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Julho-Setembro 2015
ÍNDICE
EDITORIAL ................................................................................................................................................................ 2
ARTIGO DE OPINIÃO
A Química e as Outras Artes – Provas Locais de Seleção para as Olimpíadas de Química ........................................ 11
Teresa Paiva
ARTIGOS
Produtos Naturais ou Farmácia Verde? Mitos e Factos ................................................................................................. 15
Maria Eduarda Araújo
QUÍMICA E ENSINO
6HSDUDomRGH&DURWHQyLGHV&ORUR¾ODVH)ODYRQyLGHVHP)ROKDVGH3ODQWDVXPDDERUGDJHPVLPSOHVHHFROyJLFD.. 57
Alice M. Dias, M. La Salete Ferreira
DESTAQUES ............................................................................................................................................................. 69
AGENDA ................................................................................................................................................................... 71
Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15 1
E DITORIAL
Redacção e Administração
$YGD5HS~EOLFD(VT°/LVERD
7HO)D[
bquimica@quimica.uminho.pt
ZZZVSTSW
E
Editor
ste número do QUÍMICA, dedicado aos produtos natu- -RmR3DXOR$QGUp
rais, teve como ponto de partida o facto de a forma actual
da garrafa do refrigerante mais conhecido em todo o mundo Editores-Adjuntos
Ana Paula Esteves, António Mendonça,
fazer este ano 100 anos. Por isso, esta edição inclui um ar-
Carlos Baleizão, Paulo Mendes
tigo que nos dá conta da história e da química do refrigerante
castanho com bolhinhas. Comissão Editorial
5HIULJHUDQWHV H SURGXWRV QDWXUDLV j SDUWH JRVWDULD GH DSUR- A. Nunes dos Santos, Ana Lobo, Helder Gomes,
YHLWDU HVWD FROXQD SDUD PHQFLRQDU XPD ¾JXUD EULOKDQWH GR +XJK%XUURZV-RDTXLP/)DULD
-RUJH0RUJDGR01%HUEHUDQH6DQWRV
VpFXOR;9,,,RHVFULWRULQJOrV6DPXHO-RKQVRQ
FRQKHFLGR FRPR 'U -RKQVRQ FXMDV FRQWULEXLo}HV SDUD D
Publicidade
literatura como poeta, ensaísta, moralista, crítico literário, Leonardo Mendes
biógrafo, editor e lexicógrafo deixaram marca indelével. Per- 7HO )D[
sonalidade brilhante das letras, adquiriu grande notoriedade leonardo.mendes@spq.pt
ORJRQRVHXWHPSRVHQGRKRMHVREUHWXGRUHFRUGDGRSHODHGL-
omRFRPHQWDGDGDVREUDVGH6KDNHVSHDUHSXEOLFDGDHP 'HVLJQ*Ui¾FRH3DJLQDomR
e pelo notável A Dictionary of the English Language Paula Martins
$VXDELRJUD¾DGDDXWRULDGRFRQWHPSRUkQHR-DPHV%RZHOO
QmRVyOKHID]MXVWLoDFRPRpFRQVLGHUDGDSRUPXLWRVDPHOKRU Impressão e Acabamento
7LSRJUD¾D/RXVDQHQVH
REUDGRJpQHURMDPDLVHVFULWDQDOtQJXDLQJOHVD
5XD-~OLR5LEHLURGRV6DQWRV°$SDUWDGR
-RKQVRQGHWHQWRUGHXPHVStULWR¾QRHVDJD]¾FRXWDPEpP /RXVm°3RUWXJDO
FpOHEUHSHODVVXDVWLUDGDVVRIULDGDVtQGURPHGH7RXUHWWH 7HO)D[
um transtorno neuropsiquiátrico caracterizado por diversos JHUDO#WLSRJUD¾DORXVDQHQVHSW
tiques físicos e vocais. Um dia uma criança perguntou-lhe
Tiragem
porque fazia aqueles gestos estranhos, ao que respondeu la-
H[HPSODUHV
conicamente que se tratava de maus hábitos.
$ PHGLFLQDH D¾ORVR¾D QDWXUDO WDPEpP VH HQFRQWUDYDP HQ- Preço avulso
WUHRVLQWHUHVVHVGH6DPXHO-RKQVRQPDVHUDSHODTXtPLFDTXH »
Assinatura anual – quatro números
QXWULDXPDJUDQGHSDL[mRJRVWDYDHPSDUWLFXODUGHSUHSDUDUR »
pWHUDSDUWLUGRHWDQROHiFLGRVXOI~ULFRH[SHULrQFLDTXHID]LD &RQWLQHQWH$oRUHVH0DGHLUD
HP FDVD WHQGR GLYHUVDV YH]HV UHFRUULGR DRV FRQKHFLPHQWRV Distribuição gratuita aos sócios da SPQ
TXHWLQKDGHVWDFLrQFLDSDUDLOXVWUDUDVVXDVFULDo}HVOLWHUiULDV
Acresce que recomendava o estudo da química a quem sofres- $VFRODERUDo}HVDVVLQDGDVVmRGDH[FOXVLYDUHVSRQVDELOLGDGHGRV
seus autores, não vinculando de forma alguma a SPQ, nem a Di-
VHGHGHSUHVVmR6HPSUHiYLGRSRUWHUPRVTXtPLFRVLQFOXLX reção do QUÍMICA.
QRVHXGLFLRQiULRQXPWRWDOGHPLOHQWUDGDV1mRUH-
6mR DXWRUL]DGDV H HVWLPXODGDV WRGDV DV FLWDo}HV H WUDQVFULo}HV
QHJRXQRHQWDQWRDDOTXLPLDTXHGH¾QLXFRPR²DPDLVVXEOLPH GHVGHTXHVHMDLQGLFDGDDIRQWHVHPSUHMXt]RGDQHFHVViULDDXWR
HRFXOWDSDUWHGDTXtPLFDTXHSURS}HSDUDVHXREMHFWRDWUDQV- UL]DomRSRUSDUWHGRVDXWRUHVTXDQGRVHWUDWHGHFRODERUDo}HV
PXWDomRGRVPHWDLVHRXWUDVRSHUDo}HVLPSRUWDQWHV³ assinadas.
Escrevo este texto quando acabo de conhecer os resultados da A Orientação Editorial e as Normas de Colaboração podem ser
encontradas no fascículo de outubro-dezembro de cada ano e no
primeira fase das candidaturas ao ensino superior. Mais uma sítio web da SPQ.
YH]DSURFXUDGDVOLFHQFLDWXUDVHPTXtPLFD¾FRXDTXpPGDV
Publicação subsidiada pela
expectativas e, atrevo-me a dizer, das necessidades futuras
do país. Será caso para dizer que o problema da química em
Portugal é também uma questão de maus hábitos?
$SRLRGR3URJUDPD2SHUDFLRQDO&LrQFLD
-RmR3DXOR$QGUp 7HFQRORJLD,QRYDomRGR4XDGUR&RPXQLWiULRGH$SRLR,,,
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N OTICIÁRIO SPQ
OLIMPÍADAS DE QUÍMICA JÚNIOR 2015 – FEUP FOHR GH (VWXGDQWHV GH (QJHQKDULD 4XtPLFD 1((4 GD
FEUP, aos investigadores e bolseiros dos vários Laborató-
No passado 11 de abril decorreu na Faculdade de Engenha- rios e Unidades e de Investigação envolvidos, bem como
ULDGD8QLYHUVLGDGHGR3RUWR)(83PDLVXPDHGLomRGDV a todos os convidados e participantes, agradecemos o en-
VHPL¾QDLVUHJLRQDLVGDV2OLPStDGDVGH4XtPLFD-~QLRU$ volvimento desinteressado e apaixonado. Aos vencedores
sessão de abertura contou com a presença da Senhora Dire- DFUHVFHQWDPRVXPYRWRVHQWLGRGHVXFHVVRSDUDD¾QDO
tora do Departamento de Engenharia Química, a Professo-
ra Doutora Arminda Alves, e do Senhor Diretor da FEUP, Medalha de Ouro
R 3URIHVVRU 'RXWRU -RmR )DOFmR H &XQKD TXH GLULJLUDP
palavras entusiastas aos alunos, lembrando sobretudo que $OXQRV $QD $OH[DQGUH /RSHV $SROyQLR /HDO $UPDQGR
a competição saudável é uma boa base de convívio e cama- /XtV0RQWHUURVR*RPHV7HL[HLUD*DEULHO5RFKD/HDO
radagem. O Diretor da FEUP fez ainda questão de colocar 1RPHGD(TXLSD1$12/8626
a tónica na paixão que deve acompanhar o percurso de to- (VFROD(VFROD6HFXQGiULDFRP&LFORGR(QVLQR%iVLFR
dos os estudantes, independentemente de prosseguirem ou Ermesinde
não uma carreira em Química.
3URIHVVRUDDFRPSDQKDQWH&DUOD6R¾D(VWHYHV
(VWLYHUDPHPSURYDHTXLSDVGDVLQVFULWDVQD)(83
QXP WRWDO GH DOXQRV SDUWLFLSDQWHV SURYHQLHQWHV GH
concelhos do distrito do Porto. As provas tiveram início
SHODV K H HQTXDQWR RV DOXQRV VH GHGLFDYDP D UHVRO-
YHUDVTXHVW}HVQRODERUDWyULRHQDVHVVmRPXOWLPpGLDRV
professores acompanhantes puderam assistir a uma sessão
de divulgação com o título ‘A Luz no Ambiente da Sala
GH $XODµ SHOR 3URIHVVRU /XtV 0LJXHO %HUQDUGR 3URIHV-
sor Catedrático do Departamento de Física e Astronomia
)&83HVSHFLDOPHQWHGHGLFDGDDGHPRQVWUDo}HVUHODFLR-
nadas com a física e química da luz, capazes de ser levadas
a cabo na sala de aula.
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Medalha de Bronze
$OXQRV$QD5LWD2OLYHLUD9LODV%RDV,QrV0DJDOKmHV&D-
SHOD3LPHQWD-RmR5DSRVR5DQJHOGD*DPD/RER
1RPHGD(TXLSD,1$
(VFROD,QVWLWXWR1XQµÇOYDUHV
3URIHVVRUD DFRPSDQKDQWH 0DULD $GHODLGH 0RUHLUD GD
Costa
)DXVWLQR5HEHOR/DXUD0DUWLQV$OPHLGDH%HDWUL]%DUDWD
3HUHLUDWDPEpPGD(VFROD%iVLFDGRVH&LFORV6HUUD
GD*DUGXQKDDFRPSDQKDGDSHOD3URI0DULD-~OLD*LO
2HYHQWRHQFHUURXFRPXPDPDJQt¾FDDWXDomRGD²'HVHU-
WXQD³7XQD$FDGpPLFDGD8QLYHUVLGDGHGD%HLUD,QWHULRU
que entusiasmou e conquistou todos os presentes, seguin-
do-se-lhe um lanche-convívio.
2UJDQL]DomRGDVHPL¾QDOGDV2OLPStDGDVGD4XtPLFD
0HGDOKDGH%URQ]H1DIRWRGDHVTXHUGDSDUDDGLUHLWDR3URI/XtV0 -~QLRUGD8%,
%HUQDUGRRV,1$DWUiVD3URI0DUJDULGD%DVWRVHR3URI-RDTXLP/
)DULD Maria de Lurdes Franco Ciríaco e Maria José
Alvelos Pacheco
Rita R.M. Marques e Joaquim L. Faria
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A comissão organizadora
Maria Manuela Raposo, Maria Gabriela Botelho,
Maria Manuela Silva, Susana Costa e Sílvia Lima
$FRQIHUrQFLDGH4XtPLFD,QRUJkQLFDGDV6RFLHGDGHV(XUR-
Medalha de Ouro
SHLDVGH4XtPLFD(X&KH06GHFRUUHXHQWUHGH-XQKRH
GH-XOKRHP:URFODZQD3ROyQLDWHQGRDSDUWLFLSDomRGH
Medalha de Prata – Beatriz Moreira e Afonso Magalhães FHUFDGHFRQIHUHQFLVWDVGHGLYHUVDViUHDV'XUDQWHHVWH
GD(VFROD6HFXQGiULDFRPFLFORGR(QVLQR%iVLFR&D- encontro fez-se a reunião dos delegados das diversas socie-
milo Castelo Branco do concelho de Vila Nova de Fama- dades de química que integram a EuCheMS e discutiram-se
licão, acompanhados pelas professoras Fátima Ferreira e assuntos relacionados com a organização da próxima confe-
Paula Portela. O prémio foi entregue pelo presidente da UrQFLD°(,&&TXHWHUiOXJDUHP&RSHQKDJDGHDGH
&RQVHOKR3HGDJyJLFRGD(VFRODGH&LrQFLDVGD8QLYHUVL- -XOKRGH2VWySLFRVLQFOXtGRVVHUmR
GDGHGR0LQKR3URIHVVRU'RXWRU-RVp0DQXHO0HLMRPH
Química de Coordenação
Catálise
Nanopartículas e Nanocatálise
Magnetoquímica
Energia e Fotoquímica
%LRLQRUJkQLFDH0HWDORHQ]LPDV
0DWHULDLV,QRUJkQLFRV
Infraestruturas experimentais de grande dimensão
0DLVLQIRUPDo}HVSRGHUmRVHUREWLGDVHPZZZHLFFGN
SPQ
Q ENVIE-NOS O SEU CONTRIBUTO PARA:
ENV bquimica@quimica.uminho.pt
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N OTICIÁRIO SPQ
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7TH EUCHEMS ORGANIC DIVISION YOUNG INVESTIGATORS petitiva. O medalhado foi Alexandre Santos, aluno da ES
WORKSHOP Mário Sacramento.
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O UTRA Q UÍMICA
ALÉM DA ÓBVIA, EXISTIRÁ OUTRA QUÍMICA QUE A COMPLEMENTA, NEM QUE SEJA PELA ATRACÇÃO
OU PELA REACÇÃO ÀS COISAS MAIS PROSAICAS E MUNDANAS DA VIDA
4XDOR¾OPHROLYURHDSHoDGHWHDWURTXHPDLVDPDU-
caram até hoje? E um lugar de eleição em Portugal e no
estrangeiro que todos deveriam visitar.
7DOYH]RV¾OPHV²2&LQHPD3DUDtVR³H²2&DUWHLURGH3D-
EOR1HUXGD³HVWHMDPHPSULPHLUROXJDUHQWUHPXLWRVRXWURV
pela beleza das imagens e pelo conteúdo do argumento, a
grande dimensão humana dos personagens, a sensibilidade
H RV SHTXHQRV GHWDOKHV D SURYRFDU SURIXQGDV HPRo}HVª
1RkPELWRGRWHDWURYLEHOtVVLPDVSHoDVPDVDTXHVHOHF-
FLRQRp²2&tUFXORGH*L]&DXFDVLDQR²GH%HUWROW%UHFKW
UHSUHVHQWDGR SHOD FRPSDQKLD GR7HDWUR$EHUWR Ki Mi XQV
ERQV DQRV *XDUGR D OHPEUDQoD GH GLYHUVDV HPRo}HV RV
GHWDOKHVMiVHHVIXPDUDPª1RGRPtQLRGDVOHLWXUDVDVH-
lecção é mais difícil e respondendo com a espontaneidade
GR PRPHQWR VHOHFFLRQR R ²2 (YDQJHOKR VHJXQGR -HVXV
&ULVWR³ GH -RVp 6DUDPDJR FXMD OHLWXUD PH GHOLFLRX DWp j
Maria Helena G
Garcia última página, pela beleza da escrita. Quanto a lugares de
M
HOHLomR HP 3RUWXJDO SHOD EHOH]D GD QDWXUH]D HOHMR D ULD
Formosa e as suas ilhas barreira que ocupam um lugar mui-
aria Helena Garcia é Professora As- WRHVSHFLDOQDVPLQKDVSUHIHUrQFLDV,VWRSRUTXHVRXPXLWR
sociada com Agregação da Faculdade OLJDGDDRPDUHjVQRVVDVSUDLDVWDOYH]SRUWHUVLGRHPED-
de Ciências da Universidade de Lis- lada pelo arrulhar das ondas, no berço da minha primeira
boa e Investigadora do Centro de Quí- LQIkQFLD1RHVWUDQJHLUR¾FDVHPTXDOTXHUG~YLGDjIUHQWH
mica Estrutural – Pólo da Faculdade Paris pela sua beleza monumental, cultura multifacetada,
de Ciências, recentemente criado. É licenciada em Quími- os seus museus e pracinhas reveladas no dobrar de uma
ca pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa UXDSHODEHOH]DGDVPDUJHQVGR6HQDHGD²ULYHJDXFKH³
e Mestre em Química Inorgânica Física pela Universidade HQ¾PWDPEpPSHODVHPRo}HVª'HSRLVVHJXHPVH3UDJDH
Nova de Lisboa. O seu trabalho de doutoramento na área Veneza e muitos outos lugares por esse mundo fora.
da química organometálica foi orientado pelo Professor Qual a sua relação com música? Toca ou já tocou algum
Alberto Romão Dias do Instituto Superior Técnico e apre- instrumento? O banco de piano não a atraiu para este ins-
sentado em 1984 na Universidade de Lisboa. Em situação trumento?
pós doutoral realizou estudos por vários meses na Univer-
A música é para ser ouvida. Cantá-la, é uma missão im-
sidade de Oxford (síntese organometálica), Escola Normal
SRVVtYHOSDUDPLP7RFiODQHPQXPbanco de piano de
Superior de Paris (estudos de electroquímica) e Univer-
ferroª$GRURRXYLUjazz nos locais destinados para tal, em
sidade Técnica de Munique (técnicas bidimensionais de
particular nos pequenos caveaux de Paris sempre que surge
ressonância magnética nuclear). DRSRUWXQLGDGHRXTXHIDoRSDUDTXHVXUMD
2VVHXVLQWHUHVVHVFLHQWt¾FRVVLWXDPVHQDiUHDGDTXtPLFD Cozinha? Segue a receita à risca ou gosta de improvisar?
organometálica aplicada à óptica não linear e mais recen- Que receita gostaria de partilhar?
temente também à área dos metalofármacos anticancerí-
genos para aplicação em quimioterapia. Supervisionou 6HJXLU XPD UHFHLWD j ULVFD QHP SHQVDU Dt R LPSURYLVR p
mais de cinquenta teses (Mestrado e Doutoramento) e pós- PHVWUH 0DV D QRVVD FR]LQKD WUDGLFLRQDO FRQYLGD j WHQWD-
-doutoramentos. Foi também coordenadora de treze pro- ção do improviso pois há sempre uma erva aromática que
MHFWRVGHLQYHVWLJDomR¾QDQFLDGRVSHOD)XQGDomRSDUDD faz a diferença no sabor. Contudo para partilhar iria para
Ciência e Tecnologia ou pela União Europeia. É co-autora um doce, a minha divinal lampreia de ovos, melhorada
GHFHUFDGHXPDFHQWHQDGHDUWLJRVFLHQWt¾FRVHFDStWXORV por mim ao longo dos anos tal síntese química em que as
de livros, três patentes e mais de duas centenas de comuni- quantidades dos reagentes foram adaptadas e os passos da
cações orais e em painel em Conferências internacionais. UHDFomRVLPSOL¾FDGRVGHPRGRDREWHUFRPH¾FLrQFLD¾QRV
¾RV GH RYRV GHOLFLRVDPHQWHFULVWDOL]DGRV HP Do~FDU VHP
É co-autora da tradução em português da Nomenclatu- ¾FDUHPPXLWRGRFHV
ra de Química Inorgânica segundo as recomendações da
IUPAC de 2005, a ser publicado brevemente. É coordena- Na sua óptica, se pudesse duplicar a frequência dos mo-
dora Institucional do Programa Erasmus + da Faculdade mentos de lazer, quais escolheria?
de Ciências. É membro da “Division of Organometallic 'XSOLFDULD D IUHTXrQFLD GDV YLDJHQV SDUD WHU XPD YLGD R
Chemistry” da “European Association for Chemical and mais não-linear possível. Duplicava muitas viagens para
Molecular Sciences” como representante da Sociedade revisitar sítios que adorei. Gostava de interiorizá-los com
Portuguesa de Química, desde 1992. calma depois da sofreguidão da descoberta.
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O UTRA Q UÍMICA
ACTUALIDADES CIENTÍFICAS
$LGHLDGRVVDFRVGHFKiVXUJLXFRPRIRUPDVLPSOHVEDUDWDHH¾FD]SDUDVXSRUWDUDHVSXPDGHy[LGRGHJUDIHQRXPD
vez que facilita o processo de introdução e remoção do material na água a descontaminar, evitando a dispersão de
SDUWtFXODVGHy[LGRGHJUDIHQRTXHWrPWHQGrQFLDDGHVDJUHJDUVHQDiJXDGXUDQWHRSURFHVVR(VWDLGHLDIRLMiSDWHQ-
teada e a equipa procura agora parceiros industriais para a comercialização da tecnologia. O trabalho desenvolvido foi
DSUHVHQWDGRGXUDQWHDFRQIHUrQFLDLQWHUQDFLRQDOGraphene Week 2015HP0DQFKHVWHU5HLQR8QLGRHQWUHHGH
MXQKRRUJDQL]DGDQRkPELWRGRSURMHFWRHXURSHXGraphene Flagship.
