Você está na página 1de 4

Discutir os sectores e a proporção dos mesmos na economia portuguesa

Para esta discussão sobre os sectores de atividade e sua distribuição em Portugal,


decidimos debruçarmo-nos sobre os dados da PORDATA.
(https://www.pordata.pt/Portugal/Popula%c3%a7%c3%a3o+empregada+total+e+por+
grandes+sectores+de+actividade+econ%c3%b3mica-32-2742)

Sendo assim, analisámos primeiramente a população ativa em Portugal.


Dessa análise destacamos que a população ativa desde 1974 até 2020 teve um aumento
na ordem dos 30% (mais de 1,120 milhões).
De seguida fizemos a análise de cada sector de atividade, sendo que no primeiro sector
segundo os dados analisados houve uma redução de aproximadamente 80% na
população empregada neste sector, ou seja, menos 1 milhão de habitantes.
Este decréscimo apenas foi contrariado no início do século com ligeiras subidas e
variações residuais, para que nesta época volta-se a diminuir de forma persistente.
No sector secundário, a variação é bastante diferente do que a que analisámos no
primeiro sector, já que a variação em termos de população empregada no segundo
sector quando comparamos 1974 com 2020 apenas decresceu aproximadamente 4,3%
(53 mil pessoas).
Podemos neste caso dizer que a população neste sector teve o seu pico no final do
século XX e princípio do XXI, com mais de 1,7 milhões de pessoas. Já o valor mais baixo
aconteceu no 2013. Em grupo considerámos importante destacar que esta altura foi um
período em que Portugal foi intervencionado pela Troika (FMI, BCE, Comissão Europeia)
e sem que estes dados sejam o comprovativo direto, toda a economia foi claramente
influenciada por este acontecimento.
Desde então, têm existido variações que consideramos marginais, mas em que a maioria
dessas variações são positivas.
No terceiro e último sector (tendo em conta que estes dados apenas assumem os três
sectores de atividade) é dos três o que mais se alterou.
Se compararmos entre 1974 e 2020 a diferença entre estes dois anos é de 2,2 milhões
de pessoas, isto significa que se em 1974 havia cerca 1,15 milhões de pessoas no sector
dos serviços, já em 2020 eram 3,36 milhões de pessoas. O que significa um crescimento
de 190%.
Depois, analisando este crescimento ano a ano o seu crescimento é sustentado em
grande parte dos anos de estudo, mas aqui destacamos o ano de 1983, pois é o ano em
que o crescimento é maior (quase 22%) e em sentido contrário destacamos o ano de
2012, já que neste ano foi o ano em que o sector perdeu mais elementos (71 mil –
2,39%).
Aqui também discutimos que a crise bancária do subprime nos Estados Unidos poderá
ter tido alguma influência nestes factos.
Depois quisemos comparar alguns anos que achámos essências para entender as
alterações que foram acontecendo no país ao longo dos anos.
Nos anos 70 no século passado, o sector primário era o sector que tinha a maior
percentagem de população ativa agregada a ele. Podemos até dizer, através das
diferenças residuais entre os três que cada sector dava ocupação a 1/3 da população
cativa.
Em 1977, altura em que Portugal assina o acordo de pré-adesão à CEE (Comunidade
Económica Europeia) estes valores mantinham-se semelhantes em comparação dos
valores do Ano da Revolução de Abril, mas já com uma ligeira superioridade do sector
dos serviços, de destacar também que neste ano dá-se a primeira intervenção do FMI
em Portugal.
Na segunda intervenção por parte do FMI em 1983, as diferenças entre sectores já eram
maiores, sendo que no sector primário teve um recuo que fazia menos de ¼ da
população ativa trabalhava neste sector, já no sector terciário a população cativa era já
superior a 40%.
Três anos depois, Portugal torna-se membro da CEE e a partir desde momento dá-se
uma transformação em termos económicos, pois Portugal passa a receber fundos
estruturais que visam a diminuir as desigualdades entre Portugal e os outros estados-
membros. As alterações do tecido produtivo mantinham-se idênticas, quando
comparadas com as de 1983, mesmo nas tendências de diminuição do sector primário
e crescimento do terciário, enquanto o sector das indústrias se mantinha com 1/3 da
população ativa.
No ano de 92 é assinado o Tratado de Maastritch, e aqui já o sector terciário empregava
mais de metade da população ativa em Portugal. 1/3 da população estava no sector
secundário, enquanto apenas pouco mais de 10% da população estava no primário.
Passados dez anos, já no século XXI, Portugal entra na zona Euro e o escudo é substituído
pelo Euro, nesta época a população ativa está dividida da seguinte forma: o sector
primário tem 13%, o secundário 34% e o terciário 54%.
Em 2011, aquando da 3ª intervenção financeira em Portugal, a população ativa estava
maioritariamente no sector terciário (quase 2/3 da população), mas este crescimento
não era tanto ligado com o decréscimo do sector primário, mas sim com decréscimo do
sector secundário que tinha valores estáveis até 98.
Passados nove anos sobre a terceira intervenção (2020) apenas 5% da população ativa
trabalhava no sector primário, enquanto ¼ da população no secundário, já no terciário
70% da população ativa pertence a este sector.
Acontecimentos Ano Total Dif. Var(%) Primário Dif. Var(%) Secundário Dif. Var(%) Terciário Dif. Var(%)

