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2019
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof.a Mara Gonzalez Bezerra
Prof.a Luiziane da Silva Rosa
R788l
Rosa, Luiziane da Silva
ISBN 978-85-515-0305-8
CDD 860
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico, neste livro didático você encontrará algumas
informações e exemplos de textos representativos da literatura hispano-
americana. Os países de fala espanhola nas Américas são: Argentina,
Paraguai, Uruguai, Colômbia, Peru, Chile, Equador, Bolívia, Venezuela, El
Salvador, Nicarágua, Guatemala, Costa Rica, Cuba, Honduras, Panamá,
República Dominicana e México. E cada um visto geograficamente, com suas
próprias variações linguísticas, sociais e culturais.
Bons estudos!
III
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – O PERÍODO COLONIAL HISPANO-AMERICANO............................................ 1
VII
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 73
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 76
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 77
VIII
8 A TRADIÇÃO ........................................................................................................................................ 159
9 AS CORRENTES IMIGRATÓRIAS................................................................................................... 160
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 163
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 166
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 167
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................................... 241
IX
X
UNIDADE 1
O PERÍODO COLONIAL
HISPANO-AMERICANO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em dois tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Bem-vindo ao Tópico 1! Começamos a jornada com os povos originários,
os habitantes do continente antes da chegada do europeu. As pesquisas
de historiadores e arqueólogos comprovam que estes povos tinham um
desenvolvimento cultural, social, literário, artístico e humano e alguns com maior
expressão.
Por isso, não deixe de ler os textos indicados, assim como as leituras
complementares para saber mais. Cada gênero textual e literário apresentado irá
somar para que você, leitor, obtenha no fim do estudo um panorama cronológico
do desenvolvimento da literatura hispano-americana. Para tanto, discutiremos,
neste primeiro tópico:
3
UNIDADE 1 | O PERÍODO COLONIAL HISPANO-AMERICANO
DICAS
Por outro lado, nas últimas décadas do século XX, a História Oral
começou a estreitar laços com a Literatura. Daí em diante a abordagem
interdisciplinar tem se constituído em um dos principais caminhos
para a História Oral, não apenas História Oral no diálogo História/
Literatura, mas também no diálogo entre História e iconografia
(SILVA; SILVA, 2009, p. 187).
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TÓPICO 1 | O LEGADO DOS POVOS ORIGINÁRIOS ATÉ A CHEGADA DOS PRIMEIROS EUROPEUS AO NOVO MUNDO
NOTA
Glifos são signos da cultura maia, asteca e olmeca (entre outros povos pré-
hispânicos da Mesoamérica) que carregam algumas características. Basicamente existiam
cinco categorias de glifos: os de representação numérica (numéricos), os de representação
temporal com o uso de datas (calendário), os de representação de objetos (pictográfico), os
de representação de ideias (ideográfico) e os de representação de sons e escrita (fonético).
Certamente você já deve ter ouvido ou lido algo sobre a carta que Pero Vaz
de Caminha escreveu ao rei Dom Manuel, em Portugal, escrita em Porto Seguro,
no final do mês de abril de 1500. A carta, considerada o primeiro marco literário
do país, também é conhecida como “Carta de Achamento do Brasil”. Ela narra
como foi o encontro com os índios, como aconteceu a primeira missa, como foi a
recepção e tentativa de domesticação dos índios, enfim, as primeiras impressões.
5
UNIDADE 1 | O PERÍODO COLONIAL HISPANO-AMERICANO
DICAS
Para você conhecer um pouco mais sobre esses gêneros, indicamos buscar
na internet as cartas que os escrivães e navegadores escreviam para os reis. Observe como
são retratados os índios, a paisagem, as situações e os próprios europeus naquela época. Um
exemplo são as primeiras cartas escritas por Cristóvão Colombo, que iremos abordar mais
adiante o tema. Acesse o site: http://www.biblioteca.org.ar/libros/131757.pdf
2.1 OS MAIAS
Os maias, que criaram seu império na América Central, legaram um
conjunto arquitetônico e literário cuja preservação permite ainda que se aprecie e
se entenda um pouco sobre este povo.
A língua escrita maia estudada hoje em dia, mas que foi pioneira na
América, consistia em uma mistura de aspectos da língua maia com o espanhol
pós-conquista. Os livros que se conservam não são fáceis de interpretar, sobretudo
pelo caráter mitológico e religioso, mas também contextual. Até mesmo os
primeiros maias que tiveram acesso a esses registros ou ajudaram a escrevê-los
tiveram dificuldades de interpretar. No entanto, muitos pesquisadores concordam
que uma marca estilística do texto é a inspiração poética e patriótica retratando
ciência, religião e história da época.
DICAS
Você pode saber mais sobre os CÓDICES a partir dos textos de Miguel León-
Portilla, importante escritor e historiador mexicano. Ele aborda em seu livro enciclopédico
Códices: los antiguos libros del nuevo mundo (2003) a escrita pré-hispânica e colonial de
povos da Mesoamérica. O autor esclarece o que são códices, quem os fez, como se liam e
como se classificam. Leia uma resenha sobre o tema:
• BRISENO, María Elena. Códices: los antiguos libros del nuevo mundo. Anales del Instituto
de Investigaciones Estéticas, México, v. 24, n. 81, p. 175-178, nov. 2002. https://bit.ly/2p1tPEr.
Acesso em: 7 dez. 2018.
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UNIDADE 1 | O PERÍODO COLONIAL HISPANO-AMERICANO
Os livros de Chilam Balam, Popol Vuh e Los Anales de los Cakchiqueles foram
escritos respectivamente em “maya yucateco”, “quiché” e “cakchiquel” utilizando
o alfabeto latino trazido pelos espanhóis.
DICAS
DICAS
8
TÓPICO 1 | O LEGADO DOS POVOS ORIGINÁRIOS ATÉ A CHEGADA DOS PRIMEIROS EUROPEUS AO NOVO MUNDO
DICAS
Popol Vuh pode ser caracterizado por três partes. A primeira trata da
história da criação do mundo e do homem. A segunda se refere às aventuras de
personagens míticos como Hunahpú, Ixbalanqué e Ixquix e suas lutas com os gênios
do mal, os senhores de Xibalbá. É importante considerar que deuses (maiores e
menores), profetas e sábios se misturam com fábulas que envolviam animais,
forças da natureza e outros símbolos da natureza, como árvores, fogo e céu. Essa
parte, representativa e simbólica, foi tranquilamente interpretada nos estudos da
língua quiché.
9
UNIDADE 1 | O PERÍODO COLONIAL HISPANO-AMERICANO
DICAS
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TÓPICO 1 | O LEGADO DOS POVOS ORIGINÁRIOS ATÉ A CHEGADA DOS PRIMEIROS EUROPEUS AO NOVO MUNDO
DICAS
Veja a bela narrativa do Popol Vuh sobre o mito da criação neste vídeo: El Mito
de la Creación Maya Quiché, Popol Vuh, disponível em https://bit.ly/1JQ5eXq, ou leia a obra
Popol Vuh na íntegra: https://bit.ly/2mAYgxU.
Talvez por essa razão é que a obra seja lembrada e estudada por sociólogos,
historiadores, antropólogos e linguistas, porque aporta uma visão misteriosa de
um povo originário a partir de uma linguagem poética.
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UNIDADE 1 | O PERÍODO COLONIAL HISPANO-AMERICANO
Ao que tudo indica, Chilam Balam foi escrito por sacerdotes maias que
transcreveram os textos para hieróglifos em lugares sagrados e acrescentaram
notícias dos conhecimentos de cada um desses locais. Geralmente eram
consultados ou lidos em rituais específicos ou em ocasiões especiais.
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TÓPICO 1 | O LEGADO DOS POVOS ORIGINÁRIOS ATÉ A CHEGADA DOS PRIMEIROS EUROPEUS AO NOVO MUNDO
NOTA
2.2 OS ASTECAS
Outro povo originário da região do México é o povo asteca, que se
autodenominava mexica, em língua Náuatle. Esse povo se estabeleceu no centro
do vale mexicano e guatemalteco que hoje compreende as regiões de Veracruz,
Puebla, Oaxaca, Guerrero, Chiapas e parte da Guatemala. Pertence aos povos
pré-colombianos da Mesoamérica e dominou grande parte deste território.
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UNIDADE 1 | O PERÍODO COLONIAL HISPANO-AMERICANO
DICAS
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TÓPICO 1 | O LEGADO DOS POVOS ORIGINÁRIOS ATÉ A CHEGADA DOS PRIMEIROS EUROPEUS AO NOVO MUNDO
NOTA
Você sabia?
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UNIDADE 1 | O PERÍODO COLONIAL HISPANO-AMERICANO
2.3 OS INCAS
Os incas se adaptaram muito bem à geografia da cordilheira San Juan
de Los Andes, na América do Sul. Essa adaptação está impregnada em sua
história, modos de vida, política e tradições. Eles habitavam os territórios que
hoje conhecemos como Peru, Equador, ocidente da Bolívia, norte da Argentina,
norte do Chile e o sul da Colômbia. Há estudos que indicam a presença inca na
dominação marítima da região, chegando possivelmente até a atual Polinésia,
teoria que faz sentido com a presença de povos na Ilha de Páscoa, que fica entre
o Chile e a Oceania. A teoria coincide também com histórias incas que dão nomes
às ilhas polinésias.
O povo inca é conhecido por sua rica história, influência artística, religião,
arquitetura e cultura, mas também pelos mistérios deixados principalmente no
Peru e na cidade sagrada de Cusco. Para se ter uma ideia, a arte inca data de
3.000 a.C. a 1.500 d.C., o que de fato se percebe por ditos resquícios. Mesmo após
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TÓPICO 1 | O LEGADO DOS POVOS ORIGINÁRIOS ATÉ A CHEGADA DOS PRIMEIROS EUROPEUS AO NOVO MUNDO
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UNIDADE 1 | O PERÍODO COLONIAL HISPANO-AMERICANO
NOTA
A língua dos quéchua falada hoje contém resquícios daquela língua falada no
período incaico, obviamente com suas variantes e influência do espanhol. De acordo com
o Atlas Sociolinguístico de Pueblos Indígenas de América Latina (UNICEF, 2011), estima-
se que 14 milhões de pessoas falem quéchua em suas diferentes variedades, embora seja
difícil ainda de precisar um número exato, devido às várias condicionantes sociais, como
localização geográfica, variantes linguísticas, comunidades linguísticas existentes, influência
do espanhol sobre esses povos etc.
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TÓPICO 1 | O LEGADO DOS POVOS ORIGINÁRIOS ATÉ A CHEGADA DOS PRIMEIROS EUROPEUS AO NOVO MUNDO
DICAS
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) apresenta periodicamente Atlas que
buscam entender alguns povos originários, principalmente dos países emergentes. O Atlas
Linguístico de América Latina de 2011 e de 2009 é um deles e contém um vasto material
não só linguístico, mas também histórico e que visa atender aos direitos dos povos indígenas
(documento firmado em diferentes países no ano de 2007). Acesse o link da UNICEF e confira
esse importante estudo feito em dois tomos: https://uni.cf/2zXUZTv.
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UNIDADE 1 | O PERÍODO COLONIAL HISPANO-AMERICANO
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TÓPICO 1 | O LEGADO DOS POVOS ORIGINÁRIOS ATÉ A CHEGADA DOS PRIMEIROS EUROPEUS AO NOVO MUNDO
DICAS
De acordo com Bravo (2012, s.p.), Burns acredita que a cultura inca tinha
um sistema de escrita de moldes geométricos e sustenta esta tese a partir dos
tecidos incas, nas anotações de Garcilaso de La Vega e demais cronistas espanhóis
que testemunharam essa forma de escrita:
Ainda de acordo com Bravo (2012, s.p.), o inca Garcilaso dizia que os
Quipucamayoc, escrivães ou escritores, escreviam em “nós” todas as coisas que
se referiam a número "hasta las batalles, cuántas embajadas había traído el inca
y cuántas pláticas y razonamientos había hecho del rey", e acrescentou que “a
su turno, el mismo Guamán Poma de Ayala agrega que los escribanos asentaban
todo en el quipu con tanta habilidad que las anotaciones hechas en cordeles
resultaban como si se hubiera escrito con letras”.
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TÓPICO 1 | O LEGADO DOS POVOS ORIGINÁRIOS ATÉ A CHEGADA DOS PRIMEIROS EUROPEUS AO NOVO MUNDO
Por certo, se havia uma escrita inca anterior ao período colonial, decerto
os quellcas ou quicas eram os que mais se encaixavam.
