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Conversores Estáticos de

Potência – CC-CC
FEEVALE

Prof. Ronaldo Antonio Guisso

2º Semestre de 2023
Aula Anterior
• Conversores CC-CC (Choppers)
➢Princípios básicos de funcionamento
➢Conversor abaixador (buck)
Conversor elevador (boost)
• Conversor boost:

➢ A tensão de saída Vo é sempre maior do que a tensão de entrada Vin;

➢ Tal como o conversor buck, o conversor boost pode operar tanto no modo
contínuo quanto no modo descontínuo;

➢ Pode manter a tensão de saída regulada, mesmo com variações na tensão


de entrada (pré-regulador);

➢ Além da função de pré-regulador, o conversor boost tem sido usado na


correção do fator de potência.

Fonte: (BARBI, I. , MARTINS, D. C., 2000)


Conversor elevador (boost):
Condução contínua
• No modo de condução contínua, o conversor boost apresenta
duas etapas de funcionamento.
➢ 1ª etapa – Carga do indutor L: o interruptor S encontra-se em
condução, fazendo com que o indutor L armazene energia, através
da fonte Vin. A corrente iL(t) cresce de um valor mínimo (IL MÍN) até
um valor máximo (IL MÁX). O diodo encontra-se reversamente
polarizado. O capacitor de saída descarrega-se durante esta etapa,
fornecendo energia à carga.

Fonte: (BARBI, I. , MARTINS, D. C., 2000)


Conversor elevador (boost):
Condução contínua
➢2ª etapa – Descarga do indutor L: o interruptor S
encontra-se bloqueado e o diodo D entra em condução
para conduzir a corrente que circula no indutor. Nessa
etapa, o interruptor S é submetido a uma tensão Vo e o
indutor transfere para a carga a energia acumulada na
etapa anterior.

Fonte: (BARBI, I. , MARTINS, D. C., 2000)


Conversor elevador (boost):
Condução contínua
• Formas de onda:

Fonte: (BARBI, I. , MARTINS, D. C., 2000)

Fonte: (BARBI, I. , MARTINS, D. C., 2000)

Fonte: (BARBI, I. , MARTINS, D. C., 2000)


Conversor elevador (boost):
Condução contínua
• Equacionamento
➢Seja i1(t) a corrente no indutor durante a primeira etapa:
𝑉𝑖𝑛
𝑖1 𝑡 = 𝑖𝐿𝑚𝑖𝑛 + 𝑡
𝐿
➢Para t = ton tem-se que i1(ton) = IL máx:
𝑉𝑖𝑛 𝑉𝑖𝑛
𝐼𝐿𝑚𝑎𝑥 − 𝐼𝐿𝑚𝑖𝑛 = 𝑡𝑜𝑛 ∆𝐼𝐿 = 𝑡𝑜𝑛
𝐿 𝐿
➢Seja i2(t) a corrente no indutor durante a segunda etapa:
𝑉𝑖𝑛 − 𝑉𝑜
𝐼2 𝑡 = 𝐼𝐿𝑚𝑎𝑥 + 𝑡
𝐿
➢Para t = toff tem-se que i2(toff) = IL mín:
𝑉𝑖𝑛 −𝑉𝑜 𝑉𝑖𝑛 −𝑉𝑜
𝐼𝐿𝑚𝑖𝑛 = 𝐼𝐿𝑚𝑎𝑥 + 𝑡𝑜𝑓𝑓 ∆𝐼𝐿 = − 𝑡𝑜𝑓𝑓
𝐿 𝐿
Conversor elevador (boost):
Condução contínua
• Igualando-se as equações tem-se que:
𝑉𝑖𝑛 𝑉𝑖𝑛 −𝑉𝑜
𝑡 = − 𝑡𝑜𝑓𝑓 𝑉𝑖𝑛 𝑡𝑜𝑛 = −(𝑉𝑖𝑛 − 𝑉𝑜 )𝑡𝑜𝑓𝑓
𝐿 𝑜𝑛 𝐿

