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Pró-Reitoria de Graduação
Centro de Educação
Curso de Graduação a Distância de Educação Especial
FUNDAMENTOS
HISTÓRICOS,
FILOSÓFICOS E
SOCIOLÓGICOS
DA EDUCAÇÃO II
2º Semestre
1ªEdição, 2005
Elaboração do Conteúdo Direitos Autorais
Prof. Hugo Antonio Fontana (Direitos Autorais | Núcleo de Inovação e de
Professor Pesquisador (Conteudista) Transferência Técnológica | UFSM)
CDU: 37.01
Ministério da Educação
Tarso Genro
Ministro da Educação
UNIDADE A
UNIDADE A- AS RELAÇÕES ESCOLA-SOCIEDADE NO
CONTEXTO HISTÓRICO EDUCACIONAL DO SÉCULO XX NO BRASIL 07
1. Grandes linhas da sociologia e da filosofia da educação 09
2. Situação da escola, do ensino e da
formação de professores: avanços e rupturas 20
UNIDADE B
INTERFACES ENTRE OS SABERES SOCIOLÓGICOS, FILOSÓFICOS E HISTÓRICOS
DA EDUCAÇÃO NO ESPAÇO DA ESCOLA E DA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES 23
1. Contribuições das Ciências da Educação e da Filosofia
da Educação à formação de professores 25
2. Contribuições das Ciências da Educação e da Filosofia da
Educação para compreender melhor a escola 26
UNIDADE C
ESCOLA CONTEMPORÂNEA E NOVOS
MODELOS DE FORMAÇÃO: POSSIBILIDADES E DESAFIOS 31
1. Sociedade contemporânea: características 33
2. Escola-conhecimento-docência 36
REFERÊNCIAS
Referências 45
Sugestões para pesquisa na Internet 47
Outros sites interessantes 48
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Apresentação
da Disciplina
FUNDAMENTOS
HISTÓRICOS,
FILOSÓFICOS E
SOCIOLÓGICOS DA
EDUCAÇÃO II
2º Semestre
A
AS RELAÇÕES
ESCOLA-SOCIEDADE
NO CONTEXTO HISTÓRICO
EDUCACIONAL DO
SÉCULO XX NO BRASIL
Objetivo da Unidade
A partir da compreensão das grandes linhas teóricas da
sociologia e da filosofia, pretendemos proporcionar ao
aluno um entendimento acerca das relações escola-
sociedade e de que modo a formação de professores
está vinculada à inserção da escola dentro de um
amplo contexto (histórico, político e econômico).
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CURSO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL | UFSM
Introdução
Quando entendemos a cultura como resultado texto histórico educacional, que começa formal-
do trabalho humano que transforma a natureza mente no século XVI, com a chegada dos portu-
e o próprio homem, podemos dimensionar a gueses, variou significativamente em maior ou
importância da ação humana. Esta, quando menor grau nas nossas diferentes regiões.
transformadora, nunca é solitária. Ao nos
relacionarmos com os outros homens para
produzir a nossa existência, estamos desenvol-
vendo comportamentos ou condutas sociais em
direção aos interesses e necessidades do grupo
social a que pertencemos. Ou seja, o chamado
processo de socialização apenas inicia através
da ação exercida pelos outros (a comunidade)
sobre nós.
Se o ser do homem se faz mediado pela
cultura, cabe perguntar: existe uma cultura
brasileira? Ou talvez o mais adequado fosse
perguntarmos acerca das "culturas" brasileiras?
Essas questões podem ter sentido quando
pensamos nas diversidades regionais de nosso
país ou, até mesmo, de nosso próprio Estado.
A cultura litorânea é a mesma daquela do
interior? Quais as afinidades culturais entre o
gaúcho que mora no pampa e aquele que mora
no aglomerado urbano da serra? Ou ainda: é
lícito considerarmos a cultura de um país, de
Rodrigo Oliveira de Oliveira
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UNIDADE A
1 Grandes linhas da
sociologia e da
filosofia da educação
Na disciplina de Fundamentos Históricos, para a Sociologia e nos determos nas teorias
Filosóficos e Sociológicos da Educação I, de seus autores clássicos, vamos lembrar alguns
discutimos alguns aspectos básicos da filosofia de seus aspectos históricos. Desde a
e da educação. Vinculamos a filosofia da Antiguidade, passando pela Idade Média, o
educação a uma reflexão radical, rigorosa e de homem lançava questões a respeito da
conjunto sobre os problemas que a realidade sociedade em que vivia. Como as justificativas
educacional apresenta (SAVIANI, 1991, p. 27). das classes dominantes acabavam (ou acabam)
Ora, ao admitirmos isso como válido, estamos sempre prevalecendo, muitas pessoas eram
inserindo aí também uma reflexão sobre a convencidas, por exemplo, que tinham de
sociedade em que se desenvolve a educação, trabalhar duramente para sobreviver enquanto
objeto de nossa análise. Caberá à sociologia da outros caçavam ou se divertiam, porque já
educação reconstruir sistematicamente as haviam nascido para realizar aquelas atividades
relações existentes entre as ações que objetivam de trabalho. Até a vontade divina servia para
educar e as estruturas sociais. No contexto explicar as desigualdades sociais.