2.4 OS GUARANIS
Outro povo indígena que habitava a região sul da América eram os
guaranis. De acordo com Melià (1990, p. 1), um pesquisador do povo guarani, “as
evidências arqueológicas mostram que os guaranis chegaram a ocupar as melhores
terras da bacia dos rios Paraguai, Paraná e Uruguai, e do sapé da Cordilheira”.
Atualmente a língua guarani é falada no Paraguai e reconhecida como língua
oficial junto ao espanhol. O fato de conservar uma língua nativa indígena
reflete ao mesmo tempo a posse de uma identidade cultural, caracterizada pela
preservação de uma tradição, herança de um povo originário. Ainda de acordo
com Melià, os guaranis são agricultores, têm fartura e sabem trabalhar a terra. “O
guarani é um aldeão. Há um povoado e uma casa nos quais se concentra sua vida
social e política” (MELIÀ, 1990, p. 5). A vida do povo guarani era movida por
ciclos fundamentados em uma cosmogonia religiosa.
DICAS
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UNIDADE 1 | O PERÍODO COLONIAL HISPANO-AMERICANO
DICAS
Saiba um pouco mais sobre a língua Guarani disponível neste blog: https://
www.veintemundos.com/magazines/25-fr/.
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TÓPICO 1 | O LEGADO DOS POVOS ORIGINÁRIOS ATÉ A CHEGADA DOS PRIMEIROS EUROPEUS AO NOVO MUNDO
NOTA
E
IMPORTANT
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TÓPICO 1 | O LEGADO DOS POVOS ORIGINÁRIOS ATÉ A CHEGADA DOS PRIMEIROS EUROPEUS AO NOVO MUNDO
NOTA
Efetivamente o papa concedeu aos reis católicos “el derecho para invadir,
conquistar, subyugar y reducir a la esclavitud perpetua a las gentes descubiertas;
la razón invocada para fundamentar tal derecho era la evangelización”
(ALCARAZ, 1993, p. 10). Nesse sentido, a evangelização e o saqueio sistemático
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UNIDADE 1 | O PERÍODO COLONIAL HISPANO-AMERICANO
tinham iniciado assim que o conquistador colocou seus pés em terras americanas.
Em outras palavras, aponta o genocídio como uma forma indireta de colonização,
a partir da imposição de língua, cultura e religião estrangeira sobre os povos
originários.
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TÓPICO 1 | O LEGADO DOS POVOS ORIGINÁRIOS ATÉ A CHEGADA DOS PRIMEIROS EUROPEUS AO NOVO MUNDO
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UNIDADE 1 | O PERÍODO COLONIAL HISPANO-AMERICANO
DICAS
CINTRA, Jorge Pimentel. O mapa das cortes e as fronteiras do Brasil. Bol. Ciênc. Geod.,
Curitiba, v. 18, n. 3, p. 421-445, set. 2012. https://bit.ly/2BXKdfh.
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TÓPICO 1 | O LEGADO DOS POVOS ORIGINÁRIOS ATÉ A CHEGADA DOS PRIMEIROS EUROPEUS AO NOVO MUNDO
LEITURA COMPLEMENTAR
FONTE: ARGUEDAS, José Maria. Los Rios Profundos. 2018. https://bit.ly/2G5Ume6. Acesso em:
1º dez. 2018.
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UNIDADE 1 | O PERÍODO COLONIAL HISPANO-AMERICANO
FONTE: COLOMBRES, Adolfo. La Literatura oral y popular de nuestra América. Quito, Instituto
Iberoamericano del Patrimonio Natural y Cultural-IPANC, 2006. http://www.flacsoandes.edu.ec/
libros/112668-opac. Acesso em: 10 jun. 2018.
32
RESUMO DO TÓPICO 1
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AUTOATIVIDADE
(1) Durante largos años excavaron los españoles el fondo del lago de México
en busca de oro y los objetos preciosos presuntamente escondidos por los
indios. Antes de que Francisco Pizarro degollara al inca Atahualpa le arrancó
un rescate en “andas de oro y plata” que pesaba más de veinte mil marcos de
plata fina, un millón y trescientos veintiséis mil escudos de oro finísimo (p. 36).
(2) [...] Golpeaban los utensilios de oro o le daban a martillazos para reducirlos
a una forma más fácil y manuable, arrojaban al crisol, para convertir al metal
en barras todo el tesoro del templo [...]. La catedral católica se alza sobre las
ruinas del templo más importante de Tenochtitlán y el palacio de gobierno
está emplazado sobre la residencia de Cuauhtémoc, el jefe azteca ahorcado por
Cortés (p. 37).
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de acompanhar seu marido e a Esquadra do Mundo Oceano ao longo das
expedições às Índias e à África. Regressando ao Atlântico, ela presenciou a
destruição da cognominada Armada Invencível do Rei Carlos I de Espanha e,
meses mais tarde, galgou os Andes junto com as forças aliadas inca-lusíadas
durante a intervenção portuguesa na guerra civil que lavrou no Império Inca
da terceira década do século XVI” (LODI-RIBEIRO, 2009, p. 4).
35
a) ( ) Um sistema de escrita mexica que utiliza formas geométricas em tecidos
para anotar acontecimentos como se fossem escritos com letras.
b) ( ) É um escrito dos mexicas, descoberto e traduzido pelos espanhóis.
c) ( ) Escrito inca datado do período colonial, chamado de quellcas ou quicas.
d) ( ) Obra de artistas do período Pós-Colonial.
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UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico vamos falar sobre as notícias enviadas por soldados e clérigos
após a descoberta do continente americano.
2 AS NOTÍCIAS DO COLONIZADOR
A formação de uma literatura hispano-americana “começará com a
conquista, uma literatura de transplantação, segundo Ricardo Rojas” (JOZEF,
2005, p. 14). As primeiras letras escritas sobre o continente eram enviadas para a
Espanha para informar à medida que a conquista espanhola se consolidava.
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UNIDADE 1 | O PERÍODO COLONIAL HISPANO-AMERICANO
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TÓPICO 2 | AS MISSIVAS DO NOVO MUNDO
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UNIDADE 1 | O PERÍODO COLONIAL HISPANO-AMERICANO
Colombo escreveu uma carta por viagem, onde registra suas primeiras
impressões a respeito do novo mundo para informar os reis sobre as novidades
das descobertas. “Las primeras cartas de Colón, por ejemplo, se van modificando
una a una ante las constantes exigencias de los reyes católicos” (ESPITIA ORTIZ,
2017, p. 5). A cada expansão e viagem da conquista espanhola, a exigência de
notícias crescia, por isso Colombo se vê diante de obrigações de informação
cada vez maiores. “A medida que avanzan los descubrimientos y que se volvía
más compleja la administración de los lugares conquistados, cada vez son más
precisos los intereses de la Corona y, por ello, las exigencias en el control de la
información” (ESPITIA ORTIZ, 2017, p. 5). A primeira carta dirigida a Luis de
Santángel, um dos principais financiadores de Colombo, foi publicada em abril
de 1493, contando as primeiras impressões de um continente inexplorado para
um europeu.
Y luego que llegué a Indias, en la primera isla que hallé tomé por
fuerza algunos de ellos, para que deprendiesen y me diesen noticia de
lo que había en aquellas partes, así fue que luego entendieron, y nos
a ellos, cuando por lengua o señas; y estos han aprovechado mucho
(COLÓN, s.d., s.p.).
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TÓPICO 2 | AS MISSIVAS DO NOVO MUNDO
DICAS
Para saber mais sobre as viagens de Colombo, acesse este site: Historia del
Nuevo Mundo: Historia entrelazada entre España y América – La conquista de América, la
colonización de América, que está disponível no seguinte link: https://bit.ly/2QgQhIJ.
DICAS
Você pode ler as cartas de Hernán Cortés no site da Biblioteca Digital Mundial:
“A primeira carta, datada de julho de 1519, nunca foi encontrada. A segunda e a terceira cartas
foram publicadas em Sevilha (em 1522 e 1523), e a quarta em Toledo, em 1525. A quinta carta
permaneceu inédita até 1842”. Leia as informações disponíveis acessando o seguinte link:
https://www.wdl.org/pt/item/7335/.
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TÓPICO 2 | AS MISSIVAS DO NOVO MUNDO
relata sobre a origem nobre de Dona Marina, o seu nome cristão após batismo,
como foi encontrada e fez parte da equipe de Cortés, desempenhando um papel
fundamental na intermediação entre o espanhol e os líderes dos povos originários.
DICAS
Leia o capítulo na íntegra em que Bernal Díaz del Castillo escreve sobre Dona
Marina e reconhece seu valor. https://pueblosoriginarios.com/textos/bernal/16.html.
Nesse sentido, as descrições sobre ela, feitas por Del Castillo, demonstram
uma mulher com uma postura de firmeza e que sabia mandar, algo raro,
considerando que o padrão para as mulheres era de total submissão. Por isso, ela
ficava em evidência onde estivesse. Ela passou para a história do México como
uma colaboradora do estrangeiro e traidora de seu povo e seu nome até hoje é
considerado sinônimo de traição. O testemunho de Castillo, narrado nas crônicas
(você pode consultar a UNI nota), ratifica o fato do papel estratégico que ela
representou nos encontros entre a comitiva de Cortés e os caciques astecas: ela
falava três línguas, náuatle, maia e castelhano.
Os comentários de Bernal Díaz del Castillo indicam que ela foi amante
de Cortés com o qual teve um filho, mesmo sendo dada em casamento para um
outro capitão espanhol.
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UNIDADE 1 | O PERÍODO COLONIAL HISPANO-AMERICANO
NOTA
NOTA
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TÓPICO 2 | AS MISSIVAS DO NOVO MUNDO
Para finalizar, sabemos que Pizarro irá efetivar a posse da terra do Peru
em nome da Coroa espanhola, Atahualpa será morto e “o conquistador espanhol
entregou a coroa do Império ao filho de Atahualpa, Toparca. Rei fantoche nas mãos
dos vencedores, Toparca foi envenenado tão logo passou a reclamar os poderes
que lhe pertenciam por direito” (ROY, 1974, p. 5). Logo seria estabelecido o uso
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UNIDADE 1 | O PERÍODO COLONIAL HISPANO-AMERICANO
As principais crônicas são dos impérios Maia, Asteca e Inca. Sobre a região
do Sul, o primeiro cronista da região platina, conforme Bandeira (1960, p. 25), foi
o soldado “alemão Ulrich Schmid. "[...] sua obrinha escrita em alemão e editada
pela primeira vez em 1567, é conhecida pelo título de Viaje al Rio de la Plata”.
Bandeira irá dizer que a narrativa de Schmid é própria do registro de um soldado
sem estudos, por isso a falta de rigor científico, mas por narrar sobre as lendas, a
fauna do novo mundo, se torna importante porque ele era “uma testemunha de
vista e participante de ação” (BANDEIRA, 1960, p. 25). Soldados e marinheiros
narravam os fatos de forma prática e objetiva.
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TÓPICO 2 | AS MISSIVAS DO NOVO MUNDO
Em 1577, um édito real foi emitido pelo rei da Espanha em que mandava
parar a total produção escrita dos textos que recolhiam as histórias dos povos
originários. Um reflexo da Contrarreforma tinha cruzado o Atlântico e se instalado
nas colônias. Por isso, qualquer texto ou suporte que preservasse as memórias dos
povos originários passou a ser considerado pagão e não deveria ser propagado:
Muitos anos se passaram antes de que muitas das crônicas tivessem uma
circulação livre e popular. As histórias narradas, como as de Guamán Poma de Ayala,
levaram praticamente três séculos para circular livremente com acesso ao público.
DICAS
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TÓPICO 2 | AS MISSIVAS DO NOVO MUNDO
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UNIDADE 1 | O PERÍODO COLONIAL HISPANO-AMERICANO
ao entrar pela primeira vez nas cidades astecas. Provavelmente, como soldado
europeu, não estava preparado para absorver a surpresa diante da organização e
riqueza do Império Asteca.
A obra foi escrita para evidenciar que ele realmente tinha viajado para a
América e tinha vivenciado o que escreveu, pois criticava os escritores que nunca
tinham viajado e escreviam sobre a conquista hispano-americana, a exemplo de
López de Gómara, seu desafeto.