DGDSDWDGRGH “*UDSKHQHR[LGH
WHDEDJV
PDNHDPHUFXU\IUHHEUHZ³KWWSZZZUVFRUJFKHPLVWU\ZRUOG
JUDSKHQHR[LGHWHDEDJVPDNHPHUFXU\IUHHEUHZ&KiGHJUDIHQRGHVFRQWDPLQDiJXDFRPPHWDLVWy[LFRVKWWS
ZZZUWSSWQRWLFLDVSDLVFKDGHJUDIHQRGHVFRQWDPLQDDJXDFRPPHWDLVWR[LFRVBQ
Paulo Mendes
SMJP#XHYRUDSW
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A RTIGO DE O PINIÃO
Chemistry and the other Arts: Selecting Students for the National Olympiads of Chemistry –
The Portuguese Society of Chemistry, SPQ, organizes every year de National Olympiads of Chemistry in two categories:
Junior, for students of 8th and 9th grades, and + (plus), for students of 10th and 11th grades. Each school wishing to par-
ticipate chooses three students for its team, sometimes applying Local Tests to select them. Two examples of those Local
Tests are given, showing that it is desirable to relate science and arts to develop creativity in the students.
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A RTIGO DE O PINIÃO
Em cima da tua mesa tens um dos lados de uma vieira, as Figura 3 – O nascimento de Vénus, de Sandro Botticelli, séc. XV IRQWH
famosas conchas em leque de onde nasceu a Deusa Vénus, KWWSSWZLNLSHGLDRUJZLNL2B1DVFLPHQWRBGHB9&$$QXV
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A RTIGO DE O PINIÃO
Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15 13
A RTIGO DE O PINIÃO
Tabela 1 – Cores que indicam o pH de uma solução, após adicionar-se 4) De que cor será o sal precipitado quando puro?
o indicador universal IRQWH KWWSSWZLNLSHGLDRUJZLNL,QGLFDGRUBXQL-
versal 5) 2VL}HVFDUERQDWRUHDJHPFRPRVL}HV+O originando
água e um gás.
Intervalo de pH (a 25 0C) Descrição Cor
a) 4XHJiVVHUiHVVH"-XVWL¾FDHVFUHYHQGRDHTXDomR
ÇFLGRIRUWH Vermelho que traduz a reação.
ÇFLGR /DUDQMD
b) Por que se observam bolhas quando se mistura áci-
ÇFLGRIUDFR Amarelo
GRFORUtGULFRjPLVWXUDTXHFRQWpPRSUHFLSLWDGR"
Neutro Esverdeado
Base fraca Verde 6) 2TXHDFRQWHFHXDRVDOSUHFLSLWDGRTXDQGRVHMXQWRXR
Base Azul iFLGRFORUtGULFR"3RUTXr"7HQWDH[SOLFDUHVFUHYHQGRD
equação que traduz a reação ocorrida.
Base forte Lilás
7) $iJXDGRPDUpiFLGDQHXWUDRXDOFDOLQD"7HPPDLV
INSTRUÇÕES PARA A ATIVIDADE EXPERIMENTAL (USA LUVAS!) L}HV+O ou HO-"-XVWL¾FD
8) O que acontece a uma molécula de água quando ganha
7HQVQDWXDEDQFDGDWUrVWXERVGHHQVDLRFRPWUrVVROXo}HV um protão? E quando perde um protão?
aquosas incolores. Uma de carbonato de sódio, outra de
FORUHWRGHFiOFLRHRXWUDGHiFLGRFORUtGULFR+&ODT 9) $GPLWHTXHXPDFRQFKDGHJWHPGHFDUER-
QDWRGHFiOFLR'HWHUPLQDTXDQWRVL}HVFDUERQDWRH[LVWHP
QDFRQFKD0& JPRO-102 JPRO-1;
A Professora deitará umas gotas de indicador universal em
0&D JPRO-1
FDGDXPGRVWXERV5HJLVWDGHVGHORJRDFRUDGTXLULGD
SRUFDGDXPDGDVVROXo}HV
$OLWHUDWXUDDP~VLFDDVDUWHVSOiVWLFDVRWHDWURVtQWHVHGD
1) No tubo que contém a solução de carbonato de sódio DUWHHDFLrQFLDVmRDVDWLYLGDGHVPDLVFULDWLYDVRXVHMD
com indicador, adiciona, gota a gota, a solução de clore- mais humanas!
WRGHFiOFLRFRPLQGLFDGRU5HJLVWDDVWXDVREVHUYDo}HV
2) $RWXERTXHFRQWpPDPLVWXUDREWLGDHPDGLFLRQD Parabéns por teres participado nesta pré-seleção para as
gota a gota, a solução aquosa de ácido clorídrico com Olimpíadas da Química – que te tenhas divertido e, sobre-
LQGLFDGRU5HJLVWDDVWXDVREVHUYDo}HV tudo, aprendido!
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A RTIGOS
Natural products or green pharmacy? Myths and facts – Natural products are mainly products of
vegetable origin used for the treatment of multiple disorders. Because they are not obtained in the laboratory people
believes that its use will only have advantages without any negative consequences. But is this correct? This text aims
to destroy some myths on this subject using simple examples.
OVSURGXWRVQDWXUDLVVmRSURGXWRVSULQFLSDOPHQWHGHRULJHPYHJHWDOXVDGRVSDUDRWUDWDPHQWRGHP~OWLSODVDIHFo}HV
3HORIDFWRGHQmRVHUHPREWLGRVHPODERUDWyULRH[LVWHDFUHQoDGHTXHRVHXXVRVyWHUiYDQWDJHQVVHPFRQVHTXrQFLDV
negativas. Mas será que esta crença está correcta? Neste texto procura-se, com diversos exemplos, apresentar alguns
factos e desmontar alguns mitos relativamente a este tema.
O QUE SÃO OS PRODUTOS NATURAIS? A utilização das plantas medicinais não é uma moda da
sociedade actual. Baseia-se no conhecimento empírico que
&RPR R QRPH LQGLFD 3URGXWRV 1DWXUDLV VmR VXEVWkQFLDV DVYiULDVSRSXODo}HVSRUWRGRRPXQGRDRORQJRGHPLOp-
extraídas de plantas, fungos, animais ou ainda microrganis- QLRVIRUDPDFXPXODQGRHWUDQVPLWLQGRjVJHUDo}HVVHJXLQ-
PRV8PDVXEVWkQFLDREWLGDSRUVtQWHVHTXtPLFDGHVGHTXH WHVDRGHVFREULUHXWLOL]DURVUHFXUVRVGLVSRQtYHLVRXVHMD
VHMD TXLPLFDPHQWH LGrQWLFD jTXHOD REWLGD SRU H[WUDFomR as plantas que existiam nos seus habitats, para curar ou
HPERUD R FLGDGmR FRPXP D FRQVLGHUH XP SURGXWR DUWL¾- PLQRUDUDVHQIHUPLGDGHVTXHDVD¿LJLDP$SUySULD2UJD-
cial, para o investigador em química é um Produto Natural. QL]DomR0XQGLDOGH6D~GH206UHFRQKHFHDLPSRUWkQFLD
H R PpULWR GHVWH FRQKHFLPHQWR HWQRERWkQLFR H SRVVXL QD
sua página da Internet quatro extensos volumes que co-
No entanto, com o desenvolvimento da biotecnologia e o
EUHPPRQRJUD¾DVVREUHSODQWDVPHGLFLQDLVWRGDVHODV
aparecimento e utilização de organismos geneticamente
WDPEpPGHDFHVVROLYUH>@
PRGL¾FDGRVRFRQFHLWRGH²QDWXUDO³WRUQRXVHPDLVGLItFLO
GHGH¾QLU6HUi²QDWXUDO³XPDPROpFXODSURGX]LGDSRUXP
microrganismo resultante da engenharia genética, o qual foi ALGUNS MITOS
FULDGRDUWL¾FLDOPHQWH"6HHVVDVXEVWkQFLDIRUSURGX]LGDSRU
RUJDQLVPRVPRGL¾FDGRVSRGHUiVHUFRQVLGHUDGD²QDWXUDO³" Mito 1: Tudo o que é natural é bom!
Certamente que não. O desenvolvimento da bioquímica, da
ELRORJLDHGDELRWHFQRORJLDIH]VXUJLUTXHVW}HVUHODWLYDPHQWH Existe o mito de que o uso de tudo o que é de origem natu-
DDVVXQWRVTXHVHFRQVLGHUDYDPMiHQFHUUDGRV>@ UDORXVHMDGRVPHWDEROLWRVVHFXQGiULRVSULQFLSDOPHQWHGH
RULJHPYHJHWDOVHUiVHPSUHEHQp¾FD
Há milhares de anos que o Homem conhece os Produtos
1DWXUDLVHRVXWLOL]DSDUDRVPDLVGLYHUVRV¾QV(OHVUDUD- 2UDEDVWDPGRLVH[HPSORVSDUDGHVWUXLUHVWHPLWR
mente eram usados puros, sendo mais comum a utilização
de extractos, de origem vegetal ou animal, de composição 1) 8P JOLFyVLGR D DPLJGDOLQD $ DPHQGRHLUDDPDUJD
complexa, formados por misturas de vários compostos e Prunus dulcis var. amara V\Q Prunus amygdalus p
portanto difíceis de conhecer na totalidade. uma variedade da amendoeira. O fruto da amendoeira-
DPDUJDDDPrQGRDDPDUJDDSUHVHQWDXPDVSHFWRVH-
O QUE SIGNIFICA A EXPRESSÃO “FARMÁCIA VERDE”? PHOKDQWHDRGDDPrQGRDGRFHVyVHGLVWLQJXLQGRSHOR
sabor, que é muito acre. Ora, esta variedade possui na
(VWHWHUPRpSRXFRXWLOL]DGRHPSRUWXJXrVPDVPXLWRXVD- sua constituição um glicósido cianogénico, a amigdali-
GRHPLQJOrVHSURYpPGHXPOLYURGDDXWRULDGRERWkQLFR QD)LJXUDTXHQRWXERGLJHVWLYROLEHUWDiFLGRFLD-
-DPHV$ 'XNH >@ (VWH DXWRU FRP H[WHQVR WUDEDOKR QR nídrico, o qual é altamente tóxico.
campo dos produtos naturais medicinais é o autor de uma
base de dados on-line de acesso livre onde estão listados Apesar deste composto existir em pequena concentração
vários milhares de plantas medicinais e a respectiva com- QRVIUXWRVVHIRULQJHULGDXPDTXDQWLGDGHVLJQL¾FDWLYDGH
SRVLomR>@ DPrQGRDVDPDUJDVLVVRSRGHWRUQDUVHOHWDO(VWLPDVHTXHD
6RFLHGDGH3RUWXJXHVDGH4XtPLFD_7HO)D[_(PDLOVHGH#VSTSW
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E até uma planta tão vulgar como a camomila suscita al- ginseng e o modo como é extraído dão origem a uma
JXPDVSUHFDXo}HV²$FDPRPLODpFRQWUDLQGLFDGDHPSD- grande variabilidade nos produtos comercializados. O
cientes com sensibilidade conhecida ou alergia a plantas ginseng pode ter um efeito quer hipotensivo quer hi-
GDIDPtOLDGDV$VWHUDFHDH&RPSRVLWDHFRPRRiVWHURX SHUWHQVLYR 4XDQGR DGPLQLVWUDGR HP FRQMXQWR FRP D
RVFULVkQWHPRV³>@ varfarina diminui o efeito desta. O ginseng de origem
siberiana interfere com o doseamento da digoxina no
(UHODWLYDPHQWHjVLQWHUDFo}HVH[LVWHQWHVHQWUHRVSURGXWRV VDQJXHOHYDQGRjSUHVFULomRLQFRUUHFWDGHVWHIiUPDFR
naturais e outros medicamentos? Mesmo entre os doentes
iii) Extractos de alho – As propriedades medicinais do alho
TXHVHJXHPXPDWHUDSrXWLFDHVSHFLDOPHQWHQRVPDLVLGR-
VmR FRQKHFLGDV GHVGH D$QWLJXLGDGH 7HP VLGR XVDGR
VRVpFRUUHQWHDXWLOL]DomRGHVXSOHPHQWRVjEDVHGHSODQ-
QR WUDWDPHQWR GH GRHQoDV LQIHFFLRVDV GHYLGR jV VXDV
tas ou de extractos de plantas.
propriedades antimicrobianas e estimuladoras do siste-
ma imunitário. O princípio activo existente no alho, o
2GHVHMRGHUHFXSHUDUDVD~GHHREHPHVWDURDXPHQWRGR DMRHQRpXWLOL]DGRSDUDHYLWDUDDJUHJDomRGDVSODTXH-
custo de certos medicamentos e a crença arreigada de que tas em doentes com problemas cardiovasculares. Por
os produtos de origem natural são inócuos, leva a que estas LVVRDXWLOL]DomRGHVXSOHPHQWRVGHDOKRHPGRHQWHVMi
pessoas consumam regularmente este tipo de produtos. No medicados para estes problemas pode originar hemor-
entanto, devido a essa mesma crença, a maior parte dos do- ragias e deve ser evitado. Pela mesma razão, a toma
entes não informa o seu médico dos suplementos que toma. destes suplementos deve ser descontinuada pelo menos
&RPRUHVXOWDGRRVSUR¾VVLRQDLVGHVD~GHQmRVmRDOHUWD- dez dias antes de uma cirurgia, principalmente em do-
GRVSDUDDSRVVLELOLGDGHGHSHULJRVDVLQWHUDFo}HVHQWUHRV entes que tomam aspirina ou varfarina;
produtos naturais e os medicamentos tomados pelo doente.
No entanto, o perigo de interacção entre um produto natu- iv) 6XPRFRQFHQWUDGRGHWRUDQMD°$WRUDQMDpXVDGDQDV
UDOHXPGDGRPHGLFDPHQWRpEHPUHDO9HMDPRVDWtWXOR dietas de emagrecimento e para melhorar a saúde car-
de exemplo, dois casos de plantas medicinais e outros dois GLRYDVFXODU2VVHXVSULQFLSDLVFRPSRQHQWHVGRLV¿D-
de produtos alimentares dos quais são produzidos extractos vonóides, naringenina e bergotamina, são inibidores
FRQFHQWUDGRV TXH VmR FRQVXPLGRV FRP ¾QV WHUDSrXWLFRV das enzimas que degradam as ciclosporinas, estatinas,
>@ estrogénios e outros fármacos, pelo que a acção des-
ses medicamentos é potenciada pelo aumento da sua
i) +LSHULFmRHUYDGH6-RmRRXPLOIXUDGD°RKLSHULFmR biodisponibilidade. Como resultado, pode suceder hi-
pode ser preparado como infusão ou ingerido na for- potensão, miopatia e toxicidade para o fígado. No caso
PDGHFRPSULPLGRVREWLGRVjEDVHGDSODQWDWULWXUDGD de mulheres em situação de pós-menopausa que fazem
RX DLQGD GH H[WUDFWRV GHVWD e XP GRV SURGXWRV PDLV terapia hormonal de substituição, a ingestão de sumo
conhecidos e encontra-se entre os dez mais vendidos FRQFHQWUDGRGHWRUDQMDSRGHDXPHQWDURULVFRGHFDQFUR
QRV (8$ e WLSLFDPHQWH XWLOL]DGR SDUD R WUDWDPHQ- da mama por inibição do metabolismo dos estrogénios.
to da depressão, ansiedade, insónia e mesmo para as
FRQVWLSDo}HVIRUWHVHSDUDRKHUSHV$XWLOL]DomRGHVWD /KVQ5ÎQURTQFWVQUFGUÈPVGUGUºQGſEC\GU
SODQWDSRGHSURYRFDUUHDFo}HVDGYHUVDVSRLVSURYRFD
a activação do sistema enzimático hepático envolvido Como reacçmRjFUHQoDGDLQRFXLGDGHGRVSURGXWRVQDWX-
QDGHJUDGDomRGHFHUFDGHGRVSULQFtSLRVDFWLYRV rais surge o mito oposto de que a acção dos mesmos não
usados nos medicamentos, diminuindo a sua biodispo- passa de efeito placebo. No entanto, os factos contrariam
QLELOLGDGHHSRUWDQWRH¾FiFLD+iFDVRVFRPSURYDGRV este mito, pois basta constatar que penicilinas, antibióticos
de redução no organismo de etinilestradiol, um contra- e esteróides, compostos químicos autorizados pelas auto-
ceptivo oral, e de imunossupressores, originando em ridades que superintendem na saúde em Portugal, são de
indivíduos que sofreram transplantes uma maior taxa origem natural ou obtidos por hemissíntese. Mas existem
GHUHMHLomR(PGRHQWHVPHGLFDGRVFRPYDUIDULQDTXH muitos mais produtos naturais obtidos por extracção ou
tomem hipericão a biodisponibilidade do fármaco di- por síntese de análogos, como se pode constatar pela lista
minui e consequentemente aumenta o risco de trombo- LQFRPSOHWDDSUHVHQWDGDQD7DEHOD(VWHVVmRSURGXWRV
-embolismo. Situação similar ocorre com a toma simul- SXURVGHVFULWRVQR3URQWXiULR7HUDSrXWLFR>@HFRPHUFLD-
WkQHDGHKLSHULFmRHGHHVWDWLQDVHPTXHVHYHUL¾FDXP
lizados em Portugal.
aumento do risco de acidentes cardiovasculares. Em
doentes que tomam antidiabéticos e hipericão pode
ocorrer hipoglicemia; Para além dos compostos puros, existem ainda numero-
VDV HVSHFLDOLGDGHV IDUPDFrXWLFDV FRQVWLWXtGDV SRU H[WUDF-
ii) Ginseng – A raiz de ginseng é recomendada como esti- WRV RX PLVWXUDV GHVFULWDV QR 3URQWXiULR7HUDSrXWLFR >@
mulante do sistema imunitário, para aumentar o vigor, HFRPHUFLDOL]DGDVHP3RUWXJDO1D7DEHODHQFRQWUDPVH
DSRWrQFLDVH[XDOHDORQJHYLGDGH$SURYHQLrQFLDGR indicadas algumas dessas especialidades.
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Tabela 1°&RPSRVWRVGHRULJHPQDWXUDOFXMDFRPHUFLDOL]DomRpDXWRUL]DGDHP3RUWXJDO
ÇFLGR D]HODLFR iFLGR QRQDGL- Existente no trigo, centeio, cevada e no fungo Malassezia furfur.eREWLGRLQGXVWULDO-
yLFR PHQWHSRUFOLYDJHPR[LGDWLYDGRiFLGRROHLFReXVDGRQRWUDWDPHQWRGDDFQH
ÇFLGRVDOLFtOLFR $QWLSLUpWLFRHDQWLLQ¿DPDWyULR
ÇFLGRELOLDUH[WUDtGRGDEtOLVGRXUVRSUHWRDVLiWLFReXWLOL]DGRSDUDDGLVVROXomRGH
ÇFLGRXUVRGHVR[LFyOLFR
cálculos biliares de colesterol da vesícula biliar.
3ROLVVDFiULGRH[WUDtGRGHDOJDVFDVWDQKDVeXPSURWHFWRUJiVWULFRXWLOL]DGRQRWUD-
Alginato de sódio WDPHQWRGRVVLQWRPDVGHUH¿X[RJDVWURHVRIiJLFRWDLVFRPRUHJXUJLWDomRiFLGDD]LD
DUGRUHLQGLJHVWmRUHODFLRQDGDFRPRUH¿X[R
Alcalóide extraído da Atropa beladona. Usado no tratamento da intoxicação digitálica
Atropina
e para a dilatação da pupila nos exames em que é necessário observar o fundo do olho.
eXPGRVDOFDOyLGHVGDSDSRLODGRySLR$FRGHtQDpXPDQDOJpVLFRRSLyLGHLQGLFDGR
Codeína
para o alívio da dor moderada a intensa em adultos e crianças.
eXPDOFDOyLGHGRColchicum autumnale,RXDoDIUmRGRSUDGRXVDGRQDSUR¾OD[LDH
Colquicina
tratamento da gota.
0RQRWHUSHQRVXVDGRVQRWUDWDPHQWRGHGRHQoDVLQ¿DPDWyULDVGDVYLDVUHVSLUDWyULDV
&kQIRUD(XFDOLSWRO0HQWRO
WRVVHVLWXDo}HVJULSDLVHFDWDUURVDJXGRVRXFUyQLFRVEURQTXLWH
eXPJOLFyVLGRFDUGHQyOLGRH[WUDtGRGDDigitalis lanataeXVDGRQRWUDWDPHQWRGD
Digoxina
DUULWPLDHLQVX¾FLrQFLDFDUGtDFD
eXPDKH[RVDPLQDSURGX]LGDFRPHUFLDOPHQWHSHODKLGUyOLVHGRH[RHVTXHOHWRGHDO-
Glucosamina
JXQVFUXVWiFHRVeXVDGDQRWUDWDPHQWRGDDUWURVH
+RUPRQDSURGX]LGDSHODJOkQGXODSLQHDOeXVDGDSDUDRWUDWDPHQWRHPPRQRWHUDSLDH
Melatonina a curto prazo da insónia primária caracterizada por sono de má qualidade, em doentes
FRPLGDGHLJXDORXVXSHULRUDDQRV2SURGXWRFRPHUFLDOL]DGRpGHRULJHPVLQWpWLFD
([WUDtGDGDSDSRLODGRySLReXVDGDSDUDDGRULQWHQVDVHGDomRSUpRSHUDWyULDHDG-
0RU¾QD MXYDQWHGDDQHVWHVLDGRUDVVRFLDGDDRHQIDUWHGRPLRFiUGLRWUDWDPHQWRDGMXYDQWHGR
edema pulmonar agudo.
