação e propagação Como acontece com a maioria das digital nos meios acadêmicos: os
de idéias, muito mais do que o intituições de ensino superior, a debates devem extrapolar o espaço
tradicional “quadro de avisos” Feevale também possui uma parte virtual e colaborar para o processo
ou as discussões isoladas em do site intitucional dedicado para de aprendizagem no âmbito real.
sala de aula. Com as ações do cada um dos cursos que oferece, GRUPO ARQFEEVALE
curso na internet, iniciou-se um com as informações básicas sobre http://br.groups.yahoo.com/
processo de publicações online perfil profissional, mercado de group/arqfeevale/
que alcançou muito mais que trabalho, nomes dos professores O grupo de discussões arqfeevale é,
apenas a comunidade acadêmica. e suas respectivas disciplinas, sem nenhuma dúvida, o canal mais
A possibilidade de se comunicar estrutura curricular além de ágil e eficiente de se comunicar
em rede através de algumas notícias relacionadas. A estrutura com os professores e com os COMUNIDADE NO ORKUT
ferramentas gratuitas (disponíveis do site (não só da arquitetura, estudantes do curso. Iniciado em www.orkut.com.br/
para qualquer pessoa que queira mas de toda a instituição) março de 2003, o grupo conta com Main#Community.
utilizá-las) abrange aspectos de ainda não permite maiores aproximadamente 90% dos alunos aspx?cmm=55627
hipermídia no seu mais amplo desdobramentos (como comentários cadastrados e com a totalidade A maior rede social entre os
sentido, utilizando a rede de ou interatividade dos leitores), mas dos professores do curso. Além brasileiros também possui uma
maneira inteligente e com feedback já está em andamento um projeto da agilidade, a lista de discussão comunidade oficial do curso. O
quase que instantâneo. São essas para que estes aspectos sejam por e-mails é um intrumento objetivo principal desse canal é
ferramentas que irei, rapidamente, flexibilizados, principalmente de agregação social, onde as utilizar os recursos do Orkut como
explicar aqui neste artigo, além para que professores e acadêmicos principais questões do curso um fórum de discussões entre os
de, na sequência, demonstrar possam produzir mais informações são divulgadas e discutidas. Mas estudantes e professores, já que
uma parcela do que tal advento e se amplie o banco de dados os assuntos não ficam restritos é uma comunidade que tem uma
pode acrescentar à discussão de cada um dos cursos. Dentro apenas aos recados e eventos proposta semelhante ao grupo
arquitetônica em um curso superior desta estrutura, o que se procura do curso. Na lista acontecem os no Yahoogrupos (porém pode ser
de arquitetura e urbanismo. fazer, desde 2005, é ampliar este principais debates coletivos sobre visualizada por qualquer um), mas
conteúdo, adicionando não só as arquitetura e urbanismo. Certas só os cadastrados podem participar
informações de ensino mas também discussões possuem uma densidade das discussões.
dos projetos de extensão do curso de informações muito interessante
de Arquitetura e Urbanismo, como o (veja no final deste artigo uma
Mãos à Obra (www.feevale.br/mo) reprodução do que acontece por
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De dentro para fora
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As próximas páginas deste artigo
reproduzem um debate iniciado no
Grupo Arqfeevale do Yahoogrupos
em 26 de março de 2008. O tópico
teve suas quase 20 mensagens
especialmente compiladas para a
publicação nesta edição do Bloco.
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arquitetura x construção comercializada
Lista de mensagens
Responder | Encaminhar | Apagar
Mensagem #3869 de 4006 < Ant | Próximo >
Por que o sentido exploratório da arquitetura não pode ser implantado nesse
meio “político” da construção civil?
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura833.asp
--------------------------
É triste pensar assim, mas, a não ser que se queira trabalhar como desenhista
de luxo (daqueles arquitetos que não pensam muito, fazem o que o investidor
quer, recebe bem e adios), a possibilidade de sair do Brasil não deve ser
descartada.
Marcelo Becker
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ENC: [arqfeevale] arquitetura x construção comercializada
Lista de mensagens
Responder | Encaminhar | Apagar
Mensagem #3875 de 4006 < Ant | Próximo >
Re: [arqfeevale] arquitetura x construção comercializada
Bom dia! Gostaria de criar um debate em cima disso; acho que é um assunto
interesante, mas que o pessoal não faz muita questão de discutir e eu não sei
o porquê. Esses dias mesmo, brincamos em uma aula de história que deveria
se criar uma cadeira optativa só para discutir textos, projetos, etc; voltados à
arquitetura comercial.
hehehe
abraço
Lucas Prates
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Re: [arqfeevale] arquitetura x construção comercializada
Lista de mensagens
Responder | Encaminhar | Apagar
Mensagem #3878 de 4006 < Ant | Próximo >
Apesar de achar que isso provém de um problema muito mais profundo - a falta
de cultura e educação de base em geral, deva ser discutido mesmo assim!
Os meios de comunicação com certeza fazem a sua parte para piorar a situação,
mas nós deveríamos – e podemos – fazer muito mais. Essa semana eu recebi
um e-mail do tipo que foi encaminhado diversas vezes “Enc:Fwd:En:Fwd:
...” mostrando várias fotos das ilhas artificiais de Dubai e suas residências
gigantescas de alta classe - CARIMBADAS - umas ao lado de outras. Os
comentários de cada um que encaminhava eram do tipo “Nossa, que coisa
linda! Pra mim só uma bastava... Ah, se no Brasil as favelas fossem assim!”
Guilherme Osterkamp
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Mas e daí? O que vocês acham que como arquitetos temos que fazer para mudar
isso? Ainda dá tempo? Ou ficaremos apenas com o filme estrelado pelo Tom
Hanks indicado pelo Lucas :P ?
---
Prof. Juliano Vasconcellos (Arq. Ms.)
Coord. Laboratório Computação Gráfica
Arquitetura | Design - Feevale
------------------------
Podem vir com aquele papo de que isso é voltar à ditadura, mas, se o prédio
“neocrasso” de 50 andares que o cara quer construir vai ser visto todos os
dias por todos os cidadãos, acho mais que do justo que tenha alguém que
defenda o interesse da população de ver algo que tenha fundamento. Para
se ter noção, isso não está tão fora da realidade, pois, quando se quer lotear
uma área de terra, é a notícia sobre o empreendimento é publicada em algum
meio de comunicação, qualquer pessoa que se sentir prejudicada pode solicitar
esclarecimentos. Se realmente o empreendimento vier a prejudicar alguém, o
projeto é embargado. Isso significa proibir.
A minha solução acaba aqui. Mas, como proibir não é algo que as pessoas vejam
com bons olhos hoje em dia, iremos cair naquele papo de conscientização...
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na própria profissão. Não querem pensar sobre arquitetura, sobre a cidade.
Isso me leva a crer que a maioria dos arquitetos não são ARQUITETOS, estão
fazendo um curso pela formalidade de ter diploma superior, achando que
vão ganhar muito dinheiro com isso, sem nem se importar com o exercício da
profissão. O pior é que as chances de alguém assim ter “sucesso” na profissão é
muito maior do que um carinha que faça tudo de forma extremamente correta.
Marcelo Becker
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Bom dia.
Ainda temos uma outra opção, que me parece interessante, mas um pouco
difícil...hehehehe
Como a Ana Carolina mesmo disse em uma aula de história: “hoje em dia o
cliente entra dentro da casa...sabe demais do projeto”...
É difícil, mas a minha idéia seria projetar, apresentar plantas e fachadas, tudo
em CAD, ou Vector (homenagem ao Juliano), e o cliente sem entender vai dizer
“aham”....
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SERÁ? SERÁ?
E olha que antigamente era mais ou menos isso hein...Pouca informação pra o
cliente, muito projeto bom...
Exageros à parte,
abraços e bom findi....
Lucas Prates
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Acreidto que não. Esse assunto é delicado. Seria ótimo não ter interferência
alguma em nossos projetos – não gostamos nem das interferências dos nossos
professores – mas acho que não devemos ter medo disso, porque tanto com
o cliente ou como professor, se temos um bom motivo, temos como defender
nosso ponto de vista e o que fizemos. Isso vai da consciência de cada um, já
que muitas vezes temos que vender o tal projeto, mas é a nossa vitrine o nome
que aparece lá.
Bom findi,
Karen Kussler
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RES: [arqfeevale] arquitetura x construção comercializada
Lista de mensagens
Responder | Encaminhar | Apagar
Mensagem #3884 de 4006 < Ant | Próximo >
Re: RES: [arqfeevale] arquitetura x construção comercializada
Bom dia!
As pessoas, de uma forma geral, costumam dizer que não gostam daquilo que é
desconhecido. Quantas vezes dizemos: não como isso pq não gosto. Não como
aquilo pq não gosto.
Mas tu já experimentaste?
Não!
Mas agora, como é que a criatura leiga vai gostar de um negócio que não é
apresentado a ela?
Minha mãe é o mais real exemplo... não entendia nada de arquitetura, não dava
a mínima importância para os edifícios neoqualquercoisa nascendo, amaaaava
baywindows, paredes chanfradas, e blábláblá. Depois de algumas conversas e
explicações, ela está doutrinadíssima! Agora, sai na rua e até se dá o direito de
opinar a respeito das edificações, se é boa arquitetura ou não.
Não concordo com a idéia de que teremos que abrir mão de clientes para tentar
mudar a opinião em massa. Talvez eu tenha tido sorte, mesmo, até agora, mas
sempre consegui “vender meus peixes” sem maiores problemas. Poxa vida!