Escreveu quando tinha 84 anos, com o objetivo de deixar sua visão para
seus descendentes, também para fazer oposição a Francisco López de Gómara, a
quem criticava por escrever sobre a conquista espanhola sem nunca ter viajado
com nenhuma expedição para o continente americano.
DICAS
Que tal aprofundar mais a leitura? Veja esta edição de Guillermo Serés sobre
Historia Verdadera de la Conquista de la Nueva España: Aparato de Variantes, de Bernal Díaz
del Castillo. Acesse: https://bit.ly/2HJlbVP.
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TÓPICO 2 | AS MISSIVAS DO NOVO MUNDO
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DICAS
A obra Nueva Crónica y Buen Gobierno, de Felipe Guamán Poma de Ayala, tem
uma versão antiga em fac-símile que foi publicada on-line em 2011 pela Biblioteca Real Danês
(Dinamarca). O livro é considerado uma longa crítica sobre o domínio espanhol no Peru e foi
dedicada ao então rei da Espanha, Felipe II. No livro, o autor descreve o domínio sangrento das
terras indígenas, a injustiça social e as mudanças sociais durante o Período Colonial.
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UNIDADE 1 | O PERÍODO COLONIAL HISPANO-AMERICANO
O poema tem sido alvo de muitas discussões por parte da crítica literária
sobre a representatividade social de um povo submetido pelos espanhóis,
de acordo com Bellini: “la actitud del poeta es la de un español que se siente
emotivamente atraído por el mundo americano, pero que no olvida en ningún
momento su propio origen, es decir, que es precisamente un español” (BELLINI,
1997, p. 116-117).
4 O BARROCO HISPANO-AMERICANO
A partir dos primeiros textos enviados pelos cronistas e as cartas dos
relatos dos conquistadores, uma literatura começa a se desenvolver nas colônias.
No encontro dos povos originários e europeus começou uma troca de saberes
e aculturação, em detrimento dos povos indígenas, que sofreram um genocídio
ou acabaram submetidos linguística, política e culturalmente. Dessa forma, o
modelo literário que se instalou nas colônias foi o europeu.
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TÓPICO 2 | AS MISSIVAS DO NOVO MUNDO
Por sua vez, anos depois, Sor Juana irá escrever um enredo semelhante
para a comédia Amor es más Laberinto, na qual o herói Teseu, por gratidão a
Ariadne, estabelece um compromisso com ela quando realmente está enamorado
da irmã dela, Fedra. Sor Juana também tem uma comédia chamada Los Empeños
de una Casa, com personagens chamados Don Juan e Doña Leonor, assim como
Alarcón escreveu uma comédia chamada Los empeños de un engano, em que
também há personagens com os mesmos nomes. Esta prática intertextual, ou de
plágio, diriam outros, era uma prática comum durante o barroco e se constituía
em repetir os mesmos argumentos ou nomes de personagens e que não se
considerava como plágio.
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TÓPICO 2 | AS MISSIVAS DO NOVO MUNDO
DICAS
Algumas são mais conhecidas, como Teresa de Ávila e Sor Juana Inés de
la Cruz, porém muitas escreveram e seus escritos raramente saíram do limite do
mosteiro ou sequer foram impressos.
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TÓPICO 2 | AS MISSIVAS DO NOVO MUNDO
Freira e mexicana, ela é, de acordo com Paz (1989, p. 21): “no solamente
es la figura más alta de la poesía colonial hispano-americana sino que es también
uno de los espíritus más ricos y profundos de nuestras letras”. Mesmo levando
uma vida conventual, havia um espaço que permitia a escrita, mas sempre vigiada
pela Igreja, na pessoa de seus confessores.
Apelidada como a Décima Musa e Fénix das Américas, foi uma criança
que aprendeu a ler cedo, ela mesma relata que aos três anos já era alfabetizada.
Também estudou latim em apenas 20 lições e quando adolescente ingressou na
corte do vice-reinado mexicano, onde foi dama de companhia da vice-rainha, a
Marquesa de Mancera. Na Corte foi muito admirada porque demonstrou grande
inteligência e vivacidade. Sempre teve um bom relacionamento com a Corte,
mesmo depois do ingresso no convento era visitada e mantinha tertúlias em sua
cela. Para a amiga e vice-rainha do México, a Marquesa de Paredes, Sor Juana
escreveu e dedicou vários poemas de sua obra lírica. Escreveu muitos textos,
entre prosa e verso, e alguns continuam perdidos, como El Caracol, que se sabe
que existe apenas por menções.
O estilo literário de Sor Juana Inés de La Cruz foi o barroco, mas hispano-
americano, na época da poetisa o barroco já tinha a inclusão de elementos
autóctones, provenientes da riqueza pré-hispânica. Ela manteve o estilo, as
características próprias do estilo, como as figuras de pensamento, principalmente
as antíteses, paradoxos, próprios de uma estética barroca.
67
UNIDADE 1 | O PERÍODO COLONIAL HISPANO-AMERICANO
DICAS
Para conhecer a obra e saber mais sobre Sor Juana Inés de la Cruz, consulte o
portal dedicado totalmente à escritora na Biblioteca Virtual Cervantes. Disponível em https://
bit.ly/1qF42NY
68
TÓPICO 2 | AS MISSIVAS DO NOVO MUNDO
DICAS
O que ela nunca imaginou é que a carta seria publicada e que o mesmo
bispo ainda escreveria uma resposta à carta de Sor Juana, denominada Carta de
Sor Filotea de la Cruz, em que o bispo utiliza o pseudônimo Sor Filotea e fala com
a freira como se fosse uma mulher. A essa carta do bispo, Sor Juana irá escrever
uma Respuesta de la poetisa a la muy ilustre sor Filotea de la Cruz.
DICAS
Para aprofundar a sua leitura acerca de Sor Juana e entender melhor o conflito,
sugerimos a leitura do texto: Sor Filotea y sor Juana: Cartas del obispo de Puebla a sor Juana
Inés de la Cruz. Disponível em: https://bit.ly/2FVqktg.
69
UNIDADE 1 | O PERÍODO COLONIAL HISPANO-AMERICANO
70
TÓPICO 2 | AS MISSIVAS DO NOVO MUNDO
Sor Juana “estava ciente das restrições do decreto e da cartilha, mas mesmo
assim inseriu os elementos da cultura africana em sua obra, e um exemplo disso
são os villancicos”. Gonzalez Bezerra (2016, p. 16) demonstra que ela tinha uma
visão de mundo superior à estética literária vigente, em seu pensamento todos
eram habitantes do orbe e, portanto, era natural que tivessem voz e ação.
DICAS
A obra de Sor Juana permite diversas leituras à luz dos estudos pós-
coloniais e culturais, porém, Paz (1989, p. 78) afirma que “sería un error confundir
la estética barroca – que abría las puertas al exotismo del Nuevo Mundo – con
una preocupación nacionalista”, ou seja, Sor Juana tinha uma consciência sobre a
“universalidad del Imperio: indios, criollos, mulatos y españoles forman un todo
[...] conciliar los antagonismos, abrazar las diferencias en una verdad superior”
(PAZ, 1989, p. 78). A inclusão de excluídos socialmente na obra dela aponta para o
barroquismo de Sor Juana e um estilo literário próprio. Ela mesma deu o exemplo
em sua obra literária como fez na loa que antecede o poema El Divino Narciso.
de su grandeza admirado,
por regocijar la fiesta
cantó al son de un calabazo:
Puerto rico ―Estribillo
¡Tumba, la-lá-la; tumba, la-lé-le;
71
UNIDADE 1 | O PERÍODO COLONIAL HISPANO-AMERICANO
DICAS
DICAS
Leia também este artigo e aprofunde seu conhecimento sobre a escritora com
estas leituras:
MARTÍNEZ-SAN MIGUEL, Yolanda. Saberes americanos: la constitución de una subjetividad
colonial en los villancicos de Sor Juana. Alicante: Biblioteca Virtual do Instituto Cervantes,
2005. https://bit.ly/2pfn6FT. Acesso em: 10 jun. 2018.
72
TÓPICO 2 | AS MISSIVAS DO NOVO MUNDO
LEITURA COMPLEMENTAR
Fragmento:
FONTE: BOLAÑOS, Patricia Escandón. La cultura barroca en Indias: la visión de Mariano Picón
Salas. Latinoamérica [online]. 2006, n. 42, p.35-49. https://bit.ly/2QRa4y1. Acesso em: 1º dez.
2018.
73
UNIDADE 1 | O PERÍODO COLONIAL HISPANO-AMERICANO
Fragmento:
Margo Glantz
74
TÓPICO 2 | AS MISSIVAS DO NOVO MUNDO
FONTE: GLANTZ, Margo. El jeroglífico del sentimiento: la poesía amorosa de Sor Juana.
Alicante: Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2005. https://bit.ly/2QNlpPe. Acesso em: 10
dez. 2018.
75
RESUMO DO TÓPICO 2
• Houve cronistas e autores, entre eles estão alguns indígenas que passaram a
trabalhar para a colônia espanhola.
• Sor Juana Inés de la Cruz foi uma importante poetisa reconhecida do Século
do Ouro. Demos ênfase também aos afrodescendentes nas colônias espanholas
retratados na literatura de Sor Juana.
76
AUTOATIVIDADE
b) O texto fala de diversos gêneros textuais, qual deles é utilizado para escrever
uma obra teatral?
( ) Épico.
( ) Lírico.
( ) Dramático.
77
c) Quando o autor menciona estilos mestizos, isso significa:
( ) Metáfora.
( ) Oxímoro.
( ) Quiasmo.
( ) Votos de pobreza.
( ) Desprezo por bens materiais.
( ) Desinteresse por bens materiais.
( ) Substituição dos bens materiais.
78
c) No segundo quarteto, a que se refere a poeta quando fala de y no mi
entendimiento en las bellezas?
d) No primeiro verso do primeiro terceto, Sor Juana menciona mais uma vez
sua postura sobre os atributos físicos como um fator passageiro. Se refere
indiretamente à:
( ) Velhice.
( ) Inteligência.
( ) Religiosidade.
( ) Juventude.
79
80
UNIDADE 2
PANORAMA DA LITERATURA
HISPANO-AMERICANA DOS
SÉCULOS XVIII E XIX
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
81
82
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Após a consolidação da conquista espanhola no continente americano
e estabelecida a Corte espanhola, representada através dos vice-reinados,
distribuídos na América, vive-se o período da época colonial, quando a produção
de riquezas minerais, vegetais e animais, assim como um comércio marítimo
desenvolvido, era comercializada e enviada para a Espanha.
83
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
NOTA
Vice-reis
São representantes do rei espanhol, investidos de autoridade real, mas ainda submissos ao
próprio rei, sem uma autonomia total, dependentes principalmente das idas e vindas de
éditos reais, leis, autorizações e as correspondências além-mar para qualquer resolução que
atingisse a soberania espanhola nas colônias hispano-americanas.
NOTA
84
TÓPICO 1 | POR UMA IDENTIDADE LITERÁRIA LATINO-AMERICANA
A Igreja Católica também se instalou nas novas terras, porém com uma
autonomia administrativa igual ou até superior ao Poder Legislativo. Assim,
diversas ordens religiosas migram, constroem mosteiros e implantam suas
organizações em solo hispano-americano e, com isso, a sua forma de trabalho,
dando grande ênfase à educação.
NOTA
1. Que é natural da região onde habita ou se encontra (povo autóctone, flora autóctone);
ABORÍGINE; INDÍGENA [P. opos. a alóctone.] [...]
4. Ling. Diz-se da língua que primeiramente se forma e é falada numa região, num país etc.
5. Habitante nativo de uma região; ABORÍGINE; INDÍGENA. [F.: Do gr. authócton, on, pelo
lat. autochthon, onis.]
85
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
DICAS
86
TÓPICO 1 | POR UMA IDENTIDADE LITERÁRIA LATINO-AMERICANA
DICAS
“A América – incluindo suas regiões mais ao sul – tem um claro começo, diferentemente
da maioria das áreas na história: 1492, o ano de sua “descoberta” – ou “conquista”, de outro
ângulo, e obviamente ‘invenção’, como qualquer fenômeno social – pela Coroa espanhola, a
ser formalmente completada pelos portugueses em 1500” (DOMINGUES, 2009, p. 198).
