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INSTITUTO SUPERIOR DE TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES

Departamento de Tecnologia da Informação e Telecomunicação

Eletrónica Analógica

Trabalho laboratorial 2 (Relatorio)

Discentes:

José Dabata
Gomes Massinguil
Miguel Oriel
Yuran Enoque

Turma: LEE22

Docente: Maposse

Maputo, junho de 2022

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1. Introdução

O amplificador emissor comum ou amplificador de baixas frequências é um transístor básico


de junção bipolar de três estágios e é usado como uma voltagem amplificadora. A entrada
deste amplificador é obtida do terminal de base, a saída é coletada do terminal coletor e o
emissor terminal é comum para ambos os terminais.

Com o presente trabalho laboratorial, o grupo visa desenvolver, aplicar e apresentar os


conhecimentos obtidos no estudo dos amplificadores de baixas frequências em corrente
alternada (CA), estudando como eles comportam-se quando introduzidos os aparelhos de
medição (voltímetro e osciloscópio), avaliando a excursão do sinal na entrada e saída.

1.1.Objetivos

• Determinar os capacitares de acoplamento C1 e C2;


• Determinar Capacitor de descolamento C3;
• Determinar o ganho de tensão (Av);
• Ilustrar o comportamento do sinal na entrada e na saída do amplificador;
• Medir os valores da tensão na entrada e na saída do amplificador;
• Avaliar o ganho do circuito com o capacitor C3 removido.

2. Amplificador emissor comum (Resumo teórico)

O amplificador emissor comum recebe este nome porque todas as tensões aplicadas são
estritas em relação ao emissor. Assim, o emissor torna-se a referência na amplificação (CA).
Outra forma de se verificar o tipo de configuração é analisando onde é obtido o sinal de saída.
Se o sinal de saída for tomado no coletor do transistor, então o circuito é um emissor comum.

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2.1.Polarização e reta da carga

A partir do circuito abaixo pode-se determinar um ponto Q em função de VCC, R1, R2, RC e
Re. Este ponto, geralmente, está localizado o mais centralizado possível na reta de carga para
que haja o melhor aproveitamento do circuito amplificador. Abaixo temos a localização do
ponto quiescente sobre a reta de carga.

FIGURA 1: circuito de polarização com divisor de tensão

FIGURA 2: reta da carga cc

2.2.Sinal CA

Pode-se acoplar à base do circuito da Figura 1, um pequeno sinal CA que produzirá


flutuações na corrente de coletor de mesma forma e frequência (linearidade). A linearidade na

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reta de carga CC é limitada por IC (SAT) e VCE (CORTE). Para acoplar-se o sinal CA e a carga,
utilizam-se capacitores de acoplamento e desacoplamento

2.2.1. Capacitores de acoplamento e desacoplamento

Os capacitores de acoplamento são utilizados para acoplar o sinal CA e a carga a um estágio


amplificador a transístor, sem alterar a polarização CC. Portanto, os capacitores de
acoplamento transportam o sinal CA de um ponto ao outro. Os capacitores de
desacoplamento são conectados um ponto não aterrado a um ponto aterrado, ou seja, faz a
passagem de um sinal CA para a terra.

FIGURA 3: Amplificador emissor comum completo (polarização + sinal CA).

A figura 3 amostra um amplificador emissor comum. Como emissor é derivado para o terra,
este amplificador as vezes é chamado amplificador com emissor aterrado. Isto significa que o
emissor está ligado ao terra CA e não ao terra CC. É colocada uma pequena onda senoidal à
base. Isto produz variações na corrente de base (ib). Por causa de β a corrente de coletor é
uma onda senoidal amplificada de mesma frequência (Ic = β⋅Ib). Esta corrente senoidal de
coletor flui através da resistência de coletor e produz uma tensão de saída amplificada.

2.2.1.1.Capacitores de acoplamento

são aqueles que “deixam passar” o sinal alternado (componente AC do sinal) e bloqueiam o
sinal, a tensão continua (componente DC do sinal). Os capacitores de acoplamento são

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formados por dois condutores (armaduras) separados por um material isolante, denominado
dielétrico. Um capacitor de acoplamento, bloqueia o fluxo de corrente contínua (CC),
deixando a corrente alternada (AC) passar. A finalidade fundamental para a utilização de um
capacitor de acoplamento é bloquear a interferência, certificando-se que o sinal é
transportado para a fase seguinte e que os dois sinais de ligação são compatíveis.