$OFDOyLGHDEXQGDQWHQRVJUmRVGHFDFDXeXVDGDQDSUHYHQomRGDVFULVHVHQRWUDWD-
7HR¾OLQD
mento do ataque agudo de asma.
18 Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15
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Tabela 2°3URGXWRVGHRULJHPQDWXUDOFXMDFRPHUFLDOL]DomRpDXWRUL]DGDHP3RUWXJDO
6XEVWkQFLDFDSD]GHGHVWUXLU
Enzima proteolítica extraída
Bromelaína DVSURWHtQDVTXHLQWHUYrPQD Extracto
do caule do ananás
LQ¿DPDomRHQDFRDJXODomR
eVWHUHV HWtOLFRV GH iFLGRV JRUGRV Diminuição dos níveis de co- ÇFLGRV JRUGRV SROLLQVDWXUD-
–
SROLLQVDWXUDGRVyPHJD lesterol no sangue dos
FRQWLQXD
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FRQWLQXDomR
7UDWDPHQWRGDKLSHUWUR¾DEH- ÇFLGRVJRUGRVVDWXUDGRVHLQ-
Serenoa repens nigna da próstata. Diurético e Extracto das bagas saturados, álcoois de cadeia
anti-séptico urinário ORQJDH¾WRHVWHUyLV
Utilizada no tratamento de
9LQFD Catharanthus roseus ou leucemias agudas, linfomas e $OFDOyLGHV YLQEODVWLQD YLQ-
Extracto
YLQFDGH0DGDJiVFDU DOJXQVWXPRUHVVyOLGRVFDQ- cristina e vindesina.
FURVGDPDPDHGRSXOPmR
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>@ :+2 PRQRJUDSKV RQ VHOHFWHG PHGLFLQDO SODQWV YRO- >@ $7DFKMLDQ90DULD$-DKDQJLUJ. Am. Coll. Cardiol. 55
XPH :RUOG +HDOWK 2UJDQL]DWLRQ *HQHEUD
:HE KWWSDSSVZKRLQWPHGLFLQHGRFVSGIVH >@ $$,]]R*&DUOR)%RUUHOL((UQVWInt. J. Cardiol. 98
VHSGIDFHGLGRHP
>@ :+2 PRQRJUDSKV RQ VHOHFWHG PHGLFLQDO SODQWV YROXPH >@ 3URQWXiULR7HUDSrXWLFR,1)$50('°$XWRULGDGH1D-
:RUOG +HDOWK 2UJDQL]DWLRQ *HQHEUD :HE FLRQDOGR0HGLFDPHQWRH3URGXWRVGH6D~GH,30LQLVWp-
KWWSDSSVZKRLQWPHGLFLQHGRFVSGIVHVHSGI ULRGD6D~GH/LVERD
DFHGLGRHP
ACTUALIDADES CIENTÍFICAS
Os autores concluíram que, além das potencialidades nas tecnologias separativas para captura de dióxido de carbono,
os compostos estudados possuem também potencialidades, nomeadamente, na área da catálise, comutação fotónica,
KRORJUD¾DHIRWROLWRJUD¾D
DGDSWDGRGH “1RYHOFRPSRXQGVPDNHOLJKWZRUNRIWUDSSLQJFDUERQGLR[LGH³KWWSZZZUVFRUJFKHPLV-
WU\ZRUOGQRYHOD]REHQ]HQHFRPSRXQGVOLJKWZRUNWUDSSLQJFDUERQGLR[LGH0%DURQFLQL6Gµ$JRVWLQR
*%HUJDPLQL3&HURQL$&RPRWWL36R]]DQL,%DVVDQHWWL)*UHSLRQL70+HUQDQGH]66LOYL09HQWXUL$
Credi. Nat. Chem.'2,1&+(0
Paulo Mendes
SMJP#XHYRUDSW
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A glimpse of some Angolan medicinal plants – The biodiversity of Angola and a deep-rooted traditional
medicine always aroused the interest of researchers over the years. This article discusses the studies made by a group
of researchers who have studied more than a dozen African medicinal plants never evaluated before. In this paper
we present the studies of the four medicinal plants which showed the best results: Euphorbia conspicua, Eragrostis
YLVFRVD+\PHQRGLFW\RQ¿RULEXQGXPDQG7LQQHDDQWLVFRUEXWLFD%HVLGHVWKHGHWHUPLQDWLRQRIWKHFKHPLFDOFRPSRVL-
tion, the antioxidant capacity, peroxide value, molluscicidal, genotoxic, mutagenic and cytotoxic activities have been
also studied.
A biodiversidade de Angola e uma medicina tradicional bem enraizada sempre despertaram o interesse dos inves-
WLJDGRUHVDRORQJRGRVWHPSRV(VWHDUWLJRDERUGDRVHVWXGRVIHLWRVSRUXPJUXSRGHLQYHVWLJDGRUHVTXHMiHVWXGRX
mais de uma dezena de plantas medicinais africanas nunca antes avaliadas. Neste caso são apresentados os estudos
GH TXDWUR SODQWDV PHGLFLQDLV FRP PHOKRUHV UHVXOWDGRV (XSKRUELD FRQVSLFXD (UDJURVWLV YLVFRVD +\PHQRGLFW\RQ
¿RULEXQGXPH7LQQHDDQWLVFRUEXWLFD3DUDDOpPGDFRPSRVLomRTXtPLFDIRUDPHVWXGDGDVDFDSDFLGDGHDQWLR[LGDQWH
valor peróxido, atividades moluscicida, genotóxica, mutagénica e citotóxica.
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27 26
25
24
23
24'
H 21 H 22
18 20
17
19 11 13
1
15
9 14
10
3 5 7 30
R H R H R H
28 29
R OH R ( cinamoil oxi R OH
R AcO R AcO R ( cinamoil oxi
R ( cinamoiloxi
H H
O
R HO
HO
R HO H OAc
H R AcO
R OH R Angeloil
H H
HO AcO
H
Figura 1 – Estruturas químicas de vários compostos isolados na Euphorbia conspicua
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FRPSRVWR VLQWpWLFR FRPHUFLDO QLFORVDPLGD &/100 ȜJ 2. ERAGROSTIS VISCOSA (RETZ.) TRIN
P/XVDGRFRPHUFLDOPHQWHSDUDRFRQWURORGRVPROXVFRV
O composto 16 apresentou uma atividade dependente da O género Eragrostis SHUWHQFHjWULER(UDJURVWRLGHDHGDID-
dose e um efeito contínuo nos moluscos adultos depois de mília Poaceae. Este género é maioritariamente constituí-
XPDH[SRVLomRGXUDQWHK$SHVDUGHDSUHVHQWDUHVWDDWL- GRSRUHUYDVFRPYDORUQXWULWLYRTXHDVSRSXODo}HVORFDLV
vidade o composto 16 era completamente inativo contra os usam geralmente como forragem fresca para alimentar o
RYRVGR%JODEUDWD>@ JDGR>@1RHQWDQWRDEragrostis viscosa5HW]7ULQ
p FRQVLGHUDGD YHQHQRVD H R JDGR UHFXVDVH D FRPrOD H
O novo composto 3ȔEFLQDPRLOHXIRUEROIRLVXEPHWL- na medicina tradicional é utilizada para envenenar cobras
GRDWHVWHVGHPXWDJHQLFLGDGHWHVWHGH$PHVFRPDVHV- >@'HQWURGRJpQHUREragrostis existem espécies impor-
tirpes de Salmonella typhimurium 7$ H QD tantes que são utilizadas como forragem tal como a E. ni-
SUHVHQoDHDXVrQFLDGHDWLYDomRPHWDEyOLFDPLVWXUD6 gra, E. tef e E. curvula. Os estudos realizados sobre estas
Foram também realizados os ensaios de citotoxicidade espécies concentram-se no valor nutritivo da forragem não
WHVWHGR077HJHQRWR[LFLGDGHWHVWHGRVPLFURQ~FOHRV se debruçando sobre a composição química das mesmas,
&%01FRPHVHPPLVWXUD6HPFpOXODV9GHKDPV- existindo apenas dois artigos que abordam a composição
WHUFKLQrV2WHVWHGH$PHVUHYHORXTXHRFRPSRVWRQmRp química da E. ferrugínea>@
PXWDJpQLFRSDUDDVHVWLUSHVWHVWDGDVDWpXPDGRVHGH
ȜJSRUSODFD>@$LQGXomRGHPLFURQ~FOHRVHPFpOXODVGH A singularidade da E. viscosa dentro do seu género desper-
KDPVWHU FKLQrV 9 IRL UHDOL]DGD DWp FRQFHQWUDo}HV GH tou a atenção do nosso grupo pelo que a planta foi recolhida
ȜJP/HQmRUHOHYRXXPDXPHQWRVLJQL¾FDWLYRFRP- QR VRSp GD 6HUUD GR &ULVWR 5HL +XtOD WHQGR VLGR VHFD H
SDUDGRFRPRFRQWURORQHJDWLYRGRVH]HURQDSUHVHQoDRX extraída, num Soxhlet, com hexano. O extrato de hexano
DXVrQFLDGH64XDQWRjYLDELOLGDGHGDVFpOXODVGHKDPV- descerado foi fracionado levando ao isolamento de quatro
WHUFKLQrV9RVWHVWHVDSHQDVDSUHVHQWDUDPXPDOLJHLUD ODEGDQRV FRP XP QRYR DQHO ĭHSR[L iFLGR ĭ
GLPLQXLomRDȜJSRUSODFD>@3RGHVHDVVLPFRQFOXLU HSR[LODEGDQȔRLFR 17 ĭHSR[LQRUODEGDQ
TXHRFRPSRVWRQmRDSUHVHQWDDWLYLGDGHPXWDJpQLFDRX RQD 18 ĭHSR[LQRUODEGDQR 19 H DFHWR[L
genotóxica e uma fraca a nula citotoxicidade o que permite ĭHSR[LODEGDQR20DVVLPFRPRXPFRPSRVWRMiFR-
D¾UPDU TXH HVWH FRPSRVWR QmR DSUHVHQWD ULVFRV TXDQWR D QKHFLGRDDPEUHLQROLGD21)LJXUD>@2VFRPSRVWRV
XPIXWXURXVRFRPRFRPSRVWRELRDWLYR>@ QRYRVIRUDPFDUDFWHUL]DGRVXVDQGR,9501GH 1H e C,
5 2
2
2
5&22+
+
+ 5 2
5+
5&22&+
52+
2
522&&+
52+
5 5
23 24 R 3-(2',3',4',6'-tetra-O-acetil-ß-D-glucopiranosiloxi)
5
GLKLGUR[L(FLQDPRLOR[L5
WHWUD2DFHWLO'JOXFRSLUDQRVLOR[L
R 3ß-(3'',4''-di-hidroxi)-(E)-cinamoiloxi
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2H[WUDWRGHVFHUDGRGHKH[DQRIRLWHVWDGRHPUHODomRjVXD
atividade moluscicida contra o Biomphalaria glabrata ten- Figura 4 – Estrutura molecular gerada por análise de raios X do
GRDSUHVHQWDGRXPDDWLYLGDGHPRGHUDGDGHPRUWD- composto 25
OLGDGHDȜJP/$WR[LFLGDGHFRQWUDDArtemia salina é
PHQRUTXHDȜJP/SHORTXDOVHSRGHFRQVLGHUDU A genotoxicidade da E. viscosa, particularmente dos com-
RH[WUDWRQmRWy[LFR>@2FRPSRVWR17 foi testado em postos 18, 20 e 25 foi realizada usando como marcador de
UHODomRjVXDPXWDJHQLFLGDGHHRVUHVXOWDGRVGHPRQVWUDP FLWRWR[LFLGDGHRWHVWHGR077EURPHWRGH>GLPH-
TXHDWpGRVHVGHȜJSRUSODFDRFRPSRVWRQmRpPX- WLOWLD]ROLOGLIHQLOWHWUD]yOLR D DYDOLDomR GRV GDQRV
tagénico para as estirpes de Salmonella typhimurium 7$ citogenéticos foi realizada através do teste dos micronúcle-
7$7$H7$QDSUHVHQoDRXDXVrQFLDGH RVHPFpOXODV9GHKDPVWHUFKLQrVHUHDOL]RXVHRWHVWH
ativação metabólica. Foi também testada a genotoxicidade de Ames para investigar a potencial mutagenicidade. Em
do composto 17WHVWHGDVDEHUUDo}HVFURPRVVyPLFDVHP alguns extratos da E. viscosa foi aferida a capacidade an-
FpOXODV9GHKDPVWHUFKLQrVQmRDSUHVHQWDQGRRFRP- tioxidante, o valor peróxido e a quantidade de fenóis totais
SRVWRTXDOTXHUDWLYLGDGHFODVWRJpQLFDDWpGRVHVGHȜJ >@
mL, o que aponta para um uso relativamente seguro como
FRPSRVWRELRDWLYR>@ A análise da genotoxicidade, determinada pela indução de
micronúcleos, destes compostos não apresentou um au-
O trabalho anterior sobre E. conspicua foi realizado a partir PHQWR HVWDWLVWLFDPHQWH VLJQL¾FDWLYR GD VXD JHQRWR[LFLGD-
de um extrato obtido a quente. Sabe-se que a extração a de. Não foi detetada atividade mutagénica, pelo teste de
quente pode criar artefactos de extração pelo que se levan- $PHVHPWRGDVDVHVWLUSHVWHVWDGDV7$7$H7$
WRXDTXHVWmRVHRDQHOĭHSR[LQmRVHULDXPDUWHIDFWR HQDSUHVHQoDRXDXVrQFLDGHPLVWXUD6$FLWRWR[L-
da extração. Por esta razão foi realizada uma nova recolha FLGDGHIRLWHVWDGDSHORHQVDLRGR077HPFpOXODV9Hj
nos arredores do Lubango, Huíla. Desta vez as partes aére- concentração mais baixa, o composto mais citotóxico era
as secas da E. conspicua foram divididas em duas amostras o 25FRPPHQRVGHYLDELOLGDGHFHOXODUDJSRU
que sofreram tratamento diferente. A primeira amostra foi SRoR«FRQFHQWUDomRPDLVDOWDWHVWDGDJSRUSRoR
extraída, num Soxhlet, sucessivamente com hexano, tolue- a viabilidade celular de todos os compostos encontrava-se
no e acetato de etilo obtendo os correspondentes extratos; DEDL[R GH VHQGR R FRPSRVWR 20 o mais citotóxico de
a segunda amostra foi colocada em maceração em dicloro- todos. Contudo, no teste dos micronúcleos, nenhum dos
metano obtendo-se o extrato bruto de diclorometano que FRPSRVWRVWHVWDGRVHPFpOXODV9HUDJHQRWy[LFRjVFRQ-
IRLSRVWHULRUPHQWHGHVFHUDGRFRPPHWDQRO>@ FHQWUDo}HV WHVWDGDV LQGLFDQGR TXH DSDUHQWHPHQWH QmR p D
JHQRWR[LFLGDGHDUHVSRQViYHOSHODVXDFLWRWR[LFLGDGH>@
No extrato de tolueno foram isolados os seguintes com-
SRVWRV ĭHSR[LODEGDQȔRDWR GH PHWLOR 22 Os extratos de hexano obtidos a partir das duas recolhas
ĭHSR[LQRUODGEDQRQD 18 iFLGR ĭ diferentes, o extrato de diclorometano e o de acetato de
HSR[LODEGDQȔRLFR 17 ȔµµµµGLKLGUR[LE etilo da E. viscosa foram testados pelos métodos do DPPH
FLQDPRLOR[LOXSHQR 23 µµµµWHWUD UDGLFDOOLYUHGLIHQLOSLFULOKLGUD]LOHGR$%76iFL-
ODFHWLOȔ'JOXFRSLUDQRVLOR[LȔVLWRVWHURO 24 Do ex- GR ´D]LQRELVHWLOEHQ]RWLD]ROLQDVXOIyQLFR SDUD
trato descerado de diclorometano foram obtidos o determinar as suas capacidades antioxidantes. Os valores
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HPÇIULFD2ULJLQDOPHQWHSUHVHQWHQRQRUWHGH$QJRODQD 'HYLGRjVTXDQWLGDGHVGHFRPSRVWRVREWLGDVVyDRDQWLV-
SURYtQFLDGR.XDQ]D1RUWHUHJLmRGH'HPERVDTinnea FRUEXWLFDQR%39IRLSRVVtYHOUHDOL]DUWHVWHVGHDWLYLGDGH
antiscorbutica :HOY TXH p WUDGLFLRQDOPHQWH FKDPDGD ELROyJLFDQRPHDGDPHQWHRWHVWHGR077XVDQGRRFRPR
²7HWH0EXOD³ p XP SHTXHQR DUEXVWR TXH SRGH VHU UHFR- marcador de citotoxicidade. A avaliação dos danos citoge-
OKLGRHPYiULDVUHJL}HVGH$QJRODHpXVDGRQDPHGLFLQD néticos foi realizada através do teste dos micronúcleos em
WUDGLFLRQDOSDUDWUDWDURHVFRUEXWR>@1DOLWHUDWXUDQmRVH FpOXODV9GHKDPVWHUFKLQrV5HDOL]RXVHDLQGDRWHV-
encontra descrito nenhum estudo químico do género Tin- te de Ames para investigar a potencial mutagenicidade do
nea, encontrando-se apenas a indicação de que a T. barbata FRPSRVWR>@(PUHODomRDRVSRWHQFLDLVGDQRVJHQpWLFRV
pXWLOL]DGDFRPRDUEXVWRSDUDMDUGLQV>@ induzidos pelo composto 39 QmR VH HQFRQWURX HYLGrQFLD
GHDWLYLGDGHPXWDJpQLFDDWpGRVHVGHJSRUSODFDWHV-
$DXVrQFLDGHHVWXGRVTXtPLFRVGHQWURGRJpQHURGHVSHU- WH GH$PHV HVWH FRPSRVWR WDPEpP QmR LQGX] PLFURQ~-
tou a atenção do nosso grupo pelo que as partes aéreas da FOHRVQDOLQKDGHFpOXODV9DWpGRVHVGHJP/>@
T. antiscorbutica foram recolhidas na estrada da Chibia na Além disso o composto 39QmRDSUHVHQWDFLWRWR[LFLGDGHjV
Comuna da Huíla, província da Huíla. As partes aéreas fo- doses testadas. Estes resultados permitem esperar que este
ram secas e maceradas em metanol obtendo-se o extrato composto possa ser usado como composto bioativo com
de metanol. De seguida esse extrato foi extraído sucessi- segurança.
vamente com hexano, clorofórmio e acetato de etilo. Na
IUDomRGHKH[DQRIRUDPLVRODGRVRJOXWLQRO32IULHGHOLQD (VWH HVWXGR SHUPLWH FRQFOXLU TXH DLQGD Vy IRL D¿RUDGR R
33HDQWLVFRUEXWLFDQR$342IUDFLRQDPHQWRGDIUDomR potencial das plantas medicinais angolanas e que muito há
GHFORURIyUPLRSHUPLWLXREWHUGLKLGUR[L¿DYDQRQD35 para investigar quer ao nível da composição química, quer
H KLGUR[LµWHWUDPHWR[L¿DYRQD 36 KLGUR[L- na avaliação das atividades biológicas.
