Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Mudanças Na NR 17 PDF
Mudanças Na NR 17 PDF
N R -1 7
1
2 Mudanças na NR-17
Mudanças na
N R -1 7
Departamento Regional de São Paulo Coordenação editorial
Glauce Perusso Pereira Dias Muniz
Presidente
Josué Christiano Gomes da Silva Direitos autorais
Edilza Alves Leite
Superintendente do SESI-SP Viviane Medeiros de Souza Guedes
Alexandre Ribeiro Meyer Pflug
Edição
Diretoria Corporativa e de Estratégias Educacionais Carolina Mercês
Wilson Risolia Rodrigues
Assistência editorial
Gerência Executiva de Educação Mariane Cristina de Oliveira
Roberto Xavier Augusto Filho
Produção editorial
Gerência Executiva de Cultura Editorando Birô
Débora Viana
Coordenação de produção gráfica
Diretor da Faculdade SESI-SP de Educação Rafael Zemantauskas
Eduardo Augusto Carreiro
Produção gráfica
Gerência de Qualidade de Vida e Mercado Ana Carolina Almeida de Moura
Pedro Luiz Caliari
Imagens
Supervisão de Segurança e Saúde na Indústria Fertnig, Luis Alvarez, gilaxia, krisanapong detraphiphat,
Leila Yoshie Yamamoto janiecbros, Andy Sacks – via Getty Images
Paper Trident, microstock3D, pikselstock, buffaloboy, WindA-
Equipe técnica wake, Sahan Nuhoglu, Neokryuger, 3DBear, 360 Production,
Jefferson Tiago Ferreira Maanas, JeSleiter, megaflop, Siyanight, kang-bthian – via
Lucas Ferreira Manezzi Shutterstock
Tatiana Fernandes Pardo
© SESI-SP Editora, 2022
Gerência da Editora
Raimundo Ernando de Melo Junior
Bibliografia: p. 51-52.
ISBN 978-85-8205-423-9
CDD: 620.8
SESI-SP Editora
Av. Paulista, 1.313, andar intermediário
01311-923 – São Paulo – SP
Tel: 11 3146-7308
editora@sesisenaisp.org.br
www.sesispeditora.com.br
Sumário
1. A NR-17........................................................................................................................................... 9
Introdução....................................................................................................................................... 9
Histórico da NR-17....................................................................................................................... 9
Conceito de ergonomia.............................................................................................................10
Introdução
O Serviço Social da Indústria (SESI) elaborou esta publicação com o intuito de apoiar
empregadores, profissionais de SST e trabalhadores na interpretação da nova NR-17,
para que possam realizar a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológica dos trabalhadores, de modo que seja efetivamente implementada nas
empresas, resultando em redução de acidentes e doenças ocupacionais, benefícios
para a saúde dos trabalhadores e ganhos na produtividade da indústria brasileira.
Histórico da NR-17
A norma regulamentadora foi originalmente editada pela Portaria MTb n. 3.214,
de 8 de junho de 1978, de maneira a regulamentar os artigos 175, 176, 178, 198
e 199 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), conforme redação dada pela Lei
n. 6.514, de 22 de dezembro de 1977, que alterou o Capítulo V (Da Segurança e da
Medicina do Trabalho) do Título II da CLT.
Caracterizada como Norma Geral pela Portaria SIT n. 787, de 28 de novembro
de 2018, a redação da NR-17 estabelece parâmetros para permitir a adaptação das
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores. Desde
a sua publicação, a norma passou por uma ampla revisão, em 1990, e, posterior-
mente, por quatro alterações pontuais. Em 2007, a norma ganhou dois anexos. As-
sim, a Portaria SIT n. 08, de 30 de março, inseriu na norma o Anexo I – Trabalho dos
1. A NR-17 9
Operadores de Checkout, e a Portaria SIT n. 09, publicada na mesma data, inseriu o
Anexo II – Trabalho em Teleatendimento/Telemarketing.