brasileiro - no qual continua predominante o Esse tipo de explicação foi socialmente
modelo da escola dual (uma escola para os ricos aceito até o século XVIII, quando na Europa
outra para os pobres) - esse "pensar sociológico aconteceram rupturas que propiciaram o
sobre a educação" se torna particularmente surgimento da sociologia. Quando o inglês Isaac
importante. Newton (1642-1727) formulou a sua conhecida
Assim, se podemos dizer que a natureza lei da gravitação universal, explicando a posição
humana não é algo que nos é "dado" mas algo e o movimento de todos os corpos do universo,
que precisamos "construir", as compreensões levou os filósofos que pensavam sobre a
filosófica e sociológica sobre a educação se realidade social a se interrogarem: se era
tornam fundamentais para nosso trabalho de possível explicar cientificamente o universo, por
educar. Trabalho educativo entendido como que não explicar da mesma maneira a sociedade
"ato de produzir, direta e intencionalmente, em na qual estavam inseridos? Para tanto, bastava
cada indivíduo singular, a humanidade que é que conseguissem formular leis que a
produzida histórica e coletivamente pelo explicassem. Havia, sem dúvida, um otimismo
conjunto dos homens" (SAVIANI, 1991, p. 21). que delineava o nascimento da futura "ciência
Antes mesmo de buscarmos um conceito da sociedade".
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CURSO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL | UFSM
A revolução da física dava o modelo para sociologia, para ter estatuto de ciência,
Socialismo: É um uma futura ciência da sociedade. A
termo que se originou
consciência das desigualdades, da miséria e precisava adotar os métodos usados pelas
na Inglaterra, no século
XIX para designar o da opressão apontava para a necessidade ciências naturais e com isso tentar descobrir as
oposto de de uma reorganização da sociedade. Os
individualismo. As homens daquela época achavam que a crítica
leis do desenvolvimento social. Essa idéia de
idéias socialistas da realidade social existente deveria ser que o estudo científico da sociedade era
aparecem
acompanhada de uma sugestão de melhoria
primeiramente com os condição necessária para que fossem
chamados socialistas
e que a solução deveria estar embasada no
utópicos (Saint-Simon, conhecimento científico da sociedade. solucionados os problemas sociais, ou seja, para
Fourier, Proudhon e Quanto mais isso acontecesse, maiores
Owen), os quais
que houvesse o progresso social, claro, ganhou
seriam as chances de que a sociedade
procuram alternativas pretendida garantisse a felicidade humana. rapidamente muitos adeptos. Pensadores
para a superação das
É nesse contexto histórico que nasce a contribuíram para que a reflexão sociológica
injustiças sociais
decorrentes da sociologia (FERREIRA, 1993, p. 17).
implantação do sistema tomasse corpo. Alguns, como Marx, Durkheim
capitalista de produção. e Weber, tornaram-se clássicos.
Uma crítica que sofrem
é que, embora tenham Ora, não é difícil imaginarmos que junto com
percebido o
antagonismo de essa revolução científica ocorrem grandes O que pensavam da
classes, não
compreenderam bem
transformações políticas e econômicas na sociedade (e da educação)
as formas de Europa. É no mesmo século da Revolução Marx, Durkheim e Weber?
emancipação
recorrendo a meios Industrial que se intensificam as críticas à forma Karl Marx (1818-1883) achava que a sociedade
ingênuos e
paternalistas. Marx e opressora como se comportavam os monarcas só poderia ser concebida como um todo
Engels, ao
absolutistas. Não à toa que os filósofos do formado pela economia, pela política e pelas
estabelecerem as
bases do socialismo Iluminismo acreditavam que os homens, por idéias (cultura). Mesmo conectadas entre elas,
científico, o fazem
objetivando a nascerem livres e iguais, podiam se tornar a economia, quando bem compreendida, seria
compreensão das
formas de emancipação
melhores, desde que as instituições sociais se a chave para o entendimento da própria
e a superação daquilo constituíssem de tal modo que lhes garantissem sociedade ou, como queria Marx, das mudanças
que entendiam como a
"exploração do a liberdade e a igualdade. As chamadas sociais. O motor das mudanças sociais seria a
homem pelo homem"
quando se referiam ao revoluções burguesas, tanto na Europa quanto luta entre as classes. Ao criticar a sociedade
capitalismo.
na América do Norte, representavam os capitalista, baseada na exploração do homem
interesses de uma classe que exigia uma radical pelo homem, Marx propunha sua destruição e
transformação da sociedade. A Inglaterra, país a construção do socialismo, uma sociedade sem
com os dois pés já então fincados na explorados nem exploradores.