• Substituindo-se as equações da razão cíclica e do


período:
𝑉𝑜 1
=
𝑉𝑖𝑛 1 − 𝐷
• Dessa forma, conclui-se que o ganho estático (M) do
conversor boost é uma função somente da razão cíclica,
não dependendo do valor da corrente de saída (carga).
Conversor elevador (boost):
Condução contínua
• Determinação do valor do indutor
➢Seja ΔIL a variação de corrente no indutor:
𝑉𝑖𝑛
∆𝐼𝐿 = 𝐷𝑇
𝐿
➢Assim, o valor do indutor pode ser determinado por:
𝑉𝑖𝑛 𝐷
𝐿=
∆𝐼𝐿 𝑓
➢Portanto, quanto maior a frequência de comutação ou
quanto maior a ondulação permissível menor será o
valor do indutor.
Conversor elevador (boost):
Condução contínua
• Determinação do valor do capacitor
➢Seja ΔVC a variação da tensão no capacitor, que é igual à
variação da tensão na saída do conversor ΔVo, uma vez que o
capacitor é conectado em paralelo com a carga. Durante a
primeira etapa o capacitor está sendo descarregado pela ação
da corrente de carga (Io). Assim:
∆𝑉𝐶
𝐼𝑜 = 𝐶
𝑡𝑜𝑛
➢ Dessa forma, pode-se determinar o valor do capacitor por:
𝐼𝑜 𝐷
𝐶=
∆𝑉𝐶 𝑓
Conversor elevador (boost):
Condução contínua
• Valores de correntes
➢A corrente no indutor corresponde à corrente de entrada do
conversor. Logo, o valor médio da corrente no indutor pode
ser dado por:

𝑃𝑜
𝐼𝑖𝑛 =
𝜂𝑉𝑖𝑛
➢Para calcular o valor de pico na corrente do indutor tem-se
(os valores de pico no interruptor e no diodo são iguais ao
valor de pico na corrente do indutor):

Δ𝐼𝐿 𝑉𝑖𝑛 𝐷 𝑃𝑜
𝐼𝐿𝑚𝑎𝑥 = + 𝐼𝑖𝑛 𝐼𝐿𝑚𝑎𝑥 = +
2 2𝐿𝑓 𝜂𝑉𝑖𝑛

➢Já o valor mínimo da corrente no indutor é determinado por:


Δ𝐼𝐿
𝐼𝐿𝑚𝑖𝑛 = 𝐼𝑖𝑛 −
2
Conversor elevador (boost):
Condução contínua
• Valor mínimo do indutor
➢Para garantir a operação em condução contínua, o mínimo
valor da corrente no indutor deve ser maior do que zero.
Pode-se determinar o mínimo valor de indutor que garante
esta condição, fazendo-se a corrente mínima igual a zero
(condução crítica). Assim
2
𝑉𝑖𝑛 𝐷𝜂
𝐿 ≥ 𝐿𝑚𝑖𝑛 =
2𝑃𝑜 𝑓
Conversor elevador (boost):
Condução descontínua
• Se o valor do indutor é menor que Lmin o conversor boost
opera em condução descontínua. Nesse modo, o princípio
de funcionamento do conversor pode ser descrito em 3
etapas:
➢1ª etapa) Durante essa etapa o interruptor S encontra-se em
condução, fazendo com que o indutor armazene energia.
Dessa forma, a tensão no indutor é (Vin) a corrente iL cresce
até um valor máximo (ILmáx).
➢2ª etapa) Quando o interruptor S é bloqueado em ton, a
corrente é desviada para o diodo. A energia que foi
acumulada no indutor é transferida para a carga e a corrente
decresce linearmente em uma taxa (Vin–Vo)/L.
➢3ª etapa) Após um intervalo de tempo td a corrente no
indutor chega a zero e o diodo é bloqueado. A potência é
transferida para a carga somente pelo capacitor. A tensão no
indutor durante esse período é nula.
𝑉𝑜 1
=
𝑉𝑖𝑛 1 − 𝐷
Conversor elevador (boost):
Condução descontínua

Fonte: (BARBI, I. , MARTINS, D. C., 2000)

Fonte: (BARBI, I. , MARTINS, D. C., 2000)

Fonte: (BARBI, I. , MARTINS, D. C., 2000)


Fonte: (BARBI, I. , MARTINS, D. C., 2000)
Conversor boost operando em
correção do fator de potência

Retificadores comutados na
frequência da rede produzem
elevada distorção de corrente
e baixo fator de potência.