87
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
DICAS
88
TÓPICO 1 | POR UMA IDENTIDADE LITERÁRIA LATINO-AMERICANA
España era una metrópoli antigua, pero sin desarrollar. A fines del siglo
XVIII, después de tres siglos de dominio imperial, Hispanoamérica
aún encontraba en su madre patria un reflejo de sí misma, ya que
si las colonias exportaban materias primas, lo mismo hacía España;
si las colonias dependían de una marina mercante extranjera, lo
mismo sucedía en España; si las colonias eran dominadas por una
élite señorial, sin tendencia al ahorro y a la inversión, lo mismo
ocurría en España. Pero, por otro lado, las dos economías diferían en
una actividad, ya que las colonias producían metales preciosos y la
metrópoli no (BETHELL, 2001, p. 1).
89
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
NOTA
DICAS
90
TÓPICO 1 | POR UMA IDENTIDADE LITERÁRIA LATINO-AMERICANA
Começa uma busca de elementos locais para temas literários, o que leva a
olhar para o indígena, a terra, as tradições, entre outros, como forma de valorizar
o local para uma produção literária. No século XVIII, a identidade criolla irá se
afirmar, assim como os ideais de independência, e no século XIX se consolida a
afirmação de uma soberania nacional, o que permitiu à literatura a busca de sua
própria autonomia em terras hispano-americanas.
91
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
LEITURA COMPLEMENTAR
92
TÓPICO 1 | POR UMA IDENTIDADE LITERÁRIA LATINO-AMERICANA
algo tenían, del pensamiento de la Ilustración; fue entre entonces y 1810 cuando
empezó a enraizar. Su difusión se incrementó en la década de 1790: en México la
Inquisición empezó a reaccionar, alarmada menos por la heterodoxia religiosa que
por el contenido político de la nueva filosofía a la que se miraba como sediciosa,
«contraria a la quietud de los estados y reynos», llena de «principios generales
sobre la igualdad y libertad de todos los hombres», y en algunos casos un medio
de obtener noticias de «la espantosa revolución de Francia que tantos daños
ha causado». En general, sin embargo, la Ilustración inspiró en sus discípulos
criollos, más que una filosofía de la liberación, una actitud independiente ante
las ideas e instituciones recibidas, significó una preferencia por la razón frente
a la autoridad, por el experimento frente a la tradición, por la ciencia frente a
la especulación. Sin duda estas fueron influencias constantes en la América
española, pero por el momento fueron agentes de reforma y no de destrucción”
(BETHELL, 2001, p. 34-35).
93
RESUMO DO TÓPICO 1
94
AUTOATIVIDADE
[...] Sería una blasfemia el imaginar, que el supremo Bienhechor de los hombres
haya permitido el descubrimiento del Nuevo Mundo, para que un corto número
de pícaros imbéciles fuesen siempre dueños de desolarle, y de tener el placer
atroz de despojar a millones de hombres, que no les han dado el menor motivo
de queja, de los derechos esenciales recibidos de su mano divina; el imaginar que
su sabiduría eterna quisiera privar, al resto del género humano, de las inmensas
ventajas que en el orden natural debía procurarles un evento tan grande, y
condenarle a desear que el Nuevo Mundo hubiese quedado desconocido para
siempre. Esta blasfemia está sin embargo puesta en práctica por el derecho que
la España se arroga sobre la América; y la malicia humana ha pervertido el orden
natural de las misericordias del Señor, sin hablar de la justicia debida a nuestros
intereses particulares para la defensa de la patria. Nosotros estamos obligados
a llenar, con todas nuestras fuerzas, las esperanzas de que hasta aquí el género
humano ha estado privado. Descubramos otra vez de nuevo la América para
todos nuestros hermanos, los habitantes de este globo, de donde la ingratitud, la
injusticia y la avaricia más insensata nos han desterrado. La recompensa no será
menor para nosotros que para ellos.
[...] ¡Plugiese a Dios que este día, el más dichoso que habrá amanecido jamás,
no digo para la América, sino para el mundo entero; plugiese a Dios que llegue
sin dilación! ¡Cuando a los horrores de la opresión, y de la crueldad, suceda el
reino de la razón, de la justicia, de la humanidad; cuando el temor, las angustias,
y los gemidos de diez y ocho millones de hombres hagan lugar a la confianza
mutua, a la más franca satisfacción, y al goce más puro de los beneficios del
Creador, cuyo nombre no se emplee más en disfrazar el robo, el fraude, y la
ferocidad; cuando sean echados por tierra los odiosos obstáculos que el egoísmo
más insensato opone al bienestar de todo el género humano, sacrificando sus
verdaderos intereses al placer bárbaro de impedir el bien ajeno, ¡qué agradable
y sensible espectáculo presentarán las costas de la América, cubiertas de
hombres de todas las naciones, cambiando las producciones de sus países
por las nuestras! ¡Cuántos, huyendo de la opresión, o de la miseria, vendrán
a enriquecernos con su industria, con sus conocimientos y a reparar nuestra
población debilitada! De esta manera la América reunirá las extremidades de la
tierra, y sus habitantes serán atados por el interés común de una sola GRANDE
FAMILIA DE HERMANOS (VISCARDO Y GUZMÁN, 2012, p. 340-341).
FONTE: VISCARDO Y GUZMÁN, Juan Pablo. Carta dirigida a los Españoles Americanos.
Alicante: Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2012. http://www.cervantesvirtual.com/nd/
ark:/59851/bmcp55w5. Acesso em: 24 set. 2018.
Século XIX
Final do
Século XIX
FONTE: As autoras
96
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico estudaremos a busca de independência da Espanha por parte
dos territórios hispano-americanos e também os movimentos literários que foram
um fator de influência na propaganda independentista.
97
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
Vale destacar que a maioria dos jesuítas exilados escreveu para mostrar o
valor do continente americano e não com o objetivo de incentivar uma revolução,
porém, no continente, esse período após a expulsão dos jesuítas, o período
conhecido como pré-independência, “vio el nacimiento de una literatura de
identidad en la que los americanos glorificaban sus países, exaltaban sus recursos
y valoraban a sus gentes” (BETHELL, 2001, p. 34).
98
TÓPICO 2 | A FORMAÇÃO DE UMA LITERATURA HISPANO-AMERICANA
99
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
DICAS
Convém ressaltar que o retorno aos clássicos no final do século XVIII e início
do XIX indicou uma ruptura com o Barroco, estilo considerado pelos escritores da
época sobrecarregado e, muitas vezes, frívolo. No entanto, os estudos teóricos de
literatura atualmente mostram que o Barroco foi um período polissêmico, realizou
uma crítica velada, dentro do que a Contrarreforma permitia, e de uma produção
literária sem par. Assim, as críticas classicistas ao Barroco são concebidas a partir
do ponto em que o leitor e escritor estavam posicionados, o que vale como reflexão
para cada estilo estudado em literatura hispano-americana.
100
TÓPICO 2 | A FORMAÇÃO DE UMA LITERATURA HISPANO-AMERICANA
4 O NEOCLASSICISMO
O Neoclassicismo ou Novo Classicismo representa um movimento
artístico e cultural literário que envolveu também a pintura, a escultura e a
arquitetura. No Brasil, o movimento será conhecido por Arcadismo.
101
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
DICAS
102
TÓPICO 2 | A FORMAÇÃO DE UMA LITERATURA HISPANO-AMERICANA
103
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
Exerceu diversas funções no mundo das letras, foi poeta, filólogo, jurista,
tradutor de clássicos e ainda escreveu a Gramática de la lengua Castellana, uma
das obras mais importantes no mundo hispano-americano, que foi publicada em
1847. Bandeira (1960, p. 87) destaca que Bello foi considerado o homem mais culto
de seu tempo. Entre as diversas funções desempenhadas, ainda foi professor de
Simón Bolívar, em 1810. Morreu em 1865.
QUADRO 1 – A LA NAVE
105
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
¡Ah! Vuelve, que aún es tiempo, ¡Qué! ¿No me oyes? ¿El rumbo
mientras el mar las conchas no tuerces? ¿Orgullosa
de la ribera halaga descoges nuevas velas,
con apacibles olas. y sin pavor te engolfas?
106
TÓPICO 2 | A FORMAÇÃO DE UMA LITERATURA HISPANO-AMERICANA
NOTA
107
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
108
TÓPICO 2 | A FORMAÇÃO DE UMA LITERATURA HISPANO-AMERICANA
DICAS
109
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
110
TÓPICO 2 | A FORMAÇÃO DE UMA LITERATURA HISPANO-AMERICANA
LEITURA COMPLEMENTAR
Para saber mais sobre o que aconteceu depois das principais guerras das
independências:
FONTE: ZANATTA, Loris. Historia de América Latina: de la Colonia al siglo XXI. 1. ed. Tradução de
Alfredo Grieco y Bavio e Guillermo David. Buenos Aires: Siglo Veintiuno Editores, 2012. p. 66-67.
111
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
[...]
Yo por bien tengo que cosas tan señaladas y por ventura nunca oídas ni
vistas vengan a noticia de muchos y no se entierren en la sepultura del olvido,
pues podría ser que alguno que las lea halle algo que le agrade, y a los que no
ahondaren tanto los deleite. Y a este propósito dice Plinio que «no hay libro, por
malo que sea, que no tenga alguna cosa buena». Mayormente que los gustos no
son todos unos, más lo que uno no come, otro se pierde por ello, y así vemos
cosas tenidas en poco de algunos que de otros no lo son. Y esto para que ninguna
cosa se debría romper ni echar a mal, si muy detestable no fuese, sino que a todos
se comunicase, mayormente siendo sin perjuicio y pudiendo sacar de ella algún
fruto. Porque, si así no fuese, muy pocos escribirían para uno solo, pues no se
hace teníades bien qué hacer y no haríades poco si me remediásedes», dije paso,
que no me oyó. Mas como no era tiempo de gastarlo en decir gracias, alumbrado
por el Espíritu Santo, le dije:
—Tío, una llave de esta arca he perdido y temo mi señor me azote. Por
vuestra vida, veáis si en esas que traéis hay alguna que le haga, que yo os lo
pagaré.
—Yo no tengo dineros que os dar por la llave, más tomad de ahí el pago. Él
tomó un bodigo de aquéllos, el que mejor le pareció, y, dándome mi llave, se fue
muy contento, dejándome más a mí. Mas no toqué en nada por el presente, porque
no fuese la falta sentida; y aun, porque me vi de tanto bien señor, parecióme que
la hambre no se me osaba allegar. Vino el mísero de mi amo, y quiso Dios no miró
en la oblada que el ángel había llevado. Y otro día, en saliendo de casa, abro mi
paraíso panal y tomo entre las manos y dientes un bodigo, y en dos credos le hice
invisible, no se me olvidando el arca abierta.
FONTE: ANÔNIMO. Lazarillo de Tormes. Edición, estudio y notas de Francisco Rico. Madrid:
Real Academia Española, MMXI. P. 2-3.
112
RESUMO DO TÓPICO 2
● O jesuíta Juan Pablo Vizcardo y Guzmán escreveu desde o exílio cartas para
animar o povo hispano-americano a buscar a independência.
113
AUTOATIVIDADE
115
Versos em que se localiza a
Palavra Tradução/Significado
palavra
116
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
A partir do século XIX cabem algumas reflexões: Quem era o leitor nas
Américas? Quem escrevia para quem e sobre o que se escrevia? As respostas são
encontradas a partir do momento em que os escritores dos países independentes
começam a buscar em seus territórios elementos nacionais para escrever suas
obras. Assim, o Romantismo, o Realismo, a Gauchesca, refletirão esse momento
nacionalista, mas ainda sob uma influência muito europeia, já que os escritores
traziam ou tinham leituras da Europa; até que surge o Modernismo no final do
século XIX, prenunciando uma escola marcadamente hispano-americana e que
na mão contrária da maioria dos movimentos literários irá influenciar escritores
europeus, principalmente espanhóis, no século XX.
117
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
118
TÓPICO 3 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA DO SÉCULO XIX
119
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
NOTA
3 O ROMANTISMO
O Romantismo surgiu na Europa no final do século XVIII e na América se
desenvolveu a partir do século XIX. De acordo com Aguiar e Silva (1979, p. 213):
DICAS
120
TÓPICO 3 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA DO SÉCULO XIX
121
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
Por isso, para o estudo deste tópico serão apresentados apenas alguns
escritores de maior relevância no movimento.
DICAS
122
TÓPICO 3 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA DO SÉCULO XIX
NOTA
123
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
E
IMPORTANT
124
TÓPICO 3 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA DO SÉCULO XIX
FONTE: <http://www.cervantesvirtual.com/portales/jose_marmol/imagenes_contexto/imagen/
imagenes_contexto_06_rugendas_rapto_cautiva/>. Acesso em: 20 set. 2018.
