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ALEXYUS CRUZ

“Um jogo de horror investigativo e de aventura existência para ser


Jogado na solidão da vida por Tchelo Andrade”.

Versão de Teste Gratuita. Acredite...


00

Posso te contar um segredo? Não, eu não estou falando com você agora, é isso mesmo,
estou falando na verdade com esse tal que você acaba de criar, parabéns! Parece que além de
jogador você está ostentando o título de criador. Enfim, voltando a falar com a cria, o que tenho
que dizer – devido a meu apego por narrativas – é que você agora é um tolo, sua ascensão é só
devido a isso. Vindo direto do além para ser atirado aos malefícios das desventuras humanas. O
mais interessante cria, é que seu criador parece estar contente com isso.
Sejamos francos – agora estou falando com ambos – vocês estão me “ouvindo” por
interesse direto em minha pessoa, confesso que sou um ser muito reservado. O quê? Você não
está me ouvindo? Sério? Enquanto ler essas palavras há uma voz em sua cabeça, a questão é,
por mais que ela soe e se aparente com a sua, qual prova cabal denúncia que seus sentidos não
estão te enganando?
Ah! Mas isso é só um jogo, talvez você argumente assim. Eu sou um personagem aqui,
saber disso até pode te dar uma certa confiança e alivio, todavia, veja só, você tem certeza que é
real pois habita o mundo real e esse livro em suas mãos é mera ficção. Assim sendo, eu que
também sei desse segredo, mas habito na ficção sou igualmente real?
A minha dica valiosa é para você descobrir um novo sentido, já que a partir daqui as vozes
na sua cabeça podem não ser somente suas.

Eu acordei! Ainda era noite, ultimamente tem sido sempre assim: Primeiro vem esse sonho
bizarro, onde esse pau no cu me chama de tolo e diz que sou uma cria de alguém insano que curte
jogos obscuros. Depois vem esse sentimento estranho, essa sensação de que as paredes estão se
movimentando, tentando me enganar, como se dissessem, “nós nos movemos enquanto você
dorme”. Lá fora as nuvens estão refletindo a luz da lua e se movimentando alegremente,
deslizando pelo céu.
Talvez eu deva levantar e beber alguma coisa. 15.
Lavar o rosto seria uma boa. 9.
Vou ficar por aqui mesmo. 21.
2

Abro a porta, o corredor é cheio de penumbra. Não consigo ver o final disso. IIIAARF!!
Novamente o grito de uma mulher. Ela está experimentando estranhas dores, sua voz fica abafada
a cada novo grito. Meu coração dispara, começo a pensar no que farei quando me deparar com a
cena macabra. Não tenho tempo a perder, preciso me apressar. (Se você tiver o card de item
Celular você o usa como lanterna, se não tiver gaste 1 pt de Sentir o Perigo). 8.

- Você é sempre convencida assim?


- Não é falta de modéstia se você sempre tem razão. O tempo passa muito rápido, por isso,
acredito que não deveríamos nos prender tanto a coisas frágeis – ela respondeu.
- Você gosta de coisas sólidas então? Pessoas, atitudes, tudo sólido?
- Isso mesmo, está vendo, até você já começou a ler pensamentos também – ela riu.
O sorriso dela era um tanto diferente em cada músculo. Isso não quer dizer que seja um
sorriso feio, pelo contrário, aquele era um riso muito bonito e sincero.
- Eu não me apresentei ainda, poxa vida. Meu nome é Eva Daneva, muito prazer. E você
quem é?
Eu digo meu nome completo, nome e sobrenome, talvez ela ache meu nome maneiro, assim
como eu achei o sobrenome dela. Então ela prosseguiu:
- Você está triste com o mundo e consigo mesmo, não é? Pessoas com sentimentos assim
me atraem. Gostaria de ser sua amiga. O que acha?
Não é todo dia que uma pessoa chega querendo ser minha amiga. Bom, o que eu posso
dizer? Mostro um sorriso significativo e eu ganho um abraço. Sério, não foi suposição, foi
exatamente o que aconteceu. Aquele foi um abraço quente. Não me lembro da última vez que
abracei alguém.
- Ótimo! Eu tô sempre na Alameda dos Santos, vamos marcar um rolê um dia desses.
Em seguida ela se despediu, tinha alguns afazeres. Garota esquisita, mas que provoca
curiosidades em qualquer um. Bem, talvez diferente seja eu mesmo.
(Adicione Eva Daneva a trama como Fonte. Vá para BASE).

4
Preciso me trocar. Quando vou mexer nas roupas, uma barata desgraçada me dá um puta
de um susto! Se o inseto não estivesse entrado em algum vão desconhecido, eu com certeza o
esmagaria! Essa roupa está ótima. Me preparo para sair quando ouço um barulho no banheiro.
E agora?
Vou lá conferir. 43.
Não deve ser nada. Vou lá pra rua. 26.

Tudo está tranquilo, só algum vira-lata maníaco que não para de latir.
Quando minha visão foi circundando o local, tive a certeza que meus sentidos não me
enganaram. Do outro lado da rua um homem robusto e com a coluna e braços inclinados,
distorcidos de maneira não comuns, estava me olhando. Tenho certeza que ele me viu através das
sombras que oculta minha presença na janela. Tenho certeza que ele era real, mesmo após o ser
ter desaparecido no instante seguinte. (Perca 1 pt superficial e Emoção). 11.

A porta não abriu por completo, tenho que me espremer para me esgueirar para dentro do
recinto. A porta se fecha atrás de mim, graças a um dispositivo feito para essas finalidades preso
na parte superior da madeira. Verifico para saber se ela ainda está aberta... Está, não precisarei
arrombar. Mantenho a porta fechada para não fazer barulho desnecessário. O local tem um abajur,
eu o ascendo sem problemas. Aqui está repleto de papeis, uma verdadeira sala da bagunça, em
cima da escrivaninha um documento redigido em uma máquina de escrever. Isso parece ser
extremamente importante. AAAHH! Outro grito. Preciso me apresar, vou levar esses documentos
comigo. (Arquivo 17 liberado. Senha: eladeus).
Me apresso para sair e um gás espirra na minha cara, vindo da lateral da parede. (Perca 1
pt superficial de Saúde). Puta merda!
Com o susto eu derrubo uma estante. O gás está enchendo a sala rapidamente. (Gaste 1 pt
de Sobrevivência). Vou sair daqui e tentar uma nova porta. 38.

7
- Aqui o rolê é dos bons, prazer me chamo Manolo – disse estendendo a mão.
Me apresento e aperto sua mão. Os demais parecem não ter o menor interesse em mim.
- Seguinte, aqui a gerencia é camarada, por isso vamos pedir uma contribuição de
cinquentão para a visita – falou com um sorriso ganancioso.
(Gaste 50R$- somente uma vez. Você não pode gastar pontos de H. Interpessoal em Manolo
enquanto não pagar esse valor. Se não puder gastar perca 1 pt superficial de Emoção e volte
imediatamente para Base. Você ainda pode poderá voltar para esse parágrafo quando quiser).
Confiro a carteira, pego a grana, nessa hora notei no canto, onde Manolo estava sentado,
uma maquininha de cartão de crédito. Parece que os negócios estão em alto no beco.
- Já notei que você é firmeza, por isso vou te contar os serviços que oferecemos aqui:
A) Quer uma garota ou um mano? 50R$. (Xp: “Rapidinha no Beco”).
B) Quer um ingresso para uma festa de arromba? 30R$ (Xp: “Baile da Banca”)
C) Quer usar um bagulho fodido? 100R$ (Gaste 1 pt de uso em Substancias ilícitas. Não
faça nenhum teste de perigo).

(Os itens acima podem ser adquiridos quantas vezes quiser. Adquirindo qualquer item pela
primeira vez ganhe Xp: “Rolê com Manolo”. Você pode acessar esse parágrafo sempre que quiser.
Quando encerrar suas atividades aqui volte para Base).

Uma sensação estranha toma conta do meu corpo. Eu sinto que a realidade está sendo
despedaçada, já me senti assim antes. Minha cabeça começa a rodopiar novamente. Eu consigo
ver a silhueta de um homem robusto vindo na minha direção pelo corredor repleto de trevas. Ele
não é Monarcel, então quem diabos é esse cara? Seja como for, não tem porquê pensar nisso
agora, ele tá vindo!
Cansei! Vou encher esse cuzão de bala! (Essa opção só é válida se você possuir um item
de arma de fogo com pelo menos uma carga restando). 32.
Vou pra cima desse filha da puta e que se foda! 53.
Acho melhor recuar para um ambiente mais claro. 16.
9

Olha que cara horrível! Eu acho que já tive mais beleza. Encarar seu rosto no espelho se
torna tão difícil em dias assim. Abro a torneira, e tiro a remela que estava grudada nos meus cílios.
Caralho! Alguma coisa enorme se mexeu perto da privada. 43.

10

É um lugar agradável para pessoas ótimas, entretanto eu não posso me incluir nesse tipo.
Ainda assim, o verde do local traz uma sensação reconfortante.
- Aposto que você está pensando, o quanto esse lugar é reconfortante – disse uma mulher
se aproximando de mim. Por sinal, ela era muito bonita, parece essa turma que se vê na TV. Havia
algo nessa pessoa que não era comum. Ela tinha o cabelo tingido de roxo em certas partes, só que
a cor predominante era escarlate, não muito curto, para baixo do queixo, usava uma calça jeans
que apertava seus quadris e uma blusinha que mostrava sua barriga.
- Você lê pensamentos? – Respondi depois de observá-la por alguns segundos.
- É que certos lugares provocam sensações simultâneas aos seres humanos.
- Acho que você tem razão.
O que eu devo falar a seguir?
“Você é sempre convencida assim? ”. 3.
“Olha, você é muito bonita. Quero muito te conhecer melhor. ”. 33.

11

A luz das nuvens baixas lá fora refletia nos vitrais laterais, iluminando a via-crúcis.
Tenho que admitir é muito bonito observar o messias dentro da igreja apagada. Espero que
não vire um hobby, invadir igrejas a noite.
Bom, e agora?
Vou vasculhar a outra sala que tem a luz do recinto acessa mais adiante? 51.
É melhor eu dar uma olhada lá fora, algum curioso pode ter me visto chegando. 5.
Eu posso fazer isso, mas por hora o altar está me chamando a atenção. 59.
12

Eu estou rindo de mim. Que fantasia absurda eu inventei para levantar da cama, meu braço
não estava mais doendo, para eu colocar em xeque meu delírio, abri a porta e espiei pelo corredor,
não havia nada, somente o bom e velho som do vento lá fora. Faz pouco tempo que eu comecei a
ter alucinações mais sinistras, tudo por causa daquele mascarado ridiculo, um cara que aparece
dando sermão em um vídeo sinistro no Youtube, um tal Alexyus Cruz. Deixa isso pra lá, vou
voltar a dormir.
Coloco a vassoura no canto e volto a me deitar. De repente bateu um sono. Que dor é essa
no meu braço? Minha cabeça dói, o teto parece estar girando. Minha barriga começou a estufar,
algo está subindo do meu estomago pela minha barriga. Argh! O que é isso que eu acabei de
vomitar? São pequenos ovos? Eles estão se chocando?
- Aleluia.
- Aleluia.
Eu conheço essa voz vindo das rachaduras. Meu braço, meu braço! Ele está derretendo,
preciso levantar. Eu tento, mas não consigo. Inúmeras aranhas saíram dos ovos e agora estão
devorando meus olhos, minha língua. Que engraçado acho que alguma delas fez um furo na minha
cabeça e nesse exato momento elas estão entrando. O inferno caiu sobre mim, é o meu fim, mas
isso tem um gosto interessante. Falo do sangue que está escorrendo da minha cabeça pra minha
boca. (Não há mais marionete para o manipulador, você perdeu o jogo).