Fonte: (BARBI, I. , MARTINS, D. C., 2000)

Fonte: (BARBI, I. , MARTINS, D. C., 2000)


Conversor boost operando em
correção do fator de potência
• No modo de condução contínua, a forma de onda da corrente é
ainda menos distorcida, mas o conversor deve operar em malha
fechada para ajustar a razão cíclica e obter uma corrente de
entrada senoidal;
• A referência de corrente segue a forma de onda da tensão de
entrada. Sua amplitude é determinada pelo balanço de potência
(potência de entrada igual à potência de saída), monitorando-se
a tensão de saída.

Fonte: (BARBI, I. , MARTINS, D. C., 2000)

Fonte: (BARBI, I. , MARTINS, D. C., 2000)


Conversor boost operando em
correção do fator de potência
• Várias topologias de conversores podem operar na correção do
fator de potência (PFC – Power Factor Correction). Porém, o
mais popular é o conversor boost;
• No modo de condução descontínua, o conversor pode operar
em malha aberta (com razão cíclica constante, podendo ser
ajustada para regular a tensão de saída), e a corrente filtrada de
entrada apresenta baixa distorção, com elevado fator de
potência (~0,98).

Fonte: (BARBI, I. , MARTINS, D. C., 2000)


Conversor buck-boost
• Conversor buck-boost:
➢ Possibilidade de operação com tensão de saída Vo maior ou
menor do que a tensão de entrada Vin;
➢ As formas de onda e o funcionamento deste conversor são
bastante semelhantes ao conversor boost;
➢ Uma característica desfavorável desta topologia é que tanto
o interruptor quanto o diodo são submetidos à soma da
tensão de entrada com a tensão de saída;
➢ Outra característica importante é que a tensão na carga
apresenta polaridade contrária em relação à tensão de
alimentação.

Fonte: (BARBI, I. , MARTINS, D. C., 2000)


Conversor buck-boost:
Condução contínua
• No modo de condução contínua, o conversor buck-boost
apresenta duas etapas de funcionamento.
➢ 1ª etapa – Carga do indutor L: o interruptor S encontra-se
em condução, fazendo com que o indutor L armazene
energia, através da fonte Vin. A corrente iL(t) cresce de um
valor mínimo (ILMÍN) até um valor máximo (ILMÁX). O diodo
encontra-se reversamente polarizado. O capacitor de saída
descarrega-se durante esta etapa, fornecendo energia à
carga.

Fonte: (BARBI, I. , MARTINS, D. C., 2000)


Conversor buck-boost:
Condução contínua
➢ 2ª etapa – Descarga do indutor L: o interruptor S encontra-
se bloqueado e o diodo D entra em condução para conduzir
a corrente que circula no indutor. Nessa etapa, o interruptor
S é submetido a uma tensão Vin + Vo e o indutor transfere
para a carga a energia acumulada na etapa anterior.

Fonte: (BARBI, I. , MARTINS, D. C., 2000)


Conversor buck-boost: Condução
contínua
• Formas de onda:

Fonte: (BARBI, I. , MARTINS, D. C., 2000)

Fonte: (BARBI, I. , MARTINS, D. C., 2000)


Fonte: (BARBI, I. , MARTINS, D. C., 2000)
Conversor buck-boost: Condução
contínua
• Equacionamento
➢ Seja i1(t) a corrente no indutor durante a primeira etapa:
𝑉𝑖𝑛
𝑖1 𝑡 = 𝐼𝐿𝑚𝑖𝑛 + 𝑡
𝐿
➢ Para t = ton tem-se que i1(ton) = ILmáx:
𝑉 𝑉
𝐼𝐿𝑚𝑎𝑥 − 𝐼𝐿𝑚𝑖𝑛 = 𝑖𝑛 𝑡𝑜𝑛 Δ𝐼𝐿 = 𝑖𝑛 𝑡𝑜𝑛
𝐿 𝐿
➢ Seja i2(t) a corrente no indutor durante a segunda etapa:
𝑉𝑜
𝑖2 𝑡 = 𝐼𝐿𝑚𝑎𝑥 − 𝑡
𝐿
➢ Para t = toff tem-se que i2(toff) = ILmín:
−𝑉 𝑉
𝐼𝐿𝑚𝑖𝑛 = 𝐼𝐿𝑚𝑎𝑥 + 𝑜 𝑡𝑜𝑓𝑓 Δ𝐼𝐿 = 𝑜 𝑡𝑜𝑓𝑓
𝐿 𝐿
Conversor buck-boost: Condução
contínua
• Igualando-se as equações tem-se que:
𝑉𝑖𝑛 𝑉𝑜
𝑡𝑜𝑛 = 𝑡𝑜𝑓𝑓
𝐿 𝐿

