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“Se o objeto das trocas são as mulheres, então são os homens que estão
estabelecendo laços por intermédio delas, e estas não são parceiras,
apenas um instrumento nesse intercâmbio. (...) Na medida em que as
relações estabelecem que os homens trocam as mulheres, os homens é que
são beneficiários do produto de tais trocas – a organização social”.
(p. 21)
O TRÁFICO DE MULHERES
“Os sistemas de parentesco supõem uma divisão dos sexos. A fase edipiana
divide os sexos. Os sistemas de parentesco compreendem séries de normas
que regulam a sexualidade. A crise edipiana é a assimilação dessas
normas e tabus. O heterossexualismo compulsório é produto do parentesco.
A fase edipiana conforma o desejo heterossexual. O parentesco se baseia
numa diferença radical entre os direitos dos homens e os das mulheres. O
complexo de Édipo confere direitos masculinos ao menino e obriga a
menina a se conformar com seus direitos mais restritos”.
(p. 49)
“Mas não sofremos opressão apenas enquanto mulheres, nós a sofremos
por termos que ser mulheres, assim como os homens são obrigados a ser
homens. Pessoalmente, acho que o movimento feminista deve almejar mais
do que a eliminação da opressão das mulheres. Deve sonhar em eliminar as
sexualidades obrigatórias e os papéis sexuais. O sonho que acho mais
fascinante é o de uma sociedade andrógina e sem gênero (embora não sem
sexo), na qual a anatomia sexual de uma pessoa seja irrelevante para o que
ela é, para o que ela faz e para a definição de com quem ela faz amor”.
(p. 55)
O TRÁFICO DE MULHERES