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Eletrônica de Potência I

Conversor Buck-Boost

Prof. Bruno S. Dupczak, Dr. Eng.


Departamento Acadêmico de Eletrotécnica – DAE
Conversor Buck-Boost
• Também conhecido como conversor abaixador-elevador
de tensão, esta estrutura proporciona uma tensão de
saída com valor médio maior ou menor que o da tensão
de entrada;
• As aplicações para o conversor Buck-Boost são diversas e
diferem dos usos dos reguladores lineares, visto que
aqueles apenas diminuem a tensão. Por outro lado, o
conversor em estudo pode apresentar na saída uma
tensão inferior, igual, superior a da entrada;
• No convesor Buck-Boost a tensão de saída apresenta
polaridade invertida em relação a tensão de entrada;

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Etapas de Operação
• O conversor Buck-Boost, operando no modo de condução
contínua, apresenta duas etapas de operação:

• ETAPA 1 (0 < t < D.Ts): Interruptor S conduzindo (on). A


tensão entre os pontos “a” e “b” será igual a tensão de
entrada. A corrente no indutor Li irá crescer linearmente.
A carga será alimentada pelo capacitor Co;

• ETAPA 2 (D.Ts < t < Ts): Interruptor S bloqueado (off). O


diodo D entra em condução. A tensão entre os pontos “a”
e “b” será igual a tensão da saída. A corrente circula por
Li, pelo diodo e pela carga. Nesta etapa ocorre a
desmagnetização do indutor Li.

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Etapas de Operação

(0 < t < D.Ts)

(D.Ts < t < Ts)

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Análise da Tensão de Saída
• Cálculo do valor médio da tensão Vab:

Portanto, o valor médio


da tensão de saída (Vo)
• A tensão entre os pontos “a” e “b” é igual a tensão é definido como sendo:
sobre o indutor. Esta tensão em regime permanente
D
deve ser zero, pois o indutor é magnetizado e Vo  Vi
desmagnetizado a cada período de comutação. Assim, 1 D
tem-se que:

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Ganho Estático

D
Vi
G
Vo
 1 D
Vi Vi

D
G
1 D

0<D<0,5  Modo Buck


D=0,5  Ganho Unitário
0,5<D< 1  Modo Boost

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Correntes no Circuito
• O valor médio da corrente na carga (Io) é definido por:

• Por sua vez, o valor médio da corrente de entrada em


função da corrente de saída, pode ser determinado por:

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Correntes no Circuito
• A corrente no indutor, além do valor médio, apresenta
uma ondulação (ripple), determinada durante o
intervalo de condução do interruptor S;
• Considerando que a corrente terá comportamento linear
durante o intervalo de comutação, tem-se que:

• Como Vi = [(1-D)/D].Vo a expressão anterior torna-se:

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Correntes no Circuito
• Parametrizando a expressão em função de Vo, Li e Fs,
constata-se a máxima ondulação de corrente no indutor
do conversor Buck-Boost ocorre para D = 0;


Vo  1  D 
Na prática, especifica-se um valor de ∆ILi de 10 a 20% do
valor médio de corrente no indutor;
Li 
I Li  Fs

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Correntes no Circuito
• A partir da forma de onda, obtém-se o valor eficaz da
ondulação de corrente ∆ILi como sendo:

• O valor eficaz total da corrente no indutor será a soma


quadrática do valor médio com o valor eficaz de
ondulação;

• O valor eficaz da corrente no capacitor de saída deve ser


determinado considerando que toda ondulação de
corrente do diodo ( ΔID ) irá circular pelo filtro, visto que
a corrente na saída é contínua;

I    Io 
2
I Co,ef 
2
D1  ef 
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Ondulação da tensão de saída
• A ondulação (ripple) na tensão de saída é determinada a
partir da corrente que circula pelo capacitor de filtro;

• Enquanto o interruptor está conduzindo (∆t = D.Ts), o


capacitor Co alimenta a carga com corrente constante Assim como abordado
anteriormente, o
igual a Io. Deste modo, a ondulação de tensão será:
capacitor escolhido deve
apresentar uma RSE que
ocasione uma ondulação
de tensão dentro dos
limites especificados;