• Substituindo-se as equações da razão cíclica e do período:


𝑉𝑜 𝐷
=
𝑉𝑖𝑛 1 − 𝐷
• Dessa forma, conclui-se que o ganho estático (M) do
conversor buck-boost também é uma função somente da
razão cíclica, não dependendo do valor da corrente de
saída (carga).
Conversor buck-boost: Condução
contínua
• Determinação do valor do indutor
➢ Seja ΔIL a variação de corrente no indutor:
𝑉𝑖𝑛
Δ𝐼𝐿 = 𝐷𝑇
𝐿
➢ Assim, o valor do indutor pode ser determinado por:
𝑉𝑖𝑛 𝐷
𝐿=
Δ𝐼𝐿 𝑓
➢ Portanto, quanto maior a frequência de comutação ou
quanto maior a ondulação permissível menor será o
valor do indutor.
Conversor buck-boost: Condução
contínua
• Indutância crítica
➢ O valor mínimo da corrente no indutor é determinado por:
Δ𝐼
𝐼𝐿𝑚𝑖𝑛 = 𝐼𝐿𝑚é𝑑 − 𝐿
2
➢ Onde:
𝑉𝑖𝑛
Δ𝐼𝐿 = 𝐷𝑇
𝐿
𝐼𝑜
𝐼𝐿𝑚é𝑑 = 𝐼𝑖𝑛 + 𝐼𝑜 =
1−𝐷
➢ Para garantir a operação em condução contínua, o mínimo valor
da corrente no indutor deve ser maior do que zero:
𝑉𝑖𝑛 𝐷(1 − 𝐷)
𝐿 ≥ 𝐿𝑚𝑖𝑛 =
2𝐼𝑜 𝑓
Conversor buck-boost: Condução
contínua
• Determinação do valor do capacitor
➢ Seja ΔVC a variação da tensão no capacitor, que é igual à variação
da tensão na saída do conversor ΔVo, uma vez que o capacitor é
conectado em paralelo com a carga. Durante a primeira etapa o
capacitor está sendo descarregado pela ação da corrente de carga
(Io). Assim:
Δ𝑉𝐶
𝐼𝑜 = 𝐶
𝑡𝑜𝑛
➢ Dessa forma, pode-se determinar o valor do capacitor por:
𝐼𝑜 𝐷
𝐶=
Δ𝑉𝐶 𝑓
Conversor buck-boost: Condução
contínua
• No modo de condução descontínua (corrente no indutor igual a zero),
o princípio de funcionamento do conversor buck-boost pode ser
descrito em 3 etapas:
➢ 1ª etapa) Durante essa etapa o interruptor S encontra-se em
condução, fazendo com que o indutor armazene energia. Dessa
forma, a tensão no indutor é (Vin) a corrente iL cresce até um valor
máximo (ILmáx).
➢ 2ª etapa) Quando o interruptor S é bloqueado em ton, a corrente é
desviada para o diodo. A energia que foi acumulada no indutor é
transferida para a carga e a corrente decresce linearmente em
uma taxa –Vo/L.
➢ 3ª etapa) Após um intervalo de tempo td a corrente no indutor
chega a zero e o diodo é bloqueado. A potência é transferida para
a carga somente pelo capacitor. A tensão no indutor durante esse
período é nula.
𝑉𝑜 𝐷
=
𝑉𝑖𝑛 1 − 𝐷
Conversor buck-boost: Condução
contínua

Fonte: (BARBI, I. , MARTINS, D. C., 2000)

Fonte: (BARBI, I. , MARTINS, D. C., 2000)

Fonte: (BARBI, I. , MARTINS, D. C., 2000)

Fonte: (BARBI, I. , MARTINS, D. C., 2000)


Referências Bibliográficas

• BARBI, I. Eletrônica de Potência. Quarta Edição. Florianópolis: Edição do


autor, 2002.

• BARBI, I. , MARTINS, D. C. Conversores CC-CC Básicos Não Isolados.


Primeira Edição. Florianópolis: Edição do autor, 2000.

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