125
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
DICAS
Você quer saber como termina a história de La Cautiva? Então leia a obra
completa em:
126
TÓPICO 3 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA DO SÉCULO XIX
127
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
QUADRO 3 – YARAVÍ
¡Ay, amor!, dulce veneno,
ay, tema de mi delirio, ¡Ay, amor! glorioso infierno
solicitado martirio y de infernales injurias,
y de todos males lleno. león de celosas furias,
disfrazado de cordero.
¡Ay, amor! lleno de insultos,
centro de angustias mortales, ¡Ay, amor!, pero ¿qué digo,
donde los bienes son males que conociendo quién eres,
y los placeres tumultos. abandonando placeres.
soy yo quien a ti te sigo?
¡Ay, amor! ladrón casero
de la quietud más estable.
¡Ay, amor, falso y mudable!
¡Ay, que por causa muero!
FONTE: Lama (2007, p. 197)
DICAS
DICAS
128
TÓPICO 3 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA DO SÉCULO XIX
José Mármol é tido como o escritor que fez oposição ferrenha ao governador
de Buenos Aires, Juan Manuel de Rosas (1793-1877), político e militar, que, como
você deve ter observado, perseguiu ferozmente a seus inimigos políticos, entre
eles, escritores de renome.
DICAS
129
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
A escrita de Mármol irá fixar o sul das Américas como um local em que o
Romantismo se desenvolveu com mais força e o uso de elementos locais como a
paisagem, tema e protagonista dos romances escritos.
Piglia (2000, s.p.) se refere ao Facundo como “[...] un libro de ficción escrito
como si fuera un libro verdadero. En ese desplazamiento se define la forma del
libro, quiero decir que el libro le da forma a ese desplazamiento”. O autor ainda
ressalta que Facundo “es un punto de referencia esencial. La combinación de
modos de narrar y de registros que tiene el libro. Esa forma inclasificable. Se
inaugura ahí una gran tradición de la literatura argentina” (PIGLIA, 2000, s.p.).
130
TÓPICO 3 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA DO SÉCULO XIX
orgânico da evolução histórica continental”. Por não fazer parte de uma elite
intelectual, ser autodidata em sua própria educação e ter sido obrigado a ir para o
exílio, Sarmiento foi um dos maiores pensadores e escritores pós-independência
e que se dedicaram a explicar a influência do meio social nos fatos históricos
da América espanhola. Talvez, por isso, utiliza-se de recursos literários como a
ironia. E sem deixar de mencionar, é também informativo, muitas vezes, devido
ao ensino que demonstra sobre temas genuinamente argentinos.
131
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
DICAS
Você pode ler a obra Facundo, de Sarmiento, acessando o seguinte link: http://
www.hacer.org/pdf/Facundo.pdf.
Facundo também foi entendido pela crítica com um ensaio que trata a
oposição civilização e barbárie. É uma oposição temporal, que faz muito mais
referência à Idade Média que ao século XIX.
132
TÓPICO 3 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA DO SÉCULO XIX
A estes relatos se forma uma oposição que será a “nossa e a deles” e não se
fala em “nós”, mas se instala a ideia do bárbaro (a pessoa indígena, negra) frente
ao civilizado (pessoa branca), ou “a civilização e a barbárie”. Sobre estas ideias
Sarmiento desenvolveu a narrativa em Facundo.
133
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
Sus armas eran lanzas y bolas; sus trajes mixtos, a lo gaucho, a la francesa,
a la inglesa, a lo Adán los más. Cantaban un himno marcial al son de unas flautas
de cañuto de grueso carrizo, y las palabras Lucius Victorius Imperator, resonaban
con fragor en medio de repetidas ¡¡¡ba-ba-ba-ba-ba-ba-ba!!!
134
TÓPICO 3 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA DO SÉCULO XIX
Por otra parte, yo había nacido en esa egregia ciudad y ella iba a
enorgullecerse de verme llegar a sus puertas, no como Aníbal a las de Roma,
sino cual otro valiente Camilo.
DICAS
O tema pode ser ampliado com as leituras de Todorov (1993) e sua obra A
conquista da América. A Questão do Outro, quando o autor discute sobre não se levar em
conta o outro.
5 O REALISMO
O Realismo foi um gênero textual caracterizado por romper com o
Romantismo, tudo era escrito buscando uma verossimilhança, o interesse pela
sociedade e uma sobriedade na narrativa.
135
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
136
TÓPICO 3 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA DO SÉCULO XIX
DICAS
Para saber mais sobre o governo de Juan Manuel de Rosas, procure assistir
Camila (1984), filme baseado em uma história real que mostra o entorno social e cultural à
época do Romantismo.
Filme: Camila. Direção de Maria Luísa Bermberg. 1984. Disponível em: https://youtu.be/
cnAumCV-hMI
[...]
El matadero de la Convalecencia o del Alto, sito en las quintas al Sud de
la ciudad, es una gran playa en forma rectangular colocada al extremo de dos
calles, una de las cuales allí se termina y la otra se prolonga hacia el Este. [...]
Estos corrales son en tiempo de invierno un verdadero lodazal en el cual los
animales apeñuscados se hunden hasta el encuentro y quedan como pegados
y casi sin movimiento. En la casilla se hace la recaudación del impuesto de
corrales, se cobran las multas por violación de reglamentos y se sienta el juez
del matadero, personaje importante, caudillo de los carniceros y que ejerce la
suma del poder en aquella pequeña república por delegación del Restaurador.
- Fáciles calcular qué clase de hombre se requiere para el desempeño de
semejante cargo. [..]
137
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
DICAS
Você pode ler o texto El Matadero por completo e saber o que aconteceu no
matadouro. Disponível em https://bit.ly/2OnJfQs.
6 A POESIA GAUCHESCA
A Gauchesca foi um movimento literário desenvolvido particularmente
na região do Rio de la Plata e fundamental na formação da nação argentina. Após
as guerras pela independência em 1810, quando o homem do campo e o homem
urbano lutaram lado a lado pelas terras, surgiram escritores que incluiriam as
façanhas do gaucho em poemas que imitavam a fala e o modo de vida dos gauchos.
138
TÓPICO 3 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA DO SÉCULO XIX
NOTA
139
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
DICAS
“La aparición del gaucho en Argentina, sin embargo, siguió diferentes caminos.
No se daban en la campaña argentina las condiciones anteriormente expuestas, por lo que el
tipo del gaucho se demoró hasta el siglo XIX y fue apareciendo paulatinamente con distintas
atribuciones a las del gaucho del Uruguay. En opinión de Bonifacio del Carril, lo peculiar del
gaucho argentino fue, por un lado, su naturaleza errante, y, por otro lado, su condición de
alzado o fugado de la justicia. Fueron estas las condiciones que originaron, en cierta forma,
‘la leyenda del gaucho’ y de toda la literatura que le tuvo por protagonista”. Esta informação
e mais ainda está disponível no Portal de literatura gauchesca do Instituto Cervantes, em
https://goo.gl/dUkpUo.
140
TÓPICO 3 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA DO SÉCULO XIX
DICAS
Assista ao filme, uma adaptação de Martín Fierro (2007), realizado por Roberto
Fontanarrosa. Disponível em: https://bit.ly/2OAFFQ3.
141
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
DICAS
As críticas e textos sobre Martín Fierro são abundantes. Vale conferir não só
os mais recentes, mas os que foram decisivos para o conhecimento da obra que temos hoje
em dia. Citamos alguns autores que você pode consultar na internet: Jorge Luís Borges,
Leopoldo Lugones, Pablo Surieta, Vicente Rossi.
Leia o poema El Gaucho escrito por Jorge Luís Borges. Disponível em https://bit.ly/2A9YtAe.
A seguir você irá conhecer outro expressivo autor e sua obra, que são
referências na literatura sobre o gênero.
142
TÓPICO 3 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA DO SÉCULO XIX
DICAS
143
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
144
TÓPICO 3 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA DO SÉCULO XIX
Así se comprende que dos solos versos puedan reflejar el carácter del
paisano, con sus preocupaciones y su religión enteras, cuando Hidalgo pone
en boca del gaucho que va a afrontar un peligro, este compendio de su alma:
Esos que así son retratados, no son gauchos de este mundo ni del otro;
son simples camiluchos que no constituyen género de raza.
FONTE: CAMPO, Estanislao del. Fausto: impresiones del gaucho Anastasio El Pollo en la
representación de esta obra. Alicante: Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 1999. https://bit.
ly/2NVJ0N3. Acesso em: 20 set. 2018.
146
TÓPICO 3 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA DO SÉCULO XIX
NOTA
Diferente da visão de imigração ocorrida décadas antes, a partir de 1850 até final
de 1890 chega outra leva de imigrantes à Argentina. Eles se dedicam ao trabalho na cidade
porque é o período dos destaques de inovação tecnológica e científica. Essa geração de
imigrantes não veio com tantas ilusões como as anteriores e trazia consigo ideais socialistas
do anarquismo. Como exemplo temos as destacadas greves nacionais, como em 1878, e as
leis sancionadas que fazem referência direta à imigração (Lei nº 4.144 de Residencia). É dessa
época que surgem os “Conventillos” (cortiços) nas grandes cidades, que serão mencionados
em muitos textos literários e letras de tango.
147
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
NOTA
148
TÓPICO 3 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA DO SÉCULO XIX
• Produz-se uma série de novelas escritas por gente que esteve presente na
quebra da bolsa. Segue na linha do Naturalismo, melancolia e suicídio. La
Bolsa (1890) inclusive é o nome de uma novela escrita nesse mesmo ano pelo
jornalista e poeta argentino José María Miró (Buenos Aires, 1867-1896), mais
conhecido por seu pseudônimo literário Julián Martel.
• Constitui-se uma série de “heróis” porque com a chegada de culturas diferentes
é preciso identificar um salvador, herói.
• Os imigrantes conservavam seu patriotismo e queriam ter suas próprias leis,
gerando polêmicas. No outro lado, ressurge a ideia de argentinizar o país a
partir de uma campanha democratizadora da educação (já no governo de
Sarmiento se pensava assim).
• É nesta época que surgem os Folletines (Folhetín) e o teatro nacional que tem a
ver com a literatura gauchesca. O folclore também é presente.
• A linguagem jornalística é cada vez mais presente, com uma autonomia cada vez
maior do escritor, mas, por outro lado, uma profissionalização de muitos deles (a
imprensa os contratava e os pagava para publicar exclusivamente no gênero da
moda, até porque os jornais passam a ser diários em vez de bissemanais).
• A emergência das revistas gráficas e ilustradas. Começa aqui a publicidade
nessas revistas combinando duas linguagens (escrita e imagética). A classe
média foi a maior produtora e consumidora deste tipo de publicação.
DICAS
Sobre a publicação dos Folhetins, leia este artigo para saber mais sobre o
gênero e sua circulação:
El folletín como producto de la cultura popular en la prensa de fines del siglo XIX: entre el
estereotipo y el reconocimiento de un género en el diario. El Orden. RISCO, Ana María. Actas – IV
Congreso Internacional Latina de Comunicación Social – IV CILCS – Universidad de La Laguna,
dic. 2012. Disponível em: http://www.revistalatinacs.org/12SLCS/2012_actas/054_Risco.pdf.
Gutiérrez escolhe um público, de alguma maneira, mas ele não está tão
distante dele. A massa urbana, composta por setores rurais e estrangeira, invade a
cidade. Mas daí se constrói um estilo: aparece a imagem de dois mundos em conflito
entre a busca da estabilidade encontrando a instabilidade. O herói é esse conflito.
150
TÓPICO 3 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA DO SÉCULO XIX
DICAS
151
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
DICAS
Juan Moreira é uma obra que se sobrepõe ao texto impresso. Ela foi
apresentada, na mesma época, sob a forma de teatro gauchesco, marcando outras
características do gênero literário. Décadas mais tarde, fez parte de filmes, telenovelas,
radionovela e HQ. Um filme famoso é Juan Moreira, 1973, dirigido por Leonardo Favio. Você
pode consultar mais neste site: http://www.elortiba.org/old/moreira1.html.
7 O MODERNISMO
Nos países hispano-americanos surgiu um movimento literário denominado
Modernismo. Surgiu no final do século XIX, em torno de 1880, como uma resposta da
América hispânica à modernidade que se iniciava (JOZEF, 2005, p. 91).