13

Eu estava em um estado deplorável! Um peso enorme pairava sob minha cabeça. Quando
se vive, você sabe que existe bizarrices no mundo, mas você torce para não precisa vê-las. Estou
perdido em meus próprios pensamentos. Ainda consigo ouvir o choro de Monarcel, suas súplicas
e rezas. O sangue da Daneva gotejava na mesa, a mesma gritava sem cessar no vídeo. Eu não sei
ao certo por quanto tempo fiquei assim, mas foi a explosão de chamas na entrada do laboratório
que me alertou. Ao ver as chamas o padre insano se levantou da cadeira e começou a pular
gritando.
- O inferno veio até nós! As chamas vieram para nos consumir! Ambos amávamos a
Daneva, ambos devemos pagar pelos pecados. Venha dê a mão, vamos juntos. Satã nos espera
para bailar nas labaredas e no enxofre!
O que eu vou fazer com esse filho da puta?
Não tenho tempo para loucos! Vou jogá-lo no fogo e dar um jeito de sair daqui! 20.
Vou fazê-lo pagar pelo que fez a Daneva. Vou serrar a cabeça dele. 68.
Será melhor se eu o interrogar para descobrir se há outra passagem secreta aqui. 61.
Por mais que seja difícil, eu preciso levar esse monstro a justiça. 57.

14

- Que se foda vocês dois! Eu já cansei de vocês, eu sei tudo o que tá acontecendo aqui. E
vou pôr um fim nisso.
Dalila ainda queria briga, então começou a ameaçar os negócios do Pezão. Foi então que a
porra ficou louca! O cuzão explodiu a cabeça dela! O pezão sacou o cano e atirou a queima roupa
na testa da mulher. Puta merda velho!
O corpo caiu no chão, o desgraçado nem piscou.
(Aplique os efeitos de morte de Dalila, exceto prisão).
- Essa puta tinha um bucetão gostoso, mas já encheu muito o saco. É terceira vez que ela
me ameaça, e eu odeio isso – ele olhou para mim, esse psicopata. – Eu nem fico triste mano, tem
muita bucetuda nessa cidade.
Eu não consegui me mover. Pezão continuou falando, eu não estava ouvindo. Então ele
gritou:
- Vai porra! Me ajuda a pegar o corpo. Vou precisar de uma forcinha pra sumir com isso.
Eu faço parte desse crime, é melhor eu ajudar a sumir com isso para as coisas voltarem ao
normal. Não quero me complicar. 19.
Esse cuzão matou a mina na minha frente, ele é um monstro. A Dalila, tá morta, e esse filha
da puta acabou com ela, sem nem pensar duas vezes. Não dá. Eu não vou deixar ele sair impune
disso também. Vou acabar com esse desgraçado. 97.

15

Que ideia. Levantei para beber alguma merda que deixei minha mente distante, mas esqueci
que a geladeira só tem agua. Talvez se a preguiça não me atacar amanhã eu vá fazer compras no
mercadinho do fim da rua. E por falar nisso, quase não me lembro da última vez que eu saí de
casa. Não me lembro da última vez que eu dei um sorriso.
Acho que vou dar uma caminhada lá fora. 4.
Sentar o rabo no sofá e assistir alguma coisa engraçada. Não era hoje aquela maratona dos
Simpsons? 49.
Não, o jeito é voltar pra cama e tentar pregar o olho. 21.
16

Fora do corredor eu posso ver o sujeito. Eu estava certo, ir pra cima disso é estupidez.
Com a claridade da vela pude notar a abominação em minha frente, um homem grande,
musculoso, com o corpo contorcido, como se seus membros estivessem quebrados. Como se não
bastasse, ele tinha vários facões encravados por toda parte de seu corpo. Sua destreza talvez não
fosse tão boa, e eu poderia ganhar vantagem disso, talvez.
Antes que eu pudesse pensar em mais táticas, ele sorriu, maldito tinha certeza que
sabia que eu pensava se tratar de um oponente lento, no segundo seguinte ele fez minha teoria
cair por terra: arremessou como um bumerangue um dos facões em mim. (Gaste 2 pt de
Atletismo). Mal desvivei de um ataque, precisei desviar de outro. O canalha tá diminuindo nossa
distância a cada novo ataque. Ele já está em cima de mim, com seu sorriso melancólico. Puta que
pariu, o cara cresceu, por pouco não consigo desviar do seu soco, contudo na esquiva me
embaralhei e cai derrubando uma vela. Rolei pelo chão quando a cortina pegou fogo e clareou
mais a sala. Foi então que um raio de esperança me abateu, eu sabia que essa coisa – tal como a
aranha cristã – não pertence a essa realidade, e em dado momento elas mostram a sua fraqueza,
como nesse instante, quando a cortina ganhou chamas o sujeitou mudou a expressão e se afastou
do fogo. Tenho certeza que se não fosse o fogo, ele teria partido minha cabeça com o facão.
Posso tentar aproveitar a distração e remover o facão das costelas dele para usar como arma.
(Você pode gastar 1 pt de Briga, ou 1 pt de Ofícios. Adquira somente nesse combate um card de
facão, se não tiver nenhum. Em seguida coloque em jogo a carta de arconte: Facção Facão. Lute
contra ele! Facção Facão ganha Iniciativa nesse combate).
Ufa, eu venci! Agora preciso me apressar. 66.

17

Parece que funcionou. Eu pude sentir a casca úmida do monstro. Agora mais distante pude
entender a bizarrice toda. Eu não consigo acreditar, na parte de trás da aranha havia uma cabeça,
uma cara humana com olhos arregalados e cuspindo teia grotescas e amareladas. Então algo ainda
pior aconteceu, aquela mesma boca nojenta cheia de excrementos grudentos reproduziu um som:
- Pai nosso que estais no céu – era a mesma voz que eu ouvi anteriormente.
Puta que pariu! Que coisa mais hedionda! (Receba 3 danos superficiais na Emoção).
Sem tempo para entender esse pesadelo, dei um passo para trás, a coisa de muitas pernas
estava se preparando para saltar novamente. Dessa vez não me pegaria facilmente, eu já entendi
como enfrentá-la.
(Pegue a ficha do arconte “Teia Tétrica” e a enfrente. Você só pode causar dano usando
Atletismo ou Briga, para cada ponto gasto causa 1 de dano em Teia Tétrica, só continue lendo
após o combate).
Eu esmaguei essa desgraçada! 40.

18

Acho que essa igreja não está recebendo dizimo o bastante. Puta fechadura velha! Eu acho
que se for pra ter uma merda dessa, é melhor nem trancar a igreja. Monarcel mão de vaca!
Não vou precisar me esforçar muito para arrombar essa porta. (Gaste 1 pt de Ofícios, 1 pt
de Cautela e 1 pt de Esforço). CLING! Esse é o som da fechadura abrindo, fácil, fácil. 11.

19

Pezão ficou em silêncio o caminho inteiro no carro, não porque ele estava pensativo, é que
ele tinha em mente que eu estava abalado e poderia surtar caso ele não parece com as piadas
homicidas. Chegamos a um terreno baldio na saída da cidade, tiramos a mulher morta do porta-
malas, o corpo estava enrolado no lençol do sofá. Pegamos a pá e começamos a cavar.
Antes de jogarmos o corpo na cova, eu dei uma vasculhada e achei no bolso de Dalila seu
celular. O que me foi muito útil, uma vez que Dalila tinha a senha para o e-mail de Daneva. (Se
você ainda não liberou os Arquivos 014, eles estão liberados agora. Senha: badgirl).
- Você vai ficar brincando aí molenga? – gritou o brutamonte.
Voltei a cavar e Dalila havia sido sepultada. (Receba 1 dano grave de Emoção. Ganhe Xp:
“A Dama na Cova Rasa”).
Depois do ocorrido de hoje, não quero mais ter negócios com esse cara.
(Avance 3 dias. Volte para a BASE).

20

O desgraçado estava fazendo uns movimentos malucos com a mão, isso me irrita. Então
parto pra cima e lhe acerto uma joelhada bem nas bolas, mas eu não senti o “crack” dos bagos, o
miserável é um eunuco de merda! Ele me deu um olhar irônico, eu não aguentei e apertei sua
garganta com muita força, o padre era mais frágil do que imaginei. Ele se contorceu sem ar, e eu
não tinha mais dúvidas, o joguei nas chamas. A combustão pegou seu corpo rapidamente,
enquanto ele pulava gritou:
- Obrigado, agora Satã vai me achar mais fácil. Venha também, seu lugar é aqui!
Te vejo no inferno seu doente. O padre foi consumido pelas chamas. (Perca 3 pts
superficiais em Emoção. Remova Padre Monarcel da trama).
Agora eu preciso dar o fora daqui. 73.

21

O vento continuava a soprar lá fora, a claridade era tanta que eu nem preciso ascender a luz
para ver o meu quarto. Curiosamente aperto o botão lateral do meu celular, nenhuma atualização
nas redes sociais, já faz um tempo que ninguém dá a mínima. Já faz um tempo que eu também
não dou a mínima pra ninguém.
Sem sono, eu curiosamente começo a me lembrar do caso onde oficiais de Londres
encontraram um esqueleto de uma mulher morta cerca de 3 anos depois de sua morte.
Depois devagar, me concentro em voltar a dormir, não faço planos pro dia seguinte, só
torço para que seja menos mórbido que hoje. Me aconchego no colchão e sinto uma grande dor
no braço. Algum bicho havia me picado (receba 1 dano grave na Saúde).
Eu salto da cama e ascendo a luz do meu celular buscando o bicho, e o que eu vejo é ainda
mais bizarro, algo parecido com uma cabeça humana saltou da minha cama em direção ao
corredor. Em seguida, para completar as bizarrices, eu ouço alguém no corredor:
- Virgem mãe de Deus. Rogai por nós pecadores – Alguém invadiu a minha casa!
Pego a vassoura perto da cama, ignoro o formigamento no meu braço e sigo cauteloso para
saber do que se trata (gaste 1 pt de Cautela). 31.

22

O jarro atravessou o monstro como se ele fosse um fantasma! Puta merda! (Gaste 1
Esforço). Ela salta novamente pra cima de mim! A filha da puta me mordeu nas costelas! Porra
isso dói como o inferno! (Receba 1 dano grave na Saúde). Com a dor ardendo em meu corpo
acertei um safanão e arremessei a desgraçada na parede. 17.
23

- Precisamos nos entregar ao fogo, nos entregar para o pai bestial, ele nos punirá
adequadamente pelo que fizemos – falou Monarcel enquanto eu lhe empurrava pela passagem.
- Cala a boca meu! Eu não fiz porra nenhuma! Agora continue andando antes que eu mude
de ideia seu doente! – Gritei dando mais um empurrão.
Estou começando a me arrepender de ter trazido esse pilantra, sobretudo quando ele cravou
um punhal na minha barriga, que sei lá, dá onde ele tirou. (Perca 1 pt grave de Saúde). Cuzão!
Depois de levar o golpe eu o empurro para frente ele tropeça, mas parece que o padre ainda quer
encrenca.
(Lute! Use a lista de ataques da ficha de Bruno Makoto como se fossem de Monarcel.
Padre Monarcel tem o item Faca Pequena. Monarcel ganha Iniciativa. Monarcel desmaia após
levar todo dano superficial, ou 4 danos graves de Saúde).
Maldito! Agora vou ter que arrastá-lo para fora daqui. 36.

24

Novamente fui até a casa dela. Observo tudo, está quieto, nenhum movimento. Aguardo
alguns minutos, que viram horas. Daneva não está em casa, não voltou para casa. Algo não me
parece certo, se bem que, aquela mulher não era uma pessoa normal, na verdade não me
surpreende ela desaparecer assim. Todos temos nossos segredos obscuros, com ela não devia ser
diferente. Vou voltar caminhando para casa, talvez andar um pouco me ajudar a frear essas
imagens caóticos do paradeiro dela. 35.

25

Vou convida-la para jantar. (Verifique a tabela de preços de restaurantes na Base/Parque


da Reserva, confira se seu dinheiro é suficiente. Se não for, volte ao parágrafo 29).
- Que tal apreciarmos uma refeição juntos?
- Jura? Ai que tudo! Eu ia adorar. Para onde vamos?
A refeição foi muito prazerosa, Daneva estava muito contente durante o jantar, ela riu sobre
inúmeras coisas e bebeu muito vinho. (Recupere 1 pt de Carisma. Gaste os valores do restaurante
a sua escolha. Recupere 1 pt superficial de Emoção). 39.
26

A poucos metros da rua já posso ouvir o barulho dos carros lá fora. Contudo algo não está
certo, eu sinto. Argh! Alguma coisa gosmenta se enroscou nas minhas pernas. Eu caí de cara!
- Ainda que eu ande pelo vale das sombras, não temerei mal algum! – Gritou uma voz de
alguém se rastejando pelo chão.
Quando me dou conta uma aranha enorme está em cima de mim. O demônio tinha mais de
trinta centímetros.
O que está acontecendo? (Gaste 1 pt de Sentir o Perigo). 46.