A teoria política e Modernidade, abriga no seu seio o grande Para Marx, não existia "educação" em geral.
econômica de Locke
surgiu no século XVII teórico do liberalismo (John Locke) e funda o Conforme o conteúdo de classe ao qual estiver
exprimindo os anseios parlamento como poder regulador do, até exposta, a educação pode ser para a alienação
da burguesia. Defende
os direitos da iniciativa então, ilimitado poder real. ou para a emancipação.
privada, restringindo as
atribuições do Estado e Todavia, é na França, cuja revolução (1789) Entretanto, quem realizou pela primeira vez
opondo-se com vigor
ao absolutismo.
é a vitória política da burguesia, que nasce uma pesquisa tipicamente sociológica foi Émile
aquele a quem tradicionalmente se atribui o Durkheim (1858-1917). Sua visão era de que
papel de fundador da sociologia: Auguste Comte a sociedade era algo externo e exercia uma
(1798-1857). Sua proposta é de que a grande pressão sobre o indivíduo. Na base da
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UNIDADE A
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UNIDADE A
patológico, a Sociologia poderia servir para num caso como noutro, não são de seu
orientar a ação prática sem perder o seu caráter tempo e, por conseqüência, não estarão em
científico. Sempre considerando que a condições de vida normal. Há, pois, a cada
sociedade é grande geradora de idéias e valores, momento, um tipo regulador de educação
Durkheim entende que normalidade social é do qual não podemos separar sem vivas
aquilo que é obrigatório ao indivíduo e superior resistências, e que restringem as veleidades
a ele; são regras que devem ser seguidas. dos dissidentes [...].
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CURSO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL | UFSM
Fatos sociais, segundo Durkheim, são as escolhas. O grau de coerção dos fatos
maneiras coletivas de agir, sentir e pensar sociais se torna evidente pelas sanções a
em uma dada sociedade e são anteriores e que o indivíduo está sujeito quando contra
exteriores à existência do indivíduo. Essas elas tenta se rebelar. As sanções podem ser
maneiras podem ser fixas ou não, pois os legais ou espontâneas. Legais são as sanções
fatos sociais apresentam diferentes graus prescritas pela sociedade, sob a forma de
de consolidação, que se referem à leis, nas quais se identificam a infração e a
incorporação das maneiras de agir que vão penalidade subseqüente. Espontâneas são
construindo as maneiras de ser. as que decorrem de uma conduta não
O fato social caracteriza-se por se impor ao adaptada à estrutura do grupo ou da
indivíduo, independentemente de sua sociedade a qual o indivíduo pertence.
vontade ou adesão consciente; e distingue- A educação desempenha uma importante
se das formas individuais que toma, ao se tarefa nessa conformação dos indivíduos à
difundir. Assim, podemos dizer que coerção, sociedade em que vivem, a ponto de, após
generalidade e exterioridade são as três algum tempo, as regras estarem internaliza-
características fundamentais do fato social. das e transformadas em hábitos. Na sua
Já coerção social, conforme o autor, é a obra, (que podemos considerar clássica) As
força que os fatos exercem sobre os regras do método sociológico (2005),
indivíduos, levando-os a conformarem-se às Durkheim define fato social e esquematiza
regras da sociedade em que vivem, a trama metodológica com a qual estudou
independentemente de suas vontades e os fenômenos sociais.
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UNIDADE A
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B
UNIDADE
INTERFACES ENTRE OS
SABERES SOCIOLÓGICOS,
FILOSÓFICOS E HISTÓRICOS
DA EDUCAÇÃO NO ESPAÇO
DA ESCOLA E DA FORMAÇÃO
INICIAL DE PROFESSORES
Objetivo da Unidade
Verificar a inserção dos saberes históricos, filosóficos
e sociológicos da educação na formação de
professores e no espaço escolar.
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CURSO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL | UFSM
Introdução
André Schmitt da Silva Mello
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filosófica possibilitam que o professor pense a entender que esta prática é múltipla, ou seja,
sua ação - defina seus objetivos, organize seu como diz Sacristán (1995), há:
plano, trace suas estratégias e, mais, saiba dar 1- Práticas institucionais = relacionadas com
as razões destas escolhas. As teorias auxiliam a o funcionamento do sistema escolar e
compreensão das situações para uma ação configuradas pela sua carreira
competente. O professor, como o médico e o 2- Práticas organizativas= relacionadas com
engenheiro, dizia Anísio Teixeira, tem que agir o funcionamento da escola e configuradas pela
em situações particulares, retomando de forma sua organização: a forma de trabalho conjunto
própria os conhecimentos acumulados ao longo dos professores, a divisão do tempo e do espaço
de sua formação. Ele deve conseguir mobilizar escolar, a articulação dos saberes e das discipli-
os conhecimentos adquiridos, deve ser capaz nas, os critérios de organização das turmas.