No tópico anterior, vimos que o século XIX tinha sido sacudido por
sucessivos movimentos literários, os movimentos filosóficos, os questionamentos
e as angústias existenciais trouxeram uma nova percepção com a chegada do
Modernismo.
152
TÓPICO 3 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA DO SÉCULO XIX
• modificar ritmos;
• introduzir um vocabulário elegante;
• usar escolhas lexicais incomuns;
• realizar uma releitura de elementos autóctones;
• elaborar imagens poéticas.
DICAS
153
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
Martí foi exilado de Cuba com apenas 18 anos, indo residir na Espanha.
Viveu em vários países latino-americanos até fixar-se nos EUA, onde
viveu por 15 anos. Retornou a Cuba como o soldado-poeta e morreu
pela pátria, acreditando na futura nação livre e numa América Latina
emancipada de toda forma de dominação (VELOSO, 2011, p. 135).
Cree el aldeano vanidoso que el mundo entero es su aldea, y con tal que
él quede de alcalde, o le mortifique al rival que le quitó la novia, o le crezcan
en la alcancía los ahorros, ya da por bueno el orden universal, sin saber de
los gigantes que llevan siete leguas en las botas y le pueden poner la bota
encima, ni de la pelea de los cometas en el Cielo, que van por el aire dormidos
engullendo mundos. Lo que quede de aldea en América ha de despertar.
Estos tiempos no son para acostarse con el pañuelo en la cabeza, sino con las
armas en la almohada, como los varones de Juan de Castellanos: las armas del
154
TÓPICO 3 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA DO SÉCULO XIX
juicio, que vencen a las otras. Trincheras de ideas valen más que trincheras de
piedra. No hay proa que taje una nube de ideas. Una idea enérgica, flameada
a tiempo ante el mundo, para, como la bandera mística del juicio final, a un
escuadrón de acorazados. Los pueblos que no se conocen han de darse prisa
para conocerse, como quienes van a pelear juntos. Los que enseñan los puños,
como hermanos celosos, que quieren los dos la misma tierra, o el de casa chica,
que le tiene envidia al de casa mejor, han de encajar, de modo que sean una, las
dos manos. Los que, al amparo de una tradición criminal, cercenaron, con el
sable tinto en la sangre de sus mismas venas, la tierra del hermano vencido, del
hermano castigado más allá de sus culpas, si no quieren que les llame el pueblo
ladrón, devuélvanle sus tierras al hermano. Las deudas del honor no las cobra
el honrado en dinero, a tanto por la bofetada. Ya no podemos ser el pueblo de
hojas, que vive en el aire, con la copa cargada de flor, restallando o zumbando,
según la acaricie el capricho de la luz, o la tundan y talen las tempestades; ¡los
árboles se han de poner en fila para que no pase el gigante de las siete leguas!
Es la hora del recuento, y de la marcha unida, y hemos de andar en cuadro
apretado, como la plata en las raíces de los Andes (MARTÍ, 2010, p. 133).
155
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
NOTA
Em Buenos Aires publica Los Raros (1896) e Prosas Profanas y otros Poemas
(1896), ambas consideradas como as obras que validaram definitivamente o
movimento Modernista.
Prólogo
L'art c'est l'azur
Victor Hugo
I
¿Quién me lo trajo?
157
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
¡Qué hermosas páginas de deliciosa lectura, con prosa como versos, con versos
como música! ¡Qué brillo! todo luz, todo perfume, todo juventud y amor.
Pero, de un poeta verdadero, siempre inspirado, siempre artista, sea que suelte
al aire las alas azules de sus rimas, sea que talle en rubíes y diamantes las
facetas de su prosa.
Sí: pero aquel azul de las alturas que desprende un rayo de sol para dorar
las espigas y las naranjas, que redondea y sazona las pomas, que madura los
racimos y colora las mejillas satinadas de la niñez.
Sí, el arte es el azul, pero aquel azul de arriba que desprende un rayo de amor
para encender los corazones y ennoblecer el pensamiento y engendrar las
acciones grandes y generosas.
Eso es el ideal, eso el Azul con irradiaciones inmortales, eso lo que contiene el
cofre artístico del poeta.
¿Y aquellas alas de mariposa azul de qué nos sirven? preguntarán los que
nacieron sin alas. ¿De qué nos sirve eso que flota en el vago azul de los sueños?
Contesta el poeta: - Pour des certains êtres sublimes, planer c'est servir.
158
TÓPICO 3 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA DO SÉCULO XIX
DICAS
Você pode ler diversas obras de Rubén Darío em: Biblioteca Virtual Universal.
Disponível em: https://bit.ly/2C0ydKE.
8 A TRADIÇÃO
Ricardo Palma (1833-1919), escritor peruano, é considerado o inventor da
tradição, gênero literário que reúne narrativas locais e da região. Uma forma de
valorizar a escrita de histórias locais e que eram conhecidas oralmente em sua
maioria.
O gênero tradição foi uma produção escrita de fôlego. Ele levou em torno
de 40 anos para selecionar e compor os volumes das narrativas das tradições
que seriam publicadas, e o seu maior mérito literário reside no fato de cuidar e
preservar a memória coletiva.
159
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
DICAS
Você gostaria de saber mais sobre Ricardo Palma e sua obra? Leia este conto
em edição bilíngue, espanhol e português. Conto Meteorologia em tradução espanhol-
português. In: Rónai: Revista de Estudos Clássicos e Tradutórios, 2015, v. 3, n. 1, p. 46-48.
UFJF – Juiz De Fora. Tradução de Andréa Cesco e Mara Gonzalez Bezerra. Disponível em:
https://bit.ly/2pmn2o3.
9 AS CORRENTES IMIGRATÓRIAS
Nessa nova fase do continente, a riqueza já não se esvai totalmente para
a Europa, mas ainda a Europa se constitui no ideal da civilização, as famílias
abastadas ainda enviavam seus filhos para estudar na Europa, o que demonstra
como eram fortes a valorização e uma dependência do modelo idealizado, a
Europa, como símbolo de uma sociedade culta e moderna, o que para as Américas
acaba por desenvolver lentamente uma consciência nacional hispano-americana.
160
TÓPICO 3 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA DO SÉCULO XIX
161
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
FIGURA 18 – AS IMIGRAÇÕES
162
TÓPICO 3 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA DO SÉCULO XIX
LEITURA COMPLEMENTAR
FONTE: MANSILLA, Lucio V. Una Excursión a los indios Ranqueles. Edición de Saúl Sosnowski.
Edición revisada basada en la de Fundación Biblioteca Ayacucho. Caracas: Stockcero, 1984.
https://bit.ly/2xwEY2N. Acesso em: 29 mar. 2019.
163
UNIDADE 2 | PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA DOS SÉCULOS XVIII E XIX
temple romántico, dando como resultado que sea él una especie de solitario y casi
inexplicable adelantando del romanticismo en América hispana (Melgar, 2010).
Podemos evidenciar a Melgar como antecedente de la poesía peruana quien no
sólo abre paso a un Romanticismo propio, sino también a una poesía intercultural
inspirada en el mundo andino. Melgar no ha tenido la atención adecuada de la
crítica. Probablemente, muchos han sido los factores que han contribuido a ello,
así como las inmensas figuras poéticas peruanas posteriores a Melgar que han
ocupado la mayoría de las críticas literarias. En este caso, nos preguntamos,
¿Cuántos han sido inspirados por Melgar? (HÖGSKOLA, 2013, p. 8-9).
[...] Al cabo de pocos minutos de marcha, detiene su caballo, gira sus ojos,
y convencido de que no veía ni oía nada, hace tomar el paso a su caballo, y dice
a Eduardo:
164
TÓPICO 3 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA DO SÉCULO XIX
Amalia, sin vacilar, toma con sus manos un brazo de Eduardo, que,
recostado contra el marco de la puerta, hacía esfuerzos indecibles por mover su
pierna izquierda que le pesaba enormemente.
FONTE: MÁRMOL, José. Amalia. Alicante: Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 1999. https://
bit.ly/2xvjyUo. Acesso em: 21 set. 2018.
165
RESUMO DO TÓPICO 3
166
AUTOATIVIDADE
167
Pues se fue la niña bella, La princesita está bella,
bajo el cielo y sobre el mar, pues ya tiene el prendedor
a cortar la blanca estrella en que lucen, con la estrella,
que la hacía suspirar. verso, perla, pluma y flor.
168
UNIDADE 3
O PANORAMA DA LITERATURA
HISPANO-AMERICANA ENTRE OS
SÉCULOS XX E XXI
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
169
170
UNIDADE 3
TÓPICO 1
A LITERATURA HISPANO-AMERICANA NA
VIRADA DO SÉCULO XX
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, você estudará os movimentos da literatura hispano-
americana a partir do eclipse do Modernismo e o início dos movimentos
vanguardistas no continente americano.
171
UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
DICAS
• SANTOS, Lara Taline dos. História da América: das independências à globalização [livro
eletrônico]/Lara Taline dos Santos. Curitiba: InterSaberes, 2018. Livro disponível na Biblioteca
Pearson na Plataforma Gioconda.
172
TÓPICO 1 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA NA VIRADA DO SÉCULO XX
173
UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
174
TÓPICO 1 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA NA VIRADA DO SÉCULO XX
I II
Quién hace tanta bulla y ni deja Tiempo Tiempo.
Testar las islas que van quedando. Mediodía estancado entre relentes.
Un poco más de consideración Bomba aburrida del cuartel achica
en cuanto será tarde, temprano, tiempo tiempo tiempo tiempo.
y se aquilatará mejor Era Era.
el guano, la simple calabrina tesórea Gallos cancionan escarbando en vano.
que brinda sin querer, Boca del claro día que conjuga
en el insular corazón, era era era era.
salobre alcatraz, a cada hialóidea Mañana Mañana.
grupada. El reposo caliente aún de ser.
Un poco más de consideración, Piensa el presente guárdame para
y el mantillo líquido, seis de la tarde mañana mañana mañana mañana
de los más soberbios bemoles. Nombre Nombre.
Y la península párase ¿Qué se llama cuanto heriza nos?
por la espalda, abozaleada, impertérrita Se llama Lomismo que padece
en la línea mortal del equilibrio. nombre nombre nombre nombre.
FONTE: <https://bit.ly/2RnlIBC>. Acesso em: 2 dez. 2018.
175
UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
DICAS
Você pode ler o livro com a obra completa de Cesar Vallejo em pdf: https://
repositorio.ufsc.br/handle/123456789/178892.
VALLEJO, César. Obra poética completa. Caracas: Biblioteca Ayacucho, 1979.
4 A VANGUARDA HISPANO-AMERICANA
O movimento vanguardista com uma proposta existencialista surgiu
na virada do século XX em meio ao fervor de movimentos sociais, como o
Anarquismo, fortemente representado em terras hispano-americanas.
176
TÓPICO 1 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA NA VIRADA DO SÉCULO XX
DICAS
177
UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
DICAS
A revista Martín Fierro foi um importante veículo literário e deve o seu nome
ao personagem gauchesco criado por José Hernández. Você pode ler o texto completo do
Manifesto vanguardista em: Manifiesto de Martín Fierro: periódico quincenal de arte y crítica
libre.
GIRONDO, Oliverio. Martín Fierro: Periódico quincenal de arte y crítica libre. Buenos Aires, v.
1, n. 4, May. 1924. Disponível em: https://bit.ly/2BL2Djb.
178
TÓPICO 1 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA NA VIRADA DO SÉCULO XX
179
UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
180
TÓPICO 1 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA NA VIRADA DO SÉCULO XX
181
UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
DICAS
FUTURISMO: movimento artístico que surgiu na virada do século XX e que definhou após
a Primeira Guerra Mundial. Encontra-se na base de outros movimentos, como o Cubismo,
Dadaísmo, Surrealismo.
CUBISMO: movimento pictórico surgido dentro da vanguarda europeia e que se utiliza de
formas geométricas como expressão gráfica em obras de artes. Tem uma estreita relação com
a literatura por conta do relacionamento entre pintores e escritores, e o francês Guillaume
Apollinaire (1880-1918) será um de seus representantes, autor de um manifesto publicado
em 1912 marca o inicio do movimento. O Cubismo abre o caminho, posteriormente, para o
movimento estético literário Concretismo.
Para saber mais sobre o Cubismo, leia o Manifesto de Apollinaire na íntegra. Disponível em:
https://conteudos.files.wordpress.com/2016/02/manifestocubista.pdf.