Passamos quantos anos dentro de uma instituição, ralando muito, e quando
saímos não conseguimos explicar um bom projeto a ponto de conquistar o
cliente? Vamos combinar que, daí, o problema é outro...
Desculpem, mas, penso eu que os maiores culpados dessa história toda somos
nós, arquitetos (ou projetos de). Precisamos valorizar a nossa profissão! E
essa mentalidade não é construída dentro da faculdade. Por mais que os
profes tentem, a opinião da maioria é diferente e, pior, não estão abertos a
mudanças. Como disse o Lucas, a galera não gosta muito de falar sobre isso.
Claro! Não convém!
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Tudo bem! O cliente seeeeempre tem razão. Mas nós, aaahhh, nós temos a
formação e, como conseqüência, muitas, muitas condições e obrigação de
apresentarmos opções, no mínimo, plausíveis.
Temos tantas boas produções arquitetônicas de anos atrás, no Brasil, que, por
motivo ou outro se perderam-se no caminho da história. Mas são nossas raízes!
Precisamos também, bater no peito e nos orgulharmos desses exemplares.
O Léo e eu, sempre que vemos um desses, nos perguntamos: será que um dia
faremos produções tão boas assim? Aaaahhh, meu filho, te prepara, pq nós
vamos! Hehehe!!! Brincadeirinha! E viva a boa arquitetura! Eu acredito nela!
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Só mais uma coisa (no geral): não me venham dizer pelos corredores que tal
cadeira é dificil, que esse ou aquele professor é um chato e nunca está nada
bom... Que isso me irrita... hehehehe... (até hoje não conseguiram me fazer
desistir do curso). O que existem são matérias que uns gostam mais, outros
menos.
abraço
Lucas Prates
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Re: RES: [arqfeevale] arquitetura x construção comercializada
Lista de mensagens
Responder | Encaminhar | Apagar
Mensagem #3888 de 4006 < Ant | Próximo >
Prá começarmos a mudar a situação, nada melhor do que acreditar nas nossas
convicções e princípios.
Pôxa, estamos aqui prá quê? Não só para aprender, mas para criticar, mudar,
opinar, pensar e sermos ouvidos.
Guilherme Osterkamp
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Lucas e outros...
Assunto bem complicado
Hoje também utilizo do 3D que permite levá-los e conduzi-los pelo interior das
suas casa e acho que a ferramenta só ajuda a vender o projeto e ganhar o
cliente. Não concordo que, quando o cliente conhece demais, dá mais “pitaco”.
Acho que é o contrário e, sempre que ele tiver dúvida, vai solicitar mudanças,
sem explicar muito bem o porquê! Isto é real e incomoda muito mais! Portanto,
acho mesmo, nos meus 24 anos como profissional e atuando com projetos
residenciais, clinicas médicas, interiores residenciais e comercias, que o nosso
ganho vai estar em fazer um projeto adequado às necessidades de nossos
clientes, sem perder nossas características projetuais e sem deixar se envolver
por “tendências ou modismos” e, principalmente, passar segurança para
quem nos contrata, evidenciando a responsabilidade que temos ao sermos
contratados para desenvolver o espaço onde nosso cliente precisa atuar, quer
seja em seus momentos de lazer ou de trabalho ou ainda o mais importante: o
espaço onde vive. Pense nisto e continue mostrando bem os seus projetos!
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E, claro, cada vez com mais qualidade, pois, se somos pagos para pensar e
projetar, temos o dever de fazer o melhor para quem nos paga e também temos
o dever de dizer a verdade, assim como o médico também diz. Isto não é para
ti ou isto não tem nada a ver com o que estamos pensando para tua casa, etc...
se o cliente confia, ele delega. Se não, temos a opção de não fazer!
Penso que isto é melhor do que trabalhar pelo dinheiro apenas! Certamente
não nos tornaremos um profissional feliz e realizado se deixamos os leigos nos
comandarem - sei que não foi isto que quiseste dizer!
um abraço.
-------------------------
Acredito que com boa parte do que já falamos aqui todos concordem.
Porém, uma coisa parece não ter ficado clara sobre a minha opinião em relação
à arquitetura dos dias de hoje.
Sei o papel que devemos cumprir e, como futuro profissional, tentarei cumpri-
lo. Mas acho que isso é uma coisa que não depende somente de nós, arquitetos.
Concordo com o fato de “doutrinar” as pessoas ao nosso redor, concordo com o
fato de “seduzirmos” os clientes e fazê-los aceitar nossa opinião, concordo que
será a melhor saída; interpretemos assim.
O que eu vejo é que o cliente muitas vezes tem um sonho, as vezes esse sonho
é ter uma casa “neoqualquercoisa” como diz a Rita. E aí, quem brinca com
sonhos? Quem modifica sonhos? Eu não consigo....
E quem aqui está disposto a perder cliente para o concorrente, que além de
fazer o projeto que o cliente quer, fará um preço mais baixo?
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tem formação, e manda um profissional apenas assinar... O que resto são todos
profissionais.. Uns qualificados, outros não...
Sei que temos o poder de mudar algumas idéias do cliente, mas em poucas
das vezes. Muitas vezes eles chegam com a casa na revista, e sabem que esta
pode se adaptar ao seu terreno, sim. Aceitam nossas idéias, mas no final você
não fica satisfeito. E aí, não projeta? Indica um outro “profissional” para seu
cliente?
Óbvio que todos aqui vão tentar projetar arquitetura de qualidade. Isso é mais
que óbvio. Não venho aqui para desvalorizar a instituição e o canudo que nos
é dado no final. Mas, infelizmente, não adianta ignorarmos as “necessidades”
reais que os clientes nos apresentam.
Eu me preocupo com a situação, e espero poder mudar. Mas pra isso eu não
serei um arquiteto que me negarei a projetar “arquitetura comercial” por
“ética” profissional.
Isso se eu não ganhar na Mega Sena. Caso contrário, como não poderei viver
somente de felicidade, vou aceitar muitas coisas.
Como já dizem “CLIENTE SEMPRE TEM RAZÃO”.
Lucas - aquele que gosta de falar, debater, aceita criticas, e não, não fica
bravo...
hehehehehehehe
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De dentro para fora
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Vila Palmeira:
proposta de reurbanização e habitação social
Experiência do curso de Arquitetura e Urbanismo da Feevale
ALESSANDRA MIGLIORI DO AMARAL BRITO E VINICIUS DE MORAES NETTO
O
tema do Bloco (4), Arquiteto que buscassem proporcionar aos
e Sociedade, vem ao encontro acadêmicos o contato com uma
de um trabalho interdisciplinar demanda real de projeto e cuja
que as turmas de Planejamento produção projetual pudesse servir
Urbano 3 e Projeto Arquitetônico 7 para melhorar as condições de vida
desenvolveram ao longo do segundo de populações de baixa renda.
semestre de 2007.
Por vocação, as disciplinas
As atividades versaram sobre acima citadas, ambas do nono
a questão da reurbanização de semestre, que já se ocupavam do
assentamentos precários, bem como tema “habitação social”, foram
sobre a habitação social – dois selecionadas para a realização da
temas de fundamental importância primeira experiência, que será
num momento histórico mundial apresentada a seguir.
em que a população urbana é
maior do que a população rural. Em 1. A área de intervenção
países do chamado Terceiro Mundo A seleção da área de intervenção
o crescimento exacerbado das foi feita a partir de reuniões com
cidades é mais problemático, pois o Arquiteto e o Assistente Social
se dá sem nenhum planejamento, da Secretaria de Habitação da
criando espaços de pobreza e miséria Prefeitura de Novo Hamburgo.
(FAVARO, 2008). Logo, a recuperação Buscávamos grandes áreas públicas
de assentamentos degradados para o desenvolvimento de projetos
em áreas urbanas representa um de urbanização e de conjuntos
desafio para a nova geração de habitacionais populares. Entretanto,
arquitetos, já que as favelas e para nossa surpresa, estas áreas são
assentamentos precários têm crescido praticamente inexistentes na cidade.
consideravelmente, tornando inviável Além disso, muitas das praças
uma remoção generalizada (ABIKO et alocadas nos bairros periféricos
al., 2002) como acontecia no início do e populares foram invadidas e
século passado. constituem áreas degradadas,
faveladas e com péssimas condições
Dentro deste contexto e aliadas ao de habitabilidade, necessitando
caráter comunitário desta instituição de intervenções urgentes. Foi-nos
de ensino, foram fomentadas, no apresentado, naquele momento,
curso de Arquitetura, discussões a um desafio: trabalhar com a re-
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De dentro para fora
48
urbanização na Vila Palmeira, no desempregada em função da crise
Bairro Santo Afonso. no setor calçadista, e/ou vive da
coleta do lixo. Por estes motivos, e
Esta área, de propriedade privada, pela complexa configuração da sua
encontra-se situada quase na divisa malha, atualmente a Vila Palmeira
com a cidade de São Leopoldo, é considerada pela população de
tendo sido ocupada há cerca de 20 Novo Hamburgo um dos bairros mais
anos por pessoas vindas das cidades violentos da cidade. Isto representou
vizinhas, e também do oeste do uma dificuldade a mais a ser
Estado, em busca de emprego no enfrentada.