A interferência que ocorre, por consequência, é reduzida, o que ajuda a equilibrar o que é
conhecido como polarização CC. Esta polarização CC é um sinal usado para equilibrar a
polaridade do sinal global do circuito, e mesmo que ele seja bloqueado por meio do capacitor,
é ainda necessário para o sinal ser movido através do circuito. O capacitor de acoplamento
mantém os sinais derivados dos dois circuitos separados de modo que os sinais não estejam
fora de definição de conflito ou de outra forma com o outro.

FIGURA 4: Acoplamento C1 e C2 Onde: C1- Acoplamento para o sinal de entrada; e C2- Acoplamento para o sinal de saída.

Reactância capacitiva

Equação 1: 𝑋𝐶 = 1/2 𝜋𝑓𝐶

Desta equação1, podemos calcular a capacitância a partir de:

Equação 2: 𝐶 = 1/ (2𝜋𝑓𝑋𝐶)

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2.2.1.2.Capacitores de Desacoplamento

São aqueles que “deixam passar” o sinal continuo (componente DC do sinal) e bloqueiam a
componente alternada do sinal.

Um capacitor de desacoplamento atua como um reservatório local de energia elétrica.


Capacitores, como baterias, precisam de tempo para carregar e descarregar. Quando usados
como capacitores de desacoplamento, eles se opõem a mudanças rápidas de tensão. Se a
tensão de entrada cair repentinamente, o capacitor fornecerá energia para manter a tensão
estável. Da mesma forma, se houver um pico de tensão, o capacitor absorve o excesso de
energia.

Os capacitores de desacoplamento são usados para filtrar os picos de tensão e passar apenas
pelo componente CC do sinal. A idéia é usar um capacitor de forma que ele desvie ou
absorva o ruído, tornando o sinal DC o mais suave possível. Por esse motivo, os capacitores
de desacoplamento também são chamados de capacitores de derivação, uma vez que ignoram
a fonte de energia quando necessário. Eles podem ser considerados como pequenas fontes de
alimentação ininterruptas dedicadas a uma única placa de circuito ou mesmo um único
componente em uma placa. Não é incomum ter um único capacitor para cada circuito
integrado usado. De fato, em sistemas digitais, quase todos os capacitores na placa podem ser
usados para desacoplar.

FIGURA 5: desacoplamento

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2.3.Analise de um amplificador

Num amplificador a transístor a fonte CC estabelece correntes e tensões quiescentes. A fonte


CA produz, então, as flutuações nessas correntes e tensões. A maneira mais simples de
analisar-se o circuito é dividindo-se a análise em duas partes: CC e CA. Em outras palavras,
pode-se usar o teorema da superposição quando se analisa amplificadores a transístor.

Notação:

Para manter o CC diferente do CA é comum empregar-se índices e letras maiúsculas para as


quantidades CC. Por exemplo:

❖ IE, IC, IB para as correntes CC;


❖ VE, VC, VB para as tensões CC em relação ao terra;
❖ VBE, VCE, VCB

para as tensões CC entre os terminais do transístor. Da mesma forma, utiliza-se índices e


letras minúsculas para as tensões e correntes CA:

❖ Ie, Ic, Ib para as correntes CA;


❖ Ve, Vc , Vb para as tensões CA em relação ao terra;
❖ Vbe, Vce, Vcb para as tensões CA entre os terminais do transístor.

2.3.1. Análise CC

Para fazer a análise CC de um amplificador é necessário:

1) colocar a fonte CA a zero: fonte de tensão → torna-se um curto-circuito; fonte de


corrente → torna-se um circuito aberto;
2) substituir os capacitores de acoplamento e derivação por circuitos abertos;
3) determinar o ponto de operação (Q).

Assim, o circuito equivalente para a análise CC do amplificador emissor esta ilustrado na


figura 6.

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FIGURA 6: Circuito para a análise CC do amplificador emissor comum.

2.3.2. Análise CA

Para fazer a análise CA de um amplificador é necessário:

1) colocar a fonte CC a zero: fonte de tensão → torna-se um curto-circuito; fonte de


corrente → torna-se um circuito aberto;
2) substituir os capacitores de acoplamento e derivação por curto-circuitos.

Logo, o circuito equivalente para a análise CA do amplificador emissor comum

torna-se:

FIGURA 7: Circuito para a análise CA do amplificador emissor comum.

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2.4.Parâmetros de um amplificador emissor comum

2.4.1. Ganho de tensão


O ganho de tensão de um amplificador é a razão da tensão CA de saída pela tensão CA de
entrada. Portanto:

𝑣𝑜
𝐴𝑣 =
𝑣𝑖

Para a determinação do ganho de tensão do amplificador emissor comum, utiliza se o


circuito equivalente CA mostrado na Figura

FIGURA 8: (a) Amplificador emissor comum sem carga. (b) Circuito equivalente CA.

