ESCOLA SECUNDÁRIA COM 2º E 3º CICLOS ANSELMO DE ANDRADE
Curso de Educação e Formação de Adultos
FICHA DE TRABALHO Formador: Liliane Ramos e Elisabete Costa
Área: Cidadania e Profissionalidade
CP4 – RA 1 / Ficha 2 Núcleo Gerador: Identidade e Alteridade Tema: Códigos institucionais e comunitários Critérios de Evidência: - Demonstrar empatia e reacção compassiva e solidária face ao outro; - Interpretar códigos deontológicos; - Relatar príncipios de conduta e emitir opinião fundamentada.
Leia com atenção o seguinte texto:
"Cidadania" é um termo cujo significado filosófico difere do seu uso quotidiano. No
discurso quotidiano, a cidadania é entendida como sinónimo de "nacionalidade", referindo-se ao estatuto legal das pessoas enquanto membro de um país em particular. Ser um cidadão implica ter certos direitos e responsabilidades, mas estes variam imenso de país para país. Por exemplo, os cidadãos de uma democracia liberal têm direitos políticos e liberdades religiosas, ao passo que numa monarquia, numa ditadura militar ou numa teocracia religiosa podem não ter nenhum desses direitos.
Nos contextos filosóficos, a cidadania refere-se a um ideal normativo substancial de
pertença e participação numa comunidade política. Ser um cidadão, neste sentido, é ser reconhecido como um membro pleno e igual da sociedade, com o direito de participar no processo político. Como tal, trata-se de um ideal distintamente democrático. As pessoas que são governadas por monarquias ou ditaduras militares são súbditos e não cidadãos.
Esta ligação entre a cidadania e a democracia é evidente na história do pensamento
ocidental. A cidadania era um tema proeminente entre os filósofos das repúblicas da Grécia e Roma antigas, mas desapareceu do pensamento feudal, sendo apenas reavivado com o renascer do republicanismo no Renascimento. Na verdade, é por vezes difícil distinguir a cidadania, enquanto tópico filosófico, da democracia. Contudo, as teorias da democracia centram-se sobretudo nas instituições e processos — partidos políticos, eleições, legislaturas e constituições — ao passo que as teorias da cidadania se centram nos atributos dos cidadãos individuais.
As teorias da cidadania são importantes porque as instituições democráticas
desmoronar-se-ão se os cidadãos carecerem de certas virtudes, tais como um espírito cívico e boa-vontade mútua. De facto, muitas democracias sofrem com de apatia por parte dos eleitores, de intolerância racial e religiosa, e fuga significativa aos impostos ou às políticas ambientais que dependem da cooperação voluntária. A saúde de uma democracia depende não apenas da estrutura das suas instituições mas também das qualidades dos seus cidadãos: por exemplo, das suas lealdades e de como eles encaram identidades nacionais, étnicas ou religiosas potencialmente rivais; da sua capacidade para trabalhar com pessoas muito diferentes de si mesmos; do seu desejo de participação na vida pública; da sua boa-vontade para serem moderados nas suas exigências económicas e nas suas escolhas pessoais que afectem a sua saúde e o meio ambiente.
A cidadania não é apenas um estatuto, definido por um conjunto de direitos e
responsabilidades. É também uma identidade, uma expressão da nossa pertença a uma comunidade política. Além disso, é uma identidade partilhada, comum a diversos grupos na sociedade. Logo, a cidadania tem uma função integradora. Alargar os direitos de cidadania tem ajudado a integrar grupos previamente excluídos, como a classe trabalhadora, na sociedade. A Arte de Pensar; Cidadania, Will Kymlicka texto adaptado
1) Defina cidadania, indicando qual a sua principal função
Cidadania é um conjunto de direitos e responsabilidades numa sociedade democrática, é uma identidade partilhada com vários grupos da mesma sociedade, com participação política e tem a função de integrar várias classes na mesma sociedade. 2) O que se significa ser-se cidadão? Ser-se cidadão é ser um indivíduo com direitos mas também com deveres e responsabilidades, membros de pleno direito e igualdade numa sociedade com direito à participação na vida política do País. 3) Quais deverão ser as principais virtudes do cidadão? Um cidadão deve ser um elemento activo da sociedade, com princípios éticos e morais, capaz de viver e construir uma sociedade melhor.
Leia com atenção o seguinte texto:
Princípios de conduta social:
Um dos maiores actos de cidadania reside na capacidade de reconhecer princípios de
conduta baseados em códigos de lealdade institucional e comunitária.
Todos os cidadãos, enquanto seres gregários, devem ser capazes de reconhecer
princípios de conduta essenciais à vida em comunidade. De outra forma, seria impossível a vida em sociedade. Mesmo não tendo conhecimento da Constituição da República Portuguesa ou da Constituição Europeia, qualquer cidadão português ou europeu reconhece que existe um conjunto de princípios de conduta aos quais está necessariamente obrigado.
De igual modo, dentro da sociedade, existe um conjunto de profissões e instituições
com as quais cada cidadão se relaciona ou das quais faz parte e que estão igualmente gizadas por princípios básicos de conduta. Dentro das instituições poder-se-iam destacar: os Escuteiros, os Bombeiros ou as Guias de Portugal; e, dentro das profissões: os Professores, os Médicos ou os Advogados.
1) Identifique alguns dos princípios gerais de conduta que legitimam a vida em
sociedade. A vida em sociedade só é possível, se houver um conjunto de princípios, de regras, de boas condutas, de boas maneiras para com os outros, de uma cidadania activa e responsável. A Constituição Portuguesa e Europeia definem regras, códigos de conduta, mas cabe a nós enquanto cidadãos distinguir o bem do mal, não fazer aos outros o que não queremos que nos façam a nós.