de acioná-los para resolver e decidir aquilo que 3- Práticas didáticas= trata-se da acepção
a prática está a solicitar. mais imediata da prática, a qual, no entanto,
Quanto à Filosofia, sua potencialidade para não pode apreender-se sem uma referência às
a formação do professor dá-se na leitura crítica outras práticas, que lhe servem de
e analítica do discurso educacional e das enquadramento e de suporte. O conceito mais
próprias teorias educacionais, mas também na imediato de prática remete-nos para as
abertura para a crítica, para a dúvida, para a atividades docentes realizadas num contexto de
negação do estabelecido, do legitimado no comunicação interpessoal; este conteúdo da
campo educacional, na escola, na sociedade. prática tem sido veiculado pela investigação
Pela leitura dos clássicos filósofos, abre-se a educacional dominante e traduz uma redução
possibilidade de compreender de forma crítica dos professores ao papel de técnicos que
a realidade, o que certamente constitui uma desenvolvem um currículo preparado noutros
condição fundamental do ser professor. A espaços.
superação do senso comum, da opinião, da Para compreendermos como se estabelece
experiência cega representa a contribuição para a relação entre aqueles conhecimentos que
uma prática reflexiva e competente que pode apreendemos durante a formação inicial e ação
ser dada pela filosofia da educação. profissional, a denominada prática, é necessário
A formação inicial constitui-se em uma termos uma visão mais complexa dessa prática
formação sistemática e profissional, que habilita como já sugerido. Tomando como referência a
o futuro professor a exercer sua ação prática didática, a docência, precisamos definir
profissional, ou exercer práticas escolares. O o que entendemos por ensino, o que configura
espaço da escola é regido por normas coletivas o ato de ensinar. Vamos utilizar a partir de Tom
e regulações institucionais. Não podemos, (apud SACRISTÁN, 1995) quatro definições de
portanto, pensar em um professor autônomo ensino.
diante da complexidade política, cultural, 1- Ensino como ofício composto de saberes
institucional que é a escola. Quando falamos práticos adquiridos pela experiência (para
em prática docente, não podemos deixar de ensinar basta a experiência).
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2- Ensino como uma derivação do conheci- vidade individual de quem o realiza (concepção
mento, isto é, como a aplicação de uma ciência não cientificista radical, professor como artista).
(concepção cientificista, início do século, mas 4- Ensino como um empenhamento moral,
ainda hoje é muito presente). sublinhando a dimensão ética da atividade
3- Ensino como uma arte que exprime criati- docente.
Paulo César Cipolatt de Oliveira
Para Anísio Teixeira, [...]como a medicina, a menos complexas"( BRANDÃO, 1997,p. 77).
educação (docência) é uma arte. E arte é algo A docência exige o conhecimento das
muito mais complexo e muito mais completo ciências da educação, mas em nenhum
que uma ciência [...]. Trata-se de levar a momento Anísio entendia que esta importância
educação para o campo das grandes artes já se dava pelo fornecimento de regras ao
científicas - como a engenharia e a medicina - professor em ação (concepção cientificista,
e de dar aos seus métodos, processos e aplicacionista). Conhecer os resultados das
materiais a segurança inteligente, a eficácia ciências da educação tinha o sentido de
controlada e a capacidade de progresso já possibilitar ao professor "rever e reconstruir
asseguradas às suas predecessoras relativamente com mais inteligência e com maior segurança,
28
UNIDADE B
as atuais regras de arte, criar, se possível, professor deve tomar decisões, resolver
outras..." (TEIXEIRA, 1977, p. 130). Da mesma problemas, organizar a classe, enfim, defronta-
forma que o médico, o professor desenvolveria se com situações antes não pensadas, e das
uma arte clínica, capaz de se apoiar nas ciências quais não pode fugir. Precisa agir na urgência
e nas condições específicas de atuação, ser que o momento impõe. Nesse sentido, o
capaz de recriar os subsídios oferecidos pelas professor mobiliza diferentes saberes
ciências. A arte-clínica seria uma retradução provenientes de sua formação e de sua prática,
permanente dos conhecimentos científicos às realiza uma alquimia complexa a partir de seu
situações práticas particulares. reservatório de saberes e conhecimentos, mas
Anísio Teixeira, juntamente com Fernando também de seus valores, de suas intenções,
de Azevedo, foi um dos grandes responsáveis de suas finalidades. Por isso, diz Gauthier, o
pela introdução das ciências da educação, como professor pode ser considerado um agente
disciplinas, nos cursos normais e nos primeiros prudente, do sentido aristotélico de phronesis
cursos de formação de professores dentro das - prudência, sabedoria prática. Exercer a
universidades brasileiras na década de trinta do sabedoria prática é agir conforme valores,
século 20. finalidades que são éticas, pois, para Aristóteles,
Seguindo também posição contrária à a sabedoria prática é sempre conforme a razão.
