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STANDARDS PROBATÓRIOS E
PROCESSO PENAL
EM BUSCA DE UM MÉTODO DE CONTROLE INTERSUBJETIVO
DO JUÍZO FÁTICO DA SENTENÇA PENAL
Editora Metrics
Santo Ângelo – Brasil
2023
Copyright © Editora Metrics
CATALOGAÇÃO NA FONTE
V699s Vilela, Matheus Dantas
Standards probatórios e processo penal [recurso
eletrônico] : em busca de um método de controle
intersubjetivo do juízo fático da sentença penal / Matheus
Dantas Vilela. - Santo Ângelo : Metrics, 2023.
84 p.
ISBN 978-65-5397-082-3
DOI 10.46550/978-65-5397-082-3
1. Processo penal. 2. Sentença penal. I. Título
CDU: 343.1
Responsável pela catalogação: Fernanda Ribeiro Paz - CRB 10/ 1720
2022
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Dra. Waldimeiry Corrêa da Silva ULOYOLA, Sevilha, Espanha
INTRODUÇÃO.......................................................................11
CONCLUSÃO..........................................................................75
REFERÊNCIAS........................................................................79
SOBRE O AUTOR...................................................................85
INTRODUÇÃO
1 LOPES Jr., Aury. Fundamentos do processo penal: introdução crítica. 3. ed. São
Paulo: Saraiva, 2017. p. 60.
2 LOPES Jr., Aury. Direito Processual Penal. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 24.
16
Matheus Dantas Vilela
3 LOPES Jr., Aury. Fundamentos do processo penal: introdução crítica. 3. ed. São
Paulo: Saraiva, 2017. p. 61.
4 LOPES Jr., Aury. Direito Processual Penal. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. p. 34.
5 VASCONCELLOS, Vinicius Gomes de. Fundamento e função do processo penal: a
centralidade do juízo oral e sua relação com as demais fases da persecução penal para
a limitação do poder punitivo. Revista Eletrônica de Direito Processual - REDP,
Rio de Janeiro, v. 19, n. 2, p. 229-260, mai./ago. 2018. p. 252.
6 FERRAJOLI, Luigi. Direito e razão: teoria do garantismo penal. 3. ed. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2002. p. 433.
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Standards Probatórios e Processo Penal
processo penal.
Várias teorias da natureza jurídica foram elaboradas na
tentativa de explicar o complexo fenômeno processual14, sejam
de índole jurídica privatista ou pública que usufruem de outros
setores do direito, sejam aquelas que se valem de categorias
jurídicas próprias ou, ainda, sejam teorias mistas15. As teorias de
direito privado constituem uma fase pré-científica do processo,
na qual inexistia autonomia deste em relação ao direito material,
limitando-se a um simples acessório.
O alcance da autonomia científica do processo, abandonando
as amarras do direito material, foi apenas adquirida com a teoria da
relação jurídica de Oskar von Bülow, possuindo como marco a obra
Teoria das exceções processuais e dos pressupostos processuais (1868).
As ideias da teoria da relação jurídica de Bülow encontram-
se presentes na maior parte dos ordenamentos jurídicos e é até
hoje a teoria acerca da natureza jurídica do processo que possui
o maior número de adeptos, tendo sido aperfeiçoada por juristas
como Chiovenda, Carnelutti, Calamandrei e Liebman16. No Brasil
sua forte influência operou-se em razão de Liebman, discípulo de
Chiovenda, ter se refugiado em São Paulo no período da Segunda
Guerra Mundial, tendo lecionado na Universidade de São Paulo
e possuindo entre seus alunos Ada Pellegrini e Candido Rangel
Dinamarco” 17.
29 LOPES Jr., Aury. Fundamentos do processo penal: introdução crítica. 3. ed. São
Paulo: Saraiva, 2017. p. 207-209.
30 LOPES Jr., Aury. Direito Processual Penal. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. p. 89-
90.
31 ANDOLINA, Italo; VIGNERA, Giuseppe. I fondamenti constituzionali della
giustizia civile: il modello constituzionale del processo civile italiano. 2. ed. Torino:
Giappichelli, 1997.
