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Setembro Amarelo

campanha brasileira de prevenção ao


suicídio

Setembro Amarelo é uma campanha brasileira de prevenção ao suicídio, iniciada em 2015.[1]


O mês de setembro foi escolhido para a campanha porque, desde 2003, o dia 10 de
setembro é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.[2][3]

Símbolo da campanha, que inclui o laço amarelo, símbolo do movimento


Congresso Nacional em apoio à campanha em 2015.

Ao contrário de outras campanhas como o Dezembro Vermelho[4] e o Outubro Rosa,[5] o


Setembro Amarelo não é reconhecido oficialmente em âmbito nacional por meio de lei
federal. Contudo, esse reconhecimento já ocorreu localmente em estados, como em Santa
Catarina em 2018,[6] e em vários municípios, que instituíram oficialmente a campanha.

Durante o mês da campanha, costuma-se iluminar locais públicos com a cor amarela. Por
exemplo, em 2015 foram iluminados o Cristo Redentor (RJ), o Congresso Nacional (DF), o
Estádio Beira Rio (RS), entre outros.[7] A ideia é promover eventos que abram espaço para
debates sobre suicídio e divulgar o tema alertando a população sobre a importância de sua
discussão.[2]

Origem

O Setembro Amarelo é uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho


Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria

Segundo a Associação Catarinense de Psiquiatria, a cor da campanha foi adotada por causa
da história que a inspirou:

Em 1994, um jovem americano de apenas 17 anos, chamado Mike Emme,


tirou a própria vida em seu Mustang 1968 amarelo. Seus amigos e
familiares distribuíram no funeral cartões com fitas amarelas e
mensagens de apoio para pessoas que estivessem enfrentando o mesmo
desespero de Mike, e a mensagem foi se espalhando mundo afora.[8]

O carro era um Mustang 68, restaurado e pintado de amarelo pelo próprio Mike. Os pais de
Mike, Dale Emme e Darlene Emme, iniciaram a campanha do programa de prevenção do
suicídio "fita amarela", ou "yellow ribbon", em inglês.[9]
Dados sobre o suicídio

No Brasil, o suicídio é considerado um problema de saúde pública e sua ocorrência tem


aumentado muito entre jovens. De acordo com números oficiais, 32 brasileiros tiram a
própria vida por dia em média, causando mais mortes que a AIDS e a maioria dos tipos de
câncer.[2] De acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2014, o
Brasil está em oitavo dentre os países com maior número de suicídios, atrás de Índia, China,
Estados Unidos, Rússia, Japão, Coreia do Sul e Paquistão.[10]

O Rio Grande do Sul tinha a maior taxa, com 10,2 suicídios por cem mil habitantes:

Suicídios no Brasil por 100 mil habitantes em 2013[11]


Unidades federativas por taxa de suicídios (por 100 mil hab.)
(dados de 2013)
Unidade federativa Taxa

1º Rio Grande do Sul 10,18

2º Mato Grosso do Sul 8,66

3º Santa Catarina 8,58

4º Piauí 7,19

5º Roraima 6,76

6º Ceará 6,68

[...]

25º Pará 2,79

26º Bahia 2,78

27º Rio de Janeiro 1,36

Fonte: deepask (http://www.deepask.com.br/goes?page=Veja-ranking-de-estados-pelo-numer


o-de-suicidios-no-Brasil)

No mundo, o suicídio é a terceira causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos e a sétima


causa de morte de crianças entre 10 e 14 anos de idade.[12] A OMS também afirma que o
suicídio tem prevenção em 90% dos casos.[2]

Alguns mitos sobre o suicídio

Segundo o psicólogo paulista Yuri Busin:[13]

“As pessoas, que, ameaçam se matar, estão apenas querendo chamar a atenção”. Falso,
pois a pessoa pode sim estar passando por um período difícil de sua vida e estar
solicitando ajuda. Toda e qualquer ameaça a de suicídio deve ser levada a sério.
“O suicídio acontece sem aviso”. Falso. Apesar de muitos pensarem ser um ato impulsivo,
isso nem sempre é verdade. Muitas pessoas pensam em suicídio constantemente. Além
disso, muitos suicidas comunicam seu sofrimento diariamente a outras pessoas.
“O suicídio só acontece com os outros.” Falso. O suicídio pode ocorrer com quaisquer
pessoas que estejam em um alto grau de sofrimento. Aqui vale lembrar que o sofrimento
independe de dinheiro, classe social, etc…
“Uma pessoa que tentou cometer suicídio uma vez, não voltará a tentar.” Falso. Na verdade,
as tentativas de suicídio são um indicador de que o suicídio pode realmente ocorrer.

Suicídio e imprensa
Muitos acreditam que abordar suicídio na imprensa pode, de alguma forma, aumentar a
incidências de casos no local. Todavia, é preciso falar corretamente sobre o assunto, de
modo a evitar que informações inadequadas cheguem à população e aumentem o estigma
relacionado aos transtornos mentais.

Pensando nisso, a Associação Brasileira de Psiquiatria lançou, em 2016, juntamente com o


Conselho Federal de Medicina, a cartilha "Cartilha – Comportamento suicida: conhecer para
prevenir", um manual direcionado aos profissionais da imprensa" (https://docs.wixstatic.com/u
gd/26b667_4abc6fe82d074ca991a16b00b3825819.pdf) . Nela, podem ser encontradas
dicas de como abordar o assunto sem desrespeitar as orientações da OMS.

Setembro Amarelo em Portugal

Em 2017, a campanha Setembro Amarelo foi dinamizada pela primeira vez em Portugal na
cidade de Beja. A organização do evento esteve a cargo da Unidade Local de Saúde do Baixo
Alentejo (https://www.ulsba.min-saude.pt) (ULSBA) e da associação ARIS da Planície (htt
p://www.arisdaplanicie.com) .[14]

Ver também

Ansiedade e depressão no Brasil


Outras campanhas de conscientização
Janeiro Branco — pela saúde mental

Maio Amarelo — prevenção de acidentes de trânsito, cujo símbolo também é a fita


amarela.

Outubro Rosa — contra o câncer de mama

Novembro Azul — em prol da saúde do homem

Dezembro Vermelho — contra a Aids

Referências

1. «Setembro amarelo - mês da prevenção do suicídio» (https://www.tjdft.jus.br/informacoe


s/programas-projetos-e-acoes/pro-vida/dicas-de-saude/pilulas-de-saude/setembro-amarel
o-mes-da-prevencao-do-suicidio) . Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos
Territórios. Consultado em 30 de agosto de 2021

2. «Setembro Amarelo: saiba o que é e entenda a sua importância» (https://mdemulher.abril.


com.br/estilo-de-vida/setembro-amarelo-o-que-e-importancia/) . MdeMulher

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