concepção aplicacionista da relação teoria- A prudência dirige a ação, a ação de ensinar.
prática, Clermont Gauthier (1988, p. 32) afirma: Essas idéias têm o sentido de potencializar
"Nenhuma conclusão das pesquisas científicas uma compreensão daquilo que no discurso
pode ser convertida em regra imediata da arte acadêmico é muito freqüente:
de educar; a contribuição da ciência para a - Somente no estágio é que nos deparamos
educação pode ser apenas indireta". Os com os problemas da prática e aí não
conhecimentos das ciências da educação conseguimos aplicar o que aprendemos. O que
contribuem com instrumentos intelectuais, fazemos com a teoria aprendida? Parece que
conceitos, para que o professor direcione suas ela não se vincula à ação profissional.
observações, afine sua percepção, modifique - Um curso de formação de professores não
suas concepções e guie suas interpretações. Os vai dar conta de prever todos os dilemas e
dados fornecidos pelas ciências da educação problemas que o futuro professor irá encontrar.
têm um valor argumentativo e não absoluto. E aqui volta a idéia da sala de aula como um
Fazem parte dos "vetores mentais" do professor espaço complexo de interações e reações, o
e servem para modificar seus argumentos espaço da alteridade. É o professor que terá
práticos. Desta forma, podemos inferir que o que decidir, observar, interpretar e agir segundo
professor é um "ator racional", que exerce sua seus valores, seus objetivos, seus conhecimentos
ação em uma sala de aula que não pode ser armazenados no seu reservatório. Nesse
considerado um ambiente simples, mas momento, ele lança mão de conhecimentos
complexo. É o espaço da diversidade de etnias, que lhe ajudam a compreender e a agir. É o
de gênero, de classes, cultura, etc, onde o processo de retradução - arte clínica.
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C
UNIDADE
ESCOLA
CONTEMPORÂNEA E
NOVOS MODELOS
DE FORMAÇÃO:
POSSIBILIDADES E
DESAFIOS
Objetivo da Unidade
Verificar como os processos de mudanças sociais,
políticas e econômicas interferem na educação
escolar; qual a teoria educacional que temos como
solo e por que a temos.
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CURSO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL | UFSM
Introdução
Podemos dizer que, a partir dos anos 80, a capitalismo) da natureza como uma "presa" a
educação (e a pedagogia) é "atravessada por ser dominada e explorada. A ecologia acabou
um feixe de novas emergências, novas deixando traços marcantes na reflexão
exigências e novas fórmulas educativas, novos pedagógica, colocando em destaque novos
sujeitos dos processos formativos/educativos e modelos antropológicos e culturais; mesmo que
novas orientações político-culturais" (Cambi, talvez ainda não com a intensidade desejável.
1999, p. 638). O mesmo autor alinha o A intercultura diz respeito ao crescimento
feminismo, a ecologia e intercultura como os das etnias presentes nos países desenvolvidos
novos "sujeitos" da educação. Vejamos como e aos problemas multiculturais advindos dessa
isso ocorre historicamente. presença. Talvez este ainda não seja um
Os movimentos feministas (não necessaria- problema muito visível em nosso país. O
mente com esse nome) começaram no século mesmo autor, Cambi, associa a intercultura, o
XIX e se destinavam ao resgate social da mulher problema surgido nos últimos anos como
associado a sua afirmação política (o direito ao problema social e pedagógico: aquele da
voto, à instrução, ao trabalho e também a terceira idade. Trata-se aqui (e este também é
questão da maternidade). Com isso, é colocado um problema pedagógico) de se dar um sentido
sob suspeita o modelo tradicional de educação totalmente diferente daquele que a velhice
vinculado apenas ao modelo masculino e tinha até então, agora afirmando-se como uma
machista. De lá para cá, não sem equívocos, idade socialmente ativa.
esse movimento em marcha tem obrigado a Diante disso, é inegável a necessidade de
pedagogia a repensar-se de forma radical, "tanto novos paradigmas na formação do professor. O
no seu aparato teórico quanto na sua tradição saber pedagógico, é provável, nunca esteve
histórica, como também nas suas práxis diante de tão grandes desafios. Por isso ele se
educativas e escolares" (Cambi, 1999, p. 639). reexamina, revendo sua própria identidade, se
O problema ecológico está ligado à reconstruindo, sem perder de vista o seu
crescente e descontrolada industrialização que aspecto mais genuíno: o de paradigma de
se origina na visão moderna (inícios do desenvolvimento humano.