µµSHQWDPHWR[L¿DYRQD 37 µGLKLGUR[L-
µWHWUDPHWR[L¿DYRQD38DQWLVFRUEXWLFDQR%39 AGRADECIMENTOS
HµµWULKLGUR[LWULPHWR[L¿DYRQD40'DIUDomR
GH DFHWDWR GH HWLOR IRL LVRODGR R DQWLVFRUEXWLFDQR & 41 (VWH WUDEDOKR IRL SDUFLDOPHQWH ¾QDQFLDGR SHORV SURMH-
)LJXUD2VFRPSRVWRV 34, 39 e 41 são compostos novos WRV 32&7,48, H )&203)(-
com esqueleto neoFOHURGDQRVXEVWLWXtGR)LJXUD>@H '(5 GD )XQGDomR SDUD D &LrQFLD H 7HFQRORJLD
IRUDPFDUDFWHUL]DGRVXVDQGR,9501GH 1H e &501 )&7FRP¾QDQFLDPHQWR)('(5HR&HQWURGH,QYHVWL-
'HHVSHFWURPHWULDGHPDVVDGHDOWDUHVROXomR2VFRP- JDomR0DWHULDLV)LEURVRVH7HFQRORJLDV$PELHQWDLV°)L-
SRVWRV FRQKHFLGRV IRUDP LGHQWL¾FDGRV SRU FRPSDUDomR E(Q7HFK
FRPDOLWHUDWXUD>HUHIVLQGLFDGDV@
REFERÊNCIAS
28 Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15
A RTIGOS
LISTA DE ABREVIATURAS
CL &RQFHQWUDomROHWDOTXHSHUPLWHPDWDUGHXPDSRSXODomRWHVWH
CL100 Concentração letal que permite matar 100% de uma população teste
DPPH 5DGLFDOOLYUHGLIHQLOSLFULOKLGUD]LO
IV Espectroscopia de infravermelho
501GH1H 5HVVRQkQFLDPDJQpWLFDQXFOHDUGHSURWmR
501GHC 5HVVRQkQFLDPDJQpWLFDQXFOHDUGHFDUERQR
501' 5HVVRQkQFLDPDJQpWLFDQXFOHDUDXPDGLPHQVmR
501' 5HVVRQkQFLDPDJQpWLFDQXFOHDUDGXDVGLPHQV}HV
9 )LEUREODVWRVGHSXOPmRGHKDPVWHUFKLQrV
>@ % 8HPXUD & .DWD\DPD ( /XQR . 6DVDNL< +LUDWD >@ 0, <EDUUD 6 3RSLFK 6$ %RUNRVN\ < $VDNDZD $
Tetrahedron Lett. 21 Bardón, J. Nat. Prod. 68
>@ *$SSHQGLQR 6 -DNXSRYLF &* 7URQ - -DNXSRYLF 9 >@ &$UJ\URSRXORX$.DULRWL+6NDOWVDPhytochemistry 70
Milon, M. Ballero, J. Nat. Prod. 61
>@ -0$OEHUWR-)6DQ]&HUYHUD<$OEHUWR--DNXSRYLFJ. >@ 1µ61 6HEDVWLmR 1 )HUQDQGHV / 9LHLUD $-* 0HQ-
Nat. Prod. 62 GRQoD-)*DVSDU&0DUWLQV-5XHII&'LDNDQDPZD
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81 >@ 6*5D]D¾PDQGLPELVRQ%%UHPHUBot. J. Linn. Soc. 152
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976FKDOOSE Asian J. Trop. Med. Public Health 25 >@ $& 0LWDLQH2IIHU /$7DSRQGMRX -' 'MRXNHQJ +
Bouda, M.A.;Lacaille-Dubois, Biochem. Syst. Ecol. 31
>@ $37XOORFKPhytochemistry 21°
>@ &03%RUJHV&'LDNDQDZPD',0'GH0HQGRQoDJ.
>@ &63DQW.6'KDPLAsian J. Chem. 15° Braz. Chem. Soc. 21
>@ 1µ61 6HEDVWLmR ,-6 &RUGHLUR $) GRV 6DQWRV - ) >@ . 0DFKLGD 5 2QRGHUD . )XUXWD 0 .LNXFKL Chem.
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>@ *%ULQJPDQQ$+DPP-.UDXV02FKVH$1RXUHO-
GHHQ'1-XPEDPEur. J. Org. Chem
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Phytochemistry 30 >@ %)-XPD5570DMLQGDNat. Prod. Res. 21
>@ &61D66+RQJ<+&KRL<+/HH6++RQJ-<
/LP%+.DQJ6<3DUN'/HHArch. Pharm. Res. 33 >@ 0 2QR 1 ,VKLPDWVX & 0DVRXND + <RVKLPLWVX 5
7VXFKLKDVKL 0 2NDZD - .LQMR 7 ,NHGD 7 1RKDUD
Chem. Pharm. Bull. 55
>@ *=LHJOHU*6SLWHOOHUFlavour Fragr. J. 7
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Giordano, E. Guerreiro, Phytochemistry 41
>@ 02QR<,WR6.XER71RKDUDChem. Pharm. Bull. 45
>@ 330HEHPhytochemistry 57
Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15 29
A RTIGOS
ACTUALIDADES CIENTÍFICAS
5HFHQWHPHQWHRJUXSRGRLQYHVWLJD-
dor Xile Hu, do Instituto Federal Su-
toRGH7HFQRORJLDGH/DXVDQQHPRV-
trou que o catalisador NiP, conhecido
SRUSURPRYHUH¾FLHQWHPHQWHDUHGX-
ção da água, pode funcionar também
FRPRXPFDWDOLVDGRUH¾FLHQWHSDUDD
reacção de oxidação. Foram obtidas
GHQVLGDGHVGHFRUUHQWHGHP$FP
D XP VREUHSRWHQFLDO GH DSHQDV
P9QXPDVROXomRGH.2+0FXMRV
resultados são melhores aos mostra-
GRVSRURXWURVFDWDOLVDGRUHVMiFRQKH-
cidos. Segundo os autores, a elevada
DFWLYLGDGH p DWULEXtGD j IRUPDomR in
situQDVFRQGLo}HVXVDGDVGHXPVLV-
tema catalítico de Ni31L2x.
&KDUOHV'LVPXNHVH$QGHUV/DXUVHQHVSHFLDOLVWDVQDiUHDGDHOHFWUyOLVHFDWDOtWLFDGDiJXDUHIHULUDPTXH²DIDFLOLGDGH
de síntese e as propriedades catalíticas bifuncionais demonstradas pelo catalisador estudado são promissores para uma
futura aplicação desta tecnologia para obtenção de combustível sustentável.
DGDSWDGRGH²6LQJOHFDWDO\VWVLPSOL¾HVZDWHUVSOLWWLQJ³KWWSZZZUVFRUJFKHPLVWU\ZRUOGVLQJOHFDWDO\VW
VLPSOL¾HVZDWHUVSOLWWLQJQLFNHOSKRVSKLGHL.-A. Stern, L. Feng, F. Song, X. Hu, Energy Environ. Sci. '2,
FHHK
Paulo Mendes
SMJP#XHYRUDSW
30 Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15
A RTIGOS
Coca-ColaTM – a brand image – In this paper a short overview of the chemical composition of Erythroxylum
coca and Cola acuminata, one of the most common varieties of Kola tree, is presented. Both are related to the history
of Coca-ColaTM, the most well-known refreshment beverage all over the world. It was invented in the late nineteenth
century as a patented medicine whose original formulation was based on coca leaves and kola nuts. Some aspects of
the history of the beverage are also mentioned.
N este artigo faz-se uma apresentação breve da composição química das plantas Erythroxylum coca e Cola acumi-
nata, uma das variedades mais comuns da planta da &ROD$PEDVHVWmRDVVRFLDGDVjKLVWyULDGD&RFD&ROD® da qual
se faz uma abordagem sucinta neste artigo. Sendo este o refrigerante mais famoso em todo o Mundo, foi inicialmente
SDWHQWHDGRFRPRXPPHGLFDPHQWRFXMDIRUPXODomRRULJLQDOLQFOXtDIROKDGHFRFDHQR]GHFROD.
3HPEHUWRQHUDYLFLDGRHPPRU¾QDFRPRFRQVHTXrQFLDGH
ferimentos sofridos durante a guerra civil americana, e pro-
curava um substituto para este analgésico narcótico. Em
WLQKD FRQVHJXLGR DOJXP VXFHVVR FRP XPD ²EHELGD
LQWHOHFWXDO³ H ²HVWLPXODQWH GR VLVWHPD QHUYRVR³ R Fren- Figura 2°8PGRVSULPHLURVDQ~QFLRVGD&RFD&ROD>@
ch Wine Coca de Pemberton – um vinho de coca europeu,
FULDGRSRU$QJHOR0DULDQLHPHLQVSLUDGRQR9LQKR As primeiras vendas da Coca-Cola tiveram lugar na Far-
0DULDQLVin Mariani7UDWDYDVHGHXPDPLVWXUDGHDo~- PiFLD-DFRE)LJXUDHP$WODQWDVHQGRRSURGXWRSD-
FDUYLQKRWLQWRIROKDGHFRFDHQR]GHFRODFRQWHQGRFDIH- WHQWHDGRYHQGLGRDFRSRSHORSUHoRGHFLQFRFHQWDYRVGH
tQDIDPRVDSHODVVXDVSURSULHGDGHVPHGLFLQDLV>@(VWH GyODU>@
Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15 31
A RTIGOS
FRPSDWtYHOFRPHVVHWLSRGHJDUUDIDV$VVLPHPIRL
FULDGDDJDUUDIDWDOFRPRDLQGDKRMHVHFRQKHFHWHQGRVLGR
LQWURGX]LGDQRPHUFDGRHP>@
INGREDIENTES DA COCA-COLA
laridade crescente da Coca-Cola originou o aparecimento L $ FKHJDGD GD &RFD&ROD DRV -RJRV 2OtPSLFRV
GHLPLWDo}HVSHORTXHVHWRUQRXLPSRUWDQWHFULDUXPIDFWRU DFRQWHFHX HP HP $PVWHUGmR TXDQGR HVWD
distintivo deste produto e da marca, o qual não parecia ser EHELGD ²DFRPSDQKRX³ D HTXLSD GRV (8$ SRU LQL-
32 Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15
A RTIGOS
FLDWLYD GH :RRGUXII j GDWD SUHVLGHQWH GD Coca- GRV$QGHV QRPHDGDPHQWHGD &RO{PELDGR (TXDGRU GR
-Cola Company>@ Peru e da Bolívia.
LL com a entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial, A mastigação de folha de coca tem sido praticada pelos
:RRGUXII RUGHQRX TXH WRGRV RV PLOLWDUHV WLYHVVHP índios sul-americanos há mais de dois mil anos e é uma
acesso a garrafas de Coca-Cola a preço reduzido, in- parte integrante da cultura nativa. A folha é misturada com
dependentemente de onde estivessem e do que pudes- óxido de cálcio, libertando assim o principal alcalóide, a
VHFXVWDUjHPSUHVD>@ cocaína, na forma de base livre, a qual pode então ser mas-
WLJDGD>@2ULJLQDOPHQWHHVWDSUiWLFDHVWDYDOLPLWDGDDRV
LLL DSXEOLFLGDGHj&RFD&RODQXQFDIRLGHVFXUDGDWHQGR sumos-sacerdotes incas e pessoas de classes privilegiadas,
sido particularmente importante a década de setenta mas generalizou-se após a conquista espanhola da América
GRVpFXOR;;DTXDODVVRFLDYDDPDUFDjGLYHUVmRD do Sul.
DPLJRVHDWHPSRGHGHVFRQWUDomR>@
Pemberton estava entusiasmado com as virtudes da plan-
LY os anos oitenta do século passado assistiram a uma WDGDFRFDSHORTXHGHFLGLXLQFOXLODQRVHX)UHQFK:LQH
preocupação cada vez maior da sociedade com a Coca. O alcalóide activo da planta da coca, a cocaína, foi
VD~GH H D LPDJHP UH¿HFWLGD QD FUHVFHQWH LPSRUWkQ- LVRODGRSHODSULPHLUDYH]HPGDVIROKDVGHFRFDSRU
cia atribuída ao exercício físico. A Coca-Cola, acom- Friedrich Gaedcke. O psicanalista Sigmund Freud, que era
panhando os tempos, introduziu no mercado a Diet consumidor de cocaína, no seu artigo Über Coca1 recomen-
CokeGHEDL[RWHRUFDOyULFR>@ dava-a como estimulante mental e do apetite, como afrodi-
síaco e como anestésico local, bem como para o tratamento
Y a primeira década do século XXI trouxe consigo um GHGLVW~UELRVGLJHVWLYRVGHDGLomRjPRU¾QDHDRiOFRROH
aumento nos esforços da Coca-Cola para criar um WUDWDPHQWRGDDVPD>@
quadro sustentável para o futuro, com a assunção do
compromisso público de redesenhar a maneira como
$ IROKD GH FRFD FRQWpP GH DOFDOyLGHV VHQGR D
WUDEDOKDFRPYLVWDjVXVWHQWDELOLGDGH$HPSUHVDFRQ-
FRFDtQD1 XPGLpVWHUGHHFJRQLQDRSULQ-
WLQXRXDFRQVWUXLUUHODo}HVH[LVWHQWHVFRPRVHYHQWRV
FLSDO FRPSRQHQWH FRPR UHIHULGR DQWHULRUPHQWH &LQD-
desportivos globais, como o Campeonato do Mundo
moilcocaína 2ĭWUX[LOLQD3ȔWUX[LOLQD4 e metilecgonina
GD),)$HGHVHPSHQKRXXPSDSHOLPSRUWDQWHQRV-R-
JRV2OtPSLFRVGH/RQGUHVGHRVPDLVVXVWHQWi- 5 são constituintes minoritários e todos relacionados com a
YHLVGDKLVWyULD>@ ecognina 6XPDOFDOyLGHWURSkQLFRTXHpXPPHWDEROLWRGR
metabolismo da cocaína, podendo também ser um precur-
VRUGDPHVPD)LJXUD
COCA-COLA VERSUS COCA E COLA
As folhas de coca são obtidas de espécies de Erythroxylum A Erythroxylum novogranatense tem uma maior quantida-
(U\WKUR[\ODFHDH )LJXUD DUEXVWRV QDWLYRV GD UHJLmR de de cocaína do que Erythroxylum coca, mas também uma
maior quantidade de cinamoilcocaína, que impede a crista-
OL]DomRGDFRFDtQDVHQGRSRULVVRPHQRVGHVHMiYHOSDUDD
SURGXomRGHFRFDtQDLOtFLWD>@
$VVHPHQWHVGH&RODFRQWrPDWpGHFDIHtQD7 e cerca de
1% de teobromina 8, parcialmente ligadas a taninos, ambas
DOFDOyLGHVSXUtQLFRV>@
Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15 33
A RTIGOS
A secagem permite a oxidação parcial de polifenóis, com a mentes frescas de cola são mastigadas em países tropicais,
formação de um pigmento vermelho e libertação da cafeí- como estimulante.
na livre. À semelhança das folhas de coca, também as se-
REFERÊNCIAS
>@ *<RXQJ:LW]HO0.:LW]HO²7KHVSDUNOLQJVWRU\RI&R-
FD&ROD³&UHVWOLQH1<
>@ KWWSZZZEXVLQHVVLQVLGHUFRPLQYHQWRURIFRFDFRODZDV
DPRUSKLQHDGGLFWL[]]I7XL\LIDFHGLGRD
>@ KWWSZZZFRFDLQHRUJXNFRFDFRODDFHGLGRD
>@ KWWSZZZEXVLQHVVLQVLGHUFRPLQYHQWRURIFRFDFRODZDV
DPRUSKLQHDGGLFWDFHGLGRD
>@ K W W S Z Z Z D G E U D Q F K F R P F R F D F R O D D G Y H U W L V -
LQJFRFDFRODBV\UXSBDQGBH[WUDFWBV DFH-
GLGRD
>@ KWWSZZZFRFDFRODFRXNSDFNDJHVKLVWRU\KHULWDJH DFH-
GLGRD
>@ KWWSSRSVRSFRPFRFDFRODFRQWRXUERWWOHFHOH-
EUDWHVLWVFHQWHQDU\GHVLJQVWRU\DFHGLGRD
>@ <HDUB$/HD¿HWBY LQ KWWSZZZFRFDFRODKHOOHQLF
Figura 7 – Cola acuminata FRPaPHGLD)LOHV&&&+%&GRFXPHQWV<HDUB
$/HD¿HWBYSGIDFHGLGRD
>@ 30'HZLFN²0HGLFLQDO1DWXUDO3URGXFWV°DELRV\QWKHWLF
DSSURDFK³rdHG:LOH\&KLSSHQKDP
>@ KWWSZZZDSSRDFRPEUGRZQORDG5HYLVWD
8EHUFRFDSGIDFHGLGRD
>@ (YDQVLQKWWSZZZXVHOVHYLHUKHDOWKFRP
PHGLDXVVDPSOHFKDSWHUV
Figura 8 – Alcalóides das sementes de Cola BSGIDFHGLGRD
34 Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15
A RTIGOS
4KVC%%&WCTVGa/)CDTKGNC6%4KDGKTQC#FÃNKQ#5%/CEJCFQb
a
/$495(48,07('HSDUWDPHQWRGH4XtPLFDH%LRTXtPLFD)DFXOGDGHGH&LrQFLDVGD8QLYHUVLGDGHGR3RUWR
b
'HSDUWDPHQWRGH4XtPLFDH%LRTXtPLFD)DFXOGDGHGH&LrQFLDVGD8QLYHUVLGDGHGR3RUWR
*gribeiro@fc.up.pt
E VWHDUWLJRDSUHVHQWDRVUHVXOWDGRVGDDYDOLDomRGHYHUGXUDGHVtQWHVHVTXtPLFDVSURSRVWDVQDELEOLRJUD¾DGHtQGROH
pedagógica usada vulgarmente para o ensino da química experimental nos primeiros anos de cursos universitários
(licenciatura) em Portugal. A avaliação foi efetuada utilizando a métrica holística Estrela Verde na análise separada
GDVWUrVHWDSDVGRSURFHVVRGHVtQWHVHDUHDomRRLVRODPHQWRHDSXUL¾FDomRSDUDDYDOLDomRGDPLFURYHUGXUD
bem como do processo global, e teve por base protocolos de sínteses disponibilizados por docentes universitários e
encontrados na literatura (todos a que se conseguiu ter acesso). Os resultados revelam que os protocolos seguidos em
Portugal apresentam verdura limitada, existindo quase sempre alternativas mais verdes, e que as fases de isolamento
HSXUL¾FDomRVmRIUHTXHQWHPHQWHOLPLWDWLYDVGDYHUGXUDGRSURFHVVR(PFHUWRVFDVRVDRWLPL]DomRGDYHUGXUDSRGH
ser obtida através da combinação dos procedimentos mais verdes de cada etapa encontrados nos diferentes proto-
colos analisados. Os resultados revelam que ainda há muito a fazer para reformatar o ensino da Química para a
Química Verde e dirigi-la para a Sustentabilidade.
Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15 35
A RTIGOS
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A RTIGOS
Tabela 1 – Levantamento do número de sínteses químicas referidas nos programas online de licenciaturas de universidades portuguesas.ĭ
Protocolos
Outros protocolos ava-
disponibili- Protoco-
N.º liados Total de
zados los na-
sínteses protoco-
Universidade Curso cionais Protocolos Outros
propos- los ava-
avalia- de outras protocolos
tas Q.O. Q.I. liados
dos universida- encontra-
des dos
Univ. do Porto Lic. Química 8 5 3 5 32 35 72
Lic. Química 18 7 11 7 33 32 72
Univ. Nova de
Lisboa Lic. Quím. Indus-
4 4 0 3 20 25 48
trial
Univ. de Lisboa M.I. Eng. Química 13 0 9 3 12 16 31
Lic. Química 9 5 1 4 4 23 31
Univ. de Aveiro
M.I. Eng. Química 3 3 0 1 1 3 5
Univ do Minho Lic. Química 4 0 0 0 0 0 0
Univ. de Évora Lic. Química 7 0 0 0 0 0 0
Univ da Madeira Lic. Bioquímica 1 0 1 1 8 10 19
Univ. do Algarve Lic. Bioquímica ND ND ND ND ND ND ND
Univ. de Trás-os-
-Montes e Alto Lic. Bioquímica ND ND ND ND ND ND ND
Douro
Lic. Bioquímica/
Lic. Quím. Apli-
Univ. de Coimbra cada/ ND ND ND ND ND ND ND
M.I. Eng. Química
e Bioquímica
Totais 67 24 25 24 110 144 278
ĭ
Q.O. – Química Orgânica; Q.I. – Química Inorgânica; Lic. – Licenciatura; M.I. – Mestrado Integrado; Eng. – Engenharia; só foram avaliados 24
protocolos, pois dos restantes não foram encontrados outros protocolos; ND – informação não disponível.
HVWUHODPRVWUDRJUDXGHFXPSULPHQWRFODVVL¾FDGRGHD (9RV¾FKHLURVGHFiOFXORIRUQHFHPRÊQGLFHGH3UHHQFKL-
3, do princípio correspondente. No caso de todos os princí- PHQWRGD(VWUHOD,3(GH¾QLGRFRPRDSHUFHQWDJHPGH
pios serem cumpridos (grau 3), as pontas são todas verdes, área verde da estrela relativamente à área de uma estrela de
se nenhum for cumprido (grau 1) são todas vermelhas; se verdura máxima: IPE = (100 x área verde da estrela/área
for parcialmente cumprido (grau 2), a cor verde aparecerá verde da estrela de verdura máxima) [19-21,26].
sobre fundo vermelho.