26
Matheus Dantas Vilela
presunção de inocência (CF, art. 5°, LVII) devem preponderar no confronto com o direito
de punir. De fato, seria inadmissível que alguém fosse condenado injustamente pelo
simples fato de sua inocência ter sido comprovada por meio de uma prova obtida por
meios ilícitos. Noutro giro, ao Estado não pode interessar a punição de um inocente, o que
poderia acarretar a impunidade do verdadeiro culpado. Além disso, quando o acusado
pratica um ato ilícito para se defender de modo efetivo no processo penal, conclui-se que
sua atuação não seria ilícita, eis que amparada pela legítima defesa, daí por que não seria
possível concluir-se pela ilicitude da prova”. LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de
processo penal: volume único. 5. ed. Salvador: Juspodivm, 2017. p. 642.
40 CRUZ, Rogério Schietti Machado. A proibição de dupla persecução penal. 1. ed.
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008.
41 LOPES Jr., Aury. Direito Processual Penal. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. p. 57-
109.
Capítulo 2
4 LOPES Jr., Aury. Direito Processual Penal. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. p. 341-
344.
5 Ibidem. p. 341.
6 BADARÓ, Gustavo Henrique. Ônus da prova no processo penal. São Paulo: RT,
2003. p. 161.
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Standards Probatórios e Processo Penal
10 LOPES Jr., Aury. Fundamentos do processo penal: introdução crítica. 3. ed. São
Paulo: Saraiva, 2017. p. 162-163.
11 Art. 156 do CPP: “A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém,
facultado ao juiz de ofício: I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a
produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a
necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; II – determinar, no curso
da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir
dúvida sobre ponto relevante.”. BRASIL. Código de Processo Penal. Brasília, DF:
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Standards Probatórios e Processo Penal
19 LOPES Jr., Aury. Direito Processual Penal. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 395.
20 Ibidem. p. 396.
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Standards Probatórios e Processo Penal
22 KHALED JR., Salah Hassan. A busca da verdade no processo penal: para além da
ambição inquisitorial. São Paulo: Atlas, 2013. p. 46.
23 NICOLITT, André. Manual de processo penal. 6. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2016. p. 648.
24 FERRAJOLI, Luigi. Direito e razão: teoria do garantismo penal. 3. ed. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2002. p. 42.
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Standards Probatórios e Processo Penal
existe é uma verdade formal. Porém, com foi bem destacado por
Gustavo Badaró,
A distinção entre verdade final e verdade material é falsa,
quando se procura distinguir a verdade obtida em decorrência
da instrução processual - obviamente com as limitações que
lhe são inerentes - da verdade obtida por meio de técnicas
ou métodos próprios de outras fontes do conhecimento,
como a do historiador ou a do cientista – que, do ponto
de vista epistemológico, também encontram limitações
intransponíveis.25
Há também aquelas correntes que negam a busca da verdade
como uma das finalidades do processo, pois essa seria indiferente
na medida que seu escopo é a resolução do conflito social ou, ainda,
para o banimento do legado inquisitorial. Outros, como base num
“ceticismo filosófico radical”, afastam qualquer possiblidade de
aptidão cognitiva do processo26. Contudo, como apontado por
Luigi Ferrajoli, “Se uma justiça penal integralmente “com verdade”
constitui uma utopia, uma justiça penal completamente “sem
verdade” equivale a um sistema de arbitrariedade”27.
É necessário compreender que a atividade cognitiva do
processo por meio da reconstrução do fato histórico pela atividade
probatória realizada em contraditório entre as partes, apesar de
limitada e apenas aproximada, constitui um dos requisitos para
uma decisão justa e autorização da pena. Inserir a verdade como
um dos objetivos do processo não significa anuir com o vilipêndio
de direitos e garantias fundamentais e do sistema constitucional
acusatório, mas estabelecer como condição da pena a demonstração
da autoria, da materialidade e de todos os elementos constitutivos
do delito.
Assim, a verdade no processo penal, ainda que apenas
25 BADARÓ, Gustavo Henrique. Ônus da prova no processo penal. São Paulo: RT,
2003. p. 35.
26 Ibidem. p. 20-21.
27 FERRAJOLI, Luigi. Direito e razão: teoria do garantismo penal. 3. ed. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2002. p. 38.