32
UNIDADE C
1 Sociedade contemporânea:
características
Parece ser quase um lugar comum que os particulares somados que estavam represen-
debates sobre educação necessitam ser tados no mercado para a consecução dos
situados no contexto de processos de interesses coletivos. A relação entre a
reestruturação que fazem parte desse mundo quantidade e a qualidade dos bens oferecidos
dito globalizado. Para que entendamos melhor e o desejo e a capacidade de comprá-los,
as características da sociedade contemporânea, determinariam os preços das mercadorias e o
ou as características do conflito social e político valor dos salários. O Estado, nessa concepção,
contemporâneo entre os sujeitos sociais, mesmo sem jamais imiscuir-se nos assuntos do
propomos um rápido "mergulho" histórico- mercado, seria a instituição que garantiria os
sociológico. contratos privados da economia e a liberdade
Vamos voltar a percorrer - mesmo que das relações de troca. Mas, como sabemos, a
pontualmente, alguns aspectos do pensamento história e os críticos da economia e da política
sociológico que nos auxiliarão para que capitalistas (Karl Marx, o mais conhecido deles),
conheçamos o caráter contemporâneo da mostraram que essa imagem não coincidia
sociedade atual (capitalista). necessariamente com a realidade social
Marx e Durkheim viveram no tempo que consolidada sob a égide do capital e nem
podemos chamar de começo da idade adulta tampouco com o próprio funcionamento da
do capitalismo. Era o tempo do livre mercado, economia capitalista.
do liberalismo econômico, do chamado laissez- O capitalismo sofre uma série de crises que
faire. A Revolução Industrial tanto quanto a culminam com a conhecida quebra da Bolsa
reorientação teórica que aconteceu através do de Valores de Nova Iorque, em 1929. Na realida-
desenvolvimento da política econômica de, ficou demonstrado na prática que o mercado
burguesa (com Adam Smith e David Ricardo), não se auto-ajustava, equilibrando oferta e
não apenas moldaram um novo mundo, como procura, sem contar aquilo que os cartéis já
uma nova visão de mundo para nós ocidentais haviam feito de estragos no "livre mercado".
de forma particular. As características da nova fase do capitalismo
O mercado (espaço de compra e venda de daí oriunda, serão descritas nas obras socioló-
mercadorias e trabalho) passou a ser concebido gicas e econômicas de Weber. O pretenso
como uma espécie de caldeirão impessoal, equilíbrio entre Estado, empresa capitalista e
onde cada um contribuía com sua parte e, mercado foi rompido pela hipertrofia de
posteriormente, ficava com a parte da riqueza algumas empresas, as quais acabaram impondo
social que lhe caberia. Essa "mão invisível", na seus interesses ao mercado, com, muitas vezes,
concepção de Smith, guiaria os interesses o olhar complacente do Estado.
33
CURSO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL | UFSM
Mesmo com a apregoada "morte das entre aqueles que se vinculam ao Estado de
ideologias" (e até das utopias), aqueles atores bem-estar social, pretendendo preservar suas
sociais que, organizadamente, lutaram pelo características básicas e aqueles que apostam
Estado de bem-estar não desapareceram de na liberdade de mercado, pretendendo aliviar
uma hora para outra e, portanto, não aceitaram o peso do Estado com a desregulamentação da
de forma passiva o "desmonte" do Estado. economia, uma de suas principais
Parece que a sociedade atual tem, no conflito características.
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CURSO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL | UFSM
2 Escola-conhecimento-docência
Já nos referimos anteriormente sobre nosso erudita versus cultura popular e outras tantas.
entendimento de que a escola não é tão Como fica, então, a atuação docente? Quais
somente transmissora do saber acumulado em são os saberes profissionais (competências,
uma determinada sociedade como também, e habilidades, conhecimentos, etc.) que as/os
principalmente deveria ser, local de professoras/professores utilizam efetivamente
reconstrução/desconstrução desse saber. em seu trabalho diário? O que é mesmo
Diante disso, a escola não poderia estar à parte conhecimento no contexto atual? (tentamos
do mundo da produção. Ela deveria se constituir discutir alguns pontos deste problema no nosso
no momento em que essa produção fosse artigo em anexo sobre a questão do
colocada em questão. Como local de fácil conhecimento).