Revolução 25 de Abril 1974 3694,0 0,0 0,00% 1290,5 0,0 0,00% 1246,0 0,0 0,00% 1159,0 0,0 0,00%

1975 3724,0 30,0 0,81% 1263,5 -27,0 -2,09% 1259,5 13,5 1,08% 1201,0 42,0 3,62%

1976 3789,0 65,0 1,75% 1284,5 21,0 1,66% 1273,5 14,0 1,11% 1230,0 29,0 2,41%

Acordo Pré-Adesão CEE 1977 3784,0 -5,0 -0,13% 1246,5 -38,0 -2,96% 1253,0 -20,5 -1,61% 1284,5 54,5 4,43%

1978 3772,0 -12,0 -0,32% 1179,5 -67,0 -5,38% 1315,5 62,5 4,99% 1276,5 -8,0 -0,62%

1979 3853,0 81,0 2,15% 1177,5 -2,0 -0,17% 1347,5 32,0 2,43% 1327,5 51,0 4,00%

1980 3924,5 71,5 1,86% 1121,0 -56,5 -4,80% 1415,0 67,5 5,01% 1388,0 60,5 4,56%

1981 3969,0 44,5 1,13% 1059,5 -61,5 -5,49% 1449,0 34,0 2,40% 1460,0 72,0 5,19%

1982 3958,5 -10,5 -0,26% 1024,5 -35,0 -3,30% 1468,5 19,5 1,35% 1465,0 5,0 0,34%

2ª Intervenção FMI 1983 4352,5 394,0 9,95% 1024,4 -0,1 -0,01% 1541,5 73,0 4,97% 1784,1 319,1 21,78%

1984 4288,1 -64,4 -1,48% 1018,8 -5,6 -0,55% 1449,6 -91,9 -5,96% 1818,6 34,5 1,93%

1985 4269,5 -18,6 -0,43% 1015,9 -2,9 -0,28% 1481,6 32,0 2,21% 1771,0 -47,6 -2,62%

Entrada na CEE 1986 4289,1 19,6 0,46% 940,5 -75,4 -7,42% 1446,7 -34,9 -2,36% 1901,0 130,0 7,34%

1987 4405,8 116,7 2,72% 976,2 35,7 3,80% 1521,3 74,6 5,16% 1907,9 6,9 0,36%

1988 4512,8 107,0 2,43% 942,1 -34,1 -3,49% 1561,6 40,3 2,65% 2007,8 99,9 5,24%

1989 4613,1 100,3 2,22% 876,6 -65,5 -6,95% 1611,8 50,2 3,21% 2124,3 116,5 5,80%

1990 4717,5 104,4 2,26% 845,6 -31,0 -3,54% 1624,6 12,8 0,79% 2245,2 120,9 5,69%

1991 4857,4 139,9 2,97% 847,9 2,3 0,27% 1629,5 4,9 0,30% 2378,6 133,4 5,94%
-
Tratado de Maastritch 1992 4543,1 -314,3 -6,47% 522,3 -325,6 -38,40% 1499,5 -7,98% 2521,3 142,7 6,00%
130,0
1993 4457,7 -85,4 -1,88% 515,6 -6,7 -1,28% 1459,7 -39,8 -2,65% 2482,3 -39,0 -1,55%

1994 4449,2 -8,5 -0,19% 523,1 7,5 1,45% 1451,6 -8,1 -0,55% 2474,4 -7,9 -0,32%

1995 4415,9 -33,3 -0,75% 508,9 -14,2 -2,71% 1415,3 -36,3 -2,50% 2491,7 17,3 0,70%

1996 4444,9 29,0 0,66% 545,9 37,0 7,27% 1385,5 -29,8 -2,11% 2513,5 21,8 0,87%

1997 4530,4 85,5 1,92% 617,0 71,1 13,02% 1419,2 33,7 2,43% 2494,2 -19,3 -0,77%

Expo 98 1998 4848,4 318,0 7,02% 659,9 42,9 6,95% 1706,2 287,0 20,22% 2482,3 -11,9 -0,48%