𝑣𝑖 = 𝑟 ′ 𝑒 (𝛽 + 1)𝑖𝑏

𝑣𝑜 = −𝑅𝑐. 𝛽. 𝑖𝑏

2.4.2. Impedância de Entrada

A fonte CA que aciona um amplificador, tem que fornecer a corrente alternada ao


amplificador. Geralmente, quanto menos corrente o amplificador consome da fonte, melhor.
A impedância de entrada de um amplificador determina a quantidade de corrente que o
amplificador retira da fonte CA. Na faixa de frequência normal de um amplificador, onde os
capacitores de acoplamento e derivação comportam-se como curtos em CA e todas as outras
reatâncias podem ser desprezados, a impedância CA de entrada é definida assim:

𝑣𝑖
𝑍𝑖 =
𝑖𝑖

onde Vi e Ii são valores de pico, de pico a pico ou eficazes (rms).

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FIGURA 9: Impedâncias de entrada e de saída.

2.4.3. Impedância de Saída

A impedância de saída de um amplificador é a impedância vista pela carga, um auto-falante


por exemplo, que este amplificador alimenta.

𝑣𝑜
𝑍𝑜 =
𝑖𝑜

Onde: 𝑖𝑜 = −𝛽. 𝑖𝑏 e 𝑣𝑜 = −𝑅𝑐𝛽. 𝑖𝑏


−𝑅𝑐𝛽.𝑖𝑏
Assim a impedância de saída será: 𝑍𝑜 = Zo=Rc
−𝛽.𝑖𝑏

3. Cálculos dos capacitares

3.1. Capacitância C1

𝑅𝐵1 × 𝑅𝐵2 5000 × 3300


𝑋𝐶1 ≤ 0.1𝑅 𝑅= = = 1988𝑜ℎ𝑚𝑠
𝑅𝐵1 + 𝑅𝐵2 5000 + 3300
𝑋𝐶1 ≤ 0.1 × 1988 𝑋𝐶 ≤ 198.8𝑜ℎ𝑚𝑠
1 1
𝐶1 = = = 8.01𝑢𝑓
𝑋𝐶 × 𝜔 198.8 × (2 × 3.15 × 100)

3.2. Capacitância C2

𝑋𝐶2 ≤ 0.1𝑅 𝑅 = 𝑅𝐿 = 100𝑘 𝑜ℎ𝑚𝑠

10
𝑋𝐶2 ≤ 10𝐾 𝑜ℎ𝑚𝑠
1 1
𝐶2 = = = 0.16𝑢𝑓
𝑋𝐶 × 𝜔 10000 × (2 × 3.15 × 100)

3.3.Capacitância C3

𝑅𝐵1 × 𝑅𝐵2
𝑅𝐸 × (𝑟𝑒 + 𝑅𝐵1 + 𝑅𝐵2)
𝑋𝐶 ≤ 0.1𝑅 𝑅=
𝑅𝐵1 × 𝑅𝐵2
𝑅𝐸 + (𝑟𝑒 + 𝑅𝐵1 + 𝑅𝐵2)

𝐼𝐸
𝑉𝑡ℎ − (𝐼𝐵 × 𝑅𝑡ℎ) − 𝑉𝐵𝐸 − (𝐼𝐸 × 𝑅𝐸) 𝑉𝑡ℎ − × 𝑅𝑡ℎ − 𝑉𝐵𝐸 − (𝐼𝐸 × 𝑅𝐸)
𝛽+1

26𝑚𝑉
𝐼𝐸 = 3.24𝑚𝐴 𝑟𝑒 = = 8.02𝑜ℎ𝑚𝑠
3.24𝑚𝐴
1000 × 1996.02
𝑅= = 666.2 𝑋𝐶 ≤ 0.1 × 666.2 𝑋𝐶 ≤ 66.6
1000 + 1998.02

1 1
𝐶3 = = = 23.9𝑢𝑓 ≅ 24𝑢𝑓
𝑋𝐶 × 𝜔 66.6 × (2 × 3.15 × 100)

𝑟𝑐 𝑅𝐶 × 𝑅𝐿 1500 × 100000
𝐴𝑣 = 𝑟𝑐 = = = 1477.8𝑜ℎ𝑚𝑠
𝑟𝑒 𝑅𝐶 + 𝑅𝐿 1500 + 100000

1477.3
𝐴𝑣 = = 184.26
8.02

4. Material do experimento

Para o procedimento experimental, os materiais usados foram:

❖ Uma fonte de corrente alternada;


❖ 5 resistores, cada um com seu valor predefinido;
❖ 2 capacitores de acoplamento;
❖ 1 capacitor de desacoplamento;

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❖ Um transistor 2N2222;
❖ Uma carga RL;
❖ Uma fonte de corrente continua;
❖ 2 voltimetros;
❖ 2 osciloscopios;
❖ 1 osciloscopio agilent.