A última alteração ocorreu por meio da Portaria MTP n. 423, de 7 de outubro de
2021, promovendo harmonização da NR-17 e seus anexos com a NR-1 (Disposi-
ções Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais) e com as demais normas já
revisadas e publicadas. Houve a inclusão da Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP)
e a explicitação da Análise Ergonômica do Trabalho (AET) para as situações que
demandam estudos aprofundados, além do tratamento específico para as micro e
pequenas empresas, e estabeleceu novas diretrizes sobre adaptação das condições
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar conforto, segurança,
saúde e desempenho eficiente no trabalho.
Conceito de ergonomia
Existem diversas definições de ergonomia. Todas procuram ressaltar o caráter
interdisciplinar e o objetivo de seu estudo, que é a interação entre o homem e o
trabalho, no sistema homem-máquina e ambiente.
No Brasil, a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO) adota a seguinte definição:
Entende-se por ergonomia o estudo das interações das pessoas com a tecnolo-
gia, a organização e o ambiente, objetivando intervenções e projetos que visem
melhorar, de forma integrada, a segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia
das atividades humanas.
10 Mudanças na NR-17
A ergonomia considera que os fatores e as características que podem interferir
num determinado posto de trabalho são: fatores organizacionais, fatores ambientais
e fatores físicos, de acordo com a Figura 1.
FIGURAFigura 1. Exemplo
1. Exemplo de fatores
de fatores queque interferemnanaatividade
interferem atividade de
de trabalho.
trabalho.
Fatores
organizacionais
Atividade de trabalho
Fatores
Fatores físicos
ambientais
1. A NR-17 11
2
2. Tópicos da estrutura da
NR-17
• 17.1 Objetivo
• 17.2 Campo de aplicação
• 17.3 Avaliação das situações de trabalho
• 17.4 Organização do trabalho
• 17.5 Levantamento, transporte e descarga individual de cargas
• 17.6 Mobiliário dos postos de trabalho
• 17.7 Trabalho com máquinas, equipamentos e ferramentas manuais
• 17.8 Condições de conforto no ambiente de trabalho
• ANEXO I – Trabalho dos operadores de checkout
• ANEXO II – Trabalho em teleatendimento/telemarketing
tambémOo novo
conforto,
textoada
segurança, a saúde
norma possui umeescopo
o desempenho eficiente
um pouco das atividades,
mais amplo com a
do que apenas
prevenção
impacto positivode
naacidentes e doenças
produtividade no trabalho, pois seu maior objetivo é estabelecer
das empresas.
as diretrizes e os requisitos que permitam a adaptação das condições de trabalho às
características
As condições psicofisiológicas
de trabalho dos trabalhadores.
incluem aspectos relacionadosAlém disso, ela visatransporte
ao levantamento, proporcionar
e
também o conforto, a segurança, a saúde e o desempenho eficiente das atividades,
descarga de materiais, ao mobiliário dos postos de trabalho, ao trabalho com máquinas,
com impacto positivo na produtividade das empresas.
equipamentos e ferramentas manuais, às condições de conforto no ambiente de trabalho
As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, trans-
e à própria
porte organização
e descarga do
de trabalho.
materiais, ao mobiliário dos postos de trabalho, ao trabalho
com máquinas, equipamentos e ferramentas manuais, às condições de conforto no
ambiente de trabalho e à própria organização do trabalho.
14 17.2 Mudanças
Item – Campo na NR-17
de aplicação
Item 17.2 – Campo de aplicação
17.2.1 – Esta Norma se aplica a todas as situações de trabalho, relacionadas
às condições previstas no subitem 17.1.1.1, das organizações e dos órgãos pú-
blicos da administração direta e indireta, bem como dos órgãos dos Poderes
Legislativo, Judiciário e Ministério Público que possuam empregados regidos
pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
17.2.2 – Nos termos previstos em lei, aplica-se o disposto nesta NR a outras
relações jurídicas.