1999 4925,7 77,3 1,59% 632,2 -27,7 -4,20% 1697,1 -9,1 -0,53% 2596,4 114,1 4,60%

2000 5041,3 115,6 2,35% 645,2 13,0 2,06% 1741,7 44,6 2,63% 2654,4 58,0 2,23%

2001 5128,2 86,9 1,72% 659,3 14,1 2,19% 1734,7 -7,0 -0,40% 2734,2 79,8 3,01%

Zona Euro 2002 5143,8 15,6 0,30% 643,4 -15,9 -2,41% 1726,6 -8,1 -0,47% 2773,9 39,7 1,45%

2003 5093,4 -50,4 -0,98% 645,9 2,5 0,39% 1639,2 -87,4 -5,06% 2808,3 34,4 1,24%

2004 5062,3 -31,1 -0,61% 621,8 -24,1 -3,73% 1568,5 -70,7 -4,31% 2872,0 63,7 2,27%

2005 5047,3 -15,0 -0,30% 608,3 -13,5 -2,17% 1533,7 -34,8 -2,22% 2905,3 33,3 1,16%

2006 5079,0 31,7 0,63% 604,8 -3,5 -0,58% 1539,4 5,7 0,37% 2934,8 29,5 1,02%

2007 5092,5 13,5 0,27% 603,0 -1,8 -0,30% 1540,0 0,6 0,04% 2949,4 14,6 0,50%

2008 5116,6 24,1 0,47% 585,3 -17,7 -2,94% 1483,4 -56,6 -3,68% 3047,9 98,5 3,34%
-
2009 4968,6 -148,0 -2,89% 568,8 -16,5 -2,82% 1381,5 -6,87% 3018,4 -29,5 -0,97%
101,9
2010 4898,4 -70,2 -1,41% 548,5 -20,3 -3,57% 1335,1 -46,4 -3,36% 3014,8 -3,6 -0,12%

3ª Intervenção 2011 4740,1 -158,3 -3,23% 483,9 -64,6 -11,78% 1272,9 -62,2 -4,66% 2983,2 -31,6 -1,05%
-
2012 4546,9 -193,2 -4,08% 491,4 7,5 1,55% 1143,5 -10,17% 2912,0 -71,2 -2,39%
129,4
2013 4429,4 -117,5 -2,58% 453,1 -38,3 -7,79% 1049,7 -93,8 -8,20% 2926,6 14,6 0,50%

2014 4499,5 70,1 1,58% 389,1 -64,0 -14,12% 1073,5 23,8 2,27% 3036,9 110,3 3,77%

2015 4548,7 49,2 1,09% 342,5 -46,6 -11,98% 1107,6 34,1 3,18% 3098,6 61,7 2,03%

2016 4605,2 56,5 1,24% 318,4 -24,1 -7,04% 1128,3 20,7 1,87% 3158,6 60,0 1,94%

2017 4756,6 151,4 3,29% 304,4 -14,0 -4,40% 1176,8 48,5 4,30% 3275,4 116,8 3,70%

2018 4866,7 110,1 2,31% 294,2 -10,2 -3,35% 1209,2 32,4 2,75% 3363,3 87,9 2,68%

2019 4913,1 46,4 0,95% 270,1 -24,1 -8,19% 1212,4 3,2 0,26% 3430,6 67,3 2,00%

2020 4814,1 -99,0 -2,02% 258,7 -11,4 -4,22% 1192,6 -19,8 -1,63% 3362,8 -67,8 -1,98%

Dif. 1120,1 30,3% Dif. -1031,80 -79,95% Dif. -53,4 -4,29% Dif. 2203,8 190,15%
Ano Primário Secundário Terciário
1974 35% 34% 31%
1975 34% 34% 32%
1976 34% 34% 32%
1977 33% 33% 34%
1978 31% 35% 34%
1979 31% 35% 34%
1980 29% 36% 35%
1981 27% 37% 37%
1982 26% 37% 37%
1983 24% 35% 41%
1984 24% 34% 42%
1985 24% 35% 41%
1986 22% 34% 44%
1987 22% 35% 43%
1988 21% 35% 44%
1989 19% 35% 46%
1990 18% 34% 48%
1991 17% 34% 49%
1992 11% 33% 55%
1993 12% 33% 56%
1994 12% 33% 56%
1995 12% 32% 56%
1996 12% 31% 57%
1997 14% 31% 55%
1998 14% 35% 51%
1999 13% 34% 53%
2000 13% 35% 53%
2001 13% 34% 53%
2002 13% 34% 54%
2003 13% 32% 55%
2004 12% 31% 57%
2005 12% 30% 58%
2006 12% 30% 58%
2007 12% 30% 58%
2008 11% 29% 60%
2009 11% 28% 61%
2010 11% 27% 62%
2011 10% 27% 63%
2012 11% 25% 64%
2013 10% 24% 66%
2014 9% 24% 67%
2015 8% 24% 68%
2016 7% 25% 69%
2017 6% 25% 69%
2018 6% 25% 69%
2019 5% 25% 70%
2020 5% 25% 70%

Você também pode gostar