27

(Ganhe 2000 R$. Avance uma semana. Ganhe Xp: “Guarda-Costas”).


Meu trabalho não é difícil, não é nada que eu não posso fazer, porém você passa várias noites
mal dormidas, a minha sorte é que eu já passava mesmo antes disso aqui. Tudo que eu tenho que
fazer é não deixar os marmanjos folgar com as putinhas e tá tudo certo.
Pezão e eu estamos nos dando bem, ele está feliz com meus serviços e eu tô feliz com a grana
que ele anda me pagando toda noite.
- Você é profissional, né? – Disse ele depois que recusei uma cerveja.
O grandão gosta de ficar sentado nesse estofado abraçado com duas mulheres, esbanjando todo
seu título de gangster. Ele me pede para sentar, eu aceito, não faz bem ficar de pé o tempo todo.
De repente uma gritaria começa na entrada da porta, eu conhecia aquela voz. Dalila entrou às
pressas na sala, Pezão fechou a cara e ficou de pé. As duas que estavam do lado dele, saíram de
fininho.
- Seu porco maldito! – gritou Dalila – Você continua batendo em mulheres!
- Sentiu saudades do seu negão, né sua puta. Eu sei que você não fica longe da minha pica.
Dalila avança pra dar um soco nele, mas ele a segura facilmente. O olha dela se voltou para
mim.
- E quanto a você? Seu desgraçado, imundo, eu achei realmente que você estava preocupada
com a Daneva! – Ela partiu pra cima de mim. Eu tentei evitar levar uns tapas, segurando a mão dela.
Foi erro meu pensar que ela não sabia brigar. Ela sacou um trinta e oito, Pezão achou graça e fofo. É
claro, não é na cara dele que o canhão tá apontado. Porra Dalila!
(Lute contra Dalila até o efeito de Queda. Em seguida vá para 14).
28

A noite com o Makoto foi maravilhosa. Depois de um passeio reconfortante ele me levou
para casa e fez maravilhas comigo. Ele não estava brincando quando disse que ia se esforçar, me
comeu com força e fez coisas maravilhosas com o pau dele em mim. Que delícia! Acho que não
contei as vezes que gritei quando ele socava com força.
Depois queria me namorar, bem, eu não estou nesse ramo, não ainda. Preciso dar uma
direção para minha vida no momento, mas quem sabe no futuro. Quando eu disse exatamente
essas palavras, ele me olhou com um sorriso determinado e respondeu:
- Eu vou esperar por você.
(Recupere 1 pt superficial de Saúde. Ganhe Xp: “Laços com Makoto”. Volte para Base).

29

O sol brilhava morno no céu. Eu e Daneva fomos para o parque da reserva, local onde nos
conhecemos. Ela me disse que caminhar me faria bem. Enquanto andávamos uma criança passou
correndo e pulando alegre, Daneva a chamou e entregou um bombom, a menina sorriu contente
e voltou a correr e pular. Em meio a conversas rotineiras pude notar o olhar de admiração que ela
me dava.
Caminhamos mais um pouco e fui apresentado a um amigo da moça, um padre. (Adicione
Padre Monarcel a trama, faça o teste Interpessoal).
- Olá, sou Monarcel – Ele estendeu a mão para mim depois de saudar Eva com um abraço.
O padre com certeza possuía uma grande admiração por ela, o curioso é que ele não se preocupava
em disfarçar.
- Sempre que venho caminhar por aqui, eu te encontro – Ele disse para Eva.
- Esse lugar é divino, Sr. Mor – Respondeu ela com uma tapinha leve no seu ombro.
- Toda Terra é divina. As obras de Deus assim são, contudo, algumas mais divinas que
outras.
Se esse cara não fosse um padre, então acharia que isso seria um “xaveco”. Nos
despedíamos do padre, continuarmos nossa conversa despretensiosa. O crepúsculo de onde
estávamos era sublime, e enquanto apreciávamos a vista ela me perguntou:
- Por que você não vem até a minha casa comigo?
Eu não esperava pela pergunta.
Aceito o convite normalmente. 39.
Primeiro, vou convidá-la para um jantar. 25.
30

Uma série de explosões começaram. Devido a alguma coisa inflamável no laboratório o


fogo e a fumaça se tornaram ainda mais potentes. Eu sinto um ar quente nas minhas costas e não
paro de correr. A passagem termina com uma escada vertical, não conseguirei subir a tempo,
droga eu serei consumido! (Gaste 1 pt de Atletismo, 2 pt de Sobrevivência e perca 1 pt superficial
de Saúde). Eu subo pelas escadas o fogo está em minhas costas, eu passo pelo alçapão e me atiro
nos bancos da igreja. Uma baforada amarela saiu do buraco, forte o bastante para queimar os
enfeites de madeira e o tecido do altar. O importante é que eu estou a salvo, uma queimadura
fodida nas costas, mas estou vivo. 44.

31

Da porta do quarto eu podia ouvir uma respiração humana e um som muito nojento vindo
da boca de alguém. Uma melhor observação mostrou que não tinha nenhuma pessoa no corredor,
mas um bicho esquisito caminhava pela parede lentamente. Aquilo era o que havia de mais
horrível no mundo! Não somente por se tratar de uma aranha com quase trinta centímetros, como
também devido a cabeça humana presa na parte de trás da coisa, fazendo parte dela, expelindo da
boca teia gosmenta que se espalhava pelo corredor. (Receba 1 dano grave na Emoção).
A desgraçada estava tentando bloquear minha passagem, era como se quisesse me
encurralar.
Vou pra cima da aranha e esmago a desgraçada com a vassoura! 37.
Vou voltar e trancar a porta do quarto. 12.

32

(Gaste 1 pt de Armas de Fogo e 1 carga da arma utilizada). Eu tenho certeza que acertei o
tiro na cara do bastardo, então por que ele ainda está vindo na minha direção de boa? Malditos
pensamentos que me desaceleram! O desgraçado atirou uma faca enorme que acertou na minha
arma. O impacto me fez jogá-la no chão. Com certeza ferrou toda. (Descarte a carta da arma
utilizada nesse parágrafo). Preciso pensar em algo diferente. 8.

33
- Olha, você é muito bonita. Quero muito te conhecer melhor.
- Isso quer dizer que você quer me pegar? – Ela respondeu.
Eu fiquei um pouco sem graça, não esperava essa resposta. Então ela continuou rindo:
- Mas eu não vejo problema nisso, um pouco de sexo selvagem faz bem. Eu também
entendo que as curvas do meu corpo provocam sensações diferentes nas pessoas, eu seria uma
tola se não tivesse notado isso, contudo você seria um tolo se deixasse isso ser tudo entre nós.
Então há algo que você quer de mim, e algo que eu quero de você, podemos trocar.
- O que você quer de mim? – Perguntei.
- Pessoas como você, que sentem essa tristeza singular em relação ao mundo e a si próprio
me chamam a atenção. Eu gosto de pessoas assim, por isso, quero ser sua amiga. Seria legal se
você quisesse também minha amizade, se eu fosse sua amiga eu também poderia te ajudar com
seus desejos e você me ajudaria com os meus. Que tal?
Estávamos no meio do parque, muitas crianças por perto, e uma conversa obscena rolava
por nós. Nem eu acreditava nisso.
- Eu tenho que ir agora, mas você pode me encontrar na Alameda dos Santos. Estou sempre
por lá, quem sabe a gente não sai em um rolê juntos? – Ela disse depois de me dar um beijo de
despedida no rosto. (Adicione Eva Daneva a trama como Fonte. Volte para Base).

34

Algo não está certo, por que o Monarcel enviou e-mails para a Daneva disfarçado de
anúncio de produtos capilares? Ele estava tentando camuflar algo, o que seria? Talvez esse projeto
Shegod seja algo de muita importância para ele. Foram essas considerações que me deixaram
inquieto em casa e me fizeram vir até aqui, na calada da noite.
Igreja das Colinas.
Uma igreja parece muito assustadora quando você desconfia que algo muito sinistro possa
estar acontecendo dentro dela. O lugar não tinha uma arquitetura gótica, seu único enfeite era uma
cruz feita com lâmpadas de led azul, que combinava com a pintura desbotada da frente da igreja.
Quando se está nos arredores de um local sagrado, é preciso ter cuidado com olhos curiosos, por
sorte, a chuva deixou as ruas desertas. À primeira vista tudo está silencioso, todas as portas e
janelas estão trancadas. Uma única luz brilhando na escuridão interna da igreja me chama a
atenção. Talvez Monarcel estivesse lá dentro? Seja como for, agora eu descobrirei!
Acho que consigo escalar e entrar pela aquela janela logo ali, parece que está aberta. 42.
Talvez seja melhor que eu tente arrombar uma porta lateral. Suas fechaduras parecem
fracas. 18.
35

Caminho pelas ruas cinzas, há tantos muros pichados, me pergunto se nessas mensagens
rebeldes se esconde algum segredo. Começou a chover, uma chuva lenta com gotas finas e frias.
Acho melhor acelerar o passo. O sol já se pôs, deixando somente alguns raios amarelados no
horizonte disputando lugar com as nuvens escuras carregadas.
- Hei você! – Alguém disse meu nome no beco. Era uma voz conhecida.
- Quem está aí? – Pergunto.
- Sou eu, o Zadu! Não se recorda de mim? Sou namorado da Daneva. Aquela gostosa que
você paga muito pau!
Maldição! Era o fantoche da Daneva, por um minuto pensei que ela estivesse por ali
tentando fazer uma pegadinha, quando me aproximo do beco, três palhaços encrenqueiros se
movem em minha direção, saindo das sombras. Pilantras! O que eles fazem com a pelúcia da
minha amiga, ou seja lá o que Daneva for minha! (3 Palhaços de Gangue atacam. Lute!)
Tendo vencido, continuo. 72.

36

O ar quente me derretendo. Sinto-me dentro de um micro-ondas. Ao final uma escada


vertical aponta a saída. Coloco o padre no ombro e vou me empurrando para cima, por sorte a
escada possui poucos degraus. A exaustão tomou conta de mim, e o pessimismo também.
Infelizmente o incêndio alcançou a igreja, há fogo por todos os lados, o calor é muito mais intenso
aqui em cima. Não há caminho fácil para mim, mas eu preciso me esforçar para chegar até uma
das janelas.
Foi em vão os meus esforços. No segundo seguinte uma maldita viga caiu sobre mim,
contudo eu me esquivei do pior dano, mas meu corpo ficou preso, entre os bancos. Puta merda!
O corpo de Monarcel ficou quieto caído ao meu lado, livre, entretanto mais perto do fogo.
- Satã está vindo nos buscar – murmurou o padre.
Eu tive certeza que sim dessa vez, a fumaça era muito densa e o calor muito extremo. Eu
não pude mais ficar acordado. Fechei os olhos e aguardei o abraço do inferno. 74.

37

Vai pro inferno! Meu golpe com a vassoura não surtiu efeito na coisa, nem desfez as teias
(gaste 2 pt de Esforço). Era como se fossem intangíveis, a vassoura atravessou por dentro dela.
- Aleluia! Glória a Deus! – Continuou falando a cabeça humana.
Eu tentei me afastar quando a aranha começou a se movimentar rapidamente pela parede,
tentei voltar para o quarto e fechar a porta, mas não consegui a tempo e a desgraçada muito ágil,
saltou pra cima de mim. 46.

38

A luz inconstante amarelada nas extremidades laterais do lugar era devido a uma meia-
dúzia de velas acesas na lateral da parede. Algumas cortinas com emblemas cristãos balançavam
denunciando a saída de ar pelo duto acima. O maldito padre ou sei lá quem, construiu um
complexo local bem embaixo da igreja, pela arquitetura do local, ele deve facilmente se estender
em diferentes direções, com variadas salas, com finalidades que só o capeta deva saber.
Depois de caminhar pelo corredor tenho acesso a três novas portas. Odeio essa parte. Por
qual porta devo seguir?
A porta da esquerda? 6.
A porta do meio? 70.
A porta da direita? 2.