setor calçadista. Estes trabalhadores,
sem acesso à “cidade legal”, viram Pela complexidade social e
na Área de Preservação Ambiental morfológica da Vila e devido à
(APA Sul) uma maneira barata de se sua extensa área de ocupação,
estabelecer, e assim o fizeram, nas concluímos que um semestre letivo
proximidades do arroio Luiz Rau, não seria suficiente para desenvolver
em área baixa, alagadiça e sujeita a o projeto arquitetônico e urbanístico
inundações. da vila como um todo, que
apresentasse nível de detalhamento
Primeiramente, a ocupação compatível com o tema e exigência
aconteceu próxima à malha urbana das disciplinas de nono semestre.
existente e, com o passar do Optamos, então, por trabalhar em
tempo, foi-se expandido sobre a dois quarteirões com características
Área de Preservação. Assim, a vila diferentes. Devido aos seus
é constituída por quadras auto- formatos, os identificamos como o
produzidas, com traçado orgânico, “Quarteirão Gordo” e o “Quarteirão Figura 2 – Imagem aérea: Bairro x Vila (adaptado pelos acadêmicos do
o qual origina alguns quarteirões Magro”. O primeiro possui 24.200m², GOOGLE EARTH, 2007)
com becos, arranjados segundo configurando-se como um quarteirão
o conhecimento dos moradores, com geometria irregular de centro
que densificaram o local com sub- bastante largo. O segundo possui
habitações. geometria quase retangular,
assemelhada a uma fita, com área de
Ocupada inicialmente por 11.307m².
trabalhadores, a Vila Palmeira
abriga hoje cerca de 2000 famílias e
aproximadamente 7000 habitantes.
Grande parte destas pessoas está
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De dentro para fora
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As Visitas à Vila tiveram por cópias no mercado mais freqüentado
objetivo conhecer o local, levantar do bairro. Mesmo com a pequena
informações e conversar com os participação popular, os resultados
moradores. Entretanto, como foram muito proveitosos. A oficina
cuidado antes de realizarmos os foi realizada em cinco etapas. A
levantamentos in loco, agendamos primeira consistiu em explanação
reunião com o Presidente da das nossas intenções a fim de
Associação dos Moradores para não gerar falsas expectativas. Na
explicar a proposta de trabalho e seqüência, foi destinado um tempo
para pedir seu auxílio na divulgação para que os moradores falassem
da nossa presença na vila. O uso de sobre a Vila. Primeiramente,
carro e jalecos com identificação dos aspectos negativos e,
da Feevale, o acompanhamento do posteriormente, dos positivos. A
Arquiteto e/ou Assistente Social e a terceira etapa organizou-se em
escolta do carro da Prefeitura, foram função de dinâmica que propiciou
também as soluções encontradas mostrar aos habitantes, através
para anunciar nossas visitas. Desta de cartazes e fotos, imagens de
maneira, conseguimos realizar tipologias arquitetônicas, questões
os levantamentos necessários e de infra-estrutura e equipamentos
percorrer com segurança todos os urbanos, bem como alternativas de
becos do Quarteirão Gordo, já que as fonte de renda para os moradores
imagens aéreas disponíveis através da vila. Cada morador assinalou
da ferramenta Google Earth não nos as imagens de seu interesse,
davam uma clara noção da extensão as quais foram posteriormente
destes. agrupadas e tabuladas segundo
“tipos”. A quarta etapa consistiu
A oficina com os moradores foi na aplicação de um questionário.
uma etapa muito importante, Finalmente, organizamos uma
embora não tenha tido uma confraternização. Posteriormente,
participação tão expressiva quanto todas as informações coletadas
gostaríamos. A atividade foi foram reunidas e discutidas, e nos Figura 4 – O quarteirão Gordo e seus becos (adaptado pelos acadêmicos do GOOGLE
realizada na sede da Associação dos serviram como aporte nas decisões EARTH, 2007)
Moradores. Convidamos as pessoas de projeto.
a participarem através de carta
informal, entregue para alguns
moradores líderes a fim de distribuí-
los para seus vizinhos, além de fixar
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De dentro para fora
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Figura 6 - No quarteirão Magro, a casa
de um catador de lixo.
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De dentro para fora
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Em virtude do tamanho pequeno da e o âmbito da vila poderia implicar
turma, 4 alunos, decidimos montar o reforço dos laços sociais entre
duas estratégias de projeto. Na moradores? E, pelo contrário, o
disciplina de “Projeto Arquitetônico aumento das conexões físicas entre
7”, portanto, foram formadas vila e cidade poderia dissipar a
duas duplas, de forma que cada vida social da vila? Nosso estudo
uma trabalhasse num quarteirão, baseou-se em algumas constatações
propiciando, assim, a experiência alimentadas por estudos da relação
de se projetar em equipe, bem como entre sociedade e espaço, segundo
uma maior produtividade, já que o os quais diferentes socialidades
nível de detalhamento exigido é alto. produzem estruturas espaciais
Para a disciplina de planejamento (arranjos de quarteirões e ruas) para
urbano, o trabalho envolveu um sua própria reprodução (HILLIER E
único grupo. HANSON, 1984). Grupos mais auto-
centrados produzem estruturas que
2.1 Planejamento Urbano terminam por intensificar o contato
3 - Reconexão urbana e interno, e enfraquecer o contato com
experimentação em habitação outras agências da cidade – uma
coletiva forma de controlar, naturalmente, o Figura 8 – Equipe da Feevale acompanhada do Assistente Social, de
Um dos desafios do grupo foi o de volume de encontros com estranhos, seu auxiliar e do presidente da Associação de Moradores no dia do
enfrentar, diante de exercício de por exemplo. Essa forma de controle levantamento in loco.
projeto geral para a requalificação do seu território através da baixa
da Vila Palmeira, um dos problemas acessibilidade para o exterior
mais graves encontrados em áreas parece também favorecer as redes
de ocupação irregular: as relações criminosas, que se valem dessas
entre vila e cidade formal. Vilas e propriedades espaciais para manter
favelas costumam ter vida social cativa, inclusive, a própria população
interna intensa, enquanto suas da área.
conexões com a cidade (socialmente
e espacialmente) costumam ser Uma ligação vila-cidade
mais frágeis. Uma das perguntas problemática – difíceis conexões,
que nos colocamos relaciona essas ruas tortuosas, interrompidas, como
duas observações – se a socialidade nas curtas ruas e baixa visibilidade
da vila intensifica-se exatamente na entrada da Vila Palmeira – gera
em função da redução de amarras baixa acessibilidade e desestimula
com socialidades da cidade formal. naturalmente o movimento de
O contato dificultado entre cidade estranhos na área. Logo, depois
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De dentro para fora
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Figura 10 – Experimentação em geometrias para habitação social:
conceituação, celularização, associação e a proposta de unidade com máxima
compactação e flexibilidade de arranjo - Análise: Depthmap© (KRAKE, 2007)
dessa sutil desconexão física a hierarquia natural das ruas da vila, de “serpentina” e fragmentação 2.2 Projeto Arquitetônico 7
(portanto, visual e de mobilidade), e suas diferentes capacidades de da malha (desconexão entre – Reurbanização e Projeto da
uma trama de ruas internas, de concentrar movimento e atividades. ruas internas da área e ruas do Unidade Habitacional
geometria de angulações variadas, Assim, preserva-se a distribuição entorno), e quarteirões de grão Enquanto a disciplina de
converge pedestres e concentra espacial e níveis de co-presença e menor que o usual em tecidos Planejamento Urbano 3 tratou de
atividades (comércio e serviços) encontros que constituem a vida do entorno – elementos de uma intervenção mais geral no
em uma hierarquia natural de social intensa da comunidade. fratura entre áreas, e de geração traçado viário da vila visando à
ruas e áreas, uma distribuição Seguindo a estratégia de integração de guetos urbanos projetados integração com o bairro, assim como
eficiente ao longo das ruas mais vila-cidade, o estudo do traçado acidentalmente (AGUIAR, 2003). propiciou a livre experimentação de
acessíveis – uma estrutura de malha estendeu-se na pesquisa tipológica novas tipologias habitacionais, a
e atividades não-planejada – auto- habitacional. Os objetivos foram o Outro objetivo foi a pesquisa de disciplina de Projeto Arquitetônico
organizada. Coube ao grupo propor, de experimentar com tipologias que celularização e regra associativa 7 buscou entender a ótica da
no seu exercício de intervenção não estigmatizem o futuro morador, (GALVÃO, 2002) no que chamamos requalificação urbana e a habitação
projetual, elementos de integração através de uma integração visual jogos combinatórios – estudos da de interesse social com uma
vila-cidade sem afetar esse tecido com as tipologias da cidade, e que geometria do layout da habitação e abordagem mais realista, próxima
sócio-espacial particular. Uma série atendam os seguintes requerimentos: sua composição (tanto tridimensional de uma situação exeqüível. Estas
de propostas de conectividade e quanto na implantação) em conjuntos duas estratégias possibilitaram
acessibilidade foi desenvolvida a) Densificação em taxa adequada que também previssem o rápido aos acadêmicos, circular num
no atelier, tendo seus diferentes à demanda por habitação social crescimento familiar e conversão espectro de situações extremas: da
impactos de acessibilidade, na região. entre atividade residencial e atividade experimentação à concretização.