16 Mudanças na NR-17
17.3.2 – A organização deve realizar Análise Ergonômica do Trabalho – AET da
situação de trabalho quando:
a) observada a necessidade de uma avaliação mais aprofundada da situação;
b) identificadas inadequações ou insuficiência das ações adotadas;
c) sugerida pelo acompanhamento de saúde dos trabalhadores, nos termos do
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO e da alínea “c”
do subitem 1.5.5.1.1 da NR-1; ou
d) indicada causa relacionada às condições de trabalho na análise de acidentes
e doenças relacionadas ao trabalho, nos termos do Programa de Gerenciamen-
to de Riscos – PGR.
O operador A empresa
Objetivos Ferramentas
Contrato Natureza, desgaste,
regulagens, documentação,
Características pessoais meios de comunicação,
Sexo, idade, características programa de computador...
físicas...
Tarefas Prescritas
Tempo
Tarefas reais Horários, cadências...
Experiência,
formação adquirida Organização do trabalho
Instruções, distribuição das
Estado momentâneo tarefas, critérios de qualidade,
Fadiga, ritmos biológicos, vida tipo de aprendizagem...
fora do trabalho Atividade de
trabalho Ambiente
Espaços, tóxicos, características
físicas...
Saúde, acidentes,
Produção, qualidade...
competências...
18 Mudanças na NR-17
Uma questão que sempre surge é sobre um modelo de AET que contenha as exigências
f) restituição dos resultados, validação e revisão das intervenções efetuadas,
requeridas pela necessária,
quando fiscalização.com
Uma tal modelo não
participação existe
dos pronto para todas as situações. A
trabalhadores.
nova NR-17 estabelece algumas etapas que devem ser seguidas para melhor exposição
dos resultados da análise,
Uma questão comosurge
que sempre veremos a seguir:
é sobre um modelo de AET que contenha as exi-
gências requeridas pela fiscalização. Um tal modelo não existe pronto para todas as
a) análise
situações. A da demanda
nova NR-17 e, quando aplicável,
estabelece algumasreformulação do problema;
etapas que devem ser seguidas para
melhor exposição
b) análise dos resultados
do funcionamento da análise, como
da organização, veremos adas
dos processos, seguir:
situações de trabalho
• análise da demanda e, quando aplicável, reformulação do problema;
e da atividade;
c)• análise do funcionamento
descrição e justificativa da organização,
para definição dos
de processos, das situações
métodos, técnicas de tra-
e ferramentas
balho e da atividade;
adequados para a análise e sua aplicação, não estando adstrita à utilização de
• descrição e justificativa para definição de métodos, técnicas e ferramentas ade-
métodos,para
quados técnicas e ferramentas
a análise específicos;
e sua aplicação, não estando adstrita à utilização de
d) métodos, técnicas
estabelecimento deediagnóstico;
ferramentas específicos;
Análise da
demanda
Validação e Análise da
revisão das Organização
intervenções do Trabalho e
efetuadas da Atividade
Método
AET
Definição dos
Recomendações
métodos
Diagnóstico
Nunca se deve esquecer que o mais importante é que o relatório deixe bem claro qual foi
Nunca se deve esquecer que o mais importante é que o relatório deixe bem claro
qual foi o problema que demandou o estudo, os métodos e as técnicas utilizadas
para abordar o problema, os resultados e as proposições de mudança. De nada
adianta seguir um modelo se o problema não for esclarecido e resolvido.
A análise ergonômica do trabalho é um processo construtivo e participativo para
a resolução de um problema complexo que exige o conhecimento das tarefas, da
atividade desenvolvida para realizá-las e das dificuldades enfrentadas para se atin-
girem o desempenho e a produtividade exigidos. Conforme item 17.3.8., a orga-
nização deve garantir que os empregados sejam ouvidos durante o processo da
avaliação ergonômica preliminar e na AET.
O relatório da AET, quando realizado, deve ficar à disposição na organização pelo
prazo de vinte anos, conforme consta no item 17.3.7.
