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Capítulo 35

A Teoria Queer Sai do Armário


▪ Anos 80 e o advento das teorias feministas que
encintam questões diversas como discussões sobre
sexualidade e gênero. (estudos feministas / estudos de
gênero / estudos queer)
▪ Baseando-se nas conquistas do ativismo gay e lésbico
principalmente durante o movimento de stonewall
surgem abordagens queer sobre à cultura em geral e
Tópicos também sobre o cinema.
▪ O conceito de gênero promove as diferenciações
binarias por conceitos mais plurais de identidade de
gênero. Compreensão foucaultiana de Butler do
gênero não como uma essências mas como uma
prática.
▪ Compreensão foucaultiana de Butler do gênero não
como uma essências mas como uma prática. As
fronteiras entre as identidades de gênero são
permeáveis e artificiais. Para Butler todo processo de
construção de gênero é uma forma de personificação e
aproximação, um transformismo, uma imitação, um
simulacro.
Tópicos ▪ Crescente numero de festivais e produções com a
temática queer.
▪ Teoria queer revoluciona os estudos feministas com
base teorias de mulheres não heteros.
▪ Revisitação dos estudos psicanalistas sobre a
homossexualidade que afetaram outros campos como
o cinema.
▪ “A teoria do cinema de inflexão psicanalítica, nesse sentido,
fora partícipedo que Adrienne Rich denominou
“heterossexualidade compulsória”. Jackie Stacey assinalou
que as oposições binárias (masculinidade-feminilidade;
atividade-passividade) subjacentes à teoria psicanalítica
“masculinizaram” a homossexualidade feminina (Stacey em
Erens 1990, pp. 365-379). Teresa de Lauretis corrigiu Laura
Mulvey ao sugerir que a narrativa cinematográfica era não
apenas sexuada, mas “heterossexuada”, já que envolve
Trecho geralmente o movimento ativo de um herói masculino
através de um espaço feminino, de forma bastante
semelhante ao herói imperial que semeia a “terra virgem”.
Teóricas como de Lauretis, de certa maneira,
“homossexualizaram”* a teoria psicanalítica ao revisar suas
noções de fetichismo e de castração e a narrativa edipiana,
apontando os aspectos nos quais essas categorias se
tornavam insuficientes quando consideradas de uma
perspectiva gay ou lésbica.”
▪ Analise e revisitação pelos teóricos queer dos
arquétipos cinematográficos que são problemáticos.
“Stereotyping” de Richard Dyer analisa como esses
estereótipos operavam para normalizar a sexualidade
heterossexual masculina e marginalizar os grupos
Tópicos queer.
▪ Os estudos queer sobre o cinema também trouxeram
luz para autores, e obras com tons queer presentes no
mainstream.
▪ “”Ruby Rich, por exemplo, analisou “Senhoritas em uniforme” nos termos das atitudes
históricas em relação ao gênero e à sexualidade. Judith Mayne revigorou uma teoria do
autor moribunda ao demonstrar a dimensão lésbica do trabalho da diretora
hollywoodiana Dorothy Arzncr, concentrando-se especialmente nas relações entre
mulheres em seus filmes. A teoria queer também ofereceu leituras na contracorrente de
textos populares como “Vivendo em dúvida” e ‘Os homens preferem as loiras’. Harry
Benshoff, em ‘Monsters in the closet’, estudou a associação entre a monstruosidade e a
homossexualidade em filmes de horror. A teoria queer do cinema também estendeu e
questionou as premissas da teoria feminista do cinema ao estilo de Mulvey. Chris
Straayer, primeiramente em seu ensaio “She/Man”, e a seguir em ‘Deviant eyes, deviant
bodies’ (1996), chamou atenção para a forma como as figuras que manifestavam traços
de ambos os sexos - por exemplo, o “she-man” (hermaffodita) - desestabilizavam o
binarismo biológico-sexual. A co-presença de partes do corpo e elementos
Trecho aparentemente exclusivos (mulheres com bigodes, homens travestidos) sabotava a
compreensão convencional e investia de poder tanto atores quanto espectadores. A
performance sexual desfazia, por assim dizer, a rigidez da identidade sexual. Muitos
desses teóricos debruçaram-se sobre a questão da espectatorialidade gay, sobre o
apelo lésbico de estrelas como Marlene Dietrich e Greta Garbo, sobre o apelo
homoerótico de Marlon Brando e Tom Cruise, sobre o apelo para os gays de figuras
“excessivas” como Carmem Miranda e Judy Garland. Também investigaram o subtexto
gay em filmes de Hitchcock como Festim diabólico e Pacto sinistro, e em ícones
populares como Batman e Pee Wee Herman (Doty 1993), ao mesmo tempo em que
detectavam o que Patrícia White chamou de “a presença fantasmagórica do
lesbianismo”. “”
▪ Existe também a questão de como ainda é mais fácil se
encontrar materiais de estudo e espaço dentro do
Tópicos cinema para os temas gays do que para os lesbicos.
▪ “As teóricas lésbicas sublinharam certas cspecificidades
envolvidas nodesafiador processo de construção de uma
teoria lésbica. Conforme assinalou Ruby Rich, enquanto os
gays podiam simplesmente sair em busca de materiais
gays, as lésbicas tinham dc verdadeiramente criar esse
material por meio dc um processo a que denomina “a
grande reescrita lésbica”. Se “os rapazes são arqueólogos,
as garotas têm de ser alquimistas” (Rich 1992, p. 33). Da
mesma forma como a teoria homossexual criticava a
Trecho psicanálise por sua homofobia, as teóricas lésbicas
apontaram que a teoria psicanalítica do cinemanão é
apenas essencialmente antagônica à existência lésbica,
mas absolutamente incapaz (por definição) de incorporar
as “lésbicas” à reflexão sobre a produção, construção ou
consumo discursivos/textuais sem uma reprodução
implícita das doutrinas hegemônicas da homofobia e do
heterossexismo.”
▪ Sinopse: Em 1910, acontecia na Igreja de San Jorge, na
região de Coruña, na Galícia, um casamento
inesperado entre Elisa e Marcela. Para driblarem as
regras locais e poderem se casar, Elisa forja
documentos de um parente falecido e se passa por um
homem para viabilizar a primeira união homossexual
Filme da Europa.
“Elisa e ▪ É um filme biográfico de drama romântico espanhol de
Marcela” 2019, dirigido por Isabel Coixet. Estrelado por Natalia
de Molina e Greta Fernández.
▪ Disponível na Netflix.
▪ Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=eKb7-
I6YZts
Filme
“Elisa e
Marcela”

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