integração e segregação espacial comercial, apresentando assim
simulados em software específico, b) Compacidade do arranjo flexibilidade na sua geometria para As principais premissas de projeto
o Mindwalk©; e seus impactos de (relação entre perímetro de futuras ampliações ou troca de usos foram as de manter a comunidade
visibilidade para o pedestre testados fachadas e área dos conjuntos). sem perda de qualidade de conjunto no local e não desprezar o histórico
no Depthmap©. Assim, o grupo – contemplando os requerimentos de ocupação da vila. Dessa maneira,
pôde pesquisar modificações no c) Celularização não perdulária mencionados. Pesquisou-se também a o novo traçado viário levou em
traçado da malha, com aberturas (relação entre testada e geometria interna da célula, incluindo consideração, quando possível, os
pontuais de ruas que provocassem profundidade da habitação), visibilidade e acessibilidade interna, percursos já estabelecidos, as redes
mínima relocação de habitações através de: no sentido de entender que partes da de água e energia implantadas e
pré-existentes, frente à intenção de habitação teriam maior centralidade as habitações em bom estado de
integração vila-cidade, reduzindo d) Controle da extensão de em relação às demais. Parece conservação, buscando, também,
problemas de acessibilidade e fachadas e canais de acesso desejável que ambientes coletivos reduzir os custos da reurbanização.
visibilidade, de forma a reforçar através de regras associativas (sala e circulação) tenham esse papel. Os registros das visitas e dos
as ruas internas da vila que já entre células que reduzam Essa pesquisa deu-se de forma crítica, levantamentos foram instrumentos
apresentam papel fortemente custos de infra-estrutura e a e desvinculada da cultura construtiva fundamentais para a tomada de
distributivo no movimento pedestre extensão das ruas (GALVÃO, local em habitação social. decisão do que deveria permanecer
e veicular. Sem prejudicar, portanto, 2002), evitando rua em forma e daquilo que deveria ser relocado.
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De dentro para fora
Figura 11 – A célula: a regra Frear a ocupação na área de de carros e o uso recorrente do de projeto tende a ser maior do
associativa, a visibilidade e o exame Preservação Ambiental também foi fogão à lenha, principalmente nos que os custos para prover espaços
de acessibilidade interna da unidade uma estratégia adotada. quarteirões estudados. As pesquisas semelhantes nos projetos originais.
habitacional - Análise: Depthmap© Contudo, outros princípios de Avaliação Pós-ocupação em SZUCS (1998) verificou que um dos
(MARQUES, 2007) norteadores foram levados em conjuntos habitacionais populares problemas freqüentes nos projetos é
consideração no processo de projeto também nos ajudaram a conhecer que a cozinha e o banheiro, em geral,
da habitação social, como o público os acertos e erros em projetos já encontram-se na parte posterior
alvo, a ampliação da casa, tamanho x construídos. Uma das questões da casa, justamente no sentido da
custo, o conforto térmico e o uso de recorrentes nestas pesquisas é que, ampliação. Isto acarreta a demolição
processo construtivo racionalizado, inevitavelmente, as residências e a relocação de dois ambientes
que serão brevemente comentados unifamiliares sofrem alterações com importantes da residência devido à
a seguir. o passar do tempo e estas ocorrem sua função e ao valor construtivo.
por diversos fatores, dentre os quais: Estes ambientes, quando mal
As pesquisas de Avaliação Pós- tamanho reduzido da edificação planejados e reconstruídos, podem
Ocupação em Habitações de para o número de moradores e suas se tornar insalubres devido à pouca
Interesse Social têm mostrado que necessidades; a possibilidade de a ou ineficiente insolação e ventilação.
as residências unifamiliares, em casa deixar de contar exclusivamente Logo, a solução é não projetá-los
geral, sofrem alterações em função com a função de moradia e passar no sentido da expansão da casa de
dos projetistas não conhecerem o a abrigar comércio ou serviço; o modo a preservar as instalações e a
perfil e as necessidades dos futuros casamento dos filhos e a agregação salubridade dos mesmos.
moradores (MEIRA E OLIVEIRA, da nova família; a necessidade de
1998; REIS, 1995; SZUCS, 2002) abrigo para o carro, entre outras. Outro fator determinante na
Logo, o arquiteto projeta para um As alterações em residências habitação social é o seu tamanho,
cliente “imaginário”, do qual ele multifamiliares também ocorrem, que geralmente não supre as
conhece apenas a sua faixa de renda mas são menos freqüentes devido necessidades dos usuários. Embora
salarial. Tentando modificar este à pouca flexibilidade da planta. entidades de países europeus
paradigma, buscou-se propiciar Mas, quando acontecem situam- recomendem uma área útil mínima
aos acadêmicos diversas formas de se principalmente no térreo, nas de 10 a 13,7 m2/morador para
conhecer melhor o público alvo áreas de ajardinamento, pátios ou uma casa de 4 pessoas (ORNSTEIN
do projeto. Para tanto, utilizamos áreas públicas residuais próximas e CRUZ, 2000), no Brasil esta
entrevistas com os moradores da às edificações. Portanto, se as metragem tem se apresentado
vila, bem como informações obtidas modificações são inevitáveis, a inferior, cerca de 9,0 a 10,5 m2/
na oficina. As visitas in loco também chave do problema é planejá-las no morador em empreendimentos do
nos ajudaram a coletar informações projeto original, a fim de que possam tipo PAR (Programa de Arrendamento
importantes que não obtivemos ser realizadas sem causar prejuízos Residencial) e PSH (Programa de
através do contato direto com os à habitabilidade da edificação. Subsídio à Habitação de Interesse
moradores, como a pequena presença Sabe-se que o custo das alterações Social). Tendo como base uma
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metragem útil mínima de 10m2/ Este método de trabalho oportunizou
morador, foram propostos os projetos aos alunos o exercício de várias
pelos acadêmicos. Mas, para áreas do conhecimento durante o
otimizarmos o uso desta restrita semestre (arquitetura, urbanismo e
área, estudamos o conceito de tecnologia), encerrando o ciclo de
Flexibilidade. projeto com um nível de maturidade
projetual bastante satisfatório.
O estudo do conforto térmico e
da ventilação cruzada, geralmente Assim como as ruas orgânicas
negligenciados em projetos de e labirínticas dos becos da Vila
habitação social, foi um item exigido Palmeira foi o nosso semestre em
neste trabalho. Para tal, foram relação ao planejamento das aulas.
realizados os mapas de insolação Inicialmente, as nossas “visuais” do
das unidades habitacionais em dois processo projetual eram limitadas,
horários nos períodos de inverno e pois não conhecíamos o território
verão de modo a estudar as situações e os moradores. Mês a mês, em
mais críticas. Outras estratégias conjunto, fomos “descobrindo” o
adotadas foram o uso de ventilação caminho para a solução do dilema.
cruzada e a coleta e re-uso da água da O envolvimento, a dedicação e o
chuva para abastecimento das bacias comprometimento dos alunos foram
sanitárias e torneiras de jardim. fundamentais neste processo de
construção do conhecimento. O
A etapa final da disciplina propôs desafio foi vencido!
o desenvolvimento do projeto
executivo da unidade habitacional Os textos e as imagens a seguir
utilizando um sistema construtivo mostram as soluções em relação
racionalizado, neste caso, os à reurbanização e à unidade
blocos de concreto. Também foi habitacional do Quarteirão Gordo,
solicitado aos acadêmicos que os desenvolvida pelos acadêmicos
projetos complementares fossem Leonardo Giovenardi e Márcia
compatibilizados com o de alvenaria Marques.
buscando verificar a exigüidade
do projeto dentro do orçamento O projeto urbanístico do Quarteirão Figura 12 – Mapa Figura/Fundo do Quarteirão Gordo (GIOVENARDI E MARQUES,
e sistema propostos. Assim, Gordo: 2007)
foram desenvolvidas plantas das O projeto visou a urbanizar a malha
fiadas, elevações, detalhamentos existente através do alargamento
pertinentes ao sistema construtivo. dos becos (vias preferenciais de
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De dentro para fora
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Figura 13 (página anterior) –
Proposta de parcelamento do
solo, abertura de vias e criação de
área verde central (GIOVENARDI E
MARQUES, 2007)
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De dentro para fora
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3. Conclusões – principalmente nas instituições
A partir desta experiência ditas públicas e comunitárias. Os
interdisciplinar concluímos próximos tempos serão favoráveis
que oportunizar o contato dos às questões sociais devido à sua
acadêmicos com a comunidade fez grande demanda, e é necessária e
com que os estudantes adquirissem urgente a mudança do paradigma
nova compreensão sobre o de que os pobres não precisam de
problema da habitação popular e ARQUITETURA!
da reurbanização de assentamentos
informais, uma face da sociedade que Agradecimentos:
ainda não lhes tinha sido revelada. Aos acadêmicos Jordana Jacks,
Verificamos que a atividade Márcia Marques, Leonardo
projetual deixou de ser um exercício Giovenardi e Marlon Krake pelo
meramente racional, para ser um empenho e dedicação na realização
exercício mais consciente e humano. dos trabalhos.
Assim, o Beco do Pescador não era
apenas o nome de uma rua, mas Ao Arquiteto Fernando Costa e ao
sim, um local com significado, pois Assistente Social Jairo Peralta,
conhecíamos a sua morfologia, sua da Secretaria de Habitação,
ambiência, seus problemas e seus pelo apoio, incentivo e por
moradores – por exemplo. Logo, nos proporcionarem conhecer
a compreensão deste conjunto de e vivenciar experiências tão
elementos resultou em decisões de enriquecedoras.
projeto mais consistentes.
