P Sugestões de resposta:

1. Tradicionalmente, considera-se espaço

privado a esfera pessoal ou da família.
É o espaço da conduta privada, distante e
protegido do que é público. O espaço
público era, para os gregos, o espaço de
realização do cidadão, enquanto ser livre.
Diz respeito à esfera da cidadania, das
relações com os outros, sujeitos de direitos
e deveres civis e políticos. Para os gregos, o
cidadão é aquele que participa nas
questões de interesse comum, nas decisões
públicas da polis. Para além de cumprir as
suas obrigações naturais, ligadas à sua
subsistência e à da sua família (espaço
privado), o cidadão é o homem livre,
capaz de se autogovernar e de se realizar
politicamente. É no espaço público que
o ser humano realiza plenamente a sua
natureza, enquanto ser livre, social e
político.
2. O individualismo é a perspetiva que
coloca o indivíduo, com os seus direitos e
liberdades, no centro de toda a reflexão
ético-política. O indivíduo é entendido
como uma unidade pessoal intransferível,
sendo mais importante a sua
individualidade do que a sua realidade
social. De acordo com a autora do texto, o
individualismo comporta alguns riscos no
seio das sociedades contemporâneas.
Este tipo de individualismo, característico
das sociedades liberais, leva à criação de
desigualdades, à indiferença perante essas
desigualdades, à injustiça e perpetuação de
uma falta de solidariedade que constitui
um contrassenso difícil de explicar. O texto
apresenta, a este propósito, o exemplo das
desigualdades criadas entre países ricos e
pobres e o facto de os primeiros –
defensores dos direitos e liberdades
fundamentais do indivíduo enquanto
pessoa – ignorarem os segundos. Criam-se,
assim, as condições para a existência de
fenómenos de individualismo coletivista,
isto é, a defesa dos direitos e garantia de
liberdades só para alguns (dentro de
determinada comunidade).
3. Com esta atividade, o aluno deverá ser
capaz de:
– identificar as principais dimensões da
cidadania;
– identificar os problemas políticos das
sociedades democráticas atuais;
– desenvolver uma posição crítica face a
um desses problemas;
– ultrapassar o nível do senso comum na
abordagem do problema escolhido;
– reconhecer a pertinência da filosofia
política.