Trabalhou durante toda a sua vida com as letras, por isso organizou
revistas, movimentos literários, antologias, escreveu artigos de crítica literária,
realizou palestras para universidades, ensinou literatura no exercício do
magistério e exerceu o cargo de diretor da Biblioteca Nacional Argentina, entre
outras atividade durante o século XX. O universo literário de Borges é estudado
sob diversos aspectos da crítica literária continuamente, e não se esgota.
182
TÓPICO 1 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA NA VIRADA DO SÉCULO XX
Mañana
A Antonio M. Cubero
DICAS
DICAS
Você pode saber mais sobre Jorge Luis Borges visitando o site on-line da
fundação organizada por Maria Kodama, em Buenos Aires:
Fundação Internacional Jorge Luis Borges – dedicada a difundir e manter a obra do escritor,
assim como realizar uma visita se estiver na cidade portenha. Disponível em: https://bit.
ly/2VI5Qbj.
Você já leu antes algo sobre Borges e sua fase vanguardista, agora vamos
falar de Borges e sua escrita após o movimento da vanguarda ser eclipsado e
o escritor continuar com sua escrita literária. Aqui, iremos falar um pouco do
conceito de ficção que Borges tinha, conforme dois de seus críticos: Ricardo Piglia
e Juan José Saer.
DICAS
Faça uma pausa antes de prosseguir e leia esse conto de Borges. Sugerimos
que durante a leitura você observe como Borges trabalha os elementos básicos de um conto:
o enredo, o tema, os personagens, a ação, o espaço e o tempo. El jardín de los senderos que
se bifurcan, de Jorge Luis Borges está disponível em: https://ciudadseva.com/texto/el-jardin-
de-los-senderos-que-se-bifurcan/.
184
TÓPICO 1 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA NA VIRADA DO SÉCULO XX
DICAS
DICAS
Assista a esta aula ministrada por Ricardo Piglia, eminente crítico e escritor argentino sobre
a vida de obra de Jorge Luis Borges e entenda melhor o que Piglia ensina sobre o escritor.
Vídeo: Ricardo Piglia analiza vida y obra de Jorge Luis Borges.
Disponível em: https://bit.ly/2ROjKJN.
gótica anglo-saxã com todas as suas características boas e más”, e inclui ao poeta
argentino, Leopoldo Lugones como escritores precursores de textos fantásticos
(CORTÁZAR, 1999, p. 92).
DICAS
186
TÓPICO 1 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA NA VIRADA DO SÉCULO XX
LEITURA COMPLEMENTAR
TEXTO 1:
Canto I
Cae
Cae eternamente
Cae al fondo del infinito
Cae al fondo del tiempo
Cae al fondo de ti mismo
Cae lo más bajo que se pueda caer
Cae sin vértigo
A través de todos los espacios y todas las edades
FONTE: HUIDOBRO, 2000, p. 18-19. Alicante. Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2000.
https://bit.ly/2QdMzzB. Acesso em: 1º dez. 2018.
TEXTO 2:
Leia o poema Sur de Jorge Luis Borges, publicado na obra Fervor de Buenos
Aires em 1923, ainda sob a influência do movimento ultraísta e perceba a quebra
de métrica, rima e as repetições, a falta de pontuação entre os versos, entre outros
aspectos.
El Sur
TEXTO 3:
[...]
188
TÓPICO 1 | A LITERATURA HISPANO-AMERICANA NA VIRADA DO SÉCULO XX
189
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A Vanguarda faz escola nas Américas, com pelo menos dois movimentos
expressivos: o Creacionismo e o Ultraísmo, com representantes de peso e uma
vasta produção textual.
190
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V, F, F.
b) ( ) V, V, F.
c) ( ) V, F, V.
d) ( ) V, V, V.
Questão A
I- A narrativa hispano-americana se tornou empobrecida no século XIX.
II- Os escritores hispano-americanos escreveram em prosa e verso.
III- Alguns escritores atravessaram décadas e movimentos literários.
Questão C
I- Cubismo e Futurismo são movimentos inseridos na Vanguarda.
II- Huidobro, autor de Altazor, foi precursor do Creacionismo.
III- Borges teve uma fase inicial de escritor conhecida como o jovem Borges.
192
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico são apresentados alguns escritores latino-americanos de
maior proeminência durante o século XX e que, devido aos críticos literários, se
tornaram canônicos nas letras hispano-americanas.
193
UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
DICAS
Tesis I
En uno de sus cuadernos de notas, Chejov registró esta anécdota: “Un hombre, en
Montecarlo, va al casino, gana un millón, vuelve a casa, se suicida”. La forma clásica del
cuento está condensada en el núcleo de ese relato futuro y no escrito. Contra lo previsible y
convencional (jugar-perder-suicidarse), la intriga se plantea como una paradoja. La anécdota
tiende a desvincular la historia del juego y la historia del suicidio. Esa escisión es clave para
definir el carácter doble de la forma del cuento.
Primera tesis: un cuento siempre cuenta dos historias.
194
TÓPICO 2 | O SÉCULO XX – A TEXTUALIDADE HISPANO-AMERICANA
E
IMPORTANT
195
UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
Teve seu auge na década de 1960 e início dos anos 1970 e “hacía 1972
varios reportajes a escritores y artículos periodísticos fueron índice de que se
había comenzado a decretar su extinción” (RAMA, 1984, p. 51), mas a essas
alturas a literatura hispano-americana se consolidava como produção própria de
um continente emergente.
196
TÓPICO 2 | O SÉCULO XX – A TEXTUALIDADE HISPANO-AMERICANA
DICAS
197
UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
Autor de diversos romances e contos, entre eles El pozo (1939), Para una tumba
sin nombre (1959) e Juntacadáveres (1964), esta última considerada sua obra-prima,
pertencente ao ciclo mítico da cidade de Santa Maria, a narrativa desenvolve a
chegada de Larsen à cidade com a intenção de abrir um bordel, porém as pessoas,
de forma geral, se opõem ao projeto e esta tensão é o fio condutor da história. Em
suas obras, a cidade mítica de Santa Maria será uma cidade criada por ele para
acomodar seus personagens fictícios, porém tão humana que se torna universal.
Com a Comala, de Juan Rulfo, e a Macondo, de García Márquez, formará um trio
de cidades míticas atemporais.
198
TÓPICO 2 | O SÉCULO XX – A TEXTUALIDADE HISPANO-AMERICANA
DICAS
Leia esta reportagem da revista Cult e saiba mais sobre o autor e sua obra
publicada no Brasil. O uruguaio Juan Carlos Onetti, cuja novela O poço chega ao Brasil,
recusou os arroubos épicos de seus contemporâneos e tornou-se um marco da narrativa
moderna, escrito por Julián Fuks.
Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/a-historia-de-uma-alma/.
199
UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
NOTA
DICAS
200
TÓPICO 2 | O SÉCULO XX – A TEXTUALIDADE HISPANO-AMERICANA
201
UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
DICAS
DICAS
Na obra indicada a seguir, você pode ler o texto de Pedro Páramo e El Llano en
Llamas, assim como os outros textos de Rulfo e uma fortuna crítica podem ser encontrados
na obra:
FELL, Claude. Juan Rulfo. Toda la obra. Edición crítica. 2. ed. Madrid; París; México; Buenos
Aires; São Paulo; Rio de Janeiro; Lima: ALLCA XX, Colección Archivos, 1996. Disponível em:
https://bit.ly/2FoAOja.
202
TÓPICO 2 | O SÉCULO XX – A TEXTUALIDADE HISPANO-AMERICANA
DICAS
203
UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
DICAS
DICAS
204
TÓPICO 2 | O SÉCULO XX – A TEXTUALIDADE HISPANO-AMERICANA
DICAS
Saiba mais sobre o escritor e sua obra no site de Mario Vargas Llosa, disponível
em: http://www.mvargasllosa.com/crono.htm.
FONTE: VARGAS LLOSA, MARIO. Los jefes. Los cachorros. Madrid: Santillana Ediciones
Generales, 2008, p. 9.
205
UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
DICAS
FONTE: VARGAS LLOSA, Mario. La ciudad y los perros. Barcelona, Seix Barral, Biblioteca de
bolsillo, 1986. https://bit.ly/2NwePv7. Acesso em: 16 nov. 2018.
Por ser membro do Partido Comunista de seu país saiu para o exílio.
Neruda foi um autor de poemas destacado do século XX e pelo conjunto de sua
obra recebeu, em 1971, o Prêmio Nobel de Literatura.
206
TÓPICO 2 | O SÉCULO XX – A TEXTUALIDADE HISPANO-AMERICANA
DICAS
Escute o poema escrito por Pablo Neruda: Walking around. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=R0AY3Ue75ZM. Para saber mais sobre o poeta, leia a
reportagem disponível em: https://bit.ly/2N05dUR.
207
UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
E
IMPORTANT
FONTE: CALASANS, Selma. Verbete. In: E-Dicionário de Termos Literários (EDTL). Coord. de
Carlos Ceia. Realismo Mágico. Dez. 27, 2009. http://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/realismo-
magico/. Acesso em: 20 dez. 2018.
DICAS
Veja a capa do livro publicada em 1978 e faça uma leitura semiótica da imagem
sobre os elementos do real maravilhoso na capa, é o reflexo de uma pessoa no espelho ou
uma moldura? As velas simbolizam o quê?
209
UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
FONTE: CARPENTIER, Alejo. El siglo de las luces. Edición de Ambrosio Fornet. Madrid:
Cátedra, 1982. https://bit.ly/2TVN26U. Acesso em: 16 nov. 2018.
210
TÓPICO 2 | O SÉCULO XX – A TEXTUALIDADE HISPANO-AMERICANA
A obra de Márquez, Cem Anos de Solidão, narra uma saga familiar. Uma
característica curiosa da obra é que os nomes se repetem praticamente em todas
as gerações, por isso o leitor encontra uma sucessão de Aurelianos, José Arcadio e
Buendía, e isso causa muitas confusões na leitura. É um fato comum o retorno de
alguns parágrafos ou páginas para recuperar informações sobre os personagens.
211
UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
212
TÓPICO 2 | O SÉCULO XX – A TEXTUALIDADE HISPANO-AMERICANA
DICAS
Leia esta bela reportagem de Demian Orosz, Medio siglo de Cien años de
soledad: una fiesta de la imaginación, publicada pelo Jornal La Voz, em 28 de maio de 2017.
Disponível em https://bit.ly/2DkNhDa.
213
UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
LEITURA COMPLEMENTAR
FRAGMENTO TEXTO 1:
Ana Pizarro
214
TÓPICO 2 | O SÉCULO XX – A TEXTUALIDADE HISPANO-AMERICANA
cordel en sus telas. Por otra parte, está el grupo de la Semana de 22 en Brasil, el de
las modernistas brasileñas: Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, activas en el combate
contra el arte oficial, académico, y en la propuesta recuperadora de la ‘brasilidad’.
Pareciera que en la plástica el gesto de modernización antecede, tanto en Brasil
como en México, a la literatura. En este, las artistas plásticas tienen su palabra
(PIZARRO, 2013, 26-27).
Juan Rulfo
[...]
Cuando Gastón Bachelard propone en su clásico estudio La poética del
espacio examinar las imágenes literarias de los “espacios de posesión”, de lo que
llama “espacios ensalzados”, “defendidos contra fuerzas adversas”, deja entrever
asimismo las posibilidades de una perspectiva opuesta, la de los espacios de la
hostilidad, “espacios del odio y del combate”, que solo podrían analizarse, para
decirlo con palabras de Bachelard, “refiriéndose a materias ardientes, a las imágenes
del apocalipsis” (1992, p. 21). Precisamente en la tensión entre lo poético y lo
apocalíptico, entre la posesión y lo desposeído, la figuración de los espacios en
El llano en llamas cobra un espesor significativo. Así lo advierte Jorge Rufinelli,
cuando subraya que la atmósfera desolada del paisaje rulfiano se transforma
en protagonista de sus relatos, imagen que no solo es simbolización de soledad
extrema sino que alude concretamente al despoblamiento del campo jalisciense en
los últimos años de la Revolución Mexicana, incluida la rebelión cristera de 1926-
1928: “En el ambiente físico de los cuentos de Rulfo se palpa la infertilidad de las
tierras, la pobreza absoluta de los personajes, un vagar constante hacia nadie sabe
dónde” (1982, p. 38). Notamos entonces que distintos desplazamientos espaciales
y temporales, concretos y simbólicos saturan los cuentos. Son con frecuencia
derroteros que no conforman una trayectoria buscada o en algo lograda por los
personajes. Si se puede definir como destino, difícilmente puede vérsela como
culminación, o no al menos como una culminación claramente diseñada en algún
momento del relato, ya que los personajes no la perciben en toda su dimensión –en
buena medida porque se difumina en la narración que ha clausurado de antemano
el sentido de esos desplazamientos. Los movimientos temporales contribuyen
a desarticular la concatenación de la historia contada, le otorgan espesor o la
desrealizan, crean distorsiones y ambigüedades, tal como se los describe en
“Luvina”: “Y es que allá el tiempo es muy largo. Nadie lleva la cuenta de las horas,
ni a nadie le preocupa cómo van amontonándose los años. Los días comienzan y se
acaban. Luego viene la noche. Solamente el día y la noche hasta el día de la muerte,
que para ellos es una esperanza” (RULFO, 2005, p. 106). Estos movimientos son tan
errantes como los del recuerdo, con meandros y atajos que casi siempre ingresan
215
UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
para desbaratar su razón de ser, para mostrar su inconsecuencia, que suele lograr
asidero en la oposición antes-ahora, acentuando la indeterminación temporal de los
episodios narrados. Así ocurre en otros relatos como “En la madrugada”, “¡Diles
que no me maten!”, “Acuérdate” o “El día del derrumbe”. [...] (SANCHOLUZ,
2018, p. 157-158).