5. Procedimentos experimental

Para montar o nosso circuito do amplificador emissor comum, primeiro montamos a fonte
AC (VS), com um resistor Rs de 0kohms e em seguida ligamos o capacitor C1 que também
foi ligados a duas resistências conectadas paralelamente (RB1//RB2), esta foram conectadas a
base do transístor e no transístor conectamos uma resistência no coletor e uma no emissor
(RC E RE). na RC conectamos o capacitor C2 e a ele conectamos a carga RL. Na RE
conectamos o capacitor C3. Por fim conectamos a fonte DC (VCC).

Cada componente com o seu devido valor.

FIGURA 10:circuito do amplificador montado.

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Apos isto, conectamos um voltímetro e um osciloscópio na entrada e medimos a voltagem e
também visualizamos a forma de onda de entrada. Ajustamos a escala do osciloscópio no
canal usado para 2mV.

FIGURA 11: circuito do amplificador com o voltímetro e o osciloscópio na entrada

Depois conectamos o voltímetro e o osciloscópio na saída, e medimos a tensão e o sinal já


amplificados, no osciloscópio foi necessário ajustar a escala novamente para melhor
visualização da forma de onda.

Pudemos observar que o valor da tensão na saída aumentou significativamente em relação a


tensão de entrada, oque indica que houve uma amplificação

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FIGURA 12:circuito do amplificador com voltímetro e osciloscópio na saída (escala 2mV)

FIGURA 13: circuito do amplificador com voltímetro e osciloscópio na saída (escala 50mV)

Para visualizar melhor a diferença entre as formas de onda na entrada e na saída, usamos o
Agilent oscilloscope. A onda com a cor vermelha e a onda na entrada e a onda de dor
castanha e a onda na saída.

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FIGURA 14: circuito do amplificador com o Agilent oscilloscope.

Conforme o último pedido do guião do trabalho, retiramos o capacitor C3 medimos a tensão e


observamos o comportamento do sinal.

Conforme ilustra a figura a seguir, sem o C3 o sinal quase que o sinal não é amplificado, a
tensão só aumentou uma unidade.

FIGURA 15: circuito do amplificador sem C3 com voltímetro e osciloscópio na saída (escala 2mV).

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6. Conclusões

Apos nossas pesquisas e a consequente realização da simulação do amplificador emissor


comum, chegamos as seguintes conclusões. O amplificador emissor comum ou amplificador
de baixas frequências é um transístor básico de junção bipolar de três estágios e é usado como
uma voltagem amplificadora. A entrada deste amplificador é obtida do terminal de base, a
saída é coletada do terminal coletor e o emissor terminal é comum para ambos os terminais.

Na análise AC de um amplificador emissor comum um pequeno sinal CA produzirá


flutuações na corrente de coletor de mesma forma e frequência (linearidade). A linearidade na
reta de carga CC é limitada por IC (SAT) e VCE (CORTE). Para acoplar-se o sinal CA e a carga,
utilizam-se capacitores de acoplamento e desacoplamento. Os capacitores de acoplamento
são utilizados para acoplar o sinal CA e a carga a um estágio amplificador a transístor, sem
alterar a polarização CC. Capacitores de desacoplamento São aqueles que “deixam passar” o
sinal continuo (componente DC do sinal) e bloqueiam a componente alternada do sinal.

Os parâmetros de um amplificador emissor comum são: ganho de tensão, impedância de


entrada e impedância de saída.

O sinal de saída é relativamente superior ao sinal de entrada. sem o C3 o sinal quase que o
sinal não é amplificado, a tensão só aumentou uma unidade.

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7. Bibliografia

ComoZed, 2020. oque um amplificador emissor comum faz. [Online]


Available at: https://comozed.com/o-que-um-amplificador-emissor-comum-faz
[Acedido em 03 junho 2022].

Eletrônica [recurso eletrônico] / Albert Malvino, DavidJ. Bates; tradução: António


Pertence Jr. – 8. ed. – PortoAlegre: AMGH, 2016
Robert Boylestad e Louis Nashelsky, Dispositivos Eletrónicos e Teoria de Circuitos, Editora
LTC, Sexta Edição, 1999.
MALVINO, M. WILSON, J. A, Eletrônica Básica. São Paulo, Schaum, McGraw-Hill, 1984.

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