39

A casa de Eva era muito simples. Ela aproveitava bem os pequenos espaços para colocar
seus enfeites, móveis e acessórios, tais objetos traziam uma aparência única referenciando
diretamente a mulher. As roupas dela ficavam em cabides pendurados em varais que cruzavam
os cantos da sala, na porta diferentes tipos de máscaras estavam a mostra, sacodindo-se facilmente
com o soprar do vento, a cama dela era de solteiro, com uma colcha vermelha cheia de glitter.
- Entre e fique à vontade – disse se sentando para tirar o salto, suas pernas estavam muito
abertas e mesmo sua saia não sendo tão curta assim, era possível ver parte da calcinha. Daneva
tinha a noção de suas partes estarem a mostra, entretanto não se preocupava em ocultá-las, ela
não é do tipo que faz tempestades por causa disso. De todo modo, eu não foquei minha visão lá.
- Eu quero te apresentar alguém, vai parecer loucura da minha cabeça, mas garanto que
você vai achar tudo muito legal – ela se levantou empolgada.
A mulher foi até a escrivaninha, pegou um fantoche vestiu-o no braço e começou uma
encenação:
- Oi, eu sou o Zadu!
Eu fiquei sem entender bem, ela me olhou por alguns segundos, então falei:
- Oi Zadu.
- Agora que você quer dá uma de fingido né? Mas antes você tava olhando pra calcinha da
Daneva, safadeza total! – Daneva não abria a boca, mas eu tinha quase certeza que mesmo sua
voz mudando tanto, era ela quem fazia a voz da pelúcia.
- Zadu não seja assim, as pessoas gostam de ser respeitadas – sua voz voltou ao normal.
- Tudo bem Danevinha, em consideração a você, vou deixar para matar esse cara depois –
ela estava falando com uma pelúcia sobre matar. “Matar? ”. Por algum móvito essa palavra não
ficava bem num bichinho de fofinho com jeito de psicopata.
(Adicione Zadu a trama como Inimigo).
A mulher guardou o fantoche, e me olhou sorrindo. Ela gostava de como a situação estava
esquisita. Ela riu a noite inteira, mas os risos de agora eram muito diferentes. Anormalidades e
normalidades andam mais próximos do que parece. 58.

40

Ela está ali, há gosma verde e teia espalhada por todo lugar. Preciso fazer um vídeo disso.
Se não for uma loucura da minha cabeça, as pessoas precisam saber. Quando me movi para pegar
o celular a maldita saltou na minha cara, meus reflexos quiseram trazer o meu braço para defesa,
contudo eles estavam grudados as minhas roupas devido as teias e a gosma. Sem outra alternativa
eu mordi! Mordi com força e senti o gosto podre da aranha. A cabeça humana também emitiu um
grito de dor, em seguida foi a vez do som da cabeça da aranha sendo esmagada. Um liquido
marrom começou a se fundir e escorrer na minha cara e cuspi aquela porra toda e comecei a
vomitar ali no chão mesmo. Cruzes, parecia que eu tinha vomitado merda, um cheiro forte
contaminou o ambiente, meu estomago fez um barulho horripilante e eu tinha certeza que acabei
te ficar com uma diarreia, que nojo porra!
Eu fiquei caído no chão sem entender o desaparecimento do cadáver da aranha monstruosa,
toda sua gosma e as teias. Não havia nenhum rastro, só a bagunça de nosso confronto.
(Receba 1 dano grave de Emoção).
Adormeci bem ali, onde havia uma sujeira, que se mostrou pela manhã somente uma
alucinação. Cada dia esse tipo de acontecimento parece ficar mais frequente. Se me lembro bem,
tudo isso começou depois que eu vi aquele vídeo de um cara bizarro usando uma máscara no
Youtube.
(Base)
41

- Seguinte. Eu gosto de você, por isso, acho digno da minha parte zelar pela sua proteção.
Tenho um brinquedo para você se proteger:
A) Revolver 38. 250R$.
B) Munição para 38. 80 R$.
(Sempre que adquirir um ou mais itens acima perca 1 pt superficial de Emoção).

- Talvez esse brinquedo me ajude com alguns problemas – falei sorrindo para o Manolo.
(Você pode voltar para esse parágrafo sempre que quiser. Quando encerrar suas atividades
volte para Base).

42

Olha só, por pouco não me dou mal. Eu ia tentar uma acrobacia ninja, mas tem logo ali
uma câmera de segurança. Não vai ser difícil evitá-la. (Gaste 1 pt de Tecnologia). Tendo evitado
a câmera me desloco pelas paredes laterais, as sombras e a chuva ajudam a me camuflar. Seja lá
quem foi que construiu essas paredes ele deixou um convite para alpinistas, veja só, as paredes
têm relevos e encaixes tão bem localizado que até uma criança poderia escalar. (Gaste 1 pt de
Altetismo).
Lá em cima a janela tinha um vitral colorido, o Cristo tava olhando pra mim, procurei
ignorar, mas na verdade nem me lembro se invadir a igreja é pecado. Uma pequena forçada e a
janela abre o bastante para eu passar por ela. 11.

43

Da entrada, me abaixo com cautela para conseguir enxergar o que se escondia perto da
privada. Talvez tenha sido só um rato, eu já tinha achado um por esses dias, ou talvez seja só
minha imaginação. Eu bem que queria, mas quando consegui ver perto da privada, havia uma
coisa enorme, um bicho muito esquisito, escondido, quieto e na sombra. Era certo que hoje não
era um dia para normalidades, aquela criatura não era um animal comum era a porra de uma
aranha com mais de trinta centímetros. Trinta centímetros caralho! Quando me levantei para ir à
cozinha pegar alguma coisa para matar essa desgraça, já era tarde, ela me fintou com seus olhos
vermelhos aos montes e saltou! (Receba 2 danos superficiais na Emoção). 46.
44

A igreja virou uma enorme bola de fogo. A cruz que ficava no topo. Feito com uma luz de
led entrou em combustão e caiu de ponta cabeça. Espero que isso não seja um mal sinal. Espero
que o padre louco tenha virado pó, também. Ele teve o que mereceu. Daneva foi vingada.
A noite está cheia chegando ao fim, depois de sair do inferno estou mais propício em sentir
o orvalho da manhã. Sigo caminhando tranquilamente, no horizonte as sirenes ecoam, com certeza
já foram alertadas as autoridades. Alguns vizinhos nas varandas surgem para ver a tragédia na
igreja, eu passo despercebido e sumo nas sombras da rua. Vou para casa, preciso tirar um cochilo.
(Conclua o Evento. 98).

45

Eva usava um vestido vermelho vibrante, que contornava bem seu corpo. Todos no local
parecem conhecê-la, sempre a saudando, teve até uns caras que lhe deram selinhos na hora de
cumprimentar.
A mulher ficou me encarando por muito tempo, quando estávamos sentados numa mesa.
- Um mais um é igual a dois – disse ela por fim. – Os homens inventaram, ou descobriram
isso?
- Boa pergunta – respondi, sem a menor noção do que falar naquele momento.
- Eu sei que você quer saber mais a meu respeito, por isso, vou te contar o básico. Eu sou
Eva Daneva, uma mulher guerreira como qualquer mulher. A única coisa que me traz a esse
mundo é descobrir boas sensações, onde a maioria das pessoas jamais imaginou que poderia
existir. É como fazer um dueto com uma criatura sombria. Eu já fiz parte de uma trupe de circo,
mas acabei me apegando a essa cidade, agora sobrevivo fazendo e recebendo favores de amigos.
- Muito interessante.
- Eu tenho sua amizade, certo? – Perguntou a mulher.
- Sim, claro.
- Então me pague uma bebida, meus lábios jazem frios, eu preciso esquentá-los.
Levanto a mão, e um garçom se aproxima sorrindo para Daneva, peço para ele trazer uma
cerveja. (Gaste 12 R$. Se não puder pagar adicione um débito de 20R$ a sua ficha).
A noite foi prazerosa ao lado dessa pessoa. Por fim a mulher de cabelos roxos se levantou
quando notou o horário e se despediu carinhosamente com um leve beijo na minha testa, ainda
passou a mão suavemente pela minha nuca num gesto carinhoso. Eu queria voltar a vê-la.
- Vamos nos ver de novo aqui, na próxima semana. Tenha cuidado, boa noite.
Ela saiu. Talvez eu devesse segui-la? 63.
Esquece, acho melhor ir para casa. 71.

46

A aranha pulou na minha cara. Eu senti a gosma que saia da boca dela, aquela pele
asquerosa roçando no meu rosto, os vários olhos vermelhos em chamas. Eu fecho os olhos, pois
essa visão é diabólica. (Receba 1 dano grave na Emoção).
Vou tentar dar um safanão e tirar essa porra da minha cara! 17
Ou melhor: Vou esmaga-la com aquele jarro! 22.

47

Cuidadosamente eu tiro o revolver da bunda do cara, torcendo para não ter um cheiro de
bosta. Essa arma pode me ser útil. O cano da pistola estava sujo de sangue, entretanto o revolver
ainda parecia ter condições de uso.
- Sai vagabundo! – Gritou alguém.
Quando me virei para ver, aquela tia que estava com os peitos de fora, saltou sobre mim.
Não foi difícil afastá-la, porem ela insiste na briga. Não quero confusão no beco, mas agora é
tarde. (Gaste 2 pt de Briga e 1 de Atletismo).
Um safanão, ela cai no chão e começa a chorar. Sério querida?
Um homem bem vestido se aproxima, ele veio do fundo do beco. Sua expressão era de
descontentamento. Esse estava bem aparentado, usando roupas e boné de marca importada.
- Vai zoar o bagulho, truta? Nunca te vi por aqui na quebrada, ninguém aqui curte essa fita
aí não, a galera aqui é de boa, você não é bem-vindo! Vai vaza do rolê! – Falou ele, como se
quisesse enfiar todas as gírias do mundo numa só frase. Dessa vez os demais moribundos estavam
prestando atenção, como se ouvissem um líder.
Não ia pegar bem para eu ficar aqui. Aceno levemente para o cara, guardo o revolver e me
retiro, a magrela chorona mostrou a língua para mim, era um gesto infantil que me fez rir.
(Adquira um revolver 38. Com 3 cargas já usadas. Adicione Manolo na trama como seu
Inimigo. Faça um teste de RISCO – Prisão nível 1. Se passar volte para Base).

48
Abro a porta lentamente.
O banheiro era pequeno e fedorento, contudo estava vazio e girando? Minha cabeça dói!
Sinto uma tontura, tudo está girando ao meu redor. Eu já me senti assim antes, só não me lembro
quando.
- HÁ, HÁ, HÁ! Olá seu idiota! – Uma voz aguda e muito irritante surgiu perto da pia.
Minha visão está embaçada. Não consigo ver quem é.
- Oh mano! Sou eu, Zadu. O namorado da gostosa Daneva – repetiu a voz.
Puta que pariu, aquela pelúcia chata! Minha visão começou a melhorar, e perto da pia tinha
um fantoche, todo remendado balançando os braços, o sobrenatural é que não havia ninguém o
controlando. Aquela coisa tinha vida própria.
- Fala aí cara, você veio ajudar a Daneva?
- Você sabe onde ela está? – Eu endoidei mesmo, agora estou até falando com uma pelúcia.
- Eu sei onde ela não está, ela não está no meu bolso. Sabe por quê? Eu não tenho bolso!
Lazarento! Ele ficou ali rindo, e eu parti pra cima dele, com meu nariz escorrendo sangue,
mesmo sem saber exatamente, ou pensando que tudo isso não passasse de ilusão.
Então eu tive a súbita certeza da realidade. Algo assombroso surgiu de dentro da privada,
uma aranha enorme, com uma cabeça humana falante presa em suas costas. Igual aquela vez lá
em casa, essa porra é foda de morrer!
- Aleluia irmão! – Falou a monstruosidade antes de saltar para cima de mim! (Pegue a ficha
de Arconte Teia Tétrica. Lute!).
Esmaguei a miserável e o Zadu desapareceu. Volto. 11.

49

Pego o controle remonto e deito no sofá. Aperto o botão de ligar, uma, duas, três vezes e
nada. A TV não ligou. Me levanto para ligar manualmente, não resolveu nada. Uma breve
observação revelou que o fio da tomada estava comido. Como isso foi acontecer?
- Amém! Amém! – Ecoou uma voz grave do corredor.
Olhei para trás curioso, a voz parecida não ter saído da casa vizinha e sim de dentro da
minha própria. Poderia se tratar de algum bandido? Vou caminhando em direção com cautela
(Gaste 1 pt de Cautela). Ao chegar no corredor vi uma sombra se rastejar para dentro do banheiro.
Meu coração começa a acelerar. Algo anormal está acontecendo, eu sinto. (Receba 1 dano
superficial na Emoção). 43.