Ao morador “Dilar” que, na sua
Uma vez que o resultado desta simplicidade e visão, elucidou
experiência foi bastante satisfatório, questões fundamentais que nos
pretendemos adotar a Vila Palmeira auxiliaram a entender a dinâmica
como área de estudo nos próximos de ocupação e formação da Vila;
semestres de maneira a compreendê-
Figura 16 - Planta baixa do la como um todo. Ao Sr. Borguetti, Presidente da
pavimento superior (GIOVENARDI E Associação dos Moradores da
MARQUES, 2007) Sendo a Regularização Fundiária Vila Palmeira, pelo seu apoio e
uma política habitacional recente, empréstimo da Associação para a
é necessário que formemos, dentro realização da oficina;
da academia, profissionais mais
comprometidos com esta realidade
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De dentro para fora
64
De dentro para fora
Cidade acessível e inclusão social:
futuros arquitetos, futuro da arquitetura
LUCIANA NÉRI MARTINS
A
inclusão social vem sendo de nada em especial para 2. As cidades estão implantadas Este trabalho teve a colaboração
sensivelmente discutida estas pessoas, ainda mais se em sítios variados, nasceram dos acadêmicos
entre todos os segmentos da os ambientes forem pensados e cresceram de formas e em do Curso de Arquitetura e
sociedade, uma vez que este tema corretamente; há, claro, pessoas períodos diversos e possuem Urbanismo da Feevale
tem sido proposto com maior ênfase com deficiências específicas que (possuíram) governantes Stefânia Beretta Lenz e Vagner
desde os anos de 1990 até hoje. irão necessitar de condições totalmente diferentes nos Einsfeld.
especiais de tratamento para se modos de pensar e agir.
Cidade... Acessibilidade... Inclusão garantir a acessibilidade.
Social... conceitos importantes que 3. A mesma cidade abriga pessoas
precisam ser trabalhados dentro dos Porém, há também um grupo com variadas características e
cursos de arquitetura e urbanismo... de indivíduos que, por uma com necessidades diferentes.
Afinal, o arquiteto urbanista tem razão ou outra, estão com as
um grande papel e responsabilidade atividades motoras reduzidas e/ O que se quer dizer é que qualquer
neste contexto. ou comprometidas, seja no acesso, pessoa, com deficiência ou não,
no deslocamento, na permanência, deve ter a liberdade de ir e vir, e
Mas qual é o melhor termo a na utilização, no manuseio, na a ela deve ser garantido o poder
ser utilizado quando queremos comunicação ou na compreensão de de transitar por toda cidade,
referenciar o sujeito deste tema? informações. Como, por exemplo, usufruindo de seus próprios direitos
Os novos documentos lesionados, gestantes, obesos, etc. civis, políticos, sócio-econômicos,
governamentais estão utilizando Estas pessoas são chamadas de culturais, bem como em cumprimento
o termo: Pessoas com deficiência, pessoas com mobilidade reduzida. de seus deveres de cidadania. Ou
pois admite o fato de que a seja, independentemente de qual
deficiência não pode ser retirada Bem, definido o termo para o “nosso a cidade, ela deve ser acessível a
(na maioria dos casos); logo, o sujeito”, agora precisamos entender todos.
indivíduo não a porta, e sim, a o que é uma CIDADE ACESSÍVEL... Segundo alguns dados divulgados
possui. É algo que está com ele. Ou pelo Censo de 2000 do IBGE,
seja, tornou-se inadequado utilizar Para produzirmos uma cidade 14,5% da população têm alguma
termos como: “pessoas portadoras acessível, temos que respeitar alguns deficiência; isso quer dizer que
de deficiência”, ou mesmo “pessoas pontos básicos: aproximadamente 24,5 milhões de
com necessidades especiais”... brasileiros contam com algum tipo
termos que costumavam ser 1. As cidades, embora tenham de deficiência. Destes, 70% vivem
adotados em tempos passados. um conjunto de ações abaixo da linha da pobreza; 33%
semelhantes entre si, possuem são analfabetos ou possuem até 3
O que se quer dizer é que não particularidades e oferecem anos de escolaridade; 90% estão
há pessoas com necessidades aos seus usuários situações fora do mercado de trabalho; 8,6%
especiais, pois, na maioria dos diferenciadas e com grande possuem mais de 60 anos; e cerca
casos, não há a necessidade poder de atração e interesse. de 55 milhões de cidadãos possuem
67
De dentro para fora
alguma limitação na mobilidade. de suas características físicas, 1. Barreiras Físicas: Os acessos – daquelas com deficiência
Consideremos, agora, que se sensoriais e mentais.” Lerner (2008) ao meio físico não podem e dos demais indivíduos da
contarmos mais duas pessoas (pais, ser considerados questões sociedade; o treinamento dos
amigos, cônjuges e filhos) envolvidas Para trabalhar com conceitos tão simples porque as pessoas técnicos que fiscalizarão obras
com a pessoa com dificuldades de importantes, referencia-se alguns são heterogêneas e possuem de uso público também se torna
locomoção, teremos em torno de 165 autores: Segundo Lanchotti, 1998, necessidades diferentes; o necessário para a garantia
milhões de brasileiros relacionados as Barreiras Arquitetônicas ocorrem meio físico trata as pessoas de acessibilidade a todos os
direta ou indiretamente com a toda vez que a circulação de uma de maneira desigual porque os usuários.
acessibilidade. pessoa for interrompida por qualquer profissionais que o produzem
tipo de obstáculo, ou quando o limitam-se, em muitos casos, às Tais barreiras são resolvidas
Ou seja, há necessidade real de UMA acesso a imóveis de utilização propostas convencionais; através da Acessibilidade. Assim,
CIDADE PARA TODOS... pública estiver impedido pela mesma para Rovira-Beleta (2003), a
razão. Em virtude desse motivo, 2. Barreiras Tecnológicas: acessibilidade característica
Mas de quem será esta o presente trabalho apresenta a Os elementos tecnológicos do urbanismo, da edificação,
responsabilidade técnica e social? escolha de uma instituição de ensino são inseridos na vida do transporte e dos meios de
O que se quer dizer aqui é que, sem como protagonista do exercício contemporânea para facilitar comunicação permite que qualquer
dúvida, esta responsabilidade, cabe didático-pedagógico. o dia-a-dia das pessoas. pessoa a utilize com máxima
também ao arquiteto urbanista, e, Entretanto, nem sempre são autonomia. Ou seja, uma boa
se este ainda não está consciente Segundo Cardoso (1996), as barreiras acessíveis a todos; acessibilidade, é aquela que existe,
desta atribuição, cabe às escolas arquitetônicas são obstáculos físicos mas que passa despercebida para a
de aquitetura, a inserção dos que erroneamente fazem parte do 3. Barreiras Sociais: A cidade maioria dos usuários, excetuando-se,
conceitos de Acessibilidade, ambiente construído, pois dificultam perde seu poder de democracia evidentemente, aquelas pessoas com
Barreiras Arquitetônicas e do ou impedem a livre circulação de a partir do momento em que graves problemas em sua mobilidade
Desenho Universal junto aos futuros pessoas portadoras de deficiência não oferece a equiparação e/ou com limitações sensoriais,
profissionais, para que esses sirvam e ou incapacidades. O mesmo autor de oportunidades a todos os virtuais e/ou auditivas.
de multiplicadores culturais e classifica-as em quatro tipos de usuários do espaço urbano; a
executores reais deste tema. barreiras, a saber: barreiras físicas, humanidade é desigual. Suas Para Ely (apud Dalanhol, 2004), a
barreiras tecnológicas, barreiras necessidades também. Os acessbilidade engloba dimensões
“...Aprender a lidar com as limitações sociais e barreiras atitudinais. profissionais responsáveis pela físicas, estruturais e sociais e trata
impostas por séculos de barreiras melhorias na qualidade de vida da possibilidade dos indivíduos
arquitetônicas, que endurecem a Assim, dentro da temática das pessoas precisam entender terem acesso a, e fazer uso de,
percepção de projetistas e os leva “Acessibilidade” encontramos isto; um ambiente, equipamento, ou
a desperdiçar na Arquitetura sua 4 questões básicas que devem ambos, de maneira independente.
vocação como veículo de integração ser analisadas como “barreiras” 4. Barreiras “Atitudinais”: O autor afirma, ainda, que esse
social, e as possibilidades de ocupação existentes na vida e no dia-a-dia Muitas vezes, as barreiras que conceito está ligado à qualidade do
democrática dos espaços construídos das pessoas com dificuldades de impedem a Inclusão Social Projeto Arquitetônico, baseando-se
para todos indivíduos, independente movimentação. advêm das atitudes das pessoas num conjunto de especificações,
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de normas, de legislação e, limitações independentemente de beneficiando todas as idades e Inclusão Social das pessoas com
principalmente, na conscientização a suas manifestações, temporárias ou capacidades. deficiências ou com dificuldade de
respeito das diversidades. permanentes, sutis ou severas, em locomoção nas atividades diversas
qualquer caso. Trata-se, portanto, da concepção de de um cidadão (cidadania), há a
Na NBR 9050/2004, a acessibilidade espaços, artefatos e produtos que necessidade de discussão com a
é a possibilidade e a condição Podemos concluir, então, que a visam a atender simultaneamente sociedade e do estabelecimento de
de alcance para utilização com responsabilidade dos Arquitetos, todas as pessoas, com diferentes Políticas Públicas de Mobilidade, de
segurança e autonomia de Engenheiros, Designers, Urbanistas, características antropométricas forma atuante e participativa.