20 Mudanças na NR-17
Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP)
17.3.4 – As Microempresas – ME e Empresas de Pequeno Porte – EPP enqua-
dradas como graus de risco 1 e 2 e o Microempreendedor Individual – MEI não
são obrigados a elaborar a AET, mas devem atender todos os demais requisitos
estabelecidos nesta NR, quando aplicáveis.
Mas nada impede a recomendação de elaboração da AET vinda pela AEP, proces-
so de identificação de perigos e avaliação de riscos, conforme item 1.5.4 da NR-1 ou
na identificação de inadequações em ações adotadas.
Lembrando que a avaliação ergonômica preliminar é obrigatória para todas as
empresas que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Traba-
lho (CLT), conforme subitens 17.2.1 e 17.3.1 da NR-17.
17.3.6 – Devem ser previstos planos de ação, nos termos do PGR, para:
a) as medidas de prevenção e adequações decorrentes da avaliação ergonômi-
ca preliminar, atendido o previsto nesta NR; e
b) as recomendações da AET.
22 Mudanças na NR-17
Portanto, na identificação de um
perigo ergonômico, deverá ser clas-
sificado e indicado o nível de risco
ocupacional, determinado pela com-
binação da severidade das possíveis
lesões ou agravos à saúde com a pro-
babilidade ou chance de sua ocorrên-
cia. Essa etapa vai orientar quais ris-
cos devem ser priorizados na adoção
de medidas de prevenção com adoção do Plano de Ação.
Matriz - Severidade
de Adaptar critérios de
avaliação, para Possíveis lesões ou agravos à
Risco saúde
Avaliação riscos ergonômicos
dos - Probabilidade
RISCOS Chance de sua ocorrência
Níveis Sempre utilizar No uso de ferramentas
de mesmos níveis ergonômicas específicas, o
Risco de risco resultado será a probabilidade
24 Mudanças na NR-17
É ilusório pensar que a utilização de uma ferramenta de análise de risco biomecâ-
nico pode, por si só, solucionar problemas relacionados com a organização do tra-
balho. Sabemos que aquilo que permite a obtenção dos resultados são os métodos
e não as ferramentas. Para a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, durante o processo avaliativo, o profissional de-
verá considerar em sua análise:
• as normas de produção;
• o modo operatório, quando aplicável;
• a exigência de tempo;
• o ritmo de trabalho;
• o conteúdo das tarefas e os instrumentos e meios técnicos disponíveis; e
• os aspectos cognitivos que possam comprometer a segurança e a saúde do
trabalhador.
A nova NR-17, em seu item 17.4.3.1 e alíneas, determina que, a partir da identifi-
cação de riscos ergonômicos, como os citados no item 17.4.3 e alíneas, identificados
a partir da AEP ou AET, devem-se aplicar ao menos duas ou mais alternativas de
prevenção, sendo:
• pausas para propiciar a recuperação psicofisiológica dos trabalhadores, que
devem ser computadas como tempo de trabalho efetivo;
• alternância de atividades com outras tarefas que permitam variar as posturas,
os grupos musculares utilizados ou o ritmo de trabalho;
• alteração da forma de execução ou organização da tarefa; e
• outras medidas técnicas aplicáveis, recomendadas na avaliação ergonômica
preliminar ou na AET.
E, quando não for possível adotar as alternativas previstas nas alíneas “c” e “d” do
subitem 17.4.3.1, devem, obrigatoriamente, ser adotadas pausas e alternância de
atividades, respectivamente, conforme alíneas “a” e “b” do referido subitem.
26 Mudanças na NR-17
Isso tem de ser avaliado com
muito cuidado, pois cada tarefa
tem a sua particularidade na re-
solução de problemas. Cabe ao
SESMT, Comitê de Ergonomia
ou profissional habilitado ava-
liar o potencial risco identificado
na atividade, tomando medidas
de controle adequadas para
mitigar ou eliminar o risco, pois
podem haver atividades que ne-
cessitam da eliminação urgente
do “problema”, em especial
aquelas atividades de risco alto
para doenças osteomuscular ou
acidentes.