50
Uol! Olha a mão boba!
Fazia tanto tempo que outra pessoa além de mim não pegava “aí”. A língua dela dentro da
minha boca é uma sensação semelhante parece que voltei a ser virgem. Ela pega minha mão e a
coloca na sua cintura, depois a empurra suavemente até sua bunda. Muito macia por sinal,
aproveito para introduzir um leve tapa. O estalo e a dor a excita e ela geme alto, isso me deixa um
pouco com vergonha. A todo momento ela me olha, como se quisesse observar minhas reações.
Ela se levanta e tira a blusa, havia uma tatuagem passando pela cintura, indo pela bunda
até a coxa. Puta que pariu. Essa mina é gostosa de mais, cara! Rapidamente ela puxou a minha
cabeça e sem aviso prévio mostrou como era boa com a boca. Depois de uma chupada gostosa
ela mirou e deu uma cuspida, acariciou rapidamente com as mãos e voltou a chupar. Que tesão!
Eu ainda estava na cadeira, em seguida ela me jogou na cama, tirou a calcinha, subiu na
cama e colocou a boceta na minha cara. Que delícia! Era lisinha, estufada pra caralho, dava
vontade de morder de tão macia, tinha um pircing brilhante, um pouco mais pra cima uma palavra
tatuada me chamou a atenção “Proibida”. Não para minha língua, pensei.
- Era isso que você queria, não é? Agora toma, chupa minha boceta, chupa essa porra logo!
Essa noite seria para sempre inesquecível. 69.

51

Essa sala é algum tipo de camarim para o Padre.


Minhas suspeitas ganharam mais força, havia dois pratos sob a mesa, no centro da sala,
uma das cadeiras tinha cordas enroladas. Eu deduzo que isso pode significar algo bem radical. É
possível que Monarcel mantivesse Daneva aqui, em cativeiro? Hoje está sendo um dia daqueles,
e a cada minuto mais bizarrices entram em cena. Eu não sei como isso vai terminar.
Em cima da mesa uma pequena faca. Hmm, isso pode ser útil. (Adquira uma Faca Pequena
com 2 pts de carga já usados).
SNICTIHIHI. Quando estava prestes a sair, um som agudo veio do pequeno banheiro mais
à frente.
Talvez seja só algum rato maquiavélico preso no banheiro. Deixa isso pra lá. 11.
Eu vou averiguar, aquele som pode não ter sido feito por um rato. 48.

52

- Ownt! – Disse Odete após abrir o presente que dei a ela: um urso de pelúcia. – Olha que
fofura, até parece com você. Muito obrigada, eu adorei o presente.
Era engraçado como uma mulher de meia idade parecia uma adolescente fã de Restart.
Quanto a esse pensamento, nunca falei sobre, mas ela sabia que eu assim pensava, na verdade
Odete Farias de uma forma muito sinistra sabia o que as pessoas pensavam a seu respeito.
O seu apartamento era muito chique, com abajur espalhados por todo canto, diferentes tipos
de luzes no teto e papéis de parede floridos supercaros. Ela me ofereceu vinho do bom, eu aceitei.
Odete tinha grana para comprar qualquer presente, mas ainda assim adorava ser presenteada. Era
uma espécie de ritual para ela, eu acho.
- Você sabia que seus sentimentos tem um significado oculto? – Ela perguntou com um
olhar sério. – Os sentimentos das pessoas tem significados muito mais extenso que a consciência
pode decifrar, sobretudo os sentimentos sombrios, e você está cheio deles. Que tal se eu te revelar
um pressagio através da linguagem secreta dos sentimentos?
- Isso parece diferente para mim.
Odete pegou algumas cartas muito parecidas com as do Tarô e me disse:
- Relembre, sinta saudades, sinta a dor e os sentimentos ocultos da sua mente e puxe uma
carta.
(Role o dado, confira o número na tabela, anote a frase correspondente ao número em sua
ficha como Xp).

(Tabela de Presságio dos sentimentos ocultos:)


1) O sopro triunfante da boca subestimada.
2) Você não vai me ver chegando.
3) A academia irá premiar
4) O singelo brilho na escuridão.
5) Uma forca como presente.
6) Ele já está entre nós.

Em casa fiquei pensando no significado desses presságios.


(Volte para Base)

53

Nas trevas quase constantes do corredor minha cabeça está girando.


Não sei quando eu adotei essa mania cabulosa de refletir sobre tudo. O caso é que nesse
momento totalmente insano e horrível, eu deveria me lembrar da minha vida, meu passado, a
infância, a primeira transa, ou qualquer coisa que faça minha vida ter um sentido humano. Acho
que essas memórias se perderam para sempre e agora nesse estágio horrível, só me restou uma
única coisa, admirar em silencio a minha atual situação.
Quando falei que a minha cabeça estava girando, isso não foi de maneira figurada, é literal.
Não sei donde eu tirei a ideia absurda de avançar feito um retardado para cima do cara, contudo
sei que no instante seguinte após ter feito tal cagada, minha cabeça foi pro ar, separada do corpo.
O homem bizarro me decapitou com um fação que ele tirou de dentro do seu bucho, caralho, que
cara estranho. Enquanto eu tento narrar pro vazio cósmico a minha desventura eu vejo um outro
facão girando em câmera-lenta em minha direção – dessa vez arrancado da panturrilha – O cara
é bom de mira, admito. O filho da puta cortou minha cabeça e ainda brincou de tiro ao alvo com
ela. Nas trevas quase constante do corredor minha cabeça está girando. (Sua história chegou ao
fim).

54

Parece que a turma curte ficar amontoada na parte inicial do beco, por aqui está bem mais
sossegado. A umidade e o cheiro de doença ainda continuam. As luzes dos postes quase não
chegam até aqui.
Um homem está caído no chão, parece que muito drogado. Ao seu lado uma mochila parece
estar bem cheia.
Ignoro o cara, e continuo seguindo. 78.
Ele não vai se importar se eu dar uma vasculha na mochila. 60.

55

No final do corredor uma saída para uma área externa. Uma bela mulher de cabelos
vermelhos estava encostada no muro, fumando um cigarro e olhando despretensiosamente para o
céu nublado. Era Dalila que lá estava, ela estava tão na dela, que nem se importou quando eu me
aproximei
- Dalila? – Chamei.
- Seja lá o que você quer, eu não estou afim.
- Eu vim falar sobre Eva Daneva.
- Você é da polícia?
- Eu tenho cara de policial?
- Não, tem razão, geralmente policial não tem uma cara tão fodida quanto a sua.
Desgraçada. Gostei dela. Um dia espero ter essa coragem também, falar a verdade
diretamente na cara das pessoas.
- Escuta, a sua amiga Eva Daneva, está desaparecida e eu estou tentando encontrá-la, será
que você pode colaborar?
- MAS QUE PORRA? – Alguém gritou vindo por trás de mim. Quando me virei um
brutamontes já havia me empurrado para a parede lateral. (Receba 1 dano superficial de Saúde).
Que desgraça mano! Parece que fui atingindo por um elefante. O cara quer ver sangue, sua
expressão é de puro ódio, até parece que ele me pegou comendo a mulher dele. Ele vem de novo,
mas dessa vez não vou vacilar. Desvio e acerto um soco no queixo do maldito. (Gaste 1 pt de
Atletismo e Briga). CORNO FILHA DA PUTA!
Ele ficou atordoado, mas isso não o impediu de querer mais, então a Dalila interveio:
- Para com essa merda PEZÃO! Já falei pra você me deixar em paz, some daqui, vaza porra!
Ele saiu devagar, levado por um garçom, sem deixar de me encarar. Eu tinha certeza que
ele ia pegar alguma arma lá dentro, preciso sair desse lugar.
- Escute você! – Ela me apontou o dedo – a gente conversa em outro lugar, eu preciso
trabalhar agora. Aqui está meu telefone, vamos combinar de nos falar na Alameda em outro
momento.
Sem perder mais tempo sigo direto para saída.
(Adicione Dalila na Trama e faça o teste interpessoal imediatamente. Adicione Pezão na
Trama. Avance 2 dias. Volte para BASE).

56

(Avance 3 dias).
Eu passei a vigiar Gabriel e segui-lo por algumas noites. Ele fazia coisas normais, saía com
a namorada, cinema, teatro e essas coisas. Eu já estava me sentindo melhor, achando que era só
mais uma paranoia minha, foi então que o cara foi até o Club Paraíso Perdido. E isso foi tudo que
eu precisava saber para ter certeza que o loirinho se esforçava para manter as aparências.
De longe eu o vi sair, depois de muitos minutos dentro do local, ele seguiu carregando uma
pequena bolsa para dentro de um beco. Não podia perdê-lo de vista então fui atrás. (Gaste 1 pt de
Cautela).
No beco, o desgraçado abriu a bolsinha e tirou o que parecia ser uma mão amputada. Puta
merda! (Perca 1 Emoção superficial). Ele olhou para aquilo por alguns instantes depois o jogou
no chão, esnobando e seguiu mais adentro da escuridão do local. Esse caminho o levaria para
outra rua, preciso continuar em seu encalço.
Continuo seguindo calmamente, passo pela mão no chão e noto que se tratava na verdade
de uma mão falsa, o curioso é que uma mensagem estava escrita na palma da mão: “Culto das
Mãos”. Caralho, em quantas coisas doentia esse moleque está metido? O breve tempo que eu
fiquei olhando aquelas palavras e símbolos foram o bastante para eu abrir a minha guarda, não
notei quando o maldito loiro surgiu e me acertou bem na nuca, eu caí. Gabriel estava me
encarando nervoso e eu apaguei com uma baita dor de cabeça. 85.

57

Pego uma chave de fenda e arranco o disco rígido do computador. Isso deve servir como
prova para as autoridades. Acabei perdendo tempo com isso, a fumaça está mais densa e as chamas
estão mais quentes. (Gaste 1 pt de Sobrevivência e perca 1 pt de Saúde).
Quando ia me afastando da mesa do computador, fui atraído pelo brilho de algo na gaveta.
Lá dentro havia uma luneta muito brilhante e sofisticada. Vou leva-la comigo. Monarcel não
pareceu se importar, então não é roubo. (Adquira a carta de relíquia Luneta do Oculto).
Agora preciso arranjar um jeito de dar o fora daqui! 73.

58

Eu sentei na cadeira, a mulher de cabelos roxos de frente para mim – Com os olhos ficou
me encarando, mas eu não desviei o olhar, ela sorriu. Tudo não passava de um jogo para essa
pessoa. Daneva se inclinou sobre mim, eu senti o calor do seu corpo, ela tirou o cabelo do rosto,
o tempo todo me fitando com olhos verdes vibrantes, era um momento único. A seguir, veio o
beijo.
Eu agarro pela cintura e beijo de volta. 50.
Não quero nada disso. Ela me atendeu errado. 80.

59

“Observei quando ele abriu o sexto selo. Houve um grande terremoto. O sol ficou escuro
como tecido de crina negra, toda lua tornou-se vermelha como sangue e as estrelas do céu caíram
sobre a terra...”. Eu passei o olho pela bíblia e li essa passagem, tenho certeza que era o livro do
apocalipse. A bíblia estava no púlpito, bem arrumada. Três cadeiras bem ornamentadas estavam
diante da estátua da virgem Maria carregando um bebê. Seria só um altar de uma igreja comum,
se não fosse pela vista de um símbolo nada católico. Bem ali no canto, logo abaixo das estatuas
dos anjos, eu lembro perfeitamente de onde é tal ícone. (Gaste 1 pt de Ocultismo). Esse símbolo
está no vídeo do tal Alexyus Cruz. Me aproximo para ver os detalhes, o relevo sobre o símbolo
revela a sofisticação por trás. O símbolo era um botão. (Gaste 1 pt de Ofícios). Aciono e claro,
uma passagem secreta é destrancada: um alçapão perto dos anjos. Claro... é muito comum padres
terem símbolos malucos e passagens secretas na sua igreja. Vamos ver aonde isso dar. 64.

