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Cientista Política e coordenadora do Centro de Estudos e Pesquisas sobre Corrupção na UNESP,
Câmpus de Franca. E-mail: cepcorrupcao@franca.unesp.br
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Disponível em: http://ec.europa.eu/dgs/home-affairs/e-library/documents/policies/organized-crime-and-human-
trafficking/corruption/docs/acr_2014_en.pdf
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Uma outra questão apresentada aos entrevistados foi : “Nos últimos três anos, diria que
o nível de corrupção em nosso país...?” e destacamos os extremos dentre os quatro
intervalos apresentados:
Fonte: http://ec.europa.eu/public_opinion/archives/eb_special_399_380_en.htm
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País Partidos Políticos a nível Bancos ou
Políticos nacional, Instituições
regional ou local Financeiras
Portugal 59% 59% 47%
Espanha 84% 72% 62%
Itália 68% 63% 40%
França 70% 58% 34%
Alemanha 51% 49% 38%
Reino Unido 56% 55% 47%
Áustria 60% 59% 29%
Fonte: http://ec.europa.eu/public_opinion/archives/eb_special_399_380_en.htm
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País Corrupção
Portugal 3º lugar- 39%
Espanha 4º lugar- 38%
Itália 7 º lugar – 33%
França 6º lugar – 36%
Alemanha 6º lugar – 10%
Reino Unido 5º lugar –7%
Áustria 4º lugar –16%
Fonte: http://ec.europa.eu/public_opinion/archives/eb_special_399_380_en.htm
Obviamente que os países que sofrem com a crise econômica como Espanha, Itália e
Portugal, tornam-se mais sensíveis a temática do mau uso do dinheiro público e aos
privilégios que os políticos e partidos estão usufruindo. A novidade são países que não
estão no mesmo quadro de crise mostrarem-se intolerantes a esse tipo de prática.
O que fazer para coibir a corrupção e os recursos que se perdem em meio um complexo
sistema de administração pública fragmentada em por distintas dimensões: nacional,
regional, local e da UE? A orientação vem em torno do fortalecimento de quatro eixos:
mecanismos de controle; investigação e punição; dimensão política; e áreas de risco.
Para os mecanismos de controle sugere-se o uso de políticas preventivas, fortalecimento
dos mecanismos de controle externo e interno e sanções aos conflitos de interesse. No
eixo investigação e punição sugere-se a criação de leis que criminalizem as práticas
ilícitas e maior rigor nas punições. Na dimensão política sugere-se sanções ao
financiamento ilegal de partidos políticos e definição de políticas de accountability. Por
último, as áreas de risco refere-se ao melhor controle contratos públicos com alta
vulnerabilidade principalmente o setor de construção e da saúde.
Se as recomendações e os dados acima nos são familiares, o resultado positivo que a UE
obterá nos próximos anos deve-se a quatro fatores: inicialmente a crise econômica que
coloca uma pressão adicional ao problema da corrupção; segundo, a UE tem como
impor sanções aos Estados Membros para que promovam uma política de transparência
e boa governança permitindo controlar a corrupção; terceiro, os cidadãos de países onde
a corrupção é mais evidente, como Espanha e Itália, esperam um resposta imediata por
parte da UE; e finalmente, a presença do GRECO (Group of States Against Corruption)
que monitora, avalia e acompanha todos os Estados Membros para saber quais são os
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instrumentos legais existentes e os que precisam ser incorporados aos países da UE para
ampliar o controle da corrupção. Em suma, a necessidade e a vontade de mudar
acrescida de maturidade política da UE permitirá que rapidamente se controle a
corrupção. É uma formula razoavelmente simples que, desafortunadamente, o Brasil e
os países da América Latina não aprenderam equacionar.