edificações, espaços, mobiliários e Profissionais da Saúde é grande, e sensoriais, de forma autônoma,
elementos. já que, antes de tudo, esses segura e confortável, constituindo- Conclui-se, portanto, que, tão logo o
profissionais são seres sociais, se nos elementos ou soluções espaço de uso comum utilizado por
Para Mazzoni et all (2001), a que desfrutam dos espaços como que compõem a acessibilidade todas as pessoas - com deficiência
acessibilidade é um processo qualquer outro homem, com a (Lanchotti,1998). ou não - seja projetado com base
dinâmico, associado, principalmente, diferença de que possuem formação nesses conceitos, com o foco
ao desenvolvimento da sociedade. acadêmica para mudar o meio em que Ou seja: a Acessibilidade e o principal na preocupação física
Uma sociedade que se preocupa em vivemos. Desenho Universal são a resposta da acessibilidade, evitar-se-ão as
garantir às pessoas portadoras de para eliminação das barreiras barreiras arquitetônicas e, desta
deficiência o direito de participar Neste contexto, o Desenho arquitetônicas. forma, teremos a inclusão social que
da produção e disseminação do Universal faz-se de máxima tanto se almeja.
conhecimento certamente contará relevância. Em ambientes urbanos Para Cardoso (1996), criar acessos
com a participação dessas pessoas, inclusivos, segundo Prado (2003), é o mesmo que remover barreiras É sabido que, no passado, as pessoas
de forma ativa, em todos os seus o conceito de Desenho Universal físicas, ambientais, edificáveis, e com deficiência costumavam ser
demais setores. terá sido totalmente difundido essa tarefa demanda uma integração ‘escondidas’ dentro de casa, sem
quando qualquer pessoa, idosa ou de uma equipe multidisciplinar. Para direito a circular livremente; os
Desta forma, não se pode esquecer não, com perdas funcionais, puder projetar e desenhar nesta área do idosos viviam pouco devido ao
que, partindo do presuposto de transitar pela cidade, deslocar-se conhecimento é imperativo que as atraso da medicina; as mulheres
que todos nós podemos vir a ser ou pelas calçadas, atravessar ruas, regras sejam rígidas no conjunto, (principalmente as grávidas) e as
nos tornarmos temporariamente desfrutar das praças, acessar os permitindo uma produção que crianças não tinham vida ativa,
incapacitados em algum momento edifícios e utilizar o transporte vá ao encontro das necessidades passando quase todo o tempo
de nossas vidas – como, por público com autonomia e emergentes de criação de novos dentro de casa. Assim, em busca da
exemplo, ao nascer (não sabendo independência. Segundo Lopes Filho acessos físicos, ambientais, urbanos INCLUSÃO SOCIAL, o Programa de
falar, caminhar, comer sozinhos), (2002), Desenho Universal vem a e/ou edificáveis. Ação Mundial para as pessoas com
enquanto gestantes, ao envelhecer, ser a forma de conceber produtos, deficiência - OMS/ONU objetiva a
na eventualidade de um acidente, meios de comunicação e ambientes Assim, para transpormos o simples constituição de uma CIDADE PARA
considerando inclusive, as deficiêcias para serem utilizados por todas as ato de identificação/eliminação TODOS, trabalhando com uma equipe
visuais, auditivas, físicas, mentais e pessoas, pelo maior tempo possível, das Barreiras Arquitetônicas e multidisciplinar na construção de
múltiplas – estaremos abordando tais sem a necessidade de adaptação, começarmos a proporcionar a cidades mais justas, mais acessíveis
69
De dentro para fora
e mais democráticas. Para isto, vale- A vida das cidades é, evidentemente, construção da acessibilidade, pois etapa das oficinas, bem como as
se de um tripé fundamental: protagonizada por pessoas, as quais, envolve a formação de distintas cidades de Manaus, Niterói, Natal,
em sua maioria, não são modelos categorias de profissionais, e, além Salvador, Curitiba e São Paulo. As
1. PREVENÇÃO: adotar medidas perfeitamente proporcionais, assim disso, as condições de acessibilidade oficinas tiveram como público-alvo
que evitem o aparecimento de como o Homem Vitruviano (1490) que adota possuem um efeito reitores, diretores, coordenadores,
novas deficiências físicas, mentais de Leonardo da Vinci (1452-1519); multiplicador, já que funcionam professores e funcionários de
e sensoriais; e, caso elas sejam e o Modulor (1953) de Le Corbusier como um modelo para várias outras Instituições de Ensino, com especial
inevitáveis, que produzam os (1887-1965). São pessoas com suas instituições de ensino superior. enfoque para a formação de
menores efeitos possíveis, tanto de identidades tangíveis e intangíveis, multiplicadores deste conhecimento
ordem pessoal quanto social; que apresentam necessidades Assim, surge... A OFICINA como conceito básico para a
variadas, e é para todas elas que a A idéia deste trabalho surge com produção de cidades planejadas
2. REABILITAÇÃO: desenvolver as cidade deve ser constituída. a Oficina sobre o Ensino da para possibilitarem acesso a toda
potencialidades das pessoas com Acessibilidade nos Cursos de população, inclusive às pessoas
deficiências para que elas reduzam Infelizmente, o desinteresse pela Arquitetura e Urbanismo, destinada com deficiências ou com mobilidade
ao mínimo suas limitações; se questão “barreiras Arquitetônicas” à capacitação de professores na reduzida.
necessário, ampliar este potencial muitas vezes acontece pela não- área de acessibilidade. A Oficina
através de ajuda técnica e utilização convivência com o problema. Da para os professores foi realizada Assim, o Programa Brasileiro de
de instrumentos; mesma maneira, o desconhecimento entre os dias 13 e 14 de março Acessibilidade Urbana - BRASIL
das questões técnicas do problema, deste ano de 2007, na Pontifícia ACESSÍVEL (2007) prevê ações para
3. EQUIPAÇÃO DE OPORTUNIDADES: implicam o aparecimento de soluções Universidade Católica do Rio implementação de discussão a
oferecer às pessoas com dificuldades algumas vezes não-funcionais. Grande do Sul, em Porto Alegre. respeito do conceito “Acessibilidade”
de movimentação condições de Esta atividade foi realizada pelo em todo o país. Desta maneira,
acesso e permanência a diferentes Ou seja, a ausência de Políticas que Ministério das Cidades, em parceria em consonância com um destes
locais e manifestações, participando estabeleçam condições de habitação, com a Secretaria Nacional de objetivos, que é estimular e
da vida coletiva sem discriminação e lazer, cultura, educação, tanto na Transportes e da Mobilidade Urbana apoiar os governos municipais
impedimentos. esfera passiva, quanto na ativa, - SeMob/MinCidades, a Associação e estaduais a cumprirem suas
acaba por promover a total exclusão Brasileira de Ensino de Arquitetura e prerrogativas e desenvolver ações
social das pessoas com dificuldades Urbanismo – ABEA, e com apoio da que garantam acesso para pessoas
de locomoção. O tratamento deste Secretaria de Educação Superior do com restrições de mobilidade
assunto nas universidades pode, além Ministério da Educação –SESu/MEC. aos sistemas de transportes,
de aumentar a abrangência social equipamentos urbanos e a circulação
do problema, formar pesquisadores O encontro integra o Programa em áreas públicas, acredita-se
de novas soluções para a questão e Brasileiro de Acessibilidade Urbana que, capacitando docentes como
possibilita que os novos profissionais – BRASIL ACESSÍVEL (2007) e, por agentes multiplicadores do tema – os
“desenvolvam-se”. A universidade, determinação dos parceiros do quais, por sua vez, capacitarão os
portanto, é um espaço privilegiado Programa, Porto Alegre foi uma das acadêmicos, futuros profissionais
para que ocorra o processo de cidades escolhidas para a primeira desta área – se estará dando um
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grande passo na construção da alcance, percepção e entendimento A ATIVIDADE REALIZADA – http://www.leme.org.br), os quais
cidade acessível e da verdadeira para a utilização de edificações, Conscientização sobre uma cidade deram seu depoimento e contaram
inclusão social. espaço, mobiliário, equipamento acessível suas histórias de vida, ratificando
urbano e elementos, com segurança A atividade, que teve como objeto de a relevância da acessibilidade na
Há dez anos, Lanchoti (1998) havia e autonomia (NBR 9050/2004). estudo as instalações do Campus II cidade. Discutiu-se a importância
iniciado reflexão propondo trazer Desta forma, o curso vem propondo do Centro Universitário Feevale, foi da presença do arquiteto urbanista
as discussões sobre Acessibilidade exercícios acadêmicos visando à dividida em três etapas, com base na no projeto das cidades, na tomada
para dentro das instituições de valorização do desenho universal. metodologia apresentada no Caderno de decisões e na conscientização
ensino superior (IES). Nesta 7 do Programa Brasil Acessível de desenho universal no espaço
ocasião, já afirmava que muitas A partir do incentivo de nova (2007): edificado. Um dos depoimentos
das interferências espaciais estão consciência de cidadania e com trazidos pelos cadeirantes lembrava
ligadas às questões projetuais e de o fortalecimento da capacitação Etapa 1 – Aula teórica para que todos nós podemos vir a ser
execução, o que justificaria interferir recebida na Oficina sobre Ensino sensibilização e conscientização ou nos tornar incapacitados em
diretamente na formação do da Acessibilidade, criou-se a dos acadêmicos quanto à algum momento de nossas vidas.