FONTE: SANCHOLUZ, Carolina. El llano en llamas: hacia una “poética del espacio” en los
cuentos de Juan Rulfo. In: AÑÓN, V.; SANCHOLUZ, C.; HENAO-JARAMILLO, S. (Comps.).
(2017). Tropos, tópicos y cartografías: Figuras del espacio en la literatura latinoamericana. La
Plata: Universidad Nacional de La Plata. Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación.
(Colectivo crítico; 3). http://libros.fahce.unlp.edu.ar/index.php/libros/catalog/book/89. Acesso
em: 20 ago. 2018.
FRAGMENTO TEXTO 3:
En eso surgió de las barrancas la música del acordeón. Era una melodía
ubicua, deshilachada. Se interrumpía y volvía a empezar en un sitio distinto, a lo
largo de la caja acústica del río. Sonaba nostálgica y fantasmal.
216
TÓPICO 2 | O SÉCULO XX – A TEXTUALIDADE HISPANO-AMERICANA
Leia a continuação do conto na íntegra neste site: El Trueno entre las hojas.
Portal Guarani. Disponível em: https://bit.ly/2VJ1Pna.
FRAGMENTO TEXTO 4:
217
UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
escritura como trasfondo personal y cultural al que le falta una lenta evolución de
muchos siglos; por eso el cuento viene de una manera espontánea a un mexicano,
un peruano o un boliviano.
FONTE: CORTÁZAR, Julio. Julio Cortázar. Clases de literatura. Berkeley, 1980. 1. ed. Buenos
Aires: Aguilar, Altea, Taurus, Alfaguara, 2013. p. 45-46.
218
RESUMO DO TÓPICO 2
● Após a Vanguarda, começou uma afirmação literária que teve seu auge no
período do chamado boom hispano-americano.
● As teses sobre o conto de Ricardo Piglia são universais e são a chave para
explicar o gênero textual .
219
AUTOATIVIDADE
Talpa
Sin embargo, antes, entre los trabajos de tantos días difíciles, cuando
tuvimos que enterrar a Tanilo en un pozo de la tierra de Talpa, sin que nadie
nos ayudara, cuando ella y yo, los dos solos, juntamos nuestras fuerzas y
nos pusimos a escarbar la sepultura desenterrando los terrones con nuestras
manos – dándonos prisa para esconder pronto a Tanilo dentro del pozo y que
no siguiera espantando ya a nadie con el olor de su aire lleno de muerte –,
entonces no lloró.
220
Y de eso nos agarramos Natalia y yo para llevarlo. Yo tenía que
acompañar a Tanilo porque era mi hermano. Natalia tendría que ir también,
de todos modos, porque era su mujer. Tenía que ayudarlo llevándolo del
brazo, sopesándolo a la ida y tal vez a la vuelta sobre sus hombros, mientras
él arrastrara su esperanza.
[...]
FONTE: RULFO, Juan. El Llano en Llamas. 11. ed. Madri: Cátedra, 1999. http://ciudadseva.
com/texto/talpa/. Acesso em: 19 dez. 2018.
221
a) Reflita sobre o tema do poema tendo em conta o pensamento da autora
sobre lugar feminino na sociedade e a busca de um lugar reconhecido para
a mulher nos espaços literários.
222
UNIDADE 3
TÓPICO 3
A LITERATURA CONTEMPORÂNEA
HISPANO-AMERICANA
1 INTRODUÇÃO
Falar de uma literatura hispano-americana contemporânea é reconhecer
no bojo de sua formação a composição de inúmeras vozes. Procurar entender o
processo criativo é pensar desde um ponto de vista polimórfico. É uma estética
composta por múltiplos gêneros e estilos formados a partir da contribuição de
diversas fontes, escritas, pictóricas ou oral que está em constante movimento e a
qualquer momento surgirão novas tendências e estilos.
Nos séculos XIX e XX, a região central da América passou por mudanças
significativas: emancipação de regiões, consolidação geopolítica de outras regiões
(pertencimento das Ilhas das Antilhas, por exemplo), novas migrações, guerras
civis, entre outras situações. Tudo isso contribuiu para os movimentos artísticos
adquirirem certas características de identidade, afastando-se cada vez mais das
referências europeias presentes até então.
223
UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
Uma das características é o tema social das narrativas que não passa a se
concentrar somente no México, mas em muitos países da América Central e região
caribenha. O tema social pode ser identificado como denúncia e testemunho de
violências, já que muitos escritores presenciaram ou foram alvos de situações,
como confrontos internos e ditadura.
Hoy los autores muestran una gran producción cuya variedad llama
la atención. La nueva novela histórica, la novela negra, lo fantástico
cotidiano, la tendencia urbana sobre la agraria, muestran rasgos
comunes en los siete países, pero a la vez mantienen una gran gama
de enfoques y tratamientos.
No cabe duda de que la literatura centroamericana actual pretende
menos y logra más. Los escritores quieren contar su historia sin afanes
de gran trascendencia y sin aspiraciones a un nuevo boom. Algunas
casa editoriales ya han notado la veta y estimulan esta producción
(BERMÚDEZ, 2002, s.p.).
224
TÓPICO 3 | A LITERATURA CONTEMPORÂNEA HISPANO-AMERICANA
DICAS
225
UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
DICAS
3 A LITERATURA RIO-PLATENSE
Na Unidade 2, você viu um pouco da literatura rio-platense a partir da
produção gaúcha na Argentina do século XVIII a XX. Nos próximos subtópicos,
trataremos um pouco da contribuição contemporânea da literatura produzida na
região do Rio da Prata.
226
TÓPICO 3 | A LITERATURA CONTEMPORÂNEA HISPANO-AMERICANA
DICAS
Leia o poema Peichaite nga’u / Ojalá así fuera, de Susy Delgado, escrito
em três línguas: Guarani, Espanhol e Português, e disponibilizado no Blog de
Antonio Miranda, onde há outros poemas trilingues.
227
UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
DICAS
228
TÓPICO 3 | A LITERATURA CONTEMPORÂNEA HISPANO-AMERICANA
DICAS
Será impossível esgotar a lista de escritores que merecem ser destacados, assim,
neste link pode ser encontrada uma enorme lista de escritores paraguaios que contribuíram
significativamente para as letras hispano-americanas, além de praticar uma inclusão literária
ao escrever em guarani e castelhano.
Disponível em: http://www.educando.edu.do/portal/conoces-algunos-escritores-
paraguayos-y-sus-obras/.
DICAS
229
UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
4 A LITERATURA ANDINA
A literatura hispano-americana contemporânea se nutre das mais diversas
culturas e conhecimentos autóctones, mesmo que não o reconheça inicialmente.
Da mesma forma que o barroco, principalmente nas artes e na arquitetura, ao
migrar para as Américas misturou-se com os elementos existentes e tornou-se um
barroco hispano-americano.
230
TÓPICO 3 | A LITERATURA CONTEMPORÂNEA HISPANO-AMERICANA
AUTOR OBRA
Jorge Franco (1964), autor Romance Rosario Tijeras ( 2002)
colombiano Filme Rosario Tijeras ( 2005) direção de Emilio
Maillé
231
UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
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TÓPICO 3 | A LITERATURA CONTEMPORÂNEA HISPANO-AMERICANA
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UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
LEITURA COMPLEMENTAR
234
TÓPICO 3 | A LITERATURA CONTEMPORÂNEA HISPANO-AMERICANA
[...]
Una perspectiva más atenta a la reestructuración mundial de las prácticas
culturales puede registrar cómo se han desmaterializado las artes y la literatura
en la época de su reproductibilidad tecnológica. Las relaciones de la escritura y la
lectura con lo audiovisual y lo digital nos conducen a un nuevo régimen simbólico.
¿Se disuelve la consistencia del arte y la literatura, como algo distinto de la nada,
que la resiste, en este tiempo de flujo digital generalizado de imágenes y escrituras?
FONTE: CANCLINI, Nestor. ¿Por qué hay literatura y no más bien nada? In: BASILE, Teresa;
FOFFANI, Enrique. (Orgs.). Literaturas compartidas. La Plata, Universidad Nacional de La Plata.
Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación, 2014. (Colectivo crítico; 1). https://bit.
ly/2RnwFmP. Acesso em: 14 maio 2018.
235
UNIDADE 3 | O PANORAMA DA LITERATURA HISPANO-AMERICANA ENTRE OS SÉCULOS XX E XXI
236
RESUMO DO TÓPICO 3
• A região Andina nos faz pensar em países que têm em comum a Cordilheira
dos Andes, por isso apresentamos em conjunto: Peru, Bolívia, Chile e Colômbia
e destacamos alguns de seus mais conhecidos autores atuais.
237
AUTOATIVIDADE
FONTE: PAZ, Octavio. El Arco y la Lira. El poema, la revelación poética, poesía e história. 3.
ed. México: Fondo de cultura económico, 1972. p. 23-24.
Poema II
Muda, mi amiga,
sola en lo solitario de esta hora de muertes
y llena de las vidas del fuego,
pura heredera del día destruído.
238
a) Leia o poema em voz alta, devagar e respeitando a pontuação. Observe
onde recaem as sílabas tônicas.
3 Leia a seguir a letra da canção de Juanes, chamada Rosario Tijeras, que conta
a vida de uma sicaria (pessoa contratada para matar outras pessoas em
troca de dinheiro). A canção pertence ao disco Mi Sangre (2004) e traz a
famosa obra colombiana de Jorge Franco, de mesmo nome. Perceba como a
personagem está colocada na canção e faça uma breve descrição dela e de
sua situação social
239
240
REFERÊNCIAS
AGUIAR E SILVA, V. M. de. Teoria da literatura. 3. ed. Coimbra: Livraria
Almedina, 1979.
ARELLANO, Ignacio. Historia del teatro español del siglo XVII. 5. ed. Madri:
Ediciones Cátedra, 2012.
241
BETHELL, L. (Ed.). Historia De América Latina. 5. ed. La Independencia.
Tradução de Àngels Sola. Barcelona: Editorial Crítica, 2001.
CANCLINI, Nestor. ¿Por qué hay literatura y no más bien nada? In: BASILE,
Teresa; FOFFANI, Enrique. (Orgs.). Literaturas compartidas. La Plata:
Universidad Nacional de La Plata. Facultad de Humanidades y Ciencias de la
Educación, 2014. (Colectivo crítico; 1). https://bit.ly/2RnwFmP. Acesso em: 14
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242
CONCEITO.DE. Dicionário de Conceitos. Online. 2015. https://conceito.de/
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descolonização na américa latina. In: García de la Pena, J. S. I.; Izquierdo
Blanco, M.; Palacios Diaz, A. M. (Org.). Anais do... V Congresso Nordestino de
Professores de Espanhol (nov. 2014). I Congresso Internacional do Ensino de
Espanhol, 2015. Madrid. Secretaría General Técnica. Centro de Publicaciones.
Ministerio de Educación, Cultura y Deporte, 2015, p. 35-43. https://goo.gl/
iPFU9H. Acesso em: 14 maio 2018.
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GAMERO CANO, F. de L. La poesía peruana arequipeña, romántica e
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