60

Abro a mochila. (Gaste 1 pt de Cautela). Não havia nada, só um monte de latinha de cerveja
amassadas.
- Sai vagabundo! – Gritou alguém.
Quando me virei para ver aquela tia que estava com os peitos de fora, saltou sobre mim.
Não foi difícil afastá-la, porem ela insiste na briga. Não quero criar uma confusão no beco, mas
agora é tarde. (Gaste 2 pt em Briga e 1 pt de Atletismo).
Um safanão, ela cai no chão e começa a chorar. Sério querida?
Um homem bem vestido se aproxima, ele veio do fundo do beco. Sua expressão era de
zangado. Ele estava bem vestido, usando roupas e boné de marca importada.
- Vai zoar o bagulho, truta? Nunca te vi por essa quebrada, ninguém aqui curte essa fita aí
não, a galera daqui é de boa. Vai, vaza do rolê! – Falou ele bancando o Manda-Chuva.
Não ia pegar bem eu ficar aqui. Aceno levemente para o cara e me retiro, a magrela chorona
mostrou a língua par mim, era um gesto infantil que me fez rir.
(Adicione Manolo na trama como seu Inimigo. Volte para Base).

61

- Fala onde tá as outras passagens seu merda! Eu sei que tem mais aqui! – Gritei quando o
empurrava para o concreto da parede.
- Não podemos fugir – Ele respondeu. – Devemos ficar aqui e abraçar Satã!
Vai tomar no cu! Você vai falar sim! Pego um bisturi e começo a rasgar o rosto do
desgraçado, indo em direção ao olho, sem tirar diminuir a força. (Gaste 2 pt de Intimidação, 1 pt
de Manipulação e 2 pt Superficial de Emoção).
- Vai, fala porra! – Eu o viro de costa e começo a enfiar o cabo da chave de fenda,
violentamente no cu do padre.
- Naquela parede. – Ele confessou. – Naquela parede tem uma passagem!
A fumaça está cada vez mais densa, as chamas cada vez mais quente. (Gaste 1 pt de
Sobrevivência).
Ativo um botão e uma passagem é revelada.
Não preciso mais de Monarcel, vou deixá-lo aqui para pagar por seus pecados. 30.
Não dá, vou levá-lo. A morte é pouco para esse maldito! 23.

62

- Que cara é essa?! – Disse o dono do boteco. Essa barba malfeita que ele tem, era para
demonstrar sabedoria em conversa de bêbado? – Já sei do que você precisa. – Continuou o velho
–, toma aqui essa pinga caseira, feita pela minha esposa.
(Gaste 20 R$. Recupere 1 pt de Emoção Superficial).
Está na hora de ir. (BASE).

63

Daneva anda totalmente despreocupada pelas ruas. Ela morava perto da Alameda, quando
se aproximou de sua casa tirou o salto e carregou nas mãos quase que os derrubando. Atravessou
a rua e do outro lado da calçada abriu um portão pequeno de grade. A casa da Daneva ficava na
parte superior de uma mercearia. Bem, eu só posso supor na verdade que aquela seja a sua casa.
De qualquer forma, era um lugar muito pequeno, mas que de toda modo combinava com a
atmosfera e personalidade da mulher.
Após me certificar que ela estava segura, é minha vez de ir para casa. Quando estava a dois
quarteirões do meu lar, sou surpreendido por um palhaço maluco dizendo:
- HÁ! HÁ! HÁ! A alegria chegou, então é melhor me passar sua carteira!
Porra nenhuma! (Adicione o Palhaço de Gangue a trama como Inimigo. Lute!)
(Sua relação com Eva Daneva evolui para Aliado. Você só pode se relacionar com ela
novamente daqui há uma semana. Volte para Base)

64

Desço pela escada metálica e mantenho o alçapão aberto, nunca se sabe quando vou
precisar passar por aqui correndo fugindo de alguma praga do inferno.
UARRGH!!! Esse era o som estridente de uma mulher gemendo de muita dor. Cara, essa
voz, é da Daneva. Preciso me acalmar e avançar com cuidado. (Gaste 1 pt de Cautela). Sigo furtivo
pelo corredor estreito e úmido, a voz me guiava, a escuridão era quase labiríntica. 38.

65

Me aproximo para ver o que há de errado com o cara, ele se contorcia deitado sob um
pedaço de papelão, na calçada fria.
- Meu cu. Meu cu não para de dor. Tem um alienígena no meu rabo. Me ajuda, por favor,
por favor – Gemia o moribundo.
Eu levei um susto! O maldito tirou de baixo do papelão um revolver, deitou de lado e enfiou
o revolver na bunda sem abaixar o calção, havia um orifício na roupa e atirou! BANG! Quando
notei o que ia acontecer eu saltei recuando, caralho, que imundice! Com um estouro uma barata
saiu aparentemente do cabelo do lazarento. Sangue voou, ainda bem que não respingou em mim,
houve um puta barulho e todo mundo continua lá, quietinho, usando craque e todo tipo de
entorpecentes. Ninguém está dando a mínima.
Já que ninguém parece se importar, vou pegar o revolver pra mim. 47.
É melhor deixar quieto, isso aqui virou uma cena de crime, vou adiante pelo beco. 54.

66

Um incêndio teve início, graças a confusão anterior. O corredor escuro agora é clareado
pelas chamas nas cortinas e portas. Avanço rapidamente. UAARGH!!! O grito da mulher está
mais alto. Enfim eu cheguei ao lugar, uma sala com vários instrumentos e equipamentos
científicos, computadores e livros. Agora estou diante da atrocidade cometida a Daneva pelo seu
algoz Monarcel.
Um monitor exibia repetidamente Monarcel cortando com uma serra e outras ferramentas
diferentes partes do corpo da mulher. Insano! Ela era uma mulher absolutamente linda e agora,
nessa cena foi reduzida a um monte de tripas e sangue espalhado numa mesa cirúrgica. O vídeo
se repete e o padre assiste, o filho da puta assiste enquanto chora.
- Eu achei que conseguiria, me desculpe Eva – Ele disse sem olhar pra mim. – Veja aqui,
eu pensei que se eu usasse a carne da vagina dela, poderia fazer um elixir. A vagina dela era
poderosa, possuía propriedades nunca antes vistas no mundo, eu tinha certeza que se bebesse esse
elixir, me transformaria em um deus, depois disso eu teria poder para recriá-la e nós. Mas não
funcionou, veja aqui, pode beber se quiser.
Eu estou imóvel, inacreditável essa loucura. As palavras dele eram nojentas, eu estava me
sentindo horrível, me senti ainda pior quando o maníaco me olhou e levantou um copo de vidro,
para que eu pudesse espiar, dentro do copo um liquido marrom. Aquilo era as partes da mulher
que o desgraçado fez suco, o filho da puta ainda bebeu!
Não consigo olhar para ele por mais tempo, viro o rosto e dou de cara com a cena da
mutilação, dessa vez não por um monitor, o cheiro de podridão invade meu nariz, e em cima da
mesa cirúrgica a cabeça de Daneva me encara. Talvez ela me culpasse por existir, somente para
presenciar essa cena. (Avance 1 pt de Melancolia. Se você tiver transando com Daneva avance 1
pt de Silêncio). 13.

67

- Fico feliz que tenha aceitado meu convite para jogar uma partida de xadrez – Dromas
estava sorridente com um cigarro na boca. Engraçado, desde que o conheci, nunca o vi sem um
cigarro. Hábitos nada saudáveis. Espera, desde quando eu passei a ser exemplo de qualquer coisa?
A casa dele era muito confortável em sua simplicidade. Muitas janelas davam à vista um
ar mais verde. Na parede a foto da família. Alberto me pegou encarando e disse:
- Sim, nós éramos muito felizes. Essa é minha esposa, todos chamavam ela de Gigi, e meu
filho Caíque.
- O que aconteceu com eles? – Perguntei.
- Eles estavam indo visitar a vó na cidade de Piracicaba, desde então nunca mais tive
notícias deles, é como se tivessem simplesmente evaporado. Já faz mais de treze anos.
Eu fiquei em silêncio, enquanto me contava a história toda, Alberto arrumava o tabuleiro
de xadrez, o curioso é que em nenhum momento ele olhou para o quadro, como se tivesse
decorado seu conteúdo.
O jogo estava empolgante, eu havia ganhado duas partidas e igualmente perdido duas,
disputávamos uma melhor de cinco. O Dromas era muito falante, sempre contando algumas
piadas interessantes, mas com um humor que somente ele entendia. Eu acabara rindo por ele
parecer tão empolgado no seu próprio riso.
- É curioso que você esteja aqui nessa casa, onde eu vivi a melhor fase da minha vida, junto
a pessoas tão queridas. Pois, quando eu te vi a primeira vez, eu tive uma estranha sensação de que
talvez pudesse me ajudar a descobrir o que aconteceu a minha família.
- O que eu posso fazer quanto a isso? – Perguntei.
- Por enquanto, continue existindo. Só continue existindo.
Na hora de ir embora, Dromas apertou minha mão fortemente e zombou por minha derrota.
- Ah, é mesmo. – Disse ele antes de fechar a porta, eu me virei para prestar atenção. – Tem
um livro muito interessante na loja do sr. Abadon. Talvez este livro te ajude com alguns
sentimentos. Até mais, volte mais vezes para jogarmos.
Na saída, decido seguir o conselho de Alberto e vou até o Sebo e Loja do Sr. Abadon. 92.

68

Eu pego o desgraçado pelo pescoço e o arrasto pra mesa onde as partes de uma mulher fora
mutilada. Ele não resiste, nem mesmo quando eu o arremesso em cima da mesa. Peguei a serra
elétrica e a liguei. Isso vai ser rápido.
Era como bater bolo no liquidificador. Cravei a serra na cara do padre, desfigurei o maldito,
ele não parava de gritar, nem mesmo quando sua cara foi dividida em duas metades. Havia miolos
por todos os lados, inclusive na minha cara. (Perca 1 pt de Emoção grave. Remova o Padre
Monarcel da Trama).
As chamas ficam mais fortes a cada segundo. Preciso sair daqui. 73.

69

Minha vida sexual se resume agora em “antes de Daneva” e “depois de Daneva”. Essa
mulher possui algo sofisticado de mais em sua natureza, ela não é uma humana normal, eu tenho
certeza. (Recupere todo dano superficial de Emoção).
A transa havia sido ótima, mas eu dormi mal. Levanto para ir ao banheiro, e o Zadu me dá
um baita de um susto quando ele aparece falando:
- O criador de Daneva não é o mesmo que o nosso.
Avanço para pegá-lo, ele desaparece, repentinamente a casa começa a ser sugada para o
céu, para dentro de uma estrela negra, é o meu fim! (Receba uma carta de Abismo, resolva
imediatamente seus efeitos e depois continue lendo esse parágrafo).
Eu acordo. Por sorte não passou de um sonho.
Daneva dormia desnuda ao meu lado, ainda era madrugada. Resolvo ir embora, ela me
disse que tinha algo para resolver bem cedo, não quero atrapalhar os negócios dela. Acho que
gozar três vezes seguidas está ótimo por uma noite.
Vou embora. 75.
70
Que fedor! Padre porco, esse lugar está uma bagunça!
Um cesto de roupas sujas cheio de baratas e outros bichos peçonhentos é a primeira coisa
a notar na baixar luz. Uma vela acessa em cima de um criado mudo. A cama tinha lençóis brancos
com uma enorme macha marrom, aquilo com certeza é marca de merda, mais e mais roupas
podem ser vistas espalhadas. Próxima a cabeceira um travesseiro encardido, uma mala – parece
que alguém vai viajar? – Me aproximo, depois de ter a atenção notada com algo, um brilho
azulada, semelhante a nota de 100 reais, e porra eu tinha razão. A mala tá cheia da grana! (Adquira
5.000 R$). As notas estão bem organizadas com elásticos, cabem perfeitamente no meu bolso o
ser humano é mesmo bizarro, mesmo em uma situação totalmente caótica e perigosa que estou
me metendo, com um surgimento de dinheiro eu acabei ficando contente. Maldição hein, vou
voltar e escolher uma nova porta. 38.

71

A noite foi prazerosa ao lado de Daneva. Fazia tempo que não acontecia algo diferente,
desde que tudo se tornou escuro na minha vida. A madrugada é fria, cauteloso olho para todos os
lados enquanto caminho pelas ruas solitárias. Um sujeito bem vestido caminha na minha direção.
Esse mesmo sujeito estava no bar. Acelero meus passos, não quero que ele me alcance.
- É melhor você tomar cuidado! – Ele gritou – Vê se não se entrosa muito com as minas
que você não conhece. Daneva é um tipo especial de pessoa.
O que devo fazer?
Vou ignorá-lo e seguir para casa. 84.
Quem esse otário pensa que eu sou pra chegar me intimando assim? 78.