ANÁLISE DE VERDURA
No presente caso, os princípios quatro (P4) e onze (P11)
não são incluídos nas EV, uma vez que nas sínteses realiza- Após a recolha dos vários protocolos, realizou-se a ava-
GDVHPFRQWH[WRHVFRODUQmRVHSODQL¾FDDFULDomRGHQRYRV liação e comparação da verdura das sínteses, a partir do
produtos químicos (P4), nem se põe a questão de analisar seu estudo detalhado, utilizando a EV como instrumento
o processo em tempo real para controlar a poluição (P11), de análise [19-21].
pelo que as EV referentes à reação química propriamente
dita e ao processo global de síntese envolvem apenas dez A avaliação foi efetuada separadamente para as fases de re-
SRQWDV&DGDXPDGDVIDVHVGHLVRODPHQWRHSXUL¾FDomRGR DomR5LVRODPHQWR,HSXUL¾FDomR3XGRSURGXWRSDUD
produto envolve uma EV ainda mais simples, com apenas obter a microverdura da síntese,[22,23] bem como para o
seis pontas, dado que, sendo operações “não reativas” (não processo global de síntese (G). A divisão em fases foi efe-
envolvem reações químicas), não se aplicam também os WXDGDGHPRGRDDQDOLVDUDLQ¿XrQFLDGHFDGDXPDGHODVQD
princípios P2 (economia atómica), P3 (sínteses menos pe- verdura global do processo, isto é, avaliar em que extensão
rigosas), P8 (redução de derivatizações) e P9 (catalisado- é que a utilização de reagentes/solventes/substâncias auxi-
res) [14,22,23]. Para o cálculo das EV foram usados mode- liares, de condições energéticas diferentes das ambientais
ORVDXWRPiWLFRVHP¾FKHLURV([FHOSDUD(9GHSRQWDV ou outros fatores desfavoráveis numa determinada fase
[24] e de 6 pontas [25]. pode implicar uma diminuição na verdura global da sínte-
se. A avaliação envolveu o uso de EV de 10 pontas (reação
A área da estrela é tanto maior quanto maior for a verdura e processo global de síntese) e de 6 pontas (isolamento e
JOREDOGRSURFHVVRTXtPLFRHPHVWXGR$OpPGRJUi¾FRGD SXUL¾FDomRGRSURGXWR
Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15 37
A RTIGOS
Finalmente, após a comparação dos resultados das avalia- COMPARAÇÃO DOS PROTOCOLOS
o}HVGRVSURWRFRORVUHIHUHQWHVDFDGDVtQWHVHIRUDPFRP-
ELQDGRVRVSURFHGLPHQWRVPDLVYHUGHVGHFDGDIDVHUHD- $ SHVTXLVD GH H[SHULrQFLDV GH VtQWHVH UHDOL]DGDV HP XQL-
omRLVRODPHQWRHSXUL¾FDomRGHPRGRDWHQWDUREWHUXP versidades portuguesas revelou que, aquando da pesquisa,
protocolo global mais verde do que os propostos na litera- HUDPUHDOL]DGDVVtQWHVHVQRVODERUDWyULRVGHHQVLQRGRV
tura. A verdura deste novo protocolo foi também avaliada TXDLV DSHQDV IRUDP GLVSRQLELOL]DGRV SHORV GR-
e a EV resultante foi comparada com a EV do protocolo centes das disciplinas, quer por contacto direto quer através
GHOLWHUDWXUDPDLVYHUGHSDUDFRQ¾UPDUVHVHWHYHVXFHVVR das páginas webGDVGLVFLSOLQDV'HVWHVSURWRFRORVGLV-
na obtenção de um protocolo global alternativo otimizado. SRQLELOL]DGRVDSHQDVIRUDPDYDOLDGRVVHQGR
([HPSORVGHWDOKDGRVGHRWLPL]Do}HVUHDOL]DGDVSRGHPVHU GHVtQWHVHVRUJkQLFDVHGHVtQWHVHVLQRUJk-
encontrados em documentos acessíveis para as sínteses do nicas, porque para os outros não se encontraram protocolos
DFHWLODFHWRQDWRGHFREDOWR,,,>@DFHWLODFHWRQDWRGH alternativos. Uma análise inicial dos protocolos recolhidos
PDQJDQrV,,,>@DFHWLODFHWRQDWRGHR[RYDQiGLR,9 SHUPLWLX YHUL¾FDU TXH DV VtQWHVHV PDLV FRPXQV RX VHMD
>@DFHWDQLOLGD>@DFHWDWRGHHWLOR>@HGRiFLGR realizadas em mais do que uma universidade portuguesa,
KLS~ULFR>@ VmRFORUHWRGHKH[DDPLQRFREDOWR,,,°UHDOL]DGRQDVXQL-
YHUVLGDGHVGH&RLPEUDHGR3RUWRLRGHWRGHHVWDQKR,9
Neste estudo não foi incluída a determinação de métricas – universidades do Porto e Madeira; cloreto de terc-butilo
GHPDVVD>@GDGRTXHRVSURWRFRORVQmRIRUQHFHPJHUDO- – universidades do Porto, Coimbra e Algarve; e éster isoa-
PHQWHGDGRVVX¾FLHQWHVSDUDDVFDOFXODU mílico – universidades do Porto, Algarve e Lisboa.
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A RTIGOS
Figura 1 – Resumo da avaliação das sínteses inorgânicas estudadas; Ref. – referência do protocolo na literatura ou em universidades; Ref. avaliação –
referência do “Catálogo digital de verdura de atividades laboratoriais para o ensino da QV”
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FRQWLQXD
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FRQWLQXDomR
* A DYDOLDomRGRSURWRFRORQDFLRQDOLQFOXLXPDIDVHSUHOLPLQDUGHSUHSDUDomRGHUHDJHQWHVFRQVLGHUDGDQHVWDDQiOLVH>@RSURWRFROR
PDLVYHUGHpRSURWRFROR'>@
Figura 2 – 5HVXPRGDDYDOLDomRGDVVtQWHVHVRUJkQLFDVHVWXGDGDV5HI°UHIHUrQFLDGRSURWRFRORQDOLWHUDWXUDRXHPXQLYHUVLGDGHV 5HIDYDOLDomR°
UHIHUrQFLDGR²&DWiORJRGLJLWDOGHYHUGXUDGHDWLYLGDGHVODERUDWRULDLVSDUDRHQVLQRGD49³>@
Figura 4°2WLPL]DomRGDVVtQWHVHVRUJk-
QLFDVHVWXGDGDV5HI°UHIHUrQFLDGRSUR-
tocolo na literatura ou em universidades;
5HIRWLPL]DomR°UHIHUrQFLDGR²&DWiORJR
digital de verdura de atividades laborato-
ULDLVSDUDRHQVLQRGD49³
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A B
Figura 5 °5HVXOWDGRVREWLGRVSDUDDVVtQWHVHVLQRUJkQLFDVDQDOLVDGDV$°YDORUHVGH,3(SDUDRVSURWRFRORVSRUWXJXHVHVHSDUDRVPDLVYHUGHVDQDOLVD-
dos; B – otimização de verdura quando avaliada pela EV
A B
Figura 6 °5HVXOWDGRVREWLGRVSDUDDVVtQWHVHVRUJkQLFDVDQDOLVDGDV$°YDORUHVGH,3(SDUDRVSURWRFRORVSRUWXJXHVHVHSDUDRVPDLVYHUGHVDQDOLVDGRV
B – otimização de verdura quando avaliada pela EV
FDVRVIRUDPDFHWLODFHWRQDWRGHR[RYDQiGLR,9HSR- REWHU TXDOTXHU TXDOTXHU SURWRFROR RWLPL]DGR SRU UD]}HV
OLHVWLUHQR3RURXWURODGRWDPEpPVHHQFRQWUDPSURWRFR- GLYHUVDVSRUH[HPSORSDUDDEHQ]DODFHWRIHQRQDRSROLHV-
ORVFRPYHUGXUDEDL[DFRP,3(HQWUHH1RFDVRGDV WLUHQR H R WULVR[DODWRDOXPLQDWR GH SRWiVVLR R SURWRFROR
VtQWHVHV LQRUJkQLFDV )LJXUD $ PHWDGH GRV SURWRFRORV PDLVYHUGHGRVDQDOLVDGRVMiFRUUHVSRQGHjMXQomRGRVSUR-
alternativos encontrados apresentam valores de IPE entre cedimentos mais verdes de cada fase; para o éster isoamí-
HHQTXDQWRSDUDDVRUJkQLFDV)LJXUD$DPDLRULD lico e o peróxido de bário, os procedimentos mais verdes
WHPYDORUHVGH,3(LJXDLVRXLQIHULRUHVD propostos para cada fase são muito diferentes, não sendo
possível sequer compará-los para criar um protocolo glo-
3RU¾PXPDYLVXDOL]DomRFRPSDUDWLYDJOREDOGRVGRLVJUi- bal otimizado; e nos outros onze casos não foi possível ob-
¾FRVGDV)LJXUDV$H$QmRSHUPLWHGLVFHUQLUJUDQGHVGL- WHUXPSURWRFROR²RWLPL]DGR³FRPPDLRUYDORUGH,3(GR
IHUHQoDVHQWUHDVGLVWULEXLo}HVGDVIUHTXrQFLDVGDVVtQWHVHV máximo GRVDQDOLVDGRVSRURXWUDVUD]}HVPDLVFRPSOH[DV
LQRUJkQLFDVHRUJkQLFDVDSHVDUGDOLWHUDWXUDGD49UHIHULU tendo possivelmente a ver com o facto de a química envol-
que os problemas de falta de verdura química serem mais vida nos protocolos disponíveis ter verdura intrinsecamen-
DJXGRVQDVtQWHVHRUJkQLFD2IDFWRGHLVWRQmRVHUREVHUYD- WH OLPLWDGD 1HVWHV FDVRV ¾FD HP DEHUWR D SRVVLELOLGDGH
do na presente situação resulta provavelmente de se estar a de se avançar para trabalho de otimização experimental
GDYHUGXUDFDVRDFDVRMiTXHFDGDFRPSRVWRpXPFDVR
considerar vias de síntese muito simples, constituídas por
de síntese, podendo ser mais fácil ou difícil reformatar o
uma única reação.
processo de síntese para aumentar a verdura. Por exemplo,
SDUDDOJXQVGRVFDVRVSRGHUiKDYHUUHDo}HVGHVtQWHVHVDO-
OTIMIZAÇÃO DE VERDURA ternativas com maior verdura, noutros a verdura poderá ser
aumentada por utilização de solventes mais benignos quer
Neste estudo, só foi conseguida otimização de verdura pelo QD UHDomR TXHU QR ZRUNXS$VVLP HP FHUWRV GRV FDVRV
SURFHVVRGHVFULWRDQWHULRUPHQWH>@TXHWHPSRUEDVH analisados em que não se conseguiu otimizar a verdura, a
DSHQDV GDGRV GH OLWHUDWXUD SURWRFRORV DFHVVtYHLV H QmR IDOWDGHr[LWRSRGHUiWHUDYHUFRPRIDFWRGHRVSURWRFRORV
envolve trabalho de otimização experimental, para qua- REWLGRVQDOLWHUDWXUDQmRVHUHPVX¾FLHQWHPHQWHGLYHUVL¾FD-
WURGDVYLQWHVtQWHVHVGXDVLQRUJkQLFDVDFHWLODFHWRQDWRGH GRVTXDQWRDUHDo}HVVROYHQWHVFRQGLo}HVHWFSDUDSUR-
FREDOWR,,,HDFHWLODFHWRQDWRGHPDQJDQrV,,,)LJXUD% porcionar informação útil para obter melhoria da verdura.
H)LJXUDHGXDVRUJkQLFDVDFHWDQLOLGDHiFLGRKLS~ULFR 2LQr[LWRQmRUHVXOWDGRSURFHVVRGHRWLPL]Domo desenvol-
)LJXUD % H )LJXUD 3DUD DV RXWUDV QmR VH FRQseguiu YLGR>@VREGLVFXVVmRPDVSRGHUiVHUFRQVHTXrQFLD
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da informação recolhida da literatura educacional não ser nhos são frequentemente limitados. Isto não é inesperado
VX¾FLHQWHPHQWHDmpla. porque as sínteses vigentes foram propostas num quadro
em que os impactos negativos da química eram ignorados
Em suma, o estudo sugere que, para muitas das sínteses, RXPHQRVSUH]DGRVSHORTXHQmRLQFOXtDPFRPRREMHWLYRD
estão disponíveis protocolos mais verdes do que os es- PLQLPL]DomRGHVWHVTXHpD¾QDODSHUVHJXLomRGDYHUGXUD
colhidos pelas universidades portuguesas. Os resultados °RXVHMDRREMHWLYRGD49
mostram que mais de dois terços dos protocolos estudados
não foram suscetíveis de otimização e que para os restan- AGRADECIMENTOS
tes o acréscimo de verdura atingido com a otimização foi
SHTXHQRYHU)LJXUDV%H%(PERUDRFRQMXQWRGHVtQ- 2WUDEDOKRGH0*7&5H5&&'UHFHEHXDSRLR¾QDQFHLUR
WHVHVVHMDPXLWROLPLWDGDSDUDSHUPLWLUH[WUDSRODo}HVSRV- GD8QLmR(XURSHLDIXQGR)('(5DWUDYpV&203(7(H
sivelmente esta situação resulta de a química vigente nos IXQGRVQDFLRQDLV)&7)XQGDomRSDUDD&LrQFLDHD7HFQR-
laboratórios educacionais de síntese ter sido implementada ORJLDDWUDYpVGRSURMHWR3HVW&(4%/$
DQWHVGDHPHUJrQFLDGD49WUDGX]LQGRXPDSHVDGDKHUDQ-
oDKLVWyULFDTXHOHYDUiWHPSRDFRUULJLURTXHHVWiGHDFRU-
GRFRPRREVHUYDGRSRU$QGUDRV>@$PDLRUYHUGXUD
REFERÊNCIAS
encontrada para alguns protocolos de certos compostos é,
SURYDYHOPHQWH XP UHVXOWDGR GH GHFLV}HV DOHDWyULDV GRV >@ 7-&ROOLQV²,QWURGXFLQJ*UHHQ&KHPLVWU\LQ7HDFKLQJDQG
VHXV SURSRQHQWHV QmR GH GHFLV}HV LQWHQFLRQDOPHQWH GLUL- 5HVHDUFK³J. Chem. Ed. 72
gidas a obter verdura. >@ '$ &RVWD 0*7& 5LEHLUR$$6& 0DFKDGR ²8PD
UHYLVmRGDELEOLRJUD¾DVREUHRHQVLQRGD4XtPLFD9HUGH³
Por outro lado, o estudo permitiu precisar o alcance do pro- Química – Bol. SPQ 109 '$ &RVWD Mé-
cesso de obter protocolos de verdura aumentada descrito tricas de Avaliação da Química Verde – Aplicação no En-
DQWHULRUPHQWH>@ a partir de protocolos recolhidos na sino SecundárioWHVHGHGRXWRUDPHQWR)DFXOGDGHGH
OLWHUDWXUDHGXFDFLRQDOVmRYXOJDUHVFDVRVHPTXHRSUR- &LrQFLDVGD8QLYHUVLGDGHGR3RUWR
FHVVR QmR UHVXOWD PDV LVWR p XPD FRQVHTXrQFLDKLVWyULFD >@ -$QGUDRV$3'LFNV²*UHHQFKHPLVWU\WHDFKLQJLQKLJKHU
de a química sintética ter sido desenvolvida e ensinada sem HGXFDWLRQ D UHYLHZ RI HIIHFWLYH SUDFWLFHV³ Chem. Educ.
atender ao requisito de minimizar os seus impactos nocivos Res. Pract. 13
VREUHRDPELHQWHHVD~GHKXPDQD°RXVHMDRUHTXLVLWRGH
maximizar a verdura que só emergiu com a QV. >@ '$&RVWD0*7&5LEHLUR$$6&0DFKDGR²$QiOLVH
GD 9HUGXUD GDV$FWLYLGDGHV /DERUDWRULDLV GR $QR GR
CONCLUSÕES (QVLQR6HFXQGiULR³Química – Bol. SPQ 115
LGHP$QR123
Este estudo permitiu encontrar novas potencialidades da >@ ,3 0DUWLQV H RXWURV Programa de Física e Química A –
métrica holística EV para análise de verdura de sínteses 10º Ano, Componente de Química0LQLVWpULRGD(GXFDomR
realizadas em laboratórios de ensino universitário. A EV 'HSDUWDPHQWRGR(QVLQR6HFXQGiULRLGHP11º Ano,
permite realizar uma avaliação detalhada da verdura das
diferentes fases do processo de síntese, sendo assim útil >@ ,30DUWLQVHRXWURVPrograma de Química 12º Ano, Curso
HPYiULDVVLWXDo}HVQRPHDGDPHQWHDYDOLDURVSURWRFRORV &LHQWt¾FR°+XPDQtVWLFRGH&LrQFLDVH7HFQRORJLDV, Minis-
SRU IDVHV UHDomR LVRODPHQWR H SXUL¾FDomR GR SURGXWR WpULRGD(GXFDomR
de modo a saber os respetivos contributos para o proces-
>@ -* 6PLWK ²2UJDQLF &KHPLVWU\ ° rd HGLWLRQ³ 0F*UDZ
so global da síntese; comparar detalhadamente protocolos
+LOO1HZ<RUN
alternativos propostos para uma mesma síntese; e, eventu-
almente, elaborar um protocolo alternativo mais verde por >@ 39ROOKDUGW 1 6FKRUH ²2UJDQLF FKHPLVWU\ VWUXFWXUH DQG
simples combinação de fases. IXQFWLRQ°thHGLWLRQ³:+)UHHPDQ1HZ<RUN
>@ -0F0XUU\²2UJDQLF&KHPLVWU\°thHGLWLRQ³7KRPVRQ
A análise dos resultados obtidos neste estudo mostra que, +LJKHU(GXFDWLRQ%HOPRQW
IUHTXHQWHPHQWH R ZRUNXS SRGH VHU PDLV SUREOHPiWLFR
>@ $$6&0DFKDGR²4XtPLFDH'HVHQYROYLPHQWR6XVWHQ-
para a verdura do processo de síntese do que a reação quí-
WiYHO³Química – Bol. SPQ 95
mica. Assim, é necessário incutir nos alunos a necessidade
GH GDU PDLV DWHQomR DR SDSHO GR ZRUNXS QDV VtQWHVHV H >@ -/ 7XFNHU ²*UHHQ FKHPLVWU\ FUHVWLQJ D VXPPLW WRZDUG
GHQRFRQWH[WRGD49GHVHQYROYHUSHVTXLVDUWpFQLFDVGH VXVWDLQDELOLW\³Org. Process Res. Dev. 14
LVRODPHQWRHSXUL¾FDomRPDLVYHUGHV >@ 0%XUPHLVWHU)5DXFK,(LONV²(GXFDWLRQIRU6XVWDLQ-
DEOH'HYHORSPHQW(6'DQGFKHPLVWU\HGXFDWLRQ³Chem.