17.4.3.3 – Deve ser assegurada a saída dos postos de trabalho para satisfação
das necessidades fisiológicas dos trabalhadores nos termos do item 24.9.8 da
Norma Regulamentadora n. 24 (NR-24) – Condições Sanitárias e de Conforto
nos Locais de Trabalho, independentemente da fruição das pausas.
28 Mudanças na NR-17
17.4.4 – Todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho para efeito de
remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em consideração as
repercussões sobre a saúde dos trabalhadores.
30 Mudanças na NR-17
Item 17.5 – Levantamento, transporte e descarga
individual de cargas
17.5.1 – Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas
por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua
segurança.
17.5.1.1 – A carga suportada deve ser reduzida quando se tratar de trabalha-
dora mulher e de trabalhador menor nas atividades permitidas por lei.
32 Mudanças na NR-17
A medida saneadora e protetiva passa a ser obrigatória em todos os ambientes
de trabalho.
A norma manteve que todo trabalhador designado para o transporte manual não
eventual de cargas deve receber orientação quanto aos métodos de levantamento,
carregamento e deposição de cargas.
34 Mudanças na NR-17
Não aplicando o capítulo 17.5 desta NR ao levantamento, transporte e movimen-
tação de pessoas, pois fica a cargo da NR-32 avaliar essa questão.
O novo texto possui requisitos para o mobiliário do posto de trabalho, que deve
apresentar regulagens em um ou mais de seus elementos, de forma a adequar-se
às características antropométricas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a
ser desenvolvido.
A norma estabelece também que os postos de trabalho, sempre que possível, de-
vem favorecer a alternância de postura em pé e sentado. A Nota Técnica 060/2001
do Ministério do Trabalho e Emprego determina que “a postura mais adequada ao
trabalhador é aquela que ele escolhe livremente e que pode ser variada ao longo do
tempo. A concepção dos postos de trabalho ou da tarefa deve favorecer a variação
de postura, principalmente a alternância entre a postura sentada e em pé”.
36 Mudanças na NR-17
• características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação
dos segmentos corporais de forma a não comprometer a saúde e não ocasionar
amplitudes articulares excessivas ou posturas nocivas de trabalho;
• altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de ati-
vidade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a
altura do assento;
• área de trabalho dentro da zona de alcance manual e de fácil visualização pelo
trabalhador;
• para o trabalho sentado, espaço suficiente para pernas e pés na base do plano
de trabalho, para permitir que o trabalhador se aproxime o máximo possível do
ponto de operação e possa posicionar completamente a região plantar, poden-
do utilizar apoio para os pés, nos termos do item 17.6.4; e
• para o trabalho em pé, espaço suficiente para os pés na base do plano de tra-
balho, para permitir que o trabalhador se aproxime o máximo possível do ponto
de operação e possa posicionar completamente a região plantar.
17.6.3.1 – A área de trabalho dentro da zona de alcance máximo pode ser uti-
lizada para ações que não prejudiquem a segurança e a saúde do trabalhador,
sejam elas eventuais ou também, conforme AET, as não eventuais.
A área de trabalho dentro da zona de alcance máximo pode ser utilizada, desde
que não prejudique a segurança e a saúde do trabalhador, conforme AET.
Quando for identificado que o trabalhador não consegue manter a planta dos pés
completamente apoiada no piso, pode ser utilizado apoio para os pés, para adap-
tação do mobiliário às dimensões antropométricas do trabalhador. Em caso do uso
de pedais e demais comandos de acionamento, devem ser posicionados em área de
fácil alcance e atender ao item 17.6.3.
17.6.6 – Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos se-
guintes requisitos mínimos:
a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida;
b) sistemas de ajustes e manuseio acessíveis;
c) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;
d) borda frontal arredondada; e
e) encosto com forma adaptada ao corpo para proteção da região lombar.
17.6.7 – Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados em pé,
devem ser colocados assentos com encosto para descanso em locais em que
possam ser utilizados pelos trabalhadores durante as pausas.
