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A ascenção do partido NSDSAP

Antes do início da Grande Depressão, entre 1929 e 1930, o Partido Nacional-


Socialista dos Trabalhadores Alemães (isto é, o Partido Nazista) era um partido
pequeno à direita radical do espectro político alemão. Nas eleições de 2 de maio de
1928 para eleger o Reichstag (Parlamento), os nazistas receberam apenas 2,6% dos
votos em toda a Alemanha, um declínio proporcional em relação ao ano de 1924,
quando os nazistas haviam recebido 3% dos votos. Como resultado da eleição, foi
criada uma "Grande Coalizão" formada pelo Partido Social-Democrata da Alemanha,
pelo Centro Católico, pelo Partido Democrata Alemão e pelo Partido do Povo Alemão,
a qual governou a Alemanha de Weimar [denominação informal dada ao estado alemão no
período de 1918] nos primeiros seis meses da crise econômica.

Durante o período de 1930 a 1933, o estado de espírito da Alemanha era sombrio. A


depressão econômica mundial havia atingido duramente aquele país, e milhões de
pessoas haviam perdido seus empregos.
À frustração daquelas pessoas que se tornaram desempregadas foram adicionadas à de
milhões de outras que conectaram o fenômeno da Grande Depressão à humilhação
nacional sofrida pela Alemanha após sua derrota na Primeira Guerra Mundial
[que havia sido iniciada pela Alemanha mas que terminou com seu fracasso e
pagamento de pesadas reparações de guerra à França]. Muitos alemães consideravam a
coalizão do governo parlamentar como sendo fraca e incapaz de solucionar a crise
econômica. A miséria generalizada,
o medo e a expectativa de momentos piores no futuro, bem como a raiva e a
impaciência com o aparente fracasso do governo em administrar a crise, geraram um
terreno fértil para a ascensão de Adolf Hitler e de seu Partido Nazista.

Quem Foi o Führer e como foi sua ascenção?

Hitler era um orador carismático e hipnótico, o qual, aproveitando a raiva e o


sentimento de desamparo de uma grande parcela dos eleitores, atraía um grande
número de alemães desesperados por mudanças. A propaganda eleitoral nazista
prometia tirar a Alemanha da crise criada pela Grande Depressão.
Os nazistas também prometiam restaurar os valores culturais alemães, reverter as
disposições do Tratado de Versalhes [resultado da derrota alemã na Primeira Guerra
Mundial], reverter a suposta ameaça de um levante comunista, criar novos postos de
trabalho para o povo alemão e restaurar a Alemanha à sua "justa posição" como
potência mundial.
Hitler e outros propagandistas nazistas foram muito bem-sucedidos no processo que
criaram para canalizar contra os judeus a ira e o medo da população; o mesmo contra
os marxistas (comunistas e social-democratas); e também contra aqueles a quem os
nazistas responsabilizavam por haverem assinado tanto o Armistício de Novembro de
1918
[capitulação da alemanha na Primeira Guerra] quanto o Tratado de Versalhes, e por
estabelecer uma
república parlamentar. Hitler e os nazistas frequentemente se referiam a estes
últimos como "os criminosos de novembro".

Hitler e outros nazistas adaptavam cuidadosamente seus discursos para diferentes


audiências. Por exemplo, ao falar com empresários, os nazistas minimizavam o
antissemitismo, enfatizando o anticomunismo e o retorno das colônias alemãs
perdidas através da assinatura do Tratado de Versalhes; quando dirigidos a
soldados, veteranos-de-guerra ou outros grupos com interesse nacionalistas, a
propaganda nazista enfatizava a necessidade
do crescimento militar e da reconquista dos territórios perdidos pelos termos do
Tratado de Versalhes. Os oradores nazistas asseguraram aos fazendeiros no estado de
Schleswig-Holstein, no norte alemão, que o governo nazista poderia impedir a queda
dos preços agrícolas. Aos aposentados e pensionistas de toda a Alemanha foi dito
que tanto os valores quanto o poder de compra de seus cheques mensais permaneceriam
estáveis.

Devido a um impasse entre os parceiros da "Grande Coalizão" [ver primeiro


parágrafo], Heinrich Bruening, membro do Partido Central e também chanceler do
Reich, induziu o já envelhecido presidente do Reich, Marechal-de-Campo Paul von
Hindenburg, a dissolver o parlamento em julho de 1930, e a conclamar novas eleições
para setembro de 1930. Para dissolver o parlamento, o presidente usou o artigo 48
da constituição alemã,
o qual permitia ao governo alemão governar sem consentimento parlamentar mas que
só deveria ser utilizado em casos de emergência nacional imediata.

Bruening calculou errôneamente o sentimento da frustração popular após seis meses


de depressão econômica e, assim permitiu, indiretamente, que os nazistas
conquistassem 18,3% dos votos, tornando-se o segundo maior partido político do
país.

Recorrendo repetidamente ao artigo 48 para emitir decretos presidenciais, durante


os seus dois anos de governo, Bruening tentou e não conseguiu formar uma maioria
parlamentar que excluísse os social-democratas, os comunistas e os nazistas. Em
1932,
o presidente Hindenburg exonerou Bruening e nomeou Franz von Papen, um ex-
diplomata e político de centro, como chanceler. Papen tornou a dissolver o
Reichstag [Parlamento], mas as eleições de julho de 1932 carrearam ao Partido
Nazista 37,3% do voto popular,
transformando-o no maior partido político da Alemanha. Os comunistas (que haviam
carreado votos dos social-democratas em um clima econômico cada vez mais
desesperado) receberam 14,3% dos votos. Como resultado, mais da metade dos
deputados do Reichstag [Parlamento] eleitos em 1932
já havia se comprometido publicamente a findar a democracia parlamentar.

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