Por outro lado, o estudo sugere que, em muitos casos, as Educ. Res. Pract. 13
H[SHULrQFLDVGHVtQWHVHUHDOL]DGDVQR(QVLQR6XSHULRUDLQGD
>@ $ /DSNLQ '-& &RQVWDEOH ²*UHHQ &KHPLVWU\ 0HWULFV
QmRWrPVLGRVHOHFLRQDGDVHWUDEDOKDGDVGHPRGRDVXSRUWDU
0HDVXULQJDQG0RQLWRULQJ6XVWDLQDEOH3URFHVVHV³:LOH\
a utilização dos fundamentos da QV na concretização labo-
2[IRUG
ratorial desta; e que, embora os esforços de otimização da
verdura possam proporcionar resultados positivos, os ga- >@ $$6& 0DFKDGR ²,QWURGXomR jV 0pWULFDV GD 4XtPLFD
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9HUGH8PD9LVmR6LVWrPLFD³(GLWRUD8)6&)ORULDQySR- ([SHULPHQWVndHG³:LOH\9&+:HLQKHLP([S
OLV
>@ )* &DOYR)ORUHV ²6XVWDLQDEOH &KHPLVWU\ 0HWULFV³ >@ 8%& ZHE KWWSVZZZFKHPXEFFDIDFXOW\ZDVVHOO
ChemSusChem 2 &+(00$18$/([SHULPHQW([SHULPHQWKWP
8QLYHUVLW\RI%ULWLVK&ROXPELDDFHGLGRHP
>@ & -LPHQp]*RQ]DOp] '-& &RQVWDEOH &6 3RQGHU
²(YDOXDWLQJ WKH ²*UHHQQHVV³ RI FKHPLFDO SURFHVVHV DQG >@ =6]DIUDQ503LNH006LQJK²0LFURVFDOH,QRUJDQLF
SURGXFWVLQWKHSKDUPDFHXWLFDOLQGXVWU\°DJUHHQPHWULFV &KHPLVWU\ ° $ &RPSUHKHQVLYH /DERUDWRU\ ([SHULHQFH³
SULPHU³Chem. Soc. Rev. 41 :LOH\1HZ<RUN
>@ 37$QDVWDV -&:DUQHU ²*UHHQ &KHPLVWU\7KHRU\ DQG >@ &ROE\ ZHE KWWSZZZFROE\HGXFKHPLVWU\*UDQWV
3UDFWLFH³2[IRUG8QLYHUVLW\3UHVV/RQGRQ &+/&UIDOOSGI &ROE\ &ROOHJH DFHGLGR HP
>@ 6. 5LWWHU ²*UHHQ &KHPLVWU\³ Chem. Eng. News 79
KWWSSXEVDFVRUJFHQFRYHUVWRU\ >@ 80$66 ZHE KWWSSHRSOHFKHPXPDVVHGXSNKDOLIDK
JUHHQFKHPLVWU\KWPODFHGLGRHP FKHP6(3&U&)(3SGI 8QLYHUVLW\
RI0DVVDFKXVHWWV$PKHUVWDFHGLGRHP
>@ 0*7&5LEHLUR'$&RVWD$$6&0DFKDGR²²*UHHQ
6WDU³DKROLVWLF*UHHQ&KHPLVWU\PHWULFIRUHYDOXDWLRQRI >@ ,67ZHEKWWSVIHQL[LVWXWOSWGLVFLSOLQDVOTL
WHDFKLQJ ODERUDWRU\ H[SHULPHQWV³ Green Chem. Lett. and VHPHVWUHInstituto Superior Técnico – Universidade Téc-
Rev. 3:2 nica de LisboaDFHGLGRHP
>@ 0*7& 5LEHLUR '$ &RVWD$$6& 0DFKDGR ²8PD >@ 9./2VRULR0)HUUHLUD²7KH6\QWKHVLVRI2[RELV
PpWULFD JUi¾FD SDUD DYDOLDomR KROtVWLFD GD YHUGXUD GH SHQWDQRGLDWRYDQDGLXP,9 5HYLVLWHG³ 4XtP 1RYD 14
UHDFo}HV ODERUDWRULDLV ° (VWUHOD 9HUGH³ Quím. Nova 33
>@ 8& ZHE KWWSVZRFXFSWTXLPLFDFODVVJHWPDWHULDO
>@ 0*7&5LEHLUR6)<XQHV$$6&0DFKDGR²$VVHVV- GR"LGFODVV LG\HDU Departamento de Química da
LQJ WKH JUHHQQHVV RI FKHPLFDO UHDFWLRQV LQ WKH ODERUDWRU\ Universidade de CoimbraDFHGLGRHP
XVLQJXSGDWHGKROLVWLFJUDSKLFPHWULFVEDVHGRQWKHJOREDOO\ >@ %( 'RXJODV ²,QRUJDQLF 6\QWKHVHV ° 9RO ;9,,,³ -RKQ
KDUPRQL]HGV\VWHPRIFODVVL¾FDWLRQDQGODEHOLQJRIFKHPL- :LOH\ 6RQV,QF1HZ<RUN
FDOV³J. Chem. Educ. 91
>@ )&83 ZHE KWWSVVLJDUUDXSSWIFXSGLVFLSOLQDVBJHUDO
>@ 5&& 'XDUWH 0*7& 5LEHLUR $$6& 0DFKDGR ) R U P 9L H Z " 3 B & $ ' B & 2 ' , * 2 4 3 B $ 1 2 B
²$YDOLDomR GD ²PLFURYHUGXUD³ GH VtQWHVHV FRP D HVWUHOD /(&7,92 3B3(5,2'2 6 Faculdade de
YHUGH³Quím. Nova 37 Ciências da Universidade do Porto DFHGLGR HP
>@ 5&&'XDUWH0*7&5LEHLUR$$6&0DFKDGR²8V-
ing green star metrics to optimize the greenness of literature >@ 3O\PRXWK ZHE KWWSR]SO\PRXWKHGXaMVGXQFDQFRXUV-
SURWRFROVIRUV\QWKHVHV³J. Chem. Educ. 92 HVB)DOO,QRUJDQLF&KHPLVWU\/DEV0XOWL2[6WDW-
HV7LQSGI Plymouth State University DFHGLGR HP
>@ &DWiORJRGLJLWDOGHYHUGXUDGHDWLYLGDGHVODERUDWRULDLVSDUD
RHQVLQRGD4XtPLFD9HUGHHGXFDIFXSSWGRFXPHQWRV49 >@ + 6LVOHU /) $XGULHWK ²3RWDVVLXP QLWULORVXOIRQDWH³ J.
(9&RQVWUXLUB(9BBSRQWDV[OV[DFHGLGRHP Am. Chem Soc. 60
Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15 45
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>@ $,9RJHO²$7H[W%RRNRI3UDFWLFDO2UJDQLF&KHPLVWU\³ >@ ) 5RVFKDQJDU 5$ 6KHOGRQ &+ 6HQDQD\DNH ²2YHU-
/RQJPDQV*UHHQDQG&R/WG/RQGRQ FRPLQJ EDUULHUV WR JUHHQ FKHPLVWU\ LQ WKH SKDUPDFHXWLFDO
LQGXVWU\ ° WKH *UHHQ$VSLUDWLRQ /HYHO70 FRQFHSW³ Green
>@ +''XUVW*:*RNHO²([SHULPHQWDO2UJDQLF&KHPLV- Chem. 17
WU\ndHGLWLRQ³0F*UDZ+LOO%RRN&RPSDQ\1HZ<RUN
>@ &DWiORJRGLJLWDOGHYHUGXUDGHDWLYLGDGHVODERUDWRULDLVSDUD
RHQVLQRGD4XtPLFD9HUGH°eVWHULVRDPtOLFR3URWRFROR8
>@ 666WUDGOLQJ&/*DJH²$QGWKHZLQQHULVª$PXOWLVWHS KWWSHGXFDIFXSSWFDWDORJRSWVLQWHVHV8 DFHGLGR
V\QWKHVLV IRU WKH ,QWURGXFWRU\ 2UJDQLF &RXUVH³ J. Chem. HP
Educ. 62
>@ $$6& 0DFKDGR²'DVGL¾FXOGDGHVGD4XtPLFD9HUGH
>@ 8$ ZHE KWWSZZZXDSWHQVLQR3DJH'LVFDVS["LG DRV6HJXQGRV'R]H3ULQFtSLRV³Química – Bol. SPQ. 110
Universidade de AveiroDFHGLGRHP
>@ 9-%HOLQHORet al²,QVLJQL¾FDQWOHYHORIin vitroF\WRWR[- >@ -$QGUDRV06D\HG²2QWKH8VHRI²*UHHQ³0HWULFVLQ
LFLW\DQWLURWDYLUXVDQWLEDFWHULDODQGDQWLIXQJDODFWLYLWLHV WKH 8QGHUJUDGXDWH 2UJDQLF &KHPLVWU\ /HFWXUH DQG /DE
RI 1DON\OPDOHDPLF DFLGV³ J. Pharm. Negative Results 4 7R$VVHVV WKH 0DVV (I¾FLHQF\ RI 2UJDQLF 5HDFWLRQV³ J.
Chem. Educ. 84
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Figura 2°)URQWLVStFLRGRUHJXODPHQWR&/3YHUVmRSRUWXJXHVD>@
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Estrutura 7DPEpPQmRVHDSOLFDjVVXEVWkQFLDVHPLVWXUDVQDIRUPD
DFDEDGDHGHVWLQDGDVDRXWLOL]DGRU¾QDOWDLVFRPR
Este regulamento encontra-se estruturado em duas partes.
A primeira constitui o corpo do diploma legal com as re- Medicamentos de uso humano;
gras gerais e os princípios condutores e a segunda é com- Medicamentos de uso veterinário;
posta pelos anexos com todos os detalhes técnicos, nome-
DGDPHQWH Produtos cosméticos;
$QH[R,5HTXLVLWRVGHFODVVL¾FDomRHURWXODJHPSDUD Dispositivos médicos;
VXEVWkQFLDVHPLVWXUDVSHULJRVDV
Géneros alimentícios ou alimentos para animais.
$QH[R ,, 5HJUDV HVSHFLDLV DSOLFiYHLV j URWXODJHP H
HPEDODJHPGHGHWHUPLQDGDVVXEVWkQFLDVHPLVWXUDV Não é ainda aplicável ao transporte aéreo, marítimo, rodo-
YLiULRIHUURYLiULRRX¿XYLDOGHPDWpULDVSHULJRVDVH[FHWR
AQH[R ,,, /LVWD GH DGYHUWrQFLDV GH 3HULJR LQIRUPD-
QRV FDVRV GH DSOLFDomR GDV UHJUDV HVSHFt¾FDV UHODWLYDV j
o}HVVXSOHPHQWDUHVVREUHRVSHULJRV(8+HHOHPHQ-
rotulagem das embalagens exteriores, interiores e únicas
tos suplementares do rótulo;
>@
$QH[R,9/LVWDGDVUHFRPHQGDo}HVGH3UXGrQFLD
Datas de implementação
$QH[R93LFWRJUDPDVGH3HULJR
$QH[R9,&ODVVL¾FDomRHURWXODJHPKDUPRQL]DGDVGH 7DOFRPRMiIRLDQWHULRUPHQWHUHIHULGRRUHJXODPHQWR&/3
GHWHUPLQDGDVVXEVWkQFLDVSHULJRVDV alterou e revogou, de forma progressiva, a legislação em
vigor na União Europeia relativa ao assunto em causa, tal
$QH[R9,,4XDGURGHFRUUHVSRQGrQFLDHQWUHDFODVVL¾-
FRPRVHLOXVWUDQDVWDEHODVHFURQRJUDPDVGHLPSOH-
FDomRHVWDEHOHFLGDSHOD'LUHWLYD&((HDFODV-
PHQWDomRGR&/3DSOLFDGRUHVSHWLYDPHQWHDVXEVWkQFLDV
VL¾FDomRHVWDEHOHFLGDSHORSUHVHQWHUHJXODPHQWR>@
e misturas.
Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15 49
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Tabela 1°&URQRJUDPDGHLPSOHPHQWDomRGR&/3SDUDVXEVWkQFLDV>DGDSWDGRGH@
Tabela 2°&URQRJUDPDGHLPSOHPHQWDomRGR&/3SDUDPLVWXUDV>DGDSWDGRGH@
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/tTXLGRVLQ¿DPiYHLV &DEHDRVIDEULFDQWHVLPSRUWDGRUHVHXWLOL]DGRUHVDMXVDQ-
WHSURFHGHUHPjFODVVL¾FDomRGDVVXEVWkQFLDVRXPLVWXUDV
6yOLGRVLQ¿DPiYHLV
destinadas a ser colocadas no mercado recorrendo a uma
6XEVWkQFLDVHPLVWXUDVDXWRUHDWLYDV RXjVGXDVDERUGDJHQVVHJXLQWHV
/tTXLGRVSLURIyULFRV 8WLOL]DomR GH FODVVL¾FDo}HV KDUPRQL]DGDV FRQVWDQWHV
10. Sólidos pirofóricos no regulamento CLP;
6XEVWkQFLDVHPLVWXUDVVXVFHWtYHLVGHDXWRDTXHFLPHQWR $XWRFODVVL¾FDomRSRUDSOLFDomRGRVFULWpULRVHVWDEHOH-
cidos no regulamento CLP.
6XEVWkQFLDVHPLVWXUDVTXHHPFRQWDFWRFRPDiJXD
OLEHUWDPJDVHVLQ¿DPiYHLV
1RFDVRGDVVXEVWkQFLDVDDXWRFODVVL¾FDomRGHYHVHUIHL-
/tTXLGRVFRPEXUHQWHV ta para os perigos relativamente aos quais não existe uma
6yOLGRVFRPEXUHQWHV FODVVL¾FDomRKDUPRQL]DGD$VPLVWXUDVGHYHUmRVHUVHPSUH
DXWRFODVVL¾FDGDV RX VHMD GHYHP VHU DYDOLDGDV D ¾P GH
3HUy[LGRVRUJkQLFRV GHWHUPLQDUVHFXPSUHPRVFULWpULRVGHFODVVL¾FDomR3DUD
&RUURVLYRSDUDRVPHWDLV esta avaliação, devem ser tidas em consideração todas e
TXDLVTXHU FODVVL¾FDo}HV KDUPRQL]DGDV GDV VXEVWkQFLDV
Perigos para a saúde contidas na mistura.
7R[LFLGDGHDJXGD
$VVXEVWkQFLDVTXHPHVPRQmRVHQGRFRORFDGDVQRPHU-
&RUURVmRLUULWDomRFXWkQHD FDGR HVWmR VXMHLWDV D UHJLVWR QR kPELWR GR 5HJXODPHQWR
5($&+RXjQRWL¾FDomRGDVXDFODVVL¾FDomRHURWXODJHP
/HV}HVRFXODUHVJUDYHVLUULWDomRRFXODU
QRkPELWRGR5HJXODPHQWR&/3WDPEpPGHYHPVHUFODV-
6HQVLELOL]DomRUHVSLUDWyULDRXFXWkQHD VL¾FDGDV>@
0XWDJHQLFLGDGHHPFpOXODVJHUPLQDWLYDV
Rotulagem
&DUFLQRJHQLFLGDGH
7R[LFLGDGHUHSURGXWLYD $V VXEVWkQFLDV H PLVWXUDV FODVVL¾FDGDV FRPR SHULJRVDV
7R[LFLGDGH SDUD yUJmRVDOYR HVSHFt¾FRV ° H[SRVLomR devem ser rotuladas e embaladas em conformidade com a
única UHVSHWLYDFODVVL¾FDomRSRUIRUPDDDVVHJXUDUXPDSURWH-
omRDSURSULDGDHDIDFXOWDUDVLQIRUPDo}HVHVVHQFLDLVDRV
7R[LFLGDGH SDUD yUJmRVDOYR HVSHFt¾FRV ° H[SRVLomR VHXVGHVWLQDWiULRV>@
repetida
10. Perigo de aspiração 1R&/3HVWmRSUHYLVWRVGRLVLQVWUXPHQWRVGHVWLQDGRVjFR-
PXQLFDomRGRVSHULJRVLQHUHQWHVjVVXEVWkQFLDVHPLVWXUDV
Perigos para o ambiente QRPHDGDPHQWHUyWXORVH¾FKDVGHGDGRVGHVHJXUDQoD
01. Perigoso para o ambiente aquático
O rótulo é a principal fonte de informação e, de entre os
dois, é o único instrumento de comunicação destinado aos
Classe de perigo suplementar da UE
FRQVXPLGRUHV ¾QDLV PDV SRGH LJXDOPHQWH VHUYLU FRPR
01. Perigoso para a camada de ozono chamada de atenção para a informação mais completa pre-
VHQWHQDV¾FKDVGHGDGRVGHVHJXUDQoD>@
Por sua vez, as classes de perigo estão divididas em cate-
gorias de perigoTXHHVSHFL¾FDPDJUDYLGDGHGRSHULJR Assim, os elementos que devem constar no rótulo da em-
FRPRSRUH[HPSORWR[LFLGDGHDJXGDFDWHJRULDVDPDLV EDODJHPGHXPDVXEVWkQFLDRXPLVWXUDFODVVL¾FDGDVFRPR
JUDYRVDDDPHQRVJUDYRVD>@ SHULJRVDVVmR
1RPH HQGHUHoR H Q~PHUR GH WHOHIRQH GRV
Em algumas classes de perigo estabelece-se uma distinção
IRUQHFHGRUHVGDVXEVWkQFLDRXPLVWXUD
GHSHQGHQGRGDYLDGHH[SRVLomRRUDOFXWkQHDLQDODomR
RXGDQDWXUH]DGRVVHXVHIHLWRVSRUH[HPSORLUULWDomRGR 4XDQWLGDGHQRPLQDOGDVXEVWkQFLDRXPLVWXUD
WUDWRUHVSLUDWyULRHIHLWRVQDUFyWLFRV
,GHQWL¾FDGRUHVGRSURGXWR
3DUD LQIRUPDomR DGLFLRQDO FRQVXOWDU R DQH[R , GR 5HJX-
ODPHQWR&/3RQGHVHHQFRQWUDPRVUHTXLVLWRVGHFODVVL¾- 6HIRUFDVRGLVVR
FDomR H URWXODJHP SDUD VXEVWkQFLDV H PLVWXUDV SHULJRVDV Pictogramas de perigo;
6mRHVWDEHOHFLGRVRVFULWpULRVGHFODVVL¾FDomRHPFODVVHV
GH SHULJR H VXDV VXEGLYLV}HV H HVWDEHOHFLGDV GLVSRVLo}HV Palavras-sinal;
DGLFLRQDLVTXDQWRjIRUPDFRPRRVFULWpULRVGHYHPVHUSUH-
HQFKLGRV>@ $GYHUWrQFLDVGHSHULJR
Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15 51
A RTIGOS
5HFRPHQGDo}HVGHSUXGrQFLD 1R&/3HVWmRGH¾QLGRVQRYHSLFWRJUDPDVGHSHULJRTXH
WrPDIRUPDGHXPORVDQJRYHUPHOKRFRPIXQGREUDQFR
Seção de informação suplementar. e que substituem ou irão substituir os sete símbolos de
SHULJRQHJURVVREUHIXQGRODUDQMDSUHYLVWRVQDOHJLVODomR
3RGHUi DLQGD LQFRUSRUDU LQIRUPDo}HV DGLFLRQDLV H[LJLGDV DQWHULRU>@
por outros diplomas legais, por exemplo, relativos aos pro-
GXWRV ELRFLGDV SURGXWRV ¾WRIDUPDFrXWLFRV GHWHUJHQWHV H 7DOFRPRMiIRLDQWHULRUPHQWHUHIHULGRGHVGHGHGH]HP-
embalagens com aerossóis. EURGHDOJXPDVVXEVWkQFLDVHPLVWXUDVIRUDPMiURWX-
ladas em conformidade com o CLP, mas os símbolos de pe-
3DUDXPDVXEVWkQFLDRXPLVWXUDFRORFDGDQRPHUFDGRQD- ULJRDQWLJRVDLQGDSRGHPHVWDUQRPHUFDGRDWpGHMXQKR
cional o rótulo deve estar redigido em língua portuguesa; GH$WpOipSRVVtYHOHQFRQWUDUQRVXSHUPHUFDGRRX
no entanto, é possível a utilização de outros idiomas, des- nas prateleiras de uma drogaria, produtos de uso corrente
GHTXHDVLQIRUPDo}HVDSUHVHQWDGDVVHMDPH[DWDPHQWHDV como, por exemplo, detergentes, rotulados quer com o pic-
PHVPDV>@ tograma quer com o símbolo de perigo.
6LJQL¾FDGR
Pictograma de Perigo Símbolo(s) de Perigo
Exemplos de produtos onde pode ser encontrado
Perigos Físicos
*iVH[WUHPDPHQWHLQ¿DPiYHO
*iVLQ¿DPiYHO
$HURVVROH[WUHPDPHQWHLQ¿DPiYHO
$HURVVROLQ¿DPiYHO
/tTXLGRHYDSRUIDFLOPHQWHLQ¿DPiYHLV
/tTXLGRHYDSRULQ¿DPiYHLV
6yOLGRLQ¿DPiYHO
,Q¿DPiYHO
Gasolina, solvente de verniz de unhas
3RGHSURYRFDURXDJUDYDULQFrQGLRVFRPEXUHQWH
5LVFRGHLQFrQGLRRXGHH[SORVmRPXLWRFRPEXUHQWH
Explosivo )RJRGHDUWLItFLRPXQLo}HV
52 Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15
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FRQWLQXDomR
'HWHUJHQWHVSURGXWRVGHOLPSH]D¿XLGRVUHIULJHUDQWHV
/LPSDFDQDOL]Do}HViFLGRDFpWLFRiFLGRFORUtGULFRDPRQtDFR
Corrosivo
Figura 3°3LFWRJUDPDVGHSHULJRUHVSHWLYRVLJQL¾FDGRH[HPSORVGHSURGXWRVRQGHSRGHPVHUHQFRQWUDGRVHVtPERORVGHSHULJRHOLPLQDGRVRXDVHUHP
HOLPLQDGRV>@
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A RTIGOS
Palavra-sinal: Perigo ou Atenção 1D WDEHOD DSUHVHQWDPVH RV LQWHUYDORV GH FyGLJRV SDUD
as advertências de perigo e recomendações de prudência
A palavra-sinal indica o nível relativo da gravidade dos >@5H¾UDVHTXHDVDGYHUWrQFLDVGHSHULJRTXHQmRHVWmR
perigos. A palavra-sinal perigo indica as categorias de pe- LQFOXtGDVQR*+6VmRFRGL¾FDGDVSHODVLJOD(8+>@
rigo mais graves enquanto que a atenção indica as menos
graves [5]. $WtWXORH[HPSOL¾FDWLYRDSUHVHQWDVHQD¾JXUDXPUyWXOR
de uma embalagem de acetona, destinada a uso laborato-
Advertências de perigo, H ULDOHUHVSHWLYRVLJQL¾FDGRGDLQIRUPDomRGHSHULJRH[L-
bida [8].
As advertências de perigo são, tal como a própria desig-
nação indicia, advertências atribuídas a uma classe ou 5H¾UDVH TXH D SDODYUDVLQDO DSOLFiYHO j DFHWRQD p ²SHUL-
categoria de perigo que descreve a natureza dos perigos go” e que esta substância pertence à classe dos líquidos
LQFOXLQGRVHQHFHVViULRRJUDXGHSHULJR(VSHFL¾FDPHP LQ¿DPiYHLVFDWHJRULDQRTXHGL]UHVSHLWRDRVGHSHULJRV
pormenor os riscos advindos da respetiva manipulação [5]. físicos e à classe de irritação ocular, categoria 2, no que
concerne aos perigos para a saúde.
Substituem ou irão substituir as frases indicadoras de ris-
cos (frases R) previstas na legislação anterior [15]. A re- Fichas de dados de segurança, FDS
dação exata de todas as advertências de perigo pode ser
consultada no anexo III do CLP [5].