72

Depois do quebra-pau a porra do fantoche sumiu! E eu fiquei com cara de idiota!


É melhor eu passar em algum boteco antes. Eu preciso clarear meus pensamentos, é muita
doidera numa noite só. Tenho certeza que não havia ninguém controlando o fantoche. Aquele
peste do Zadu parecia ter vida própria!
Boteco. 62.
Deixa pra lá, vou para casa. BASE.
73

Há muito mais fumaça agora.


(Perca 1 ponto superficial de Saúde ou gaste 1 pt de Sobrevivência). Preciso seguir a
aparelhagem elétrica, tenho certeza que há mais passagens ocultas por aqui. (Gaste 1 pt de
Tecnologia e 1 pt de Ofícios). Eu faço uma ligação direta com os fios numa tomada, a porta deixa
uma leve abertura, o bastante para que eu use o corpo para força-la. As chamas estão consumindo
o local. Maldição, será que conseguirei?
Avanço pela passagem sozinho, Monarcel já está morto. (Se Monarcel estiver saído da
trama vá por aqui). 30.
Monarcel ainda está vivo, vou leva-lo para justiça. Sigo o empurrando. (Se Monarcel ainda
estiver na trama vá por aqui). 23.

74

Eu acordei com dois bombeiros me levando para uma ambulância. Havia inúmeras sirenes,
água sendo jorrada para conter o fogo, policiais e curiosos. Esses putos estavam gritando. Minha
cabeça parece que vai explodir. Procuro pelo padre, ele já estava na maca, sendo levado para a
ambulância.
(Receba 1 pt de Virtude. Se sua virtude for de Esperança recupere 2 pt de grave de Emoção
ou todo dano superficial de Emoção. Se você tiver algum item de arma de fogo consigo, você foi
preso. Cadeia Nv. 1. Itens e Artefatos não possuem taxas de risco e ainda continuam com você, o
dinheiro também).
Eu estava aliviado por estar vivo, quando me peguei pensando no futuro, naquele mesmo
instante, eu sem querer me imaginei passeando ao lado de Daneva, olhando para aquele sorriso
incrível. (Conclua o Evento. 98).

75

Algo curioso aconteceu muito antes de eu ir até a casa de Daneva, algo que talvez eu nunca
venha a saber. O caso é que, após aquele dia eu não tive mais notícias dela. Uma semana se passou
e nada, aquela noite estava agora mais distante da realidade.
(Avance 1 semana. Remova Eva Daneva da trama. O evento “Desaparecida” foi
desbloqueado e pode ser jogado a qualquer momento em que você estiver na Base. Adicione
Gustavo Giovane, e Associado de G. Giovane na trama. Faça o teste Interpessoal. Se você já
combateu um Associado anteriormente, não faça teste Interpessoal com ele capangas e deverá
esperar uma semana para poder se relacionar com os mesmos. Volte para Base).

76

Uma mensagem se ocultava entre as paredes queimadas, no começou eu achei a maior


loucura, mas a loucura já se tornou cotidiana. Apontei a luneta e eis o que havia escrito: “Obrigado
por testar esse jogo”. (Base).

77

Ao chegar no fundo do beco, uma turminha com boa aparência estava lá. Alguns homens
musculosos portavam uma pistola dentro da calça – imagine que louco que seria, quando ele fosse
sacar a arma e atirasse sem querer no próprio saco? – Umas garotas, de boa aparência faziam um
boquete em um outro cara, os brutamontes armados filmavam todo o processo em seus celulares.
No outro lado, um homem bem vestido estava fumando um cigarro quieto, ele não se importava
com a zorra perto dele, fora o único que ficou me olhando desde que eu apareci aqui.
- Fala aí quebrada – Disse o cara com o cigarro se levantando. – Vai colar com nós no rolê?
- Sim – Respondi.
(Adicione Manolo na trama. Faça o teste Interpessoal. Você já pode seguir para o parágrafo
especificado do resultado do teste. Após o teste, se Manolo for seu Inimigo volte para Base).

78

- Engraçado, ela não falou que tinha babá – Falei me virando para encarar o cara.
- Eu só tô te dando um aviso bacana. Agora eu acho melhor você continuar andando antes
que fique sem dentes.
- Engraçado, eu ia dizer o mesmo para você.
O homem careca parte pra cima de mim. (Pegue a ficha do personagem Capanga. Lute!
Após o combate não o adicione à trama. Sua relação com Daneva evolui para Aliado. Você só
pode se relacionar com ela novamente daqui há uma semana. Volte para Base).
79

- Oh! Que bom que você veio – Disse Débora me saudando com um beijo no rosto. – Seja
bem-vindo, a festa está uma delícia.
- Parabéns – Eu disse tentando demonstrar simpatia.
(Você pode gastar dinheiro para comprar um presente agora. Escolha algo na lista de
presentes da “Loja do 1 e 99” e gaste da sua ficha o valor equivalente ao presente escolhido).
Eu entrei na casa, havia adolescentes e adultos jogando videogame, outros bebiam e
socializavam. O clima de azaração estava por toda festa. Até agora não consigo entender o que
eu vim fazer aqui. Talvez eu precise relaxar um pouco.
Durante toda a festa tocou um pouco de sertanejo universitário, era um evento comum, sem
nada muito especial. Jovens de classe média vomitando no tapete, gente se bronzeando na piscina,
algumas crianças correndo. Casais eram formados e trocados a todo momento, na hora dos
parabéns me peguei batendo palma. Por fim, foi um dia diferente, me fez lembrar de uma era em
minha vida que eu costumava sorrir mais e que havia pessoas igualmente sorridentes comigo.
Naquela tarde de festa, eu desejei somente por um momento que tudo voltasse como antes. Foi
nesse exato instante que eu tive a certeza que jamais aconteceria e que eu devia implicar minhas
esperanças para outra parte de mim.
(Recupere 1 pt superficial de Emoção. Recupere mais 1 pt superficial se tiver comprado
um presente para Débora. Ganhe Xp: “Festa da Deb”. Volte para Base).

80

A prosa com Daneva é muito boa. Ela é uma pessoa que sabe separar as coisas. Acabei
descobrindo inúmeras peculiaridades a respeito da moça, e ela as minhas. No final da noite,
quando me despedi senti um frio me abater, um frio singular. Depois um medo, era como se algo
sombrio estivesse a minha espreita, algo fora do comum. Mesmo com as recentes loucuras
acontecendo na minha vida, esse sentimento foi completamente diferente.
- Se cuida, beijoca! – Disse ela se despedindo e eu fui para casa. 75.

81

Gabriel caiu. Depois de uma luta violenta eu também preciso de um descanso.


Agora é a pior parte, ter que aturar as autoridades.
Não demorou e a polícia e um monte de abutre estavam no local, eu respondi algumas
perguntas toscas, me passei por coitadinho e deu tudo certo.
No conforto da minha casa, eu pude me reconfortar. Não havia ninguém, nenhum amigo,
nenhum parente. Eu sou tipo um herói, mas e daí? A verdade é que eu passei por uns bocados
nessa última noite, por pouco não me arruíno de vez. No passado eu nunca imaginaria que seria
assim, que tantos infortúnios me aconteceria e minha vida se tonaria tão soturna, tão mórbida e
decadente. De qualquer modo, é melhor evitar pensar nisso, ou tudo pode ficar pior.
(Receba 1 dano grave de Emoção. Avance 1 semana).
Passados alguns dias, uma correspondência chegou em meu nome.
(Arquivo 015 Liberado. Senha: amigo).
(Volte para BASE).

82

Esse lugar tem um cheiro de doença. As paredes são imundas há moribundos e delinquentes
por todas as partes. Não me assusta a maioria das casas na vizinhança estarem com placas de
“aluga-se”, qualquer ser humano racional ficaria longe desse lugar. Uma mulher extremamente
magra passou me olhando com os mamilos desnudos, o sutiã era usado para prender a calça jeans
que caia na metade da bunda, era deprimente. O interessante nesse local que apesar de ter muita
gente era um tanto silencioso, apesar de que havia um maldito gemendo solitário, feito um suíno.
Bem-vindo ao beco da liberdade.
Certo, e agora?
Vou adiante pelo beco. 54.
Vou verificar se está tudo bem com o cara gemendo, ele parece sofrer. 65.

83

- Desculpe, mas eu preciso muito te dizer. Desde a primeira vez que te vi, eu achei algo
muito intenso em você – Disse Bruno Makoto. – Eu quero ser mais que seu amigo. Por que você
não me dá uma chance?
Ele se declarou para mim. E agora?
Eu gosto dele, vou dar uma chance. 28.
Sem essa cara, vamos ser só amigos. (Reduza 2 pt da relação com Bruno Makoto. Volte
para Base).
84

Essa não era uma situação agradável, por pouco as coisas não terminaram mal para mim.
Acelerei os passos, o sujeito continuou falando para eu me afastar de Daneva, mas logo ele seguiu
para outro caminho, estou mais tranquilo agora, o susto passou. (Perca 3 pt superficial de Emoção.
Sua relação com Eva Daneva evolui para Aliado. Volte para Base).

85

Quer algo mais insano do que acordar amarrado numa cadeira, numa cozinha escura, um
sentimento pior do que uma ressaca e um assassino em série choramingando no seu colo? Pois, é
exatamente assim que estou nesse momento.
(Você não possui nenhum item ou equipamento com você).
- Por que você teve que me seguir? – Gabriel estava chorando muito. – Eu não ia matar
você... O mural não estava completo... A gente era amigo...
- Você é doente cara! Se afasta de mim!
Ele se levanta rapidamente e vai para perto da mesa onde havia muitas fotos de pessoas
conhecidas por mim. Na mão de Gabriel, uma enorme faca de cozinha. Que porra é essa? Não
importa, vou aproveitar a doideira desse verme e sair daqui. (Gaste 1 pt de Cautela).
- Você não entende, o mural de fotos ainda não estava pronto. E agora que você sabe de
tudo eu não poderei continuar matando e sendo seu amigo. Você estragou a brincadeira... Eu...
Eu...
Preciso ganhar tempo antes que ele resolva me esfaquear.
- Mas por que cara, o que você ganha fazendo tudo isso? Não precisava fazer essas coisas
para ser meu amigo.
Ele se irritou:
- Claro que preciso! Eu sou o único bom o bastante para ser amigo de alguém, só eu te
entendia não é verdade? Não é?
Eu ignoro. Ele se ajoelha novamente e continua a choramingar.
- A gente se deu tão bem, você me entendia e eu entendia você. É uma pena que eu tenha
que te matar, a vida é assim, uma amizade começa e outra termina.
Porra, ele empunha a faca, o desgraçado vai me esfaquear. (Gaste 1 pt de Cautela). Usando
a força do meu corpo eu tombo a cadeira para trás, e o dano é minimizado. (Receba 1 dano
superficial).
- Morra amigo! – O maldito vai esfaquear de novo! (Gaste 1 pt de Esquiva). Livre das
cordas, eu rolo para o lado e me ponho de pé. Agora eu vou acabar com esse franguinho!
- Eu não quero mais ser seu amigo! Morra! – ele gritou se levantando rapidamente.
(Lute contra Gabriel. Você não pode usar itens ou equipamentos).

86

Eu aponto a Luneta do Oculto para uma pichação curiosa e descubro a seguinte mensagem:
“Eu sei o que houve em 1999. Quem sou eu? ”.
(BASE).