17.6.7.1 – Os assentos previstos no item 17.6.7 estão dispensados do atendi-
mento ao item 17.6.6.
A norma incluiu nesse item a alínea b, sendo um requisito fundamental para as-
sentos utilizados nos postos de trabalho, pois permitirá a adaptação às características
antropométricas do trabalhador, permitindo, assim, conforto. E houve a dispensa do
item 17.6.6 e alíneas para assentos destinados aos locais utilizados durante a pausa.
38 Mudanças na NR-17
Item 17.7 – Trabalho com máquinas, equipamentos e
ferramentas manuais
17.7 – Trabalho com máquinas, equipamentos e ferramentas manuais.
17.7.1 – O trabalho com máquinas e equipamentos deve atender, em conso-
nância com a Norma Regulamentadora nº 12 – Segurança no Trabalho em Má-
quinas e Equipamentos, além das demais disposições desta NR, aos aspectos
constantes neste capítulo.
17.7.2 – Os fabricantes de máquinas e equipamentos devem projetar e cons-
truir os componentes, como monitores de vídeo, sinais e comandos, de forma
a possibilitar a interação clara e precisa com o operador, objetivando reduzir
possibilidades de erros de interpretação ou retorno de informação, nos termos
do item 12.9.2 da NR 12.
17.7.2.1 – A localização e o posicionamento do painel de controle e dos co-
mandos devem facilitar o acesso, o manejo fácil e seguro e a visibilidade da
informação do processo.
40 Mudanças na NR-17
17.7.3.2 – Nas atividades com uso de computador portátil de forma não eventual
em posto de trabalho, devem ser previstas formas de adaptação do teclado, do
mouse ou da tela a fim de permitir o ajuste às características antropométricas
do trabalhador e à natureza das tarefas a serem executadas.
42 Mudanças na NR-17
17.7.5 – A concepção das ferramentas manuais deve atender, além dos demais
itens desta NR, aos seguintes aspectos:
a) facilidade de uso e manuseio; e
b) evitar a compressão da palma da mão ou de um ou mais dedos em arestas
ou quinas vivas.
17.7.6 – A organização deve selecionar as ferramentas manuais para que o tipo,
formato e a textura da empunhadura sejam apropriados à tarefa e ao eventual
uso de luvas.
O novo item da norma aborda que ferramentas manuais devem facilitar o uso e
manuseio e evitar compressão da palma da mão ou dedos em arestas ou quinas. A
organização deve selecionar ferramentas que estejam adequadas à empunhadura
e ao eventual uso de luvas, evitando, assim, acidentes e exigência de esforços
manuais.
44 Mudanças na NR-17
17.8.4 – Nos locais de trabalho em ambientes internos onde são executadas
atividades que exijam manutenção da solicitação intelectual e atenção cons-
tantes, devem ser adotadas medidas de conforto acústico e de conforto térmi-
co, conforme disposto nos subitens seguintes.
17.8.4.1 – A organização deve adotar medidas de controle do ruído nos am-
bientes internos com a finalidade de proporcionar conforto acústico nas situa-
ções de trabalho.
17.8.4.1.1 – O nível de ruído de fundo para o conforto deve respeitar os valores
de referência para ambientes internos de acordo com sua finalidade de uso
estabelecidos em normas técnicas oficiais.
17.8.4.1.2 – Para os demais casos, o nível de ruído de fundo aceitável para efei-
to de conforto acústico será de até 65 dB(A), nível de pressão sonora contínuo
equivalente ponderado em A e no circuito de resposta Slow (S).
46 Mudanças na NR-17
Ficando ressalvado o atendimento dos itens 17.8.3 e 17.8.4.2 nas situações em
que haja normativa específica com a devida justificativa técnica de que não haverá
prejuízo à segurança ou à saúde dos trabalhadores.
Conclusões 49
condições de trabalho, e direciona a utilização da AET como etapa de aprofunda-
mento da avaliação ergonômica, para as situações que demandem uma análise mais
aprofundada dos fatores ergonômicos. Além de harmonizar o texto da NR-17 com
as novas disposições de gerenciamento de riscos ocupacionais e com as demais
normas de SST.