$V ¾FKDV GH GDGRV GH VHJXUDQoD )'6 VmR R SULQFLSDO
instrumento de comunicação na cadeia de abastecimento,
Recomendações de prudência, P RQGHVHLQFOXLRXWLOL]DGRU¾QDO3RVVLELOLWDPTXHRVIDEUL-
cantes e os importadores cumpram as suas responsabilida-
As recomendações de prudência são, tal como a própria GHVHPPDWpULDGHJHVWmRGHULVFRFRPXQLFDQGRDVLQIRU-
designação indicia, recomendações que descrevem a(s) PDo}HVVX¾FLHQWHVSDUDSHUPLWLUXPDXWLOL]DomRVHJXUDGDV
medida(s) aconselhadas para minimizar ou prevenir efei- suas substâncias e misturas, visando a proteção da saúde
tos adversos resultantes da exposição a uma substância ou humana e do ambiente [2,6,12,18,19].
mistura perigosa decorrentes da sua utilização ou elimina-
ção [5].
$V)'6VmRFRQVWLWXtGDVSRUVHo}HVHLQFOXHPLQIRUPD-
ções relativas a:
Substituem ou irão substituir as recomendações de prudên-
cia (frases S) previstas na legislação anterior [15]. A reda- ,GHQWL¾FDomRGDVXEVWkQFLDPLVWXUDHGDVRFLHGDGHHP-
ção exata de todas as recomendações de prudência pode ser presa
consultada no anexo IV do CLP [5].
,GHQWL¾FDomRGRVSHULJRV
Códigos das advertências de perigo e das recomenda- &RPSRVLomRLQIRUPDomRVREUHRVFRPSRQHQWHV
ções de prudência
04. Primeiros socorros
As advertências de perigo e as recomendações de prudên- 05. Medidas de combate a incêndios
FLDVmRFRGL¾FDGDVFRPXPFyGLJRDOIDQXPpULFRH[FOXVL-
vo constituído por uma letra e três algarismos, da seguinte 06. Medidas a tomar em caso de fugas adicionais
forma: 07. Manuseamento e armazenagem
a letra “H” para advertência de perigo (do inglês, ha- &RQWURORGDH[SRVLomRSURWHomRLQGLYLGXDO
zard statement) ou P para recomendação de prudência
(do inglês, precautionary statement). 09. Propriedades físicas e químicas
um dígito que designa o tipo de perigo, por exemplo, 2 10. Estabilidade e reatividade
para perigos físicos; 11. Informação toxicológica
dois números correspondentes à numeração sequencial
12. Informação ecológica
dos perigos, como a explosividade (códigos de 200 a
LQ¿DPDELOLGDGHFyGLJRVGHDHWF &RQVLGHUDo}HVUHODWLYDVjHOLPLQDomR
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Pictogramas de Perigo
,Q¿DPiYHO3HULJRSDUDD6D~GH
Advertências de perigo, H
+/tTXLGRHYDSRUDOWDPHQWHLQ¿DPiYHLV
+3URYRFDLUULWDomRRFXODUJUDYH
+3RGHSURYRFDUVRQROrQFLDRXYHUWLJHQV
Recomendações de prudência, P
Prevenção
30DQWHUDIDVWDGRGRFDORUIDtVFDFKDPDDEHUWDVX-
perfícies quentes. Não fumar.
3 8VDU OXYDV GH SURWHomRYHVWXiULR GH SURWHomR
SURWHomRRFXODUSURWHomRIDFLDO
Resposta
333
6HHQWUDUHPFRQWDWRFRPRVROKRV
Enxaguar cuidadosamente com água durante vários mi-
nutos. Se usar lentes de contacto, retire-as, se tal lhe for
possível. Continuar a enxaguar.
Figura 4°5yWXORGHXPDHPEDODJHPGHDFHWRQDGHVWLQDGDDXVRODERUDWRULDOHUHVSHWLYRVLJQL¾FDGRGDLQIRUPDomRGHSHULJRH[LELGD
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A RTIGOS
2&/3H[LJHTXHDVHPSUHVDVFODVVL¾TXHPURWXOHPHHP- cosDFHGLGRHP
balem adequadamente os produtos químicos perigosos in- >@ &RPLVVmR(XURSHLD
cluindo os destinados ao consumidor como, por exemplo,
produtos de limpeza, antes da sua colocação no mercado. :HE KWWSHFHXURSDHXDWZRUNDSSO\LQJHXODZLQGH[B
SWKWP Aplicação do direito da União Europeia, acedido
HP
REFERÊNCIAS
>@ ,*$0$27
>@ 81(&( :HE KWWSZZZLJDPDRWJRYSWLQIRUPDFRHVUHDFKB
:HE KWWSZZZXQHFHRUJWUDQVGDQJHUSXEOLJKVJKVB FODVVLILFDFDRURWXODJHPHHPEDODJHPUHJXODPHQWRFOS
ZHOFRPHBHKWPO United Nations Economic Commission Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do
IRU(XURSH*OREDOO\+DUPRQL]HG6\VWHPRI&ODVVL¾FDWLRQ Ordenamento do Território,DFHGLGRHP
and Labelling of Chemicals (GHS) DFHGLGR HP >@ (&+$
*XLD :HE KWWSHFKDHXURSDHXGRFXPHQWV
>@ 5($&+ FOSBLQWURGXFWRU\BSWSGI Guia de Orientações in-
:HE KWWSZZZSUFFQUVJLIIUUHDFKSWFODVVL¾FDWLRQ trodutórias sobre o Regulamento CRE, ECHA-09-G-01-EN
KWPO Registration, Evaluation, Authorisation of Chemi- CREDFHGLGRHP
calsDFHGLGRHP >@ $3$
>@ %UHQQWDJ3RUWXJDO )$4&/3 :HE KWWSZZZDSDPELHQWHSWB]GDWD3ROLWL-
:HE KWWSZZZEUHQQWDJUHDFKFRPSWGRZQ- FDV&/3)$4B&/3SGIAgência Portuguesa do Ambiente.
ORDGV&/3B%URFKXUHVB%7B%URFKXUHB*+6B FAQ – Regulamento CLP, DFHGLGRHP
&/3B[B6B325B¾QDOSGI António Martins, >@ 26+$
&(2%UHQQWDJ3RUWXJDO*+6°&/3$QRYDFODVVL¾FDomR :HE KWWSVRVKDHXURSDHXSWSXEOLFDWLRQVSURPRWLRQDOB
e rotulagem de produtos químicos perigosos, acedido em PDWHULDOFOSOHD¿HWYLHZ 2FFXSDWLRQDO 6DIHW\ DQG +HDOWK
$GPLQLVWUDWLRQ Agência Europeia para a Segurança e
>@ *+65HY Saúde no TrabalhoDFHGLGRHP
:HE KWWSZZZXQHFHRUJ¾OHDGPLQ'$0WUDQVGDQJHU >@ 'LUHWLYD&(
SXEOLJKVJKVBUHY(QJOLVK676*$&5HYHSGI :HE KWWSHXUOH[HXURSDHXOHJDOFRQWHQW377;73')
GLOBALLY HARMONIZED SYSTEM OF CLASSIFICA- "XUL &(/(;/ IURP 37 Directiva 1999/45/
TION AND LABELLING OF CHEMICALS (GHS) 5th Re- CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 31 de maio
vised Edition, UNITED NATIONS New York and Geneva, de 1999, relativa à aproximação das disposições legislati-
2013DFHGLGRHP vas, regulamentares e administrativas dos Estados-Mem-
>@ &/3 EURVUHVSHLWDQWHVjFODVVL¾FDomRHPEDODJHPHURWXODJHP
:HE KWWSHXUOH[HXURSDHX/H[8UL6HUY/H[8UL6HUYGR" das preparações perigosas,DFHGLGRHP
XUL 2-/SW3')Regulamento (CE) >@ (&+$3LFWRJUDPDV&5(
Nº 1272/2008 Do parlamento Europeu e do Conselho de 16 :HE KWWSHFKDHXURSDHXSWFKHPLFDOVLQRXUOLIHFOS
GH'H]HPEURGHUHODWLYRjFODVVL¾FDomRURWXODJHPH SLFWRJUDPVPictogramas CREDFHGLGRHP
embalagem de substâncias e misturasDFHGLGRHP
>@ &156
SPQ
Q ENVIE-NOS O SEU CONTRIBUTO PARA:
ENV bquimica@quimica.uminho.pt
56 Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15
Q UÍMICA E E NSINO
#NKEG/&KCU/.C5CNGVG(GTTGKTC
Departamento de Química, Universidade do Minho, Braga
ad@quimica.uminho.pt
Separation of Carotenoids, Chlorophylls and Flavonoids from Plant Leaves: a simple and
ecological approach – The experimental activity presented here aims to replace or supplement the traditional
separation of chloroplast pigments by column chromatography, from green leaves. The new approach, using red and
green leaves, leads to higher visual impact and involves simpler and greener procedures. To achieve these goals, a
simple and ecofriendly procedure was developed to prepare extracts from these leaves. The chromatographic separa-
tion of this extract in a disposable syringe containing potato starch as adsorbent allowed an excellent separation of
EDQGVZLWK\HOORZEOXHJUHHQ\HOORZJUHHQDQGUHGFRORUVZKLFKZHUHDWWULEXWHGWRȔFDURWHQH[DQWKRSK\OOVFKOR-
rophylls a and b and anthocyanins, respectively. This activity can be useful in higher education in practical classes
designed to teach chemistry laboratory techniques and fundamentals of organic chemistry. The challenges associated
with the additional separation of anthocyanins, hydrophilic pigments, will broaden the learning outcomes of tradi-
tional activity, which separate only lipophilic pigments, and enable teachers to adopt targeted pedagogies to exercise
critical thinking of the student. This activity is also suitable to primary and secondary education to stimulate young
people to the chemistry and to demonstrate basic concepts of chemistry.
D escreve-se uma atividade experimental que pretende substituir ou complementar a tradicional separação dos pig-
PHQWRVGRVFORURSODVWRVSRUFURPDWRJUD¾DHPFROXQDUHDOL]DGDDSDUWLUGHIROKDVYHUGHV$QRYDDERUGDJHPXVDQGR
folhas verdes e vermelhas, conduz a maior impacto visual e envolve procedimentos mais simples e mais concor-
GDQWHVFRPRVSULQFtSLRVGDTXtPLFDYHUGH3DUDDWLQJLUHVVHVREMHWLYRVIRLGHVHQYROYLGRXPSURFHGLPHQWRVLPSOHV
HHFROyJLFRSDUDDSUHSDUDomRGRVH[WUDWRVGHVWDVIROKDV$VHSDUDomRFURPDWRJUi¾FDGHVWHH[WUDWRQXPDVHULQJDGHV-
cartável contendo fécula de batata como adsorvente permitiu uma excelente separação de bandas coradas de amarelo,
D]XOYHUGHDPDUHORYHUGHHYHUPHOKRTXHIRUDPDWULEXtGDVDRVSLJPHQWRVȔFDURWHQR[DQWR¾ODVFORUR¾ODVa e b e
antocianinas, respetivamente. Esta atividade pode ser útil no Ensino Superior em aulas práticas vocacionadas para
HQVLQDU7pFQLFDV/DERUDWRULDLVGH4XtPLFDH)XQGDPHQWRVGH4XtPLFD2UJkQLFD2VGHVD¾RVDVVRFLDGRVjVHSDUDomR
adicional de antocianinas, por serem pigmentos hidrofílicos, vão alargar os resultados de aprendizagem da atividade
tradicional, que separa unicamente pigmentos lipofílicos, e permitir aos professores adotar pedagogias direcionadas
para o exercício do pensamento crítico do aluno. Esta atividade é também adequada ao ensino básico e secundário para
GHVSHUWDURVMRYHQVSDUDDTXtPLFDHGHPRQVWUDUFRQFHLWRVEiVLFRVGHTXtPLFD
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Q UÍMICA E E NSINO
dimentos experimentais descritos exigem laboratórios com sentes em folhas de plantas é facilmente visualizada pelo
equipamentos especiais e materiais perigosos que restrin- GHVORFDPHQWRGHEDQGDVDPDUHODVFORUR¾ODVH[DQWR¾ODVH
gem a sua realização ao ensino universitário. YHUGHVFORUR¾ODaHFORUR¾ODbGHFRUHRXSRVLomRUHODWLYD
diferentes. Esta atividade serve ainda para demonstrar os
7HQGRHPYLVWDDH[WHQVmRGHVWHWUDEDOKRDRHQVLQREiVLFR princípios básicos da química, particularmente da quími-
e secundário desenvolveu-se uma técnica simples e ecoló- FDRUJkQLFDSRLVUHYHODDVFDUDFWHUtVWLFDVGHSRODULGDGHH
gica capaz de separar, não só os amarelos dos carotenóides solubilidade das moléculas destes pigmentos, permitindo
HRVYHUGHVGDVFORUR¾ODVPDVWDPEpPRVYHUPHOKRVGRV uma associação destas propriedades com os conceitos de
¿DYRQyLGHV SDUWLQGR GH IROKDV YHUGHV H YHUPHOKDV 6H- grupo funcional, eletronegatividade, momento dipolar e
JXLQGRDVOLQKDVRULHQWDGRUDVGD4XtPLFD9HUGH>@IRUDP LQWHUDo}HVLQWHUPROHFXODUHV
realizados vários estudos em que se investigaram vários
adsorventes não tóxicos do quotidiano e solventes menos As moléculas de pigmentos mais amplamente distribuídas
perigosos e de fácil acesso. Os problemas encontrados HPIROKDVGHSODQWDVVmRRȔFDURWHQRDOXWHtQDDVFORUR¾-
foram contornados recorrendo sempre a procedimentos las a e a bHRJOXFyVLGRGHOFLDQLGLQD>@$VHVWUXWXUDV
experimentais simples, de modo a evitar técnicas e equi- correspondentes estão representadas na Figura 1.
pamentos tipicamente laboratoriais. Os resultados obtidos
SHUPLWLUDPGHVHQYROYHUWpFQLFDVGHFURPDWRJUD¾DHPFR- 2ȔFDURWHQRHDOXWHtQDVmRSLJPHQWRVUHSUHVHQWDWLYRVGD
OXQDHHPSDSHOPXLWRVLPSOHVHH¾FD]HVQDVHSDUDomRGDV FODVVH GRV FDURWHQyLGHV >@ (VWD FODVVH GH PROpFXODV
bandas coloridas típicas destes pigmentos que obedecem TXHLQFOXLRVFDURWHQRVH[DQWR¾ODVSRVVXLHPFRPXPXP
HVWULWDPHQWHDRVUHTXLVLWRVHVWDEHOHFLGRV>@ esqueleto carbonado composto por várias unidades de iso-
preno apresentando, por isso, propriedades lipofílicas. Os
DESCRIÇÃO GLOBAL DA EXPERIÊNCIA carotenos, sendo exclusivamente formados por átomos de
FDUERQRHKLGURJpQLRVmRPROpFXODVDSRODUHV$V[DQWR¾-
A separação dos pigmentos das folhas dos espinafres por las, aqui representadas pela luteína, são ligeiramente mais
FURPDWRJUD¾DHPFROXQDWHPVLGRDDWLYLGDGHODERUDWRULDO SRODUHVGHYLGRjSUHVHQoDGHXPSHTXHQRQ~PHURGHJUX-
mais utilizada para demonstrar os fundamentos da croma- pos funcionais oxigenados que, neste caso, são grupos hi-
WRJUD¾D(VWDDWLYLGDGHQRUPDOPHQWHGHFRUUHHPGXDVHWD- GUR[LOR$VFORUR¾ODVWDPEpPVmRPROpFXODVOLSRVVRO~YHLV
pas. A primeira etapa envolve a trituração das folhas e ma- devido ao predomínio de átomos de carbono e hidrogénio,
ceração num solvente de polaridade intermédia, seguida de em particular na longa cadeia hidrocarbonada do grupo
H[WUDomROtTXLGROtTXLGRHHYDSRUDomRGDIDVHRUJkQLFDVRE ¾WLOR 1R HQWDQWR R Q~FOHR FHQWUDO GH SRU¾ULQD FRQWpP
vácuo usando um evaporador rotativo. Na segunda etapa quatro átomos de nitrogénio nos anéis de pirrole e estes
faz-se a separação do extrato em colunas de fase estacioná- encontram-se coordenados com o metal magnésio. Este
ULDVyOLGDFXMRVDGVRUYHQWHVJHUDOPHQWHVmRVtOLFDRXDOX- centro polar e os grupos éster e cetona presentes tornam as
PLQDHDIDVHPyYHOpXPDVpULHGHVROYHQWHVRUJkQLFDVGH FORUR¾ODVPDLVSRODUHVGRTXHRVFDURWHQyLGHVHSRULVVR
SRODULGDGHFUHVFHQWHVpULHHOXRWUySLFD$EDVHGDWpFQLFD normalmente requerem solventes de maior polaridade. A
e os princípios da adsorção e partição demonstrados são um FORUR¾ODbpOLJHLUDPHQWHPDLVSRODUGRTXHDFORUR¾ODa
bom suporte para a compreensão das técnicas cromatográ- GHYLGR j VXEVWLWXLomR GH XP JUXSR PHWLOR SRU XP JUXSR
¾FDVPDLVDYDQoDGDVFRPRDFURPDWRJUD¾DJDVRVD*& aldeído.
H D FURPDWRJUD¾D OtTXLGD GH DOWD H¾FLrQFLD +3/& TXH
VmRKRMHIHUUDPHQWDVHVVHQFLDLVHPTXDOTXHUODERUDWyULRGH 2V ¿DYRQyLGHV SLJPHQWRV SRODUHV JHUDOPHQWH SUHVHQWHV
4XtPLFD$QDOtWLFD2OXJDUGHGHVWDTXHGHVWDH[SHULrQFLD HP¿RUHVHIUXWDVWDPEpPSRGHPVHUHQFRQWUDGRVQDVIR-
GLGiWLFDGHYHVHjDFHVVLELOLGDGHGDDPRVWUDHDRVUHVXOWD- lhas de plantas, em particular em folhas vermelhas e ver-
dos obtidos, uma vez que a separação dos pigmentos pre- GHVRXVyYHUPHOKDV2VFRPSRQHQWHVSULQFLSDLVGRV¿D-
Figura 1 ° 0ROpFXODV UHSUHVHQWDWLYDV GRV SLJPHQWRV SUHVHQWHV HP IROKDV YHUPHOKDV H YHUGHV ȔFDURWHQR H OXWHtQD FDURWHQyLGHV FORUR¾ODV a e b
FORUR¾ODVJOXFyVLGRGHOFLDQLGLQDDQWRFLDQLQDV$GDSWDGRFRPSHUPLVVmRGHJ. Chem. Educ. 92 °Copyright 2015 American
Chemical Society
58 Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15
Q UÍMICA E E NSINO
Figura 2°9DULDomRGHFRUGRJOXFyVLGRGHOFLDQLGLQDDQWRFLDQLQDHPIXQomRGRS+$GDSWDGRGH>@
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D E
DPLQEPLQFPLQ
F G
&URPDWRJUD¾D HP SDSHO REWLGD D SDUWLU GR OtTXLGR E $GDSWDGR FRP GK
permissão de J. Chem. Educ. 92 Copyright 2015 Figura 4°D6HSDUDomRGHȔFDURWHQRH[DQWR¾ODVQXPDFROXQDGHIpFX-
American Chemical Society ODGHEDWDWDSRUHOXLomRFRPpWHUGHSHWUyOHREHF6HSDUDomRGH[DQ-
WR¾ODVFORUR¾ODa e b na mesma coluna por eluição com uma mistura de
CROMATOGRAFIA EM COLUNA pWHUGHSHWUyOHRDFHWRQDG)UDo}HVUHFROKLGDVDSDUWLUGDVIROKDV
D$GDSWDGR FRP SHUPLVVmR GH J. Chem. Educ. 92 °
Copyright 2015 American Chemical Society
8PD VHULQJD GHVFDUWiYHO GH P/ IRL HPSDFRWDGD FRP
IpFXOD GH EDWDWD DWp SUHHQFKHU GD VXD FDSDFLGDGH H R
RISCOS E MEDIDAS DE SEGURANÇA
extrato sólido foi aplicado na parte superior do empaco-
tamento, imediatamente após a pré-eluição da coluna com
éter de petróleo. Os solventes escolhidos para eluir os pig- A fécula de batata e o sal de cozinha são produtos comuns
PHQWRVIRUDPpWHUGHSHWUyOHR&PLVWXUDVGHpWHU de uso doméstico, sem efeitos adversos para a saúde por
GH SHWUyOHR &DFHWRQD H DFHWRQD H LQDODomR LQJHVWmR HRX FRQWDFWR FRP D SHOH RX RV ROKRV
iOFRROHWtOLFR>@ $VIUDo}HVIRUDPLVRODGDVGHDFRUGR HP GRVHV GHVFULWDV 2 pWHU GH SHWUyOHR H D DFHWRQD VmR
FRPDVYDULDo}HVYLVXDLVQDFRUGDVEDQGDVVHSDUDGDV irritantes da pele e do pulmão. Estes solventes devem ser
manipulados numa hotte, usando óculos e luvas de prote-
omR (OHV WDPEpP VmR OtTXLGRV LQ¿DPiYHLV SRUWDQWR QmR
$HOXLomRGDFROXQDIRLLQLFLDGDFRPpWHUGHSHWUyOHR&
SRGHKDYHUFKDPDVQRODERUDWyULRTXDQGRHVWDVH[SHULrQ-
)LJXUDDHGHSRLVGDHOXLomRGHȔFDURWHQRPXGRXVHSDUD
cias estiverem a ser realizadas. O material de vidro deve
XPD PLVWXUD GH pWHU GH SHWUyOHR & DFHWRQD
ser manuseado com cuidado e devem ser usadas luvas e
)LJXUDVE°F
óculos de segurança pelos estudantes.