87

Eu estava tranquilo no meu canto, uma cerveja no copo, mesa na calçada, dava pra ver todo
o movimento na rua. O garçom perguntou se eu queria mais alguma coisa, balancei a cabeça, eu
só queria ficar ali de boa. Um cara passou me encarando, era um olhar paquerador, fala sério, eu
simplesmente ignorei, e ele encurtou os passos, o maldito queria que eu o olhasse. Mostrei-lhe
um olhar demoníaco, e ele se deu por satisfeito.
- Francamente, o que ele acha que pode ganhar com um olhar tosco desse? – Um rapaz
disse se aproximando da mesa. Eu já havia visto esse cara mais cedo.
- Tem gente que não se toca – respondi procurando não dar mais atenção.
- Você esteve no mercado mais cedo, né? Eu te vi na fila do caixa.
Ele se aproximou me reconhecendo também, fiz um sinal básico com a cabeça e ele
continuou:
- Poxa eu esqueci uma nota de vinte reais do troco em cima do caixa acredita? Tava com
tanta pressa por causa da namorada.
- Você devia fazê-la pagar então – falei e ele riu.
- Bom, ela já me pagou de diversas formas. E você? Você não viu nenhuma nota lá em
cima, você estava atrás de mim.
- Não vi. E se tivesse visto eu não iria devolver.
- Justo – disse ele rindo. – Meu nome é Gabriel e o seu?
Ele me estende a mão, eu o cumprimento.
Gabriel é o tipo de pessoa que quer ser amigo de todo mundo. Minutos mais tarde, ele já
estava sentado comigo, pagando cerveja e me mostrando sua coleção de aviões em miniaturas,
nas fotos do seu celular. O estranho foi que quando ele passava as fotos, sem querer acabou
aparecendo a foto de alguém que eu conhecia.
Conversamos bastante, notamos que temos vários gostos em comum. Por fim, fui embora
cheio de sono.
(BASE).

88

Sentado numa poltrona macia eu observo o movimento, procurando pelos funcionários do


estabelecimento. Sempre tem um mais engraçadinho, que quer ser amigo de todo mundo. A
música clássica alternava com uma mixagem esquisita, tal som me fazia ficar impaciente,
caminhei e me aproximei de um funcionário que acabara de ganhar uma gorjeta. Esse deve ser
amigável, pensei.
Coloquei uma nota de 100 reais no seu bolo e sem abrir a boca mostrei a foto de Dalila
(Pague 100 R$. Ou anote um débito de 200 R$). Ele só me sorriu e apontou para uma porta. Foi
para lá que eu segui. 55.

90

Gabriel já estava muito ferido, ele partiu pra cima de mim enfurecido com olhos
avermelhados. Eu me desviei e peguei a faca de sua mão. (Gaste 1 pt de Atletismo). Quando
perdeu a faca, ele perdeu também a determinação, mas já era tarde, eu avancei sobre ele e cortei
seu pescoço.
Ele caiu, arquejando em sangue, se contorcendo, tentando agarrar minha perna, sem
nenhuma força. O curioso é que aquela pessoa ali, tão inofensiva nem parecia um maldito
assassino em série. Com olhos piedosos ele pronunciou uma última palavra:
- Amigo...
Eu o afasto com a perna, o que faz minha calça se encher de sangue. Agora eu preciso
comprometer essa cena de crime: Procuro e acho facilmente água sanitária na casa, jogo por toda
a casa. Limpo as mãos do sujeito. Eu não quero que encontrem nenhum misero vestígio do meu
DNA por aqui, não quero ser associado a essa droga. (Gaste 1 pt de P. Socorros).
Eu preciso sair logo daqui, não é certeza que os vizinhos não tenham ouvido nada. Os
policiais incompetentes poderão facilmente associar o loiro ao Assassino da Boa Vizinhança,
então não preciso fazer muito.
Engraçado, acabei de matar um homem e tudo que quero é ir par casa ver Netflix.
(Perca 1 pt superficial de Emoção. Avance 3 dias. Volte para BASE).

91

Finalmente o Club Paraíso Perdido. O gorila na entrada, era o segurança, seu olhar frio foi
dissolvido quando mostrei meu cartão de membro. Ganhei até um sorriso.
Lá dentro notei um lugar totalmente exótico. Um visual de cabaré vitoriano, com alguns
detalhes renascentista. O decorador parecia saber bem o que estava fazendo, uma vez que
qualquer merda de enfeite medieval, funciona em lugares assim.
Um garçom chega me oferecendo um drinque, eu recuso, não tô com tempo pra isso. Me
aproximo do palco, um punhado de velhos ricos estavam babando no traseiro das dançarinas.
Tinha até um jogando dólares.
Quem sabe eu não deva aproveitar e pedir uma dança também? (Você pode optar por gastar
200 R$ e ganhar o XP: “Strip in Paradise”).
Alguém aqui deve saber de Dalila por aqui. 88.

92

A loja era pequena, assim como a porta de entrada. Uma placa de madeira com letras
desenhada a mão, indicava que estava no lugar certo. “Sebo e Loja do Senhor Abadon”. O cheiro
de livros velhos era até que agradável, as estantes estavam empoeiradas, no balcão não havia
ninguém. Dei uma olhada pelo corredor procurando encontrar alguém, foi aí que meu corpo
estremeceu repentinamente, um forte calafrio contorceu minha espinha e consequentemente toda
minha cabeça, senti nesse momento minha cabeça rígida. O corredor parecia mais escuro, quando
essa neblina surgiu ali? Sem fazer nenhum barulho, um estranho homem mascarado passou pelo
corredor e entrou numa porta. Por mais que eu tentasse compreender aquela feição, não era nítida,
a imagem se distorcia como uma TV velha. Quando o mascarado desapareceu meu corpo voltou
ao normal e outra pessoa entrou imediatamente na loja.
- Olá, desculpe a demora – uma jovem com pouco mais de vinte anos, ela não parece bem
o tipo de pessoa que trabalha num lugar desses. – No que posso ajudar?
- Você não viu? Um homem mascarado acaba de entrar na loja, ele passou por aquela porta.
Ela se assustou, minha expressão não deixava espaço para brincadeiras. Então ela acreditou
e foi na frente, eu a segui. 94.
93

Ela abre a porta, sabendo quem era, ela sorri. Me convida para entrar. O apartamento de
Dalila ela muito comum e confortável, confesso que eu esperava algo exótico, assim como
Daneva. Ela permite que eu me sento no sofá, eu a fico encarando, ela traz uma garrafa de vinho
e algumas taças, eu não recuso.
- Então você e a Daneva eram muito próximas?
- Sim, nos conhecemos quando ela trabalhou no clube, eu passei por uma fase terrível da
minha vida, tive o pior relacionamento com o Pezão, a pessoa mais egoísta que você vai conhecer
nessa cidade. Foi a Daneva que me mostrou todo o poder em ser mulher, a força que eu possuía,
graças a ela, eu sou uma pessoa melhor e feliz comigo mesma.
- É, isso faz bem o estilo dela.
- Só que faz alguns meses que eu não tenho um contato constante. A Eva estava sempre
procurando pessoas novas para conhecer, isso era o que a excitava. Teve uma época que ela estava
obcecada em descobrir onde estavam as crianças do Elisa Nunes.
- Você fala das 68 crianças que desapareceram na cidade? Esse caso comoveu o Brasil
inteiro. O que ela pretendia?
- Faz alguns anos já, ela ficou muito triste com o ocorrido, digo, todos ficamos, eram
crianças, que tipo de demônio faz isso com crianças? Mas a Daneva era diferente, ela ficou muito
triste, como se soubesse que algo muito obscuro aconteceria.
- Muitas coisas incomuns parecem acompanhar essa mulher – disse.
- Você não faz ideia. Mas por que você está tão motivado em encontrá-la?
- Eu tenho meus motivos.
- A Daneva, desaparece as vezes, é o jeito dela. Eu não sei onde ela pode estar, porém eu
tenho acesso ao e-mail dela, vou passar pra você, talvez você descubra alguma coisa.
(O efeito de DOM de Dalila foi desbloqueado. Arquivo 016 liberado. Senha: proibida.
Volte para a BASE).

94

Ela abriu a porta e um deposito pequeno para vassouras e produtos de limpeza se revelou.
Não havia ninguém ali, aliás não caberia ninguém nesse local.
- Não tem ninguém aqui – ela disse, tentando dar a entender que era insanidade minha.
- Eu estou vendo, desculpe. Acho que acabei vendo coisas. Bom, eu não vi aqui para fazer
cena, na verdade um amigo me indicou um livro, seu nome é Alberto Dromas, ele disse que vocês
teriam um livro interessante aqui.
- Ah, o Beto – ela estava sorridente – Ele é meu primo. Se ele te indicou um livro daqui
então só pode ser esse.
Ela foi até o balcão e pegou um livro com a capa desgastada.
- O Alberto deixou esse livro aqui há alguns anos, queria que o vendêssemos, mas o Sr.
Abadon nunca o colocou para a venda. Acho que deve ter muito significado.
- E quanto eu terei que pagar pelo livro?
- Bom, como meu primo te indicou, se você levar qualquer outro livro, então eu te
entregarei esse de graça.
Fechei o acordo, comprei um álbum de figurinhas da copa de 98 e sai com um exemplar
desgastado do livro “O Sol é Para Todos”. Em casa em me surpreenderia com algumas coisas que
estavam dentro do livro. (Arquivo 014 liberado. Senha: sebo. Adquira o card de item O Sol é Para
Todos. Avance 2 dias. BASE).

95

A Alameda dos Santos é um lugar sempre agitado, mas eu não pensei que poderia trombar
com o Pezão em plena luz do dia.
- Olha só quem tá aqui – disse ele se aproximando com um sorrisão.
- Eu não quero criar confusão, velho.
- Não, calma. Tô de boa hoje. Seguinte quebrada, aquele dia eu tava de mal humor, rolou
umas coisas cabulosa entre nós, mas eu sei que você é ponta firme. E é justamente pessoas assim
que eu tô buscando no meu negócio.
Eu me mantive atencioso, pra mim a qualquer momento ele ia puxar um revolver. Pezão
continuou:
- Seguinte, tô começando um negócio bacana, e quero você nele. Gente durona, gente igual
a você.
- E o que seria esse negócio?
- Mano, tem umas novinhas firmeza trabalhando pra mim, tudo delicinha, mas elas tem
medo da noite, sabe como é né? Elas não têm muita disciplina ainda, por isso, quero colocar um
guardião pra dar segurança pras minas trampar, sacou?
- Segurança de prostituta?
- Isso chapa! Bora aí, eu vou te adiantar seu pagamento, se você fechar comigo.
Eu vou aceitar, parece ser grana fácil. 27.
Não quero me envolver com gente desse tipo. (BASE).
96

Não é possível. A nova vítima do Assassino da Boa Vizinhança é alguém que eu conheço.
E nesse tempo todo, algo não sai da minha cabeça: Esse conhecido era o mesmo da foto que estava
no celular do Gabriel Paixão.
Eu não penso em outra coisa, e logo minhas suspeitas aumentam. Acessei as redes sociais
de Gabriel, e nós não temos o meu conhecido, como amigo em comum. O que é bem estranho,
uma vez que aquela foto só tem no Facebook do falecido.
Começo a pensar sobre Gabriel, e noto que havia algo errado em seu comportamento, ele
parecia estar sempre se esforçando muito para ser simpático, como se estivesse muito querendo
ser meu amigo. Eu não vou conseguir dormir enquanto tiver esses pensamentos na minha cabeça,
preciso saber mais sobre esse cara, algo não está certo. 88.

97

- Você ficou maluco seu puto? – gritou Pezão após levar meu soco na fuça. – Porra, para
de chorar por causa de buceta, eu te arranjo umas dez melhores que essa!
- Eu já me decidi – disse com uma voz que eu não sabia que possuía – Eu vou te matar
aqui.
Naquele momento, foi a primeira vez que eu senti o maldito estremecer.
(Lute até a morte com Pezão).
Mais tarde naquela noite eu enterrei dois corpos num terreno baldio. Eu estava um tanto
triste, mas não tanto quanto eu achei que ficaria enquanto cavava. Peguei o celular da Dalila, ela
não vai mais precisar, e ele pode vir a ser útil.
(Se você ainda não tiver liberado o Arquivo 014, eles estão liberados agora. Senha: badgirl.
Ganhe o Xp: “A cova do Anjo e do Demônio”).
(Receba 1 dano grave na Emoção. Avance 1 semana. Volte para BASE).

98

A pessoa mais fantástica que já conheci desapareceu para sempre. (Evento Daneva
Desaparecida concluído).
- Ganhe 1 ponto de Virtude.
- Ganhe 3 pontos de Habilidades.
- Recupere 1 ponto usado de cada Serviço na Base.
- Se Monarcel está vivo. Xp: “O Padre amaldiçoado”.
- Se Monarcel está morto. Xp: “Padre Enforcado”.
- Ganhe Xp: “O Absurdo nas Colinas”.
- Avance 1 ponto de Paranoia.
- Avance 6 dias.
Vá para Base.

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