acesso a todos que a desejassem, a escola seria Quando falamos em docência e conheci-
uma avalista do exercício democrático. mento, não podemos deixar de lembrar da
Entretanto, basta estudarmos minimamente própria formação cultural brasileira. Ao olharmos
a História da Educação para que constatemos nossos momentos históricos decisivos, observa-
uma história de exclusão, de não acesso da mos que - via de regra - eles ocorreram sem a
maioria, ao saber. Mesmo com o jogo ideológico participação popular. Quase invariavelmente
da camuflagem, não podemos perder de vista partiram de decisões unilaterais de governos
que a escola ainda é dualista como já nos autoritários e/ou de classes dominantes. Hoje,
referimos anteriormente. Sem a escola unitária esse quadro parece agravar-se, como nos
- em que todos são preparados para o trabalho, recorda Paviani:
sem significar com isso formar mão de obra
Hoje juntamente com o espírito paternalista,
para o mercado - não há como superar os
convivemos com a dependência econômica,
impasses da escola segregadora. com a grande concentração de renda
atrelada ao capital estrangeiro, com uma
Cabe à escola dar um saber para o trabalho estrutura que marginaliza e expulsa o homem
e também um saber sobre o trabalho. Saber do próprio meio. A população politicamente
desinformada enfrenta dificuldades no
sobre o trabalho significa discutir os
fundamentos do trabalho, explicitar as formas processo de identificação cultural, processo
pelas quais o homem, neste momento este que deve ser instaurado pela educação
(PAVIANI, 1990, p. 26).
concreto, transforma o mundo em que vive
[...] (ARANHA, 2002, p.224).
inúteis se não levarem em conta que, pensar compartilham dentro de uma determinada
uma teoria educacional implica, ao mesmo sociedade (portanto, dentro de uma
tempo, pensarmos um determinado projeto de determinada cultura e de um determinado
sociedade e uma determinada concepção de tempo histórico). Nesse sentido, não há técnica
homem. Sem essas condições, qualquer que pedagógica neutra pois ela é construída e
seja a teoria, de pouco servirá como guia para utilizada a partir de valores e normas.
uma reflexão crítica de nossa docência . Quanto às "técnicas" aplicadas à educação,
O sociólogo brasileiro Florestan Fernandes Florestan (1985) não as entendia simplesmente
(1985) via a educação como um elemento da como recursos formais utilizados na transmissão
vida social responsável pela organização da de conteúdos, mas sim a própria pedagogia,
experiência dos indivíduos na vida cotidiana, compreendida em suas dimensões filosófica e
pelo desenvolvimento de sua personalidade e sociológica. Dessa maneira, a pedagogia pode
também pela garantia de sobrevivência das ser vista como teoria crítica da educação, isto
coletividades humanas. é, da ação do homem ao transmitir ou modificar
Para ele, as chamadas práticas educacionais, a herança cultural. Com isso, insere-se como
ou seja, as ações que empreendemos com a imprescindível à nossa práxis (entendida como
finalidade de educar, estão diretamente união dialética entre teoria e prática) pedagógica
vinculadas às técnicas aplicadas, com as normas tanto o conhecimento básico filosófico quanto
vigentes e com os valores que os indivíduos o sociológico.
Bruno da Veiga Thurner
sob o ponto de vista físico da teoria da pelo meio", traduzido pelo gaúcho Juremir
informação. Basta pensarmos as tecnologias Machado da Silva: "Qual é o conhecimento que
digitais (DVD, televisão digital, etc.), que são perdemos na informação? Qual é a sabedoria
aplicações da teoria da informação. Todavia a que perdemos no conhecimento?" Aqui,
informação, mesmo no sentido jornalístico da sabedoria entendida como a capacidade de
palavra, não é conhecimento, pois este resulta incorporarmos e integrarmos conhecimentos à
da organização da informação. Ora, na vida cotidiana. A escola ou, se me permitem,
atualidade, ao mesmo tempo em que temos nossas práticas pedagógicas, podem ser lugares
excesso de informação, possuímos carência de ainda privilegiados na discussão e compreensão
organização, logo, insuficiência de conhecimen- desse problema.
to. Parece mesmo que quanto mais desenvolvi-
dos são os meios de comunicação menor é o
grau de compreensão entre as pessoas. A
compreensão, vale ressaltar, não está ligada à Elabore uma síntese da unidade (máximo
materialidade da comunicação, mas ao social, três laudas) a qual deverá ser enviada via
ao político, ao existencial. ambiente virtual conforme orientações do
Nesse sentido, acreditamos que seja seu professor.
importante recuperar as perguntas feitas por
Edgar Morim, no seu artigo "A comunicação
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CURSO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL | UFSM
Textos Complementares da
disciplina de Fundamentos
Históricos, Filosóficos e
Sociológicos da Educação II
unidades da disciplina, uma vez que tratam de questões as Figura C.2: Jean-Paul Sartre
quais não podemos perder de vista e que exigem o nosso
permanente cuidado. No primeiro deles, "Sou condenado a Segundo Jean-Paul Sartre, o líder dos
ser livre" são destacadas algumas idéias do pensador filósofos existencialistas contemporâneos, a
existencialista contemporâneo Sartre. No segundo, resposta é sim. Isso é bom, mas só em parte.