60 Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15
Q UÍMICA E E NSINO
Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15 61
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ACTUALIDADES CIENTÍFICAS
DGDSWDGRGH$-RQHV$0DQGDO66KDUPD²3URWHLQEDVHGELRSODVWLFVDQGWKHLUDQWLEDFWHULDOSRWHQWLDO³Journal of
Applied Polymer Science'2,$33
António Mendonça
PHQGRQFD#XELSW
62 Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15
ANO INTERNACIONAL LUZ Q UÍMICA PARA OS + N OVOS
4XtPLFDSDUDRVPDLVQRYRV
DĂƌƚĂ͘ŽƌǀŽ
DepartamentodeQuímica
FaculdadedeCiênciaseTecnologia
UniversidadeNovadeLisboa
marta.corvo@fct.unl.pt
,QWURGXomR
Napresenteactividadeiremosabordaraelectroquímica.VamospromoveraQuímicaVerde
com uma experiência amiga do ambiente utilizando um limão para obter energia e ao
mesmotempofazerashonrasaoAnoInternacionaldaLuzacendendoumalâmpada–um
LED.
(GROLPmRGHUHSHQWHIH]VHOX]
DĂƚĞƌŝĂů͗
x LED(3V)
x 10Pinçascrocodilo
x Fiocondutor(cobre)
x Moedasde5cêntimos
x Pregosouparafusoszincados
x Folhadealumínio
x Limões(5Ͳ6)
x Alicate
x Faca
WƌŽĐĞĚŝŵĞŶƚŽ:
ϭ͘ Utilizar o fiode cobre e as pinças crocodilo para fazer cabos de ligação. Os cabos deverão
ficarcomumcomprimentodecercade15cm.Prepararpelomenos5cabos.
Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15 63
Q UÍMICA PARA OS + N OVOS ANO INTERNACIONAL LUZ
Ϯ͘ Fazer um corte numa extremidade de um limão e inserir nele uma moeda de 5 cêntimos
(apóssecertificardequeestaestálimpa).Fazeroutrocortenaoutraextremidadedolimão
einserirneleoparafusozincado.OsdoismetaisŶĆŽƉŽĚĞŵĨŝĐĂƌĞŵĐŽŶƚĂĐƚŽ.
ϯ͘ Repetirestaoperaçãoparamaistrêslimões.
ϰ͘ Ligar uma extremidade de um dos cabos à moeda de um limão, e outra extremidade ao
parafusodezinco.
ϱ͘ Ligaroslimõesemsérie,ousejaunsaseguiraosoutros,demodoaqueoparafusodeum
limão esteja ligado à moeda do limão seguinte, e a moeda ligada ao parafuso do limão
64 Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15
ANO INTERNACIONAL LUZ Q UÍMICA PARA OS + N OVOS
seguinte.Deixarnumaextremidadeumcaboligadoaumparafusoenaoutraextremidade
umcaboligadoaumamoeda.
ϲ͘ Ligar cada uma das extremidades a um dos fios do LED. O que aconteceu à lâmpada?
(Atenção:senãoresultarexperimentarviraroLEDaocontrário).EstaéanossaďĂƚĞƌŝĂĚĞ
ůŝŵĆŽ.
ϳ͘ ObservaroLEDàsescurasparamelhorvisualização.Sealuzformuitofracaoumesmonão
conseguiracender,fazermaisumcabodeligaçãoeligaroutrolimãoemsérie.
Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15 65
Q UÍMICA PARA OS + N OVOS ANO INTERNACIONAL LUZ
džƉůŝĐĂĕĆŽ͗
As moedas que utilizámos são feitas de cobre. Os parafusos são cobertos
de zinco e como tal são zincados. Com esta experiência construímos uma
ĐĠůƵůĂĞůĞĐƚƌŽƋƵşŵŝĐĂ–umapilhaoubateria.Aqui,amoedaeoparafuso
sãoosnossoseléctrodos.Osátomosdocobretalcomoosdezincocontêm
electrões, mas os primeiros têm maior capacidade para os atrair. Quando
construímosocircuitocomamoedaeoparafusonolimãoeoscabosde
ligação,estabeleceuͲseumacorrenteeléctricaporqueoselectrõesvãoter
tendênciaparasairdozincoemdirecçãoaocobreatravésdofiocondutor.
O sumo do limão é ácido e por isso comportaͲse como uma solução de
electrólito (ver QUÍMICA nº 124, pág. 81Ͳ82). Isto significa que contém
partículascarregadasquesevãomovimentardentrodolimãoentreos
dois eléctrodos, criando um circuito fechado. GeraͲse assim no limão Fonte:
https://en.wikipedia.org/wiki/
uma corrente eléctrica, e porque acontecem reacções químicas na Lemon_battery
superfície dos eléctrodos dizͲse que há uma conversão da energia
química em energia eléctrica Ͳ a partir de um produto natural. A corrente gerada por um limão é
pequena, cerca de 1 V. Consoante a lâmpada que utilizamos, podemos mesmo ter de ligar vários
limões em série para gerar maior quantidade de energia. Aqui ligámos 4 limões em série para
acender um LED de 3V. Eventualmente a energia acabará por não circular mais porque ocorrem
reacçõesquímicasnoseléctrodosqueacabamporbloquearatransferênciadeelectrões.
Bibliografia
>1@AdaptadodeJ.D.Worley,J.Fournier,“Ahomemadelemonbattery”,:͘ŚĞŵ͘ĚƵĐ͘ϲϱ(1988)
158
[2]https://en.wikipedia.org/wiki/Lemon_battery(acedidoa21Ͳ07Ͳ2015)
66 Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15
A CTUALIDADES C IENTÍFICAS
FORMAÇÃO DE LIGAÇÕES QUÍMICAS CONTROLADAS POR LUZ NOVA PERSPECTIVA SOBRE A ESTRUTURA DE ESPÉCIES INTER-
COERENTE MEDIÁRIAS REACTIVAS
Um grupo de investigadores israelitas e alemães conse- Uma equipa de investigadores trouxe uma nova luz sobre
guiu manipular a formação de uma ligação química usan- a estrutura de espécies químicas intermediárias reactivas
do lasers GH DOWD SRWrQFLD$ WpFQLFD SRGHUi SHUPLWLU DRV XVDQGRLPDJHQVREWLGDVSRU670Scanning Tunnelling Mi-
químicos controlar o mecanismo de uma reacção química croscopy H$)0 Atomic Force Microscopy$WUDYpV GD
usando luz coerente, abrindo novos caminhos na área da medição dos comprimentos de ligação, foram capazes de
fotoquímica. deduzir a natureza estrutural destas espécies químicas efé-
O uso do laser FRPR ²IRWRFDWDOLVDGRU³ HP UHDFo}HV TXt- meras.
micas no estado gasoso encontrou sucesso limitado nas Os arinos, formalmente derivados dos arenos pela remoção
~OWLPDVGpFDGDV2FRQWURORGHUHDFo}HVTXtPLFDVDWUDYpV GHGRLViWRPRVGHKLGURJpQLRGHiWRPRVGHFDUERQRDGMD-
de luz coerente, proposto há cerca de trinta anos, faz uso centes, em que o benzino é um dos exemplos, são espécies
de luz pulsada de lasers para colocar reagentes em estados químicas altamente reactivas e importantes em química or-
que promovam um mecanismo de reacção não convencio- JkQLFDSRLVHVWmRHQYROYLGDVQRPHDGDPHQWHQDVtQWHVHGH
nal. Vários grupos conseguiram controlar a quebra selecti- compostos aromáticos policíclicos. No entanto, a sua carac-
YDGHOLJDo}HVTXtPLFDVHPPROpFXODVDOYR1RHQWDQWRR WHUL]DomRpXPJUDQGHGHVD¾RGHYLGRDRVHXFDUiFWHUWUDQ-
FRQWURORGDIRUPDomRGHOLJDo}HVTXtPLFDVWHPVHPRVWUD- VLHQWH5HFHQWHPHQWHXPDHTXLSDGRVODERUDWyULRVGHSHV-
do mais difícil. TXLVDGD,%0HP5XVFKOLNRQQD6XtoDIRLFDSD]GHREWHU
3HODSULPHLUDYH]LQYHVWLJDGRUHVGR,QVWLWXWRGH7HFQROR- XPLQVWDQWkQHRGHXPGHVVHVLQWHUPHGLiULRVDGVRUYLGRVQXP
JLDGH,VUDHOH8QLYHUVLGDGH+HEUDLFDGH-HUXVDOpP,VUDHO ¾OPHXOWUD¾QRGHFORUHWRGHVyGLRHPFREUHDXPDWHPSHUD-
H 8QLYHUVLGDGH GH .DVVHO $OHPDQKD GHPRQVWUDUDP VHU WXUDGH.SRU670H$)0$DQiOLVHGDUHVSHFWLYDHVWUX-
possível a formação de uma ligação química por esta via, WXUDSHUPLWLXPRVWUDUTXHDIRUPDGHUHVVRQkQFLDGRPLQDQWH
tendo obtido Mg através da irradiação de vapor de magné- pDTXHSRVVXLWUrVOLJDo}HVGXSODVFRQVHFXWLYDVWLSRFXPX-
VLRD.FRPSXOVRVGHlaser de femtossegundos. Este OHQRHPYH]GDIRUPDFRPOLJDomRWULSODWLSRDOFLQR
processo é raro mas os investigadores mostraram ser pos-
sível alterar o rendimento de formação de Mg alterando as
características da radiação usada.
&KULVWLDQH3.RFKXPDGDVLQYHVWLJDGRUDVUHIHULXTXHD
equipa teve um longo e difícil caminho a percorrer para
FKHJDU D HVWH UHVXOWDGR XPD YH] TXH ²WLYHUDP GL¾FXOGD-
GHVHPREWHU¾QDQFLDPHQWRSRLVRVDYDOLDGRUHVQmRDFUH-
GLWDYDPTXHRSURFHVVRSXGHVVHUHVXOWDU³$LQYHVWLJDGRUD
HVSHUD TXH ²RV QRVVRV UHVXOWDGRV SRVVDP PRWLYDU RXWURV 7KRPDV+R\HTXtPLFRRUJkQLFRGD8QLYHUVLGDGHGH0LQ-
grupos a olhar novamente para o controlo coerente de reac- QHVRWD(8$UHIHULXTXH²HVWDpDHYLGrQFLDH[SHULPHQWDO
o}HVTXtPLFDVHDVVLPHVWLPXODUHVWHFDPSRGHSHVTXLVD³ PDLVUHOHYDQWHDWpjGDWDVREUHDTXHVWmRGDHVWUXWXUDGRV
DULQRV³HTXH²a priori não há nenhuma razão para pensar
DGDSWDGRGH “3KRWRFDWDO\VWVVKLQHOLJKWRQFKHPL- TXHHVWDREVHUYDomRSRVVDQmRVHULJXDOPHQWHDSOLFiYHOj
FDOERQGPDNLQJKWWSZZZUVFRUJFKHPLVWU\- PDLRULDGHVWDVHVSpFLHVTXtPLFDV³(OHVXVSHLWDDLQGDTXH
ZRUOGSKRWRFDWDO\VWVVKLQHOLJKWFKHPLFDO D PHVPDV FRQFOXV}HV SRVVDP VHU YiOLGDV j WHPSHUDWXUD
bond-making; //HYLQ:6NRPRURZVNL/5\EDN5 DPELHQWHHHPVROXomRFRQGLo}HVJHUDOPHQWHXVDGDVHP
.RVORII&3.RFK=$PLWD\Phys. Rev. Lett. síntese onde estas espécies estão envolvidas.
'2,3K\V5HY/HWW
DGDSWDGRGH “First snapshot of elusive intermedi-
Paulo Mendes DWHVXSSOLHVVXUSULVH³KWWSZZZUVFRUJFKHPLVWU\-
SMJP#XHYRUDSW ZRUOG¾UVWVQDSVKRWHOXVLYHDU\QHLQWHUPHGLDWH
supplies-surprise; 13DYOLýHN%6FKXOHU6&ROOD]RV
10ROO'3pUH](*XLWLiQ*0H\HU'3HxD/
Gross. Nat. Chem.'2,1&+(0
Paulo Mendes
SMJP#XHYRUDSW
Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15 67
D ESTAQUES
11th+PVGTPCVKQPCN+72#%%QPHGTGPEGQP2QN[OGT5QNXGPV%QO-
RNGZGUCPF+PVGTECNCVGU
21.;51.8#6
O 32/<62/9$7pXPVLPSyVLRLQWHUQDFLRQDOELHQDORQGH
VH DERUGD D HVWUXWXUD SURSULHGDGHV H DSOLFDo}HV GH FRP-
SOH[RVSROtPHURVROYHQWHHLQWHUFDODGRV7RGDVDVHGLo}HV
DQWHULRUHVGR32/<62/9$7IRUDPDWpDJRUDUHDOL]DGRVQD
Europa e os trabalhos apresentados foram publicados re-
gularmente no Macromolecular Symposia232/<62/- 13th%JGOKUVT[%QPHGTGPEGHQT;QWPI5EKGPVKUVU
9$7FHQWUDVHQRVPHFDQLVPRVGHIRUPDomRPRUIRORJLD
%JGO%;5
estrutura molecular e propriedades dos compostos que se 2&KHP&<6TXHWHUiOXJDUHP%ODQNHQEHUJH%pO-
IRUPDPHQWUHPROpFXODVGHVROYHQWHHRXGHPROpFXODVSH- JLFD GH D GH 0DUoR GH p XPD FRQIHUrQFLD
quenas com polímeros sintéticos, biopolímeros, proteínas, SDUD -RYHQV 4XtPLFRV QD TXDO MRYHQV LQYHVWLJDGRUHV WrP
Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15 69
D ESTAQUES
9th%QPHGTGPEGQH6JG9QTNF/[EQVQZKP(QTWOs:+8th+72#%
+PVGTPCVKQPCN5[ORQUKWOQP/[EQVQZKPU
9/(OGGVU+72#%
:0)PHHWV,83$& p XP HYHQWR ~QLFR TXH FRPELQD D 9th
Conference of The World Mycotoxin Forum® e o XIVth
u'PEQPVTQ2QTVWIWÄUFG,QXGPU3WÈOKEQU
2;%JG/u'P- IUPAC International Symposium on Mycotoxins, que de-
EQPVTQ'WTQRGWFG,QXGPU3WÈOKEQU
';%*G/ FRUUHUiHP:LQQLSHJ&DQDGiGHDGH-XQKRGH
634°6RFLHGDGH3RUWXJXHVDGH4XtPLFD_ZZZVSTSW_sede@spq.pt
70 Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15
A GENDA
Ō1WVWDTQGO5CP5GDCUVKCP'URCPJC WUR1DFLRQDOGH4XtPLFD7HUDSrXWLFD
th International Conference on Biobased and Biodegrada- HQTR#FKHPLVWU\SW
EOH3RO\PHUV%,232/ ZZZHQTRHYHQWRVFKHPLVWU\SW
ELRSRO#ELRSROFRQIRUJ
ZZZELRSROFRQIRUJ Ō&G\GODTQPC%CRCTKEC
1st,QWHUQDWLRQDO&DSDULFD&KULVWPDV&RQJUHVVRQ7UDQVOD-
Ō1WVWDTQGO/CFTKF'URCPJC WLRQDO&KHPLVWU\
Euro Food Chem XVIII clodeiro@bioscopegroup.org
HXURIRRGFKHP[YLLLPDGULG#PDVWHUFRQJUHVRVFRP ZZZLFWFFRP
ZZZHXURIRRGFKHP[YLLLPDGULGFRP
Ō,CPGKTQGO.KUDQC
Ō1WVWDTQGO;QMQJCOC,CRºQ ;9, &RQJUHVVR /DWLQR$PHULFDQR GH &URPDWRJUD¾D
11th ,QWHUQDWLRQDO &RQIHUHQFH RQ$GYDQFHG 3RO\PHUV YLD ;9,&2/$&52(QFRQWUR1DFLRQDOGH&URPDWRJUD-
0DFURPROHFXODU(QJLQHHULQJ$30( ¾D(1&
WHQGR#PROHQJIXNNLQGDLDFMS HQF#FKHPLVWU\SW
ZZZDSPHMS ZZZ[YLFRODFURHQFHYHQWRVFKHPLVWU\SW
Ō1WVWDTQGO8CTUÎXKC2QNÎPKC Ō,CPGKTQPC%CRCTKEC
th ,QWHUQDWLRQDO 3RO\VDFFKDULGH &RQIHUHQFH (312( nd,QWHUQDWLRQDO6\PSRVLXPRQ1DQRSDUWLFOHV1DQRPDWH-
ULDOVDQG$SSOLFDWLRQVQG,61$
HSQRH#LEZFKORG]SO MOFP#IFWXQOSW
ZZZHSQRHLEZFKORG]SO ZZZLVQDFRP
Ō1WVWDTQGO$TCIC Ō,CPGKTQGO-QNMCVC PFKC
XX Encontro da Sociedade Portuguesa de Electroquímica 11th,QWHUQDWLRQDO,83$&&RQIHUHQFHRQ3RO\PHU6ROYHQW
xxspe@quimica.uminho.pt &RPSOH[HVDQG,QWHUFDODWHV32/<62/9$7
ZZZ[[VSHTXLPLFDXPLQKRSW SRO\VROYDW#LDFVUHVLQ
ZZZLDFVUHVLQFRQIHUHQFHVSRO\VROYDW
Ō0QXGODTQPC%CRCTKEC
1st ,QWHUQDWLRQDO &DSDULFD &RQIHUHQFH RQ 3ROOXWDQW 7R[LF Ō(GXGTGKTQPQ2QTVQ
,RQVDQG0ROHFXOHV37,0 ;9 (3,± (QFRQWUR 3HSWtGLFR ,EpULFRth Iberian
clodeiro@bioscopegroup.org 3HSWLGH0HHWLQJ(3,
ZZZSWLFRP SHSWLGHV\QWKHVLVSRUWR#JPDLOFRP
ZZZIFXSSWHSL
Ō0QXGODTQGO2TCIC4GRÕDNKEC%JGEC
th,QWHUQDWLRQDO6\PSRVLXPRQ5HFHQW$GYDQFHVLQ)RRG Ō/CTÁQGO$NCPMGPDGTIG$ÃNIKEC
$QDO\VLV5$)$ th&KHPLVWU\&RQIHUHQFHIRU<RXQJ6FLHQWLVWV
5$)$#YVFKWF] &KHP&<6
ZZZUDIDHX JHHUWMDQJUDXOXV#FKHPF\VEH
ZZZFKHPF\VEH
Ō0QXGODTQGO&JCMC$CPINCFGUJ
th,83$&&RQIHUHQFHRQ&KHPLFDO5HVHDUFK$SSOLHGWR Ō#DTKNGO)WKOCTºGU
:RUOG1HHGV&+(05$:1;; (QFRQWUR3RUWXJXrVGH-RYHQV4XtPLFRV3<&KH0
LQIR#FKHPUDZQ[[QHWEG (QFRQWUR(XURSHXGH-RYHQV4XtPLFRV(<&+H0
ZZZFKHPUDZQ[[QHWEG HXURS\FKHP#JPDLOFRP
ZZZS\FKHPHYHQWRVFKHPLVWU\SW
Ō0QXGODTQPQ4KQFG,CPGKTQ$TCUKN
th%UD]LOLDQ6\PSRVLXPRQ(VVHQWLDO2LOV6%2(°,QWHU- Ō,WPJQGO9KPPKRGI%CPCF¶
QDWLRQDO6\PSRVLXPRQ(VVHQWLDO2LOV,6(2 th &RQIHUHQFH RI7KH:RUOG 0\FRWR[LQ )RUXP ;,9th
eabramides@terra.com.br ,83$& ,QWHUQDWLRQDO6\PSRVLXP RQ 0\FRWR[LQV :0)-
ZZZVERHQHWEU PHHWV,83$&
:0)#EDVWLDDQVHFRPPXQLFDWLRQFRP
Ō0QXGODTQGO2QPVGXGFTC'URCPJC ZZZZPIPHHWVLXSDFRUJ
XXI Encontro Galego-Portugués de Quimica
encontro@colquiga.org Ō,WNJQGO/CPEJGUVGT4GKPQ7PKFQ
ZZZFROTXLJDRUJFRQWHQLGRSKS"LGSDJ LGFRQ S th (XURSHDQ &ROORTXLXP RQ +HWHURF\FOLF &KHPLVWU\
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info@LDOrganisation.com
Ō&G\GODTQPQ2QTVQ Z Z Z O G R UJ D Q L V D W L R Q F R P Y S U R G X L W V
(QFRQWUR1DFLRQDOGH4XtPLFD2UJkQLFD(QFRQ- SKS"ODQJXH HQJOLVK FOHBPHQXV
Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15 71
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