40
Matheus Dantas Vilela
28 Ibidem. p. 42-43.
Capítulo 3
1 NICOLITT, André. Manual de processo penal. 6. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2016. p. 885.
42
Matheus Dantas Vilela
12 Ibidem. p. 803-804.
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Standards Probatórios e Processo Penal
14 LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: volume único. 5. ed.
Salvador: Juspodivm, 2017. p. 616.
15 VASCONCELLOS, Vinicius Gomes de. A prova no processo penal: a importância da
valoração do lastro probatório e de seu controle por meio recursal. Revista Eletrônica
do Curso de Direito da UFSM, Santa Maria, v. 13, n. 2, p. 695-721, 2018. p. 707-
708
49
Standards Probatórios e Processo Penal
18 Ibidem. p. 709.
51
Standards Probatórios e Processo Penal
27 Ibidem. p. 52.
Capítulo 4
11 LOPES Jr., Aury. Fundamentos do processo penal: introdução crítica. 3. ed. São
Paulo: Saraiva, 2017. p. 110.
12 Ibidem. p. 110.
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Matheus Dantas Vilela
28 Ibidem. p. 06.
29 Ibidem. p. 08-09.
30 GUEDES, Clarissa Diniz. LOPES, Laís Almeida de Souza. Standards probatórios
no contexto da responsabilidade civil do médico. Revista Eletrônica de Direito
Processual - REDP, Rio de Janeiro, v. 18, n. 2, p. 88-115, mai./ago. 2017. p. 98-99.
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Standards Probatórios e Processo Penal
50 Art. 489, § 1º, do CPC: “Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial,
seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I - se limitar à indicação, à
reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou
a questão decidida; II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o
motivo concreto de sua incidência no caso; III - invocar motivos que se prestariam a
justificar qualquer outra decisão; IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos
no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta
àqueles fundamentos; VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou
precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em
julgamento ou a superação do entendimento”. BRASIL. Código de Processo Civil.
Brasília, DF: Presidência da República, 2015.
51 Art. 3º do CPP: “A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação
analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito”. BRASIL.
Código de Processo Penal. Brasília, DF: Presidência da República, 1941.
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Matheus Dantas Vilela
Saraiva, 2014.
LOPES Jr., Aury. Direito Processual Penal. 14. ed. São Paulo:
Saraiva, 2017.
LOPES Jr., Aury. Fundamentos do processo penal: introdução
crítica. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
LOPES Jr., Aury. GLOECKNER, Ricardo Jacobsen.
Investigação preliminar no processo penal. 6. ed. São Paulo:
Saraiva, 2014.
LOPES Jr., Aury. PAIVA, Caio. Audiência de custódia e a
imediata apresentação do preso ao juiz: rumo à evolução
civilizatória. Revista Liberdades – Instituto Brasileiro de
Ciências Criminais, São Paulo, n. 17, p. 11-23, set./dez. 2014.
LOPES Jr., Aury. Prisões cautelares. 5. ed. São Paulo: Saraiva,
2017.
LOPES Jr., Aury. (Re)discutindo o objeto do processo penal
com Jaime Guasp e James Goldschmidt. Revista Brasileira de
Ciências Criminais, São Paulo, v. 39, p. 103-124, jul./set. 2002.
LOPES Jr., Aury. (Re)pensando os sistemas processuais penais
em democracia: a esfera do tradicional problema inquisitório
x acusatório. Boletim – Instituto Brasileiro de Ciências
Criminais, São Paulo, n. 251, out. 2013.
MARQUES, Leonardo Augusto Marinho. O modelo
constitucional de processo e o eixo estrutural da processualidade
democrática. Revista Brasileira de Direito Processual Penal,
Porto Alegre, vol. 2, n. 1, p. 43 - 55, 2016.
MATIDA, Janaína. Standards de prova: a modéstia necessária
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Furtado; ANDRADE, Gabriela Lima; RIOS, Lucas P. Carapiá.
(org.). Arquivos da resistência: ensaios e anais do VII seminário
nacional do IBADPP. Florianópolis: Tirant to blanch, 2018.
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Standards Probatórios e Processo Penal