arquiteto urbanista, visto que, diante oportunidade para a realização de acessibilidade e ao desenho Este aspecto deve ser trabalhado,
destes temas, ele normalmente se faz uma vivência induzida como um universal: inicialmente, realizou- visto que não estamos a salvo da
presente. A partir daí, acreditando exercício didático-pedagógico, se aula expositivo-dialogada eventualidade de alguma fatalidade,
na potencialidade para melhorar experiência registrada neste contemplando as definições e infelizmente, vir a acontecer.
a qualidade de vida da população, trabalho. A sensibilização e conceituações sobre a acessibilidade
e, principalmente, das pessoas percepção de alunos de uma e a mobilidade, sobre o desenho Etapa 3 – Vivência da
com deficiência e com dificuldade disciplina do quinto semestre do universal, a aplicação do acessibilidade dentro do espaço
de locomoção, Lanchoti (1998) Curso de Arquitetura e Urbanismo Decreto Federal nº 5.296/04 e da físico do Centro Universitário
procurou estudar de que maneira as do Centro Universitário Feevale, no NBR9050:2004 da ABNT, a respeito Feevale – Nesta etapa foi utilizado o
questões de eliminação de barreiras semestre 2008-01, visou ao início do dimensionamento básico roteiro de vistoria elaborado por um
arquitetônicas poderiam ser tratadas de um trabalho de sensibilização (parâmetros antropométricos), grupo de profissionais do Grupo de
desde os bancos acadêmicos. e conscientização a respeito orientações voltadas ao Símbolo Trabalho Acessibilidade a Edificações,
da importância de se pensar Internacional de Acesso, Mobiliário, Espaços e Equipamentos
1
Ao encontro do pensamento de na acessibilidade e no desenho equipamentos urbanos, e adequação Urbanos do CREA-RS .
Lanchoti, o Curso de Arquitetura e universal em todos os projetos do mobiliário (interno e externo).
1. O roteiro de vistoria utilizado na vivência
Urbanismo do Centro Universitário arquitetônicos será a ferramenta da acessibilidade foi elaborado pelo Grupo
Feevale sustenta que o Ensino de para mobilização frente ao tema Etapa 2 – Depoimento de pessoas de Trabalho Acessibilidade a Edificações,
Arquitetura deve ser diretamente proposto e apresentação do método com deficiências da Associação Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos do
focado na inclusão social, sendo aqui utilizado. LEME: nesta fase do trabalho, os CREA-RS, com o objetivo de auxiliar na busca
de obstáculos no ambiente edificado, desde
capaz de oferecer oportunidades alunos da Feevale receberam a visita o passeio público até o interior da Sede e das
iguais a todos os usuários da de três cadeirantes da Associação Inspetorias da Instituição. O roteiro aponta as
arquitetura. Ou seja, permitir iguais LEME (Associação de Lesados principais verificações a serem observadas em
possibilidades e condições de Modulares do RS – página web: edificações, no sentido de assegurar fisicamente
o uso e o acesso indiscriminado aos espaços
71
De dentro para fora
Os acadêmicos foram divididos em do dia-a-dia de uma pessoa contam com acesso à Central de O principal obstáculo para as pessoas
equipes, e cada grupo foi induzido dentro do Campus II da Feevale. atendimento, assim como, outros que necessitam utilizar andadores é
a uma limitação de mobilidade. Um A vivência, ainda que temporária, espaços públicos do Campus. o acesso aos sanitários, visto que as
dos acadêmicos (de cada equipe) das dificuldades enfrentadas pelos portas utilizam sistema pneumático.
descreveu no roteiro do exercício portadores de deficiência ensejou Quanto ao mobiliário, os acadêmicos Já para as pessoas obesas, as portas
as observações que foram surgindo a efetiva percepção das barreiras (participantes do exercício) internas dos sanitários são o maior
a partir da vivência dos demais arquitetônicas impostas a estas sentiram dificuldades em utilizar problema, por serem muito estreitas,
colegas. Durante o percurso, os pessoas. tanto os telefones públicos como os dificultando o acesso (Figura 11).
estudantes foram identificando quais bebedouros, por contarem com altura
elementos são os responsáveis pela Depois da aula prática, a discussão inadequada. Ao longo do percurso Com as pessoas com baixa visão
dificuldade na locomoção e as causas em sala de aula fundamentou- realizado, não foi encontrado ou cegas , não há praticamente
às quais se deviam: erro de projeto, se nas observações e anotações nenhum telefone público ou nenhum cuidado no Campus II:
equívoco de construção, falta de feitas no roteiro sobre a atividade bebedouro, acessível. não há existência de pisos táteis;
manutenção, situação consciente desenvolvida, dentre as quais os elevadores não possuem teclas
e proposital. Posteriormente ao descrevemos algumas, a seguir: Os sanitários, em sua grande maioria, em braile, nem avisos sonoros;
exercício didático-pedagógico apresentam-se “aparentemente” as calçadas são irregulares, o
realizado, discutiu-se em sala de aula Ao longo do percurso, os acadêmicos acessíveis para usuários de cadeiras que dificulta a identificação de
as considerações e observações dos foram identificando quais elementos de rodas, porém algumas portas obstáculos.
acadêmicos sobre a atividade. dificultaram a sua locomoção. externas de acesso são estreitas,
Na figura acima, observa-se a como é o caso do banheiro feminino. Contudo, observa-se que as
Assim, conduzindo cadeiras de rodas, dificuldade quanto à circulação Nos banheiros masculinos observa-se barreiras atitudinais se encontram
andando com o auxílio de muletas pelas calçadas, por possuírem que um cadeirante tem acesso ao praticamente superadas, visto que
ou com vendas nos olhos, este grupo revestimentos com desníveis e box, faz o giro necessário com sua inúmeras pessoas se mostraram
de estudantes experimentou, por obstáculos. cadeira, porém as barras de apoio interessadas em auxiliar os
algumas horas, como é estar na pele não estão corretas. O cadeirante tem acadêmicos em zonas de difícil
de uma pessoa com deficiência. Outro fator importante que foi fácil acesso aos equipamentos de acesso dentro do Campus.
Desta maneira, após a indução observado quanto à circulação é que higiene nos sanitários, pois estes se
à limitação de mobilidade, os a grande maioria das rampas possui encontram em altura adequadas. Considerações finais
acadêmicos buscaram desenvolver inclinação superior à permitida pela Apesar de a análise sobre os espaços
em suas equipes atividades comuns norma NBR 9050, a qual descreve que Um ponto positivo é que se observa físicos do Campus II ter revelado,
calçadas, passeios e vias exclusivas a existência de vagas de automóveis principalmente, pontos negativos
condominiais e de uso público. Revisado em de pedestres que tenham inclinação destinadas às pessoas com deficiência do mesmo, acredita-se que a IES
2007 para ser utilizado como check-list em superior a 8,33% não podem compor adequadamente distribuídas pelos está comprometida em adaptar-
espaços edificados. Almejamos conscientizar e
sensibilizar a comunidade profissional sobre a
rotas acessíveis. estacionamentos do Campus. Sua se a acessibilidade e ao desenho
importância de implantar espaços e de tomar localização permite fácil acesso e a universal, visto que, nos últimos
atitudes que permitam a inclusão sócio-espacial É possível observar que pessoas sinalização as identifica com o Símbolo anos, inúmeras iniciativas visando
das edificações pelas quais passam a ser usuárias de cadeiras de rodas não Internacional de Acesso. à adaptação e reformulação dos
responsáveis.
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PORTA DE ACESSO - a Central de
Atendimento aos Acadêmicos, local
onde os acadêmicos encontram
todas as informações do Campus – 1ª
porta para quem chega para pedir
informações sobre à Instituição.
A B
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De dentro para fora
espaços vêm sendo implementadas. com mobilidade reduzida” (BRASIL Terminologia importante a ser trabalhada segundo Lanchotti (1998) e a NBR
A meta, entretanto, deve ser a de ACESSÍVEL, 2007). 9050/2004:
eliminar toda e qualquer barreira,
seja ela física, estrutural ou até Finalizando com o pensamento 1. Deficiência Física: alteração completa ou parcial de um ou mais
mesmo comportamental. geral que surgiu durante a segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da
reflexão e discussão em sala função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia,
Para isto, é importante salientar que de aula, salienta-se que os monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia,
a IES deve continuar incentivando acadêmicos passaram a se mostrar hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro,
a promoção de ações institucionais verdadeiramente preocupados paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou
que objetivem a implantação com acessibilidade dos espaços, adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam
da “acessibilidade” para todos pois, conforme afirma Bittencourt dificuldades para o desempenho de funções.
os espaços, pois, uma vez que (2004), “(...) os espaços e os
a sociedade está mudando de usuários fazem parte de uma 2. Deficiência auditiva: perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um
paradigma em relação às pessoas prioridade que o arquiteto precisa decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas freqüências de 500Hz,
com deficiência, no sentido relacionar de forma sensata, justa 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz.
da inclusão social, é dever das e plural”.
IES propiciar aos acadêmicos, 3. Deficiência visual: cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor
professores, funcionários e que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão,
comunidade externa, a livre que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com
circulação e o total acesso as suas a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida
dependências. do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a
ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores.