• Assim, estipulando um valor de ondulação da tensão de


saída ∆VCo (na prática entre 2% e 5% do valor médio Vo), VCo
determina-se o capacitor de saída Co ; RSE 
I Co

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Corrente no capacitor de saída (∆ICo)
• Corrente no diodo (iD)

I Li
iD ,max  I Li ,max  I Li ,md 
2
iD ,min  0

• A corrente no capacitor de saída (iCo) será:


iCo  iD  I o ,md
I Li
iCo,max  iD,max  I o, md  I Li, md   I o, md
2
iCo,min  iD,min  I o, md   I o, md

Observe que a
I Co  I Co ,max  I Co ,min ondulação de corrente no
capacitor depende do
• Portanto: I Li valor médio da corrente
I Co  I Li ,md  no indutor Li.
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Esforços de Corrente e Tensão nos
Semicondutores
• Interruptor (S):

• Diodo (D):

No conversor Buck-Boost, a tensão de bloqueio dos


interruptores precisa ser dimensionada em função da soma
das tensões de saída e de entrada (Vi+Vo). Na prática, o
componente escolhido deve suportar de 1,7 a 2,0 vezes este Prof. Bruno S. Dupczak
valor);
• Vin = 12 V
Tarefa 3 • Vo = 24 V
1. Projete e simule um conversor Buck-Boost, considerando as • Po = 10,5 W
especificações ao lado. Considere inicialmente S, D, Li e Co • Fs = 20 kHz
como componentes ideais (sem resistências); • ∆ILi = 10% de ILi
– Verifique se os valores simulados estão de acordo com os valores • ∆VCo = 3% de Vo
calculados e as especificações propostas;
– Simular inicialmente sem o filtro LC de entrada. Após verificar que está a
simulação está funcionando, adicionar este filtro (filtro LC do conv. Buck)
– Na simulação use um passo de cálculo de 0,1 us e um tempo de Observe que as
simulação suficiente para atingir o regime permanente;
especificações são
2. Escolha componentes comerciais para S, D e Co similares ao do projeto
– Tome cuidado em escolher um componente compatível para operar anterior (conversor Boost)
em alta frequência;
– Siga as observações apresentadas na aula para a escolha dos
componentes; Para esta especificação,
– Determine no catálogo os valores de resistência dos componentes quais as vantagem do
(mais a queda de tensão VTO no caso do diodo); conversor Buck-Boost
3. Crie um novo arquivo de simulação (não ideal) e compare em relação ao conversor
os resultados com o caso ideal; Boost ?
– Qual o novo valor de razão cíclica (D) é necessário para obter o valor Po
especificado de tensão de saída Vo ? Buck _ Boost 
Po  PS  PD  PCo
4. Calcule as perdas por condução em S, D e Co
– Considerando apenas estas fontes de perdas, qual seria o rendimento
deste conversor Buck-Boost?
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– Seja Tj = 125oC e Tamb = 30oC, é necessário dissipador para S ou D ?
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Referências Bibliográficas
[1] POMILIO, J.A. Eletrônica de Potência (Notas de Aula). UNICAMP,
2009.

[2] PETRY, C.A. Curso Básico de Eletrônica de Potência (Notas de


Aula). IFSC, 2014.

[3] BARBI, I. Eletrônica de Potência. INEP-UFSC, 6ª Edição, 2006.

[4] AHMED, A. Eletrônica de Potência. São Paulo: Prentice Hall,


2000.

[5] MARTINS, D. C; BARBI, I. Introdução ao estudo dos conversores


CC‐CA. Edição do Autor, 2005.

[6] ERICKSON, R.W. Fundamentals of Power Electronics. Chapman &


Hall, 1997.

[7] MARTINS, D. C; BARBI, I. Conversores CC-CC Básicos Não


Isolados. Edição do Autor, 2000.

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