transcrevemos a conclusão que Durkeheim faz na sua clássica Sartre diz que ser humano é ser completamente
obra As regras do método sociológico em sua defesa da livre, para sempre ter o poder da escolha. Mas
especificidade da sociologia como ciência. Espero que suas a única coisa que não podemos escolher é
leituras contribuam para instigá-los a novas buscas. renunciar à escolha, ou citando o paradoxo de
Sartre: "Estou condenado a ser livre". Escolher
Estou condenado a ser livre não agir é ainda uma escolha. Esse é o dilema
Quando alguém lhe relembra que "esse é um existencial.
país livre", você sabe o que isso significa. Você A filosofia de Sartre sobre a liberdade deriva
é geralmente livre para fazer o que quiser (isso de seus estudos sobre fenomenologia, a filosofia
é chamado de liberdade "positiva"), e está da consciência pura. A seu ver, o que distingue
geralmente livre de ser perseguido por suas a consciência é que ela tanto pertence ao
idéias (liberdade "negativa"). Tal verdade mundo como não pertence ao mundo. Quando
positiva envolve escolhas; liberdade negativa, refletimos sobre como pensamos, quando nos
conseqüências. tornamos autoconscientes, tratamos nosso
Essas duas liberdades gêmeas são realmente pensamento como se ele fosse um objeto no
maravilhosas e temos sorte de tê-las. Mas a mundo. Dizer "eu fiquei confuso com esta
palavra importante aqui é sorte. Se amanhã, explicação" é transcender nosso próprio
numa eventualidade improvável, um ditador pensamento e refletir sobre ele. Mas o mundo,
viesse a tomar o poder, nossas preciosas da forma como o conhecemos, é apenas uma
liberdades poderiam ser abolidas em um reunião de todos os tais objetos
segundo. Que restaria? Existe algum tipo "transcendentes": coisas que percebemos e
essencial de liberdade que jamais possa ser sobre as quais pensamos.
tirada de nós? Ao mesmo tempo, a consciência não é do
mundo. Quando sonhamos, somos desligados
de qualquer sentido externo. Quando
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UNIDADE C
na base das doutrinas de Comte e de Spencer. possível, situando no meio social interno o motor
[...] Porém ao considerarmos os fatos sociais da evolução coletiva. A sociologia não é,
como coisas, consideramo-los como coisas portanto, o anexo de qualquer outra ciência; é
sociais. ela própria uma ciência distinta e autônoma, e
A terceira característica do nosso método é a noção da especificidade da realidade social é
ser exclusivamente sociológico. [...] Mostramos de tal modo necessária ao sociólogo que só
que um fato social só pode ser explicado por uma cultura especialmente sociológica pode
outro fato social e, simultaneamente, prepará-lo para a compreensão dos fatos
mostramos como esse tipo de explicação é sociais[...].
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REFERÊNCIAS
Referências
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divulgação, ensino e investigação filosófica. A
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consciência filosófica.10a ed. São Paulo : Autores artigos de filosofia úteis para estudantes, professores
Associados, 1991. e investigadores, assim como críticas a livros de
filosofia.
viver juntos? Lisboa: Instituto Piaget, 1998. home page importantes obras de autores nacionais e
estrangeiros. Cadastrando-se no site você receberá, via
VIEIRA PINTO, Álvaro. Ciência e Existência. e-mail, informativos com os lançamentos de livros nas
http://www.scielo.br/scielo.php/script_sci_home/
Sugestões para lng_pt/nrm_iso
pesquisa na Internet Esta é a home page do site SciELO Brasil.
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O Portal Brasileiro da Filosofia é a continuação de podem ser gerais e introdutórios, podem ser para
trabalhos desenvolvidos pelo grupo que originou o pessoas com formação em filosofia ou para leigos. Os
Centro de Estudos em Filosofia Americana (CEFA). cursos são compostos por turmas, segundo o pedido
novas coleções na área. Site Filosofia e idéias Interfilosofia. Este site visa
divulgar com leveza e seriedade idéias e pensamentos
http://www.inep.gov.br filosóficos que fizeram e fazem a diferença na cultura
http://bve.cibec.inep.gov.br/default.asp principal
A Biblioteca Virtual de Educação (BVE), desenvolvida A Wikipédia é uma enciclopédia livre e gratuita, feita
pelo Inep, é uma ferramenta de pesquisa de sítios por pessoas como você em quase 80 idiomas. Esta é
http://bnd.bn.pt/
http://www.cefa.org.br/ http://www.mundodosfilosofos.com.br/
O CEFA é uma instituição brasileira de pesquisa e http://www.filosofia.pro.br/
http://www.filosofia.pro.br/pedagogia.htm
http://www.filosofia.pro.br/professor.htm
http://www.geocities.com/Athens/4539/socrates/
a_caverna.htm
http://www.geocities.com/Athens/4539/
humanismo.htm
Observação final
Os sites sugeridos poderão ser consultados sempre
que necessário, a critério de cada aluna(o).
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REFERÊNCIAS
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