Infelizmente, é sabido que a
batalha pelo tema “acessibilidade” 4. Deficiência mental: funcionamento intelectual significativamente
está longe de chegar ao fim. A inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações
busca pela “cidade democrática” associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como:
compete a todos os seus potenciais 1. comunicação; 2. cuidado pessoal; 3. habilidades sociais; 4. utilização
usuários. Acredita-se, porém, dos recursos da comunidade; 5. saúde e segurança; 6. habilidades
que uma semente foi plantada em acadêmicas; 7. lazer; e 8. trabalho.
cada acadêmico (futuro arquiteto
urbanista) que participou do 5. Deficiência múltipla: associação de duas ou mais deficiências.
exercício proposto. As ações isoladas
também são importantes passos
para se alcançar o que acreditamos
ser o ideal: “a produção da cidade
acessível a todas as pessoas,
inclusive as com deficiência ou
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PESSOA OBESA: Participante do Participante do exercício com os
exercício simulando obesidade, olhos vendados, sendo guiado por
tendo dificuldade no acesso ao box colega. Logo atrás, outro estudante
de sanitário – problemas com o mantém os olhos vendados e utiliza
fechamento da porta. bengala para auxiliar locomoção.
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De dentro para fora
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Projeto Mãos à Obra
Aliando capacitação profissional a trabalho social
ALESSANDRA MIGLIORI DO AMARAL BRITO
O
curso de Pintor Predial – efeitos concretos da exclusão social.
realizado no início do ano de Esta realidade é também agravada
2008 – foi um dos temas de pela ausência de infra-estrutura,
qualificação oferecidos pelo projeto falta de assistência médica,
de extensão Mãos à Obra que mais abandono social e pelo baixo nível
se prestou ao desenvolvimento de de escolaridade dos moradores
um trabalho de cunho social. A (LIMA, 2007). O projeto de extensão
necessidade de uma extensa área “Construindo Saberes Pedagógicos
de pintura para propiciar adequado e Psicopedagógicos”, vinculado aos
treinamento e relativa experiência cursos de Pedagogia, Psicopedagogia
aos alunos levou-nos a concretizar e Educação Física da Feevale,
um sonho antigo – o de contribuir visa a interferir nesta realidade,
para a melhoria do espaço físico de contribuindo no âmbito educacional
uma entidade carente. de crianças entre um e cinco anos,
em situação de vulnerabilidade
Assim, verificamos junto aos líderes social, abarcando também seus
de Projetos de Extensão do Centro familiares.
Universitário Feevale se havia
interesse e necessidade, dentre O salão da igreja foi construído pelos internas de madeira estavam sem A Vila Iguaçu e a
as comunidades com as quais moradores da Vila com muito esforço. pintura e as janelas de metal com o Igreja Nossa Senhora
trabalhavam, de um serviço de Atualmente a comunidade recebe acabamento bastante comprometido. Aparecida
recuperação de pintura. Foram-nos o auxílio dos Irmãos Maristas do Os banheiros de uso das crianças
apresentadas várias alternativas, bairro Canudos. Durante a semana, estavam sem iluminação e reboco
mas a que melhor se adaptou – em no salão em que é celebrada a missa e com a presença de infiltrações,
função de critérios como adequação e no turno inverso ao escolar, são ocasionando dificuldade de limpeza
do espaço físico, condições para o realizadas atividades que garantem e higiene.
desenvolvimento das aulas práticas “o aprender a aprender, bem como
e também real necessidade da resgate do brincar por brincar, o Como as condições dos sanitários
recuperação da pintura – foi a Igreja lúdico e a fantasia onde as crianças eram bastante precárias, achamos
Nossa Senhora Aparecida, situada na possam expressar-se através dos necessário providenciar o reboco e
Vila Iguaçu, no Bairro Canudos, em simbolismos próprios à sua idade o revestimento do box do chuveiro,
Novo Hamburgo/RS. por meio de diferentes recursos além da recuperação da pintura
metodológicos” (LIMA, 2007). interna do salão principal. Duas
A população da Vila Iguaçu vivencia Entretanto, este espaço apresentava- empresas associadas ao Sinduscon
no dia-a-dia o desemprego, os se com uma pintura deteriorada doaram portas de madeira para
furtos, a violência, o consumo de e com umidade ascensional em os banheiros e azulejos para o
álcool e drogas e as incertezas, todo o seu perímetro. As portas revestimento do box. O serviço
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De dentro para fora
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Após, os cartazes foram entregues brinquedos e uma sensação muito boa
pelas crianças aos pintores. Com no coração.
lágrimas nos olhos, fomos brindados
com a música do Vinícius de Moraes, A entrega da obra foi motivo de
“A casa”, adaptada e cantada por alegria para todos: para as crianças,
elas, que dizia assim: o recebimento de um local mais
alegre e com melhores condições
“Era uma casa muito engraçada de ensino e higiene; para os alunos
Não tinha teto, não tinha nada pintores, significou mais experiência
Ninguém podia entrar nela, não profissional e uma experiência cidadã;
Porque na casa não tinha chão para as entidades conveniadas e
Ninguém podia dormir na rede patrocinadores, o fortalecimento da
Porque na casa não tinha parede sua responsabilidade social; para a
Ninguém podia fazer pipi Feevale, o reforço de sua identidade
Porque penico não tinha ali comunitária e integração entre
Mas era feito com muito esmero diferentes projetos de extensão
Na rua dos bobos número zero. corroborando, através deste Preparação das superfícies
trabalho, a importância das redes
Então aparecem pessoas muito de cooperação tendo em vista o
especiais, que encheram nosso desenvolvimento local.
espaço de alegria e cor.
Agradecimentos:
Hoje é uma casa iluminada - Primeiramente, aos alunos do
Por essa gente empenhada Curso de Pintor Predial, pelo
Que moveu uma ação profissionalismo, empenho e
E trabalhou com o coração dedicação na recuperação da pintura
E você pode entrar e sair do salão.
Porque o futuro está aqui
Agora pode fazer pipi - À Professora Jozilda Lima, às
Porque o banheiro está logo ali estagiárias Ana Daiane Betta,
Que foi feita com muito esmero Ana Paula M. Cunha, Lélia Maria
Na Gonçalves Ledo 657.” Gonçalves Landvoigt, Queli Wagner
e Rosana Silveira Dorneles, à
Recebemos, ainda, pequenas caixas Funcionária Salete, assim como a
com bombons pintadas pelas crianças. diretoria da comunidade, que nos
Muito emocionados, encerramos deram o suporte para que esta Preparação da tinta
a cerimônia com a doação dos reforma acontecesse.
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De dentro para fora
Referências:
[As imagens deste artigo pertencem LIMA, Jozilda Berenice
ao acervo do Projeto Mãos à Obra] Fogaça. Projeto de Extensão
Empresas Apoiadoras: Construindo Saberes Pedagógicos
e Psicopedagógicos. Relatório
PROACOM. Feevale, 2007.
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De dentro para fora
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I-TOTEM
Informação livre + Conectividade + Mobilidade
THAÍS LUFT
O
texto a seguir apresentará iniciaram o processo de criação do
o projeto desenvolvido por projeto chamado I-TOTEM.
equipe de acadêmicos para Já escolhido o sub-tema info-
a Competição Internacional de metropolis, um turbilhão de
Idéias para estudantes de Escolas pensamentos começou a fundir-se
de Arquitetura, evento promovido nas reuniões da equipe: conceitos
pelo XXIII Congresso Mundial da UIA de arquitetura, pesquisas sobre
(União Internacional de Arquitetos), materiais e tecnologias de
que se realizou entre os dias comunicação, estudos de formas
28/06/08 e 03/07/08, na cidade de e implantações, referências
Turim, Itália. bibliográficas. E foi no esforço
de unir características como
Apresentando o tema “Transmitting conectividade, informação livre,
Architecture” o escopo do concurso identidade visual e mobilidade
era a criação de um totem de que surgiu a intenção de criar um
informações. No edital havia, totem que não fosse um elemento
ainda, 3 sub-temas, dentre os quais estático (no sentido de movimento e
deveria se escolher apenas um para atualização) na malha da cidade, mas
fundamentar o projeto: info-poverty, que pudesse acompanhar o constante
info-ecology e info-metropolis. O ritmo de mutação característico de
sub-tema tratava do local onde o uma metrópole.
projeto estaria inserido e da função
dele neste contexto, bem como
de sua adaptação ao entorno. O
totem deveria transmitir e receber
informações simultaneamente.
Vistas as diretrizes do concurso,
os acadêmicos José Valdir Reinehr
Júnior, Leonardo Giovenardi, Rodrigo
Silva e Thaís Luft, do curso de
Arquitetura e Urbanismo Feevale, e
Vinícius Marques, acadêmico do curso
de Design da Uniritter, orientados
pelos professores Ana Carolina
Pellegrini e Leandro Manenti, com
a colaboração dos docentes Juliano
Vasconcellos e Rinaldo Barbosa, Imagem apologia da deriva
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Bicicletas para locação em Bruxelas. Cena do filme 2001: Uma Odisséia no Telefones celulares são atualmente difundidos pelo mundo todo, na maioria das
Foto: Ana Carolina Pellegrini Espaço. culturas.
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rodas ou leva-o consigo em trajeto
à pé e, durante o percurso, deixa
registrado o caminho percorrido e
suas impressões pessoais. No final
do passeio, re-conecta a célula
móvel a qualquer um dos totens
espalhados pela cidade, realizando
o upload de todo tipo de informação
coletada ao longo do percurso,
tornando-a disponível a todos outros
interessados.
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www.feevale.br/arquitetura