Sua atualização buscou a simplificação e desburocratização, conferindo-lhe lei-
tura e compreensão mais objetivas, tornando mais fácil sua aplicação por parte dos
profissionais de SST, trabalhadores, empregadores e agentes do Estado.
50 Mudanças na NR-17
Referências
Referências 51
BRASIL. Ministério do Trabalho. Portaria MTb n. 1.087, de 18 de dezembro de
2018 19/12/18. Diário Oficial da União, 19 dez. 2018, ed. 243, seção 1, p. 169.
Disponível em: https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/
content/id/55880418/do1-2018-12-19-portaria-n-1-087-de-18-de-dezembro-
de-2018-55880229. Acesso em: 30 abr. de 2022.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria de Inspeção do Trabalho De-
partamento de Segurança e Saúde no Trabalho. Nota técnica n. 06/2012 IDSST/
SIT: Manuseio de sacos de cimento de 50 kg. Brasília, 2012. Disponível em: https://
pt.scribd.com/document/160771377/Nota-Tecnica-MTE-Manuseio-de-Sacos-de-
-Cimento. Acesso em: 30 abr. 2022.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. NR-36: Segurança e saúde no traba-
lho em empresas de abate e processamento de carnes e derivados. Diário Oficial
da União, 6 jul. 1978. Portaria MTE n. 555, de 18 de abril de 2013. Disponível em:
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/
secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regula-
mentadoras/nr-36.pdf. Acesso em: 30 abr. de 2022.
BRASIL. Portaria/MTP n. 423, de 7 de outubro de 2021. Aprova a nova redação
da Norma Regulamentadora n. 17 – Ergonomia. Brasília: Casa Civil, 2021. Disponí-
vel em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria/mtp-n-423-de-7-de-outubro-
-de-2021-351614985. Acesso em: 30 abr. 2022.
ESCOLA NACIONAL DE INSPEÇÃO DO TRABALHO (ENIT). Semana CAPACITA
SIT – 17/11/21 – “NOVA NR-17 (ERGONOMIA)”. YouTube, 17 fev. 2021. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=84uOhJMLBIo. Acesso em: 30 abr. 2022.
FERREIRA, Jefferson Tiago; MANEZZI, Lucas Ferreira; PARDO, Tatiana Fernandes. A
nova Norma Regulamentadora NR-1. São Paulo: Editora SESI-SP, 2022.
GUÉRIN, F. et al. Compreender o trabalho para transformá-lo: a prática da ergo-
nomia. Tradução Giliane M. J. Ingratta, Marcos Maffei. São Paulo: Blucher; Fundação
Vanzolini, 2001.
IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. 2. ed. rev. ampl. São Paulo: Blucher, 2005.
NACHEMSON, A.; ELFSTRÖM, G. Intravital dynamic pressure measurements in
lumbar discs. A study of common movements, maneuvers and exercises. Scandina-
vian Journal of Rehabilitation Medicine Supplement, v. 1, p. 1-40, 1970.
OLIVER, J.; MIDDLEDITCH, A. Anatomia funcional da coluna vertebral. Tradução
José Urubatão da Rocha. Rio de Janeiro: Revinter, 1998.
52 Mudanças na NR-17
SCHULDT, K.; EKHOLM, J.; HARMS-RINGDAHL, K.; NEMETH, G.; ARBORELIUS,
U.P. Effects of changes in sitting work posture on static neck and shoulder muscle
activity. Ergonomics, v. 29, p. 1.525-1.537, 1986.
Referências 53
REDES SOCIAIS
https://www.sesisp.org.br
https://www.sesispeditora.com.br
https://www.facebook.com/sesisp
https://twitter.com/SesiSaoPaulo
https://www.youtube.com/
SesiSaoPauloOficial
https://www.instagram.com/sesi.sp
https://www.linkedin.com/company/
sesisp